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Terapêutica de Pequenos Animais - Diabetes Mellitus

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DIABETES MELLITUS 
 
PÂNCREAS 
 
- Única glândula mista do organismo; 
- Produção de enzimas digestivas e hormônios (insulina); 
- 80% exócrino; 
- 17% vasos sanguíneos e tecido estromal; 
- 3% endócrino: insulina e glucagon > explicação do porquê 
é tão comum e há tantos animais diabéticos 
 
METABOLISMO DA GLICOSE 
 
 
 
- Glicose = fonte de energia para todas as células > deve estar 
dentro das células; 
- Insulina > ativa mecanismos para colocar a glicose para 
dentro da célula > hormônio do aproveitamento alimentar; 
- Formas disponíveis circulantes e formas de 
estoque/armazenamento; 
- Primeiro estoque de glicose é o fígado > glicogênio; 
- Outras formas de armazenamento > músculos e gordura. 
 
- Falta de glicose > hipoglicemia > ação de hormônios contra 
regulatórios: 
1. Glucagon > age nas reservas de glicogênio > 
glicogenólise; 
2. Catecolaminas (adrenalina, noradrenalina) > 
aumentam a glicemia; 
3. Glicocorticoides; 
4. Hormônios do crescimento. 
 
- Cérebro não depende de insulina para glicose chegar nele; 
- Outros tecidos possuem transportadores que não precisam 
de insulina (GLUTs) > hepatócitos, células B, intestino, rins, 
astrócitos e tecidos nervosos. 
 
TRANSPORTADORES DE GLICOSE 
 
INDEPENDENTES DE INSULINA: 
- GLUT 1 > nível basal de glicose celular; 
- GLUT 2 > hepatócitos, células B, mucosa intestinal e rins; 
- GLUT 3 > astrócitos. 
 
DEPENDENTES DE INSULINA: 
- GLUT 4 > músculo esquelético, cardíaco e tecido adiposo. 
 
- Outros GLUTs. 
GLUT 4: 
- Fígado > inibe glicogenólise e gliconeogênese; 
- Músculo esquelético > captação de glicose e síntese de 
glicogênio, estimula síntese proteica > utilização e captação 
da glicose; 
- Tecido adiposo > captação de glicose, menor liberação de 
ácidos graxos e triglicerídeos; 
- Fica em vesículas intracitoplasmáticas; 
- Contração muscular aumenta expressão do GLUT4 > 
importância de exercícios físicos; 
- Animais diabéticos tem níveis reduzidos de GLUT4; 
- Dietas ricas em gordura diminuem expressão de GLUT4. 
 
 
 
INSULINA: 
- Hormônio hipoglicemiante > retira glicose da corrente 
sanguínea para colocar dentro da célula. 
- Hormônio do aproveitamento alimentar. 
 
HORMÔNIOS CONTRARREGULATÓRIOS DA INSULINA 
 
- Glucagon; Consumo de glicogênio > glicogenólise. 
- Adrenalina; hepático 
 
- Cortisol; Produção de glicose a partir > gliconeogênese. 
- GH. de fontes não-carboidrato 
 
DIABETES MELLITUS 
 
- Conjunto de transtornos metabólicos causados pela 
deficiência relativa ou absoluta de insulina levando à 
hiperglicemia crônica; 
- Sinais sistêmicos e clínicos que parecem não ter relação. 
 
TIPO 1: 
- Dependente de insulina; 
- Destruição das células B; 
- Caninos. 
 
TIPO 2: 
- Não dependente de insulina; 
- Deficiência relativa ou resistência à insulina; 
- Felinos > é possível reverter a diabetes. 
 
- Multifatorial; 
- Genética, infecciosa, obesidade, pancreatite, corticoides, 
progestágenos; 
- Mais comum em fêmeas não castradas; 
- Raças: Poodle, Schnauzer, Bichon, York, Shih Tzu, Spitz, 
Lhasa, Labrador, Rottweiller, SRD; 
- Faixa etária: 7 a 11 anos > quanto mais velho, mais chances; 
- Forma juvenil é rara. 
FISIOPATOGENIA 
 
LIMIAR DE ABSORÇÃO RENAL: 
- Cães 180 a 220mg/dL; 
- Gatos 200 a 280mg/dL. 
 
- Ultrapassa limiar de reabsorção renal > glicosúria > glicose 
no sangue precisa estar mais alta que esses valores; 
- Diurese osmótica > poliúria; 
- Compensação > muita sede > polidipsia; 
- Glicose circulante > hiperglicemia; 
- Deficiência ou resistência de insulina: 
→ Catabolismo tecidual (lipólise, proteólise) > perda 
de peso; 
→ Glicose “não entra” nas células, estimula fome > 
polifagia. 
 
PRINCIPAIS SINTOMAS 
 
- Polidipsia; 
- Poliúria; 
- Polifagia; 4 Ps 
- Perda de peso. 
 
EXAME FÍSICO 
 
- Inespecífico; 
- Escore corporal > obesidade x magreza; 
- Palpação abdominal > hepatomegalia; 
- Avaliação oftálmica > catarata, cegueira (cães). 
 
DIAGNÓSTICO 
 
- Poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso; 
- Hiperglicemia em jejum: 
→ Cão > 110mg/dL; 
→ Gato > 180mg/dL. 
- Glicosúria/cetonuria. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
- Hemograma; 
- ALT, FA; 
- Creatinina, ureia; 
- Colesterol total, triglicerídeos; 
- Proteína total e albumina; 
- Urinálise (cultura) e UPC > pode haver infecção de trato 
urinário. 
- Pressão arterial; 
- US abdominal. 
 
COMPLICAÇÕES E PROGNÓSTICO 
 
- Complicações: 
→ Hipoglicemia; 
→ Cetoacidose diabética > emergência, ringer lactato; 
→ Catarata em cães > pode ficar cego. 
- Depende de vários fatores; 
- Resposta ao tratamento; 
- Comprometimento do tutor; 
- Presença de doenças concorrentes > cardiopata, nefropata; 
- Sobrevida: 3-5 anos. 
TRATAMENTO 
 
PILARES: 
- Insulinoterapia; 
- Dieta; 
- Exercícios. 
 
TERAPÊUTICA 
 
INSULINA VETERINÁRIA - CANINSULIN: 
- Ampolas de 2,5 e 10mL; 
- Seringa exclusiva de 40U > Pet Syringes BD; 
- Caneta não disponível no Brasil; 
- Concentração de 40U/mL. 
 
INSULINAS HUMANAS: 
- Para animais de grande porte; 
- Disponíveis ampolas de 10mL ou refis/carpules de 3mL; 
- Vários modelos de seringa e agulhas; 
- Canetas próprias; 
- Concentração de 100U/mL; 
- NPH: 
→ Humulin N; 
→ Novolin N; 
→ Genérica N. 
- NPH ou Caninsulin: 
→ Dose inicial de 0,25Ul/kg SC BID. 
- Sempre após as refeições > vômito e inapetência – ½ dose; 
- Doses maiores do que 1 Ul/kg/BID – investigar resistência; 
- Para o resto da vida 
 
APLICAÇÃO E MANIPULAÇÃO 
 
ORIENTAÇÕES: 
 
Armazenamento: 
- Geladeira 2-8°C; 
- Evitar porta e paredes; 
- Tempo de troca: bula. 
 
Homogeneização: 
- NPH – rolamento; 
- Caninsulin – agitação. 
 
Aplicação: 
- Observar bolhas; 
- Dosagem correta; 
- Canetas. 
 
OUTRAS INSULINAS: 
 
Cetoacidose diabética: 
- Insulina rápida ou regular. 
 
Casos refratários ou com outras indicações: 
- Insulina Glargina 100U; 
- Insulina Glargina 300U; 
- Determir. 
 
 
 
 
ORIENTAÇÕES AOS TUTORES: 
- Ensinar ao tutor > paciência; 
- Importância da rotina > horários e alimentação; 
- Alternar local de aplicação; 
- Não reutilizar agulhas; 
- Na dúvida se vazou, não reaplicar. 
 
DIETA 
 
- A dieta é tão terapêutica quanto a insulina; 
- Controle e manutenção do pelo > diabético obeso x 
diabético magro; 
- Evitar picos glicêmicos; 
- Rações comerciais x alimentação natural > desde que 
orientado por nutrólogo. 
 
BASES DA DIETA: 
- Rica em proteínas; 
- Rica em fibras; 
- Pobre em gorduras; 
- Carboidratos complexos. 
 
ORIENTAÇÃO ALIMENTAR: 
- Calcular para o peso desejado; 
- NEM = 𝑝𝑒𝑠𝑜0,75 x 95 a 110; 
- Ex: cão com 10 kg; 
- 10 0,75 x 95 = 534 kcal/dia. 
 
ROTINA 
 
 
 
- Alimentação 2x ao dia; 
- Eliminar petiscos; 
- Água a vontade. 
 
EXERCÍCIOS 
 
- Perda e manutenção do peso; 
- Caminhada, antes da alimentação e aplicação da insulina; 
- Diminui a resistência à insulina: 
→ Melhora expressão do GLUT4; 
→ Aumenta o fluxo sanguíneo; 
→ Estimula o transporte da glicose para os músculos. 
 
CADELAS E DIESTRO: 
- Progesterona: hormônio responsável pela manutenção do 
diestro; 
- Reduz a ligação da insulina aos tecidos-alvo, prejudicando 
o transporte da glicose; 
- Estimula as glândulas mamárias a liberarem GH; 
- GH diminui a utilização de carboidratos, aumenta a 
glicogenólise hepática e a lipólise; 
- Progesterona e GH são hiperglicemiantes, chamados 
hormônios diabetogênicos; 
- Fêmea não castrada > precisa ser obrigatoriamente 
castrada! 
 
MONITORAMENTO 
 
- Semanal até controlar; 
- Controlada: revisões a cada 3-6 meses; 
- Monitorar sintomas: 
→ Avaliação do tutor; 
→ Peso. 
- Exames: 
→ Curva glicêmica; 
→ Frutosamina. 
 
GLICOSÍMETRO 
 
- Posso usar qualquer aparelho? 
→ Accu Check Guide; 
→ Accu Check Performa; 
→ Free Style Optium Neo. 
- Aparelhos padronizados para pets. 
 
CURVA GLICÊMICA: 
- Ideal fazer em casa; 
- Locais para aferição: orelha, cauda, coxins, calos; 
- Medições a cada 2h por 12 horas a partir do jejum; 
- Ajustes da terapia. 
 
GLICOSÍMETRO X LIBRE: 
- Diferenças de leituras entre eles; 
- Glicemia capilar x glicemia intersticial; 
-Influências: espessura da pele; 
- Custos; 
- Monitoramento em casa x internação. 
 
MONITORAMENTO PELA FRUTOSAMINA 
 
- Glicose + proteínas séricas > especialmente albumina; 
- Correlacionada à glicemia de 2-3 semanas; 
- Não é afetada pelo estresse; 
- Deve ser espécie-específico; 
- Afetada pelos níveis de albumina; 
- Cada vez menos utilizada > anamnese e curva glicêmica 
ajudam mais. 
 
OBJETIVOS DO TRATAMENTO DA DM 
 
- Reduzir poliúria e polidipsia; 
- Evitar hipoglicemia; 
- Manutenção do ECC 5; 
- Evitar CAD; 
- Minimizar complicações; 
- Deixar o tutor satisfeito. 
 
AJUSTE DA DOSE 
 
- Adaptação à insulina; 
- Dosagem esporádica NÃO funciona; 
- Glicemias isoladas: 
→ Hiperglicemia real? 
→ Variação glicêmica. 
- Quanto dosar esporadicamente? 
→ “Pet está estranho”. 
 
HIPOGLICEMIA 
 
- Depressão; 
- Fraqueza; 
- Ataxia; 
- Polifagia; 
- Fasciculações; 
- Intolerância ao exercício; 
- Tremores; 
- Taquicardia; 
- Agitação; 
- Incontinência; 
- Ofegação; 
- Midríase; 
- Colapso, síncope; 
- Convulsões; 
- Coma; 
- Óbito. 
 
EM CASA: 
- Mel na boca + pequena refeição. 
 
NA CLÍNICA: 
- 1,5mL de glicose 50% IV + pequena refeição. 
 
CONVULSÕES REFRATÁRIAS: 
- 100mL/kg/dia fluido com glicose 2,5-5%; 
- Pentobarbital; 
- Dexametasona 1mg/kg IV. 
 
CURVA GLICÊMICA E AJUSTES DE DOSE 
 
GLICEMIA EM JEJUM: 
- Até 250mg/dL. 
 
VALORES AO LONGO DO DIA: 
- Cães: 100 a 200mg/Dl; 
- Gatos: 100 a 250mg/Dl. 
 
GLICEMIA NO PICO DE AÇÃO: 
- Ideal em cães e gatos: 80 a 150mg/Dl; 
- Se < 80mg/dL – diminui a dose; 
- Se > 150mg/dL – aumenta a dose. 
 
CURVA GLICÊMICA 
 
- 6h: 305; 
- 8h: 278; 
- 10h: 227; 
- 12h: 179; 
- 14h: 259; 
- 16h: 326; 
- 18h: 362. 
 
- A insulina funcionou? 
- Qual a menor glicemia? 
- Quanto tempo agiu a insulina? 
 
 
 
 
VARIAÇÃO GLICÊMICA 
 
 
- Somogyi? 
- Hipoglicemia seguida de hiperglicemia de rebote. 
 
DIABETES MELLITUS FELINO 
 
- 80% dos casos > resistência à insulina; 
- Obesos são 4x mais predispostos; 
- Medicações hiperglicemiantes: corticoides, progestágenos; 
- Outros fatores: pancreatite, genética, doenças infecciosas, 
outras endocrinopatias; 
- Machos castrados > machos > fêmeas castradas > fêmeas; 
- Sem predileção racial; 
- Acima de 9 anos, quanto mais velho, mais chance. 
 
CAUSAS 
 
- Obesidade; 
- Hipertireoidismo; 
- Hiperadrenocorticismo; 
- Infecção; 
- Acromegalia; 
- DRC; 
- Pancreatite; 
- Progestágenos; 
- DII; 
- Corticoides; 
- Amiloidose. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
- Presença de sinais clínicos; 
- Gatos apresentam hiperglicemia por estresse; 
- Liberação de catecolaminas: 
→ Até 300mg/dL; 
→ Glicosúria temporária > se excede capacidade de 
absorção do rim. 
- Frutosamina: 
→ Não é afetada pelo estresse; 
→ Afetada pelos níveis de albumina; 
→ Conclusiva para o diagnóstico em gatos. 
 
TRATAMENTO 
 
PILARES: 
- Insulinoterapia; 
- Dieta; 
- Exercícios. 
TERAPÊUTICA: 
- Insulina de eleição; 
- Glargina – Lantus: 
→ Apresentação em ampola e caneta; 
→ Dose: 1-3Ul/gato BID; 
→ Após alimentação; 
→ Vômito ou inapetência – ½ dose; 
→ Dispensa homogeneização; 
- Objetivo: remissão. 
 
APLICAÇÃO E MANIPULAÇÃO: 
 
Orientações: 
- Armazenamento: 
→ Geladeira 2-8°C; 
→ Ambiente até 25°C; 
→ Trocar a cada 6 semanas. 
- Dispensa homogeneização; 
- Aplicação: 
→ Observar bolhas; 
→ Dosagem correta; 
→ Canetas. 
 
DIETA: 
- NEM = 𝑝𝑒𝑠𝑜0,67 x 95 a 110; 
- Ex: gato com 10 kg; 
- 10 0,67 x 95 = 467 kcal/dia. 
 
EMAGRECIMENTO E REMISSÃO 
 
- Primeiro objetivo após diagnóstico; 
- Outros fatores de resistência; 
- Após 6 meses de diagnóstico, a chance de remissão diminui 
muito. 
 
REMISSÃO: 
- Hipoglicemia; 
- Redução de dose da insulina; 
- Hipoglicemia persistente < 150mg/dL: 
→ Suspender insulina; 
→ Glicemia normal por 3 semanas SEM insulina. 
- Glicosúria negativa; 
- Manter alimentação para diabéticos > estresse pode fazer 
o diabetes retornar; 
- Investigar comorbidades.

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