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Resumo de Saúde integral do adulto I Luana simões Ciclo 3 - 5 Período Clínica médica Professor: JosUÉ Doenças Renais Císticas Introdução Consiste na presença de cisto em parênquima renal, único ou múltiplo. Grupo de doenças que têm em comum a presença de cistos renais. Cisto: coleção líquida ou semilíquida/semisólida, envolta por membrana, formando bolsa. Normalmente são achados ocasionais e não geram sintomas. Pode ou não apresentar sintomas. Etiologias Cistos simples: extremamente comum, principalmente após os 50 anos. Cistos renais complexos: Doença renal cística adquirida: DRC. Doença renal policística autossômica dominante: Doença renal policística autossômica recessiva: Cisto renal simples Tipo mais comum de cisto renal. Idiopático. Não se sabe a etiologia correta. Epidemiologia: 50% dos pacientes com > 50 apresentam – idade maior que 50 anos. São descobertos acidentalmente – são, na maioria, assintomáticos, não apresentam sintomas nos pacientes. → Apresenta dores que parecem algo e encontra no exame. Clínica: Assintomáticos. Complicações raras: hemorragia (tem a presença de hematúria), rompimento, infecção (dor lombar/abdominal, febre), efeito de massa (dor lombar/abdominal – comprime órgãos e artérias), HAS (compressão arterial? – devido ao efeito de massa). → Complicações são no contexto de cistos volumosos. Características: despensa e acompanhamento. → Parede fina. → Contornos regulares. → Conteúdo líquido homogêneo, seroso – na mesma densidade que a água. → Ausência de septações internas. → Ausência de calcificações. É possível visualizar alguns cistos simples com contornos regulares, paredes finas, bem delimitados. Essa parede é uma parede fina de epitélio. Cisto renal complexo Nem todo cisto renal é simples. Devemos observar e avaliar características como cistos complexos/complicados, visto que eles podem ser uma neoplasia. Há neoplasias císticas, com o interior de líquido e que podem ser confundidas. Características: → Parede espessa. → Contorno irregular. → Conteúdo heterogêneo. → Presença de septações no interior. → Presença de calcificações. CUIDADO PELO RISCO DE MALIGNIDADE. Cisto renal Diagnóstico: USG: achado ao acaso. TC com contraste se complicado: número de cistos, tamanho, localização, forma, calcificações, septações, realce ao contraste (complexo). É possível visualizar a presença de vários cistos, sendo simples com bordas regulares, paredes finas, conteúdo homogêneo, densidade com conteúdo hipoliquórico, sem septos e calcificações. É possível ver paredes finas, regulares,conteúdo homogêneo e densidades regulares. Centralizou no cisto. Divide o cisto em 5 tipos: Tipo 1: cisto com parede fina, sem septo e calcificação e conteúdo homogêneo – cisto simples -, tem zero risco de ser maligno. Tipo 2: Minimamente complicado, tem septações finas, podem aparecer calcificações, cistos hiperdensos menores que 3cm – O risco de se calcificar é próximo de zero. Tipo 2 F: minimamente complicado que pode se calcificar. O risco de ser maligno é de 5%. É maligno desde o começo. Comparar um rim com o outro. Tipo 3: cisto indeterminado, tem espessamento parietal e septo maiores, irregulares, risco de malignidade é de 50%. Tipo 4: mais grosseiros, mais paredes sólidas, tem septos, o risco de malignidade é de quase 100%. É possível ver uma TC de abdômen, no rim esquerdo vê um cisto simples de parede fina, contorno regular, risco de malignidade é zero. Cisto do lado esquerdo. O cisto está grande e está septado, tem chances de ser uma neoplasia. É possível visualizar uma septação com calcificação e formação de septos. A imagem De baixo é uma neoplasia cística, conteúdo heterogêneo, é possível ver que realça ao contraste – neoplasia cística. Cisto renal Conduta: Bosniak 1 e 2: nenhuma conduta necessária, nem mesmo repetir exames – faz apenas acompanhamento. Bosniak 2F: repetir exames em seis meses ou, se estável, em um ano. Bosniak 3: remoção cirúrgica – analisar para ver se é neoplasia. Bosniak 4: nefrectomia – retira o rim. Intervenção Cirúrgica: Cistos simples sintomáticos (>5-10cm): causando efeito de massa, dor, hematúria (por causa da hemorragia). Cistos infectados refratários a antibióticos – pode drenar ou retirar. Cistos complexos (Bosniak 3 ou 4): intervir cirurgicamente. Presença de cistos renais em pacientes com DRT – surgem no contexto de doença renal terminal. Esse paciente tem maior propensão de formar cistos. DRT: estágio 5 da doença renal crônica, na qual a taxa de filtração glomerular é menor que 15. Mais frequente nos pacientes dialíticos. Idiopático, não sabe a causa, mas sabe que tem dilatação do túbulo proximal e distal. Cistos derivam de dilatações de túbulos proximais e distais de pacientes em estágio terminal. Fatores de risco: DRT, idade avançada, grandes cistos, sexo masculino, negros e hipocalemia crônica. Clínica: assintomáticos, hemorragia (hematúria, anemia hipocrômica e microcítica – ferropriva, dor em flanco). Não há prevenção ou tratamento. Complicação mais grave: malignização (carcionoma de células renais). → Tríade: hematúria, dor abdominal, massa palpável. Doença hereditária autossômica dominante, com formação de múltiplos cistos renais ou bilaterais, podendo levar a insuficiência renal. Mutação que se transmite de forma dominante, assim, vai ter cistos de origem genética. Causa cistos em outros órgãos ductais e sistema cardiovascular. É a 4° causa de doença renal crônica. Etiopatogenese e fisiopatologia Mutações heterogêneas em PKD1 e PKD2 → proteínas policistinas defeituosas → defeito na adesão célula- célula e célula-matriz + defeito na sinalização de cálcio → formação de cAMP → proliferação celular + influxo de líquido → dilatação dos túbulos renais → formação de cistos. A mutação não necessariamente é no mesmo tempo. Esses genes produzem as policistinas, responsáveis por garantir a adesão célula-célula e célula-matriz, ademais, estão relacionadas com canais de cálcio e controlam influxo de líquido. Pode dificuldade de ter adesão entre as células renais e sinalização incorreta de cálcio, gerando AMP cíclico (que ativa proliferação celular) e gera influxo/secreção de líquido. O túbulo começa a se dilatar, a célula se multiplica, sofre hiperproliferação, forma os cistos. Chega um momento que o cisto fica muito grande e se separa do nefro, comprimindo-o, causa isquemia e reduz a taxa de filtração glomerular, visto que não vai ter um rim. É possível visualizar múltiplos cistos na superfície do rim e ver que ele está aumentado de tamanho. Uma das causas de doença renal crônica com rins aumentados é a doença renal policística. Podem se dar em qualquer idade. Tem uma idade média, quem tem mutação da PKD1 tem o quadro mais grave e que se manifesta de forma mais precoce (50 anos). Quem tem mutação da PKD2 tem um quadro mais leve e se manifesta, normalmente, aos 70 anos. Pode iniciar em qualquer idade: PKD1: manifesta na 5° década de vida. PKD2: manifesta na 7° década de vida. Sinais e sintomas: → Nictúria → + precoce. → Hematúria, proteinúria. → Infecção de cisto (inclui ITU de repetição): febre, dor em flanco, calafrios. → Hipertensão arterial sistêmicas. → DRC. Manifestações extra-renais: as proteínas estão amplamente distribuídas. → Cistos hepáticos: dor em hipocôndrio direito. → Cistos pancreáticos. → Cistos em baço. → Cistos cerebrais. → Cistos prostáticos e epidídimo. → Divertículos em cólon. → Aneurismas cerebrais e coronarianos: pacientes que tem doenças renais policísticas tem o triplo de risco de ter aneurismas cerebrais e coronarianos. Rastreamento de quem tem histórico familiar de doença renal policística e que desenvolveu aneurisma. É possível visualizar o fígado, a direita, com múltiplos cistos e que aumentou de volume. Diagnóstico História familiar positiva + sinais e sintomas compatíveis. História familiar negativa + 10 ou mais cistos em cada rim (principalmente se extra-renais) – pode ser o primeiro paciente da família que tem mutação. Exames de imagem: tem critérios. USG: para quem tem história familiarpositiva: → 15-39a: 3 ou + cistos uni/bilaterais + HF positiva. → 40-59a: 2 ou + cistos em cada rim + HF positiva. → >/= 60a: 4 ou + cistos em cada rim + HF positiva. História familiar negativa: tem que ter mais de 10 cistos. Teste genético: pede para confirmar a mutação de PKD1 e PKD2. É possível visualizar a presença de múltiplos cistos no rim. Possível visualizar cistos volumosos. Rins tem vários cistos – bilateral. Visualiza múltiplos cistos no rim, deformando-o e impedindo seu funcionamento. Tratamento de cisto Analgesia. Controle da PA: IECA ou BRA. HAS decorrente do cisto. ATB se infecção em cisto: medicação parenteral se ausência de resposta. Antibioticoterapia via oral nem sempre resolve para o cisto. Assim, a parenteral é mais eficaz, visto que aumenta a quantidade de substância. Nefrectomia se: → Cistos volumosos. → ITU recorrente. → HAS refratária. → Suspeita de malignidade. Urologia: cistos simples sintomáticos ou cistos complexos. Nefrologia: suspeita de doença policística renal.