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25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 1/17 Conceitos de limites de exposição ocupacional Os limites de tolerância ocupacional (estabelecidos pela NR-15, pelos TLVs e BEIs da ACGIH, pela OSHA ou pela NIOSH) são desenvolvidos como orientações para ajudar no controle de riscos à saúde dos trabalhadores. Essas recomendações destinam-se à prática de higiene industrial nos ambientes de trabalho durante as jornadas de trabalho e devem ser aplicadas pelos profissionais higienistas, incluindo-se aqui os Técnicos de Segurança do Trabalho. Limite de tolerância (LT) – NR-15 Os limites de tolerância dizem respeito à concentração ou intensidade máxima ou mínima a que se relaciona a natureza do agente (ruído, poeira, gases e vapores) e ao tempo de exposição a ele, de modo que não cause danos à saúde do trabalhador em uma jornada de trabalho de 8 h semanais ou de até 48 horas. Conforme o item 15.1.5 da NR-15, entende-se por limite de tolerância (para agentes químicos) a concentração máxima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral. Cabe ressaltar que a NR-15 está sendo revisada, pois alguns de seus parâmetros, hoje, estão desatualizados. Desde 1978 ela não foi substancialmente atualizada. Além disso, está incompleta, porque trata de 140 substâncias químicas, enquanto a ACGIH trata de mais de 650. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 2/17 Os limites estabelecidos pela Portaria n° 3.214/78, por meio da NR-15, nos anexos 11 e 12, foram adaptados para a jornada de trabalho instituída no Brasil. Esses valores foram adaptados da ACGIH, uma entidade que congrega higienistas e indústrias do governo norte-americano e que recomenda os limites de tolerância. O regime de trabalho norte-americano era de 40 horas semanais e o do Brasil, na época, de 48 horas. Depois, houve uma adaptação e nossa jornada de trabalho, atualmente, é de 44 horas semanais. Unidades As unidades dos limites de tolerância são expressos em partes por milhão (ppm) ou miligramas por metro cúbico (mg/m³). A substância química inalada pode ser em forma de gás, vapor ou aerossol. No Anexo 11 da NR-15 são fornecidos os limites de tolerância para os produtos químicos, bem como a indicação absorção pela pele (que é apresentada por alguns produtos) e o grau de insalubridade, além das substâncias que apresentam o valor-teto. O limite de tolerância é uma orientação para se fazer os controles dos contaminantes e não uma indicação entre concentrações seguras e perigosas. Com o Anexo 11, o limite passou a ser de tolerância média ponderada durante o período de trabalho. Essas concentrações poderão oscilar desde que a média esteja abaixo desse valor; porém, essas oscilações não podem ultrapassar um valor chamado valor máximo. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 3/17 Gás: substância química cujas moléculas movem-se livremente no espaço em que estão confinadas (por exemplo, em um tanque) nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP). Vapor: fase gasosa de uma substância química que, nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP), está no estado líquido ou sólido. Essa quantidade de vapor emitida por uma substância é expressa como pressão de vapor e é função da temperatura e da pressão ambiente. Aerossol: suspensão de partículas sólidas ou de gotículas líquidas em um meio gasoso, como: poeira, névoa, fumo, neblina, fibra e fumaça. Os limites de tolerância para aerossóis são normalmente fixados em termos de massa da substância química no ar por volume. São expressos em miligramas por metro cúbico (mg/m³). Os limites de tolerância para gases e vapores são estabelecidos em partes por milhão (ppm), mas também podem ser expressos em miligramas por metro cúbico mg/m³. Para fazer a conversão de unidades de concentração de ppm para mg/m³, devemos utilizar o quadro a seguir: 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 4/17 Unidade original Fator de multiplicação Nova unidade ppm 0,0001 % % 10.000 ppm mg/m³ 24,45/M[¹] ppm ppm M[¹]/24,45 mg/m³ Tabela 01: Conversão de ppm para mg/m³. Fonte: BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2006. Página: 74. [¹] É a massa molecular da substância. Valor máximo O valor máximo é determinado por meio do produto do limite de tolerância, por um fator de desvio, que é função da faixa de valor em que está esse limite. Na tabela a seguir, é mostrado o fator de desvio para calcular o valor máximo. Valor máximo = LT (limite de tolerância) x FD (fator de desvio) Limite de tolerância (partes por milhão ou miligrama por metro cúbico) Fator de desvio 0 < LT < 1 3,00 1 < LT < 10 2,00 10 < LT < 100 1,50 100 < LT < 1.000 1,25 LT > 1.000 1,10 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 5/17 Tabela 02: Quadro n° 2 do Anexo 11 da NR-15 (Fator de Desvio para cálculo do valor máximo). Fonte: BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2006. Página: 69. Exemplo: O cloro tem um limite de tolerância de 0,8 ppm; logo, o seu valor máximo (VM) é o produto do limite de tolerância por 3,00, que é o fator de desvio (FD) para produtos com o limite de tolerância (LT) entre 0 e 1 ppm. VM = LT x FD VM = 0,8 x 3,00 = 2,4 ppm VM = 2,4 ppm Valor-teto Representa um valor que não pode ser ultrapassado, pois é um produto de efeito muito rápido. Dessa forma, não aplicamos o fator de desvio. O limite de tolerância será o próprio valor teto. Na tabela a seguir, veja alguns exemplos dos valores-teto de algumas substâncias. Produto químico Valor-teto (partes por milhão) Ácido clorídrico 4,0 Dióxido de nitrogênio 4,0 Formaldeído 1,6 Sulfato de dimetila 0,08 Tolueno diisocianato 0,016 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 6/17 Tabela 03: Valor-teto para alguns produtos químicos conforme Anexo 11 da NR-15. Fonte: BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2006. Página: 69. Nível de ação Os níveis de ação são uma espécie de recurso preventivo, que antecipa o problema antes que os limites de tolerância estejam excedidos. Conforme a NR-9, o NA corresponde a uma concentração igual à metade das concentrações permitidas. Medidas preventivas, controles médicos e monitoramento do ambiente devem ser iniciados a partir desse valor de concentração. Para mais informações sobre os limites de tolerância estabelecidos pela NR-15, acesse o site da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT) e procure pelas Normas Regulamentadoras, especificamente pela NR-15. A tabela 4 apresenta os valores do limite de tolerância definidos na NR-15 e os valores no nível de ação para substâncias químicas conforme NR-9. Para substâncias químicas que não apresentem limites de tolerância estabelecidos na NR-15, para fins de prevenção, podem serutilizados os valores da ACGIH, segundo a NR-9. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 7/17 Anexo da NR- 15 Agente Nível de ação Limite de tolerância 6 Oxigênio [nível mínimo] Não definido. 20 % Monóxido de carbono 10 ppm 20 ppm Dióxido de carbono 1250 ppm 2500 ppm Óleo ou material particulado 2,5 mg/m³ (PT>2kgf/cm²) 1,5 mg/m³ (PT<2kgf/cm²) 5 mg/m³ (PT>2kgf/cm²) 3 mg/m³ (PT<2kgf/cm²) Metano Não definido. 10% do limite inferior de explosividade 11 Oxigênio [nível mínimo] Não definido. 18% Demais agentes do anexo Metade do limite de tolerância Quadro 1 do anexo (tabelado) 12 Asbesto (amianto) 1,0 f/cm³ 2,0 f/cm³ Fumos de manganês 0,5 mg/m³ 1,0 mg/m³ Poeira de manganês 2,5 mg/m³ 5,0 mg/m³ Sílica livre cristalizada – Poeira respirável Metade do limite de tolerância Calculado conforme item 2 do anexo da seção da sílica. Sílica livre cristalizada – Poeira total Metade do limite de tolerância Calculado conforme item 2 do anexo da seção da sílica. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 8/17 Tabela 04: Comparação entre os limites de tolerância e os níveis de ação tratados na NR-15 e na NR-9, respectivamente Por exemplo, para o agente químico dióxido de cloro, definido no Anexo 11 da NR-15, o limite de tolerância é de 0,08 ppm. Já o nível de ação definido na NR-9, como metade do limite, corresponde a 0,04 ppm. Thereshold Limit Values (TLV) – American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) A ACGIH é uma instituição privada, sem fins lucrativos, não governamental. Seus membros são higienistas ocupacionais ou outros profissionais de saúde e segurança ocupacional. Eles se dedicam a promover a saúde e a segurança nos locais de trabalho. É uma entidade científica e conta com comitês que analisam e reúnem dados publicados na literatura científica. A ACGIH publica guias de orientação, denominadas Threshold Limit Values (TLVs) e Biological Exposure Indices (BEIs), para a utilização dos higienistas ocupacionais na tomada de decisões em relação a níveis de exposição seguros de vários agentes químicos e físicos encontrados nos ambientes de trabalho. A cada ano, a ACGIH publica seus TLVs e BEIs em um livro. Esses índices representam uma opinião científica, formada pelos comitês de especialistas em saúde pública e ciências afins. É baseada na análise, revisão e compilação de dados da literatura científica existente. Para acessar o livro dos TLVs e BEIs, entre em contato com a ABHO (Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais). 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteud… 9/17 Os TLVs e os BEIs são valores que utilizam como base a saúde. A ACGIH formula uma conclusão sobre o nível de exposição que um trabalhador pode vivenciar, sem a ocorrência de efeitos prejudiciais à saúde. Ela acredita que os órgãos reguladores devem considerar os TLVs e os BEIs como um ponto de partida muito válido no processo para a caracterização de risco. Introdução às substâncias químicas Definição dos TLVs São as concentrações das substâncias químicas suspensas no ar. Representam condições a que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, dia após dia, durante toda uma vida de trabalho, sem sofrer efeitos prejudiciais à saúde. Para utilizar os TLVs, devemos consultar o último livro dos TLVs a fim de nos certificarmos de que entendemos as bases e as informações usadas em seu desenvolvimento. Alguns valores de TLVs podem ser consultados no site da OSHA. São três as categorias de limites de exposição (TLVs): Média ponderada pelo tempo (TWA ou LE-MP) É a concentração média ponderada no tempo estabelecida para uma jornada de trabalho de 8 horas diárias e 40 horas semanais a que se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar repetidamente exposta, durante toda a vida laboral, sem sofrer efeitos prejudiciais à saúde. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 10/17 Exposição de curta duração (STEL) É um limite de exposição média ponderada de 15 minutos, que não deve ser ultrapassado em qualquer momento da jornada de trabalho, inclusive ao final. Pode ocorrer, no máximo, quatro vezes durante a jornada, sendo o intervalo de tempo entre cada ocorrência de, pelo menos, 60 minutos. O foco está em evitar efeitos tóxicos dose-dependentes, narcose, irritação e lesão tissular crônica ou irreversível. Valor-Teto (TLV-C ou LE-Teto) É a concentração máxima permitida que não deve ser excedida durante nenhum momento da exposição no trabalho. Se medições instantâneas não estiverem disponíveis, a amostragem deverá ser realizada pelo período mínimo de tempo suficiente para detectar a exposição no Limite de Exposição- Valor Teto (TLV-C) ou acima dele. É indicado para substâncias de baixo limite de exposição e alta toxicidade. Devido à grande variação de sensibilidade de cada trabalhador, um percentual deles pode sentir desconforto diante de certas substâncias em concentrações permitidas ou mesmo abaixo delas. A palavra pele (como podemos observar na tabela a seguir), que aparece depois de alguns nomes químicos na lista de TLV®, significa que a exposição total do trabalhador ao contaminante pode ser afetada pela absorção pela pele. A notação “pele” quer chamar a atenção para que precauções adequadas sejam tomadas para proteger o resto do corpo à exposição. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 11/17 Podemos observar na tabela a seguir o formiato de metila como exemplo. Para a média ponderada pelo tempo (TWA), temos a referência de 50 ppm. Para a exposição de curta duração (STEL), encontramos o valor: de 100 ppm (o que quer dizer que o trabalhador poderá ficar exposto, no máximo, até quatro vezes por 15 minutos a concentrações tão elevadas quanto o STEL e tendo como intervalo entre cada exposição 60 minutos). Na coluna Notações, observamos que tem a palavra “pele”, o que quer dizer que o formiato de metila é absorvido pela pele do trabalhador exposto. A mesma planilha apresenta o dado do peso molecular do formiato de metila e, por fim, a base do TLV. No caso do formiato de metila, o trabalhador exposto a esse produto químico poderá apresentar problemas no sistema nervoso central, sofrer irritação no trato respiratório superior e danos aos olhos, entre outros efeitos. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 12/17 VALORES ADOTADOS Substância TWA STEL TETO Notações Peso Mol. Base do TLV Ácido cianídrico - - 4,7 ppm Pele 27,03 Dor de cabeça, náusea, efeito na tireoide Brometo de etila 5 ppm - Pele 108,98 Dano ao fígado, comprometimento do sistema nervoso central Brometo de metila 1 ppm - Pele 94,95 Irritação na pele e no trato respiratório superior Chumbo tetraetila 0,1 mg/m³ - Pele 323,45 Comprometimento do sistema nervoso central Chumbo tetrametila 0,15 mg/m³ - Pele 267,33 Comprometimento do sistema nervoso central Formiato de metila 50 ppm 100 ppm Pele 60,05 Comprometimento do sistema nervoso central, dano aos olhos, irritação do trato respiratório superior Tabela 05: Substâncias com valores adotados pela TLV Fonte: Livro de TLVs e BEIs ABHOAno 2019. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 13/17 É importante ressaltar que a lista de TLV® não inclui todas as substâncias encontradas nas indústrias, uma vez que pouco ou nenhum dado está disponível para muitos materiais. Introdução aos índices biológicos de exposição – definição dos BEIs O monitoramento biológico permite avaliarmos a exposição e o risco à saúde dos trabalhadores. É a medida de concentração de uma substância química (determinante) em meios biológicos das pessoas expostas e é um indicador da absorção do agente químico. Os BEIs (Índices Biológicos de Exposição) são valores guias de orientação para avaliar os resultados do monitoramento biológico. Refletem indiretamente a dose absorvida por um trabalhador exposto a uma dada substância química. Servem também como um complemento para o monitoramento ambiental por meio da avaliação da concentração no ar. É importante, pois pode ajudar o profissional de saúde a detectar e determinar uma exposição e absorção pela pele ou por via digestiva, além da absorção por via respiratória. A maioria dos BEIs está baseada em uma correlação direta com o TLV. Alguns BEIs (como o chumbo, por exemplo) não são derivados do TLV, porém, são diretamente relacionados ao desenvolvimento de um efeito adverso à saúde. As diretrizes dos BEIs devem ser usadas na avaliação de riscos potenciais à saúde na prática da higiene ocupacional. Os BEIs não indicam uma distinção clara entre 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 14/17 Não se deve confiar em resultados de uma amostra biológica isolada; devem ser realizadas avaliações múltiplas. Como medida administrativa, pode ser apropriado fazer rodízios entre os trabalhadores nessa exposição. Assim como, se houver razões para acreditar que ocorreu uma exposição significativa do trabalhador a um determinado produto químico, pode-se retirar o trabalhador desse ambiente apenas com uma única avaliação. Também devemos ter em mente que resultados abaixo do BEI não indicam que temos ausência de risco à saúde. Os BEIs aplicam-se a exposições de 8 horas por dia, 5 dias por semana. Limites de exposição ocupacional Depois de concluída a inspeção de campo, o higienista deve decidir se é ou não necessário realizar amostragem. Essa amostragem deve ser realizada somente se o seu propósito for claro e objetivo. O higienista ocupacional deve perguntar-se: para que servem os resultados da amostragem? Quais perguntas responderiam? as exposições perigosas e as não perigosas; por exemplo, é possível que a concentração de um determinante em um indivíduo exceda o BEI sem que isso se torne um risco aumentado à saúde. Deverá ser realizada uma investigação se a maioria dos resultados das amostras obtidas de um grupo de trabalhadores do mesmo local e turno de trabalho exceder o BEI. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 15/17 Esses dados obtidos a partir de uma amostragem ambiental e biológica geralmente são comparados com limites de exposição ocupacional – LEO (ou em inglês: exposure ocupacional limit – OEL), recomendados ou obrigatórios. Muitos países têm estabelecido limites de exposição ocupacional, biológica e de inalação de agentes químicos e físicos. Atualmente, existem mais de 60.000 substâncias químicas em uso comercial e cerca de 650 foram avaliadas por diferentes organizações e países. Os limites utilizados (TLV®) são os estabelecidos no EUA pela Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais (ACGIH). A maioria dos valores de Limite de Exposição Ocupacional – LEO, utilizado pela Occupational Safety and Health Administration – OSHA, nos Estados Unidos, baseia-se no TLV®. Entretanto, o National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, possui seus próprios limites, chamados de “limites recomendados de exposição (REL)”. Na amostragem de pele, concentrações aceitáveis são calculadas em função da toxicidade, da velocidade de absorção, do montante absorvido e da dose total. O controle biológico de um trabalhador pode ser usado para investigar a absorção pela pele. Nos EUA, o NIOSH, do CDC, recomenda valores limites denominando-os de Recommended Exposure Limits (REL) e a agência encarregada da fiscalização dos ambientes de trabalho, a OSHA, estabelece os Permissibile Exposure Limits (PEL) de valor legal. Com a obra de Max Gruber, no Instituto de Higiene de Munique, publicada em 1883, estabeleceu-se a primeira tentativa de publicação de um OEL com o monóxido de carbono, o gás tóxico ao qual muitas pessoas são expostas no local de trabalho. Gruber descreveu a exposição de duas galinhas e doze coelhos a concentrações de monóxido de carbono durante 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 16/17 um período de até 47 horas ao longo de três dias. Ele concluiu que o limite do monóxido de carbono para manifestar efeito nocivo é encontrado em uma concentração de 500 ppm (partes por milhão), mas, com segurança, em 200 partes por milhão. Entre os anos de 1933 e 1938, a União Soviética regulamentou os primeiros limites de exposição ocupacional. No ano de 1947, a ACGIH estabeleceu os primeiros limites de exposição ocupacional, com as TLVs. Em 1970, a OSHA/EUA estabeleceu os Permissible Exposure Limits (PELS) e os Recommended Exposure Limits (RELS). Hoje em dia cerca de cinquenta países, ou grupos, estabeleceram OEL, muitos dos quais coincidem com o TLV®. No Reino Unido, os OEL são chamados de “limites de exposição profissional”; na Alemanha, de “concentrações máximas no trabalho” (MAK). OEL foi criado para exposição de gases, vapores e partículas na atmosfera, "mas não contempla agentes biológicos". Os limites que predominaram são publicados, anualmente, pela Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais – ACGIH, chamados de valor limite de tolerância (threshold limit value-TLV®). Pode-se dizer que a contribuição do OEL para a prevenção ou redução das doenças do trabalho é um fato amplamente aceito. 25/05/2023, 18:47 Conceitos de limites de exposição ocupacional https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9629801-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 17/17 Como vimos, passaram-se três séculos de Ramazzini até os TLV®- ACGIH, passando pelo Gruber. Avançou-se mais um pouco com os Permissible Exposure Limits (PELS) e os Recommended Exposure Limits (RELS) da OSHA/EUA, no ano de 1970. Parece pouco avanço, porém, grande é o desafio de fazer “achados científicos” entre meio ambiente do trabalho e os agravos à saúde dos trabalhadores.
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