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FERTILIDADE_DO_SOLO forragicultura

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FERTILIDADE DO SOLO
Prof. Dr. Danilo Chagas, MZO-UFF, danilochs@gmail.com
O solo do ponto de vista agronômico é uma mistura de materiais minerais e orgânicos da superfície da terra que serve de ambiente para o crescimento das plantas.
O solo como um fator de produção agrícola, possui duas características que revelam o seu valor agronômico: FERTILIDADE E PRODUTIVIDADE.
1. A FERTILIDADE de um solo refere-se à capacidade de um solo para fornecer nutrientes às plantas em quantidade adequadas e proporções convenientes. A fertilidade estuda o que o solo possui em dado momento e como esta condição pode interagir com o vegetal. Quais são os elementos químicos que são essenciais; como, quando e quanto poderá eles interagir com o vegetal; que limita sua disponibilidade e como corrigir deficiências e excessos (Dias & Alvarez, V. 1996). Segundo (LEPSCH et al. 1983) resultados de análises químicas de amostras de solos são difíceis de interpretar se não estiverem correlacionados com dados de produção de culturas, em condições de campo. A produção da cultura além das condições físicas e microbiológicas do solo, também deve considerar sua fertilidade. 
PRODUÇÃO = f(solo, clima, planta e manejo)
	MS(g)			LE
	 
 800	AQ
 600
 400 
	 0 10 20 30 40
	 P2O5(Kg/ha)
Fig. 1. Produção de matéria seca de capim colonião (Panicum maximum) em resposta à dose de fósforo em um Latossolo Vermelho-Escuro e Areia Quartizosa. 
	A figura 1 mostra que dois tipos de solos diferentes podem apresentar grandes variações em suas características morfológicas, físicas, químicas e composições mineralógicas, tornando-se difíceis análises químicas como indicadores da capacidade que determinados solos possuem como fornecedores de nutrientes as plantas.
· O que é um solo Fértil?
	Na concepção atual, um solo fértil tem que apresentar as seguintes condições:
· Os elementos químicos essenciais precisam estar em forma que permita sua absorção pelo vegetal;
· Os elementos precisam estar em quantidade tal que o efeito no vegetal seja positivo e a interações com os demais elementos seja sempre positivo;
· O elemento deverá estar em local que permita a absorção pelo vegetal;
· A quantidade do elemento à disposição do vegetal deverá ser adequada aos requerimentos das plantas durante o ciclo do vegetal.
	Como se vê, então, a fertilidade depende de um conjunto de condições para que o solo possa proporcionar o bom desenvolvimento das plantas cultivadas, tornando possível boas colheitas. 
· Critérios de Essencialidade
	Dos 92 elementos químicos encontrados na natureza (sem os isótopos) apenas 16 têm sido considerados essenciais ao crescimento vegetal. C, H, O N, P, K, Ca, MG, S, B, Cu, Mn, Zn, Mo, Fe e Cl. 
1. A sua deficiência impede que a planta complete o seu ciclo vegetativo
2. Tal deficiência é específica do elemento testado e só pode ser prevenida ou corrigida mediante seu fornecimento.
3. O elemento deve estar diretamente envolvido na nutrição da planta e sua ação não sendo conseqüência da correção eventual de condições químicas ou microbiológicas desfavorável do solo ou do meio de cultura. (o elemento pode estar limitando a absorção de outro elemento atingindo níveis tóxicos).
	EPSTEIN (1974) utiliza o primeiro critério de Arnon & Stout (1939) e adiciona mais um critério que é resumo dos dois últimos.
1. Na ausência de elemento, a planta não completa seu ciclo vital.
2. O elemento faz parte da molécula de um constituinte essencial à planta.
· Propriedades Físico-químicas do solo
	Um solo mineral, próximo à superfície, com condições físicas ótimas para o crescimento vegetal, apresenta, aproximadamente a seguinte composição volumétrica: 50% de espaço poroso, ocupados por partes iguais de água e ar, 45-48% de sólidos minerais e 2 a 5% de matéria orgânica. Constituindo a fase sólida de 50%, liquida 25% e gasosa 25%. 
	25% de Ar
	50% de poros	50% partículas
	sólidas
	25% de Agua 		
	2 a 5% M.O.
Figura 2. Composição volumétrica de um solo com boa estrutura (Murphy, 1980).
· Frações granulométricas do solo
	A fase sólida é constituída de agregados como partícula unitária, de tamanhos diferentes pertencentes a diferentes frações, cimentadas entre si, por matéria orgânica, oxida de ferro e alumínio e silício.	
	Argila
	Silte
	Areia m. fina
	Areia fina
	Areia média
	Areia grossa
	Areia m. grossa
	Cascalho
0 0,002 0,02 0,05 0,2 0,5 1 2	
· Sistema coloidal
	Nesse sistema é onde ocorrem as maiorias das reações físico-químicas e microbiológicas do solo. Ele é constituído por partículas diminutas, de tamanho coloidal, minerais orgânicas ou orgânico-minerais, como fase dispersa na solução (ou no ar) do solo, como meio de dispersão. 
· Propriedade de um sistema coloidal
1. Grande superfície especifica
Textura ou granulometria
Tipos de minerais de argila (caulinita 10 a 30 m2/g, oxFe 100 a 400m2/g)
Teor de matéria orgânica (± 700m2/g de solo)
2. Cargas elétricas
As argilas de um modo geral são eletronegativas, embora possa apresentar em menor número cargas positivas. 
3. Cinéticas
Movimento Browniano caracterizado pelo movimento brusco, irregular e em ziguezague de partículas individuais no meio de dispersão.
Movimento difusão que é uma conseqüência da migração de partículas de uma região de maior concentração para outra de menor concentração.
Movimento gravitacional, responsável pela sedimentação de partículas.
· Origem das cargas elétricas do solo
Cargas Negativas: Geralmente há predominância de cargas negativas sobre positivas, principalmente solos de regiões temperadas pela maior presença de argilas silicatadas mais ativas.
· Dissociação de grupo OH
· Substituição Isomórfica
· Matéria Orgânica
Cargas Positivas: Tem origem nos óxidos e hidróxidos (óxidos hidratados) de Fe e Al (Fe2O3 x H2O preferencialmente). 
	 H+ 
 Al O Al OH Al	 O- + H2O 	 
H	 +H+ + OH-				
 Carga +		PCZ		Carga - 
· Adsorção e Troca Iônica
	As propriedades de adsorção iônica do solo são devidas, quase totalmente, aos minerais de argila e matéria orgânica coloidal do solo, de elevada superfície especifica.
	O fósforo tem tendência a formar diversos compostos de solubilidade muito baixa com ferro, alumínio e cálcio, entre outros elementos.
	As cargas negativas são neutralizados por íons eletro positivos, ou seja, pelos cátions, o que se denomina Adsorção catiônica. Na neutralização de cargas positivas pelos ânions tem-se a adsorção aniônica. As reações de adsorção podem envolver forças não específicas (força de Van der Waals) e forças específicas semelhantes às das ligações químicas. Os íons envolvidos nesse processo de adsorção ligam-se por eletrovalencia ou por covalencia às partículas coloidais do solo. As diferenças entre estas cargas induzem à retenção de cátions ou ânions. 
	Na fase sólida do solo as cargas negativas e positivas são neutralizadas por íons de cargas contrária, que podem ser trocados por outros íons presente na solução do solo. Este fenômeno é de extrema importância na natureza é chamado de troca ou adsorção iônica, podendo ser catiônica (Al3+, Ca2+, Mg2+, K+, Na+, NH4+) ou aniônica (NO3-, H2PO4 -, HPO4- etc.).
	 A reação de troca que se dá entre íons de mesma carga é conhecido como Troca Iônica.
 
Troca Catiônica 
	 - K+ - 	
	- - 
	- Ca2+ - 
	- + 6NH4 [NH4+]6 + K+ Ca2+ + Al3+ 
	- -
	- Al3+ - 
 
TrocaAniônica 
 +	+
	 SO42- 	+ HPO42-
	+
 + 2H2PO4- + + SO42- + 2H2O
	+ OH-	+ HPO42-	
	+ OH-
· Capacidade de Troca Catiônica
	Quando se coloca certa quantidade uma solução salina em contato com o solo haverá troca entre os cátions contidos na solução e os da fase sólida do solo em proporções estequiométricas e é reversível. A determinação da CTC do solo deve-se levar em conta o pH do meio em que a troca catiônica se verifica, as cargas elétricas de caráter eletrovalente e covalente. A CTC do solo além de ser influenciada pela espécie e quantidade de argila e matéria orgânica e pela superfície específica, também é fortemente alterada pelo pH do meio. No Brasil os solos são mais intemperizados pela predominância de argilas de baixa atividade e teor médio baixo de matéria orgânica, os níveis de CTC são baixos (LOPES e GUIDOLIN, 1989).
· Capacidade de Troca Aniônica
	A capacidade de troca aniônica (CTA) é definida como o poder do solo de reter ânions na fase sólida, numa forma trocável com outros ânions da solução. A troca aniônica é mais freqüente e convenientemente denominada adsorção aniônica, sendo a adsorção um processo mais complexo do que simples troca. Este tipo de reação é bem comum com o fósforo, principalmente nos solos ricos em óxidos de ferro e alumínio. 
	A capacidade máxima de adsorção varia com a textura do solo, em função de suas características, tipo de argila predominante, sendo mais alto solos mais intemperizados. Bahia Filho (1982) obteve valores de capacidade máxima de adsorção de fósforo (CMAP) variando de 0,22 a 1,26 mg/g de P para Latossolo de região de cerrado.
· Transporte de Nutrientes no solo
	As plantas constituem uma unidade que estabelece mudanças com o meio que a cerca. As substancias penetram na planta através das folhas e das raízes das mesmas no meio.
	A relação entre o solo, a planta e atmosfera constituem um sistema na qual a planta absorve a água do solo, circulando pelo xilema e se perdendo para a atmosfera. 
· Intercepção Radicular: À medida que a raiz cresce num solo ela absorve os nutrientes que inicialmente se encontram no trajeto de seu crescimento. Ele também indiretamente facilita os outros dois mecanismos, principalmente a difusão, por diminuir a distancia entre os íons e a raiz.
· Difusão: À medida que os íons vão de encontro à raiz e sendo absorvido, cria-se um gradiente de concentração próximo a raiz menor que no solo, fazendo com que os íons se movimentem de uma região de maior concentração para uma de menor concentração. O fósforo, pelas baixas concentrações existentes na solução do solo é praticamente absorvido pelo mecanismo da difusão (quadro-1).
· Fluxo de Massa: É uma conseqüência da existência de um potencial de água no solo maior do que junto às raízes. Esta diferença de potencial que causa o movimento da água pela transpiração em direção às raízes, arrastando nela os íons que se encontram solução e em concentrações extremamente baixas na solução do solo ou se encontram fortemente adsorvidas. Elementos como o cálcio, magnésio e nitrogênio são retidos com menor energia na fase sólida do solo outros como o zinco e o fósforo são transportados muito pouco pelo fluxo de massa. Já o nitrogênio absorvido principalmente na forma nítrica, que é uma forma livre não adsorvida ao solo praticamente acompanha a água que entra na planta pelo fluxo de massa (Van RAIJ, 1983). 
Quadro –1. Teores médios de P,K e Ca na solução de amostras de doze solos (RGS) de milho em casa de vegetação. 
	Nutrientes
	Solução do solo
	Intercepção de raízes
	Fluxo de massa
	Difusão
		µg/mL		---------------------------------% -------------------------------
Fósforo	0,35			3,5				2,6		93,9
Potássio	12,4			0,9				10,1		89,0
Cálcio		168,2			35,0				337,5		---
Fonte: Vargas et al. (1983).
O teor de um nutriente disponível para as plantas vai depender das formas que os mesmos se encontram no solo, da sua concentração na fase sólida (fator quantidade) que pode passar para a solução (fator intensidade), ou imediatamente disponível.
1. Leis Gerais da Adubação
a) Lei da Restituição
b) Lei do Mínimo (Liebig)
c) Lei dos Acréscimos não Proporcionais (Mitscherlich)
d) Lei da qualidade biológica
e) Lei da Interação
f) Lei do Máximo
 
· Segundo a lei da Restituição enunciada por Voisin “é indispensável para manter a fertilidade do solo, fazer a restituição não só dos elementos nutritivos exportados pelas colheitas, mas também dos elementos nutritivos que são perdidos pelo solo”. 
· A lei do Mínimo ou de Liebig explica a resposta da produção através do fator de produção que for mais escasso às plantas. O problema associado com esta lei diz respeito ao fato de alguns pesquisadores evitarem o seu uso porque as formulações algébricas normalmente utilizadas para expressar a lei não possibilitam que se estimem rendimentos decrescentes ou que o crescimento das plantas é determinado pelo elemento presente no solo na mínima quantidade adequada, de maneira mais simples. “Isso quer dizer que as plantas crescem de acordo com o elemento disponível no solo que se encontra no mínimo em relação às necessidades das plantas”.
· A lei de Mistscherlich também conhecida como lei dos acréscimos decrescentes observou que, com o aumento progressivo da concentração do nutriente deficiente no solo, a produtividade aumentava rapidamente no início (tendendo uma resposta linear) e estes aumentos tornavam-se cada vez menores até atingir um “plateau” quando não há mais respostas as novas adições de nutrientes. 
· Lei da qualidade Biológica a adubação não tem o objetivo de aumentar a produção e sim aumentar a qualidade da produção.
· Lei da interação: Um nutriente interfere na utilização de outro nutriente pela planta, que ser por ação sinérgica ou antagônica.
· Lei do máximo: A produção vegetal está limitada pelo nutriente essencial em nível tóxico.
ACIDEZ E CALAGEM DO SOLO
Prof. Titular Dr. Danilo Chagas, MZO-UFF, danilochs@gmail.com 
1. Introdução
Entre as principais causas da baixa produtividade das culturas destinadas à produção de grãos ou forragem para a alimentação animal, está a acidez do solo. Solos brasileiros em sua grande maioria a acidez está relacionada a: Lixiviação das bases, exportação das bases pelas culturas, atividade biológica no solo que geram compostos ácidos. Como conseqüência dessa lixiviação há um abaixamento do pH bem como a toxidez pelo H+ gerado no solo, diminuindo a fluidez da membrana plasmática e como conseqüência diminuindo a absorção. 
A influência da calagem sobre a eficiência dos fertilizantes a fim de melhorar o ambiente próximo ao sistema radicular das plantas - permite que haja uma maior absorção dos fertilizantes e aproveitamento pelas plantas – deve ser um aspecto a ser avaliado quando se interpreta uma análise de solo. De acordo com Munson, (1982) citado por Lopes, (1984) com a calagem é possível:
· Adicionar cálcio e magnésio ao solo, e elevar o pH; 
· Diminuir a toxidez de alumínio, ferro e manganês;
· Diminuir a adsorção ou “fixação”de fósforo;
· Diminuir a disponibilidade de boro, manganês e zinco em alguns solos;
· Aumentar a disponibilidade de molibdênio do solo;
· Aumentar a atividade microbiana e a liberação de nutrientes (N, P e S) pela decomposição microbiana; 
Antes de determinarmos a eficiência de se fazer uma calagem do solo, é preciso que saibamos alguns conceitos básicos para um melhor entendimento.
A acidez trocável é representada pelo Al+3 mais o H+ que faz parte da CTC efetiva. A participação do H+ é pequena em relação ao Al+ (alumínio trocável). Este Al+ é considerado acidez porque em solução por hidrólise gera acidez. Ela é expressa em cmolc/dm3 ou mmolc/dm3.
 Al3+ + 3H2O Al(OH)3 + 3H+ 
Nestas reações a própria hidrólise do alumínio constitui importante fonte de prótons no solo, gerando acidez. Esta reação ácida do solo também é atribuída à presença de ácidos liberadospela matéria orgânica em decomposição, pela saturação de alumínio que compõem as argilas do solo e pelas reações que liberam íons com cargas positivas no solo. 
A acidez potencial (cmolc/dm3 ou mmolc/dm3) a sua determinação é feita usando-se como solução extratora o acetato de cálcio 0,5 mol/L a pH 7,0. Esta acidez é constituída pelo H+ + Al (H+ trocável, H de ligações covalentes que é dissociado com elevação do pH, Al+3 trocável e outras formas de Al).
A acidez do solo geralmente é avaliada por meio do pH, sendo este, está relacionado à concentração dos íons H+ e OH- na solução do solo, que determina a acidez ativa do solo.
A calagem além de eliminar os efeitos tóxicos desses elementos, melhora a fertilidade do solo. O alumínio não é um elemento essencial às plantas, ao contrário dos elementos químicos presentes no solo, é o que apresenta maior potencial fitotóxico. A sua ação é mais pronunciada no sistema radicular, o que torna as raízes, indistintamente mais grossas e curtas (FOY, 1974), diminuindo sua proliferação, menor volume de solo explorado, redução na capacidade de retirar água e nutrientes presentes no solo.
	A toxidez de alumínio na parte aérea das plantas é muitas vezes caracterizada por sintomas semelhantes à deficiência de fósforo e cálcio. No entanto, (MALAVOLTA, 1976), caracteriza essa toxidez pela redução no crescimento das plantas. Determinadas espécies de plantas têm mostrado maior ou menor tolerância à toxidez ocasionada pelo alumínio. Os mecanismos de tolerância ainda não são bem conhecidos, mesmo porque o alumínio afeta de várias formas o crescimento vegetal.
Segundo TOMÉ Jr. (1997) o calcário aplicado ao solo forma os íons Ca+2, Mg+2 e (CO3)-2. Este último se hidrolisa formando íons hidroxilas (OH)-, H2O e dióxido de carbono (CO2). No entanto, a necessidade de calagem não está somente relacionada ao pH do solo, mas também, à sua capacidade tampão (CTH) e a sua capacidade de troca de cátion (CTC). As hidroxilas reagem com o íon Al+3 e H+ adsorvido a CTC formando hidróxido de alumínio (insolúvel) e água, liberando as cargas antes ocupadas por eles. Tais cargas são ocupadas pelos íons Ca+2 e Mg+2. Solos com maior capacidade tampão CTH (+ argilosos) necessitam de mais calcário para aumentar o pH que os solos de menor CTH (+ arenosos). A capacidade tampão relaciona-se diretamente com as quantidades totais de argilas e de matéria orgânica no solo, assim como o tipo de argila.
A neutralização de um solo ácido com calcário:
 SOLO- H + 2CaCO3 + H2O SOLO Ca + Al(OH)3↓ + 2CO2 
 Al Ca
	O calcário neutraliza a acidez representada por H + Al, deixando o solo com cálcio no lugar dos cátions de caráter ácido. O alumínio é precipitado como hidróxido e o gás carbônico é desprendido (Raij, 1991). 				 
	Não existe um consenso sobre qual o critério mais adequado para determinação da necessidade de calagem para uma definida cultura. O método para recomendação de calagem deve ser estabelecido conforme os solos da região, a espécie vegetal a ser cultivada bem como o sistema de produção a ser implantado, levando-se em consideração o retorno econômico (PAULA et alii 1991).
A calagem tem-se baseado fundamentalmente nos seguintes critérios: 
· Método da incubação com CaCO3;
· Método baseado em curva de titulação potenciométrica;
· Método baseados no decréscimo de pH de soluções tampão após equilíbrio com o solo (SMP ou Woodruf); 
· Método baseado nas correlações existentes entre pH, saturação de bases e/ou matéria orgânica;
· Método para elevar os teores de cálcio e magnésio trocáveis, e neutralizar o alumínio trocável.
2. Determinação da Necessidade de Calagem
2.1 Neutralização do Al trocável
Em regiões tropicais a recomendação da calagem é geralmente baseada no teor de alumínio extraído como solução salina não tamponada de KCl 1N, seguida de titulação com hidróxido de sódio. Valores abaixo de 5,0 o cátion predominante é o alumínio e não o H+, e com valores acima de 5,5 os solos não contém alumínio trocável.
De acordo com as recomendações proposta pela Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 5a aproximação (1999), a necessidade de calagem se estima com base nos teores de Al, Ca e Mg trocáveis para solos minerais será: 
NC = 2 x Al+3 onde Al+3 = Al trocável em mmolc/kg
Solos altamente intemperizados
NC = 2Al+3 + [ 2 – (Ca+2 + Mg+2)]
A mesma Comissão recomenda a estimar a NC, baseado na textura do solo e exigências das culturas. 
NC = Y x Al+3 + [ X – (Ca+2 + Mg+2)]
 Y = 1 para solo arenoso (< 15% de argila)
 Y = 2 para solo de textura média (15 a 35% de argila)
 Y = 3 para solo argiloso (>35% de argila)
 X = 2 para a maioria das culturas 
 X = 3 culturas exigentes em Ca e Mg e 
 X = 1 para o eucalipto.
De2.22es	
	
2.2 Elevação da Saturação por bases
Procura-se elevar o índice de saturação de base (V%) da capacidade de troca de cátions a pH 7,0 e a valores desejados de acordo com a cultura de interesse. Deve-se determinar os valores de Ca+2, Mg+2, K+, às vezes o Na+, além do (H + Al) extraíveis com acetato de cálcio 0,5 mol/L a pH 7,0. 
Segundo RAIJ, (2011) elevar a saturação de bases a um valor desejado,deve-se considerar que entre uma calagem e outra há necessidade de uma calagem preventiva, para evitar que o solo se acidifique
Baseando-se nestas características RAIJ, (2011), recomendou a quantidade de calcário a ser aplicada: 
 T(V2 – V1)
 NC = ou 
 1000 
						
T(V2-V1)
NC= ---------------------
						10 PRNT
 A necessidade de calagem em t/ha de CaCO3 com eficiência de 100% e 20 cm de profundidade
CTC ou T a pH 7,0 é igual a SB + (H +Al) em (cmlc/dm3 ou mmolc /dm3ou meq/100 cm3);
SB = (Ca+2 + Mg+2 + K+ + Na+) em (cmolc/dm3) em mmolc/dm3 
V1 = saturação de bases atual do solo = (SB/T) x 100; 
V2 = saturação de bases desejada para a cultura a ser implantada.
f = Fator de correção para PRNT + 100% ou 100/PRNT do calcário a ser utilizado. 
	Desta maneira, a fórmula indicada matematicamente significa que se quer elevar, com a adição de Ca e de Mg do calcário, a SB do solo para determinado valor considerado satisfatório para a cultura a ser implantada.
NC = SBe – SBa 
 					
Segundo DIAS & ALVAREZ (1996) o corretivo usado como padrão de referência é o carbonato de cálcio (CaCO3), com o poder de neutralização (PN) igual a 100%, portanto PRNT igual a 100%. Assim qualquer corretivo terá seu valor de poder relativo de neutralização total (PRNT) estimado em relação ao CaCO3.
	O poder de neutralizante do calcário é determinado em laboratório pela reação entre o calcário e um ácido, de acordo com um método padronizado, o que torna possível comparar calcários e substituir por outros.
É possível calcularem as relações quantitativas entre os diferentes compostos tomando-se o carbonato de cálcio como ponto de referência (quadro – 1).
	Nome
	Fórmula química
	Poder Neutralizante
	Carbonato de cálcio 
Carbonato de magnésio 	
Hidróxido de cálcio
Hidróxido de magnésio
Óxido de cálcio
Óxido de magnésio 
	CaCO3
MgCO3
Ca(OH)2
Mg(OH)2
CaO
MgO 
	100
119
135
172
179
248
 	Esses valores ajudam no cálculo do PN de outros corretivos. Como exemplo, suponhamos um calcário com 38% de CaO e 20% de MgO vá ser usado. Como os valores do oxido de cálcio e do magnésio são 179 e 248 respectivamente, o fator equivalência do produto será: 
	 (179 x 38)/100 + (248 x 20)/100 = 68 + 50 = 118 
Isto significa que 100g deste calcário reagem do mesmo modo que 118 g de carbonato de cálcio, quando ambos apresentam a mesma granulometria. Se a análise de solo recomendouaplicar 3000 kg de calcário/ha, a quantidade a ser aplicada com o calcário será de 3000/118 = 2542 kg / ha.
Se um calcário tem PN de 80% e reatividade de 85%, o valor do PRNT será: 
PRNT = (PN x RE)/100 = 80 x 85/100 = 68% 
A legislação brasileira obriga que os calcários tenham no mínimo 67% de poder neutralizante (PN) e a soma dos teores de CaO e MgO de 38% com tolerância de 10%. 
A relação entre os teores de Ca:Mg do corretivo é importante na classificação dos calcários. 
a) Calcíticos - < 5% de MgO
b) Magnesianos – entre 5 e 12% de MgO 
c) Dolomíticos - > 12% de MgO 
 	A reação de neutralização da acidez do solo pelos calcários se dá pelo contato entre a superfície das partículas do corretivo e a solução do solo. Considerando que os calcários são geralmente de baixa solubilidade, é necessário que suas partículas sejam de tamanhos menores possíveis, pois quanto menores as partículas, maior a superfície específica e maior será a área de contato ou reação (DIAS & ALVAREZ, V.1996). 
	Solos ácidos o conteúdo de cálcio e magnésio disponíveis são baixos, e, necessita, de aplicação de um calcário que contenha o magnésio como o dolomítico. Deve-se observar a relação Ca:Mg a ser aplicada nas culturas. A relação de 3:1 ou 4:1 mols de Ca:Mg é a normalmente recomendada. 	
Outro fator a ser considerado na escolha do calcário é a qualidade e o preço oferecido no mercado para decidir a escolha técnica e econômica. A decisão deve levar em conta o preço por tonelada efetiva do produto. 
Preço por tonelada efetiva = Preço por tonelada na propriedade x 100
	 PRNT 
3. Época e Modo de Aplicação
Sendo o calcário um material de baixa solubilidade e de reação lenta, deve-se aplicar de dois a três meses antes do plantio para que haja tempo suficiente de ocorrerem as reações esperadas se processem. A sua distribuição deve ser a mais uniforme possível sobre a superfície do solo.
 	A incorporação do calcário deve ser em toda a camada arável do solo, através da aração e gradagem, podendo-se também fazer a incorporação com o uso de grade pesada. Em áreas novas, se não for possível fazer a aração no primeiro ano, devido ao grande volume de raízes ou pedras, incorporar o calcário nas áreas possíveis e fazer o restante no ano seguinte para a implantação da pastagem.
	Deve-se dar preferência para o calcário dolomítico (fonte de cálcio e magnésio) a fim de evitar desequilíbrio entre os nutrientes. Deve-se acompanhar a evolução dos teores de cálcio e magnésio no solo e, caso haja desequilíbrio, pode-se aplicar calcário calcítico para aumentar a relação Ca: Mg. Em solos ácidos (cerrados) onde geralmente apresentam acidez subsuperficial, a incorporação profunda nem sempre é possível. Assim, camadas mais profundas do solo (abaixo de35cm ou 40 cm) podem continuar com excesso de alumínio tóxico, mesmo quando tenha sido efetuada uma calagem adequada. 
4. Gesso Agrícola
	
	Apesar de não corrigir a acidez ou aumentar o pH, tem a propriedade de penetrar mais facilmente no perfil do solo, fornecendo cálcio e enxofre em profundidade, e reduzindo a saturação de Al3+ no sub-solo, podendo suprir micronutrientes como o Zn, Cu, B e facilitando o aprofundamento das raízes RAIJ (2007). O sulfato de cálcio ajuda a corrigir duas das conseqüências danosas do excesso de acidez: a deficiência de cálcio e toxidez de alumínio. Com a aplicação do gesso agrícola, a saturação do alumínio nessas camadas mais profundas será em menor tempo, o sulfato existente no gesso arrastará o cálcio, magnésio e potássio para camadas abaixo da incorporação. O gesso deve ser utilizado em áreas, onde a análise do solo, na profundidade maiores que 30 cm, indicar uma saturação de alumínio maior que 20% e/ou quando a saturação do cálcio for menor que 60% (cálculo com base na capacidade de troca efetiva de cátions).
 2CaSO4.2H2O + H2O Ca2+ + SO42- + CaSO40 + 3H2O 
	Uma vez na solução do solo o gesso como um sal neutro, não tem ação sobre a acidez. O ânion sulfato permanece como tal e não atua como “receptor de protons”. O sulfato em geral não é retido na camada superficial de solos. O SO42- é lixiviado, carreando perfil abaixo. O íon Ca2+ pode reagir no complexo de troca do solo, deslocando cátions como Al3+, K+, Mg2+, (H+) e outros para a solução do solo. Normalmente a aplicação de gesso agrícola não provoca alterações no pH do solo (Raij, 2007 e Alvarez, V. 1996). 
		
5. Análise do Solo: 
A principal finalidade de uma análise de solo é verificar a condição de fertilidade das terras, indicando a disponibilidade de alguns dos principais nutrientes para as culturas, como base de uma recomendação racional e econômica de corretivos e adubos. 
 5.1 Critérios para a amostragem:
Tomar amostra de 500 gramas 🡪 10 a 20 hectares
1. A amostra deve representar uma área uniforme do terreno;
2. A amostra deve ser composta, ou seja, deve ser constituída de uma mistura de várias porções de terra, tomadas de diferentes pontos de uma gleba uniforme;
3. Deve estar na profundidade das camadas ou horizontes que sofrem alterações pelo emprego de fertilizantes e pelo próprio cultivo;
4. O instrumento usado deve ser capaz de retirar amostras uniformes e ser de fácil uso em solos arenosos ou argilosos, secos ou úmidos;
5. As amostras deverão ser misturadas e acondicionadas em recipientes limpos e livres de qualquer contaminação por adubos ou outros materiais;
6. Deverão ser devidamente identificadas.
 5.2 Procedimentos da amostragem:
a. Separação de glebas uniformes: homogeneidade em relação à topografia, cor e tipo de solo, textura, cobertura vegetal, as condições de uso do solo, drenagem, outras características; 
b. Não exceder de 10 a 20 hectares de solo uniforme; 
c. Número de amostras: 15 a 20, caminhando em zigue-zague, que depois de serem coletados devem ser bem misturadas, desse é retirada uma amostra que será enviada ao laboratório, cerca de 500 gramas acondicionadas em um saco plástico devidamente identificado com o nome do proprietário, número do lote; 
d. Evitar manchas de solo, formigueiros, áreas mal drenadas e com acúmulo de esterco; 
e. Evitar solos adubados quando em áreas cultivadas; 
f. Profundidade, primeiros 20 cm; *pastagens: 10 cm, *culturas perenes: de 0-20 e de 20-40 cm (duas amostragens). 
5.3 Recomendação: 
A correção deve ser feita pelo menos de 2 a 3 meses antes da semeadura para que o calcário e o adubo sejam aplicados em épocas adequadas.
Épocas: culturas anuais de inverno-final do verão; culturas anuais de primavera-final do outono; pastagens – outono; culturas perenes – após a colheita. 
Freqüência: de 3 em 3 anos. 
 	Não deixe de fazer sua análise do solo se isso pode lhe garantir uma melhor safra com melhor aproveitamento dos nutrientes do solo. Sabemos que em condições adversas, com pH abaixo do ideal para as plantas forrageiras os nutrientes não ficam disponibilizados tal como deveriam, além de haver outros que podem prejudicar as plantas, como é o caso do alumínio.
Por isso uma boa análise de solo pode lhe trazer boas condições de solo e melhores lucratividades. Faça sua análise de 3 em 3 anos.
 	Supondo-se que se deseja fazer a calagem no solo para plantio de 1 ha de milho para silagem e a formação de 1ha de capineira, cuja análise de solo revelou:
	Solo Cultura Ca2+ Mg2+ K+ H+ + Al3+ S T V1 V2 
 ----------------------- meq/100cc --------------------------------------
Solo 1 Milho 2,0 0,40 0,10 3,6 2,5 6,1 41 60 
Solo 2 Capim-napier 0,80 0,40 0,20 3,6 1,4 5,0 28 40 
 
 	Milho: NC = (V2 – V1)T x 100 
100 PRNT 
 NC = (60 – 41)6,1 x 100 
 80 
 NC = 1,45t/ha
Capim-napier: NC = (40 – 28) 5,0 x f 
 100NC = 0,75 t/ha
Se o solo-1 fosse para o plantio de soja com com 60% saturação de base 
 	
 NC = (60 – 28) 5,0 x f 
 100 
 NC = 2,0 t/ha 
Quadro - Limites de interpretação das determinações relacionadas com a acidez
da camada arável do solo.
ADUBAÇÃO DE FÓSFORO
1. Introdução
· O fósforo exerce importante papel no desenvolvimento do sistema radicular, e no perfilhamento das gramíneas e sua deficiência limita a produtividade das forrageiras e conseqüentemente do pasto e animal.
· Estimula o florescimento e ajuda a formação das sementes.
· É um elemento indispensável à FS, síntese de ligações ricas em energia, síntese e degradação dos CHO e etc.
· É exigido em quantidades relativamente pequenas pelas plantas, de modo que sua concentração no tecido vegetal varia de 0,10 a 1,0 dag/kg de MS. 
· Apresenta reações típicas de adsorção e precipitação com minerais da fração argila do solo e com íons da solução do solo que leva a imobilização.
· É um elemento de baixa mobilidade no solo, no qual encontra-se como ortofosfato, que são as formas derivadas do H3PO4. 
· Perde-se pouco por lixiviação. 
· O fósforo orgânico se acumula no perfil de acordo com a distribuição da MO.
2. Comportamento no Solo
· Na fase sólida do solo, dependendo do pH, tipo e quantidade de minerais existentes na fração argila, o fósforo encontra-se combinado com compostos de Fe, Al e Ca e na MO.
· Em solos ácidos com predomínio da caulinita e dos óxidos e hidróxidos de Fe e Al, são mais importantes às combinações P-Fe, P-Al e solos neutros P-Ca. 
· As plantas absorvem os nutrientes na forma de íons da solução do solo. Por sua vez é na fase sólida é que está a reserva desses íons e quando se coloca uma fonte de P no solo, há enriquecimento rápido da solução do solo (–P-H2O). 
· Esta forma iônica (solúvel) de Pinorg. Será absorvida pelas plantas, depois por difusão até às raízes.
· O fósforo (P) encontra-se na fase sólida nas formas orgânicas e inorgânicas; na fase líquida em formas inorgânicas na solução do solo, nas formas de H2PO4- e  HPO42-.
 [∆Q/ ∆I] Íon-Plantas
· Íon-fase sólida Íon-fase-líquida 
 [Q] [I]	Íon-Perdas
· O fator intensidade (I)-é a concentração ou a atividade do íon em solução. Embora a absorção de nutrientes possa se dar pelo contato direto da raiz com a fase sólida do solo, o processo se dá quando ou nutrientes se encontram na solução do solo, em suas formas iônicas ou ativas (FASSBENDER, 1966).
· O fator quantidade (Q)-é a reserva do íon disponível na fase sólida do solo (íon na forma lábil).
· O fator capacidade tampão é a relação entre ∆Q/∆I numa dada faixa de concentração (atividade). Ele vai medir a habilidade do solo (fator quantidade) de manter um definido nível de um nutriente na solução (fator intensidade).
· O fosfato adicionado ao solo como fertilizante dissolve-se, passando para a solução do solo. Devido a sua baixa solubilidade e a forte tendência de adsorção pelo solo, a maior parte passa para a fase sólida (P-lábil), que gradativamente passa para a forma (P-não lábil).
3. Efeito do fósforo na planta
A deficiência de P pode reduzir tanto a respiração como a fotossíntese; porém se a respiração reduzir mais que a fotossíntese, os CHO se acumulam, deixando folhas com coloração verde-escura. A deficiência reduz a síntese de ac. nucléico e de proteínas, induzindo o acúmulo compostos nitrogenados nos tecidos. 
· A sua deficiência faz com que as plantas tenham uma diminuição na altura, atraso na emergência das folhas, redução na brotação e desenvolvimento de raízes secundárias, na produção de matéria seca e produção de sementes.
· As plantas respondem a deficiência de P com adaptações que as permitem produzir sementes viáveis. (Cevada, a redução no número de sementes ocorre através da redução do número de grãos/espiga). Com menor numero de sementes formadas a planta aumenta o suprimento de nutriente por semente, melhorando a sua viabilidade (HOPPO, et al. 1999).
· O desenvolvimento das raízes secundárias segue o mesmo comportamento, demonstrando a necessidade de fósforo disponível no início do crescimento. 
· Em milho, a deficiência de P reduz a taxa de emissão e crescimento de folhas, particularmente das folhas baixeiras. Com menor IAF, há menor captação da radiação solar e menos produção de CHO, afetando a emergência das raízes nodais e diminuindo sua capacidade de absorção de nutrientes.
· Algumas plantas que passaram por estresse de P respondem à deficiência melhorando sua habilidade em acumular o elemento pelo aumento da taxa de absorção.
· As plantas com desenvolvimento normal têm um mecanismo de regulagem que limita a excessiva absorção e acumulação de P, o que não ocorre nas plantas deficientes. 
	
O fósforo é absorvido pelas plantas sob a forma de ânions H2PO4- em solos ácidos e HPO42-, é um nutriente altamente dependente de acidez e umidade do solo.
Dinâmica do P no solo:
Nos fertilizantes fosfatados sob a forma de fosfato solúvel em água, em contato com a solução do solo, o fósforo solubiliza tornando-se disponível. Parte deste fica diluído na solução do solo e parte fica adsorvido ao complexo coloidal  (argilas), por troca iônicas; em solos ácidos que apresentam elevados teores de ferro, e alumínio, parte do fósforo disponível é fixada, formando compostos de ferro e alumínio; o fósforo torna-se indisponível para as plantas.A aplicação de calcário é uma maneira de melhorar a indisponibilidade 
Principais fertilizantes fosfatados:
Fosfatos naturais, superfosfato simples; superfosfato triplo ou concentrado; termofosfatos, fosfatos de amônio, fosfatodiamônio, nitrofosfato.
ADUBAÇÃO POTÁSSICA
Prof. Titular Dsc. Dr. Danilo Chagas, MZO-UFF, danilochs@gmail.com 
Introdução: 
O potássio tem ação fundamental no metabolismo vegetal, pelo papel que exerce na fotossíntese, atuando no processo de transformação da energia luminosa em energia química. A maior parte do potássio é absorvida pelas plantas durante a fase de crescimento vegetativo.
Efeito direto do potássio na fotossíntese
· Aumenta a assimilação de CO2 onde o carbono inorgânico é transformado em carbono orgânico. 
· Maior a translocação de carboidratos produzidos nas folhas para outros órgãos das plantas. 
· O aumento de CO2 e carboidratos haverá uma maior síntese de sacarose, amido, aminoácidos e proteínas. 
· Uso eficiente de água, através do controle de abertura e fechamento de estômatos. 
· Maior eficiência enzimática, não apenas como ativador, mas principalmente pela ação direta que exerce dando maior suprimento de proteína de que são constituídas as enzimas.
· O potássio é um elemento de grande mobilidade dentro da planta. O seu transporte se dá principalmente através dos tecidos meristemáticos. 
· Se a disponibilidade no solo é grande, e as condições de ambiente (umidade e temperatura) são favoráveis, às plantas tendem a absorver quantidade do elemento mais elevado – “consumo de luxo” - e isto não reflete em maior produção. A diminuição do teor de água no solo afeta a sua difusão e dificultando a sua absorção.
· Atualmente ao fazermos a interpretação para a recomendação de adubações de potássio deve-se observar as unidades de acordo com o Sistema Internacional.
Equilíbrio entre as formas de potássio
 
 K-estrutural 
 
 K-lixiviado K-solução K-fixado
 
 K-absorvido K-trocável K-aplicado ao solo
 pela planta
A adubação de potássio é de extrema importância quando a forrageira se destina a produção de feno, silagem e capineira, onde o material cortado remove grandes quantidades no solo, tornando-se necessária a sua reposição.
A recomendação da adubação tanto de potássio quanto o fósforo varia conformea textura do solo conforme a Comissão de Fertilidade do solo do estado de Minas Gerais, em sua 5a aproximação de 1999.
 
Remoção de nutrientes na forragem cortada em kg/ha
	Espécie Prod. MS N P K Ca Mg S 
 t/ha ---------------- Kg/ha --------------------
Napier 25 302 64 504 96 63 75
Colonião 23 288 44 363 149 99 45
Gordura 13 207 32 208 56 44 20
Pangola 24 299 47 358 109 67 45 
Alfafa 15 335 30 207 -- -- 20
Trevo verm. 10 160 20 108 -- -- 24 
Fonte: Wagner & Jones; Malavolta et al. 1974. 
 
 Dinâmica do potássio no solo:
Os fertilizantes potássicos são altamente solúveis. O K+ é retido pelos colóides do solo por meio da capacidade de troca catiônica CTC. Em solos argilosos, o potássio permanece relativamente próximo do ponto de aplicação, a lixiviação ocorre com maior intensidade nos solos de textura média a arenosa, os quais geralmente possuem CTC mais baixa. O K+ não é um nutriente fixado nos solos como o fósforo (P).
Interpretação e Análise de Solo
A recomendação corretiva com o potássio deve ser de acordo com a análise do solo. Esta adubação deve ser feita a lanço, em solos com teor de argila maior que 20%. Em solos de textura arenosa (<20% argila), não deve fazer adubação corretiva de potássio, devido às perdas por lixiviação. As gramíneas retiram grandes quantidades de potássio do solo e deve-se fazer adubação de manutenção. Brasil tem sido mais usado o extrator Mehlich -HCI 0,05 N + H2SO4 0,025 N -, também usado como extrator de fósforo. 
Anteriormente, utilizava-se ppm (parte por milhão) tanto para o fósforo e potássio. 
· Pelo sistema internacional (SI) a unidade correta é: 
Fósforo
1ppm de P = 1µgP/mL = 1mg P/dm3 
Em alguns casos encontramos meq PO4-3/100ml que podemos transformar em µg P/dm3 = meq PO4-3 x 103 
 Índices genéricos para classificação de K trocável
	 Unidade Baixo Médio Alto 
 
	 cmolc/dm3 ≤ 0,10 0,11 a 0,30 >0,30
 mgK/dm3 ≤ 40 40 a 120 >120 
 mmolc/dm3 ≤ 1,0 1,1 a 3,0 > 3,0 
 Fonte: Tomé Jr., 1997.
	Elemento
Al+3 trocavel cmol/dm3
Ca++ + Mg++cmol/dm3 
Ca++ trocavel cmol/dm3
	Teor Baixo
0-0,3
0-2,0
	Teor Médio
0,4-1,0
2,1-5,0
	Teor Alto
>1,0
>5,0
	DUBAÇÃO DE ALFAFA
	Formação  
N (kg/ha) 
(plantio)
	P no Solo (mg/dm3) 
0-6 7-15 15-40>40
	 
	K no Solo (mmolc/dm3) 
0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0>3,0
	 
	
S 
	 
	P2O5 (kg/ha)
	 
	K2O (kg/ha)
	 
	S (kg/ha)
	0
	150
	130
	100
	50
	 
	160
	130
	100
	60
	 
	50
	Manutenção  
N (kg/ha) 
(plantio)
	P no Solo (mg/dm3) 
0-6 7-15 15-40>40
	 
	K no Solo (mmolc/dm3) 
0-1,5 1,5-3,0 >3,0
	 
	  
S
	 
	P2O5 (kg/ha/ano)
	 
	K2O (kg/t) MSa
	 
	S (kg/t)  MSa
	0
	100
	100
	80
	40
	 
	35
	30
	15
	 4
a MS = Mátéria seca colhida. Para pastejo ou matéria original, considerar MS = matéria fresca x 0,20. Para feno, considerar MS = feno x 0,85. 
Adaptado do Boletim Técnico 100 do IAC (1996).
Quadro - Limites de interpretação de teores de potássio e de fósforo em solos
6. Bibliografia
1. DIAS, L. E. & ALVAREZ, V. V.H. Fertilidade do solo. Universidade Federal de Viçosa, MG. 1996. 204p. 
2. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (Viçosa, MG). Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5a aproximação. Viçosa, 1999.559p.
3. LOPES, A . S. & GUDOLIN, J. A. Interpretação de Análise de Solo – Conceitos e Aplicações. 3a edição. Comitê de Pesquisa/Técnico/ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. São Paulo, 1989. 64p.
4. LOPES, A S. Solos sob “cerrado”: Características, propriedades e manejo. Piracicaba: POTAFOS, 1984.162p. 2a edição.
5. MALAVOLTA, E. Manual de química agrícola: Nutrição de plantas e fertilizantes do solo. São Paulo. Editora Agronômica Ceres. 1976. 528p. 
6. PAULA, M.B. DE; ALVAREZ V., V.H.; NOGUEIRA, F. D. Determinação da necessidade de calagem de solos. Inf. Agropec. V.15, n.170, p.45-55, 1991.
7. RAIJ, B. Van.Fertilidade do solo e manejo de nutrientes. Piracicaba:International Plant Nutrition Institute, 2011. 420p. ISBN 978-85-9851-07-4. 
8. RAIJ, B. van. Avaliação de Fertilidade do solo. POTAFOS, 1981.142p.
9. RAIJ, B. Van. Uso do gesso na agricultura. Inf. Agronômicas, n.117, p. 14-15. 2007.
. 
Anexo:
Quadro 1 - Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema
Internacional de Unidades.
Quadro2. Visão hidrodinâmica das inter-relações entre fatores Quantidade (Q), Intensidade (I) e Capacidade 
Tampão do solo. (Alvarez, 1986).
	
	
	
	
	
	
	
	
	Produtividade
	Dose de N plantio
	Disponibilidade de P
	Disponibilidade de K
	
Dose de N cobertura
	
	
	Baixa
	Média
	Alta
	Baixa
	Média
	Alta
	
	
	
	---Dose de P2O5---------
	-----Dose de K2O------
	
	
t/ha
Milho
Silagem
	
---------------------------------------------kg/ha-------------------------------------------------
	30-40
	10-20
	80
	60
	30
	100
	80
	40
	 80
	40-50
	10-20
	100
	80
	50
	140
	120
	80
	 130
	>50
Milho grão
4-6
6-8
>8
Sorgo
<50
50-60
>60
	10-20
10-20
10-20
10-20
10-20
10-20
10-20
	120
80
100
120
70
80
90
	100
60
80
100
50
60
70
	70
30
50
70
30
40
50
	180
50
70
60
75
100
150
	160
40
60
80
60
90
120
	120
20
40
60
30
60
90
	 180
 60
 100
 140
 70
 100
 140

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