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UFRRJ – Instituto de Química – Departamento de Química Fundamental Disciplina: Química Inorgânica I (IC618) – T01 – 1o Semestre de 2023 Professor: Gustavo Bezerra da Silva Lista de Exercícios 6 Teoria dos orbitais moleculares (TOM): moléculas diatômicas 1 – Faça um comparativo entre a teoria de liga- ção de valência (TLV) e a teoria dos orbitais moleculares (TOM), mostrando suas seme- lhanças e diferenças 2 – Use a TLV para descrever a ligação nas moléculas diatômicas Li2, B2 e C2. Dados experimentais mostram que Li2 e B2 são dia- magnéticos enquanto C2 é paramagnético. O modelo TLV é consistente com esses dados? Explique. 3 – Esboce os diagramas de orbitais molecula- res para determinar o número de elétrons desemparelhados em: a) O2– b) O2+ c) BN d) NO– 4 – Utilizando os diagramas de orbitais mole- culares, escreva as configurações eletrônicas para: (a) Be2; (b) B2, (c) C2– e (d) F2+, e faça um esboço dos orbitais HOMO e LUMO. 5 – Quais são as variações esperadas na ordem de ligação e na distância de ligação que acom- panham os seguintes processos de ionização? a) O2 → O2+ + 1e– b) N2 + 1e– → N2– c) NO → NO+ + 1e– 6 – Use a teoria do orbital molecular para ex- plicar por que a molécula He2 é desconhecida. Porém, o íon He2+ pode ser observado. Faça uma previsão a respeito da estabilidade das seguintes moléculas He22+ e H22– com respeito à dissociação. 7 – O íon molecular hidrogênio H2+ pode ser detectado espectroscopicamente. Escreva a configuração eletrônica do íon em termos de orbitais moleculares. Qual é a ordem de liga- ção do íon? A ligação hidrogênio-hidrogênio é mais forte ou mais fraca no H2+ em relação ao H2? 8 – Arranje as seguintes moléculas conforme o aumento da ordem de ligação O2+, O2, O2– e O22–, para isso use o diagrama de orbitais mole- culares para moléculas diatômicas homonu- cleares apropriado, quais espécies são para- magnéticas e quais são diamagnéticas. 9 – De acordo com a TOM, preveja o composto com menor distância de ligação e justifique: a) Li2+ e Li2; b) F2+ e F2; c) He2+, HHe+ e H2+. 10 – Utilizando orbitais moleculares, preveja o composto com a ligação mais fraca e justifique: a) P2, S2 e Cl2; b) S2+, S2 e S2–; c) NO–, NO e NO+. 11 – Compare as ligações em O22–, O2– e O2. Utilize as estruturas de Lewis, as estruturas dos orbitais moleculares, distâncias de ligação e forças de ligação na sua discussão. 12 – Considere a superposição entre um orbital atômico 3dxy sobre um átomo A e um orbital 2p sobre um átomo B, considere o eixo x como o eixo da ligação. Esboce graficamente se é possível ocorrer interação com algum dos orbi- tais 2p (px, py ou pz). Se for possível ocorrer interação classifique que o orbital resultante como ou . Faça a mesma análise utilizando o orbital dx2–y2. 13 – Explique o que significa integral de superposição S(R) entre dois OAs. Também explique por que essa unidade tende a zero para grandes distâncias entre os dois OAs. Que diferenças são esperadas no S(R) entre dois orbitais 1s e dois 2s. Abaixo está apresentada a integral de superposição entre dois orbitais 2p. Explique a forma dessas curvas. 14 – Considere o íon cianeto (CN–) e o seu dia- grama de orbitais moleculares: a) Construa um diagrama de energia de OMs qualitativo mostrando as interações entre os OAs e os OMs resultantes dessas interações; b) Qual a ordem de ligação e o no de elétrons desemparelhados na molécula de CN–? c) Qual orbital molecular do CN– você espe- raria que interagisse mais fortemente com o or- bital atômico 1s do hidrogênio para formar a ligação H–C na reação: CN– + H+ → HCN? Explique. 15 – O íon hipofluorito (OF–) é observado com bastante dificuldade. a) Construa um diagrama de energia de OMs qualitativo mostrando as interações entre os OAs e os OMs resultantes dessas interações; b) Qual a ordem de ligação e o no de elétrons desemparelhados na molécula de OF–? c) Qual a posição mais provável para se adicio- nar um íon H+ ao íon OF–? Explique. 16 – Construa o diagrama de energia para o BeH. Baseado no seu diagrama, você espera que a molécula seja estável em relação à dissociação em átomos. Use o diagrama para prever outras propriedades. Gabarito: 1) Teoria (tente pensar sua resposta em termos do embasamento teórico da TLV e no que consiste e depois compare-o com a TOM) 2) A TLV se baseia em ligações formadas entre átomos com elétrons desemparelhados. Sendo assim, o Li2 e B2 deveriam fazer uma ligação simples e o C2 uma ligação dupla (basta obser- var as estruturas de Lewis e as configurações de valência dos átomos). Portanto, todas as moléculas deveriam ser diamagnéticas, o que vai de encontro aos dados experimentais. Portanto, a TLV não é consistente para expli- car o magnetismo de moléculas diatômicas homonucleares. 3) Diagramas de OMs: a) O2– Possui um elétron desemparelhado b) O2+ Possui um elétron desemparelhado c) BN Não possui elétrons desemparelhados d) NO– Possui dois elétrons desemparelhados 3su* 3sg 2p (O) 2p (O) 2su* 2sg 2s (O) 2s (O) 1pu 1pg* 3su* 3sg 2p (O) 2p (O) 2su* 2sg 2s (O) 2s (O) 1pu 1pg* 6s 5s 2p (B) 2p (N) 4s 3s 2s (B) 2s (N) 2p 1p 6s 5s 2p (N) 2p (O) 4s 3s 2s (N) 2s (O) 2p 1p 4) a) Be2: configuração eletrônica = kk (2g)2 (2u*)2 orbitais de fronteira: ou HOMO 2u* LUMO 1u b) B2: configuração eletrônica = kk (2g)2 (2u*)2 (1u)2 orbitais de fronteira: ou HOMO 1u LUMO c) C2–: configuração eletrônica = kk (2g)2 (2u*)2 (1u)4 (3g)1 orbitais de fronteira: ou HOMO 3g LUMO 1g* d) F2+: configuração eletrônica = kk (2g)2 (2u*)2 (3g)2 (1u)4 (1g*)3 orbitais de fronteira: ou HOMO 1g* LUMO 3u* 5) a) Ocorre um aumento na ordem de ligação e com isso o comprimento de ligação diminui; b) Ocorre uma diminuição na ordem de ligação e com isso o comprimento de ligação aumenta; c) Ocorre um aumento na ordem de ligação e com isso o comprimento de ligação diminui. 6) A molécula de He2 tem ordem de ligação nula e seu OM antiligante é desestabilizado numa maior magnitude que o seu respectivo OM ligante é estabilizado. Como o OM antiligante é povoado, ele desfavorece a ligação química e é mais estável existir He monoatômico do que ligado. Já o He2+ existe, pois sua ordem de ligação é fracionária e o OM antiligante não é totalmente povoado ainda que seja uma íon molecular instável. O He22+ é isoeletrônico ao H2 e, portanto, só possui densidade eletrônica em OM ligantes, o que eleva a ordem de ligação e a sua força. Tornando este íon molecular bem mais estável quando se pensa em termos de dissociação. O He22– é isoeletrônico ao Li2 e, portanto, só possui densidade eletrônica em OM ligantes, o que elevaria a sua ordem de ligação e a sua força. Porém vale ressaltar que a carga nuclear efetiva sobre esses orbitais de valência é menor no He do que no Li, o que dificulta a estabilidade desse íons molecular tornando-o menos estável quando se pensa em termos de dissociação. 7) Configuração eletrônica = (1g)1; ordem de ligação = ½; a ligação é mais fraca no H2+ que no H2 devido à sua menor ordem de ligação e, portanto, menor força de ligação. 8) Ordem de ligação: O22– < O2– < O2 < O2+ Espécies paramagnéticas = O2+, O2 e O2– Espécies diamagnéticas = O22– 9) a) Li2 b) F2+ c) HHe+ Em todos os casos os menores comprimentos de ligação são observados justamente nos sistemasque apresentam maior ordem de ligação e, portanto, maior força de ligação. Essa ordem é diretamente proporcional à presença de densidade eletrônica em OM ligantes e a ausência ou pouco densidade em OM antiligantes. 10) a) Cl2 b) S2– c) NO– Em todos os casos as ligações mais fracas são observadas justamente nos sistemas que apresentam menores ordens de ligação. Essa menor ordem de ligação está associada à presença de densidade eletrônica em OM antiligantes, que desfavorecem a ligação química, enfraquecendo-a. 11) Utilizando a TOM, podemos observar que à medida que o O2 é reduzido, as suas ligações vão ficando mais fracas e, portanto, os seus comprimentos de ligação O–O aumentam. Este fenômeno se correlaciona com a diminuição na ordem de ligação, já que ao O2 receber elétrons, estes passam a estar presentes em OM antiligantes. Portanto, a presença de uma maior densidade eletrônica nestes orbitais leva a um enfraquecimento da ligação química. Todas as moléculas citadas possuem com orbitais de fronteira: ou HOMO 1g* LUMO 3u* As estruturas de Lewis também mostram que a molécula de O2 possui uma ligação mais forte que as demais, porém o comportamento magnético de O2 não é previsto pelas estruturas: 12) Considerando a interação entre os orbitais 2p e o orbital 3dxy, somente haverá super- posição efetiva com o orbital 2py. As interações com os orbitais 2pz e 2px, não são permitidas por simetria: Interação com o orbital 2px (não há superposição) Interação com o orbital 2py (superposição efetiva) O orbital gerado é do tipo , pois um giro de 180o ao longo do eixo da ligação leva a uma inversão nos sinais das funções de onda. Considerando a interação entre os orbitais 2p e o orbital 3dx2–y2, somente haverá superposição efetiva com o orbital 2px. As interações com os orbitais 2pz e 2py, não são permitidas por simetria: O O O O O O x y A B x y A B Interação com o orbital 2py (não há superposição) Interação com o orbital 2px (superposição efetiva) O orbital gerado é do tipo , pois um giro de 180o ao longo do eixo da ligação mantém os sinais das funções de onda inalterados. 13) É o termo que descreve a região de interpenetração efetiva entre as OAs ao gerarem os novos OMs. Essa superposição é mais efetiva quando os núcleos dos átomos se aproximam. À medida que os núcleos estão mais afastados essa integral de superposição tende a zero. Como os orbitais 1s estão mais próximos do núcleo que os orbitais 2s, para que haja um valor alto de S(R), os núcleos precisam estar mais próximos do que na superposição entre dois orbitais 2s, que possuem maior tamanho. Comparando as curvas apresentadas na questão, podemos ver que para a interação entre 2 orbitais p perpendiculares ao eixo de ligação, o sinal da integral se mantém constante, pois por mais que os orbitais se aproximem ou se afastem, eles estão sempre interagindo entre si com os mesmos sinais de função de onda, p. ex., acima do eixo o sinal é positivo e abaixo é negativo. Porém, quando observamos a interação entre os orbitais p ao longo do eixo da ligação, à medida que eles se aproximam, interferências destrutivas come- çam a acontecer ao ponto inclusive de haver uma inversão no sinal da integral de superposição. 14) a) Diagrama de OM: b) O.L. = 3 Nenhum elétron desemparelhado c) O orbital HOMO 5 15) a) Diagrama de OM: b) O.L. = 1 Nenhum elétron desemparelhado c) No O 16) Diagrama de OM: O.L. = ½ Molécula paramagnética x y A B x y A B 6s 5s 2p (C) 2p (N) 4s 3s 2s (C) 2s (N) 2p 1p 6s 5s 2p (O) 2p (F) 4s 3s 2s (O) 2s (F) 1p 2p 3s 2s 2s (Be) 1s (H)
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