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Prov� 1 GO Caso 1: Daniela, 39 anos, gestante, comparece ao Pronto Socorro de GO relatando episódio de sangramento vaginal em pequena quantidade há cerca de 4 horas da entrada. Refere que descobriu gestação há cerca de 2 semanas por teste Beta-HCG sérico positivo - e ainda não iniciou pré-natal. Ciclos prévios irregulares, com ciclos espaçados, não sabe informar precisamente a data da última menstruação. AP: Hipotireoidismo com uso irregular de Levotiroxina 75mcg e Obesidade (IMC 32kg/m²). AGO: Parceiro fixo há 10 anos, nega DSTs. Não faz uso de método contraceptivo. 1 gestação prévia aos 32 anos, teve pré-eclâmpsia e induziu parto com 36 semanas devido a “descontrole” da pressão. Parto normal sem intercorrências, RN 2450g, alta com a mãe em 3 dias. Conta que após o parto recebeu “vacina” por causa do “sangue do marido” AF: Pai e Mãe com Hipertensão crônica. Ao exame: Bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril. PA: 148x88mmHg, FC 84bpm. Abdome normotenso, ruídos hidroaéreos presentes, indolor, não palpadas massas. Especular: colo epitelizado, mínima quantidade de sangramento coletado em fundo de saco vaginal, sem sangramento ativo. Toque vaginal: colo regular, impérvio, móvel e indolor à mobilização, útero de volume compatível com cerca de 10-12 semanas de idade gestacional, fórnices livres e indolores, não palpados anexos. Você solicita ultrassonografia transvaginal que resulta: útero em anteversoflexão, presença de nódulo hipoecogênico, bem delimitado, subseroso fúndico, medindo 3cm; miométrio homogêneo. Saco gestacional tópico, visualizado embrião com CCN 60mm e batimentos cardíacos fetais 157bpm. Anexos sem alterações. Biometria compatível com 12 semanas + 3 dias. Colo uterino 40mm. Quais as hipóteses diagnósticas (DON/DOPA/DOPP/DG/DCC)? DON: Gestante, gestação tópica, 2G1Pn, idade gestacional 12 semanas e 3 dias, feto único e vivo DOPA: Ameaça de aborto/ Risco de isoimunização Rh DOPP: Pré-eclâmpsia/ Prematuridade (36 semanas por complicações pré-eclâmpsia) DG: Mioma subseroso fúndico 3cm DCC: Hipertensão arterial crônica/ Hipotireoidismo/ Obesidade Qual a conduta no Pronto Socorro? - A hipótese diagnóstica no Pronto Socorro é o de ameaça de aborto 1) A paciente encontra-se estável clinicamente, sem sangramento ativo. A conduta nesse caso é expectante, sem necessidade de internação hospitalar. 2) Solicitar tipagem sanguínea e Coombs indireto para avaliação quanto a profilaxia de doença hemolítica perinatal com Imunoglobulina anti-D. Se confirmado paciente Rh negativa e Coombs indireto negativo, há risco de aloimunização Rh. Nesse caso, considerando episódio de sangramento, deve ser prescrita a profilaxia (Imunoglobulina anti-D 300mcg IM dose única). 3) Explicar para a paciente sobre a hipótese diagnóstica. Avaliar quanto ao afastamento das atividades laborais. Deve-se orientar a paciente quanto a manter repouso relativo, evitar relações sexuais, retorno imediato ao PS se sinais de alarme (aumento do sangramento, dor, febre) e iniciar pré-natal com urgência. Quais os exames e orientações que devem ser realizadas para essa paciente no pré-natal? Exames pré-natal: - Tipagem sanguínea e Coombs indireto (Se risco de isomunização RH realizar controle de Coombs até 27-28 semanas) - Hemograma e ferritina - Glicemia de jejum - Urina 1/ Urocultura - Sorologias HIV, Sífilis, Hepatite B, Hepatite C, Toxoplasmose; Considerar sorologia contra Rubéola, Citomegalovírus - TSH e T4L (paciente com Hipotireoidismo prévio e uso irregular de Levotiroxina) - Citopatológico do colo do útero (caso desatualizado) - Ultrassonografia morfológica do primeiro trimestre (entre 11-14 semanas): rastreamento de cromossomopatias Qual a terapêutica medicamentosa que deve ser iniciada nesse momento no pré-natal? Por quê? Paciente com hipótese diagnóstica de hipertensão arterial crônica devido a ter apresentado PAS > 140mmHg antes de 20 semanas de gestação. Avaliar início de Metildopa 250mg 8/8h e orientar controle de pressão arterial. Além disso, é considerada como de alto risco para pré-eclâmpsia devido Obesidade, passado de pré-eclâmpsia e provável hipertensão crônica. Sendo assim, como medidas de prevenção da pré-eclâmpsia: Orientar dieta rica em cálcio e avaliar suplementação (1,5g/dia); Iniciar ácido acetilsalicílico 100mg/dia. Caso 2: Bruna, 28 anos, 2G1PC, idade gestacional 33 semanas, tem diagnóstico de diabetes gestacional em manejo com dieta, além de obesidade (IMC 35,6kg/m²). Traz controle de dextro conforme abaixo: Qual a conclusão acerca do controle do diabetes gestacional e qual a conduta? Por quê? De acordo com o controle, a paciente está conseguindo manter os níveis glicêmicos dentro da normalidade, com menos de 20% de resultados alterados. A paciente pode manter a dieta e atividades física, visto que teve bons resultados. Explique quais são as potenciais complicações materno-fetais atreladas ao diabetes gestacional. - Glicose materna passa para o compartimento fetal por difusão facilitada, logo, em caso de hiperglicemia materna, o feto também pode apresentar hipoglicemia. - A resposta fetal a esse estímulo é a hiperinsulinemia fetal; visto insulina ser hormônio anabolizante, a consequência é a de MACROSSOMIA FETAL. - A macrossomia aumenta a chance de TOCOTRAUMATISMOS e necessidade de INSTRUMENTALIZAÇÃO DO PARTO vaginal. - A hiperglicemia aumento de radicais livres, responsáveis pela maior ocorrência de MALFORMAÇÕES FETAIS. - Ao nascimento, o recém-nascido metaboliza rapidamente a glicose pelo excesso na produção de insulina e, como resultado, desenvolve HIPOGLICEMIA NEONATAL. Optou-se por indução de parto normal com 37 semanas de idade gestacional devido a polidrâmnio. O trabalho de parto transcorreu sem intercorrências, porém foi diagnosticada hipotonia uterina com sangramento volumoso após dequitação e a paciente evoluiu com taquicardia. Obesidade, cesárea prévia, indução do parto e superdistensão uterina devido a polidrâmnio. Para pacientes de alto risco, além do manejo ativo do terceiro estágio, ocitocina profilática, clampeamento oportuno do cordão e contato pele a pele, observação rigorosa por duas horas em local adequado e estimular a presença do acompanhante, também preconiza-se na internação: garantir acesso venoso periférico e solicitar hemograma, tipagem sanguínea, prova cruzada e reserva de sangue na internação. Descreva quais as condutas necessárias para o manejo do caso (incluindo até o tratamento medicamentoso). 1. Chamar ajuda: 1 a 2 médicos obstetras, 1 enfermeiro obstetra e 2 técnicos de enfermagem 2. Comunicar a paciente e o acompanhante 3. Iniciar manobra de compressão uterina (Hamilton ou Chantrapitak) 4. Providenciar 2 acessos venosos calibrosos (jelco 14 ou 16) 5. Oxigenoterapia em máscara facial a 8-10L/minuto 6. Aquecer (manta térmica, cobertores) 7. Elevar membros inferiores 8. Quantificar a perda sanguínea (estimativa visual, pesagem de compressas ou coletores) 9. Providenciar drenagem vesical contínua 10. Monitorização contínua: frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura corpórea, saturação de oxigênio 11. Calcular o índice de choque: frequência cardíaca/pressão arterial sistólica -Ocitocina em dose continua -Ácido tranexâmico endovenoso 1g -Caso a ocitocina não funcione, pode entrar com misoprostol via real Caso 3: Dirce, 57 anos, branca, católica, costureira. Procurou ambulatório de ginecologia com queixa de perda urinária aos esforços, de caráter progressivo, há 5 anos. Refere que no início do quadro, apresentava perda apenas aos grandes esforços (por exemplo, levantar peso); porém, há cerca de 1 ano o sintoma acontece em diversas situações cotidianas, como tossir, espirrar, caminhar ou subir escadas – fato que motiva a paciente a fazer uso de absorvente diariamente para conter as perdas. Refere ainda, que passou a apresentar também, nesse mesmo período, noctúria4-5vezes/ noite e urgência urinária. AP: Obesidade, Diabetes, Hipertensão Crônica e Intolerância a Lactose. Em uso de Hidroclorotiazida 25mg/dia e Metformina 1g/dia – em acompanhamento clínico irregular. Já tratou câncer de pele basocelular. Tabagista 1maço/dia. Sedentária, dieta hipercalórica e consumo de café 5 doses/dia. AGO: Menopausa há 8 anos, nega terapia hormonal. Vida sexual ativa com único parceiro na vida, queixando de dispareunia superficial há cerca de 3 anos. Nega DSTs. 3G 3PN, peso maior RN 4100kg. Diabetes gestacional na última gestação (há 30 anos). Amamentou por 2 anos. Última rotina ginecológica há 2 anos. AF: Pais falecidos por Doença Cardiovascular. Ao exame: Bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril, eupneica. PA: 134x82mmhg, IMC 35kg/m², CA: 104cm. Exame neurológico e cardio-pulmonar sem alterações. Abdome globoso, normotenso, indolor à palpação, não palpadas massas. Formações vestíbulo- labiais sem lesões, com hipotrofia de lábios, mucosa pálida e extrusão de mucosa uretral. Vagina com rugosidade e hidratação reduzida, colo epitelizado. Toque vaginal sem alterações. Paciente traz resultado de Densitometria Óssea (imagem abaixo): Osteopenia Quais as hipóteses diagnósticas? Quais os elementos clínicos que suportam as hipóteses? - Incontinência urinária mista (paciente com queixa de perda urinária aos esforços e também com sintomas sugestivos de bexiga hiperativa – urgência miccional e noctúria) - Síndrome genito-urinária (paciente na pós menopausa com queixas urinárias e queixa de dispareunia superficial – relacionada ao ressecamento vaginal – além de sinais de hipoestrogenismo ao exame dos genitais) - Osteopenia: Densitometria óssea com Tscore entre -1 e -2,5 no colo do fêmur, fêmur total e lombar L1-l4. Proponha 2 diagnósticos diferenciais para os sintomas urinários e pelo menos 1 exame complementar que deve ser solicitado a fim de excluir cada um dos diagnósticos diferenciais propostos. Infecção do trato urinário: urina 1 e urocultura Diabetes mellitus tipo 2: glicemia de jejum De que maneira o hipoestrogenismo impacta na massa óssea? O estrogênio atua na modulação do osteoclasto, com o hipoestrogenismo há uma maior reabsorção sobre a formação óssea. Quais as recomendações terapêuticas para Dirce? (Considere causas secundárias de perda de massa óssea já descartadas) - Mudanças do estilo de vida - Incontinência urinária: comportamental, fisioterapia, evitar vesicoirritantes, diminuir ingesta hídrica, programar as micções, estrogenioterapia e considerar troca de medicação de hipertensão arterial - Baixa massa óssea: carbonato de cálcio e vitamina D Caso 4: Ana, 42 anos, comparece para avaliação ginecológica devido a sangramento menstrual com fluxo intenso há cerca de 8 meses. Nesse período, passou a apresentar dismenorreia, que melhora com uso de Ibuprofeno. Nega dispareunia. Além disso, queixa de fadiga, indisposição, queda da libido, insônia inicial e irritabilidade. AP: Nega comorbidades, alergias, vícios e cirurgias. AGO: Nuligesta sem desejo gestacional. 3 parceiros na vida, nega DSTs. Última relação sexual há 4 meses. MAC: preservativo masculino; DUM: há 10 dias, ciclos regulares, (porém mais encurtados nos últimos 5 meses), duração 10 dias, fluxo aumentado com coágulos. AF: pai com Ca de pulmão (tabagista), nega histórico de câncer ginecológico. Exame físico: Bom estado geral, descorada+/4+, anictérica, acianótica, afebril, eupneica, estável hemodinamicamente. Peso 60kg, altura: 1,57. Abdome sem alterações, mamas em número de 2, simétricas, sem retrações ou abaulamentos, ausência de nódulos palpáveis ou linfonodomegalias axilares. Exame ginecológico: formações vestíbulo-labiais tróficas sem lesões, conteúdo vaginal fisiológico, colo epitelizado, móvel, fibroelástico, impérvio, indolor, útero aumentado com consistência amolecida, anexos sem alterações. Traz exames complementares : Hb 9,5 g/dL, Ht 29%, VCM e HCM baixos, Leucócitos 8mil sem desvios, plaquetas 420mil, ferritina 7, FSH 22 mUI/ml (coletado no 5º dia do ciclo), TSH 2, 4mUI/L. Ultrassonografia transvaginal evidenciou imagem abaixo: Quais as hipóteses diagnósticas? Explique quais os elementos clínicos que sustentam o raciocínio das hipóteses. Adenomiose Elementos: sangramento uterino anormal, dismenorreia, melhora com Ibuprofeno, útero aumentado com consistência amolecida Anemia ferropriva: Descorada, fadiga e indisposição. Climatério: Queixa de fadiga, indisposição, queda da libido, irritabilidade e ciclos encurtados. Faça a prescrição do tratamento para a anemia apresentada. Para Sra. RS: Uso oral 1) Sulfato ferroso (40mg Fe elementar/cp) ----------------------- 180 cp Tomar 1 cp por via oral, meia hora antes do café da manhã, almoço e jantar (3x/dia), acompanhado de bebida cítrica, durante 60 dias. Data. Assinatura e carimbo médico. Proponha uma terapêutica para o sangramento uterino anormal crônico. Anti inflamatório não hormonal, ácido tranexâmico e contraceptivo oral com progestagênio isolado. A colpocitologia oncótica da paciente Ana resultou em "ASC-H". Explique o porquê ela deve ser encaminhada para Colposcopia e quais os achados colposcópicos sugestivos de lesão de alto grau. Ela deve ser encaminhada porque pode ser uma lesão precursora de câncer de colo NIC2 ou NIC3. Achados: células atípicas de significado indeterminado, não podendo excluir lesão de alto grau; epitélio acetobranco, denso, presença de mosaico e pontilhado fino/grosso ao exame acético, superfície irregular da lesão, erosões, ulcerações e vasos atípicos. Caso 5: Marta, 46 anos, procura consulta ginecológica para avaliação de rotina. Assintomática e sem queixas. AP: Obesidade (IMC 32kg/m²), sedentária. Já fez Colecistectomia videolaparoscópica há 5 anos, sem complicações. Nega alergias e vícios. AGO: Menarca aos 9 anos, ciclos menstruais regulares, fluxo normal, nega dismenorreia. DUM há 13 dias. Nuligesta, uso prévio de contraceptivo combinado contínuo por cerca de 20 anos, sem relação sexual há 9 meses, 4 parceiros na vida, nega DSTs. AF: mãe: Hipertensão Arterial Exame geral e ginecológico sem alterações, exceto por IMC 32kg/m² e circunferência abdominal 95cm. Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, qual a recomendação acerca do Rastreamento do câncer de mama? (Considere pacientes de risco habitual) Mamografia a partir dos 40 anos até os 69 anos anualmente e individualizar após os 70 anos Identifique 2 fatores de risco para Câncer de Mama no caso e comente qual a relação deles com o aumento do risco. Nuliparidade e menarca precoce: maior tempo de exposição ao estrogênio A paciente apresenta o achado mamográfico acima. Qual o significado clínico e qual o exame complementar que deve ser solicitado - por quê? Trata-se de presença de microcalcificações pleomórficas agrupadas, lesão de alta suspeição para malignidade, demandando necessidade de investigação histológica. O método mais indicado para biópsia nesse caso é a mamotomia, já que “na avaliação específica de microcalcificações mamárias suspeitas, a mamotomia apresentou maior acurácia e menor taxa de subestimação diagnóstica em relação à core biópsia Qual a relevância da análise imunohistoquímica no Câncer de Mama? O que significa o subtipo Luminal B? A análise imunohistoquímica é importante para classificar em subtipos moleculares intrínsecos através da análise de expressão de múltiplos genes (HER 2, receptores de estrogênio, progesterona e taxa de proliferação) Luminal B: superexpressão hormonal, não expressão a proteína HER2 índice de proliferação celular é maior ou igual a 15%
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