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Aula 12 Civil VI Redução de disposição testamentária (1)

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Direito Civil VI Redução de disposição testamentária – rompimento testamentário, conceitos, hipóteses e efeitos
1. As pessoas capazes sofrem uma limitação ao seu direito de testar (se tiver herdeiros necessários).
2. Imagine que um sujeito faça seu testamento e deixa uma quantidade bens que naquele momento era adequada na percepção dele quantitativamente (ou seja, não ultrapassava a cota disponível de 50%), mas foi dilapidando seu patrimônio de modo que ao tempo da abertura da sucessão aquele patrimônio já não era mais suficiente para cobrir com 50% dele todas as disposições testamentárias que ele fez. 
Art. 1.966. O remanescente pertencerá aos herdeiros legítimos, quando o testador só em parte dispuser da quota hereditária disponível.
3. Se o testador não usou 50% aquele que não for objeto de disposição voltará a linha dos herdeiros legítimos. 
Art. 1.967. As disposições que excederem a parte disponível reduzir-se-ão aos limites dela, de conformidade com o disposto nos parágrafos seguintes.
§ 1º Em se verificando excederem as disposições testamentárias a porção disponível, serão proporcionalmente reduzidas as quotas do herdeiro ou herdeiros instituídos, até onde baste, e, não bastando, também os legados, na proporção do seu valor.
§ 2º Se o testador, prevenindo o caso, dispuser que se inteirem, de preferência, certos herdeiros e legatários, a redução far-se-á nos outros quinhões ou legados, observando-se a seu respeito a ordem estabelecida no parágrafo antecedente.
4. Se os 50% disponíveis para testar forem ultrapassadas, sofrerão redução pelas seguintes regras:
· Redução proporcional das quotas dos herdeiros instituídos; e não bastando, também dos legados. Perceba que existe um privilégio em favor dos legados. Ex.: se ultrapassou 5%, e foi dado 20% pra João, 20% pra Joaquim e 10% pra maria, a redução seria proporcional. Ou seja, 2% seria reduzido do patrimônio que seria atribuído pra João, 2% seria reduzido do patrimônio que seria de Joaquim e 1% seria tirado de Maria. 
· Se o testador prever de quem deve se reduzir o excesso, assim deve ser feito.
Nota: importante lembrar que se não houver herdeiros necessários, o testador pode dispor livremente.
Art. 1.968. Quando consistir em prédio divisível o legado sujeito a redução, far-se-á esta dividindo-o proporcionalmente.
§ 1º Se não for possível a divisão, e o excesso do legado montar a mais de um quarto do valor do prédio, o legatário deixará inteiro na herança o imóvel legado, ficando com o direito de pedir aos herdeiros o valor que couber na parte disponível; se o excesso não for de mais de um quarto, aos herdeiros fará tornar em dinheiro o legatário, que ficará com o prédio.
§ 2º Se o legatário for ao mesmo tempo herdeiro necessário, poderá inteirar sua legítima no mesmo imóvel, de preferencia aos outros, sempre que ela e a parte subsistente do legado lhe absorverem o valor.
5. Imagine que um prédio é de 51% do valor da herança e é deixado para um legatário. Se o prédio não é divisível não dá pra reduzir a disposição testamentária, qual a solução? Se for até ¼, o beneficiário da legação vai dispor em valor o equivalente para reintegrar a parte da legítima, se for maior do que ¼ o beneficiário do legado ao invés de completar vai devolver o prédio por inteiro e poderá requerer dos legítimos o equivalente em dinheiro (§1º).
Se o sujeito for herdeiro necessário, mas também for legatário, que recebe prédio que ultrapassa 50% do patrimônio: o herdeiro poderá pegar o crédito que possui como herdeiro necessário para o bem que teria que reduzir no quantitativo para se adequar a disposição, o que permitirá que fique com o prédio legado. Ou seja, será compensado o quantitativo que ultrapassou com a redução do direito legítimo. 
Rompimento testamentário
Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador.
A invalidação se dá pelo rompimento quando surge um descendente que não fosse de conhecimento do testador.
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros necessários.
Ou seja, se o testador não sabia que existiam outros herdeiros necessários, também rompe-se o testamento. 
Art. 1.975. Não se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando os exclua dessa parte.

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