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Índices prognósticos e triagem nutricional

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Índices prognósticos e triagem nutricional
Desafio
Para este Desafio, considere que você trabalha em um hospital de oncologia como nutricionista assistencial clínico. Na sua unidade, chegou um paciente para internação de início de tratamento de uma neoplasia maligna de pulmão, com diagnóstico recente em estágio avançado. Para o tratamento dessa neoplasia, estão previstas intervenções radioterápicas e uso de antineoplásicos.
Ao consultar o prontuário do paciente, você encontra os seguintes dados:
​​​​​​​
Você, como nutricionista assistencial da unidade, realizará a triagem nutricional desse paciente com o objetivo de determinar a presença de risco nutricional e a necessidade intervenção dietoterápica. Pensando nisso, responda:
a) Quais fatores estão envolvidos no desenvolvimento da desnutrição na evolução da doença neoplásica? Seu paciente apresenta algum?
b) Qual a relevância do estado nutricional desse paciente durante e após a internação?
c) Qual deve ser a sua conduta de assistência nutricional para esse paciente?
d) Quais instrumentos são indicados para a triagem do risco nutricional em pacientes com câncer? Comente sobre o instrumento que foi eleito de forma consensual para pacientes com câncer.
e) Qual o % de perda de peso do seu paciente? O que esse valor expressa?
f) Qual a importância da identificação precoce dos fatores de risco nutricionais?
Padrão de resposta esperado
a) Diversos fatores estão envolvidos no desenvolvimento da desnutrição, particularmente aqueles relacionados à evolução da doença, como: redução do apetite, dificuldades mecânicas para mastigar e engolir alimentos, efeitos colaterais do tratamento, tais como alterações no paladar, náuseas, vômitos, diarreias, jejuns prolongados para exames pré ou pós-operatórios. A desnutrição é o diagnóstico secundário mais comum em pacientes com câncer, e sua presença pode agravar ainda mais o quadro clínico, prejudicando a resposta terapêutica. Em relação ao paciente analisado, apenas por meio da primeira análise de prontuário, já é possível observar alguns fatores que devem ser avaliados na assistência nutricional. Esses fatores são: relato de perda de peso significativa nos últimos 6 meses; inapetência, vômitos, diarreia, emagrecimento aparente, dificuldade de locomoção e Índice de Massa Corporal (IMC).
b) O sucesso da terapêutica empregada está diretamente relacionado ao estado nutricional do paciente oncológico. A agressividade e a localização do tumor, os órgãos envolvidos, as condições clínicas, imunológicas e nutricionais impostas pela doença e agravadas pelo diagnóstico tardio e pela magnitude da terapêutica são fatores que podem comprometer o estado nutricional, com graves implicações prognósticas, e interferir diretamente no tratamento. No caso desse paciente, seu diagnóstico de câncer de pulmão ocorreu em um estágio avançado. Além disso, seu estado nutricional já está bem comprometido com o avanço da doença, portanto necessita de intervenção nutricional concomitante ao tratamento clínico da neoplasia a fim de reverter o estado nutricional prejudicado.
c) A assistência nutricional ao paciente oncológico deve ser individualizada e incluir a triagem e a avaliação nutricional, o cálculo das necessidades nutricionais, bem como a terapia nutricional até o segmento ambulatorial. Tais medidas têm o objetivo de prevenir ou de reverter o declínio do estado nutricional, bem como de evitar a progressão para um quadro de caquexia, além de melhorar o balanço nitrogenado, reduzindo a proteólise e aumentando a resposta imune. No caso do paciente recém-chegado na unidade, a assistência nutricional deverá identificar e triar os riscos nutricionais que o paciente apresenta, assim como iniciar com um plano terapêutico de intervenção para combater o avanço da desnutrição, uma vez que pacientes que apresentam risco nutricional ou desnutrição se beneficiam do suporte nutricional.
d) Entre as ferramentas utilizadas para triagem do risco nutricional em pacientes com câncer, destacam-se a Avaliação Subjetiva Global (ASG) e a Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP), em razão de sua sensibilidade e predição de complicações já na admissão. Seu propósito é identificar indivíduos em risco de desnutrição ou já desnutridos, que são candidatos à terapia nutricional. A ASG-PPP avalia o estado nutricional baseado na história de variação de peso, ingestão de alimentos e sintomas gastrointestinais que persistem por duas semanas. No momento da avaliação, são observados a capacidade funcional, o exame físico e a presença de condições catabólicas impostas por doenças crônicas.
e) O paciente teve uma perda de peso significativa nos últimos 6 meses, tendo perdido mais de 12% do seu peso corporal. Variações de 2,0% do peso em um mês, 3,5% em três meses e 5,0% em um período de 6 meses são aceitáveis em indivíduos adultos. Qualquer variação além desses parâmetros deve ser considerada anormal. Os critérios para perda de peso grave em pacientes hospitalizados são: perda maior do que 2,0% do peso por semana, perda maior do que 5,0% por mês, perda maior do que 7,5% em três meses e perda maior do que 10,0% em 6 meses.
f) A perda de peso e a desnutrição são considerados comuns em pacientes em todas as fases do câncer, tendo efeitos adversos na qualidade de vida, na resposta ao tratamento e na sobrevida. Vários são os fatores associados, desde os psicológicos, como o impacto do diagnóstico, até os efeitos adversos do seu tratamento, seja clínico, seja cirúrgico. Sendo assim, a identificação precoce do risco nutricional e a intervenção adequada são de extrema importância para que o tratamento seja bem-sucedido. O rastreamento nutricional deve ser realizado por meio de técnica simples e rápida para que possa ser incorporado na rotina diária de avaliação dos pacientes em seus diversos ambientes.

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