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Secreções do Sistema Digestório → Balanço de volume líquido no TGI → O TGI tem como função transportar água, eletrólitos e nutrientes do meio externo (lúmen) para o meio interno → Para esse transporte acontecer, ele precisa exercer 4 processos: digestão, absorção, secreção e motilidade. → Adentra o conteúdo do TGI 9 litros de conteúdo diariamente, 2 litros entra pela boca e 7 litros são secretados pelas células epiteliais do estômago e intestino. O que é secretado basicamente é muco, enzimas na sua forma ativa ou não, água e de eletrólitos SALIVA → A saliva é secretada em sua maior parte pelas glândulas salivares maiores (parótida, submandibular e sublingual) e menores que ficam dispostas por toda a cavidade oral Composição x função: → Auxilia no processo para percepção dos nutrientes pela papila gustativa → Proteção (antibacteriana – lisozima, imunoglobulinas, lactoferrina) → Lubricação (mucina e água) → Digestão (H2O e íons; amilase e lipase lingual) → Função de limpar regiões entre os dentes onde os alimentos acabam permanecendo, → Certa capacidade tamponante: secreção alcalina para evitar a acidez da fermentação bacteriana de alguns alimentos → Glândula parótida: secreção serosa, com grande concentração enzimática, sendo a principal a alfa amilase salivar, a ptialina. → Glândula sublingual: predominantemente mucosa, ou seja, secreta apenas muco que auxilia na lubrificação (proteção) → Glândula submandibular: parcialmente serosa e parcialmente mucosa, tendo tanto quantidade de enzima como de muco → As glândulas são tubuloacinares (secreção que se inicia nos ácinos e é modificada quando passa pelos ductos) → A saliva primária, produzida nos ácinos, é uma solução isotônica em relação ao plasma, mas quando ela passa por todos os ductos, ela se torna sempre uma solução que é hipotônica em relação ao plasma. → Para que a saliva chegue na cavidade oral ela precisa passar pelos ductos, tendo uma modificação da composição, principalmente a nível de eletrólitos (intensa reabsorção de sódio e secreção de potássio e intensa secreção de bicarbonato com intensa reabsorção de cloreto) → diminuição de íons sódio e íons cloreto, e aumento de potássio e bicarbonato (secreção secundária) que é hipotônica em relação ao plasma. → A concentração de sódio e cloreto é menor na saliva em relação ao plasma pois foi reabsorvido, enquanto as concentrações de bicarbonato e de potássio são maiores → A secreção é regulada pelo sistema nervoso autônomo, → O parassimpático refere-se ao início e manutenção da secreção salivar, mas o simpático também tem uma atuação → Estímulos na cavidade oral → ativa mecanorreceptores e quimiorreceptores → informações aferentes para os núcleos salivares superior e inferior localizados entre o bulbo e a ponte → efêrencias → voltam para as glândulas → aumento da secreção → Parassimpático via nervo facial e glossofaríngeo → liberação de acetilcolina em receptores muscarínicos (células acinares) estimulando secreção salivar primária → Parassimpático → substância P e peptídeo intestinal vasoativo → vasodilatação → secreção pelas células acinares. → Fase cefálica da salivação: vemos ou sentimos um cheiro de um alimento, essa salivação que vem de centros superiores, principalmente de regiões da amigdala → Simpático (T1, T2 e T3) inicialmente → estimula secreção salivar → noradrenalina (receptor adrenérgico β1 – aumenta a secreção por células mioepiteliais e a1 – potencializa o efeito da acetilcolina) → A atividade do simpático é bifásica, quando potencializamos e mantemos essa atividade simpática, reduzimos secreção salivar → Simpático → vasoconstrição → saliva mais viscosa (glândulas salivares dependem do aumento do fluxo sanguíneo) A própria secreção acinar libera calicreína que é capaz de catalisar, de converter, a alfa-2-globulina em bradicinina que é um potente vasodilatador ESTÔMAGO → Na cárdia tem apenas secreção de muco, secreção de muco para proteger a acidez, tentando evitar um refluxo para o esôfago → No corpo do estômago é onde temos a maior quantidade de glândulas que são heterocelulares • Célula mucosa superficial: secreta muco • Célula mucosa do pescoço: responsável por secretar muco mas com função diferente do muco anterior • Célula regenerativa: escoriação das células mucosas sobem para controlar a escoriação das células mucosas • Célula parietal ou oxíntica: secreta ácido clorídrico e fator intrínseco, a substância essencial do estômago (absorção de vit B12) • Célula principal: secreta pepsinogênio que vai ser convertido a pepsina • Célula endócrina: se divide em célula G que libera gastrina e célula D que libera somatostatina → Na região antro-pilórica tem uma intensa secreção de muco associada a células endócrinas, célula G, célula D Barreira muco-bicarbonato da mucosa gástrica → Glicoproteínas mucina: Muco insolúvel ou visível (pode atingir até 2 mm de espessura) – secreção feita pela célula mucosa superficial Muco solúvel – secreção feita pelas células mucosas do pescoço (é esse muco que vai se misturar ao quimo) → Íons bicarbonato → Água Secreção de HCl → Suco gástrico: principalmente ácido clorídrico secretado pelas células parietais → CO2 reage com a água em meio a anidrase carbônica → ácido carbônico → se dissocia em hidrogênio e bicarbonato → Células parietais: quando ativadas, se abrem em microvilos que facilitam a formação de canalículos, e potencializa a atividade da bomba hidrogênio-potássio-ATPase, mandando hidrogênio para o lúmen e trazendo potássio para dentro da célula. → Ao mesmo tempo o bicarbonato formado precisa ser liberado pela membrana basolateral, em um trocador com o cloreto, e esse bicarbonato no sangue venoso gera uma alcalinidade pós-prandial → 1 a 3L/dia – pH até 0,8 → Com quimo pH 1,8 a 4 Regulação da liberação de HCl → Acetilcolina - comunicação via nervo vago, se liga em receptores muscarínicos tipo 3 nas células parietais → Gastrina - ativação da célula G, se liga em receptores de CCK-B na membrana basolateral da célula parietal estimulando produção de ácido clorídrico. → Histamina (estímulo mais potente) - a partir das células enterocromafins da lâmina própria, atua como uma substância parácrina se ligando em receptores H2 e por isso potencializando liberação de ácido clorídrico → Acetilcolina e gastrina: atuam por um mesmo meio de segundos mensageiros, fosforilando IP3 e diacilglicerol, e aumentando níveis de cálcio intracelular → Histamina: relacionados a proteína Gs, aumentando atividade de AMPc e consequentemente liberando ácido clorídrico. → Estímulos inibitórios: liberação de somatostatina (liberada pela célula D endócrina, e acaba inibindo secreção de ácido clorídrico por ativar proteína Gi), prostaglandinas e fator de crescimento epitelial → As células enterocromafins são estimuladas também por acetilcolina e por gastrina, então potencializa a liberação de histamina, consequentemente mais histamina se liga nos receptores H2 e mais estimulo para liberação de ácido clorídrico Fases da Secreção gástrica → FASES: cefálica, gástrica e intestinal 1. Fase cefálica → Relacionada com a visão e o olfato de alimentos e rapidamente inicia a salivação e secreção gástrica → Ocorre via nervo vago - estimula a célula parietal através da liberação da acetilcolina → Celulas enterocromafins: Histamina Peptídeo liberador de gastrina: Gastrina (célula G) → Apenas 30% da produção ácida acontece na fase cefálica 2. Fase gástrica → Ocorre quando o alimento chega ao estômago → Ativação de mecanorreceptores e quimiorreceptores que potencializam a atividade do parassimpático → Grande atividade da célula parietal→ liberação direta de acetilcolina, liberação de gastrina pela célula G (estimulada pelo peptídeo liberador de gastrina e pela presença de nutrientes), estimula a liberação de histamina pelas células enterocromafins → potencializa a síntese de HCl → Distensão da parede do estômago (sensores de estiramento / químicos) → Reflexos nervosos e hormonais (alças de retroalimentação) → Estimulo intenso da secreção gástrica → Função: aumentar secreção iniciada pela fase cefálica, homogeneizar e acidificar o quimo e iniciar a digestão de proteínas pela pepsina (liberação de pepsinogênio pela célula principal) 3. Fase Intestinal/Entérica → Quimo está saindo do estomago e sendo esvaziado no duodeno, e acaba estimulando uma quantidade de célula G a liberar gastrina, e por isso ainda tem cerca de 10% de secreção gástrica no início dessa fase → O restante para fase intestinal é toda inibitória, pois é preciso controlar o esvaziamento gástrico → Esse controle é feito a partir da estimulação das células epiteliais das criptas de Lieberkühn, que secretam: • Secretina: células S do duodeno e do jejuno, e dentre outras funções tem a função de inibir a secreção gástrica exatamente para controlar o quimo • Somatostatina: células D e tem função inibitória, diminuindo, secreção gástrica. • Colecistocinina: célula I do duodeno e do jejuno que, dentre outras funções, como contração de vesícula biliar, secreção de ácinos pancreáticos, tem função de inibição da secreção gástrica. • Peptídeo inibidor gástrico (GIP): substância que vai inativar a liberação de gastrina → Distensão ou irritação da parede do duodeno → Reflexo Nervoso → Presença do alimento no duodeno (ácido; gorduras; proteínas; líquidos hiper/hiposmóticos) → Reflexo Hormonal Controle intestinal sobre a função gástrica → Bolo alimentar estimula a secreção ácida, pepsina, lipase – início digestão de proteínas → Essa secreção ácida precisa passar do estomago para o duodeno, mas passando, alguns estímulos o afeta: • Acidez estimula secretina (inibe, por mecanismo de retroalimentação negativa, a secreção ácida) • Gordura do quimo estimula CCK, que tem a capacidade de inibir secreção ácida e motilidade gástrica. • Presença de carboidratos estimula peptídeo inibidor gástrico • Uma solução hiperosmótica estimula uma célula endócrina a liberar enterogastrona, que inibe secreção gástrica → Por essas razões, deve haver o controle da velocidade que o quimo sai do estômago e chega no duodeno INTESTINO DELGADO → Glândulas de Brunner: depressões que acometem principalmente a primeira porção do duodeno • Ricas em células caliciformes • Secretam grande quantidade de muco → proteção da parede duodenal e alcalinizar o quimo pois secreções do pâncreas dependem de um pH alcalino para exercer sua função • Abundantes na porção inicial do duodeno → ESTIMULOS: • Distensão da parede do duodeno (sensores de estiramento) • Estímulos táteis e químicos (quimio sensores na camada mucosa e submucosa) • Estímulo vagal parassimpático (acetilcolina) • Secretina (células das Criptas de Lieberkühn do próprio intestino - depressões que ficam ao redor das vilosidades) Criptas de Lieberkühn secretam: Lizosimas e imunoglobulinas (defesa antimicrobiana), Água na luz intestinal, CCK, secretina e GIP, Enzimas de borda em escova (degradação de proteínas): dissacaridases (microvilosidades); já as enteropeptidases (tornar o zimogênios inativos em ativos no duodeno) → INIBIÇÃO: • Estímulo adrenérgico simpático (norepinefrina) PÂNCREAS → A maior secreção que chega no duodeno vem do pâncreas. → 1 a 2L/dia → HCO3- (pH 7 a 8) → O pâncreas exócrino é responsável por secretar, através de seus ácinos, as enzimas capazes de degradar todas as macromoléculas – Proteases, Amilase e lipase, Bicarbonato Quando são proteolíticas estão na forma de zimogênio (inativas) Tripsinogênio (principal) chega no duodeno → ativado pela enteroquinase → forma tripsina (ativada) → ativa outras → Secreção de íons Bicarbonato: células dos ductos CO2 reage com a água em meio a anidrase carbônica → ácido carbônico → dissocia em hidrogênio e bicarbonato → bicarbonato é trocado pelo cloreto na membrana luminal; hidrogênio vai para a membrana basolateral → o sódio e a água vem via paracelular → formando o bicarbonato de sódio Regulação da secreção pancreática 1. Acetilcolina: via nervo vago → estimula a secreção acinar → receptores muscarínicos tipo 3 2. Colecistocinina: liberada por células I do duodeno → meio a gordura → estimula secreção acinar 3. Secretina: liberada pela célula S → principal estimulo é o ácido que veio junto com o quimo do estômago Principal responsável por estimular a secreção de bicarbonato de sódio nos ductos Fases da secreção pancreática 1. Fase cefálica e gástrica Alimento ainda não chegou na forma de quimo no intestino 2. Fase intestinal; Quimo muito ácido → células S → liberam secretina → (1) gordura e proteínas do quimo estimulam a colocistocinina pelas células I → ativa as células acinares → secreta enzimas pancreáticas → (2) secretina estimula as células dos ductos a secretarem bicarbonato → solução pancreática → (3) potencializada via nervo vago → acetilcolina atua nas células acinares (estimulando secreção pancreática) como via peptídeo vasoativo intestinal nos ductos, estimulando bicarbonato FÍGADO → Bile que foi sintetizada pelos hepatócitos no fígado é composta principalmente por sais biliares, colesterol, bilirrubina, eletrólitos, é modificada nos canalículos biliares, atinge ductos hepático direito e esquerdo, e chega no ducto hepático comum → É armazenada na vesícula biliar via ducto cístico em períodos entre refeições → Na digestão, a bile é ejetada e atinge ducto biliar comum até chegar no duodeno pela abertura do esfíncter de Oddi → Função: Emulsificação de lipídios: aumenta a área de superfície, através dos sais biliares (moléculas anfipáticas), garantindo a emulsificação → carrear ácidos graxos próximos aos enterócitos para serem absorvidos Excreção de bilirrubina A bile, composta de sais biliares primários e secundários, precisa alcançar o duodeno para exercer essas funções Estímulos - Controle neuro-humoral da vesícula biliar → Bile entre refeições → armazenada na vesícula biliar → epitélio altamente absortivo → absorve água, sódio, cloreto, e não absorve sais biliares e colesterol → concentra a bile → Quimo chega no duodeno → estímulos para contrair a vesícula biliar e consequentemente permitir que a bile alcance o duodeno → Colecistocinina: bile emulsifica lipídio → estimula eferentes vagais → acetilcolina → contração da vesícula biliar e receptores muscarínicos tipo 3 → ação direta da colecistocinina em receptores de CCK-A → contração da vesícula → Relaxamento do esfíncter é feito pelo NO, peptídeo intestinal vasoativo e, pela colecistocinina potencializando esse efeito → bile lançada no duodeno → emulsifica lipídio → excreta bilirrubina → Bile é modificada conforme sua produção: além da colecistoquinina para contrair vesícula biliar, depende-se da secretina para aumentar bicarbonato → atua nos ductos biliares (colangeócitos) → mais alcalina → os sais biliares são agora reaproveitados através de transportadores no íleo Formação de cálculos biliares → A vesícula é o principal local de formação de cálculos biliares → formação dos sais biliares através do colesterol 1. Excesso de colesterol; 2. Inflamação do epitélio – permite a absorção de sais biliares e não de colesterol INTESTINO GROSSO → Criptas diferenciadas (criptas de Lieberkhün) – não apresentam vilos → Células caliciformes secretam muco alcalino contendoHCO3 – proteger e lubrificar esse conteúdo que vai se tornar o bolo fecal
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