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SERVIÇOS FARMACÊUTICOS 
Manual 2
Manual 2
Colesterol em Dia
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS 
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AUTORES:
Cassyano J Correr, BPharm, MSc, PhD
Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Paraná 
Consultor Abrafarma - Projeto Assistência Farmacêutica Avançada 
projetofarma@abrafarma.com.br
Wálleri Christini Torelli Reis, BPharm, MSc
Ambulatório de Atenção Farmacêutica do Hospital de Clínicas, 
Laboratório de Serviços Clínicos e Evidências em Saúde, 
Universidade Federal do Paraná.
REVISÃO:
Thais Teles de Souza, BPharm, MSc
Ambulatório de Atenção Farmacêutica do Hospital de Clínicas, 
Laboratório de Serviços Clínicos e Evidências em Saúde, 
Universidade Federal do Paraná.
 
Os autores agradecem aos membros do GTFARMA, farmacêuticos coordenadores e super-
visores das Redes associadas à Abrafarma, bem como aos seus colaboradores, pela leitura, 
revisão e sugestões de melhoria feitas aos Manuais durante seu processo de elaboração. 
Muito obrigado!
Os autores deste manual empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto 
estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até a data da entrega dos 
originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante 
fl uxo de novas informações sobre terapêuti ca e reações adversas a fármacos, recomendamos enfati camente que os leitores consultem sem-
pre outras fontes fi dedignas (p. ex., Anvisa, diretrizes e protocolos clínicos), de modo a se certi fi carem de que as informações conti das neste 
manual estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. Recomendamos que 
cada profi ssional uti lize este manual como guia, não como única fonte de consulta. 
Os autores e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qual-
quer material uti lizado neste livro, dispondo-se a possíveis correções posteriores caso, inadverti da e involuntariamente, a identi fi cação de 
algum deles tenha sido omiti da. 
 547.731
 C824 Correr, Cassyano Januário
 Manual 2: colesterol em dia. / Cassyano Januário Correr,
 Walleri, Christi ni Torelli Reis. 1. ed. atualizada. Curiti ba: Ed. Practi ce , 2016.
 100 p. : il. (algumas color.) ( Manual 2) 
 ISBN 978-85-68784-07-5
 
 Inclui bibliografi a
 1. Colesterol. 2. Manuais. I. Reis, Walleri Christi ni Torelli.
 II. Título.
FICHA CATALOGRÁFICA:
MANUAL 2: COLESTEROL EM DIA
Copyright © 2016 © 2017 ABRAFARMA
Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob 
quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na internet ou 
outros), sem permissão expressa da ABRAFARMA.
ABRAFARMA - Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias
Alameda Santos, 2300 - Conj. 71 - Sã o Paulo / SP
CEP 01418-200 | Tel.: (11) 4550-6201
Practi ce Editora | Grupo Practi ce Ltda
Supervisão: Graziela Sponchiado | Capa e projeto gráfi co: Raquel Damasceno
Diagramação: Guilherme Menezes | Contatos: contato@grupopracti ce.com.br 
htt p://farmaceuti coclinico.com.br
EDITORAÇÃO:
AVISO AO LEITOR
Este manual possui caráter técnico-cientí fi co e desti na-se exclusivamente aos profi ssionais farmacêuti cos e colabora-
dores das Redes de Farmácias e Drogarias associadas a Abrafarma. Sua elaboração tem por objeti vo apresentar dire-
trizes para a estruturação e performance dos serviços farmacêuti cos nos estabelecimentos e, sob nenhuma hipótese, 
pretende substi tuir normas ou procedimentos estabelecidos na legislação sanitária ou profi ssional mais atual aplicável 
ao setor. A Abrafarma, bem como os autores, eximem-se de qualquer responsabilidade pelo mau uso deste recurso, 
bem como pela interpretação e aplicação de seu conteúdo feita por seus leitores.
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ABRAFARMA
SUMÁRIO
9 A FARMÁCIA EM TRANSFORMAÇÃO
11 INTRODUÇÃO
13 PROGRAMA COLESTEROL EM DIA
13 O que é o programa colesterol em dia?
14 Quais são os benefícios para os pacientes?
15 PARTE 1: REVISANDO A DOENÇA
15 O que são as dislipidemias?
15 Como funciona o metabolismo lipídico?
19 Como ocorre a aterosclerose?
20 Quais as consequências da aterosclerose?
21 Quais são as diretrizes clínicas mais importantes sobre dislipidemias?
22 Como as dislipidemias são diagnosticadas?
23 Como as dislipidemias podem ser classificadas?
23 Dislipidemias Secundárias
27 Perfil lipídico: o que significa e como interpretar?
29 Como estimar o risco cardiovascular do paciente com dislipidemia?
34 ER pelo tempo de vida: Uma alternativa complementar
36 Quais são as metas terapêuticas nas dislipidemias?
37 Como as dislipidemias são tratadas?
40 Quais são os tratamentos de primeira linha?
45 Quais são as terapias de segunda linha?
50 Existem medicamentos isentos de prescrição que podem beneficiar pacientes com dislipidemia?
50 Ácidos graxos omega 3
54 Suplementos alimentares e produtos naturais funcionam para dislipidemias?
58 Na hipercolesterolemia familiar, o que fazer?
59 Prevenção secundária: o que muda?
60 Como é o algoritmo de tratamento das dislipidemias?
60 Adesão e persistência ao tratamento com hipolipemiantes: Fatos e números
61 PARTE 2: PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
62 PASSO 1. ACOLHER
62 Como identificar os clientes para o serviço?
64 Como a equipe da farmácia pode ajudar?
65 Como deve ser o local de atendimento?
66 PASSO 2. AVALIAR
66 Como fazer a avaliação do paciente?
69 Como determinar o perfil lipídico na farmácia?
71 Passo-a-passo
73 PASSO 3. ACONSELHAR
75 Qual deve ser o conteúdo da minha orientação?
75 Medidas para prevenção primária das doenças cardiovasculares
75 Tratamento não-farmacológico no paciente dislipidêmico
76 Sobre o tratamento farmacológico da dislipidemia
77 Como é a declaração de serviço farmacêutico?
77 Como fazer o encaminhamento ao médico?
78 Quando é importante acompanhar o paciente?
80 O que é o diário de saúde?
81 LEITURA RECOMENDADA
83 ANOTAÇÕES
84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
10
A FARMÁCIA EM TRANSFORMAÇÃO 
Um dos maiores desafios da administração moderna é o de gerenciar o vazio, aquilo que não existe, inovar. É um 
grande desafio porque, no mundo imediatista e de busca pelo resultado em curto prazo no qual vivemos, não é 
fácil abstrair-se da realidade que bate à porta, dos problemas do dia-a-dia, e perguntar-se: “e se...?”. 
Como uma forma de ajudar suas redes associadas nesse exercício, a Abrafarma desenvolveu um método estru-
turado de pensar sobre práticas que ainda não existem em nosso país. Assim, realizamos anualmente pelo me-
nos uma missão técnica internacional, que reúne no mínimo um representante de cada empresa, num exercício 
de “olhar junto” realidades distintas da brasileira. Viajamos para países como Canadá, Estados Unidos, Espanha, 
França e Inglaterra, para exercitar esse “olhar junto”, que se constitui num conjunto de conversas estruturadas, 
visitas a empresas, workshops e participação de especialistas que ajudam este dedicado grupo a fazer as per-
guntas corretas e aprender métodos diferentes de fazer varejo. Foi assim, por exemplo, que o dermo-cosmético 
tornou-se realidade no Brasil. Após uma das nossas missões internacionais.
Esse “olhar estruturado” da Abrafarma tem se voltado, nos últimos anos, para o repensar do varejo farmacêutico, 
que observamos principalmente nos EUA: estabelecimentos que, além de ampla oferta de medicamentos, produ-
tos de higiene, beleza e conveniências, tem repensado o papel do profissional Farmacêutico para entregarmais 
valor à sociedade. Se antes parecia distante da realidade brasileira, a Farmácia nos EUA está se reinventando, e 
nos dando uma lição de como ir além!
Para alcançarmos esse nível também no Brasil, precisamos repensar o papel do Farmacêutico, que deve ter fun-
ção muito mais nobre do que entregar caixinhas de medicamentos ao usuário e esclarecer-lhes eventuais duvi-
das. Esse profissional pode colocar suas competências a serviço de uma proximidade maior com o paciente, agre-
gando mais valor à sociedade. Assim, nasceu o Projeto Assistência Farmacêutica Avançada, cuja primeira etapa 
de trabalho está sendo desenvolvida desde 2013. A iniciativa prevê a formatação inicial de oito novos serviços 
que podem ser prestados nas redes da Abrafarma, desde a imunização até clínicas de autocuidado.
É, portanto, com o objetivo de contribuir com a evolução do papel do Farmacêutico, e com esta Farmácia em 
Transformação no Brasil, que a Abrafarma lança este conjunto de manuais que serão a pedra fundamental de um 
“novo olhar” nessa área. Este material, elaborado sob supervisão direta do Prof. Cassyano Correr, que juntou-se 
à Abrafarma para burilar esta visão, também contou com o apoio inestimável dos membros do GT FARMA, nosso 
grupo incansável de Coordenadores / Supervisores Farmacêuticos. A todos o meu melhor obrigado.
Uma Farmácia em Transformação. É assim que nos enxergamos hoje. O vazio, nesse caso, já tem forma e pode ser 
preenchido, se assim o desejarmos. Temos um longo e belo trabalho pela frente. 
Sérgio Mena Barreto 
Presidente-Executivo da Abrafarma
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Os serviços farmacêuti cos prestados em farmácias e drogarias tem por objeti vo promover saúde, prevenir 
doenças e auxiliar na recuperação da saúde, promovendo o uso racional dos medicamentos. Para que o máximo 
benefí cio com o tratamento seja alcançado, é necessário que todos os processos da farmacoterapia ocorram de 
forma óti ma, desde a escolha terapêuti ca, a dispensação do medicamento, a uti lização e adesão ao tratamento, 
até a observação dos resultados terapêuti cos. As farmácias e drogarias, dada sua capilaridade e facilidade de 
acesso em todo país, são pontos estratégicos onde o farmacêuti co pode prestar serviços que colaborem com 
a oti mização da farmacoterapia, em estreita colaboração com os pacientes, médicos, e demais profi ssionais e 
serviços de saúde.
Do ponto de vista legal, avanços recentes fi rmam a farmácia como um lugar de referência da população para saúde, 
bem-estar e prestação de serviços. No âmbito sanitário, destaca-se a Resolução no 44/09 da Anvisa, que há anos 
regulamenta a oferta de serviços de atenção farmacêuti ca nestes estabelecimentos, com objeti vo de “prevenir, 
detectar e resolver problemas relacionados a medicamentos, promover o uso racional dos medicamentos, a fi m 
de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários”. Mais recentemente, a Lei no 13.021/14 defi niu a farmácia 
como uma “unidade de prestação de serviços desti nada a prestar assistência farmacêuti ca, assistência à saúde e 
orientação sanitária individual e coleti va”. Esta lei, ainda, obriga o farmacêuti co no exercício de suas ati vidades, a 
proceder o acompanhamento farmacoterapêuti co, estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de medica-
mentos [farmacovigilância], estabelecer o perfi l farmacoterapêuti co dos pacientes e prestar orientação farmacêu-
ti ca aos mesmos. No âmbito profi ssional, destacam-se as Resoluções no 585 e no 586, de 2013, do Conselho Federal 
de Farmácia, sobre as atribuições clínicas do farmacêuti co e a prescrição farmacêuti ca, que reforçam o dever deste 
profi ssional no que diz respeito as ati vidades assistências e de cuidado direto dos pacientes.
Esta coleção de Manuais tem por objeti vo fornecer as diretrizes para a oferta e manutenção de uma carteira de 
serviços, bem como instrumentalizar os profi ssionais para um trabalho técnico de alto nível. Este manual está 
organizado em duas partes principais. A primeira traz uma revisão sobre as dislipidemias, que reúne as principais 
evidencias sobre o manejo da doença e do risco cardiovascular. A segunda parte apresenta o protocolo clínico 
do serviço, com objeti vo de padronizar procedimentos e estruturar o atendimento realizado pelo farmacêuti co 
e equipe da farmácia.
Esperamos que você aprecie a leitura e que este material seja úti l à sua práti ca profi ssional. Bom estudo!
Os autores 
INTRODUÇÃO
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PROGRAMA COLESTEROL EM DIA
O que é o programa colesterol em dia?
O programa “Colesterol em dia” representa um conjunto de serviços oferecidos pelo farmacêutico nas farmácias 
e drogarias, a pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dislipidemias e doenças ateroscleróticas. O 
programa visa a orientação sanitária individual, a elaboração de um perfil farmacoterapêutico, a vigilância farma-
cológica e o acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes.
Esses serviços visam colaborar para detecção rápida, orientação e encaminhamento de pessoas com alterações 
dos níveis de lipídeos sanguíneos, para diagnóstico médico e tratamento apropriado. Além disso, o programa 
auxilia os pacientes a compreenderem melhor sua condição clínica e tratamento, estimulando o autocuidado 
apoiado e o alcance de resultados terapêuticos ótimos.
Em um ambiente confortável e privado da farmácia, os pacientes são atendidos pelo farmacêutico, que realiza 
uma avaliação global dos fatores de risco cardiovasculares do paciente, e efetua testes rápidos para determina-
ção dos níveis de lipídeos séricos (colesterol total, HDL-C, LDL-C e triglicerídeos). Os pacientes são então orien-
tados de forma personalizada e recebem um relatório detalhado dos resultados desta avaliação, que pode ser 
compartilhado com o médico e outros profissionais de saúde.
Após esta avaliação, pacientes podem aderir a um programa de acompanhamento, durante o qual é mantido 
um diário de acompanhamento, são feitas avaliações periódicas, e orientação continuada sobre adesão ao trata-
mento, uso correto dos medicamentos e mudanças no estilo de vida. Estes encontros podem ser desde mensais 
até semestrais, dependendo da necessidade de cada paciente. Os atendimentos de retorno também podem 
coincidir com a aquisição mensal de medicamentos na farmácia.
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Quais são os benefícios para os pacientes?
As doenças cardiovasculares (DCV) isquêmicas representam, ainda hoje, a principal causa de morte nos países 
de média e alta rendas (1). Apenas em 2012, foram registradas mais de 17 de milhões de mortes relacionadas à 
DCV em todo mundo (2). 
O colesterol elevado é considerado o principal fator de risco modificável da doença aterosclerótica e de suas 
manifestações clínicas, como acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e infarto agudo do miocárdio (IAM). 
Estudos epidemiológicos demonstraram relação log-linear entre os níveis de colesterol total e doença arterial 
coronariana. Esta é uma relação contínua, gradual, sem limites claros, abaixo dos quais o risco é anulado (3). 
Fonte: Stamler J, Wentworth D, Neaton JD. JAMA 1986; 256:2823.
Ensaios clínicos de terapias de redução do colesterol demonstraram benefícios consistentes em curto prazo para 
pacientes com doença arterial coronariana (DAC) estabelecida e em longo prazo para aqueles com hipercoleste-
rolemia (4–10). 
Serviços farmacêuticos clínicos podem contribuir significativamente para o controle dos níveis de lipídeos san-
guíneos e para redução de desfechos cardiovasculares (11–14). Como exemplo, revisão sistemática publicada 
no periódico Pharmacotherapy em 2012, indicou que pacientes que receberam cuidado farmacêutico apre-
sentaram níveis de colesterol total significativamente menores, e maiores chances de alcançar controle lipídico 
adequado, particularmente com redução nos níveis de LDL-C (12).Colesterol Plasmático
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PARTE REVISANDO A DOENÇA
O que são as dislipidemias?
As dislipidemias são distúrbios no metabolismo de lipoproteínas que resultam em uma ou mais das seguintes 
anormalidades:
• Colesterol total elevado 
• Níveis séricos aumentados de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) 
• Níveis reduzidos de lipoproteína de alta densidade (HDL-C) 
• Níveis aumentados de triglicerídeos (TG)
Como funciona o metabolismo lipídico?
Para compreender melhor as dislipidemias, sua classifi cação, diagnósti co laboratorial e tratamento farmacológi-
co, precisamos relembrar alguns conceitos relacionados ao metabolismo lipídico.
No organismo, os lipídeos biologicamente mais relevantes são os fosfolipídios, o colesterol, os triglicerídeos (TG) 
e os ácidos graxos (AG). Os fosfolipídios formam a estrutura básica das membranas celulares. O colesterol atua 
na fl uidez da membrana celular e como precursor de hormônios esteroidais, dos ácidos biliares e da vitamina D. 
Já os TGs consti tuem uma das mais importantes reservas energéti cas do organismo (15).
Os lipídeos são substâncias hidrofóbicas, e, por conseguinte, necessitam ser solubilizados para poderem ser 
transportados no organismo, pela corrente sanguínea. Essa função é desempenhada pelas lipoproteínas, que 
transportam essas substâncias pelos vários tecidos, para uti lização energéti ca, reserva, produção de hormônios 
e formação de ácidos biliares (15,16). 
Uma lipoproteína é composta por colesterol esterifi cado e não esterifi cado, triglicerídeos, fosfolipídios e prote-
ínas. Os componentes proteicos das lipoproteínas são conhecidos como as apolipoproteínas (apo) ou apoproteí-
nas. As diferentes apolipoproteínas servem como cofatores para as enzimas e diferentes ligantes (15,16). 
O metabolismo lipídico pode ser dividido em duas vias principais, exógena e endógena: 
Via exógena
A via exógena se inicia com a absorção intesti nal de colesterol e ácidos graxos vindos da alimentação (15,16). Os 
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mecanismos que regulam a quanti dade de colesterol que é absorvido são pouco conhecidos, mas sabe-se que 
fatores genéti cos infl uenciam nesse processo (17). 
Na célula intesti nal, os ácidos graxos absorvidos se combinam com o glicerol, para formar os triglicerídeos, e, em 
menor grau, o colesterol absorvido é esterifi cado para formar ésteres de colesterol.
Triglicerídeos e colesterol são montados intracelularmente como quilomícrons, que também contêm apo B48, o 
componente aminoterminal da apo B100. Os quilomícrons são em seguida secretados pelas células intesti nais 
para o interior do sistema linfáti co, de onde alcançam a circulação. Enquanto circulam, os quilomícrons sofrem 
lipólise, por ação de enzimas circulantes chamadas lipoproteínas lipases, com a liberação de AG livre e glicerol do 
core, e de colesterol não esterifi cado da superfí cie dessas partí culas (15,16).
Os ácidos graxos livres podem ser então uti lizados como fonte de energia, converti dos em triglicerídeos ou ar-
mazenados no tecido adiposo. Por fi m, os produtos fi nais do metabolismo dos quilomícrons, “remanescentes de 
quilomícrons”, e também AG são capturados pelo fí gado, onde serão uti lizados para formação do VLDL (15,16). 
Via endógena
• Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL)
A via endógena do metabolismo lipídico se inicia com a síntese de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) 
no fí gado. Partí culas de VLDL contêm um núcleo com maior proporção de triglicerídeos (60%) e menor de ésteres 
de colesterol (20%). Nesta etapa as proteínas de transferência de triglicerídeos microssomais (MTP) são muito 
importantes, pois realizam a transferência de lipídeos intracelulares (principalmente triglicerídeos), do retí culo 
Gorduras da dieta VIA EXÓGENA VIA ENDÓGENA
Quilomicrons
Remanescentes de
Quilomicrons
Lipoproteína
Lipase
Lipoproteína
Lipase
Lipoproteína
Lipase
Ácidos 
Graxos Livres
Ácidos 
Graxos Livres
Ácidos 
Graxos Livres
Colesterol
Tecido
Periférico
Re-
cep-
tor
LDL
Sais 
Biliares
Fígado
LCAT
HDL
nascente
CETP
LDL
LCAT - leciti na-colesterol-acil-transterase
CETP - proteína transportadora de ésteres de colesterol
HDL
IDLVLDL
18 endoplasmático, para a apolipoproteína (apo) B 100 no fígado (18,19).
As apolipoproteínas da superfície de VLDL incluem a apo C-II, que funciona como um cofator para a lipoproteína 
lipase, a apo C-III, que inibe esta enzima, e a apo B-100 e apo E, que atuam como ligantes para o receptor de apo-
lipoproteína B/E (receptor de lipoproteína de baixa densidade [LDL]) (20). 
O núcleo de triglicerídeos das VLDL nascentes é hidrolisado pela lipoproteína lipase, liberando triglicerídeos, 
gerando partículas remanescentes de VLDL (também chamadas de lipoproteínas de densidade intermédia [IDL]), 
que também sofrerão ação de lipase, perdendo mais triglicerídeos e, assim, ficando proporcionalmente mais ricas 
em colesterol, formando a LDL (15,16). Assim, a diferença entre VLDL, IDL e LDL consiste na proporção trigli-
cerídeos/colesterol contidos em seu núcleo, sendo as partículas VLDL mais ricas em triglicerídeos, enquanto as 
partículas LDL são mais ricas em colesterol.
Lipoproteínas de baixa densidade (LDL)
Partículas de LDL contêm um núcleo de ésteres de colesterol, menor quantidade de triglicerídeos, e são ricos em 
apolipoproteína B-100. As LDLs são capturadas por células hepáticas ou periféricas por meio dos receptores de 
LDL (LDL-R). Colesterol LDL hepático pode então ser convertido em ácidos biliares e secretado ao lúmen intes-
tinal. O papel dos ácidos biliares será auxiliar na digestão das gorduras no intestino. Já o colesterol LDL, interna-
lizado em tecidos não hepáticos, pode ser utilizado para a produção de hormônios, síntese da membrana celular 
ou armazenado sob a forma esterificada (15,16). 
A expressão dos LDL-Rs nos hepatócitos é a principal responsável 
pelo nível de colesterol no sangue e depende da atividade da enzi-
ma hidroximetilglutaril (HMG) CoA redutase, enzima-chave para 
a síntese intracelular do colesterol hepático. Quando há queda do 
conteúdo intracelular do colesterol, ocorre aumento da expressão 
de LDL-R nos hepatócitos, e, assim, maior captura de LDL, IDL e 
VLDL circulantes por essas células, reduzindo seus níveis plasmá-
ticos (15,16).
“A inibição da HMG-CoA 
redutase é, portanto, da 
síntese intracelular do 
colesterol, é importante alvo 
terapêutico no tratamento da 
hipercolesterolemia”
A importância do receptor de LDL na regulação do metabolismo do colesterol foi demonstrada em modelos ex-
perimentais, como exemplo podemos citar a hipercolesterolemia familiar, uma importante condição de risco para 
doença cardiovascular, muitas vezes associada a um defeito genético no receptor de LDL (21). 
A relação entre LDL e aterosclerose ocorre porque a LDL modificada quimicamente (LDL oxidada) pode também 
penetrar em macrófagos e alguns outros tecidos através de receptores desregulados. Esta via pode resultar em 
acúmulo de colesterol intracelular e formação de células espumosas que contribuem para a formação de placas 
de ateroscleróticas (15,16). Falaremos do processo aterogênico com detalhes mais adiante.
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Lipoproteína de alta densidade (HDL)
As partículas de HDL são formadas no fígado, no intestino e na circulação, e seu principal conteúdo proteico é 
representado pelas apos AI e AII. O colesterol livre da HDL, proveniente das membranas celulares de remanes-
centes de quilomícrons e VLDL, é esterificado por ação de uma enzima chamada LCAT (lecitina-colesterol-acil-
transferase). A apo AI, principal proteína da HDL, é cofator dessa enzima. A HDL transporta o colesterol até o 
fígado, onde este é captado pelos receptores SR-B1. O transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o 
fígado é denominado transporte reverso do colesterol(15,16). As partículas HDL também têm outras ações que 
contribuem para a proteção do leito vascular contra a aterosclerose, como a remoção de lipídeos oxidados da 
LDL, inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio e a estimulação da liberação de óxido 
nítrico (15,16). O Quadro 1 traz um resumo das lipoproteínas e sua função.
QUADRO 1. Principais lipoproteínas do organismo e suas funções
LIPOPROTEÍNA FUNÇÃO
São partículas muito grandes que transportam lipídios da dieta. Eles são 
associados com uma variedade de apolipoproteínas, incluindo AI, A-II, 
A-IV, B-48, CI, C-II, C-III e E.
Quilomícrons
Produzidas no fígado, transportam triglicerídeos endógenos e em menor 
grau colesterol. As principais apolipoproteínas associadas ao VLDL são 
B-100, CI, C-II, C-III e E.
Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL)
Transportam ésteres de colesterol e triglicerídeos. IDL estão associadas 
a apolipoproteínas B-100, C-III e E.
Lipoproteínas de densidade intermédia (IDL)
Transporta ésteres de colesterol e estão associadas com apolipoproteí-
nas B-100 e C-III.
Lipoproteínas de baixa densidade (LDL)
Transportam ésteres de colesterol para o fígado e estão associadas a 
apolipoproteínas AI, A-II, CI, C-II, C-III, D e E.
Lipoproteína de alta densidade (HDL)
Imagens reproduzidas de Servier Medical Art (CC BY 3.0)
20 Como ocorre a aterosclerose?
As alterações lipídicas desempenham um papel crítico no desenvolvimento de aterosclerose (22–29). Estudos 
epidemiológicos realizados em todo o mundo mostraram um aumento da incidência de aterosclerose, quando as 
concentrações de colesterol séricas foram superiores a 150 mg/dL (3,9 mmol / L) (30–33).
A aterosclerose é um processo patológico que causa a doença das artérias coronárias, cerebrais e periféricas, e con-
siste no espessamento e perda da elasticidade das paredes de artérias de médio e grande calibre (34,35), resultando 
em complicações como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença arterial periférica (36). 
Sua patogênese é multifatorial, envolvendo causas relacionadas à disfunção endotelial, fatores inflamatórios e 
imunológicos, hipertensão, tabagismo, diabetes, dislipidemias, dentre outros. As dislipidemias constituem um 
dos principais componentes no desenvolvimento da aterosclerose, visto que o acúmulo de lipídeos nos vasos 
contribui para o início da formação dos ateromas (placas ateroscleróticas) (36). Estima-se que a dislipidemia es-
teja presente em mais de 70% dos pacientes com doença cardíaca coronariana prematura (37).
Estudos mostram que a LDL oxidada e a formação de células espumosas (macrófagos que fagocitaram partículas 
de LDL oxidadas) representam um dos principais fatores responsáveis pelo desencadeamento da lesão ateros-
clerótica (36). Quando os lipídeos circulantes, principalmente a LDL, penetram no endotélio das artérias, a ação 
de produtos metabólicos, espécies reativas do oxigênio e enzimas produzidas pelas células vasculares, provo-
cam modificações oxidativas nestas macromoléculas. Isso irá desencadear uma resposta inflamatória na íntima 
da artéria e produzir disfunção endotelial, agravando a placa de ateroma (38). A placa de ateroma chamada “ins-
tável”, com conteúdo inflamatório altamente ativo, pode se romper e atrair agregação plaquetária, produzindo 
eventos trombóticos. Estes eventos podem ocorrer em artérias periféricas, bem como em órgãos específicos, 
como coração (síndrome coronariana aguda) e cérebro (acidente vascular cerebral).
Imagem reproduzida de Servier Medical Art (CC BY 3.0)
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Quais as consequências da aterosclerose?
As consequências clínicas em longo prazo do processo de aterosclerose são devastadoras. Síndromes coronaria-
nas agudas (infartos e anginas), acidentes vasculares cerebrais isquêmicos e doenças tromboembólicas periféri-
cas são as principais manifestações da aterosclerose, e apresentam alta morbimortalidade, e alto impacto social 
e econômico (15).
A aterosclerose é geralmente assintomática até a estenose, com placa de ateroma superior a 70% ou 80% do 
diâmetro luminal, que produz redução no fluxo sanguíneo. O processo aterosclerótico pode atingir diversas 
artérias, desde a carótida, coronárias, artéria renal, aorta, até artérias de membros inferiores. No coração, por 
exemplo, lesões estenóticas podem produzir desde sintomas típicos de angina pectoris , até eventos corona-
rianos agudos. Cabe lembrar que síndromes coronárias e cerebrovasculares agudas (angina instável, infarto do 
miocárdio, morte súbita e acidente vascular cerebral) são tipicamente causadas por ruptura de placas com me-
nos de 50% de estenose (39–41). Assim, não apenas o tamanho da placa e o grau de obstrução importam, mas 
sua predisposição em romper, influenciada diretamente pelo estado inflamatório do indivíduo.
LDL
LDL OXIDADO
FORMAÇÃO DE PLACA DE ATEROMA NA ÍNTIMA
PLACA FLEXÍVEL
RUPTURA DA PLACA
TROMBOSE 
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA 
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
DISFUNÇÃO ENDOTELIAL INFLAMAÇÃO
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Sabendo que níveis elevados de colesterol representam o principal fator de risco modificável para o desenvolvi-
mento de DAC, estratégias de tratamento que visem à redução desses níveis são fundamentais do ponto de vista 
de prevenção de doenças cardiovasculares (30–33). 
Quais são as diretrizes clínicas mais importantes sobre 
dislipidemias?
Diretrizes são documentos oficiais que sintetizam as evidencias sobre uma determinada condição e servem de 
guia de prática para os profissionais de saúde. Existem inúmeras diretrizes para prevenção cardiovascular, diag-
nóstico e tratamento das dislipidemias. Dentre elas, destacamos o Guideline Americano para o tratamento do 
colesterol e redução de risco cardiovascular, publicado nos Estados Unidos em dezembro de 2013, que atualizou 
e alterou algumas questões importantes na gestão das dislipidemias (42). 
Vasos que podem ser afetados pela aterosclerose
Artérias cerebrais
Formação da placa 
de ateroma Bifurcação da carótida
Artéria carótida comum
Coronárias
Artéria renal
Bifurcação da aorta
Artérias femoral e poplitea
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No Brasil, duas importantes diretrizes foram também publicadas em 2013. A V Diretriz Brasileira de Dislipide-
mias e Prevenção da Aterosclerose (15) e a I Diretriz Brasileira de Prevenção Cardiovascular (43). Estas norteiam 
a prática clínica de prevenção cardiovascular e terapias farmacológica e não farmacológica das dislipidemias. 
Nestas, participam inúmeros profissionais afeitos a essa área específica do conhecimento, representando a So-
ciedades Brasileira de Cardiologia. Os documentos podem ser obtidos gratuitamente em www.cardiol.br
Como as dislipidemias são diagnosticadas?
As dislipidemias são diagnosticadas por avaliação laboratorial de alterações nos valores de lipídeos plasmáticos. 
São considerados anormais valores de colesterol total superiores a 200 mg/dl, LDL acima de 130 mg/dl, triglice-
rídeos acima de 150 mg/dl e HDL inferior a 40 mg/dl (Tabela 1).
O diagnóstico é realizado pelo médico, através da avaliação de exames padronizados, realizados em condições 
adequadas, em laboratório confiável. A partir do diagnóstico, medidas não farmacológicas devem ser instituídas, 
a fim de reduzir a carga lipêmica, e o tratamento farmacológico pode ser considerado. Testes rápidos de colesterol 
ou triglicerídeos, que podem ser feitos pelo farmacêutico na farmácia ou pelo próprio médico no consultório, não 
possuem valor diagnóstico, mas servem como testes de rastreamento de dislipidemias em pacientes não diagnos-
ticados, e podem ser utilizados como parâmetros de monitoramento em pacientes já tratados para dislipidemias.
TABELA 1. Valores referenciais do perfil lipídico para adultos maiores de 20 anos
LIPÍDEOS VALORES (MG/DL) CATEGORIA
CT
< 200 Desejável
200-239 Limítrofe
≥ 240 Alto
LDL-C
< 100 Ótimo
100-129 Desejável
130-159 Limítrofe160-189 Alto
≥ 190 Muito alto
HDL-C
> 60 Desejável
< 40 Baixo
TG
<150 Desejável
150-200 Limítrofe
200-499 Alto
≥ 500 Muito alto
Colesterol não-HDL
< 130 Ótimo
130-159 Desejável
160-189 Alto
≥ 190 Muito alto
24 Como as dislipidemias podem ser classificadas?
As dislipidemias podem ser primárias ou secundárias. As dislipidemias primárias ou sem causa aparente podem 
ser classificadas genotipicamente ou fenotipicamente por meio de análises bioquímicas. Na classificação genotí-
pica, as dislipidemias se dividem em monogênicas, e poligênicas, causadas por associações de múltiplas mutações 
que isoladamente não seriam de grande repercussão (15,43). 
A classificação fenotípica ou bioquímica considera os valores de Colesterol total (CT), colesterol LDL (LDL-C), 
triglicerídeos (TG) e colesterol HDL (HDL-C) e compreende quatro tipos principais (Quadro 2) (15,43).
QUADRO 2. Classificação das dislipidemias
HIPERCOLESTEROLEMIA ISOLADA Elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dl);
HIPERTRIGLICERIDEMIA ISOLADA
Elevação isolada dos TGs (≥ 150 mg/dl) que reflete o aumento do número e/
ou do volume de partículas ricas em TG, como VLDL, IDL e quilomícrons. A 
estimativa do volume das lipoproteínas aterogênicas pelo LDL-C torna-se 
menos precisa à medida que aumentam os níveis plasmáticos de lipoproteínas 
ricas em TG. Portanto, nestas situações, o valor do colesterol não-HDL pode 
ser usado como indicador de diagnóstico e meta terapêutica;
HIPERLIPIDEMIA MISTA
Valores aumentados de LDL-C (≥ 160 mg/dl) e TG (≥ 150 mg/dl). Nesta 
situação, o colesterol não-HDL também poderá ser usado como indicador e 
meta terapêutica. Nos casos em que TGs ≥ 400 mg/dl, o cálculo do LDL-C pela 
fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se, então, considerar a hiperli-
pidemia mista quando CT ≥ 200 mg/dl;
HDL-C baixo
Redução do HDL-C (homens < 40 mg/dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em 
associação a aumento de LDL-C ou de TG.
Dislipidemias Secundárias
Em muitos pacientes, a dislipidemia é causada por alguma etiologia subjacente “não-lipídica”, ao invés de um 
distúrbio primário do metabolismo lipídico. Dentre as principais se incluem: diabetes mellitus tipo 2, consumo 
excessivo de álcool, doenças hepáticas colestáticas, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, hipotireoidis-
mo, tabagismo, obesidade e alguns tipos de medicamentos (44).
Em uma coorte de 824 novos pacientes encaminhados a uma clínica de referência em dislipidemia, em um cen-
tro médico acadêmico nos Estados Unidos, 28% apresentavam uma ou mais causas potenciais de dislipidemia 
secundária. As condições mais comuns foram o consumo excessivo de álcool (10%) e diabetes mellitus não 
controlada (8%) (45).
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Diabetes mellitus tipo 2
Dislipidemia em associação com a resistência à insulina é comum em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM) 
(46–48). A resistência à insulina e a hiperinsulinemia resultante estão associadas com hipertrigliceridemia e bai-
xos níveis séricos de lipoproteína de alta densidade (HDL). A hipertrigliceridemia é resultado tanto do aumento 
da disponibilidade de substrato (glicose e ácidos graxos livres) como da redução da lipólise (47).
Consumo excessivo de álcool
Enquanto o consumo moderado de álcool geralmente tem efeitos favoráveis sobre os níveis lipídicos, o consumo 
excessivo de álcool pode aumentar os níveis de triglicerídeos. Isto é particularmente preocupante em pacientes 
com hipertrigliceridemia grave (TG >500 mg/dl) (49,50).
Doenças hepáticas colestáticas
Cirrose biliar primária e distúrbios semelhantes podem ser acompanhados por hipercolesterolemia marcante, 
resultado do acúmulo de lipoproteína-X, uma partícula com elevado teor de fosfolipídios (66% em peso) e co-
lesterol não esterificado (22%), e baixo teor de proteína (6%), ésteres de colesterol (3%), e triglicerídeos (3%). 
Elevações acentuadas na lipoproteína X têm sido associadas com síndrome de hiperviscosidade, mas não foi es-
tabelecida ligação clara com doença arterial coronariana (DAC) (51).
Doenças hepáticas 
colestáticas
Síndrome 
nefrótica
Doença renal 
crônica
Hipotireoidismo
Tabagismo
Obesidade
Medicamentos
Diabetes tipo 2
Consumo excessivo 
 de álcool
Dislipidemia 
Secundária
TG
TG
CT
CT
CT
CTCT
CT e/ou
TG
TG
HDL
LDL
LDL
LDL
TGLDL
TG
HDL HDL
HDL
26 Síndrome nefrótica
Na síndrome nefrótica pode ocorrer uma hiperlipidemia marcante, devido principalmente aos elevados níveis sé-
ricos de colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL). O aumento da produção hepática de lipoprote-
ínas (induzida em parte pela queda da pressão oncótica do plasma) é a principal anormalidade, mas a diminuição 
do catabolismo de lipídios desempenha também um papel importante.
Doença renal crônica
Dislipidemia secundária é menos proeminente em doença renal crônica (DRC), mas DRC pode estar associada 
a aumentos dos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos, e baixos níveis de colesterol HDL. Hipertrigliceridemia 
ocorre em 30% a 50% das pessoas com DRC (44).
Hipotireoidismo 
O hipotireoidismo é frequentemente associado e é considerado uma causa comum de aumento de lipídeos sé-
ricos. A relação entre hipotireoidismo e dislipidemia foi demonstrada em estudo com 268 pacientes com hipo-
tireoidismo primário. Hipercolesterolemia esteve presente em 56% destes pacientes, hipercolesterolemia e hi-
pertrigliceridemia em 34%, e hipertrigliceridemia em 1,5%. Apenas 8,5% dos pacientes apresentavam um perfil 
lipídico normal (52). 
A importância das anormalidades lipídicas aumenta de uma forma 
gradual, com a gravidade do hipotireoidismo (53). Em uma pesqui-
sa com 248 pacientes encaminhados a uma clínica de distúrbios 
lipídicos, 2,8% tinham hipotireoidismo e 4,4% tinham hipotireoi-
dismo subclínico (54).
“TSH (hormônio tireotrófico) 
sérico deve ser mensurado 
em todos os pacientes 
com dislipidemia”
Dessa forma, o TSH (hormônio tireotrófico) sérico deve ser mensurado em todos os pacientes com dislipidemia. 
Reversão do hipotireoidismo com reposição de hormônio tireoidiano leva à correção da hiperlipidemia (44).
Tabagismo
Tabagismo diminui as concentrações séricas de colesterol HDL e pode induzir resistência à insulina (55–57). Na 
fase de triagem do estudo Bezafibrate Infarction Prevention, por exemplo, a média de concentração sérica de 
colesterol HDL foi de 40 mg/dL em não-fumantes, 37 mg/dL em ex-fumantes e 35 mg/dL em fumantes atuais com 
consumo de dois maços ou mais por dia (55). Outra análise mostrou que o efeito do tabagismo foi mais proemi-
nente se ajustado para a ingestão concomitante de álcool. Nestes doentes, o fumo foi associado com redução de 
5 a 9 mg/dl do colesterol HDL (57). Estes efeitos são reversíveis dentro de um a dois meses após a cessação do 
tabagismo (58–60).
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Obesidade 
A obesidade está associada a um número de alterações deletérias no metabolismo dos lipídeos, incluindo aumen-
to nas concentrações séricas de colesterol total, LDL, VLDL, e triglicerídeos, e uma redução da concentração de 
HDL, de cerca de 5% (61). A perda de gordura corporal pode reverter a hipercolesterolemia e hipertrigliceride-
mia parcialmente (62).
Medicamentos
Alguns medicamentos, incluindo diuréticos, betabloqueadores, antidiabéticos, estrógenos orais e mesmo hipo-
lipemiantes podem causar alterações lipídicas indesejadas (63) (Quadro 3). Alguns dos agentes antipsicóticos 
atípicos, em particular, a clozapina e a olanzapina, têm sido associados com o ganho de peso, obesidade, hipertri-
gliceridemia, e o desenvolvimento de diabetes mellitus (64–67). Os mecanismos pelo qual eles causam a síndro-
me metabólica não foram definidos. 
Esquemas antirretrovirais utilizados para a infecção pelo HIV, em particular os inibidores da protease, têm sido 
associados com anormalidades no metabolismo da glicose e lipídios, muitas vezes como parte de uma síndrome 
de lipodistrofia(44).
QUADRO 3. Medicamentos que podem alterar o perfil lipídico
Medicamentos Efeitos adversos sobre o perfil lipídico
Betabloqueadores não cardiosseletivos
Aumento de TG 
Redução de HDL-C
Bloqueadores seletivos Beta1 Aumento de TG (nenhum efeito ou observado em alguns estudos)
Nebivolol Redução de HDL-C (nenhum efeito observado em alguns estudos)
Hidroclorotiazida (≥ 25 mg/dia)
Aumento de TG 
Aumento de CT
Clortalidona Aumento de LDL-C 
Indapamida Aumento de LDL-C (nenhum efeito observado em alguns estudos)
Pioglitazona Aumento de LDL-C 
Rosiglitazona
Aumento de LDL-C 
Aumento de TG
Orlistate Redução de HDL-C 
Sequestrantes de ácidos biliares (resinas) Aumento de TG 
Fibratos Aumento de LDL-C (em pacientes com hipertrigliceridemia)
Ácidos Graxos Omega-3 Aumento de LDL-C (em pacientes com hipertrigliceridemia grave)
Antipsicóticos atípicos (clozapina, olanzapina) Aumento de TG
Inibidores da protease (antirretrovirais) Aumento de LDL-C
Estrógenos orais (contraceptivos) Aumento de CT
É procedimento padrão questionar o paciente sobre o uso destes medicamentos, sempre que resultados de perfil 
lipídico mostrarem-se alterados.
28 Perfil lipídico: o que significa e como interpretar?
As medidas incluídas no perfil lipídico tradicional incluem: Colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos. Essas sub-
frações de lipídios contribuem de forma diferente para as previsões de risco cardiovascular. Algumas dosagens 
adicionais estão disponíveis, incluindo subtipos de LDL e várias apolipoproteínas (apo) A-1 e B (15,68), mas são 
pouco utilizadas em rotina.
Existem muitos estudos que examinam o poder de cada uma dessas lipoproteínas em predizer o risco de doença 
coronariana. De maneira geral, há um consenso de que colesterol não-HDL, ou o colesterol total e o HDL-C são 
melhores preditores de risco de doença coronariana do que LDL-C sozinho (69,70).
Colesterol total (CT)
A avaliação do CT com a finalidade de mensurar o risco CV é recomendada pelos programas de rastreamento 
populacional, todavia este método pode fornecer dados enganosos em algumas situações. Isto ocorre especial-
mente em mulheres que frequentemente apresentam níveis mais elevados de HDL-C (o que impacta em aumento 
do CT) e indivíduos com diabetes ou síndrome metabólica, que muitas vezes evoluem com níveis baixos de HDL-C 
(o que impacta em redução do CT). Para avaliação adequada do risco CV são indispensáveis as análises do HDL-C 
e do LDL-C (15,68).
Colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C)
O LDL-C é calculado pela fórmula de Friedewald: LDL-C = CT – (HDL-C + TG/5); onde TG/5 representa o coleste-
rol ligado à VLDL ou VLDL-C (15).
O resultado calculado do LDL-C deve considerar alguns pressupostos:
1.
2.
3.
Erros metodológicos podem se acumular, pois a fórmula exige três 
análises separadas, ou seja, CT, TG e HDL-C; 
Proporção constante presumida de colesterol e triglicérides nas 
partículas de VLDL. Com valores de TG > 400 mg/dl a fórmula não pode 
ser utilizada; 
O uso da fórmula de Friedewald não é indicado quando o sangue é 
obtido sem jejum. Nestas condições, o colesterol não-HDL pode ser 
determinado em substituição. 
Apesar dessas limitações, o LDL-C calculado pela fórmula de Friedewald é ainda amplamente utilizado na prática clínica.
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Colesterol não-HDL
A fração colesterol não-HDL é utilizada para estimar o número total de partículas aterogênicas no plasma (VLDL 
+ IDL + LDL) e refere-se também aos níveis de apo B. O colesterol não-HDL é calculado facilmente subtraindo-se 
o HDL-C do CT (não-HDL-C = CT - HDL-C) (15,68).
O colesterol não-HDL pode fornecer melhor estimativa do risco em comparação com o LDL-C, principalmente 
nos casos de hipertrigliceridemia associada ao diabetes, à síndrome metabólica ou à doença renal. 
Colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL)
O HDL, em contraste com as LDL e VLDL, tem propriedades características antiaterogênicas, promove efluxo do 
colesterol dos macrófagos, antioxidação, proteção contra a trombose, manutenção da função endotelial e manu-
tenção de uma baixa viscosidade do sangue. O efeito final é uma relação inversa entre os níveis plasmáticos de 
HDL-C e o risco cardiovascular (71–76).
Triglicerídeos (TG)
Vários estudos usando apenas abordagens univariadas sugeriram que os triglicerídeos são preditores de risco de 
doença coronariana. No entanto, eles parecem ter poder preditivo relativamente pequeno. Níveis elevados de TG 
se associam frequentemente a baixos níveis de HDL-C e a altos níveis de partículas de LDL pequenas e densas (77). 
Interpretação do perfil lipídico
Colesterol não-HDL mg/dl
130 160 190
Ótimo Desejável Alto Muito alto
Triglicerídeos mg/dl
500200150
Desejável Limítrofe Alto Muito alto
Colesterol LDL mg/dl
100 130 160 190
Ótimo Desejável Limítrofe Alto Muito alto
Colesterol HDL mg/dl
6040
Baixo Aceitável Desejável
Colesterol Total mg/dl
Desejável
200 240
Limítrofe Alto
30 Como estimar o risco cardiovascular do paciente com 
dislipidemia?
A primeira etapa para definição do tratamento, e das metas terapêuticas a serem alcançadas em pacientes disli-
pidêmicos, é a estratificação do risco cardiovascular do paciente. Esta deve ser realizada por meio da utilização 
de um escore de avaliação de risco (ER), que tem como base o nível médio da pressão arterial, a presença ou não 
de fatores de risco associados, a potenciação causada por sinergismos entre alguns desses fatores e a presença 
ou ausência de lesões de órgãos-alvo e doenças cardiovasculares ou renais prévias. Esta estimativa é complexa 
e existem diferentes escores de risco (ER) disponíveis na literatura (15,78). Em comparação ao estadiamento 
de risco feito em pacientes com hipertensão, este escore é diferente, mais completo, e permite um cálculo mais 
acurado do risco CV em 10 anos.
Com base na V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (15,43), adotaremos o ER Glo-
bal para avaliação do risco em 10 anos e o ER pelo Tempo de Vida como opção para os indivíduos acima de 45 
anos considerados de baixo risco ou risco intermediário.
Como fazer?
Seguimos três etapas para a estimativa do risco cardiovascular do paciente:
Etapa 1: Presença de doenças ateroscleróticas
Primeiro, verifique a presença de manifestações clínicas da doença aterosclerótica ou de seus equivalentes, lis-
tadas no Quadro 4. O paciente que se enquadrar em uma dessas categorias não requer outras etapas para es-
Reclassificação do risco 
através da presença de 
FATORES AGRAVANTES, 
quando houver.
Utilização de ESCORES 
DE PREDIÇÃO DO RISCO 
para cálculo do percentual 
de risco e estadiamento.
Determinação da 
presença de DOENÇA 
ARTEROSCLERÓTICA 
significativa ou de seus 
equivalentes.
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QUADRO 4. Critérios de identificação de pacientes com alto risco de eventos coronarianos
Presença de doença aterosclerótica arterial coronária, cerebrovascular ou obstrutiva periférica, com manifestações 
clínicas (eventos CV). Isto é, história prévia de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, angina de peito, ou 
doença vascular periférica . 
Aterosclerose na forma subclínica, significativa, documentada por metodologia diagnóstica. Isto é, pacientes que passa-
ram por “cateterismo”, tendo sido evidenciada aterosclerose em artérias do coração ou outras.
Procedimentos de revascularização arterial. Pacientes que passaram por procedimentos de angioplastia, colocação de 
stent, pontes de safena, pontes mamárias, entre outros.
Diabetes mellitus tipos 1 ou 2
Doença renal crônica. Pacientes com doença renal crônica diagnosticada por elevação de creatinina sérica e redução da 
taxa de filtração glomerular.
Hipercolesterolemia Familiar (HF). Pacientes com diagnóstico de hipercolesterolemia de origem genética. Geralmente 
com grandes elevações no LDL-C.
Etapa 2: Aplique o sistema de pontospara cálculo do escore de risco global
O ER Global estima o risco de infarto do miocárdio, AVE, insuficiência vascular periférica ou insuficiência cardí-
aca em 10 anos. 
O cálculo é feito para todos os pacientes que não se enquadraram como alto risco na etapa 1, por meio da atri-
buição de pontuações, conforme os resultados do paciente para idade, HDL-C, CT, pressão arterial sistólica, e à 
presença de tabagismo e diabetes. A partir do somatório de pontos existe a conversão para a % de risco global, 
conforme tabela de interpretação de pontos. O sistema de pontuação e a interpretação do risco é diferente para 
mulheres e homens (Tabela 2).
Homens e mulheres com risco <5% são considerados baixo risco. Risco intermediário é atribuído a mulheres com 
risco de 5% a 10% e a homens com risco de 5% a 20%. Mulheres com risco >10% e homens >20% são considera-
dos alto risco para eventos cardiovasculares em 10 anos.
2 A doença vascular periférica (DVP), responsável pela insuficiência arterial, pode ser considerada como um sinal de doença aterosclerótica geral. 
Sintomas incluem dor em repouso, dor ao caminhar (claudicação), pés frios, úlceras, palidez à elevação, dor noturna. Requer diagnóstico médico.
tratificação de risco, sendo considerado automaticamente de ALTO RISCO, ou seja, com risco superior a 20% 
de apresentar novos eventos cardiovasculares em 10 anos. Nestes casos, veja as metas terapêuticas de perfil 
lipídico indicadas para esta faixa de risco.
32 Tabela 2. Sistema de pontuação para cálculo do escore de risco global
Atribuição de pontos de acordo com o risco cardiovascular global para mulheres
Pontos Idade (anos) HDL-C CT PAS (não 
tratada)
PAS (tratada) Fumo Diabetes
-3 <120
-2 60+
-1 50-59 <120
0 30-34 45-49 <160 120-129 Não Não
1 35-44 160-199 130-139
2 35-39 <35 140-149 120-139
3 200-239 130-139 Sim
4 40-44 240-279 150-159 Sim
5 45-49 280+ 160+ 140-149
6 150-159
7 50-54 160+
8 55-59
9 60-64
10 65-69
11 70-74
12 75+
Pontos Total
Risco cardiovascular global em 10 anos: para mulheres
Pontos Risco (%) Pontos Risco (%)
< -1 <1 10 6,3
-1 1 11 7,3
0 1,2 12 8,6
1 1,5 13 10,0
2 1,7 14 11,7
3 2,0 15 13,7
4 2,4 16 15,9
5 2,8 17 18,5
6 3,3 18 21,6
7 3,9 19 24,8
8 4,5 20 28,5
9 5,3 21+ >30
Interpretação do Risco (%) em 10 anos 
(Mulheres):
RISCO BAIXO: < 5% 
RISCO INTERMEDIÁRIO: 5 a 10% 
RISCO ALTO: >10 %
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Atribuição de pontos de acordo com o risco cardiovascular global para homens
Pontos Idade (anos) HDL-C CT PAS (não 
tratada)
PAS (tratada) Fumo Diabetes
-2 60+ <120
-1 50-59
0 30-34 45-49 <160 120-129 <120 Não Não
1 35-44 160-199 130-139
2 35-39 <35 200-239 140-159 120-139
3 240-279 160+ 130-139 Sim
4 280+ 140-159 Sim
5 40-44 160+
6 45-49
7
8 50-54
9
10 55-59
11 60-64
12 65-69
13
14 70-74
15+ 75+
Pontos Total
Risco cardiovascular global em 10 anos: para homens
Pontos Risco (%) Pontos Risco (%)
-3 ou menos <1 8 6,7
-2 1,1 9 7,9
-1 1,4 10 9,4
0 1,6 11 11,2
1 1,9 12 13,2
2 2,3 13 15,6
3 2,8 14 18,4
4 3,3 15 21,6
5 3,9 16 25,3
6 4,7 17 29,4
7 5,6 18+ >30
Interpretação do Risco (%) 
em 10 anos 
(Homens):
RISCO BAIXO: < 5% 
RISCO INTERMEDIÁRIO: 5 a 20% 
RISCO ALTO: >20 %
34
Etapa 3: Considere os fatores agravantes do risco
Pacientes classificadas como RISCO INTERMEDIÁRIO na etapa anterior, devem ser reclassificados para a condi-
ção de ALTO RISCO na presença de fatores agravantes (Quadro 5). Especificamente para avaliação da presença 
de síndrome metabólica, considere os critérios da Tabela 3. 
História familiar de doença arterial coronariana prematura (parente de primeiro grau masculino <55 anos ou feminino 
<65 anos)
Critérios positivos para síndrome metabólica 
Microalbuminúria (30-300 µg/min) ou macroalbuminúria (> 300 µg/min)
Hipertrofia ventricular esquerda
Proteína C reativa de alta sensibilidade >2 mg/l
Espessura íntima-média de carótidas >1,0
Escore de cálcio coronário >100 ou >percentil 75 para idade ou sexo
Índice tornozelo-braquial (ITB) <0,9
QUADRO 5. Fatores agravantes de risco
TABELA 3. Critérios para síndrome metabólica: considera-se SM a presença de três ou mais critérios
Critérios Definições
Obesidade abdominal
HOMENS
Brancos de origem europeia ou negros ≥ 94 cm
Sul-asiáticos, ameríndios ou chineses ≥ 90 cm
Japoneses ≥ 85 cm
MULHERES
Brancas de origem europeia, negras, sul-asiáticas, amerín-
dias ou chinesas
≥ 80 cm
Japonesas ≥ 90 cm
HDL-colesterol
Homens < 40 mg/dl
Mulheres < 50 mg/dl
Pressão arterial
Sistólica ≥130 mmHg ou tratamento para hipertensão arterial
Diastólica ≥85 mmHg ou tratamento para hipertensão arterial
Triglicérides ≥ 150 mg/dl
Glicemia Jejum ≥ 100 mg/dl
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ER pelo tempo de vida: Uma alternativa complementar
O escore de risco global estima o risco cardiovascular em 10 anos. Esta predição pode subestimar o risco em pa-
cientes com longa expectativa de vida, que poderiam se beneficiar, em longo prazo, de intervenções mais precoces. 
Por isso, em pacientes a partir dos 45 anos, com RG baixo ou intermediário em 10 anos, pode-se utilizar o escore 
de risco pelo tempo de vida. A estimativa do risco de doença cardiovascular pelo tempo de vida permite estrati-
ficar de forma mais abrangente a carga de doença cardiovascular, no momento e no futuro, pois leva em conta o 
risco de doença cardiovascular enquanto o indivíduo envelhece.
Para calcular este escore, primeiro considere os seguintes fatores de risco: colesterol total, PAS, PAD, tabagismo 
e diabetes. Conforme os resultados para cada um desses fatores, cada um deles será classificado em ótimo, não-
-ótimo, elevado ou principal (Tabela 4).
TABELA 4. Classificação dos fatores de risco de acordo com o controle e/ou importância do(s) mesmo(s)
Fator de risco (FR) Ótimos Não ótimos Elevados Principais
Colesterol Total <180 mg/dl 180-199 mg/dl 200-239 mg/dl > 240 mg/l
Pressão arterial sistólica (PAS) Não tratada
<120 mmHg
Não tratada
120-139 mmHg
Não tratada
140-159 mmHg
Tratamento para HAS 
ou PAS não-tratada ≥ 
160 mmHg
Pressão arterial diastólica 
(PAD)
Não tratada
<80 mmHg
Não tratada
80-89 mmHg
Não tratada
90-99 mmHg
Tratamento para HAS 
ou PAD não-tratada ≥ 
100 mmHg
Fumo Não Não Não Sim
Diabetes Não Não Não Sim
Conforme o resultado desta avaliação observe nas tabelas de risco (diferentes para homens e mulheres) a por-
centagem de risco ao longo da vida do seu paciente, para diferentes desfechos (Tabela 5 e Tabela 6).
Existem ferramentas online que permitem calcular o ER Global de forma simples e rápida. 
Recomendamos aquela desenvolvida pelo Médico de Família, Dr. Daniel Pinto, de Portugal, disponível no site 
http://danielpinto.net/ferramentas/risco_cv/
36 TABELA 5. Risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais pelo ER pelo Tempo de Vida em ho-
mens, de acordo com a exposição aos fatores de risco ao longo da vida.
TABELA 6. Risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais pelo ER pelo Tempo de Vida em mu-
lheres, de acordo com a exposição aos fatores de risco ao longo da vida.
Situação de acordo com os fatores de risco
Risco Todos FR ótimos ≥1 FR não ótimo ≥ 2 FRs elevados Um FR principal ≥2 FR principais
Risco % (IC 95%) a partir dos 45 anos
DAC fatal ou IAM não 
fatal
1,7 (0-4,3) 27,5 (15,7-39,3) 32,7 (24,5-41,0) 34,0 (30,4-37,6) 42,0 (37,6-46,5)
AVE fatal ou não fatal 6,7 (1,4-11,9) 7,7 (5,0-10,4) 8,5 (6,9-15,6) 8,4 (7,5-9,4) 10,3 (9,0-11,7)
Morte cardiovascular 9,1 (0-18,6) 13,1 (9,9-16,3) 15,3 (13,3-17,3) 20,7 (19,4-22,2) 32,5 (30,5-34,5)
Eventos CV 
Ateroscleróticos 1,4 (0-3,4) 31,2 (17,6-44,7) 35,0 (26,8-43,2) 39,6 (35,7-43,6) 49,5 (45,0-3,9)
Situação de acordo com os fatores de risco
Risco Todos FR ótimos ≥1 FR não ótimo ≥ 2 FRs elevados Um FR principal ≥2 FR principais
Risco % (IC 95%) a partir dos 45 anos
DAC fatal ou IAM não 
fatal
1,6 (0-4,3) 9,3 (3-15,6) 9,3 (5-1370) 12,7 (10,3-15) 21,5 (17,5-25,5)
AVE fatal ounão fatal 8,3 (3,8-12,8) 8,9 (6,5-11,3) 9,1 (7,5-10,9) 9,1 (7,9-15,9) 11,5 (9,5-13,5)
Morte cardiovascular 4,8 (0,8-8,7) 4,9 (3,1-6,7) 6,9 (5,4-8,3) 11,2 (9,9-12,5) 21,9 (19,4-4,5)
Eventos CV 
ateroscleróticos 4,1 (0-8,2) 12,2 (4,6-19,7) 15,6 (10,3-20,9) 20,2 (17,2-23,2) 30,7 (26,3-35,0)
O risco de eventos ateroscleróticos estimado pelo ER pelo Tempo de Vida> 
39% em homens ou> 20,2% em mulheres caracteriza condição de alto risco 
pelo tempo de vida.
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Quais são as metas terapêuticas nas dislipidemias?
O principal objetivo do tratamento hipolipemiante é a redução do risco de doenças cardiovasculares. Para tal, 
metas terapêuticas primárias e secundárias, direcionadas ao LDL-C e ao colesterol não-HDL, devem ser defini-
das com base na estratificação do risco cardiovascular do paciente (15,43) (Tabela 7). 
ERG < 5% em homens 
e mulheres
ERG ≥ 5% e ≤ 10% nas 
mulheres e ≥ 5% e ≤ 20% 
nos homens
ERG ≥ 5% e ≤ 10% nas 
mulheres e ≥ 5% e ≤ 20% 
nos homens e pelo menos
Longa expectativa 
de vida (> 45 anos)
ER tempo de vida
BAIXO RISCO BAIXO INTERMEDIÁRIO ALTO RISCO
ALTO RISCO
Condição de alto risco 
(Etapa 1)
ouou
ou
ERG > 10% nas mulheres 
e 20% nos homens
ERG < 5% em homens 
e mulheres e HF + de 
DAC prematura
ERTV > 39% em homens e 
> 20,2% em mulheres
Reclassificação
38 TABELA 7. Metas terapêuticas com base no risco cardiovascular
Nível de risco Meta primária: LDL-C (mg/dl) Meta secundária (mg/dl)
ALTO LDL-C < 70 Colesterol não-HDL < 100
INTERMEDIÁRIO LDL-C < 100 Colesterol não-HDL< 130
BAIXO Meta individualizada Meta individualizada
Não são propostas metas terapêuti cas específi cas para o HDL-C, embora se reconheça seu valor como fator de 
risco CV. Assim, para CT buscam-se resultados <200 mg/dL, e para HDL-C, no mínimo acima de 40 mg/dL.
Com relação aos TG, a meta é alcançar valores < 150 mg/dl. A V Diretriz considera que pacientes com valores > 500 
mg/dl devem receber terapia específi ca (por exemplo, fi bratos), a fi m de reduzir o risco de pancreati te. Aqueles com 
valores entre 150 e 499 mg/dl devem receber terapia individualizada, com base no risco CV e condições associadas.
Em 2013 as novas diretrizes Americanas aboliram a meta específi ca para o LDL-C, recomendando uma redução de 
50% ou mais no LDL em pacientes de alto risco, 30 a 50% nos pacientes de médio risco e até 30% nos pacientes de 
baixo risco. Isso em relação ao basal do paciente. 
Como as dislipidemias são tratadas?
Tratamento não-farmacológico
É razoável recomendar que todos os pacientes com níveis elevados de LDL-C sejam orientados quanto a modifi -
cações de esti lo de vida. Isso inclui a redução de peso em pacientes com excesso de peso, a práti ca de exercícios 
aeróbicos, dieta saudável, com redução da ingestão de ácidos graxos saturados e trans, e possível ingestão de 
fi tosteróis (2-3 g/dia) (15,43). A seguir alguns dados que estão baseados por evidências:
O The United Kingdom Lipid Clinics Programme, com 2.508 indivíduos, demonstrou 
que, apenas com mudanças dietéti cas, 60% dos indivíduos apresentaram redução mé-
dia de peso corporal de 1,8%, o que foi associado com a redução de 5 a 7% no LDL-C 
sérico (79). 
• Em pacientes que se alimentam mal, mudança dietéti ca pode reduzir o LDL-C em 
até 30% (80).
• Os benefí cios da redução de LDL-C com o tratamento não medicamentoso podem 
ser evidenciados dentro de 6 a 12 meses (81,82). 
• A redução da ingestão de ácidos graxos saturados e trans, e a ingestão de fi toes-
teroides (2-3 g/dia), apresentam importante impacto na redução de LDL-C (43).
• Na hipertrigliceridemia, medidas como a redução de peso, da ingesta de bebidas 
alcoólicas, de açúcares simples e do consumo global de carboidratos, têm grande 
impacto (43).
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Apesar dos benefícios na redução do LDL-C, as evidências de que mudanças de hábitos de vida melhoram desfe-
chos cardiovasculares ainda não são suficientemente robustas. No estudo Multiple Risk Factor Intervention Trial 
(MRFIT), conduzido em 12.866 homens de alto risco, a intervenção com aconselhamento dietético para redução 
dos níveis de colesterol não reduziu significativamente a mortalidade por DCV ou a mortalidade por todas as 
causas (83). 
Contudo, considerando os benefícios em níveis globais, e seu baixo risco associado, a V Diretriz Brasileira de 
Dislipidemia define que todos os pacientes diagnosticados com a condição, devem receber orientações quanto 
a mudanças nos seus hábitos de vida (43)(Quadro 6).
QUADRO 6. Recomendações dietéticas para a redução da hipercolesterolemia
PREFERIR
CONSUMIR 
MODERADAMENTE
OCASIONALMENTE EM 
PEQUENA QUANTIDADE
Cereais Grãos integrais
Pão refinado, arroz e massas, 
biscoitos, cereais açucarados
Pães doces, bolos, tortas, 
croissants
Vegetais Vegetais crus e cozidos
Vegetais preparados na 
manteiga ou creme
Legumes 
Todos, incluindo soja e 
proteína de soja
Frutas Frutas frescas ou congeladas
Frutas secas, geleia, compotas, 
sorvetes
Doces e adoçantes Adoçantes não calóricos Mel, chocolates, doces Bolos e sorvetes
Carnes e peixes
Peixe magro e oleoso, frango 
sem a pele
Cortes de carne bovina magra, 
carne de porco, frutos do mar
Salsichas, salames, toucinho, 
costelas, vísceras
Alimentos lácteos 
 e ovos
Leite e iogurte desnatados, 
clara de ovos
Leite semidesnatado, queijos 
brancos e derivados magros
Queijos amarelos e 
cremosos, gema de ovo, leite 
e iogurte integrais
Molhos para 
temperar e cozinhar 
Vinagre, ketchup, mostarda, 
molhos sem gordura
Óleos vegetais, margarinas leves, 
molhos de salada, maionese
Manteiga, margarinas 
sólidas, gordura de porco e 
trans, óleo de coco
Nozes e sementes Todas Coco
Preparo dos 
alimentos 
Grelhados, cozidos e no 
vapor
Assados e refogados Fritos
40 Tratamento Farmacológico
O tratamento farmacológico visa reduzir o risco cardiovascular, por meio da redução nos níveis de lipídeos plas-
máticos. Os medicamentos atualmente disponíveis para o tratamento das dislipidemias são: as estatinas (inibi-
dores da HMG-CoA redutase), a ezetimiba, as resinas ou sequestradores dos ácidos biliares, a niacina, os fibratos 
e os ácidos graxos ômega-3.
Os mecanismos pelos quais os hipolipemiantes agem incluem a redução da absorção de gorduras e colesterol da 
dieta (resinas e ezetimiba), a redução da produção hepática de colesterol e o consequente aumento da captação 
de LDL pelo fígado (estatinas, fibratos), a redução da produção de VLDL e aumento da ação da lipoproteína 
lipase (fibratos).
Ações farmacológicas dos hipolipemiantes
Baseado em: Rang & Dale. Farmacologia. 7a Edição. Editora Elsevier. 
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Quais são os tratamentos de primeira linha?
Como elas agem?
As estati nas atuam inibindo a hidroximeti lglutaril coenzima A (HMG CoA) redutase. Essa enzima limita a veloci-
dade da síntese do colesterol (reduz a produção de ácido mevalônico da HMG-CoA redutase). Isso resulta em um 
aumento compensatório na expressão de receptores de LDL nas membranas de hepatócito e uma esti mulação do 
catabolismo e da captação do LDL da corrente sanguínea. Isso leva a uma melhora do perfi l lipídico, com impacto 
no LDL, TG e HDL, com consequente redução do processo ateroscleróti co.
Entre os mecanismos não lipídicos que podem estar envolvidos destaca-se a estabilização da placa ateroscleró-
ti ca, redução da infl amação, reversão da disfunção endotelial e diminuição da trombogenicidade (84,85).
ESTATINAS
Aplicações
Considerando a grande literatura que indica benefí cios quanto à redução da mortalidade por DCV com a classe, 
as estati nas representam a primeira escolha medicamentosa para prevenção primária (pacientes que nunca ti -
veram eventos cardiovasculares) e secundária (pacientes que já sofreram eventos) de eventos cardiovasculares 
ESTATINAS
Melhora da função 
endotelial
Modulação da 
infl amação
Estabilizaçãoda 
placa de ateroma
Prevenção da 
formação de trombo
Diminuição da
aterosclerose
Redução do LDL, TG 
e aumento do HDL
42 em pacientes com dislipidemia. Estudos indicam redução da mortalidade por DAC em 20% e da mortalidade por 
todas as causas em 10%, para cada 40 mg/dl de redução do LDL-C com a classe (86–88).
A redução de LDL-C obtida varia muito entre as estatinas, sendo essa diferença funda-
mentalmente relacionada à intensidade da terapia inicial (Tabela 8). Entretanto, pos-
teriormente, a cada vez que a dose de qualquer estatina é dobrada, a redução média 
adicional do LDL-C proporcionada será de 6% a 7% (15,43).
Os mecanismos pelos quais as estatinas promovem a redução no risco de doenças vasculares não são comple-
tamente explicados pela redução na concentração de LDL após o tratamento (89–93). Embora as estatinas pro-
vavelmente promovam a regressão da aterosclerose, uma melhoria de resultados pode ser demonstrada já em 
seis meses (81,94), período considerado demasiadamente precoce para a regressão significativa da placa. Além 
disso, a quantidade de regressão da lesão é pequena quando comparada com a magnitude do benefício clínico 
observado. 
Um estudo caso-controle, em adultos com uma primeira apresentação clínica de doença arterial coronariana, 
evidenciou que o uso de estatinas foi associado a uma redução importante da probabilidade da apresentação de 
um infarto agudo do miocárdio (Odds Ratio = 0,45), sugerindo um possível mecanismo benéfico das estatinas, 
que pode envolver lesões coronarianas instáveis (95). 
Dessa forma, qualquer paciente com doença vascular aterosclerótica evidenciada por evento clínico ou parâ-
metros diagnósticos, tais como doença arterial coronariana, aterosclerose de carótida, devem ser tratados com 
estatinas, independente dos valores lipídicos basais. 
Paralelamente, estudos observacionais indicam que as estatinas podem ter efeitos além da função cardiovascu-
lar, como a redução do risco de demência, preservação da função renal em pacientes com disfunção renal leve 
a moderada, redução da mortalidade por sepse, redução do risco de tromboembolismo venoso e benefícios na 
esclerose múltipla (96).
TABELA 8. Intensidade da terapia com estatinas*
Terapia de alta intensidade Terapia de moderada intensidade Terapia de baixa intensidade
Dose diária reduz o LDL em 
aproximadamente ≥ 50%
Dose diária reduz o LDL em 
aproximadamente 30 a < 50%
Dose diária reduz o LDL em 
aproximadamente < 30%
Rosuvastatina 20-40 mg
Atorvastatina 40-80 mg
Atorvastatina 10 (20) mg, Rosuvastatina 
(5) 10 mg, Sinvastatina 20–40 mg**, 
Pravastatina 40 (80) mg, Lovastatina 40 
mg, Fluvastatina XL 80 mg, Fluvastatina 
40 mg, bid Pitavastatina 2–4 mg
Sinvastatina 10 mg Pravastatina 10–20 
mg Lovastatina 20 mg
Fluvastatina 20–40 mg Pitavastatina 1 mg
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Fluvastatina Pravastatina Sinvastatina Atorvastatina Rosuvastatina Pitavastatina
Lipossolubilidade Baixa Baixa Alta Alta Baixa Moderada
Biodisponibilidade por 
via oral
20% 17% <5% 10% 20% 60-80%
Eliminação principal Fezes
Fezes, 20% 
renal
Fezes, 13% 
renal
Biliar
Biliar, 10% 
renal
Fezes 79% 
15% Urina
Tempo 1/2 vida 1-2h 1-2h 3h 14h 20h 11-13h
Via metabólica hepática 
principal
CYP 2C9
Sulfação/
Outro
CYP 3A4 CYP 3A4 CYP 2C9
CYP 2C8 
CYP 2C9
Elevação do HDL-C 1% 2-12% 8-16% 5-13% 8-14% 8-12%
Redução média do LDL-C, 
por faixa de dose (%)
*Tabela adaptada do documento “2013 ACC/AHA Guideline on the Treatment of Blood Cholesterol to Reduce Atheroscle-
rotic Cardiovascular Risk in Adults”. **Embora sinvastatina 80 mg tenha sido avaliada em ensaios clínicos randomizados, 
inicio de terapia com sinvastatina 80 mg ou titulação até esta dose não é recomendado pela FDA, devido ao risco aumentado 
de miopatia, incluindo rabdomiólise.
Perfil farmacocinético e eficácia das principais estatinas disponíveis no Brasil
Reações Adversas
Efeitos adversos associados às estatinas são pouco frequentes. Mialgia (dor muscular), com ou sem elevação da 
Creatinofosfoquinase (CPK) , ocorre em cerca de 10% dos pacientes, podendo surgir semanas ou anos após o iní-
cio do tratamento. Alterações de CPK são observadas em cerca de 3% dos pacientes, e rabdomiólise é extrema-
mente rara (87,88). Do ponto de vista clínico, a mialgia por estatinas é usualmente proximal e simétrica, podendo 
evoluir com prejuízo funcional ao grupamento muscular afetado, devido à dor. Câimbras, principalmente à noite, 
podem estar associadas.
Todas as estatinas são capazes de causar miotoxicidade, em graus variados. Apesar de todas as estatinas com-
partilharem os mesmos tecidos e sítios de ação, a forma como cada fármaco se distribui e alcança estes tecidos 
pode variar, dependendo se o fármaco é mais hidrossolúvel ou lipossolúvel. Estas diferenças podem ter implica-
20 40 80 10 20 40 80 10 20 40 80 10 20 40 80 5 10 20 40 1 2 4
0
-15
-30
-45
-60
44 ções para a ação destes medicamentos sobre a biossíntese de colesterol nos músculos, levando a variações nos 
efeitos adversos entre as diferentes estatinas. Por exemplo, a Pravastatina e a Fluvastatina são mais hidrofílicas 
e dependem de ligação a proteínas específicas a fim de penetrar a membrana celular. Estatinas mais lipossolúveis, 
como a Sinvastatina, Atorvastatina e Lovastatina, por outro lado, são capazes de penetrar a membrana celular 
com mais facilidade. Assim, a passagem para o interior da célula muscular pode aumentar de acordo com a lipos-
solubilidade e, assim, aumenta também a miotoxicidade (97).
Considerando a necessidade e os benefícios da terapia, aumentos de até 5x o limite su-
perior da normalidade de CPK são considerados aceitáveis. A suspensão do tratamen-
to só deve ser considerada em aumentos superiores (5 a 10 vezes o limite superior), ou 
na persistência dos sintomas musculares. Nestas situações, doses menores ou troca 
de estatina pode ser considerada.
Uma possível consequência grave da miotoxicidade das estatinas é a rabdomiólise. A rabdomiólise é definida 
como uma síndrome clínico-laboratorial que decorre da lise das células musculares esqueléticas, com a liberta-
ção de substâncias intracelulares para a circulação, em especial a mioglobina. O excesso de mioglobina circulante 
é tóxico para os rins, podendo levar o paciente a insuficiência renal aguda e morte. Trata-se de uma síndrome 
muito rara, que dificilmente ocorre pelo uso de estatinas em monoterapia. O risco aumenta pelo uso simultâneo 
de estatinas e fibratos, em especial a gemfibrozila, pelo que esta associação deve ser evitada (veja tópico especí-
fico sobre fibratos)(98).
3 A creatinofosfoquinase (CPK), ou creatinoquinase (CK), é uma enzima presente nos músculos, tecido cardíaco e no cérebro. CPK-BB é a for-
ma encontrada no cérebro; a CPK-MB é a forma encontrada no miocárdio (músculo cardíaco), e a CPK-MM é forma encontrada no músculo 
estriado. A maior utilização da dosagem da CPK está no diagnóstico das lesões e doenças da musculatura esquelética e no infarto agudo do 
miocárdio (ataque cardíaco).
Hepatotoxicidade . Elevação significativa das enzimas hepáticas (acima de 3 vezes o valor de referência) ocorre 
em cerca de 1% dos pacientes, mas é normalmente reversível, mesmo sem interrupção da terapia. Em relação 
à toxicidade hepática, a suspensão temporária é aconselhada com elevações superiores a três vezes o valor de 
referência das transaminases (AST e ALT), e a suspensão definitiva em casos com infecção hepática ativa ou dis-
função hepática grave (87,88). 
Pelas razões previamente expostas, CPK e transaminases hepáticas (em especial a alanina aminotransferase 
[ALT – antigamente chamada TGP) devem ser dosadas antes de se iniciar o tratamento e após 6-12 semanas. 
Novos monitoramentos podem ser realizados após a modificação da dose da estatina, ou após associação com 
outros fármacos com poder de interação.
Outros efeitos adversos menos graves incluem a insônia e distúrbios gastrintestinais.Estatinas mais lipossolú-
veis (ex. Sinvastatina, Atorvastatina) podem penetrar mais a barreira hematoencefálica e, assim, produzir distúr-
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bios do sono com mais frequência. Distúrbios gastrintestinais podem ocorrer com todas as estatinas e incluem 
sintomas de má digestão, distensão abdominal, flatulência e diarreia. A ingestão das estatinas com alimentos, 
após refeições, tende a reduzir estes sintomas na maioria dos pacientes.
E se o paciente desenvolver dores musculares durante o tratamento com 
estatinas?
• Os sintomas musculares geralmente começam dentro de algumas semanas ou meses após o início 
das estatinas;
• Outras causas devem ser excluídas, como dores associadas a exercícios ou a condições infecciosas 
(sintomas gripais);
• Monitoramento dos valores de CPK pode ser aconselhado, contudo, mialgias podem existir mesmo 
na ausência da alteração do parâmetro;
• Lembre-se: se evidenciada a necessidade da terapia com estatinas, aumentos de até 5 vezes nos 
valores de CK podem ser tolerados;
• Caso o paciente não tolere a dor, ou apresente valores de CK aumentados de 5-10 vezes o valor de 
referência, suspensão do medicamento deve ser aconselhada ao prescritor;
• Os sintomas tendem a desaparecer após dias ou semanas da interrupção;
• A reintrodução do tratamento, com uma estatina de menor potência ou em menor dose pode ser 
aconselhada.
O que você deve aconselhar aos pacientes?
• Para estatinas com tempo ½ vida curto (Fluvastatina, Pravastatina, Sinvastatina e Lovastatina), aconselhe 
que a tomada do medicamento deve ser feita à noite, para que o efeito ocorra mais pela noite, que é quando 
o metabolismo hepático está mais ativo. Este horário específico de tomada não é necessário para estatinas 
com meia-vida longa (atorvastatina, rosuvastatina);
• De modo geral, as estatinas são melhor toleradas se tomadas com estômago cheio. Por isso, oriente uso do 
medicamento após a refeição (p.ex. após o jantar);
• Aconselhe o paciente a monitorar e relatar imediatamente sinais / sintomas ligados a miopatia (dor muscular 
inexplicável, sensibilidade ou fraqueza, especialmente quando acompanhada de febre ou mal-estar) ou dano 
hepático (fadiga inexplicada, anorexia, desconforto abdominal superior direito, urina escura ou icterícia);
• Orientar que o consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de lesão hepática e, portanto deve ser 
evitado;
46 • Se o paciente está em uso de Rosuvastati na, saliente que o mesmo não deve uti lizar anti ácidos que conte-
nham magnésio-alumínio por pelo menos 2 horas após a ingestão do medicamento;
• Aconselhe que o início de qualquer novo tratamento deve ser acompanhado por profi ssionais de saúde 
(médico e farmacêuti co), mesmo com medicamentos isentos de prescrição ou produtos de origem vegetal, 
pois pode existi r risco de interações com as estati nas.
Quais são as terapias de segunda linha?
Ensaios com outros hipolipemiantes, que não estati nas, em prevenção primária, encontraram um aumento pre-
ocupante da mortalidade de origem não cardiovascular (99–102). Parti cularmente para prevenção primária, em 
que os benefí cios da terapia precisam ser superiores aos riscos, já que o risco de desenvolver um evento coro-
nariano é pequeno, evidências que justi fi quem a uti lização de terapias com outros hipolipemiantes ainda são 
necessárias (42). 
Ademais, resultados quanto a desfechos clínicos destes medicamentos ainda são pobres, fato que levou a nova 
diretriz americana de 2013, para tratamento de hipercolesterolemia e redução do risco de aterosclerose em 
adultos, a considerar apenas as estati nas no tratamento das dislipidemias, tanto para prevenção primária como 
secundária (42).
A diretriz Brasileira considera outros hipolipemiantes, que não as estati nas, principalmente como alternati vas 
para associação as estati nas, em pacientes com níveis lipídicos elevados mesmo com a monoterapia (15).
RESINAS
Como eles agem?
As resinas, ou sequestradores dos ácidos biliares, são grandes polímeros que ligam os ácidos biliares, carrega-
dos negati vamente, e os sais biliares no intesti no delgado, reduzindo a absorção enteral de colesterol. Como 
resultado ocorre depleção do colesterol celular hepáti co, esti mulando a síntese de receptores de LDL (LDL-R) e 
colesterol endógeno. Como consequência, pode ocorrer aumento da produção de VLDL e, consequentemente, 
dos TGs plasmáti cos. 
Aplicações
No Brasil, somente a colesti ramina está disponível. Essa resina foi testada no estudo Lipid Research Clinics Co-
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ronary Preventi on Trial (LRC), cujo desfecho primário, combinando morte por doença coronariana e infarto do 
miocárdio, foi reduzido em 19%. Em adição às estati nas, não existe estudo clínico que tenha comprovado benefí -
cio adicional. A adição de colesti ramina ao tratamento com estati nas pode ser uma alternati va quando a meta de 
LDL-C não é obti da, apesar do uso de estati nas potentes em doses efeti vas. A redução do LDL-C é dose-depen-
dente e pode variar de 5% a 30% nas doses de 4-24 g/dia (15). 
Reações adversas
Os principais efeitos colaterais das resinas são consti pação (até 25% dos pacientes) e aumento dos TGs, parti cu-
larmente em indivíduos com hipertrigliceridemia acentuada (> 400 mg/dl).
O que você deve aconselhar aos pacientes?
• Aconselhe o paciente a não saborear ou manter a resina na boca por períodos pro-
longados, pois isso pode causar descoloração e erosão do esmalte dentário;
• A ingestão deve ocorrer juntamente com as refeições; e durante o tratamento o 
aumento da ingestão de líquidos é recomendado;
• O pó não deve ser uti lizado na forma seca, sempre dissolvê-lo em água antes da 
administração; 
• O medicamento pode interferir com a absorção de muitos outros medicamentos. 
Portanto o paciente deve ingerir outros medicamentos preferencialmente 1 hora 
antes ou 4-6 horas depois de tomar a colesti ramina.
EZETIMIBA
Como ela age?
A ezeti miba é o primeiro medicamento de uma nova classe de inibidores da absorção do colesterol. Ela reduz a 
absorção do colesterol dietéti co e biliar na borda em escova do intesti no, sem afetar a absorção de triglicérides 
ou vitaminas lipossolúveis. Ela atua seleti vamente nos receptores Niemann-Pick C1-like protein 1, inibindo o 
transporte de colesterol do intesti no para a corrente sanguínea (15,43). 
A inibição da absorção de colesterol, em grande parte do colesterol biliar, leva à diminuição dos níveis de coles-
terol hepáti co e ao estí mulo para a síntese de LDL-R, com consequente redução do nível plasmáti co de LDL-C em 
10% a 25% (15,43).
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NIACINA
Aplicações
Em comparação com placebo, a ezeti miba associada à estati na reduziu eventos CV em pacientes com estenose 
aórti ca degenerati va e doença renal crônica (15,43).
O papel da ezeti miba em desfechos clínicos ainda é pouco claro, ensaios clínicos evidenciaram resultados po-
bres quanto a benefí cios adicionais a terapia com estati nas. A ezeti miba pode ser úti l para evitar altas doses de 
estati nas (e potencialmente aumento da suscepti bilidade à lesão muscular) em pacientes que não alcançaram as 
metas de colesterol. No entanto, os benefí cios clínicos da monoterapia com ezeti miba ou ezeti miba associada 
com estati nas conti nuam sem comprovações robustas (103–106). 
Reações Adversas
As principais reações adversas são: diarreia (2,5-4,1%), aumento de transaminases (0,5-3,0%), nasofaringites 
(3,7%), sinusites (2,8%), infecções das vias aéreas superiores (2,9-4,3%) e dores musculares (3,2%), principal-
mente se associada a estati nas.
O que você deve aconselhar aos pacientes?
Instruir os pacientes a relatarem sinais / sintomas como dor abdominal, diarreia, dor 
nas costas, dor de cabeça, sinusite, hepati te, artralgia ou mialgias.
Como ela age?
A niacina atua no tecido adiposo periférico, leucócitos e células de Langerhans por meio de sualigação com um 
receptor específi co ligado à proteína G, o GPR109A. A ati vação da GPR109A inibe as lipases hormonossensiti vas 
nos adipócitos e, por esse meio, diminui a liberação de AGs livres na circulação. Em paralelo, a niacina inibe a ati -
vidade da enzima diacilglicerol aciltransferase-2 (DGAT-2) nos microssomos dos hepatócitos e, assim, a síntese 
hepáti ca de TG. Resulta destas ações uma menor disponibilidade de TG intra-hepáti co e, por consequência, o 
aumento no catabolismo de apo B e menor secreção de VLDL e LDL. Indiretamente, ocorre aumento do HDL-C 
(até 30%).
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Aplicações
A niacina é uti lizada para redução dos triglicerídeos e aumento do HDL-C, mas não se observa benefí cio cardio-
vascular na associação de niacina à estati na em pacientes dentro da meta preconizada de LDL. O Coronary Drug 
Project, realizado na década de 1970, demonstrou que o tratamento com niacina na sua forma cristalina pode re-
duzir a incidência de eventos cardiovasculares. O tratamento com formulações mais toleráveis, como as formas 
estendidas, reduziu a espessura médio-inti mal mesmo em pacientes em uso de estati nas (107–109). Entretanto, 
estudos clínicos recentes não demonstraram benefí cio na adição de niacina ao tratamento efi caz com estati nas 
com ou sem ezeti miba (108,109). Como exemplo, o estudo HPS2-THRIVE, publicado em julho de 2014, que en-
volveu cerca de 26.000 pacientes com doença vascular conhecida em uso prévio de estati nas, demonstrou que 
durante seguimento médio de 3,9 anos, terapia adicional com niacina foi associada a incremento importante em 
eventos adversos graves, sem nenhum benefí cio cardiovascular (110).
Reações Adversas
O medicamento é geralmente bem tolerado. As reações adversas podem ser consideradas leves e transitórias, 
e tendem a ceder espontaneamente com a conti nuidade do tratamento. A reação mais comumente relatada é o 
fl ushing (pele avermelhada, sensação de calor e coceira), e pode ocorrer em até 88% dos pacientes. O fl ushing 
pode estar acompanhado de sintomas como tonturas, palpitações, dispneia, sudorese, calafrios e/ou inchaço.
O que você deve aconselhar aos pacientes?
• O medicamento deve ser ingerido próximo a hora de dormir, com um lanche leve 
(baixo teor de gordura); 
• O paciente deve evitar o uso concomitante de anti coagulantes ou vasodilatadores;
• Se não houver contraindicações, pré-tratamento com aspirina ou AINE, 30 min 
antes da tomada de niacina, pode reduzir a gravidade/frequência de rubor, pruri-
do e desconforto gastrointesti nal.
FIBRATOS
Como eles agem?
As ações dos fi bratos no metabolismo lipídico decorrem de sua capacidade de imitar a estrutura e as funções 
biológicas dos AGs livres. O fi bratos se ligam a fatores de transcrição específi cos, os receptores ati vados pelo 
50 proliferador de peroxissomos (PPARs) expressos primariamente no fígado, rins, coração e músculos (15,43). A 
ativação dos PPARs pelos fibratos aciona uma série de genes relacionados com hidrólise dos TGs (lipase lipopro-
teica e apolipoproteína CIII), degradação e síntese de AG e HDL. Os principais fibratos disponíveis no Brasil são 
gemfibrozila, bezafibrato, ciprofibrato, fenofibrato e clofibrato (15).
Aplicações
Os fibratos também são utilizados para redução de triglicerídeos e aumento do HDL-C. Há evidências de preven-
ção de doenças microvasculares (retinopatia e nefropatia) em diabéticos tipo 2 com o uso de fibratos, tanto em 
monoterapia quanto em associação à estatina (111,112).
Com relação a eventos cardiovasculares, a monoterapia com fibratos tem resultados inconsistentes nos estu-
dos clínicos, e a associação de fibratos às estatinas não tem benefício demonstrado nas demais populações. Nos 
pacientes com hipertrigliceridemia, particularmente naqueles com HDL-C baixo, é possível que haja benefício 
macrovascular, mas esta possibilidade ainda requer confirmação (15,43). 
Reações Adversas
A associação de fibratos e estatinas está associada a aumento no risco de miopatia, principalmente com a sinvas-
tatina. Fármacos inibidores do citocromo P450 também podem estar associados a aumento no risco de reações 
adversas dose-dependentes aos fibratos, principalmente devido a maior exposição sérica ao medicamento. O uso 
particular de gemfibrozila em associação a estatinas é desaconselhado, devido ao aumento importante no risco 
de rabdomiólise. (15,43). Outros eventos adversos incluem dor abdominal (4,6-9,8%) e alterações de testes da 
função hepática (3,4-7,5%). 
O que você deve aconselhar aos pacientes?
Aconselhar paciente a monitorar e relatar imediatamente sintomas de miopatia, hepa-
tite (náuseas, fraqueza, dor abdominal, urina escura ou fezes claras) ou pancreatite (dor 
abdominal forte, com piora após refeições).
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Atenção especial deve ser dada aos casos de associação a estati nas
• Tanto as estati nas como os fi bratos são associados à toxicidade muscular, e esse efeito é poten-
cializado de maneira importante se esses medicamentos são associados.
• Em uma revisão de relatos de casos publicados sobre rabdomiólise relacionada à terapia com 
fi bratos, genfi brozila foi associada com o maior número de eventos, seguido de bezafi brato, fe-
nofi brato, ciprofi brato, e clofi brato (184). Portanto a associação do genfi brozila e estati nas não 
é recomendada.
• A associação de fi bratos a estati nas deve ser reservada a casos estritamente necessários, e nes-
ses o monitoramento cuidadoso de sinais / sintomas musculares deve ser insti tuído.
Existem medicamentos isentos de prescrição que 
podem benefi ciar pacientes com dislipidemia?
ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA 3
Ácidos graxos ômega-3 (Ω-3) são derivados poliinsaturados do óleo de peixes 
e de certas plantas e nozes. O óleo de peixe contém tanto o ácido docosaexa-
enoico (DHA) quanto o ácido eicosapentaenoico (EPA), mas os óleos de origem 
vegetal contêm predominantemente o ácido alfa-linolênico (ALA). 
O consumo de óleo de peixe reduz as concentrações de triglicerídeos séricos de 
25 a 30%, um efeito comparável ao perfi l de efi cácia de outros medicamentos 
(113–115). A relação dose resposta parece ser bastante linear (115): pequena 
redução é observada com as doses dietéti cas ou suplementação de baixa dosa-
gem (<1 g / dia), enquanto que com doses mais elevadas (3-4 g / dia), os níveis 
de triglicerídeos são signifi cati vamente mais baixos. No entanto, as doses de 
óleo de peixe necessárias para reduzir os triglicerídeos são várias vezes mais 
elevadas do que as doses que podem reduzir a mortalidade coronária. 
Suplementação de óleo de peixe também aumenta ligeiramente as concentrações de HDL-C (3%) e, parti cular-
mente em pacientes com hipertrigliceridemia, eleva as concentrações de LDL-C (5%) e diminui a proporção de 
partí culas pequenas de LDL-C (116–118). Este aumento no tamanho das partí culas de LDL pode ser responsá-
vel pelas maiores concentrações de LDL-C; isto é, a concentração de LDL-C pode aumentar ligeiramente, mas 
sem alteração signifi cati va no número de partí culas de LDL circulantes. 
52 Estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados examinaram os efeitos de longo prazo do óleo de peixe 
sobre o desenvolvimento e progressão da aterosclerose. 
• Um estudo observacional, conduzido em 229 mulheres, descobriu que, após o ajuste para outros fatores de 
risco, durante 3,2 anos de acompanhamento, o consumo dietético modesto de óleo de peixe foi associado a 
menor progressão de obstruções coronarianas e menor incidência de novas lesões (119).
• Um pequeno estudo randomizado (n = 59) não detectou efeitos significativos da suplementação de óleo de 
peixe (6 g / dia por 2,3 anos) na progressão da aterosclerose coronariana, mensurada através de angiografia 
coronária (120). 
• Outro estudo randomizado (n = 223), encontrou efeito modesto, mas estatisticamente significativo, da su-
plementaçãode óleo de peixe (1,65 g / dia por dois anos) na progressão da doença coronariana (121,122). 
• Terceiro estudo randomizado, aberto, avaliou os efeitos de ácido eicosapentaenóico (EPA) (1,8 g/dia por 2,1 
anos) na progressão da aterosclerose carotídea em 81 pacientes japoneses com diabetes tipo 2 (123). 
Embora confirmação em estudos adicionais se justifique, em conjunto, estes poucos estudos sugerem que o con-
sumo de óleo de peixe pode reduzir modestamente a progressão crônica da aterosclerose. 
Um número limitado de estudos sugerem que o consumo de óleo de peixe pode reduzir modestamente a progres-
são crônica da placa arterial estável; em contraste, efeitos consideráveis sobre a trombose não são observados 
até níveis muito elevados de suplementação (> 5 a 10 g / dia) (124). 
Efeitos do consumo de óleo de peixe na instabilidade da placa aterosclerótica não estão bem estabelecidos. Al-
guns grandes ensaios clínicos randomizados com consumo de peixe ou óleo de peixe demonstraram reduções 
significativas nas síndromes coronárias agudas ou outros eventos coronarianos não fatais (125–128), enquanto 
outros grandes estudos não o fizeram (129–133). Meta-análise de 13 ensaios clínicos randomizados (n = 53.875, 
publicada em 2012, encontrou uma tendência de redução, estatisticamente não significativa, nas taxas de IAM 
(risco relativo de 0,89, 95% IC 0,76-1,04) (134). Assim, não está claro que o óleo de peixe tem quaisquer efeitos 
importantes sobre eventos cardíacos não fatais.
Também, recentes metanálises não confirmaram o benefício da suplementação de óleo de peixe na redução de 
eventos cardiovasculares, coronarianos, cerebrovasculares, arritmias ou mortalidade global (135,136).
De maneira prática, o consumo de peixes ricos em ômega 3 deve fazer parte de uma 
dieta saudável para prevenção cardiovascular, entretanto, sua suplementação diária 
ainda é controversa, motivo pelo qual as diretrizes atuais não a recomendam.
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Resumo das recomendações farmacológicas
RECOMENDAÇÃO CLASSE
NÍVEL DE 
EVIDÊNCIA
Estatinas como primeira opção medicamentosa nas prevenções primária e secundária I A
Uso de fibratos em monoterapia ou em associação a estatina para prevenção de doenças 
microvasculares em diabéticos tipo 2
I A
Associação de ezetimiba ou resinas às estatinas quando a meta de LDL-C não é alcançada IIa C
Associação de niacina às estatinas III A
Uso de ácidos graxos ômega 3 para prevenção cardiovascular III A
GRAU DE RECOMENDAÇÃO: I. Existe consenso e evidência em favor da indicação. IIa. Existe divergência, mas a maioria 
aprova. IIb. Existe divergência e divisão de opiniões. III. Não se recomenda. NÍVEL DE EVIDÊNCIA: A. Múltiplos ensaios 
clínicos controlados, aleatorizados. B. Um único estudo clínico controlado e aleatorizado, estudos clínicos não aleatorizados 
ou estudos observacionais bem desenhados. C. Série ou relato de casos.
As tabelas 9 e 10 resumem as características dos principais hipolipemiantes disponíveis no Brasil e suas intera-
ções medicamentosas mais relevantes.
TABELA 9. Características dos principais hipolipemiantes disponíveis
Classe Dose Administração
Estatinas (Inibidores da HMG-CoA-redutase)
Pravastatina 10-80 mg/dia Administração em qualquer horário do dia
Sinvastatina 5-40 mg/dia* Administração noturna (ou antes de dormir para trabalhado-
res noturnos)
Atorvastatina 10-80 mg/dia Administração em qualquer horário do dia
Rosuvastatina 5-40 mg/dia Administração em qualquer horário do dia
Fibratos
Gemfibrozila 900-1200 mg/dia 30-60 min antes das refeições
Fenofibrato Micronizada 160-200 mg/dia Administrada preferencialmente com as refeições. Doses 
reduzidas podem ser administradas em insuficiência renal
Ácido nicotínico ou niacina
Ácido nicotínico / Niacina Liberação imediata 
1-12 g/dia 
Liberação controlada 
500-2000 mg/dia
Administrar com as refeições. A dose deve ser titulada paula-
tinamente. Depois de seis semanas, recomenda-se verificação 
de lipídios, glicose, função hepática, e ácido úrico. Aumentar a 
dose conforme necessidade.
Sequestrantes de ácidos biliares
Colestiramina 4-24 g/dia Administrar 30 min antes das refeições; 
Inibidores da absorção de colesterol
Ezetimiba 10 mg/dia
54 TABELA 10. Interações medicamentosas e conduta dos principais hipolipemiantes
Interage com? 
(Medicamento/ Classe)
Efeitos Conduta/ Manejo
Estatinas
Fibratos Risco aumentado de miopatia e rabdo-
miólise
Se coadministrados, monitorar o paciente para 
sinais e sintomas de miopatia ou rabdomiólise 
(dor muscular, sensibilidade ou fraqueza), sugerir 
interrupção do tratamento ao médico se os 
níveis de CPK mostrarem aumento acentuado ou 
se miopatia é fortemente suspeita.
Antifúngicos sistêmicos: 
Itraconazol, 
Posaconazol, 
Voriconazol
Aumento da concentração sérica das 
estatinas e consequente aumento no 
risco de miopatia e rabdomiólise
Se coadministrados, monitorar o paciente para 
sinais e sintomas de miopatia ou rabdomiólise 
(dor muscular, sensibilidade ou fraqueza); 
Se atorvastatina, devido ao maior risco da intera-
ção, a suspensão da estatina durante a vigência 
do antifúngico pode ser aconselhada.
Inibidores de protease Aumento de risco de toxicidade da 
estatina, incluindo risco aumentado de 
miopatia ou rabdomiólise
Associação com sinvastatina contraindicada, Se 
o uso de uma estatina é necessário, considerar 
atorvastatina ou rosuvastatina, na menor dose 
possível, com monitoração cuidadosa. 
Antibióticos macrolídeos:
p.ex. Eritromicina 
Aumento de risco de toxicidade da 
estatina, incluindo risco aumentado de 
miopatia ou rabdomiólise
Avaliar risco-benefício da associação, se indicada 
monitorar o paciente para sinais e sintomas de 
miopatia ou rabdomiólise (dor muscular, sensibi-
lidade ou fraqueza).
Colestiramina
Micofenolato Redução da exposição ao ácido micofe-
nólico (metabólito ativo do Micofeno-
lato mofetil)
A coadministração não é indicada. Sugerir reava-
liação da terapia.
Paracetamol Redução da absorção do paracetamol Considerar aprazamento da terapia. Aconselhar 
a administração da colestiramina 1 hora após o 
paracetamol.
Amiodarona Redução da efetividade da amiodarona Monitorar efeitos terapêuticos 
Fibratos
Estatinas Risco aumentado de miopatia e rabdo-
miólise
Se coadministrados, monitorar o paciente para 
sinais e sintomas de miopatia ou rabdomióli-
se (dor muscular, sensibilidade ou fraqueza), 
sugerir interrupção do tratamento ao médico se 
os níveis creatinoquinase mostrarem aumento 
acentuado ou se miopatia é fortemente suspeita.
Anticoagulantes orais Efeito anticoagulante reforçado Uso associado não recomendado. Sugerir reava-
liação da farmacoterapia.
Sulfonilureias Aumento do efeito hipoglicemiante Monitorar valores glicêmicos cuidadosamente. 
Atenção para hipoglicemia.
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A soja, além de ser uma excelente fonte de proteína, con-
tém isofl avonas, que são fi toestrogênios. As isofl avonas 
são micronutrientes que, em primatas não humanos, têm 
propriedades semelhantes ao estrogênio, incluindo efeito 
sobre os níveis de colesterol e inibição da oxidação de LDL 
(137). Tem sido sugerido que a redução do risco de doença 
cardíaca, entre asiáti cos em comparação com populações 
ocidentais, possa estar relacionada ao elevado consumo de 
produtos derivados da soja (138–140) 
Embora estudos anteriores e uma meta-análise tenham su-
gerido benefí cios lipídicos importantes com o consumo de 
proteína de soja (138–140), uma revisão sistemáti ca poste-
rior concluiu que os benefí cios são modestos (141). Além 
dos efeitos sobre os lipídeos, é possível que a ingestão de 
proteínas de soja tenha outros benefí cios vasculares, como 
vasodilatação ou proteção do endotélio (142–145). 
Conforme o Nutriti on Committ ee of the American Heart 
Associati on, suplementos de isofl avona não devem ser uti lizados para tratar dislipidemias e reduzir o risco car-
diovascular. Quando substitutos de alimentos de origem animal, alimentos de soja e derivados (por exemplo, 
tofu, manteiga de soja, alguns hambúrgueres de soja, etc.) são benéfi cos sobre os lipídios e a saúde cardiovascu-
lar porque eles são pobres em gorduras saturadas, ricos em gorduras insaturadas, e muitas vezes ricos em fi bras.
Ácido nicotí nico ou niacina
Estati nas Aumento do risco de toxicidade das 
estati nas
Avaliar risco-benefí cio. Se coadministrados, 
monitorar o paciente para sinais e sintomas de 
miopati a ou rabdomiólise (dor muscular, sensibi-
lidade ou fraqueza).
Ezeti miba
Fibratos Aumento das concentrações de 
ezeti miba e um aumento do risco de 
colelití ase (aumento da excreção de 
colesterol na bile)
Administração com gemfi brozila não é recomen-
dada. Se coadministração é necessária fenofi bra-
to é indicado, juntamente com o monitoramento 
cuidadosa de sinais / sintomas.
Suplementos alimentares e produtos naturais 
funcionam para dislipidemias?
SOJA
56
A Levedura de arroz vermelho é um produto fermentado 
de arroz que tem sido uti lizado na culinária chinesa e me-
dicinal para promover a “circulação sanguínea”. O produto 
contém quanti dades variáveis de uma família de substân-
cias que ocorrem naturalmente, chamados monacolins, 
que apresentam ati vidade inibidora da HMG-CoA redutase 
(146).
A efi cácia da levedura para baixar o colesterol foi avaliada 
em um estudo prospecti vo, duplo-cego, em que 83 pacien-
tes com hiperlipidemia (colesterol total 204-338 mg/dL, 
LDL-C 128-277 mg/dL), que não estavam recebendo tera-
pia de redução do colesterol foram aleatoriamente desig-
nados para receber levedura de arroz vermelho (2,4 g/dia) 
ou placebo; ambos os grupos também foram orientados a 
seguir uma dieta para baixar o colesterol (147). O estudo 
demonstrou redução signifi cati va da concentração de co-
lesterol total e LDL em oito semanas.
Nem todas as cepas de levedura de arroz vermelho são iguais e os resultados destes ensaios clínicos não podem 
ser generalizados para diferentes preparações. Há uma variabilidade substancial através preparações comerciais 
(148,149).
Em resumo, o arroz vermelho levedura pode ter a capacidade de baixar o colesterol devido à presença de mo-
nacolins que têm ati vidade de inibição da HMG-CoA-redutase e, possivelmente, outras substâncias ati vas. No 
entanto, estes extratos sofrem do mesmo problema, como muitos outros produtos naturais, isto é, uma falta de 
padronização (150). Isto resulta na variabilidade acentuada entre as marcas no teor de ingrediente ati vo e, assim, 
em termos de efi cácia na redução do LDL-C.
Devido ao mecanismo de ação semelhante às estati nas, o uso destas substâncias concomitantemente com es-
tati nas deve ser desaconselhado. Caso o paciente uti lize, deve-se monitorar as reduções de colesterol obti das e 
o surgimento de efeitos adversos, especialmente mialgia.
LEVEDURA DO ARROZ VERMELHO
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Ensaios clínicos de pequeno porte propuseram o alho de 
como uma alternati va para redução dos níveis séricos de 
colesterol (153–157). Contraditoriamente, um estudo ran-
domizado maior, com boa qualidade metodológica, com-
parou três diferentes preparações de alho e placebo, em 
192 adultos, com concentrações de LDL-C variando de 
130 a 190 mg/dL (158). Os pacientes foram tratados du-
rante seis dias da semana, por seis meses, e nenhuma das 
preparações de alho demonstrou efeito signifi cati vo sobre 
a LDL-C, ou outros níveis de lipídeos. De maneira práti ca, 
considerando as evidências atuais, alho e extratos de alho 
não devem ser indicados para hipercolesterolemia.
POLICOSANOL
ALHO
O Policosanol é uma substância extraída da cera da cana de açúcar. Contém uma série de álcoois alifáti cos. Ele pa-
rece ser bem tolerado e alguns estudos sugerem que doses de 10 a 20 mg por dia pode reduzir as concentrações 
de LDL-C em até 25% ou mais, e podem elevar o HDL-C em até 15% (151,152). 
No entanto, um estudo multi cêntrico, randomizado, com 143 pacientes não encontrou evidências de superiori-
dade do policosanol em relação ao placebo na redução de lipídeos séricos (151). 
Além disso, existem apenas dados limitados sobre desfechos clínicos mais importantes, como mortalidade. Existe 
também variabilidade nas preparações disponíveis no mercado, de modo que a composição exata é incerta, e os 
componentes ati vos e mecanismo de ação são relati vamente desconhecidos. Dessa forma, devido aos dados limi-
tados, seu uso não deve ser recomendado na roti na para o tratamento da hipercolesterolemia.
58
Os polifenóis são substâncias encontradas principalmente 
em plantas, e alimentos a base de plantas, tais como chá, 
café, cacau, óleo de oliva e vinho ti nto. Estudos indicam 
que esses compostos apresentam propriedades anti oxi-
dantes, imunomoduladoras e vasodilatadoras, que podem 
contribuir para a redução do risco cardiovascular (159,160). 
Os polifenóis incluem os fl avonoides e derivados de fl avo-
noides, lignanas, ácidos fenólicos e esti lbenos (161). 
Um estudo observacional encontrou uma associação inver-
sa entre a mortalidade (mortalidade total e mortalidade por 
doenças cardiovasculares) e ingestão de fl avanonas e cer-
tos alimentos ricos em fl avonoides (162). 
Um ensaio randomizado, cruzado, com 200 homens, com-
parou os efeitos do azeite de oliva virgem (rico em polife-
nóis), azeite de oliva refi nado (baixo em polifenóis), e uma 
mistura dos dois, com teor de polifenóis intermediário. O 
azeite com maior concentração de polifenóis apresentou 
maiores efeitos no aumento do HDL-C e redução do LDL oxidado (163). 
Resveratrol, um polifenol (um esti lbeno) que ocorre naturalmente em diversas plantas, em parti cular na pele das 
uvas vermelhas, tem sido associado a uma série de benefí cios para a saúde, especialmente contra a aterosclero-
se. Em modelos experimentais e em estudos de cultura celular, a redução de lipídios tem sido descrita, mas em 
ensaios randomizados a evidência é menos conclusiva. Em uma meta-análise de sete estudos randomizados, os 
parâmetros lipídicos não foram signifi cati vamente alterados (164); outros mecanismos, que não o efeito hipoli-
pemiante, podem ser responsáveis pelo efeito cardioprotetor dessas substâncias.
POLIFENÓIS
FITOSTERÓIS
Fitosteróis (ou fi toesteróis) são estruturalmente semelhantes ao colesterol, diferindo na sua confi guração da 
cadeia lateral. Acredita-se que eles reduzam a absorção do colesterol dietéti co (165,166). No entanto, a redução 
sérica de colesterol é inferior a esperada, provavelmente devido a um aumento compensatório na síntese hepá-
ti ca de colesterol (167). A ingestão de fi tosteróis, que ocorrem naturalmente, pode ser associada com um risco 
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reduzido de eventos cardiovasculares (168). No entanto, não se sabe se essa redução é realmente causal. Apesar 
de inúmeros produtos enriquecidos com fitosteróis serem comercializados, nenhum foi estudado adequadamen-
te para desfechos clínicos (169). Assim, ainda que o uso dessas substâncias apresente baixo risco e possa ser 
benéfico, não se recomenda seu uso para tratamento de dislipidemias.
Na hipercolesterolemia familiar, o que fazer?
A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma síndro-
me clínica geneticamente modulada, em que o 
fenótipo é caracterizado por um elevado nível de 
LDL-C desde o nascimento, uma propensão para 
xantoma tendinídeos e DAC precoce, que muitas 
vezes se desenvolve mesmo na ausência de ou-
tros fatores de risco. Hipercolesterolemia familiar 
deve ser cogitada sempre que LDL-C ≥190 mg/dl 
(15,170).
Na sua forma mais comum, a HF é uma doença 
autossômica dominante monogênica, causada por 
defeitos no gene que codifica o receptor para apo 
B/E (LDL) (21,171–173). O comprometimento 
destes receptores resulta em depuração reduzida 
de partículas LDL da circulação e elevação plasmá-
tica de LDL-C. Há também aumentoda captação 
de LDL modificado (oxidado ou outras modificações) pelos receptores de macrófagos, resultando em acúmulo 
lipídico de macrófagos e formação de células espumosas (170,174).
O risco cardiovascular em pacientes com HF é determinado tanto pela concentração de LDL-C como pela presen-
ça de outros fatores de risco cardiovascular tradicionais (15,170,174).
O tratamento padrão é feito com estatinas de alta potência, como atorvastatina e rosuvastatina. Tratamento 
adicional com outros medicamentos hipolipemiantes, tais como ezetimiba é sugerido como alternativa nas dire-
trizes brasileiras (15,170). No entanto, existem ressalvas, já que embora estes medicamentos produzam redução 
nos níveis de LDL-C, não existem estudos que tenham demonstrado melhora em desfechos clínicos principais ou 
substitutos, em pacientes já em tratamento com altas doses de estatinas (103).
60
As terapias medicamentosas de benefício comprovado incluem: 
• Ácido acetilsalicílico, como antiagregante plaquetário;
• Estatinas, mesmo que os valores de lipídeos estejam dentro da meta, o tratamento é mantido 
devido aos benefícios antiinflamatórios e de estabilização das placas de ateroma;
• Em pacientes com IAM ou insuficiência cardíaca: betabloqueadores, inibidores da enzima 
conversora de angiotensina (ECA), ou bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA).
Estas terapias funcionam, em parte, por amenizar o risco atribuível aos principais fatores de risco modificáveis, 
tais como hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes e tabagismo, mas também atuam na redução de morbimor-
talidade independente da presença destes fatores.
Diretrizes internacionais recomendam que todos os pacientes com DAC, e os que estão em risco elevado de DCV, 
devem ser tratados com, pelo menos, uma terapia de moderada intensidade com estatinas, independentemente 
dos valores basais de LDL-C (42).
Grandes estudos randomizados de prevenção secundária têm demonstrado benefício da redução de lipídios com a 
terapia com estatinas, sobre os riscos posteriores de infarto do miocárdio (MI), acidente vascular cerebral e outros 
eventos cardiovasculares (175–177). A terapia com estatina reduz o risco de morte em 15% a 20% e diminui o risco 
de eventos cardiovasculares não fatais por um grau ainda maior. A redução do risco de acidente vascular cerebral 
pode ser tão elevada quanto 30% ao longo de uma ampla gama de valores lipídicos (175–177). Em uma meta-análi-
se abrangente, com dados mundiais, de participantes de 26 estudos randomizados, com cerca de 170.000 pacientes 
de prevenção secundária e de prevenção primária de alto risco, aqueles atribuídos a terapia com uma estatina tive-
ram reduções estatisticamente significativas e clinicamente importantes na mortalidade por todas as causas (10% 
de redução no risco, por cada 40 mg/dl de redução no LDL-C; RR 0,90, 95% CI 0,87-0,93) (32,178).
Prevenção secundária: o que muda?
Os pacientes com doença arterial coronariana estabelecida têm um alto risco de eventos cardiovasculares recor-
rentes, incluindo infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico e morte por DCV (15,43). 
Mudanças no estilo de vida, com inicio de atividade física (após avaliação médica e com orientação adequada), 
modificação dietética, perda peso (em pacientes com IMC >30 Kg/m2) e cessação do tabagismo apresentam be-
nefícios comprovados e podem melhorar os resultados, tão rapidamente quanto seis meses (15,43). 
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 Como é o algoritmo de tratamento das dislipidemias?
Adesão e persistência ao tratamento com hipolipemian-
tes: Fatos e números
Uma adesão ótima aos medicamentos hipolipemiantes, em especial as estatinas, significa menos eventos coro-
narianos futuros, que são fonte importante de perda de produtividade e altos custos em saúde (12,180,181). No 
entanto, apenas um 1/3 de todos os pacientes dislipidêmicos e, proporcionalmente, menos pacientes com doen-
ça arterial coronariana estabelecida, atingem as metas terapêuticas de colesterol recomendadas (182). 
Para maiores detalhes sobre como detectar pacientes com problemas de adesão aos medicamentos e promover 
medidas que melhorem a adesão e a persistência ao tratamento, consulte o Manual 4: Revisão da Medicação.
BAIXO RISCOINTERMEDIÁRIOALTO RISCO
Dislipidemia
LDL < 70 ou colesterol 
não-HDL < 100
LDL < 100 ou colesterol 
não-HDL < 130
Individualizada
MEV + Estatinas 
por 3 meses MEV por 6 meses
Atingiu metas?
Metas
Atingiu metas?
CONDUTAS
TRATAMENTO
ESTRATIFICAÇÃO 
DO RISCO CV
Manter MEV e considerar 
estatinas 
Reavaliar em 3 meses
Manter tratamento, 
monitorar perfil lipídico 
no máximo 1x ano
Aumentar dose da estatina 
OU 
Associar niacina ou 
ezetimiba ou resina. 
Reavaliar em 3 meses
NÃO SIM SIM NÃO
62
PARTE PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
O objeti vo do atendimento farmacêuti co no programa colesterol em dia vai 
além de apenas mensurar os valores lipídicos ou prestar orientações gerais. 
Cada visita do paciente à farmácia consiste em uma avaliação única, que 
deve atender às necessidades do paciente e encantá-lo como cliente. Para 
isso, cada atendimento consiste de 3 passos, conhecidos como os “3 As”: 
acolher, avaliar e aconselhar.
Acolher
Identi fi que as pessoas que podem se benefi ciar com o serviço. Apresente 
o serviço. Observe as necessidades do paciente relacionadas ao manejo 
da dislipidemia. Escute atentamente. Perceba as preferências do pacien-
te. Agende o atendimento. Garanta conforto e privacidade para todos os 
atendimentos, desde o primeiro. 
Avaliar
Conheça o paciente. Obtenha informação sobre seu perfi l clínico e de-
mográfi co. Diferencie pessoas com dislipidemia sob tratamento, daque-
las não diagnosti cadas. Mensure os valores lipídicos e a pressão arterial 
do paciente, pois grande parte dos pacientes dislipidêmicos também são 
hipertensos. Colete dados sobre fatores de risco, condições associadas e 
lesões de órgãos-alvo. Atenção especial para pacientes já com doença ate-
roscleróti ca diagnosti cadas. Observe as metas terapêuti cas com base no 
risco cardiovascular. Identi fi que hábitos de vida e a forma como o paciente 
lida com a doença e seu tratamento. Observe a adesão aos medicamentos.
Aconselhar
Forneça ao paciente uma síntese da sua avaliação. Aconselhe sobre medi-
camentos e sobre medidas não-farmacológicas. Ajude o paciente a simpli-
fi car e organizar seu tratamento. Aconselhe sobre a doença e os objeti vos 
do tratamento. Certi fi que-se de que o paciente entendeu suas orientações 
e está disposto a segui-las. Entregue a declaração de serviço farmacêuti co, 
contendo reforço das orientações. Encaminhe informações ao médico nos 
casos necessários. Marque o retorno e uma agenda de acompanhamento 
nos casos necessários.
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PASSO 1. ACOLHER
Como identifi car os clientes para o serviço?
Como vimos, a dislipidemia é uma doença silenciosa e um fator de risco importante para o desenvolvimento de 
doença arterial coronariana. Segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia é desejável que 
as pessoas tenham seus valores lipídicos monitorados no mínimo a cada 2 anos. Portanto, apenas a ausência de 
monitoramento nos últi mos 2 anos já qualifi ca o paciente para benefí cios de um primeiro atendimento e orienta-
ção. Além disso, caso o paciente já uti lize hipolipemiantes, independentemente da idade, e apresente resultados 
alterados no perfi l lipídico, isso o qualifi ca para um atendimento farmacêuti co prioritário e acompanhamento 
específi co.
Assim, os principais grupos de pacientes que podem se benefi ciar do serviço incluem os usuários de medica-
mentos hipolipemiantes, os idosos (pela alta prevalência de dislipidemia ou de doença arterial coronariana), os 
pacientes com história de doença ateroscleróti ca (DAC, Angina, AVC ou doença arterial obstruti va periférica), 
bem como fatores prediti vos para aterosclerose,tais como diabetes e doença renal crônica.
Usuários de hipolipemiantes
Pessoas com mais de 60 anos
Pessoas com história prévia de DAC, AVC ou doença periférica
Pessoas com diabetes mellitus
Pessoas com doença renal crônica
PÚBLICO-ALVO: PROGRAMA COLETEROL EM DIA
64 A identificação dos pacientes pode ser realizada através de uma auto-triagem, ou triagem direcionada pelo far-
macêutico, com objetivo de identificar as demandas necessárias a cada paciente. Para tal, duas questões breves, 
descritas abaixo, podem ser respondidas pelo paciente, em casa ou presencialmente, ou direcionadas através de 
entrevista farmacêutica, no próprio balcão da farmácia.
1. Você tem colesterol alto, triglicerídeo alto, ou já teve algum problema cardíaco? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não Sei
2. Seu último exame de colesterol ou triglicerídeos estava dentro do desejável? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não Sei
Estas duas questões de auto-triagem funcionam para oferta do serviço, mas não alteram o protocolo de ava-
liação, uma vez que o paciente tenha se interessado pelo serviço. A avaliação inicial de qualquer paciente deve 
incluir determinação dos valores de colesterol total e HDL-C, medida da pressão arterial e estratificação do risco 
cardiovascular global. Quando possível, os valores de TG podem ser também mensurados, mas não influenciam 
a estratificação do risco cardiovascular global. A questão do jejum e do custo dos testes deve ser levada em con-
sideração quando se pretende fazer o TG. O teste de TG será útil especialmente em pacientes diabéticos ou com 
história de hipertrigliceridemia importante. 
A forma de interpretar as respostas dos pacientes ao processo de triagem pode ser visto no fluxograma a seguir:
Siga Protocolo
Foco na avaliação do 
risco cardiovascular 
Identificação 
do paciente
Perfil lipídico altera-
do ou tem diagnósti-
co de DAC?
Colesterol dentro 
das metas?
DAC?
E/OU
Siga Protocolo
Foco na avaliação do 
risco cardiovascular, 
controle lipídico e 
metas terapêuticas
• Clientes que compram hipolipemiante 
(estatinas, fibratos, ezetimiba)
• Idosos, com história de doença arterial 
coronariana - DAC (ex: IAM, angina)
• Pessoas que querem verificar a sua saúde 
cardiovascular.
Benefício potencial com avaliação dos 
valores lipídicos e estratificação do risco 
cardiovascular. Detecção precoce e enca-
minhamento para diagnóstico.
NÃO
SIM
NÃO SEI
NÃO SEI
SIM
NÃO Benefício com medida do colesterol, estratificação do risco cardiovascular e 
orientações sobre metas terapêuticas. 
Se confirmado não controle, deve ter 
prioridade no acompanhamento.
Benefício com medida do colesterol, 
estratificação do risco cardiovascular e 
orientações sobre metas terapêuticas. 
Pode ou não necessitar de acompanha-
mento.
Provavelmente não precise de 
acompanhamento pelo farmacêutico, 
mas pode se beneficiar da medida do 
colesterol e estratificação do risco car-
diovascular, para confirmação.
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Pessoas que reportam não ter dislipidemias ou que não conhecem seu resultado de perfil lipídico, especialmente 
aqueles mais jovens, podem se beneficiar do serviço por meio de confirmação dos resultados do perfil lipídico e 
orientações para prevenção de doença cardiovascular. Para os pacientes com dislipidemia conhecida, o foco da 
avaliação farmacêutica estará no controle lipídico, nas metas terapêuticas e nas medidas necessárias para otimi-
zação dos resultados do tratamento. Para detalhes sobre como proceder em cada caso, veja o Passo 2: ‘Avaliar”
Como a equipe da farmácia pode ajudar?
Todo o pessoal da farmácia deve estar apto a descrever e oferecer os serviços farmacêuticos ao público-alvo. 
Para tal, treinamento pode ser oferecido pelo farmacêutico, esclarecendo os principais objetivos do programa 
colesterol em dia.
Os balconistas e técnicos devem abordar os pacientes cordialmente, investigando o interesse dos mesmos, des-
tacando os benefícios de cada serviço. Considere os diálogos sugeridos no Manual 1: Hipertensão em Dia. Veja a 
seguir um exemplo específico:
Senhor, aqui estão seus medicamentos, percebi que o senhor faz 
uso da sinvastatina, esse medicamento para o colesterol aqui. O 
senhor sabe que temos um programa específico para pacientes com 
problemas de colesterol ou história de doenças cardíacas? Inclusive 
fazemos o teste de colesterol.
66 Como deve ser o local de atendimento?
A qualidade do lugar onde o atendimento é realizado é uma parte importante do acolhimento. A farmácia deve 
dispor de um espaço adequado para atendimento privado ou, no mínimo, semiprivado de pacientes. No balcão, 
é aceitável conversar e informar pacientes sobre suas prescrições ou sobre automedicação, mas não é possível 
desenvolver um atendimento clínico de alta qualidade em pé no balcão.
Segundo as normas de boas práticas de farmácia da ANVISA, o ambiente destinado ao cuidado farmacêutico 
deve ser diverso daquele destinado à dispensação e à circulação de pessoas em geral, devendo o estabelecimento 
dispor de espaço específico para esse fim. Pela legislação atual, não é obrigatório dispor de diversos ambientes 
separados para realização de cada procedimento, sendo todos os serviços farmacêuticos realizados no mesmo 
ambiente. 
O ambiente para prestação dos serviços que demandam atendimento individualizado deve garantir a privacida-
de e o conforto dos usuários, possuindo dimensões, mobiliário e infraestrutura compatíveis com as atividades e 
serviços a serem oferecidos. As características de um ambiente apropriado para a prestação de serviços farma-
cêuticos são discutidas em detalhes no Manual 1: Hipertensão em Dia.
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PASSO 2. AVALIAR 
 
Como fazer a avaliação do paciente?
Como dito anteriormente, a avaliação inicial de qualquer paciente deve incluir determinação dos valores de co-
lesterol total e HDL-C, medida da pressão arterial e estratificação do risco cardiovascular global. A medida do TG 
é adicional para alguns pacientes. Este protocolo consiste em uma avaliação breve, que deve ser realizada em até 
15 minutos de atendimento.
Avaliação passo-a-passo:
Receba o paciente na sala de serviços farmacêuticos e acomode-o sentado. Ex-
plique o que será feito.
Explique rapidamente os objetivos do serviço e o que será feito. Não se esqueça que é necessário esperar 
de 5 a 10 minutos em repouso antes de verificar a PA. Enquanto isso, explique que irá coletar alguns dados 
importantes para a avaliação, que depois serão entregues ao próprio paciente no laudo que será elaborado 
(declaração de serviço farmacêutico). Explique que este laudo pode ser entregue ao médico e constitui um 
documento da saúde do paciente. Deixe para realizar o teste de lipídios depois de medir a PA.
Pergunte os dados pessoais básicos. 
Os dados básicos são nome completo, sexo e uma forma de contato, seja endereço residencial, telefone e/
ou e-mail. Pergunte sobre peso e altura, calcule o índice de massa corporal do paciente. Lembre-se que idade 
(homem > 55 e mulheres > 65 anos) é considerada um fator de risco adicional.
Pergunte sobre a presença de doenças cardiovasculares e ocorrência de even-
tos cardiovasculares no passado. 
O objetivo é conhecer se existe quantitativo de fatores de risco que caracterizam o paciente como risco alto. 
A dislipidemia e o histórico de doenças cardiovasculares prévias são as condições essenciais e merecem aten-
ção especial. Assim, pergunte se o paciente tem problemas com seu colesterol, triglicerídeos, ou se já teve um 
evento cardiovascular prévio (como infarto, angina) e se utiliza algum medicamento para isso. Para as demais 
condições, diga que você irá listar uma série de condições de saúde que e gostaria que ele respondesse caso 
tenha diagnóstico ou faça tratamento para alguma delas. Procure utilizar palavras simples. As condições são 
as seguintes:
1.
2.
3.
68 • Hipertensão. Pressão alta
• Diabetes. Açúcar alto no sangue.
• Doençarenal. Problema nos rins. Perguntar se o médico já lhe falou a respeito.
• Doença Arterial Periférica. Problema de circulação do sangue nas pernas. Perguntar se o médico já lhe 
falou a respeito. Não confundir com varizes.
• Insuficiência cardíaca. Coração fraco. Coração grande.
• História de acidente cerebrovascular prévio. Derrame. Ataque isquêmico transitório. Pergunte ao pa-
ciente se ele sabe se esse evento foi por que entupiu a artéria (AVC isquêmico) ou por que sangrou 
(AVC hemorrágico).
• História de revascularização. Apenas em caso afirmativo de infarto do miocárdio. Angioplastia. Coloca-
ção de stent. Ponte de safena. Ponte mamária.
• História familiar. Casos de infarto ou derrame apenas em irmãos, irmãs ou pais. História de eventos 
precoces (homens antes de 55 anos, mulheres antes de 65 anos).
• Tabagismo. Consumo de cigarros ou outras formas de tabaco. Cachimbo. Narguilé. Fumo.
• Síndrome metabólica. Considere positivo para síndrome metabólica em caso afirmativo de pelo menos 
3 das seguintes condições: obesidade, hipertensão, dislipidemia e diabetes.
Determine a pressão arterial e a frequência cardíaca. 
Siga o protocolo de 3 medidas consecutivas da PA, com intervalos curtos de 1 minuto entre elas. Use o man-
guito adequado ao braço do paciente. O resultado é a média dos últimos dois valores de PA mensurados. Ano-
te os resultados e não arredonde os valores. Se estiver utilizando equipamento digital, anote também a frequ-
ência cardíaca. Considere a frequência cardíaca da terceira medida da PA. Lembre-se que a medida da pressão 
deve ser efetuada antes da medida dos valores lipídicos, pois alguns pacientes tem sua pressão alterada pela 
ansiedade ou medo da picada no dedo, ou presença de sangue.
Determine o colesterol total e o HDL-C.
Efetue no mínimo o teste duplo [CT + HDL-C] utilizando o aparelho portátil. Estes dois parâmetros são suficien-
tes para estimativa do RCV global e para calcular o Colesterol não-HDL, que por sua vez é suficiente para avaliar 
a eficácia do tratamento hipolipemiante, por exemplo. Nos casos onde o aparelho para medida do colesterol não 
está disponível, pergunte ao paciente sobre os exames anteriores (nesses casos é pertinente que no agenda-
mento da consulta o paciente seja aconselhado a trazer os exames que tenha feito), e sobre a evolução desses 
5.
4.
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parâmetros: “Mas como era o colesterol antes de iniciar/ trocar/ ou aumentar a dose do remédio?”; “E antes de 
enfartar, como era o colesterol da senhora?”. Em pacientes diabéticos ou com história de hipertrigliceridemia 
grave, pode ser feito o teste triplo [CT + HDL-C + TG], mas o paciente precisa estar em jejum. O resultado de TG 
não influencia a estimativa do risco cardiovascular. Caso faça o teste triplo, calcule também o LDL-C. Lembre-se 
que diabéticos podem apresentar hipertrigliceridemia e HDL baixo (leia tópico sobre dislipidemias secundárias). 
Veja adiante as recomendações detalhadas sobre como fazer o teste lipídico.
Pergunte sobre hábitos de vida e adesão aos medicamentos.
Considerando que esta é uma avaliação breve, foque apenas a prática de atividade física, o consumo de bebi-
das alcoólicas, e se o paciente atualmente faz alguma restrição alimentar (como sal ou gordura, p.ex.). Sobre 
os medicamentos, foque nos medicamentos para dislipidemia (se houver). No caso de evento cardiovascular 
prévio foque nas estatinas e/ou outros hipolipemiantes, e investigue a adesão ao tratamento. As respostas 
não irão influenciar a estimativa do risco cardiovascular global do paciente, mas serão úteis para guiar a me-
lhor orientação para este paciente.
Avalie a presença de sinais de alerta. 
Atenção para resultados de PA que indicam crise hipertensiva (PAD >120 mmHg), principalmente na presen-
ça de sintomas. Outros sinais de alerta incluem dor no peito de início recente, e dores de cabeça associadas a 
alterações na fala ou parestesias. Nessas situações, conclua o atendimento, oriente o paciente sobre a neces-
sidade de avaliação médica imediata, em pronto-atendimento, e forneça declaração com resultados da PA e/
ou sintomas, juntamente com pedido de atendimento médico. Assine, carimbe e encaminhe o paciente.
ALERTAS QUE REQUEREM ENCAMINHAMENTO IMEDIATO
Pacientes com resultados confirmados de PA diastólica 
≥120 mmHg, com ou sem sintomas
Resultados elevados de PA, principalmente diastólica, 
caracterizam crise hipertensiva, que pode ser urgência ou 
emergência. Recomendado encaminhamento para pronto-
-atendimento.
Pacientes com PA > 180/110 mmHg e risco cardiovascular 
global alto ou muito alto
Requer intervenção imediata com medicamentos, que deve 
ser feita pelo médico no pronto-atendimento, após avalia-
ção do estado clínico.
Dor no peito com evolução progressiva, podendo irradiar 
para membros superiores ou mandíbula
Estes sintomas sempre devem ser considerados preocu-
pantes. Em hipertensos com alto risco cardiovascular deve 
ocorrer encaminhamento imediato, considerando o risco de 
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Dores de cabeça associadas a alterações na fala ou pares-
tesias (sensações cutâneas de frio, calor, formigamento, 
pressão, sensibilidade)
É preciso avaliação médica imediata, para descartar aciden-
te cerebrovascular, isquêmico ou hemorrágico
6.
7.
70 Determine o estadiamento da dislipidemia e o risco cardiovascular global asso-
ciado. 
Utilize a estratificação de risco global, recomendada neste material. Associar o risco a uma tabela de cores ajuda 
a memorização: verde para risco baixo, amarelo para risco intermediário, e vermelho para risco alto.
• Doença aterosclerótica diagnosticada (DAC, doença cerebrovascular, doença arterial obs-
trutiva periférica)
• Diabetes melito tipos 1 ou 2
• Doença renal crônica
• Hipercolesterolemia familiar
• Escore ≥ 10% nas mulheres e ≥ 20% nos homens e pelo menos 1 fator agravante
• Escore de risco pelo tempo de vida > 39% em homens e > 20,2% em mulheres.
RISCO 
ALTO
• ERG ≥ 5% e ≤ 10% nas mulheres e ≥ 5% e ≤ 20% nos homens
• ERG < 5% em homens e mulheres e história familiar positiva para DAC prematura
RISCO 
INTERMEDIÁRIO
Como determinar o perfil lipídico na farmácia?
Com a publicação da Lei 13.021, de 08 de agosto de 2014, que reconhece a farmácia como estabelecimento 
onde se presta assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, existe a 
tendência das farmácias expandirem a oferta de testes de saúde, entre eles o perfil lipídico. A realização de tes-
tes do painel lipídico nas farmácias e drogarias, como autoteste ou teste laboratorial remoto (TLR), depende de 
regulamentação específica da ANVISA.
• ERG < 5% em homens e mulheres
RISCO 
BAIXO OU 
BASAL
8.
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Do ponto de vista do profissional, a Resolução do CFF no 585/2013, que regulamenta as atribuições clínicas do 
farmacêutico, estabelece em seu artigo 7º, item XI, que o farmacêutico pode “solicitar exames laboratoriais, no 
âmbito de sua competência profissional, com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia”, e no 
item XIV, “Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para fins de acompanhamento da far-
macoterapia e rastreamento em saúde”. Assim, o farmacêutico pode tanto operar os equipamentos e realizar 
os testes, como recomendar ao paciente a realização do perfil lipídico laboratorial. No entanto, considerando 
que exames solicitados pelo farmacêutico não são hoje cobertos pelos planos de saúde ou pelo SUS, o paciente 
deverá arcar com os custos do exame no sistema privado. Cabe frisar que esta solicitação não é feita com finali-
dade diagnóstica, mas para avaliar resultados do uso de medicamentos hipolipemiantes ou como rastreamento. 
Pacientes sem diagnóstico de dislipidemias devem consultar o médico. 
Para avaliação dos parâmetros lipídicos na farmácia por TLR, existem alguns 
equipamentos de “diagnósticoin vitro” no mercado brasileiro, nenhum deles 
registrado como equipamento de autoteste. Entre eles citamos o COBAS® (Ro-
che), o CHOLESTECH® (Alere) e o CardioChek® PA (PTS).
Como exemplo, o CardioChek foi registrado no Brasil em 2014 e superou equi-
pamentos portáteis disponíveis anteriormente, que apenas podiam determinar 
o CT e TG. O CardioChek PA é capaz de determinar o CT, HDL-C, TG e Glicemia, 
além de calcular o LDL-C e a razão CT/HDL. O teste é feito em menos de 5 mi-
nutos. Há trabalhos demonstrando a acurácia do equipamento para estadiamen-
to do risco cardiovascular do paciente e monitoramento do perfil lipídico (183). 
Ainda assim, seu uso não é recomendado para fins diagnósticos. 
O sistema funciona com tiras reativas, que podem ser utilizadas tanto para determinação de um único parâmetro 
(single-analyte test strip), dois parâmetros (dual-analyte test strip) ou de três parâmetros simultâneos (Three-a-
nalyte test strip). Os testes triplos, por exemplo, podem determinar em uma mesma tira: [CT + HDL-C + TG], [CT 
+ HDL-C + Glicemia] ou [Glicemia + HDL-C + TG]. Entre os testes duplos estão: [CT + glicemia] e [CT + HDL-C].
A variação esperada, que poderá ser observada nos resultados dos parâmetros no dia-a-dia, é a seguinte:
Colesterol Total: 6,9%
Triglicerídeos: 27,8%
HDL-C: 12,4%
LDL-C: 9,5%
Atenção, pois esta é a variação esperada entre diferentes testes, feitos no mesmo aparelho, na mesma pessoa. 
Não se trata da diferença esperada entre o teste rápido e o exame laboratorial. Estudos disponibilizados pelo 
fabricante mostram que a concordância entre o CardioChek e exames laboratoriais é bastante grande, com di-
ferenças entre 2% e 5%. Em comparação a método padrão-ouro, a performance nos res ultados do CardioChek 
é semelhante aquela observada dos laboratórios de análises clínicas, sendo a porcentagem de concordância em 
72 relação ao padrão-ouro de 81% para CT, 92% para HDL-C e 88% para TG. Isso considerando amostra de sangue 
total capilar de ponta de dedo.
A fim de reduzir a variação nos resultados e aumentar a confiabilidade dos testes, observe os seguintes fatores 
que podem influenciar os resultados do equipamento:
Passo-a-passo
O primeiro passo antes da utilização do aparelho é a configuração do mesmo, quanto ao idioma, data e 
hora, Esta deve ser realizada de acordo com as informações do fabricante, contidas no manual de instru-
ções do aparelho;
Nesse momento é importante que o farmacêutico verifique se todos os materiais para o processo estão 
disponíveis, estes incluem: aparelho, frasco de tiras medidoras, luva (sem talco, para não haver interferên-
cia na parte óptica do aparelho), lanceta, capilares, curativo autoadesivo, álcool swab, gaze e caixa para 
descarte de perfurocortantes;
Após essa etapa, segue-se com a calibração do aparelho com o chip referente ao teste desejado, é impor-
1.
2.
3.
FATORES QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS DO TESTE DE PERFIL LIPÍDICO
JEJUM
Jejum de 9 a 12 horas é recomendado antes dos testes de triglicérideos. Assim, o jejum pode influenciar 
também o resultado do LDL-C. Para CT e HDL-C, o jejum não é obrigatório.
ESTILO DE VIDA
Exercício físico extenuante pode produzir redução nos resultados de TG e LDL-C e aumento no HDL-C. Evite 
exercícios físicos intensos nas 24 horas que antecedem o teste.
Estressealto ou grave pode produzir aiumento de até 10% nos resultados de HDL-C.
Ficar sentado por 15 a 20 minutos, após ter ficado em pé por um certo período de tempo pode reduzir os 
resultados de TG em até 10%.
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Infecções e inflamações podem causar aumento dos resultados de TG e CT, e reduzir níveis de HDL-C.
Infarto do miocárdio ou derrame sofrido nos últimos 3 meses podem causar reduçãonos níveis de CT e LDL-
-C. Após um desses eventos, aguarde pelo menos 3 meses antes de fazer um teste de perfil lipídico.
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tante lembrar que esse chip é lote específico, e portanto uma nova calibração deve ser realizada sempre 
que o lote das tiras for alterado. Cada chip corresponde a um conjunto específico de testes e a um lote 
específico.
A tira medidora deve então ser retirada do frasco e introduzida até o final da ranhura do aparelho no sen-
tido da seta indicativa.
Posteriormente deve ser realizado o procedimento para obtenção da amostra. Inicialmente deve ser rea-
lizada a assepsia do dedo anelar ou médio, preferencialmente da mão esquerda, com o álcool swab. Após, 
o excesso de álcool deve ser removido com a gaze, para não haver interferência no teste. A lanceta deve 
então ser preparada, aberta, e a punção digital realizada. A picada deve ser realizada na ponta do dedo, em 
vez de no centro. 
 
Para obter uma gota de sangue, aplique uma pressão suave no dedo, começando na base do dedo mais pró-
xima da mão, e movendo-se para a ponta. Limpe a primeira gota de sangue com uma compressa e utilize a 
segunda gota de sangue para a análise. A gota de sangue deve estar suspensa do dedo para tornar mais fá-
cil colher a amostra com o coletor capilar de sangue capilar ou aplicar a gota diretamente na tira de análise;
Siga as instruções específicas fornecidas com cada embalagem de tira de análise para a aplicação da amos-
tra e intervalos de volume. Coletores de sangue capilar garantem que foi aplicado o volume de sangue 
correto na tira de análise;
Certifique-se de que a tira de análise fique totalmente introduzida na Abertura de Introdução da Tira;
Verifique o(s) resultado(s) e anote na declaração de serviços farmacêuticos do paciente;
Utilize a tira de análise e lanceta uma única vez. Elimine a lanceta usada num recipiente fechado, adequado 
para objetos cortantes e contaminados. Utilize uma lanceta nova sempre que efetuar uma análise. Não 
partilhe nem reutilize as lancetas.
4.
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74 PASSO 3. ACONSELHAR
A partir da avaliação realizada, decida se o paciente deve ser encaminhado ao médico, se necessita seguir alguma 
medida não-farmacológica específica e/ou se deve mudar a forma como utiliza seus medicamentos, melhorando 
sua adesão terapêutica, por exemplo. Além disso, converse com o paciente sobre a necessidade ou não de acom-
panhamento e se o paciente possui interesse e disponibilidade de retornar à farmácia para avaliações periódicas. 
Como fazer uma boa orientação ao paciente?
A orientação deve se basear na classificação do risco cardiovascular do paciente (sistema de cores, risco global) 
e em mais 3 fatores: estado de controle do colesterol e triglicerídeos (painel lipídico), tratamento com hipolipe-
miantes e presença de doença aterosclerótica diagnosticada. Para tanto, existem vários cenários possíveis, que 
conduzem a condutas e orientações diferentes. 
Construa sua orientação com base nas seguintes recomendações:
Painel lipídico dentro da meta Painel lipídico dentro da meta
Sem diagnóstico e 
tratamento de 
dislipidemia
Orientar sobre medidas não farmacológicas, 
com o objetivo de prevenir doenças cardiovas-
culares. Não necessita acompanhamento.
Pode ser dislipidemia. Atentar para sinais de 
alerta. Investigar sobre questões que podem 
influenciar no resultado dos exames, como a 
ausência de jejum adequado ou uso de medica-
mentos que podem alterar o CT ou TG. Orientar 
sobre medidas não farmacológicas. Se confir-
mado PA elevada, encaminhar ao médico para 
avaliação diagnóstica.
Sob tratamento 
hipolipemiante
Tratamento parece estar funcionando bem e 
paciente tem baixo risco. Parabenizar e orientar 
sobre importância de manter adesão ao trata-
mento. Não necessita 
acompanhamento.
Tratamento pode estar sendo não efetivo. Aten-
tar para sinais de alerta. Orientar sobre adesão 
aos medicamentos e medidas não farmacológi-
cas. Marcar retorno para 30 dias.
RISCO 
BAIXO OU 
BASAL
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DAC = doença arterial coronariana; IAM = infarto agudo do miocárdio; AVC = acidente vascular cerebral isquêmico; DAP = 
doença arterialperiférica.
Painel lipídico dentro da meta Painel lipídico fora da meta
Sem diagnóstico e 
tratamento de 
dislipidemia
Orientar sobre medidas não farmaco-
lógicas, para prevenção dde doenças 
cardiovasculares. Contextualizar a 
relevância da PA no risco cardiovas-
cular global do paciente. Explicar que 
paciente pode ter benefício maior em 
outros serviços, como diabetes, coles-
terol ou tabagismo. Retorno opcional.
Pode ser hipertensão. Atentar para sinais de alerta. 
Investigar sobre questões que podem influenciar o re-
sultado dos exames, como a ausência do jejum adequado 
ou uso de medicamentos que podem alterar o CT ou TG. 
Orientar sobre medidas não farmacológicas. Se confir-
mado PA elevada, encaminhar ao médico para avaliação 
diagnóstica.
sob tratamento anti-
-hipertensivo
Valores lipídicos dentro das metas. 
Questionar sobre outras comorbida-
des. Orientar com foco nos fatores de 
risco presentes. Explicar que paciente 
pode ter benefício maior em outros 
serviços, como diabetes, colesterol ou 
tabagismo. Retorno opcional.
Tratamento pode estar sendo não efetivo. Atentar para 
sinais de alerta. Orientar sobre adesão aos medicamen-
tos e medidas não farmacológicas. Marcar retorno para 
30 dias.
RISCO 
INTERME- 
DIÁRIO
Painel lipídico dentro da meta Painel lipídico fora da meta
Sem diagnóstico e 
tratamento de 
dislipidemia
Apesar do risco alto, o perfil lipídico 
está ótimo. Se positivo para doença 
aterosclerótica, ver quadro abaixo. 
Explicar que paciente pode ter bene-
fício maior em outros serviços como 
diabetes, colesterol ou tabagismo. 
Retorno opcional.
Pode ser dislipidemia. Atentar para sinais de alerta. 
Investigar sobre questões que podem influenciar no re-
sultado dos exames, como a ausência do jejum adequado. 
Orientar sobre relevância da PA no risco cardiovascular 
global do paciente. Se confirmado PA elevada, encami-
nhar ao médico para avaliação diagnóstica.
Sob tratamento 
hipolipemiante
Tratamento parece estar funcionando 
bem. Avaliar se hipolipemiante(s) são 
os mais adequados para comorbi-
dades. Parabenizar pelo controle e 
orientar sobre importância da adesão 
ao tratamento. Acompanhamento de-
sejável. Retorno pode ser em 60 dias.
Tratamento pode estar sendo não efetivo. Orientar sobre 
adesão aos medicamentos e medidas não farmacológicas. 
Avaliar se o hipolipemiante é o mais adequado ao pacien-
te, e se alterações na dose são necessárias. em situa-
ções específicas avaliar a possibilidade de associações. 
Realizar encaminhamento médico quando necessário e 
marcar retorno para 30 dias ou menos.
Doença ateroscleró-
tica diagnosticada 
(DAC, IAM, AVCI, 
Angina, DAP)
Manter tratamento com estatinas em 
intensidade moderada/alta mesmo 
com lipídios normais. Estimular adesão 
ao tratamento e medidas não farmaco-
lógicas. Explicar que o paciente pode 
ter benefício em outros serviços, como 
hipertensão, diabetes ou tabagismo. 
Retorno opcional.
Tratamento pode estar sendo não efetivo. Investigar e 
orientar adesão aos medicamentos. Avaliar se o hipolipe-
miante é o mais adequado ao paciente, e se alterações na 
dose são necessárias. Investigar sinais de alerta, princi-
palmente dor no peito (angina), e na presença de angina 
instável encaminhar ao pronto atendimento. Realizar 
encaminhamento médico quando necessário e marcar 
retorno para 30 dias ou menos.
RISCO ALTO 
OU MUITO 
ALTO
76 Qual deve ser o conteúdo da minha orientação?
Para aconselhar sobre medidas não-farmacológicas, procure falar sobre aquilo que possui evidência de eficácia 
comprovada. Evite falar em medidas genéricas, sem comprovação científica, ou irreais, que o paciente não será 
capaz de inserir na sua rotina.
Diferencie a orientação das medidas para prevenir doenças cerebrovasculares, do tratamento não-farmacológi-
co que auxilia na redução e no controle da dislipidemia, em pacientes já diagnosticados. Acrescente orientações 
práticas, gerais e específicas, sobre os medicamentos que o paciente utiliza.
Medidas para prevenção primária das doenças cardiovasculares
Tratamento não-farmacológico no paciente dislipidêmico
• Alimentação saudável 
• Eliminar o sedentarismo (Praticar atividades físicas aeróbicas de 3-5 vezes por semana, por 30 
minutos diários [pode ser parcelado])
• Parar de fumar
• Controle do peso corpóreo (meta IMC <25 Kg/m2)
• Controlar as comorbidades existentes
Em Hipercolesterolemia
• Dieta com baixa ingestão de gorduras saturadas e trans;
• Consumo de fitosteróis como alternativa (2-3 g/dia);
• Atividade física regular, 30 minutos/dia (pode ser parcelado), 3-5 vezes na semana;
• Controle de peso: a meta é alcançar um IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m2, e uma circunferência 
abdominal <102 cm para homens, e <90 cm para mulheres. Recomendar programa específico 
de perda de peso.
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Em Hipertrigliceridemia ou dislipidemias mistas
• Dieta com baixa ingestão de gorduras saturadas e trans, carboidratos simples e bebidas alcoólicas.
• Ati vidade fí sica regular, 30 minutos/dia (pode ser parcelado), 3-5 vezes na semana
Sobre o tratamento farmacológico da dislipidemia
Orientações gerais:
• O objeti vo geral do tratamento é prevenir eventos cardiovasculares futuros, para tal os 
níveis de colesterol não-HDL devem estar <100 mg/dl para pacientes de alto risco car-
diovascular e <130 mg/dl para pacientes com risco intermediário ou baixo;
• O tratamento precisa ser manti do diariamente para que haja efeti vidade. Nunca pode 
ser interrompido bruscamente;
• Não ti re ‘férias’ dos medicamentos no fi nal de semana. Mesmo que haja mudanças na 
alimentação (p.ex. churrasco, feijoada) ou ingestão de bebidas alcoólicas (recomende 
sempre moderação), é melhor tomar os medicamentos mesmo assim.
• Sempre oriente sobre a posologia: dose, frequência, horário de tomada.
Orientações específi cas:
• Depende da(s) classe(s) farmacológica(s) em uso. Veja orientações sobre cada classe no texto.
• No caso de difi culdade de acesso ao medicamento, oriente sobre alternati vas (genéricos, 
farmácia popular). Mudanças na prescrição para genéricos ou marcas similares bioequiva-
lentes podem ser feitas a parti r do medicamento de referência, mas sempre com anuência 
do paciente. Trocas entre similares ou entre genéricos e similares devem ter anuência do 
prescritor. Dê preferência a similares com equivalência explícita na bula e genéricos.
• As mudanças de esti lo de vida podem ser muito difí ceis para o paciente na práti ca, por 
isso o primeiro passo é falar sobre a efi cácia de cada uma delas e fornecer ao paciente 
um resumo sobre elas. Este pode ser um material impresso feito pela própria farmácia ou 
obti do junto a órgãos públicos ou sociedades cientí fi cas.
• É preciso ter em mente que um atendimento único difi cilmente trará resultados efeti vos 
sobre mudanças no esti lo de vida. Por isso o objeti vo maior é esclarecer. A implantação 
dessas medidas será em médio e longo prazos, para aqueles pacientes que efeti vamente 
se engajarem no acompanhamento pelo farmacêuti co.
78 Como é a declaração de serviço farmacêutico?
A DSF é uma exigência da Anvisa, estabelecida na Reso-
lução no 44 de 2009. Trata-se de um padrão de qualida-
de do serviço fornecer material escrito ao paciente, que 
materialize e documente o atendimento farmacêutico. 
A DSF deve conter os dados completos do estabeleci-
mento, a identificação do paciente e deve ser datada, 
carimbada e assinada pelo farmacêutico. O conteúdo da 
declaração pode ser uma síntese do plano de cuidado ou 
pode conter várias informações conforme procedimen-
tos realizados pelo farmacêutico. 
Neste protocolo, sugerimos uma estrutura para a DSF 
semelhante aquela utilizada no Programa Hipertensão 
em Dia, com a diferença dos campos para registro dos 
parâmetros do perfil lipídico e do método para estima-
tiva do risco cardiovascular, que neste caso utiliza um 
escore de risco em porcentagem (vide Parte 1 deste Ma-
nual). A seguirum modelo de DSF:
Como fazer o encaminhamento ao médico?
Pacientes com sinais de alerta devem ser encaminhados com urgência ao pronto atendimento. 
Pacientes com dor no peito associada a esforços ou valores lipídicos alterados, mas sem diagnóstico de dislipi-
demia, devem ser encaminhados ao médico, para avaliação e eventual prescrição de tratamento, antes de iniciar 
qualquer trabalho de acompanhamento. 
Pacientes sob tratamento com hipolipemiantes, com valores elevados de colesterol não-HDL, devem ser enca-
minhados ao médico para revisão do tratamento, caso você não consiga melhorar os resultados do tratamento 
trabalhando a adesão ao tratamento e as medidas não-farmacológicas. Portanto, antes de encaminhar, investi-
gue melhor a forma como o paciente está utilizando os medicamentos, o estilo de vida e o uso eventual de medi-
camentos que podem alterar os lipídios.
O encaminhamento deve ser feito sempre por escrito. Para facilitar o processo, utilize a própria Declaração de 
Serviço Farmacêutico para fazer este encaminhamento. Este documento conterá a sua avaliação do paciente e as 
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informações que você deseja passar ao médico sobre o caso. Use este documento também nos encaminhamentos 
de urgência. Destaque no texto que o paciente necessita avaliação médica com urgência. Para ver um exemplo 
sobre como redigir um encaminhamento ao médico, consulte o Manual 1: Hipertensão em Dia.
Quando é importante acompanhar o paciente?
Iniciar um trabalho de acompanhamento é especialmente importante em pacientes com diagnósti co estabeleci-
do de dislipidemia ou eventos cerebrovasculares prévios, uti lizando medicamentos hipolipemiantes e que estão 
com valores lipídicos não controlados ou sinais/sintomas relacionados à doença ateroscleróti ca. Nestes casos, 
pacientes com risco alto devem ter prioridade de acompanhamento.
Considere o seguinte algoritmo de decisão para acompanhamento:
Recomendar outros serviços/ 
Retorno em até 60 dias
Acompanhamento 
opcional
Não necessita 
acompanhamento
Encaminhamento ao 
pronto-atendimento 
+ DSF
Mensurar CT e HDL-C, 
e estrati fi car risco 
cardiovascular
Pacientes sem 
tratamento
Encaminhar para 
avaliação médica 
+ DSF
Pacientes sob 
tratamento
Marcar retorno 
para 30 dias: 
DSF + Diário
ACOLHER
AVALIAR
Sinais de 
alerta?
Lipídios
alterados?
SIM
SIMSIM
NÃO
NÃO
80 A organização do acompanhamento dos pacientes com dislipidemias é semelhante à utilizada no Programa Hi-
pertensão em Dia. A cada consulta de retorno, o farmacêutico deve reavaliar o paciente e definir as condutas e 
orientações, de acordo com os “3 As” (acolher, avaliar e aconselhar) descritos anteriormente. No caso da dislipi-
demia, não há necessidade de fazer a determinação mensal do perfil lipídico. O perfil pode ser repetido a cada 
três, seis ou 12 meses, dependendo dos resultados e da necessidade de revisão do tratamento. Lembre-se que 
após mudanças no tratamento (p.ex. aumento na dose do hipolipemiante), é necessário esperar, no mínimo, de 4 
a 6 semanas para observar mudanças no perfil lipídico. Nos retornos, foque sempre na adesão ao tratamento, nas 
medidas não-farmacológicas e no acolhimento das demandas do paciente, seja para mais informações sobre o 
tratamento ou sobre outros problemas de saúde. 
Nos pacientes com DAC diagnosticada, que devem estar sob tratamento com estatina, conforme já observado, o 
tratamento deve ser mantido mesmo com perfil lipídico normalizado. Há pacientes, ainda, que sequer apresen-
tam dislipidemia, e precisam utilizar estatina por conta da DAC. Assim, não há necessidade de monitoramento 
do perfil lipídico nestes pacientes, considerados de alto risco. Os atendimentos de retorno, nestes casos, podem 
ser mais espaçados, e podem estar focados no uso correto dos medicamentos, adesão ao tratamento, nas medi-
das não-farmacológicas (foco principal = qualidade de vida) e no acolhimento de outras demandas do paciente. 
Lembre-se que estes pacientes são fortes candidatos a outros serviços, como diabetes em dia, parar de fumar, 
revisão da medicação e perda de peso. De fato, muitos deles podem ser acompanhados em vários destes serviços 
ao mesmo tempo.
Em todos os atendimentos, o farmacêutico deve entregar uma declaração de serviço farmacêutico ao paciente. 
Caso recomende algum tipo de monitoramento adicional, por exemplo, medida residencial da pressão arterial, 
pode fornecer formulário específico para este fim (Vide Manual 1: Hipertensão em Dia). 
O foco do acompanhamento é garantir que o tratamento do paciente é efetivo e seguro ao longo do tempo. O pa-
ciente deve ser acompanhado até que atinja as metas terapêuticas definidas, e seja capaz de aderir ao tratamento 
e realizar o autocuidado. Nestes casos, pode-se considerar o espaçamento cada vez maior das consultas com 
o farmacêutico, ou mesmo, a alta do serviço. É saudável para o serviço sempre ter novos pacientes realizando 
primeira consulta, e pacientes realizando consultas de retorno. Considere a figura a seguir, que também esque-
matiza como se dá o acompanhamento.
• Orientações e ações pactuadas
• Metas terapêuticas
• Entrega de declaração de 
serviço farmacêutico
• Agendamento de retorno 
(caso seja necessário 
acompanhamento)
• Fornece Diário da SaúdePrimeira consulta Segunda consulta 
(1º retorno)
• Avalia registros do Diário 
da Saúde
• Agendamento de retorno 
(caso seja necessário 
continuar acompanhando)
• Orientações e ações 
pactuadas
• Metas terapêuticas
• Entrega de declaração 
de serviço farmacêutico
...
AVALIAR AVALIAR
ACOLHER ACOLHER
1 13 3
2 2
ACONSELHAR ACONSELHAR
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Caso o farmacêutico e paciente decidam iniciar acompanhamento, o farmacêutico pode fornecer um “Diário da 
Saúde”, que irá ajudar o paciente a gerenciar sua hipertensão e demais problemas de saúde dali em diante. Este 
diário ajuda, ainda, o farmacêutico a organizar o acompanhamento. Veja detalhes sobre o diário a seguir.
O que é o diário de saúde? 
O uso de um diário de saúde, onde o paciente pode manter um registro de parâmetros, consultas realizadas, 
lista dos medicamentos, medidas não-farmacológicas, entre outros, é uma estratégia poderosa para estimular 
o autocuidado e a autogestão das condições crônicas. No Programa Hipertensão em Dia, o trabalho de acompa-
nhamento pode ser centrado no uso do diário pelo paciente. 
Nele, o paciente pode fazer uma séria de autotestes de saúde, que tem tanto papel educativo do próprio paciente, 
como informativo ao farmacêutico. Além disso, o paciente irá registrar no diário a evolução semanal do seu trata-
mento, anotando metas alcançadas, dificuldades e os resultados dos parâmetros monitorados.
A cada consulta, o paciente traz o diário e compartilha com o farmacêutico os registros realizados. As DSF emi-
tidas a cada consulta podem ser anexados ao diário, em ordem cronológica. O MRPA, quando necessário, pode 
ser preenchido dentro do próprio diário ou no formulário avulso. A lista atualizada de todos os medicamentos 
em uso é mantida dentro do diário. A cada consulta médica ou com outros profissionais, o paciente leva o diário, 
como forma de relatar a evolução da sua saúde. Há espaços no diário que podem ser utilizados para que o far-
macêutico, o médico e outros profissionais possam fazer anotações, potencializando a comunicação dentro da 
equipe que cuida do paciente. 
82 LEITURA RECOMENDADA
V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose
Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22
Disponível em: 
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/V_Diretriz_Brasileira_de_
Dislipidemias.pdf
I Diretriz Brasileira de Prevenção Cardiovascular. 
Arq Bras Cardiol; 2013: (6Supl.2): 1–63.
Disponível em: 
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Prevencao_Car-
diovascular.pdf
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84 ANOTAÇÕES85
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