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EQUIPE REUMÁTICA @dilsonreumatologista@proftaysamoreira Prova Questões ENGENHARIA REVERSA ARTRITES MICROCRISTALINAS Dilson Marreiros 1- GOTA 2- DOENÇA POR DEPOSIÇÃO DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO 3- DOENÇA POR DEPOSIÇÃO DE FOSFATO BÁSICO DE CÁLCIO AGENDA GOTA REUMATOLOGIA Artropatia inflamatória mais comum no ser humano Artropatia destrutiva provocada pela deposição de monourato de sódio (MUS) no líquido sinovial Decorrente da hiperuricemia Hiperuricemia é definida por AU>7mg/dL Hiperuricemia é necessária, mas não suficiente para causar gota! DEFINIÇÃO Artrite DEFINIÇÃO Presença de tofos Nefropatia pela gota A doença reúne as seguintes manifestações: Homem (8H:1M) Mulheres após menopausa Prevalência 0,5% a 1% No Brasil 16%, sendo 26% homens 30-50 anos Obeso, hipertenso, dislipidêmico Consumo excessivo de alimentos ricos em purinas EPIDEMIOLOGIA IAMSPE Há 5 dias, homem de 45 anos apresenta-se com artrite de 1ª metatarsofalangeana esquerda com dor intensa e súbita. Nesse caso, considerado o diagnóstico mais provável, o diagnóstico é: Sexo Idade Genético Medicamentos Síndrome metabólica Doença renal crônica Insuficiência cardíaca Transplante de órgãos Dieta Fatores de risco Medicamentos: Ciclosporina/ Tacrolimos Álcool Nicotinic acid Tiazídicos Lasix Etambutol AAS em dose baixa Pirazinamida CAN´T LEAP UFES São fatores relacionados à hiperuricemia: A)Uso de diuréticos tiazídicos, doenças cardiovasculares, tabagismo. B)Obesidade, hipertensão arterial, dieta rica em frutos do mar. C)Doença renal crônica, diabetes, uso de probenecida. D)Abuso de álcool, sedentarismo, consumo de açúcares. Hiperuricemia é definida por AU>7mg/dL FISIOPATOLOGIA O limite de solubilidade do urato em fluidos corporais no pH de 7,4 e temperatura de 37°C é de 7 mg/dL correspondendo à definição físico- química de hiperuricemia. Solvente Soluto FISIOPATOLOGIA Hiperuricemia Liberação de IL1, TNF, IL8, IL6 Injúria tecidual Ativação do sistema complemento Quimiotaxia de neutrófilos Fagocitose por monócitos Liberação de proteinases Precipitação do urato FISIOPATOLOGIA Gota INSTITUTO ORTOPÉDICO DE GOIÂNIA Sobre a fisiopatologia da artrite gotosa, assinale a alternativa correta. A)A maioria dos pacientes com gota produz quantidade elevada de ácido úrico. B)Há precipitação de cristais de monourato de cálcio no espaço sinovial. C)A doença é rara em homens abaixo de 30 anos e em mulheres antes da menopausa. D)Cerca de 75% dos indivíduos com hiperuricemia são afetados pela gota. E)Obesidade, dislipidemia e aterosclerose não se associam ao risco da doença. FISIOPATOLOGIA Ribose 5-P + ATP Ribose 5-P + ATP Ribose 5-P + ATP 5-P-Ribosil-Pirofosfato ATP GTP AMP GMP IMP ADENOSINA INOSINA ’ GUANOSINA ADENINA HIPOXANTINA GUANINA XANTINA ÁCIDO ÚRICO Xantina Oxidase Xantina Oxidase FISIOPATOLOGIA UFT Sobre a gota, assinale a alternativa CORRETA. A)A gota é uma doença, caracterizada pelo acúmulo de cristais de ácido úrico em articulações, tecido sinovial, ossos e pele, exclusivamente, na presença de manifestações clínicas. B)Cristais de urato monossódico são a forma líquida do ácido úrico, produto inicial do metabolismo das purinas, que podem se acumular em tecidos orgânicos. C)No processo biológico de produção de urato, os compostos são, nos últimos estágios, metabolizados em xantina e essa, por sua vez, é oxidada de forma irreversível para produzir ácido úrico, pela enzima xantina oxidase. UFT D)O ácido úrico circulante na corrente sanguínea mantém seus níveis fisiológicos em concentrações próximas de 12,0 mg/dL, o excedente é eliminado pelo fígado. E)A hiperuricemia é considerada a alta concentração sérica de ácido úrico e se dá próxima dos 15,0mg/dL, limite de solubilidade do urato. A partir do nível de solubilidade, os cristais de ácido úrico podem se acumular nos tecidos, especialmente, se a hiperuricemia for aguda. Hipoexcreção Hiperprodução 80%-90% AU U 24h 800mg FISIOPATOLOGIA QUADRO CLÍNICO Hiperuricemia Gota 10% AU>7mg/dL Gota tofácea crônica Período intercrítico CRISE AGUDA Monoartrite em 85% a 90% dos casos com predomínio de MMII, especialmente em 1ª MTF (podagra) A crise geralmente é desencadeada por variações bruscas do AU no líquido sinovial QUADRO CLÍNICO CRISE AGUDA Início repentino e rápido, dor intensa, edema, calor, eritema Resposta rápida ao tratamento e remissão completa em 14 dias Após a crise a pele local pode descamar Ácido úrico pode estar normal! Álcool Hemorragia Dieta rica em purinas Infecções Exercício Drogas Trauma Cirurgia CRISE AGUDA Fatores precipitantes GOTA TOFÁCEA CRÔNICA Geralmente após 11 anos de doença Dor persistente nas articulações Ataques cada vez mais frequentes Sinovite crônica, destrutiva, poliarticular Presença de tofos -coleções organizadas de cristais de MUS, são patognomônicos GOTA TOFÁCEA CRÔNICA Locais mais frequentes: Cotovelo (Bursa olecraneana) Tendão do calcâneo Região dorsal de mãos e pés Joelhos Tornozelos Punhos GOTA TOFÁCEA CRÔNICA GOTA RENAL 1) Nefropatia por uratos 2) Nefropatia aguda por ácido úrico 3) Litíase renal EXAMES COMPLEMENTARES TODA MONOARTRITE DEVE SER PUNCIONADA 3C’s: Citologia Cultura Cristal TIPO DE LÍQUIDO APARÊNCIA CONTAGEM CELULAR/MM³ PORCENTAGEM DE POLIMORFONUCLEARES (%) Normal Claro, viscoso 0-200 50.000 a 100.000 > 75 Cristal Morfologia Birrefringência Luz paralela Monourato de sódio Agulha Forte Negativo Amarelo EXAMES COMPLEMENTARES Diagnóstico definitivo IAMSPE Homem de 42 anos com queixa de dor em joelho direito, associado a edema, rubor e calor local há três dias. Nega outras queixas, sem outros achados ao exame clínico. Realizada artrocentese que evidenciou: leucócitos 35.000/mm³, com predomínio de neutrófilos e cristais de monourato de sódio com birrefringência negativa. Nesse caso o diagnóstico e a conduta adequada são: A)Gota; receitar anti-inflamatório. B)Artrite séptica; prescrever corticoide. C)Pseudogota; receitar rasburicase. D)Artrite reumatoide; iniciar metotrexato. E)Osteoartrite; iniciar analgesia simples. EXAMES COMPLEMENTARES Lesão em saca bocado EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES COMPLEMENTARES Sinal do duplo contorno EXAMES COMPLEMENTARES TC de dupla energia DIAGNÓSTICO ➢ Fortemente sugerido por alternância de crises de artrite com período assintomáticos ➢ Presença de tofos - patognomônicos ➢ Hiperuricemia pode auxiliar ➢ Exames de imagem compatíveis ➢ Diagnóstico de certeza com achado de MUS no líquido sinovial Critério de entrada (obrigatório): ≥ 1 episódio de artrite/bursite Manifestação Discriminação Pontos Local Crise (articulação/bursa) Tornozelo ou médio pé 1 1ª Metatarsofalângica 2 Artrite Eritema 1 manifestação 1 Muita sensibilidade ao toque 2 manifestações 2 Limitação funcional 3 manifestações 3 Duração Dor máxima em ≤ 24h Resolução ≤ 14 dias Resolução completa intercrítica (presença de 2 ou mais dos itens anteriores) Um episódio 1 Mais de episódio 2 Tofo Presente 4 ACR/EULAR 2015 Laboratório Ácido úrico: • Método da uricase • Após > 4 semanas da última crise • Valor historicamente mais alto ou pés Pelo menos uma erosão 4 O diagnóstico de Gota será dado, se: ➢ Soma ≥ 8 pontos OU ➢ Cristais de MUS presentes no líquido sinovial (critério suficiente) TRATAMENTO Educação sobre a doença Dieta- evitar alimentos ricos em purinas Aumentar ingesta de cereja e laticínios Vitamina C tem leve efeito uricoredutor Perda de peso + atividade física Tratar comorbidades, cessar tabagismo Evitar medicações que são fatores de risco ➢ Medicações com efeito uricoredutor: Losartana Anlodipino Fibratos AAS dose alta Vitamina C Alopurinol AAS CRISE AGUDA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MARÍLIA Qual das drogas abaixo é a de escolha para o tratamento de uma crise de gota? A) Corticoide sistêmico B)Alopurinol C)Tramadol D)Colchicina Indicação de terapia redutora de ácido úrico Ataques recorrentes de gota Tofo detectado clinicamente Lesão articular Nefrolitíse MANUTENÇÃO AU ≤ 6 mg/dL Se tofo ≤ 5 MANUTENÇÃO • Alopurinol • Febuxostat • Rasburicase Inibidores de síntese • Benzbromarona • Lesinurade • Probenecid Uricosúricos • PegloticaseUricolíticos Gota Hiperexcretor Uricosúrico Inibidor da XO Litíase renal Contraindicação ao alopurinol Alcalinização da urina Hipoexcretor HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA ➢ Ácido úrico maior que 13mg/dL em homens e 10 mg/dL em mulheres ➢ Profilaxia em QT/RT ➢ Nefropatia aguda por ácido úrico ou uricosúria maior que 1g/24 h pelo risco de litíase urinária e nefropatia por urato ➢ Litíase em rim único ➢ Alto risco cardiovascular DOENÇA POR DEPOSIÇÃO DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO DPFC/CPPD REUMATOLOGIA NOMENCLATURA DPFC: depósito de pirofosfato de cálcio CPPD do inglês Calcium pyrophosphate dihydrate disease Doença por depósito de pirofosfato de cálcio: somente se houver sintomas Condrocalcinose: exclusivamente usado para achados de calcificação nas imagens ou histologia Pseudogota: não usar, pois não cita o cristal envolvido EPIDEMIOLOGIA Prevalência 5-10% 4ª condição musculoesquelética mais frequentes Evidente aumento com o envelhecimento* 4% a 7% em idosos Joelho é a articulação mais acometida Raro antes dos 60 anos 15% acima de 60 anos 30% acima de 80 anos Doença dos 4H Hipomagnesemia Hipofosfatasia Hiperparatireoidismo Hemocromatose FATORES DE RISCO E CONDIÇÕES ASSOCIADAS UERJ Paciente de 56 anos, com diagnóstico prévio de hemocromatose hereditária, é atendido de emergência pelo serviço de reumatologia em função de monoartrite aguda de joelho direito. Ao exame, há intensa sinovite aguda na articulação afetada, que se mostra ruborizada à inspeção. Uma radiografia simples de joelhos evidencia condrocalcinose local. O diagnóstico provável da artrite aguda do paciente é: A)Pseudogota. B)Artrite reativa. C)Artrite séptica. D)Artrite gotosa aguda. FATORES DE RISCO E CONDIÇÕES ASSOCIADAS Outras condições associadas à deposição de pirofosfato de cálcio Definidas: idade acima de 60 anos Prováveis: osteoartrite, trauma articular, gota, hipotireoidismo, gravidez (2º e 3º trimestres), amiloidose, hipercalcemia familiar Pouco prováveis: ocronose, doença de Wilson, diabetes, acromegalia e doença de Paget CLASSIFICAÇÃO PSEUDO OA GOTA AR ASSINTOMÁTICA NEUROARTROPATIA CPPD ASSINTOMÁTICO Osteoartrite por CPPD Artrite aguda por cristais de CPPD Artrite inflamatória crônica por cristais de CCPD GOTA OA AR O MAIS COMUM CLASSIFICAÇÃO Quando pensar em DPFC? Idade maior que 65 anos Monoartrite de mão ou punho Padrão de oligoartrite com punhos e glenoumeral Poliartrite mais assimétrica que a artrite reumatoide Achado de condrocalcinose ao raio x Osteoartrite em locais atípicos DIAGNÓSTICO ACHADO CLÍNICO DIAGNÓSTICO ACHADO LABORATORIAL Cristais Morfologia Birrefringência Luz paralela Pirofosfato de cálcio Romboide Fraca positiva Azul SMS GO Mulher, 35 anos, artralgia em joelho com sinal de tecla positivo. Submetida a artrocentese que revelou presença de cristais rombóides com birrefringência positiva. Pode-se afirmar que o provável diagnóstico é: A)Gota. B)Pseudogota. C)Artrite reumatoide. D)Nenhuma das anteriores. DIAGNÓSTICO ACHADO RADIOLÓGICO TRATAMENTO CPPD COLCHICINA AINE METOTREXATO HIDROXICLOROQUINA INFILTRAÇÃO IA DOENÇA POR DEPOSIÇÃO DE FOSFATO BÁSICO DE CÁLCIO REUMATOLOGIA Predominância de hidroxiapatita carbonatada Deposição patológica gera inflamação e calcificação de estruturas periarticulares- bursites e tendinites calcificadas Trauma e lesão articular são fatores de risco Doença renal crônica- episódios agudos de artrite Caráter destrutivo Ombro Grande trocânter do fêmur Epicôndilo lateral do cotovelo Inserções tendíneas do joelho ASPECTOS GERAIS OMBRO DE MILWAUKEE Artrite destrutiva do ombro Mulheres- 50 a 90 anos Dor crônica, grave limitação e grande derrame articular Geralmente bilateral Dor mecânica Líquido sinovial não inflamatório, aspecto leitoso ou até hemorrágico SES GO A osteoartrite é um problema de saúde pública, frequente em indivíduos após os 60 anos de idade, que pode acometer as articulações centrais (coluna vertebral) e as periféricas. A síndrome de Milwaukee é uma doença degenerativa que acomete a seguinte articulação periférica: A)Temporomandibular. B)Coxofemoral. C)Cotovelo. D)Ombro. OBRIGADO Prof. Dilson Marreiros