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Farmacologia Tratamento farmacológico da dor neuropática: A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão real ou potencial. A dor neuropática define-se como a dor causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial. → A dor neuropática age de uma forma diferente, pois não é uma típica dor de componente sensorial, ela também leva em consideração o emocional → Há duas vias para conter a dor neuropática, a via ascendente e a modulação da via descendente As causas comuns que provocam danos neuronais e subsequentemente a dor são variáveis. Doenças metabólicas, trauma, compressão de nervos, infecção, isquemia, cirurgia, inflamação, doenças degenerativas, fármacos, entre outros. Os quadros clínicos mais comuns centram-se na polineuropatia diabética; neuralgia pós-herpética; neuralgia do trigêmeo; neuropatia por HIV; dor neuropática central (pós-AVC, lesão medular ou esclerose múltipla); dor neuropática cancerígena; neuropatías por encarceramento (túnel cárpico e radiculopatias); e neuropatia do membro fantasma. → A fibromialgia possui polêmicas se realmente está enquadrado como dor neuropática, mas o tratamento é para dor neuropática → Há um dano tecidual, ocorre estimulação das fibras nociceptivas pelo dano e pelas prostaglandinas, isso excita o neurônio de segunda ordem, no corno posterior da medula - e segue a transmissão da dor, é simples resolver pois podemos apenas inibir as PGE’s → Na dor neuropática é mais difícil, pois não há uma lesão real, uma inflamação real, por mais que faça muito tempo que o dano ocorreu, haverá um estímulo contínuo e sinalização de dor. → O dano potencial na fibra nervosa ascendente recebe informações do cérebro, glutamato e subs p são liberados pelas fibras ascendentes → As fibras descendentes liberam noradrenalina, serotonina, etc. Se ligam a neurônios inibitórios e fazem a modulação da dor → Essa fibra nervosa aferente em dor neuropática, está sempre estimulada, ela chega a um botão axônico que libera neurotransmissores → Essa fibra precisa despolarizar, para isso entra NA +. ela fica cheia de cargas positivas e por isso a voltagem muda, no neurônio existem canais chamados canais voltagem dependentes, que são canais de Ca, então, quando a voltagem muda entra cálcio. → O Ca+ promove a exocitose, que culmina na liberação do neurotransmissor → Normalmente, nessa neurotransmissão de primeira ordem são liberados glutamato e substância P, com predominância do glutamato → O glutamato e a substância P estimulam os receptores da fibra pós sináptica (neurônio de segunda ordem), ainda é ascendente, e a dor segue seu trajeto até o SNC COMO PODEMOS TRATAR ESSA DOR NEUROPÁTICA? A duas opções, atuar sobre a via ascendente ou a modulatória, SEMPRE atuar sobre a ascendente é melhor VIA ASCENDENTE → Nesse caso temos duas opções: a gabapentina e a pregabalina, eles bloqueiam os canais de Ca. Essencialmente a resposta farmacológica deveria bloquear a fibra ascendente de primeira e segunda ordem, mas ele acaba bloqueando outros canais de cálcio de outros neurônios com várias outras funções no cérebro, então o SNC fica deprimido →A outra opção terapêutica é inibir os canais de Na +, a primeira escolha de tratamento aqui é a carbamazepina - o efeito de depressão do SNC é maior (redução da atividade neuronal). Se bloquear os canais de Na a célula fica vários momentos em que ela não despolariza, e se ela não faz isso, há intervalos sem a liberação de mediadores da dor → O problema é que TODAS as fibras nervosas dependem de canais de Na, e todas elas sofrem ação da carbamazepina → O paciente fica com prejuízos, de memória, de funções cognitivas etc. Por que o cérebro está agindo de forma deprimida → O bloqueio de canais de Na+ causam maior depressão que o bloqueio de canais de Ca, e também possui maior resposta terapêutica, sendo reservados a casos de dores muito altas, a primeira escolha sempre será tentar com os canais de Ca → Alguns casos em que o paciente está tendo muitos efeitos adversos, às vezes se intercala bloqueadores de canais de Ca e Na+, não é uma escolha racional, mas pode se fazer necessário VIA MODULATÓRIA (descendente) → Originalmente o organismo já está tentando se defender da dor, na fibra pré existem diferentes tipos de receptores: Alfa 2, 5HT1, CB1, e receptores opióides - descendentes → Há fibras: serotonérgicas, noradrenérgicas, dopaminérgicas e os receptores CB1 e opióides → Cada vez que a serotonina ativa o receptor 5HT1, esse receptor do tipo 1 está acoplado a uma proteína G inibitória, isso significa que quando a serotonina se liga, é mandando um aviso para as vesículas sinápticas liberarem menos neurotransmissores álgicos (glutamato e substância P) → A noradrenalina se liga a receptores alfa 2, e faz a mesma ação de mandar as vesículas sinápticas a liberarem menos neurotransmissores álgicos → É aqui que entram os antidepressivos para tratamento da DOR → A principal forma de remover neurotransmissores da fenda sináptica é a recaptação, o transportador da noradrenalina é o NAT, serotonina o SET e dopamina o DAT → A noradrenalina liberada pelo organismo acaba sendo recaptada, então uma forma de potencializar a via modulatória é usando antidepressivos, pois os antidepressivos são bloqueadores dos transportadores → Vai ter + noradrenalina, serotonina, dopamina etc. E mais chance deles se ligarem aos receptores Alfa1, 5HT1, e maior estímulo para a fibra aferente liberar menos neurotransmisores álgicos → Uma pessoa com dor crônica tende a desenvolver depressão, e muitas vezes esse paciente tem essa resposta tão intensa da dor, até pelo seu estado depressivo. Maior parte dos pacientes com dor neuropática eles estarão usando antidepressivos (agindo na vesícula sináptica, para promover menor liberação de neurotransmissores álgicos pela fibra ascendente) associados a anticonvulsivantes (atuando sobre as fibras ascendentes para reduzir a liberação dos neurotransmissores) → O tratamento da dor neuropática é fundamentado na eficácia e segurança reportada por diversos estudos controlados randomizados, revisões sistemáticas da literatura e guidelines que evidenciam a superioridade clínica dos fármacos inicialmente utilizados como off label. → O tratamento da dor neuropática tem como objetivo primordial promover a analgesia e aliviar eficazmente a dor, melhorando substancialmente a qualidade de vida do doente. → HÁ OUTRAS MODALIDADES DE TRATAMENTO: Potencializar a via dos endocanabinóides, por meio da preparação fitoterápicas dos componentes da cannabis, o CBD e o THC atuam como agonistas, ativando os receptores CB1, que estão presentes em várias fibras, mas vamos nos concentrar no neurônio de primeira ordem. O nosso organismo em situações de hiperestimulação produz anandamida e 2 AG que estímulam os receptores CB1 a inibir glutamato - fisiológico O THC e o CBD irão atuam como agonistas do receptor CB1, que está acoplado a uma proteína G inibitória, que diminui a excitabilidade da fibra, e ocorre bloqueio da liberação de neurotransmissores álgicos - Uso de óleo de CBD para dores neuropáticas e crônicas, são muito efetivos e causam menor depressão do SNC - Podem ser associados com doses mais baixas dos anticonvulsivantes e antidepressivos, garantido menores efeitos adversos OPIÓIDES opióides (morfina e sua família), são medicamentos também utilizados, eles atuam como agonista de receptores opióides, e são os mais efetivos em reduzir a dor. O problema, é que esses receptores ativados sofrem rapidamente processo de fosforilação e reciclagem, e isso causa uma tolerância muito rápida → Na dor neuropática os opióides são usados somente na dor AGUDA (ex: na semana de amputação de um membro), mas NUNCA devem ser usados para processos crônicos → Não faz sentido usar codeína ou tramadol por mais de 15 dias, isso causa uma grande neuroadaptação, e além disso eles afetam o sistema de recompensa, e por isso causam intensa disposição ao vício → A eficácia do tratamento é determinada pela dose dos fármacose consequentes ajustes, tolerância, condição de dor neuropática manifestada e linhas terapêuticas anteriormente utilizada *dor neuropático inibir via ascendente (pregabalina) → Quando se fala de dores neuropáticas centrais e periféricas há medicamentos de primeira e segunda linha → O tratamento da dor neuropática deve sempre promover segurança e eficácia, e o objetivo é qualidade de vida, um paciente com dor neuropática não será curado O tratamento da dor neuropática considera oito classes de fármacos: ✓ antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, imipramina, nortriptilina); ✓ anticonvulsivantes (carbamazepina, pregabalina, gabapentina); ✓ inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (venlafaxina, duloxetina); ✓ inibidores seletivos da recaptação de serotonina (fluoxetina, citalopram, sertralina); - preferencialmente não é usado, a via modulatória é dada pela serotonina e noradrenalina, o ideal é que um único antidepressivo devem agir sobre os dois, os específicos para recaptação de serotonina (ISRS) não são uma boa escolha para dor neuropática - Um paciente que estava usando uma dose muito alta de fluoxetina a muito tempo, e está bem estabilizada, sofreu um acidente perdeu o pé, hoje em dia tem muitas dores, e mesmo com carbamazepina continua com muita dor - para esse paciente nunca deve-se trocar o antidepressivo, nunca mexer no que está dando certo, ele já estava estável, isso pode alterar todo o quadro psiquiátrico dele - Prescrever antidepressivo só se o paciente não estava em uso de antidepressivo ✓ opióides (morfina, fentanila, tramadol codeína); ✓ agentes tópicos (capsaicina, lidocaína); ✓ antagonistas dos receptores NMDA (memantina) ✓ agonistas específicos do receptor GABA-B (baclofeno). → A primeira abordagem sempre é a monoterapia, se não houver resposta ai sim coloca um segundo medicamento → Para dores neuropáticas as doses costumam ser mais altas do que para depressão ou convulsões Antidepressivos tricíclicos - 25-150mg/dia Duloxetina - 60-120 mg/dia MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTICONVULSIVANTES: → Normalmente eles irão diminuir neurotransmissor álgico, ou potencializar a depressão da fibra pós CARBAMAZEPINA: Bloqueia os canais de Na+ em concentrações terapêuticas e inibe os disparos repetitivos de alta frequência. Atua também em nível pré-sináptico, reduzindo a transmissão sináptica. Também é descrito a potencialização de uma corrente de K + regulada por voltagem → Pode ser administrado com alimentos, e até favorece biodisponibilidade Efeitos adversos: Visão dupla, tonturas, ataxia, sonolência, redução da coordenação motora - cérebro está muito lentificado, Raros: intoxicações, hiponatremia e intoxicação hídrica, as quais podem estar relacionadas com a dose. Potente indutor CYP P450 (outros medicamentos serão metabolizados muito rápidos) DOSE para dor: 300-600mg Convulsão: 100-200mg GABAPENTINA e PREGABALINA - nem sempre disponível no SUS, tem uma lista de doenças que pode receber: Bloqueia os canais de Ca + + A diminuição da liberação sináptica de glutamato proporciona um efeito antiepiléptico. Modificam a liberação sináptica ou não-sináptica do GABA. Observa-se um aumento na concentração cerebral de GABA em pacientes em uso de gabapentina. Efeitos adversos: sonolência, apatia, tontura etc. Dose: 900 - 3.600mg/dia (gabapentina) 300-600 mg/dia pregabalina Quando prefere o bloqueador de canal de Na e de Ca? Depende da dor, mas preferencialmente sempre começar com Ca, para que tenha menos efeitos no SNC ùnica situação em que inicia com bloqueador de canal de Na, é a neuralgia do trigêmeo LAMOTRIGINA: Suprime o disparo rápido sustentado dos neurônios e produz bloqueio dos canais de Na+ A lamotrigina também diminui a liberação sináptica do glutamato. → Não tem na atenção básica, é uma alternativa a carbamazepina, parece ter uma eficácia semelhante mas não possui muitos estudos → Ótima alternativa, pois não tem interação medicamentosa com a CYP P450 Efeitos adversos: Diplopia, exantemas, muitos problemas cutâneos como exantemas Todos esses inibidores de canais de na e ca, agem rapidamente, toma em um dia e no outro já diminui a dor, mas os antidepressivos possuem uma resposta mais demorada, eles tem um tempo de latência de em média 30 dias ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: Principal - amitriptilina e nortriptilina Mecanismo de ação: bloqueia os transportadores NAT, SERT (serotonina) e em menor proporção a dopamina. Mais ou menos em 30 dias há uma maior concentração de noradrenalina e serotonina na fenda sináptica. ATC bloqueiam a recaptação de aminas pelas terminações nervosas através de sua competição pelo sítio de ligação da proteína transportadora, principalmente de NA e 5-HT, e em menor proporção para a DA. Bloqueio de receptores 5-HT1. Uma das maiores desvantagens dos ATC tem sido a multiplicidade de ações farmacológicas: ações antimuscarínicas, anti-histamínicas e bloqueadora dos receptores -adrenérgicos que contribuem, exclusivamente, para a toxicidade destes fármacos. → Efeitos adversos: Bloqueiam receptores muscarínicos, bloqueiam receptores histaminérgicos. xerostomia, sonolência, hipotensão, tontura, retenção urinária, constipação, ganho de peso, disfunção sexual, congestão nasal. → Meia vida variável → Sempre prescritos para tomar a noite, causam sono Dose: 10-15 mg/dia INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE 5HT/NE (IRSN) Venlafaxina e Duloxetina A duloxetina e venlafaxina e seu metabólito ativo O desmetilvenlafaxina são inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina → Eficácia semelhante aos tricíclicos, mas o perfil de segurança é muito maior → Prescritos pela manhã → Causam insônia na maioria dos pacientes, boca seca, agitação, sonolência às vezes, tonturas, náuseas, disfunção sexual, hipertensão (raro) - mas se o paciente tiver ele não pode usar essa classe (IRSN) → Melhor perfil para indicar IRSN: Paciente que tem depressão e uma dor mais leve ● Alteram a sensibilidade de receptores beta-adrenérgicos após dose única, diferente de outros antidepressivos que levam à dessensibilização desses receptores após doses repetidas (maior tempo de latência) EA: náuseas, tonturas, sonolência ou insônia, fadiga, anorexia, xerostomia, disfunção sexual, hipertensão (rara). Dose (duloxetina): 60-120 mg/dia Todos os antidepressivos com ação sobre a serotonina causa disfunção sexual, uma intensa significativo do libido - maior causa de abandono de tratamento pelos homens Quando retirar um desses medicamentos precisa sempre ser gradual, se o paciente usa anticonvulsivante ele está adaptado para essa depressão do SNC - retirar rapidamente causará muitos problemas Quando tira antidepressivos, o paciente está com o SNC excitado, e retirar de forma abrupta pode causar uma grande depressão Assim como o início de uso da medicação deve ser gradual muita dor - melhor agir sobre a via ascendente SISTEMA ENDOCANABINÓIDE: Receptores CB1 e CB2 quando ativados por agonistas, acoplados a proteínas G (Gi e Go), causam a inibição da atividade da adenilil ciclase, o fechamento dos canais de cálcio dependentes de voltagem, a abertura dos canais de potássio e a estimulação de proteínas quinases ativadas por mitógenos, como quinases reguladas por sinal extracelular (ERKs) e quinases de adesão focal. CB1 são encontradas em áreas que regulam o apetite, memória, extinção do medo, respostas motoras e posturais, como hipocampo, gânglios da base, amígdala basolateral, hipotálamo e cerebelo. O CB1 também é encontrado em vários tecidos não neurais, incluindo o TGI, adipócitos, fígado e músculo esquelético. Além do CB1, o cérebro também contém um pequeno número de receptores CB2, embora esse subtipo seja expresso principalmente em macrófagos e células derivadas de macrófagos, como microglia, osteoclastos e osteoblastos. Mevatyl® (THC 27 mg/ml + CBD 25 mg/ml). Solução spray amarela/marrom- frasco spray para pulverização bucal de 10 ml. Conservar sob refrigeração. Cada pulverização de 100 µl: 2,7 mg THC e 2,5mg de CBD A administração oral tem baixa biodisponibilidade (5-20%) quandocomparada com a inalatória. Canabinóides sofrem degradação no TGI e efeito de primeira passagem (via oral). Efeitos farmacológicos iniciam 30 min a 3 h (tmax = 2h), com duração de até 12 h. A via oral é recomendada pele facilidade de administração. Os efeitos farmacológicos dos canabinóides ocorrem em poucos minutos, e o pico de concentração sérica é atingido em 15 a 30 minutos com duração máxima de 4 h. Os canabinóides são metabolizados hepáticamente via CYP450. - problema para pacientes que estão em uso de carbamazepina, ela diminui o efeitos dos canabinóides. O THC se acumula no tecido adiposo. Metabólitos são excretados via urinária e encontrados na urina muitos dias após a interrupção do uso. Metabólitos também se acumulam em tecidos queratinizados – uso forense – pesquisa em pelos e cabelos. → Recomenda-se iniciar com doses baixas até resposta clínica desejável e tolerância aos efeitos adversos → relacionado THC. O paciente deve começar a usar uma preparação de THC > CBD ou THC ± CBD na hora de dormir → Recomenda-se dose inicial de 1,25 a 2,5 mg de THC 1 a 2 x dia. É possível aumentar a dose conforme necessário e tolerado para 15-20 mg de THC duas a três vezes ao dia. Farmacodinâmica – THC e CBD THC é um agonista de receptores CB1 e CB2. O canabidiol - CBD também é um agonista conhecido dos receptores de serotonina 5-HT1A e dos receptores de potencial vaniloide transitório do tipo 1 (TRPV1). Também pode aumentar a sinalização do receptor de adenosina inibindo a inativação da adenosina, sugerindo um potencial papel terapêutico na dor e inflamação. CBD – não atua fortemente nos receptores CB1, mas inibe recaptação e a degradação de anandamida e 2AG – por isso vários autores descrevem a ausência de efeitos psicoestimulantes do CBD. → O sistema endocanabinóide é um modulador de ansiedade e humor. A ativação de receptores CB1 tem um efeito modulador na transmissão GABAérgica e Glutamatérgica. Áreas envolvidas: córtex pré-frontal e medial, complexo amigdalóide, hipocampo, eixo hipotálamo-adenohipófise Os efeitos ansiolíticos e antidepressivos também podem ser mediados pelos efeitos serotoninérgicos do CBD por meio da ativação do receptor 5-HT1A e agonismo do receptor CB1 do THC. → Obs: CBD pode inibir parcialmente os efeitos psicoativos do THC. → Ativação de receptores CB1 no cerebelo e na substância nigra, potencializa o efeito da sinalização GABA, promovendo ação relaxante muscular e reduz espasticidade → CDB, e outros compostos presentes no óleo (terpenoides e flavonoides) têm efeitos neuroprotetor e imunomodulador, reduzindo inflamação e diminuindo o dano oxidativo – efeito anti-inflamatório, neuroprotetor. → Os canabinóides também atuam na medula espinhal, suprimindo a excitabilidade neuronal por meio da hiperpolarização das membranas neuronais, e produzindo analgesia (uso dor crônica, dores neuropáticas, dor oncológica). EFEITOS ADVERSOS DOS CANABINÓIDES (SABER) ** Potencial para dependência – THC – aumenta liberação de dopamina na área mesolímbica. A ação farmacológica da cannabis é dose-dependente e pode induzir muitos efeitos adversos(AEs), principalmente relacionados ao THC, devido a sobredosagem não intencional. EA: euforia, diminuição cognitiva e memória, relaxamento muscular e comprometimento da coordenação motora. Os sintomas típicos de intoxicação aguda por cannabis são tonturas, confusão, taquicardia, hipotensão postural, disforia, pânico, depressão e alucinações. Reações alérgicas, vômitos e diarreia também são relatados. Esteatose hepática – rara. Contraindicado para pacientes com histórico de adicção AGENTES TÓPICOS: → Muito difícil de utilizar, apenas para casos de agudização, como um anestésico local A capsaicina creme 0,075% é o componente ativo das pimentas chili e um antagonista altamente seletivo do receptor de potencial transitório vanilóide do tipo 1. - Estimula a liberação de substância P, aplicar o gel irá arder e queimar por uma meia hora, liberando toda a substância P, e depois vem uma sensação de formigamento - não será cobrado O efeito analgésico da capsaicina está relacionado à depleção da substância P presente nas terminações nervosas sensitivas e da degeneração morfológica de fibras C não mielinizadas epidérmicas, com consequente redução da inervação local. O uso da capsaicina está associado a extremo desconforto. Além disso, tem efeito irritante e produz a sensação de queimação associada à vasodilatação local. POLINEUROPATIA DIABÉTICA Está associada a uma lesão uniforme das fibras pequenas (Aδ e C), e posteriormente das fibras de maior calibre (Aβ). Trata-se de uma lesão mista, simétrica, distal e de predomínio sensitivo, acumulando-se produtos glicosilados e álcoois nos nervos periféricos. → A primeira linha terapêutica é amitriptilina ou nortriptilina, duloxetina, pregabalina ou gabapentina NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA Trata-se de uma consequência comum do herpes zóster cujos fatores que reativam o vírus latente são desconhecidos. O tratamento incide nos antidepressivos tricíclicos como amitriptilina e nortriptilina, pregabalina, gabapentina e/ou lidocaína tópica (emplastos a 5%) como primeira linha de tratamento. NEVRALGIA DO TRIGÊMEO Esta condição resulta sobretudo de sequelas traumáticas ou processos degenerativos fisiológicos associados à compressão vascular. O tratamento de primeira linha é a carbamazepina ou oxcarbazepina. A oxcarbazepina pode ser a opção de eleição por apresentar menor potencial de interação farmacológico DOR CENTRAL Localiza-se a nível da medula espinhal ou cérebro, afetando o trato espinotalâmico, ou seja, o sistema nervoso central. O tratamento de primeira linha recomendado é amitriptilina ou nortriptilina, pregabalina ou gabapentina. Como segunda e terceira linhas terapêuticas, sugere-se lamotrigina, tramadol ou opióides. NEUROPATIA POR HIV Está associada à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. Primeira linha de tratamento são amitriptilina ou nortriptilina, pregabalina, gabapentina, duloxetina ou venlafaxina. A associação a agentes tópicos, como capsaicina e lidocaína, pode incrementar os resultados positivos do tratamento. Estudos recentes encontraram eficácia em pacientes que usaram Cannabis – THC e CBD. NEUROPATIA DO MEMBRO FANTASMA Dor neuropática após a amputação traumática, apresentando-se como dor no membro perdido. Primeira linha, opióides fortes como morfina e fentanil ou tramadol. Para a maioria dos pacientes, esta dor pode resolver-se gradualmente ao longo do tempo, contudo, nas situações em que permanece, os opióides são substituídos por outros fármacos: amitriptilina ou nortriptilina, pregabalina ou gabapentina. NEUROPATIA POR HIV Está associada à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. Primeira linha de tratamento são amitriptilina ou nortriptilina, pregabalina, gabapentina, duloxetina ou venlafaxina. A associação a agentes tópicos, como capsaicina e lidocaína, pode incrementar os resultados positivos do tratamento. Estudos recentes encontraram eficácia em pacientes que usaram Cannabis – THC e CBD. NEUROPATIA DO MEMBRO FANTASMA Dor neuropática após a amputação traumática, apresentando-se como dor no membro perdido. Primeira linha, opióides fortes como morfina e fentanil ou tramadol. Para a maioria dos pacientes, esta dor pode resolver-se gradualmente ao longo do tempo, contudo, nas situações em que permanece, os opioides são substituídos por outros fármacos: amitriptilina ou nortriptilina, pregabalina ou gabapentina DOR NEUROPÁTICA ONCOLÓGICA Está associada à presença de um tumor, podendo resultar de causas diretas e/ou indiretas intrínsecas ao processo oncológico. Recomenda-se, como primeira linha, amitriptilina ou nortriptilina, pregabalina, gabapentina, duloxetina, venlafaxina ou carbamazepina. RADICULOPATIAS Consequência da compressão das raízes nervosas do plexo cérvico-braquial, torácico e lombossacral. Recomenda-se, como primeira linha, antidepressivos tricíclicos como amitriptilina ou nortriptilina, pregabalina ou gabapentina. SÍNDROME DO TÚNEL CÁRPICO Resultada compressão do nervo mediano que passa por debaixo do ligamento transverso do carpo. O tratamento passa pela imobilização do pulso e utilização de esteroides orais e infiltrações à base de esteroides NEUROPATIA DIABÉTICA A polineuropatia distal simétrica (PNDS) é a forma mais comum e compreende 75% de todas as neuropatias. O estresse oxidativo e inflamatório danificam as células nervosas – patogênese. PNDS é a principal causa de ulceração nos pés, e também é uma das principais causas de quedas e fraturas, por resultar em disfunção avançada de fibras finas e grossas, com perda sensitiva e da propriocepção, da discriminação de temperatura e dor, o que acaba acarretando instabilidade. Tratamento: controle rigoroso da glicemia, controle da dor (pregabalina, duloxetina – primeira linha; gabapentina, amitriptilina – segunda linha)