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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Curso de Direito PRISÃO CIVIL NO BRASIL ATUAL Bruno Bitencourt Zelanis Silva Porto Alegre, 2022.1 BRUNO BITENCOURT ZELANIS SILVA PRISÃO CIVIL NO BRASIL ATUAL Artigo Científico Jurídico apresentado à Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, como requisito parcial para conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. Orientadora: Profª Mônica Cavalieri Fetzner Areal Porto Alegre, 2022.1 PRISÃO CIVIL NO BRASIL ATUAL Bruno Bitencourt Zelanis Silva1 RESUMO O presente trabalho tem como finalidade discutir os motivos e impactos que a aplicação da prisão civil causa no Brasil, sendo exclusivamente aplicada para os casos de inadimplemento da obrigação alimentar. É uma pesquisa bibliográfica, documental e exploratória onde tem como objetivo expor as divergências na doutrina sobre o assunto, devido ao seu caráter coercivo e mostrar o lado contra e o lado que é a favor dela. Através de um estudo de todos os materiais analisados durante à construção deste artigo, foi possível visualizar e compreender esses dois lados e chegar a uma conclusão a respeito da matéria tratada. Palavras-chave: Prisão civil; Inadimplemento da obrigação alimentar; Dívida alimentar; Coerção; Devedor. SUMÁRIO 1. Introdução. 2. Desenvolvimento: 2.1. Prisão Civil; 2.2. Duas hipóteses, uma execução; 2.3. Na sociedade; 2.4 Pandemia; 2.5 Discussões 3. Conclusão. Referências. 1 Graduando do curso de Bacharel em Direito, da Instituição de Ensino Superior Universidade Estácio de Sá do Campus Centro RS - Rio Grande do Sul. E-mail: brunoestacio.direito@outlook.com. 3 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho trata sobre a prisão civil no ordenamento jurídico brasileiro, principalmente sua aplicação e impactos que causou durante a pandemia. Com base com artigo 5, inciso LXVII da Constituição Federal, ela é aplicada em duas exceções que permitem a prisão por dívidas no Brasil: o depositário infiel e o inadimplemento da obrigação alimentar. Porém, no decorrer do tempo, é visto que, por força da Convenção Americana dos Direitos Humanos e de medidas jurídicas adotadas pelo país após sua ratificação, ela apenas tem aplicação sobre o devedor inadimplente com a obrigação alimentar. O grande problema que a utilização dessa medida causa na sociedade atual e gera discussões entre os doutrinadores é sobre o seu caráter coercivo, visto que ela se baseia em causar uma pressão psicológica para garantir a efetividade da aplicação. Outro problema é sobre essa efetividade, visto que a prisão em regime fechado cria divergências sobre os doutrinadores se realmente é o método correto de resolver a obrigação, sendo que alguns defendem que a coercividade é necessária para que o devedor se obrigue a pagar o que deve, enquanto outros defendem que isso não resolve a obrigação, pois a prisão civil do devedor não quita a obrigação e o dependente continua sem receber os alimentos necessários para sobreviver. Este trabalho propõe estudar como a prisão civil está inserida no sistema judicial do Brasil, bem como mostrar os efeitos que ele causa na sociedade e como ela se deu durante a pandemia, considerando que como foi um evento negativo que pegou o mundo de surpresa, o Brasil teve que se desdobrar para tentar conter o avanço e funcionar nessa nova modalidade, precisando de uma resposta rápida para o problema em questão. A prisão civil sofreu alterações e o artigo se colocou a relatar o que mudou e se essas mudanças foram efetivas e quais são as repercussões que trouxe tanto na esfera jurídica quanto na social. A importância que esse estudo teve foi para averiguar como a prisão civil é aplicada no Brasil, qual é a sua estrutura e como ela mudou frente a calamidade pública que foi instaurada. Também há uma exposição dos motivos pelos quais ela está presente no sistema jurídico brasileiro e os motivos pelos quais vários autores e doutrinadores discordam de sua aplicação e tentam dar 4 penas alternativas para sanar a questão. E, por último, como ela afeta a sociedade, sendo psicologicamente e em meio a pandemia. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica em sites, artigos e obras publicadas especializados sobre o tema, bem como utilização de autores de direito e citações de ministros e deputados do ordenamento jurídico. Ele se usou de uma pesquisa exploratória para a familiarização com o tema e determinar as hipóteses a respeito da prisão civil. Por fim, a pesquisa qualitativa serviu para fadar foco as questões sociais resultantes da prisão civil antes e durante a pandemia. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 PRISÃO CIVIL No Brasil, ninguém deve ser preso por dívidas. Ou seja, caso uma pessoa, por algum motivo, não for capaz de pagar suas contas, a prisão não deve ser o meio utilizado para resolver a situação. Porém, há situações em que é possível ser preso por causa das suas dívidas, o que é denominado de prisão civil. A prisão civil é considerada uma medida extrema decretada com o intuito de obrigar alguém, pelo uso da coerção, a cumprir sua obrigação. Ela contempla duas possibilidades para a sua aplicação: por inadimplemento da obrigação alimentar inescusável e voluntário e pelo depositário infiel, de acordo com o artigo 5, inciso LXVII, da Constituição Federal de 1988 (Brasil, 1988). A prisão civil não possui caráter punitivo, ou seja, ela se difere da prisão penal e da administrativa, ela possui o caráter coercivo que visa obrigar ao devedor que cumpra sua obrigação alimentar. A pensão alimentícia é destinada aos menores de 18 anos ou maiores absolutamente incapazes de praticar os atos da vida civil e comtempla todo o conjunto de fatores para suprir as necessidades básicas da sobrevivência daquele indivíduo, incluindo a educação, de acordo com o artigo 1.694 do Código Civil: 5 Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. Normalmente, o responsável pelo dependente procura um advogado particular ou defensor público que irá ajuizar uma ação de alimentos para o Poder Judiciário. Quando deferido o pedido, o juiz fixará os alimentos provisórios com base no grau de parentesco. Depois, ele fixará os alimentos definitivos em uma sentença após verificar as condições de necessidade do filho ou filhos e a possibilidade do genitor. Ocorre que há sempre a possibilidade de o genitor não efetuar o pagamento da pensão alimentícia. Nesse caso, o responsável pelo filho deve ajuizar com uma ação de alimentos em face do alimentante. Após essa ação, o devedor tem três formas de pagar sua dívida. A primeira possibilidade é o desconto da folha de pagamento de qualquer funcionário que atue por contrato CLT, com diz o artigo 529 do Código de Processo Civil: Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. § 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolodo ofício. § 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. 6 § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. A segunda possibilidade é a expropriação, ou seja, o devedor penhorar certos bens para quitar a dívida, como diz no artigo 829 do Código de Processo Civil: Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação. § 1º Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado. § 2º A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente. Quando todas as vias forem esgotadas ou ineficazes, a responsável poderá pedir a prisão civil do alimentante, que é a terceira possibilidade. As pessoas acreditam que prisão civil é o meio mais rápido e eficiente para dar um fim aos problemas. Ela é utilizada para aqueles casos em que o devedor tem as condições a pagar a dívida, mas não o faz, utilizando a coerção para incentivá- lo a pagar a dívida alimentar. De acordo com a súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça “o débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.”. Após pedir a aplicação da prisão civil, será observado duas situações, o juiz mandará executar o devedor para que em três dias apresente um motivo para não ter pagado ou não conseguir pagar, pagar o débito ou provar que pagou e, caso a justificativa não seja aprovada, ele determinará o tempo em que o devedor ficará preso. Dependendo da natureza dos alimentos e admitindo uma 7 interpretação integrativa da matéria, o devedor pode sofrer dois tipos de pena por dois artigos de lei. Se os alimentos que o devedor deixar de providenciar são alimentos provisórios e definitivos, ele poderá sofrer uma prisão de um a três meses de prisão de acordo com o artigo 528, § 3 do Código de Processo Civil. Agora, se os alimentos que o alimentante deixar de providenciar são alimentos provisionais, ele responderá de acordo com o artigo 19 da Lei 5.478/68: Art. 19. O juiz, para instrução da causa ou na execução da sentença ou do acordo, poderá tomar todas as providências necessárias para seu esclarecimento ou para o cumprimento do julgado ou do acordo, inclusive a decretação de prisão do devedor até 60 (sessenta) dias. § 1º O cumprimento integral da pena de prisão não eximirá o devedor do pagamento das prestações alimentícias, vincendas ou vencidas e não pagas. Ou seja, a prisão civil é um instrumento coercivo do ordenamento jurídico brasileiro cuja única hipótese de aplicação é o inadimplemento da obrigação alimentar e contempla várias outras formas para se pagar essa dívidas, com mas as pessoas parecem achar que ela é mais rápida e efetiva para resolver o problema, sendo para proteger e garantir a sobrevivência dos filhos menores de 18 anos dependentes da pensão alimentícia ou daqueles que mesmo maiores de idade não conseguem ingressar e manter uma vida civil. 2.2 DUAS HIPÓTESES, UMA EXECUÇÃO A Constituição Federal de 1988 diz no seu artigo 5, inciso LXVII “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;” (BRASIL, 1988). Em outras palavras, o ordenamento jurídico brasileiro apenas considera duas hipóteses para a aplicação da medida da prisão civil envolvendo dívidas. A primeira hipótese trata do inadimplemento da obrigação alimentar, que diz sobre 8 a pessoa que tem o dever de proporcionar uma pensão alimentícia ou qualquer outra modalidade alimentícia a um ou mais dependentes. A segunda hipótese determina sobre o depositário infiel, que diz sobre uma pessoa que assume a posse sobre algum bem que não lhe pertencia e não o devolve para o proprietário, seja por vontade própria ou por algum motivo ele desapareceu ou foi roubado. Antigamente, essas duas hipóteses eram aquelas em que prisão civil poderia ser executada dentro do sistema jurídico do país. Atualmente, o direito brasileiro compreende que a prisão civil só pode ser executada em situações envolvendo inadimplemento de obrigação alimentar e considerou a prisão do depositário infiel com ilegal, ainda que expressa na Constituição Federal. O motivo principal dessa mudança foi devido a influência da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, onde o Brasil ratificou em 25 de setembro de 1992, mas apenas teve validade em 6 de novembro de 1992, com o Decreto 678, que diz no artigo 1: Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cópia ao presente Decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém. Junto a esse acontecimento, também teve a criação da Emenda Constitucional nº 45/04, foi adicionado o terceiro parágrafo no artigo 5, no qual diz: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Esses acontecimentos deram a força necessária para que o artigo 7, item número 7 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos tivesse efeito, onde 9 diz “Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar”. Junto a esses acontecimentos, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o artigo tinha validade e criou a Súmula Vinculante nº 25 na qual afirma “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”. Em suma, a única hipótese em que a prisão civil pode ser aplicada dentro do ordenamento jurídico é sobre o inadimplemento das obrigações alimentares, sendo uma exceção apontada pela própria Convenção Americana dos Direitos Humanos, que recai sobre a sociedade brasileira. 2.3 NA SOCIEDADE A questão que torna a prisão civil tão problemática no ordenamento jurídico brasileiro é o fato de que ela é aplicada em casos envolvendo inadimplemento da obrigação alimentar, principalmente a respeito da pensão alimentícia, é que ela é bastante comum no país. E, com o passar do tempo, a tendência é continuar aumentando. No século 21, diferentemente dos séculos passados, não existe mais uma repressão tão forte a respeito das relações sexuais e do casamento como algo único e eterno, sem mencionar as péssimas condições de educação sexual e as influências de uma cultura que mistura conteúdo sexual explicito com músicas, arte, vídeos e até conversas informais sobre o assunto desde a infância; toda essa liberdade resulta em casais e relações que não costumam durar muito na maior parte das vezes e filhos são outro resultado igualmente. Porém, nem todos querer ou podem arcar com as custas ou responsabilidades de ter uma pessoa dependente deles, o que ocasiona o abandono ouseparação dos casais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há mais de 11 milhões de mães solteiras, muitas das quais nem sequer conseguem ter um pai que contribua financeiramente. Então, a prisão civil se faz bem presente na vida das pessoas, sendo que no Brasil há mais de 100 mil processos de cobrança de pensão alimentícia. Isso acabou criando duas situações na sociedade brasileira: aqueles que se recusam a pagar e aqueles que não conseguem pagar. 10 A prisão civil, mesmo sendo uma medida extrema de coerção estatal, não é tão efetiva assim, visto que ainda não consegue atingir uma margem elevada de pessoas. Ou seja, mesmo com a ameaça de prisão, muitos continuam negligenciando os dependentes. E ainda acabam dificultando suas vidas, sendo que precisam consultar um advogado de família para ver como se dará o processo e, caso o pai não pague o que deve, recorrer à justiça novamente para tentar resolver no primeiro mês de inadimplemento ou esperar mais para decretar alguma medida ou até mesmo a prisão civil, sendo um processo que consuma tempo e paciência do envolvidos. Com a chegada da pandemia, houve uma perda em massa de lucro de incontáveis empresas. Isso desencadeou uma redução no salário de inúmeros trabalhadores, sem mencionar a quantidade elevada de pessoas que perderam o emprego. Por conta disso, as ações de cobrança da obrigação alimentar tiveram um aumento súbito após decretarem calamidade pública. Muitos pais ou responsáveis que conseguiam pagar ficaram sem meios para dar prosseguimento ao pagamento. Também vale destacar que a prisão civil causa um efeito psicológico no devedor, considerando que a sua possível prisão induz uma pressão que visa o cumprimento de seu inadimplemento alimentar. Porém, como a pandemia prejudicou o emprego de vários pais, seja por redução salarial ou pela perda do emprego, a obrigação alimentar se torna uma tarefa extremamente difícil, se levar em conta o próprio sustento e o grande volume de desempregados procurando novos empregos e as baixas oportunidades, ainda menores após a própria pandemia. A prisão civil tem o caráter coercivo, pois visa o devedor cumprir sua obrigação, mas quando ele se torna incapaz de cumprir por parte ou até toda a obrigação, devido aos problemas enfrentados nesse período conturbado, essa medida acaba se tornando punitiva para o devedor, privando-o de sua liberdade e os dependentes continuam sem receber os alimentos. Ou seja, mesmo com a prisão civil efetuada, o problema ainda persiste sem uma solução viável. Outro problema que afeta a sociedade sobre a pandemia está sobre a sua disseminação. Devedores presos costumam ter suas penas pelo período de um 11 a três meses, de acordo com o artigo 528, § 3 do Código de Processo Civil que diz: Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. E ainda assim os devedores podem voltar a serem presos caso não consigam resolver sua obrigação. Isso apenas aumenta o risco de contaminação pelo COVID-19 e, consequentemente, número de mortes também. Tanto que há projetos tramitando que visam conter esse problema ao tentar resolver a questão da prisão em regime fechado, como o Projeto de Lei 2238/20, feita pelo deputado Alexandre Frota 2, que tramita na Câmara dos Deputados, onde ele propõe que a prisão civil seja substituída pela prisão domiciliar. Nas suas palavras: A doença causada pelo coronavírus pode ser assintomática em determinados indivíduos. A necessidade premente de não se executar a pena de prisão em regime fechado para os devedores de pensão alimentícia é a garantia de não contaminar a população já em cumprimento de prisão. Atualmente, o projeto aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Ou seja, ainda que tenha como principal objetivo garantir o cumprimento da obrigação alimentícia e visa o bem dos dependentes, a prisão civil incide com 2 FROTA apud Alexandre. Projeto prevê prisão domiciliar para devedor de alimentos durante pandemia: Câmara dos Deputados, 2021. 12 a coerção uma pressão psicológica sobre uma situação que, devido as consequências negativas da pandemia, não há uma solução viável, criando um ambiente onde sua função coerciva se torna punitiva e que não resolve o problema da falta de condições para quitar a dívida alimentícia. Em suma, a prisão civil não atinge a sociedade de forma correta, sendo um meio que causa medo e pressão no devedor e ineficaz quanto ao que tenta resolver, não dando uma resposta definitiva as dificuldades que os dependentes estão passando nesse momento. 2.4 PANDEMIA A pandemia da COVID-19, que veio de uma epidemia na cidade de Wuhan, na China, causou um impacto imenso no mundo no início de 2020. No Brasil, como o número de pessoas que contraíram a doença e mortes decorrentes dela aumentaram a partir de março do mesmo ano, forçou o Judiciário a resolver esta difícil situação e tentar conter os estragos que vieram e viriam a ocorrer. Nesse sentido, o Congresso Nacional decretou uma nova lei de caráter transitório e emergencial para lidar e ditar as instruções de como determinadas ações e relações do direito privado deveram funcionar enquanto ela perdurar, a lei 14.010/20, como está escrito no seu artigo 1 “Esta Lei institui normas de caráter transitório e emergencial para a regulação de relações jurídicas de Direito Privado em virtude da pandemia do coronavírus (Covid-19).” (Brasil, 2020). Dentre todos os artigos descritos, a prisão civil é contemplada e sofreu modificações pelo artigo 15, da lei 14.010/2020, com diz: Art. 15. Até 30 de outubro de 2020, a prisão civil por dívida alimentícia, prevista no art. 528, § 3º e seguintes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), deverá ser cumprida exclusivamente sob a modalidade domiciliar, sem prejuízo da exigibilidade das respectivas obrigações. Junto a essa lei, o Conselho Nacional de Justiça publicou a Recomendação Nº 62 de 17/03/2020 que diz “Recomenda aos tribunais e magistrados a adoção de medidas preventivas à propagação da infecção pelo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art528%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art528%A73 13 novo coronavírus – Covid-19 no âmbito dos sistemas de justiça penal e socioeducativo.”. Ou seja, a prisão civil, temporariamente, foi flexibilizada e não podia mais prender devedores de alimentos em regime fechado, mas sim em regime domiciliar. Isso foi um modo para evitar o contágio de mais pessoas pelo vírus. Isso teve validade até março de 2021, ainda que no artigo 15 mostre que deveria ter perdido sua validade no dia 30 de outubro de 2020. De uma certa forma, houve uma medida alternativa a prisão por decorrência das dívidas, já que segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, por causa dos efeitos negativos da pandemia no Brasil, mais de 15,2 milhões de habitantes perderam seus empregos. Devido a isso, a pensão alimentícia de diversas famílias também sofreu, não apenas por negligência parental ou situações similares, mas por causa de pessoas que até conseguiam pagar, mas após essa calamidade não conseguem mais providenciar um sustento mínimo para seus filhos.No mês de dezembro de 2021, após uma estabilidade da pandemia, aumento do número de pessoas que tomaram vacinas, diminuição de mortes e novos casos envolvendo contaminação do vírus, a terceira turma do Superior Tribunal de Justiça começou a retomar a prisão civil em regime fechado. O principal motivo foi pela proteção dos interesses das crianças e dos adolescentes pois de acordo com o ministro Moura Ribeiro “É importante retomar o uso da medida coativa da prisão civil, que se mostra, sem dúvida nenhuma, um instrumento eficaz para obrigar o devedor de alimentos a adimplir com as obrigações assumidas" 3. De acordo com o ministro, as medidas que a Justiça tomou durante a pandemia não se mostraram capazes de resolver a situação no decorrer de sua vigência. Outra alteração realizada sobre a prisão civil foi feita pela 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, onde deram provimento para que outras formas de cumprimento de sentença sem haver a necessidade da prisão civil, ficando a escolha do credor a forma com que deseja buscar o seu crédito por outros meios, como expropriação patrimonial, desconto na folha de pagamento e até se achar necessário utilizar a tornozeleira 3 RIBEIRO apud Moura. STJ: Melhora da pandemia permite regime fechado por dívida alimentícia. 2021. 14 eletrônica. Também há a possibilidade de o credor pedir novamente a prisão quando terminar a excepcionalidade do período da pandemia. Além disso, a ministra do Supremo Tribunal Federal Nancy Andrighi 4 compreendeu que a flexibilização é necessária nesse período conturbado. A ministra também determinou a intimação do credor para indicar sua escolha da aplicação, podendo ser cumulativa e combinada, de quaisquer medidas previstas no artigo 139, inciso IV do Código do Processo Civil que diz: Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; Ou seja, a prisão civil sofreu uma flexibilização com o objetivo de evitar o aumento no número de contaminações e mortes. De forma temporária, ela afastou a prisão em regime fechado na sua única possibilidade de aplicação para dar lugar a outras formas para cumprir a sentença e dar quitação de seu débito alimentar. 2.5 DISCUSSÕES O ordenamento jurídico brasileiro ainda considera a prisão civil como uma obrigação passível de prisão, embora haja divergências dentro dele se esta medida é necessária ou eficaz no direito brasileiro. Aqueles que defendem sua substituição afirmam que a medida em si é ineficaz, visto que o resultado que decorre dela nem sempre é o esperado e acaba se contradizendo quanto ao que é em essência. Por exemplo, a prisão civil não possui caráter punitivo, mas sim coercivo ao obrigar o devedor cumprir sua obrigação de alimentos. 4 ANDRIGHI apud Nancy. Habeas Corpus nº 645.640/SC. 3ª Turma do STJ. 2021 15 Porém, principalmente durante essa época de calamidade pública e enfraquecimento da economia mundial e, sobretudo, a economia brasileira, muitas pessoas perderam seus empregos. Devido a isso, as pensões daqueles que tinham condições de pagar acabaram sendo afetadas e, aliado a isso, como inúmeras empresas tiveram seus lucros diminuídos por implementar várias regras de saúde e arcar com custas extras, o resultado foi que pessoas foram demitidas e, por causa de um já crescente volume de desempregados no Brasil, as ofertas de emprego se tornaram mais concorridas. Nesse cenário, um pai que não consegue arcar às custas da pensão pela demissão decorrente da pandemia terá muitas dificuldades para realizar um acordo com a família que precisa da pensão, sendo cada caso concreto bem diferente de cada um. E, no final, a prisão civil pode ser decretada depois de três prestações ajuizadas, de acordo com a súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça. Outro ponto a destacar são os custos altos que o estado precisa gastar para manter um preso no Brasil. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, em uma análise feita diz que, em média, um preso custa R$ 1,8 mil reais por mês no sistema carcerário brasileiro, levando em conta que a pena varia de um a três meses de prisão para o devedor de alimentos provisórios e definitivos ou até sessenta dias se for pelo artigo 19 da Lei 5.478/68 pelo devedor de alimentos provisionais, por interpretação integrativa. Em suma, uma pessoa presa por dívida alimentar pode custar R$ 1,8 mil reais até R$ 5,4 mil reais por mês, sendo que após a pandemia a dívida pública brasileira teve um salto de 27,2% entre os anos de 2019 e 2021, totalizando 82% em proporção ao PIB. E ainda tem a questão dos direitos, pois a própria essência da prisão civil está ligada ao fato da medida ser coerciva, ou seja, uma obrigação imposta e um medo que é criado ao devedor para que cumpra a sua obrigação. Em outras palavras, o ordenamento, indiretamente, cria uma pressão psicológica que serve para coagir e garantir sua eficácia, pois a necessidade que tantos legisladores defendem para que ela seja preservada decorre de que os filhos são completamente vulneráveis e por isso a coerção deve existir. 16 Segundo Waldyr Grisard Filho 5: Prisão civil quando admitida por lei, como é o caso da dívida de alimentos, não é pena, mas funciona como meio coercitivo para compelir o devedor ao adimplemento da prestação. Não significa punição, mas mecanismo de pressão psicológica do devedor, pois, uma vez paga a prestação, a prisão será levantada. Ainda que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, com ajuda da Emenda Constitucional nº 45/04 e a Súmula Vinculante nº 25, ilegalizou a prisão civil do depositário infiel, o inadimplemento da obrigação alimentar continuou. Muitos tentam modificar isso ao tentar encontrar soluções mais eficientes para a questão. Por exemplo, a relatora ministra Nancy Andrighi 6, através do HC nº 645.640/SC, em uma situação parecida, optou por, mesmo que o artigo 15 da lei 14.010/20 tenha perdido a validade, deixar o credor decidir se é mais vantajoso o devedor ficar em prisão domiciliar ou em regime fechado. Outras opções são o desconto na folha de pagamento, prisão domiciliar deixando o devedor sair apenas para trabalhar e coisas relacionadas a seu sustento, o desconto no seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, a penhora de seus bens entre outros. Entretanto, um dos motivos de defenderem a permanência da prisão civil é a própria pressão psicológica, visto que isso constitui um meio mais rígido e mais eficaz para garantir que a obrigação seja cumprida. Outro dos motivos é que a preocupação maior para a certeza do cumprimento dessa obrigação é com a pessoa dependente da pensão alimentícia para sobreviver. Nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves 7: 5 FILHO apud Waldyr Grisard. O Futuro da Prisão Civil do Devedor de Alimentos: Caminhos e Alternativas. IBDFAM, 2009, p. 6. 6 Ibid, HC nº 645.640/SC, 3ª Turma do STJ, 2021. 7 GONÇALVES apud Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Ed. 9, 2012, p. 498. 17 O vocábulo “alimentos” tem, todavia, conotação muito mais ampla do que na linguagem comum, não se limitando ao necessário para o sustento de uma pessoa. Nele se compreende não só a obrigação de prestá-los, como também o conteúdo da obrigação a ser prestada. A aludida expressão tem, no campo do direito, uma concepção técnica de larga abrangência, compreendendo não só o indispensável ao sustento, como também o necessário à manutenção da condiçãosocial e moral do alimentando. Em suma, as discussões sobre a permanência da prisão civil se concentram sobre sua aplicação de modo, mesmo indiretamente, coercivo e pelo fato de haver dúvidas sobre sua eficácia, se realmente consegue resolver os problemas de pensão alimentícia pela imposição de uma pressão psicológico ou é necessário alguma nova medida ou restrição para solucionar a questão. 3. CONCLUSÃO Em suma, o trabalho trouxe diversas informações a respeito da prisão civil. Como uma medida extrema, ela se usa da coerção para que busque a efetivação da obrigação, sendo exclusivamente utilizada para os casos que envolvem o devedor de alimentos. No século 21, ela é uma medida bastante utilizada, sendo pelo crescimento de casais separados e geração de filhos, bem como muitos acreditam ser uma medida mais rápido para se lidar com o caso. Com o surgimento do COVID-19 e a pandemia instaurada, a prisão civil sofreu mudanças em sua composição, passando para a prisão domiciliar, de modo a conter a contaminação. E com a perda massiva de empregos, ela acaba sendo mais procurada que antes, o que aquece as discussões a respeito de sua efetividade, se ela precisa do caráter coercivo e sem isso, a prisão civil é ineficaz ou se pode adotar medidas alternativas para ter uma solução mais real para os dependentes da pensão alimentícia. A relevância se deu pelo estado de calamidade pública instaurado no Brasil, visto que a perda massiva em massa apenas adicionou muitos pais que não conseguem prover para seus dependentes, resultando em mais espaços onde a prisão civil poderá ser aplicada. Entretanto, isso não se dá por negligência paterna, mas sim pela inaptidão de se conseguir prover sem um emprego 18 disponível pela alta demanda e pouca oferta e os dependentes serem os mais afetados por causa disso. Os resultados obtidos foram que a prisão civil, como um todo, tenta buscar uma solução certa para um problema real na sociedade, pois visa proteger os dependentes de pensão alimentícia, que podem ser menores de 18 anos ou incapazes de contemplar a vida pública de maneira efetiva. A problemática da questão é que ela não tende a ser muito prática em questão de resultados reais, já que a prisão do devedor não auxilia para dar alimentos aos dependentes, que são os mais vulneráveis e o centro da questão. Em síntese, a essência da prisão civil é boa, mas sua aplicação não consegue resolver o problema de modo geral. As soluções para resolver a questão seria a substituição da prisão civil do ordenamento jurídico e a adoção de medidas alternativas que visam alcançar resultados mais reais e práticos para a quitação da dívida. O desconto na folha de pagamento é uma boa opção, a penhora de certos bens e o desconto no FGTS também são ótimas formas de solução. Todavia, o caráter coercivo não deveria ser descartado, mas amenizado e transformado em outra coisa. A prisão domiciliar é uma ótima medida, sendo a saída de casa unicamente para trabalhar e alguma necessidade básica ou urgente. Outra opção é a adoção de uma espécie de trabalho comunitário ou desempenhar alguma tarefa no qual o lucro total é direcionado para a pensão alimentícia do dependente é uma boa solução, sendo criado e supervisionado pelo governo. O inadimplemento da obrigação alimentar é um assunto extremamente sério, pois os atingidos são filhos que precisam de um mínimo para sobreviver e estudar para terem um bom futuro, sendo prioridade existir uma medida forte, mas que cause resultados positivos e concretos na sociedade brasileira. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Anderson. Pensão alimentícia não paga durante a pandemia. Monitor Mercantil, 2022. 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