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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS VANESSA CASOTTI CONCEITO DE TRIBUTO (artigo 3° CTN) Conceitua-se tributo como sendo toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Desmembrando-se o conceito acima, tem-se: PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: EM DINHEIRO – EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR; COMPULSÓRIA: PRESTAÇÃO OBRIGATÓRIA; INSTITUÍDA EM LEI: ATRAVÉS DE LEI ORDINÁRIA, LEI COMPLEMENTAR OU MEDIDA PROVISÓRIA; COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA: O ATO ADMINISTRATIVO PODE SER DISCRICIONÁRIO OU VINCULADO. O ATO DISCRICIONÁRIO DEPENDE DE CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE. JÁ O ATO VINCULADO NÃO DEIXA OPÇÃO AO ADMINISTRADOR, POSTO QUE É EXPRESSAMENTE DESCRITO EM LEI. NÃO CONSTITUI SANÇÃO A ATO ILÍCITO: SANÇÃO É PENA. OS TRIBUTOS TÊM SUA ORIGEM NA PRÁTICA DE ATOS LÍCITOS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS CF E CTN Existe discussão doutrinária acerca da classificação das espécies tributárias. Segundo a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional, essa classificação é tripartite, dividindo-se as espécies em impostos, taxas e contribuições de melhoria. Outras correntes, doutrinárias e jurisprudenciais, no entanto, defendem tal divisão de maneira pentapartida, incluindo-se aos acima referidos o empréstimo compulsório e as contribuições especiais. Hoje e hexapartida ( contribuição de iluminação pública ) TRIBUTOS SEGUNDO CF E CTN : Tributo pode ser da espécie imposto, da espécie taxa, da espécie contribuição de melhoria, da espécie empréstimos compulsórios e da espécie contribuições especiais e contribuição de iluminação pública. SEGUNDO CF E DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA IMPOSTOS-tributo NÃO vinculado TAXAS- vinculado CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS - vinculado EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO- vinculado CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS – vinculado CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA - vinculado ARTIGO 4 CTN No artigo 4 CTN – Diz sobre a natureza jurídica específica do tributo é determinado pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-las I a denominação e demais características formais adotadas pela lei II- a destinação legal do produto da sua arrecadação. IMPOSTO (art. 16 a 76 do CTN) Conceitua-se imposto como sendo tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou seu patrimônio. Tem sua previsão no artigo 145, inciso I da CF, e sua definição pelo artigo 16 do CTN. Os impostos têm natureza não contra-prestacional, bem como não são vinculados a uma atividade estatal e são unilaterais. TRIBUTOS VINCULADOS E NÃO VINCULADOS TRIBUTOS VINCULADOS X TRIBUTOS- NÃO VINCULADO Taxas e Impostos Contribuição de Melhoria CARACTERíSTICAS - IMPOSTOS TRIBUTOS NÃO VINCULADOS TRIBUTO UNILATERAL – INDEPENDE DE QUALQUER ATIVIDADE ESTATAL ESPECÍFICA COMPETENCIA PRIVATIVA - NÃO É TAXATIVA POIS TEMOS A COMPETêNCIA RESITUAL ARTIGO 154, I CF. REGRA GERAL É POR LEI ORDINÁRIA A CRIAÇÃO DOS IMPOSTOS ESPECIFICOS SALVO IGF E IMPOSTOS RESIDUAIS CARACTERÍSTICAS -IMPOSTOS O CONTRIBUINETE AGE E ELE PRÓPRIO ARCA COM A EXAÇÃO O ESTADO NÃO PRECISA PRESTAR ALGO PARA ELE NÃO É CONTRAPRESTACIONAL AS RECEITAS REFERENTE AOS IMPOSTOS VISA CUSTEAR AS DESPESAS PÚBLICAS GERAIS OU UNIVERSAIS. AS RECEITAS REFERENTE AOS IMPOSTOS NÃO PODEM ATRELAR A QUALQUER ÕRGAO OU FUNDO OU DESPESA, CONSTANTE A PROIBIÇÃO DERIVADA DO PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO, CONSTANTE DO INCISO IV DO ART. 167 CF. CONPORTA EXCEÇÃO NOS CASOS COMPORTA EXCEÇÃO NOS CASOS: REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS A DESTINAÇÃO DE RECURSOS PARA AS AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE -198CF PARA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO-212 CF PARA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 37 INCISO XXII PRESTAÇÃO DE GARANTIAS PARA OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ARTIGO 165 PAR 8 CF PAGAMENTO DE SUA RECEITA TRIBUTÁRIA LIQUIDA PARA PROGRAMAS DE INCLUSÃO E PROMOÇÃO SOCIAL . CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS Classificam-se os impostos de acordo com o conteúdo econômico de que tratam seus fatos geradores, quais sejam: RENDA (IR) COMÉRCIO EXTERIOR (II e IE) PATRIMÔNIO (IPTU e ITR, IPVA, ITBI, ITCMD, ISGF) CIRCULAÇÃO E PRODUÇÃO (ICMS, IPI, IOF e ISS) ESPECIAIS (IEG) CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS IMPOSTOS DIRETOS: Aqueles que não repercutem, uma vez que a carga econômica é suportada pelo contribuinte. EX: IR, IPTU, IPVA, ITBI, ITCMD. IMPOSTOS INDIRETOS: Aqueles cujo ônus tributário repercute em terceira pessoa, não sendo assumido pelo realizador do fato gerador. Transfere-se o ônus para contribuinte de fato (consumidor final), não se onerando o contribuinte de direito. EX: ICMS, IPI. IMPOSTOS PESSOAIS: Levam em conta as condições particulares do contribuinte. Possuem caráter eminentemente subjetivo. EX: IR. IMPOSTOS REAIS: Aqueles que levam em consideração a matéria tributária, o próprio bem ou coisa, sem cogitar das condições pessoais do contribuinte. EX: Demais Impostos CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS IMPOSTOS FISCAIS: Aqueles que, possuindo intuito estritamente arrecadatório, devem prover os recursos do Estado. Têm a finalidade de abastecer os cofres públicos. EX: IR, ITBI, ITCMD, ISS IMPOSTOS EXTRAFISCAIS: Têm finalidade regulatória de mercado ou da economia do país. EX: II, IE, IPI e IOF. IMPOSTOS PROGRESSIVOS: Técnica de incidência de alíquotas variadas, cujo aumento se dá na medida em que se majora a base de cálculo do gravame. Quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota. EX: IR, IPTU e ITR. CLASSIFICAÇÃO DE TRIBUTOS IMPOSTOS PROPORCIONAIS: Aplica-se uma alíquota única sobre uma base de cálculo tributável variável. O desembolso de cada qual deve ser proporcional à grandeza da expressão econômica do fato tributado. A alíquota é fixa, o que aumenta é a base de cálculo. EX: ICMS, IPI, ITBI, ITCMD. IMPOSTOS SELETIVOS: Meio tendente a tornar simples a execução do comando constitucional, representado pela praticabilidade na tributação, em lugar da pessoalidade, como meio de adaptação entre o gravame tributário e a realidade fático-social. EX: ICMS, IPI. COMPETÊNCIA E OS IMPOSTOS Em relação à capacidade para instituir impostos, podem ser eles federais, estaduais e municipais. São impostos federais ordinários aqueles que não exigem situação ou requisito especial para sua instituição, apenas o respeito ao procedimento legal contido na Constituição, sendo, portanto, comuns. IMPOSTOS – FEDERAIS- 153 CF Imposto de importação (II), Imposto de exportação (IE), Imposto sobre a renda (IR), Imposto sobre produtos industrializados (IPI), Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), Imposto territorial rural (ITR) Imposto sobre grandes fortunas (IGF). ESTADUAIS- ARTIGO 155 CF Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de bens e direitos (ITCMD), Impostos sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS) Imposto sobre propriedade de veículo automotor (IPVA). MUNICIPAIS – 156 CF Imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU), Imposto sobre a transmissão inter vivos onerosa de bens imóveis (ITBI) Imposto sobre serviços (ISS). IMPOSTOS RESIDUAIS- 154 CF Ainda em relação aos impostos federais, existem aqueles que, por não ter o legislador modo de prever as situações possíveis e futuras, servem como meio de adequar o fato gerador do tributo previsto em lei com a nova situação fática real. São denominados impostos residuais. São três os requisitos para a instituição de impostos residuais: Fato gerador e base de cálculo diferente dos já previstos (devem incidirsobre uma situação nova, sobre um fato diferente dos já previstos nos art. 153, 155 e156); Aprovação por lei complementar (lei da espécie complementar exige maioria absoluta enquanto lei de espécie ordinária exige maioria simples) e Adoção do principio da não-cumulatividade. União, e somente a União, poderá criar tantos impostos quantos queira. Vale ressaltar a inexistência de tal possibilidade para os Estados, DF e Municípios. Seguindo nos impostos federais, a Constituição admite a possibilidade de criação dos chamados impostos federais extraordinários, que exigem para sua instituição a existência de situação excepcional, extraordinária. A Constituição admite sua implantação em apenas uma hipótese, qual seja, a declaração de guerra externa ou sua iminência. O Imposto Extraordinário em caso de Guerra (IEG), deve ser criado por lei ordinária, de forma temporária. IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO GUERRA Seguindo nos impostos federais, a Constituição admite a possibilidade de criação dos chamados impostos federais extraordinários, que exigem para sua instituição a existência de situação excepcional, extraordinária. A Constituição admite sua implantação em apenas uma hipótese, qual seja, a declaração de guerra externa ou sua iminência. O Imposto Extraordinário em caso de Guerra (IEG), deve ser criado por lei ordinária, de forma temporária. Tem também o princípio da não afetação aos impostos – onde proíbe a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo, ou despesas ( art. 167, iv CF) TAXAS 77 A 80 CTN TAXAS SÃO TRIBUTOS IMEDIATAMENTE VINCULADOS À AÇÃO ESTATAL, ATRELANDO-SE À ATIVIDADE PÚBLICA, E NÃO À AÇÃO DO PARTICULAR. O FATO GERADOR DA TAXA NÃO É UM FATO DO CONTRIBUINTE, MAS UM FATO DO ESTADO. O ESTADO EXERCE DETERMINADA ATIVIDADE E, POR ISSO, COBRA A TAXA DA PESSOA A QUEM APROVEITA AQUELA ATIVIDADE. CARACTERÍSTICAS TRIBUTO VINCULADO –CONTRAPRESTACIONAL - em razão da natureza contraprestacional as taxas e as contribuição de melhoria não se fazem automaticamente abranger as isenções conforme artigo 177 inciso I CTN. COMPETÊNCIA COMUM São tributos vinculados a uma contra-prestação. Deve ser exigida pelas entidades impositoras (União, Estados, Municípios e DF). Fato GERADOR DA TAXAS Possuem destinação específica, visto que têm como fato gerador: 1)exercício regular do poder de polícia ou fiscalização ( artigo 78 CTN) 2)utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.( Artigo 79 CTN) TAXA DE POLÍCIA É COBRADA EM RAZÃO DA ATIVIDADE DO ESTADO, NO DESEMPENHO DE SEU PODER DE POLÍCIA, DEFINIDO COMO PODER DE CONTROLE, DE FISCALIZAÇÃO E DE DISCIPLINA DO EXERCÍCIO DE DIREITOS. SÃO EXEMPLOS DE TAXAS DE POLÍCIA: TAXA DE ALVARÁ (OU DE FUNCIONAMENTO) TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS TAXA DE FISCALIZAÇÃO DOS MERCADOS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS PELA CVM TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL TAXA DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE CARTÓRIOS EXTRAJUDICIAIS TAXA DE SERVIÇO Cobrada em razão da prestação estatal de um serviço público específico e divisível. SERVIÇO PÚBLICO: toda e qualquer atividade prestacional realizada pelo Estado, ou por quem fizer suas vezes, para satisfazer, de modo concreto e de forma direta, necessidades coletivas. ESPECÍFICO: aquele deslocável em unidades autônomas de utilização, permitindo-se identificar o sujeito passivo ou discriminar o usuário. Direciona-se a um número determinado de pessoas. DIVISÍVEL: passível de individualização ou suscetível de utilização individual pelo contribuinte, ou seja, o serviço quantificável, que traz um benefício individualizado para o destinatário da ação estatal. A utilização do serviço público deflagrador da taxa de serviço será EFETIVA, se o serviço for concretamente prestado à coletividade, com fruição fática e materialmente detectável; ou POTENCIAL, se o serviço, sendo de utilização obrigatória, for colocado à disposição do usuário-contribuinte, sem a correspondente utilização NÃO HÁ INCIDÊNCIA Não há incidência de taxas sobre serviços públicos universais, aqueles que tratam de segurança pública, limpeza pública, iluminação pública e asfaltamento. BASE DE CÁLCULO Em nenhuma hipótese pode subsistir imposto com base de cálculo de taxa, ou taxa com base de cálculo de imposto. A base de cálculo da taxa diz respeito ao custo da atividade estatal respectiva. Exige-se uma correlação razoável ou uma equivalência razoável entre o valor pago e o custo da ação estatal. TAXA E TARIFA DIFERENÇAS AMBAS SÃO PRESTAÇÕES PECUNIÁRIAS, EM FACE DE SERVIÇOS PÚBLICOS PRESTADOS. TARIFA É O PREÇO DE VENDA DO BEM, EXIGIDO POR EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS. SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS SÃO EXCLUSIVOS DAS TAXAS. NO CASO DE VINCULAÇÃO DO SERVIÇO COM O DESEMPENHO DE FUNÇÃO EMINENTEMENTE ESTATAL, TEM-SE A TAXA. HAVENDO DESVINCULAÇÃO DESTE SERVIÇO COM A AÇÃO ESTATAL, INEXISTINDO ÓBICE AO DESEMPENHO DA ATIVIDADE POR PARTICULAR, TEM-SE A TARIFA. SEMPRE QUE O SERVIÇO (ESPECÍFICO E DIVISÍVEL) DEVA SER PRESTADO DIRETAMENTE PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, POR IMPOSIÇÃO DA CF OU DE LEI, O REGIME SERÁ O DA TAXA. I – NECESSIDADE DE LEI TAXA – instituída mediante lei TARIFA – instituída por contrato administrativo II – DIREITO PÚBLICO E PRIVADO TAXA – normas de Direito Público TARIFA – regras de Direito Privado III – COMPULSORIEDADE TAXA – obrigatoriamente compulsória TARIFA – não compulsória (ausentes conseqüências fiscais) DIFERENÇAS ENTRES TAXA E TARIFA IV – AUTONOMIA DE VONTADE TAXA – compulsoriedade e submissão aos efeitos tributários TARIFA – há liberdade de contratar V – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TAXA – prestação de serviços públicos regidos pelo Direito Público TARIFA – no caso do Estado desempenhando atividade com o fito de lucro, como empresa privada. VI – ESSENCIALIADE DOS SERVIÇOS TAXA – serviços propriamente estatais, de competência exclusiva do Estado, e os considerados, mediante lei, de utilização obrigatória (essenciais ao interesse público) TARIFA – não essenciais, sendo delegáveis CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Por definição, contribuição de melhoria é a modalidade de tributo que tem por fato gerador situação indiretamente relacionada a uma atividade estatal específica. Nas contribuições de melhoria, a atividade estatal também é obrigatória, mas ligada apenas de maneira indireta ao sujeito passivo. A atividade estatal, na verdade, atinge uma coletividade, mas tem uma consequência especial para um grupo de pessoas, que acabam por se tornar o sujeito passivo de tal contribuição. CONTRIBUIÇAO DE MELHORIA É o poder impositivo de exigir o tributo dos proprietários de bens imóveis valorizados com a realização de uma obra pública. Para as contribuições de melhoria prevalece a idéia de “proporcionalidade” ao benefício especial recebido, em decorrência da obra pública. Entende-se por obra pública aquela realizada pelo ente tributante, ou por ele custeada, com o objetivo de fruição coletiva. É uma obra que visa atender a toda uma coletividade. O asfaltamento de uma rua, a canalização de um córrego, a criação de uma praça, uma estação de tratamento de esgoto, a construção de uma ponte e assim sucessivamente. CARACTERíSTICAS Toda vez que o Poder Público realizar uma obra pública que trouxer benefícios, traduzíveis em “valorização” para os proprietários de bens imóveis, poderá ser instituída a contribuição de melhoria. Liga-se à competência comum da União, Estados, Municípios e DF. FATO GERADOR É a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública. É preciso que, em virtude da obra publica, e somente em virtude da obra, haja uma valorização do imóvel do sujeito passível. A contribuição de melhoria somente pode ser instituída se presentes os dois requisitos: a obra e a valorização decorrente da obra. Apenas a realização da obra, sem valorização, ou apenasa valorização imobiliária, ausente a obra, não legitimam competência tributária aos entes. SUJEITO PASSIVO É O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL, POR ESTAR DIRETAMENTE LIGADO AO FATO GERADOR DA COBRANÇA. O CONTRIBUINTE DEVERÁ SER PROPRIETÁRIO AO TEMPO DO LANÇAMENTO DO TRIBUTO. SE HOUVER A TRANSFERÊNCIA DO DOMÍNIO DO IMÓVEL, OCORRERÁ A TRANSFERÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. BASE DE CÁLCULO É o quantum de valorização experimentada pelo imóvel. O benefício que a obra pública adicionou ao bem imóvel da zona valorizada. VALOR DO IMÓVEL – VALOR DO IMÓVEL = VALORIZAÇÃO (depois da obra) (antes da obra) O limite total da cobrança refere-se ao custo da obra. Somadas as contribuições de melhoria, o valor arrecadado não pode ser superior ao custo total da obra. BASE DE CÁLCULO Já o limite individual diz respeito ao máximo de valorização experimentado pelo imóvel. No caso de desvalorização dos imóveis afetos à obra pública realizada, caberá ao ente político promover justa indenização. Em relação ao procedimento para a cobrança da contribuição de melhoria, dar-se-á pela publicação de edital contendo memorial descritivo da obra, o qual poderá ser impugnado em prazo não superior a 30 dias. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO ( ARTIGO 15 CTN E ARTIGO 148 CF) Trata-se de tributo federal, de competência da União, criado apenas por lei complementar federal, para os casos em que a União tenha despesas extraordinárias em decorrência de calamidade pública, guerra externa ou na sua iminência ou investimento público de caráter urgente e relevante interesse social. DOIS TIPOS DE EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS ATENDER DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS (CALAMIDADE PÚBLICA, GUERRA EXTERNA) INVESTIMENTO PÚBLICO DE CARÁTER URGENTE E RELEVANTE INTERESSE SOCIAL Despesa extraordinária é aquela advinda diante de uma anormalidade fática, não previsível, caracterizada pelo esgotamento dos fundos públicos. É exceção ao princípio da anterioridade se for instituído para o caso de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa, podendo ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que seja publicada a lei que os criar. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Se instituídos para viabilizar investimento público de caráter urgente e relevante interesse social, será imprescindível a observância do princípio da anterioridade. O fato gerador não é a guerra, ou a calamidade pública, nem o investimento público, mas qualquer situação abstrata, prevista na lei, como capaz de deflagrar a relação jurídico-tributária. Há total irrelevância do fato gerador que o corporifica e ampla prevalência da finalidade para a qual tenha sido instituído. RECURSOS PROVINIENTES DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. As receitas auferidas com os empréstimos compulsórios, obrigatoriamente, devem ser destinadas para as hipóteses autorizadoras. Em outras palavras, os valores arrecadados devem ser destinados para o custeio de atividades relacionadas à guerra, calamidade ou investimento público urgente. O empréstimo compulsório é um ingresso de recursos temporários nos cofres do Estado, pois a arrecadação acarreta para o Estado a obrigação de restituir a importância que foi emprestada. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS CONTRIBUIÇOES ESPECIAIS (art. 149 CF) TAMBÉM CHAMADAS CONTRIBUIÇÕES PARAESTATAIS, SINDICAIS OU DE PREVIDÊNCIA. CONCEITO A contribuição especial é a modalidade de tributo caracterizada por sua destinação específica. São tributos qualificados por sua destinação, pelo destino das receitas auferidas. É um tributo criado, no sistema jurídico, para custar atividades estatais específicas. Nas contribuições, a obrigação só nasce se verificados, concomitantemente, o benefício e o fato descrito na norma. Em havendo atividade estatal, sendo esta desenvolvida para o atendimento do interesse geral, porém deflagrando um especial benefício a uma pessoa ou grupo de pessoas, ter-se-á a contribuição. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais E econômicas. As contribuições são instituídas, em regra, por meio de lei ordinária. Exceção se dá no caso de contribuição residual de seguridade social, imposta por lei complementar. Em regra, todas as contribuições devem respeitar o princípio da anterioridade. Exceções são a CIDE-combustíveis (exceção à anterioridade anual) e Contribuições de Seguridade Social (exceção à anterioridade nonagesimal). Contribuições são tributos destinados ao financiamento de gastos específicos, sobrevindo no contexto de intervenção do Estado no campo social e econômico, sempre no cumprimento dos ditames da política de governo. TIPOS DE CONTRIBUIÇÕES Contribuições parafiscais são aquelas cuja instituição é realizada por uma pessoa política, e as atividades de arrecadação e fiscalização pelo ente parafiscal (capacidade tributária ativa). São contribuições especiais: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE) CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS CONTRIBUIÇÃO SINDICAL Além da contribuição sindical prevista no art. 149 CF, de caráter nitidamente tributário , é prevista também uma contribuição confederativa sindical art. 8, IV da CF) que não tem natureza tributária e cujo montante é fixado em assembleia geral da respectiva categoria. REFORMA TRABALHISTA LEGISLAÇÃO ATUAL - MUDANÇA COM A REFORMA TRABALHISTA E A MP 873/2019 A REFORMA TRABALHISTA TROUXE SIGNIFICATIVA MUDANÇA QUANTO À NÃO OBRIGATORIEDADE DO DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, POIS DE ACORDO COM O ART. 579 DA CLT, A PARTIR DE 11.11.2017 (PRAZO ESTABELECIDO PELA LEI 13.467/2017) A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ESTÁ CONDICIONADO À AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DOS EMPREGADOS, DEIXANDO DE SER OBRIGATÓRIO O DESCONTO DE 1 DIA DO SALÁRIO NO MÊS DE MARÇO DE CADA ANO. MESMO DIANTE DA REFORMA TRABALHISTA, ALGUNS SINDICATOS AINDA CONSEGUIRAM LIMINAR NA JUSTIÇA DO TRABALHO OBRIGANDO O DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, MEDIANTE CLÁUSULA COLETIVA APROVADA EM ASSEMBLEIA GERAL, CONTRARIANDO O PRÓPRIO TEXTO LEGAL ESTABELECIDO PELA LEI 13.467/2017. CONTRIBUIÇÃO SOCIAIS Contribuições sociais são as contribuições que visam custear as atividades específicas do Estado no campo social. O campo social da atividade estatal, regra geral, é o conjunto de atividades relacionadas à saúde, assistência, previdência e educação, compreendidas neste campo todas as atividades ligadas à ordem social, definidas nos art. 193 e seguintes da CF. Estas contribuições sociais, por sua vez, ainda podem ser divididas em: sociais para a seguridade social, sociais gerais e outras contribuições sociais, segundo o STF. CONTRIBUIÇÃO SOCIAIS A SEGURIDADE SOCIAL Têm por objetivo financiarem atividades relacionadas ao restrito campo da seguridade social. São tais atividades as adstritas ao campo da saúde, assistência e previdência. Possuem prévia definição de seu fato gerador. A CF estabelece a possibilidade de tributação de pagamentos de salários, de obtenção de receitas e de faturamento, de obtenção de lucro, de remuneração, de concurso de prognósticos e de importação de bens e serviços. Estes fatos geradores, previstos na CF, poderão ser tomados pelo legislador federal para a instituição de tais contribuições. No que diz respeito à previdência, há possibilidade de serem as contribuições instituídas pelos Estados, DF e Municípios, desde que existam sistemas previdenciários próprios, instituídos para seus funcionários, versando sobre aposentadoria. FONTE DE CUSTEIO DAS CONSTRIBUIÇÕES O IMPORTADOR, quando incidem sobre a importação de bens e serviços . EX: PIS/PASEP – importação e COFINS – importação. A RECEITA DE LOTERIAS, oriundas de sorteios de números ou outrossímbolos, loterias e apostas, no âmbito federal, estadual, distrital ou municipal, promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis. O TRABALHADOR, incidindo sobre a remuneração paga ou creditada pelos serviços prestados pelo segurado, independentemente do título que lhe seja dado, tendo como base de cálculo porcentagem do salário-de-contribuição. O EMPREGADOR E A EMPRESA, atrelando-se à folha de pagamentos e rendimentos do trabalho, pagos ou creditados à pessoa física que lhe preste serviço; à receita ou ao faturamento ou ao lucro. EX: Contribuição Patronal, PIS/PASEP, CSLL, COFINS.
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