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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - 12 04 - URGENTE

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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA Xº VARA CÍVEL DE XXXXX
Processo nº xxxxxxxx
AÇÃO DE RESCIÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL
MARCIO ANTONIO SOARES, já qualificado nos autos em epígrafe, que move em face de Banco HSBC Bank Brasil S.A., também já devidamente qualificado, vem, por seu advogado que a esta subscreve, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência e com fulcro nos artigos 1.022 e 489 do Código de Processo Civil Brasileiro (Lei nº 13.105/2015), opor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, em face da decisão de fls. XXX, pelos motivos de fato e de direito que seguem.
1) DA SÍNTESE PROCESSUAL
Em síntese, a pretensão autoral busca a revisão contratual do instrumento de número de nº 00037-20, firmados entre as partes que contendem, devido à cobrança de taxas e encargos de maneira abusiva.
Em exordial, pugnou este autor pela concessão da tutela de urgência, a fim de que o réu se abstenha de incluir o seu nome nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito, bem como pela determinação da exibição do contrato objeto da ação pelo réu.
Assim, em retro decisão, o MM. Magistrado proferiu o seguinte: 
“A antecipação dos efeitos da tutela de urgência exige a demonstração de elementos que evidencie a probabilidade de direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, conforme dispõe o art. 300 do CPC.
Dessa forma, o pedido não merece a acolhida, uma vez que, ao que se verifica, o autor não demonstrou a quitação do contrato em discussão, bem como não requereu a consignação do valor que entende correto, a fim de ilidir a mora.
Com efeito, a simples discussão judicial da dívida não impede a negativação nos bancos de dados conforme o entendimento pacificado na jurisprudência dominante do STJ e STF.
Diante do exposto, não configurados os requisitos de probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, conforme exigidos pelo art. 300 do CPC, indefiro o pedido de antecipação de tutela.”
Contudo, data máxima vênia, a decisão proferida está eivada de omissão, vez que, apesar de indicar o embasamento na jurisprudência pátria, deixou o MM. Magistrado de apontar quais julgados concretos sustentaram a motivação do decisum. 
Deste modo, não restou alternativa senão a oposição dos presentes embargos de declaração.
2) DA OMISSÃO
Nos termos do art. 1.022, inciso II, do Código de Processo Civil de 2015, cabem embargos contra qualquer decisão judicial para o suprimento de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento. 
Além disso, nos termos da Constituição Federal de 1988, as decisões proferidas em sede de prestação jurisdicional devem ser devidamente fundamentadas, conforme preleciona o seguinte dispositivo constitucional:
Art. 93, Constituição Federal: Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios. 
IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
Ainda em seu parágrafo único, o mesmo dispositivo c/c o art. 489, inciso V, do CPC, indica que considera omissa a decisão que se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos, o que é claramente o caso dos autos. 
Perceba, Douto Magistrado, que houve omissão com relação ao julgado concreto utilizado para fundamentar a decisão que negou a tutela de urgência ao autor, o que configura claro elemento violador do devido processo legal, principio primordial do Direito Processual Civil, visto que prejudica o principio do devido processo legal.
3) DOS PEDIDOS
Requer, ante o exposto:
a) O acolhimento dos embargos de declaração aqui opostos;
b) Que, conforme a previsão do art. 1.024 do CPC, seja a decisão reformada, sanando o problema de omissão.
Termos em que pede deferimento.

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