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Apostila do IBAMA de Análise de Risco-1

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_________________________________ _______________________________ 
APOSTILA DO 
CURSO SOBRE ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS E 
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS 
_______________________________________________________________________________ 
 
Relatório: Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 
Revisão N: 2 
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 
Preparado para: 
Ministério do Meio Ambiente 
Secretaria de Qualidade Ambiental 
DET NORSKE VERITAS 
 
 
RELATÓRIO TÉCNICO 
 
 
DET NORSKE VERITAS 
REGION SOUTH AMERICA 
Rua Sete de Setembro 111, 
12º / 14º andares - Centro 
CEP: 20050-006 - Rio de Janeiro 
RJ, Brasil 
Caixa Postal 286 
Tel:+55 21 2517-7232 
Fax:+55 21 2252 1695 
http://www.dnv.com 
Data primeira edição: Projeto Nº: 
20/07/2006 WO53706056 
Aprovado por: Unidade Organizacional: 
Luiz Fernando Seixas de Oliveira DNV Principia 
Cliente: Atenção a: 
Ministério do Meio Ambiente - Secretaria de 
Qualidade Industrial 
Marcus Bruno Malaquias Ferreira e Rita 
Lima de Almeida 
 
 
Apostila fornecida aos participantes dos cursos de Estudo de Análise de Riscos e Programa de Gerenciamento de Riscos 
para técnicos do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e OEMAs. 
 
A apostila é constituída de 14 módulos, correspondentes aos módulos de 0 a 13 do Curso. Uma relação com algumas das 
referências bibliográficas mais relevantes sobre os assuntos abordados nos módulos é apresentada no Módulo 0. 
 
Neste Módulo 13 são apresentados os seguintes tópicos: 
 
• Objetivos 
• Gerenciamento de Riscos: o Princípio do Jacaré 
• Por que implementar um PGR? 
• PGR como sistema de gestão: normas 
internacionais 
• Sistemas de companhias internacionais 
• Regulamentações de outros países 
• Regulamentações brasileiras relativas a PGR 
 
• O ISRS7 da DNV 
• Sistemas Integrados de Gestão 
• Lições aprendidas: O Acidente de Piper Alpha 
• PAE – Plano de Ações de Emergência 
• Estruturação do PAE 
• Plano de Emergência Individual – PEI 
• Realização de Treinamento e Simulado do PAE 
• Comentários Finais 
 
 
Relatório Nº Grupo de Assunto: 
 
Apostila do Curso de Análise de 
Risco/2006 
 
 Indexing terms 
Título Relatório: Palavras chaves: Área de serviço: 
ISA 1 
Setor de Vendas: 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 
 Curso 
APP 
AQR 
Risco 
 
 
Trabalho executado por: 
Flávio Luiz Barros Diniz, Luiz Fernando Seixas de 
Oliveira, Mariana Bahadian Bardy e Nilda Visco Vieira 
 
Trabalho verificado por: 
Cássia Oliveira Cardoso, Felipe Sodré e Tobias Vieira 
Alvarenga 
 
 
Data desta edição: Rev. Nº.: Número de páginas: 
03/04/2007 0 19 
 Não distribuir sem a permissão do cliente ou 
responsável da uinidade organizacional 
 
 Livre distribuição dentro da DNV após 3 anos 
 
 Estritamente confidencial 
 
 Distribuição irrestrita 
 
 
© 2005 Det Norske Veritas Ltda. 
Todos os direitos reservados. Esta publicação ou parte dela não podem ser reproduzidas ou transmitidas em qualquer forma ou qualquer 
meio, incluindo fotocópias ou gravações sem o consentimento por escrito da Det Norske Veritas Ltda. 
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
 
 
 i 
 
ÍNDICE 
 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1 
2 OBJETIVOS DO MÓDULO 13.............................................................................................................................2 
3 GERENCIAMENTO DE RISCOS: O PRINCÍPIO DO JACARÉ.....................................................................3 
4 POR QUE IMPLEMENTAR UM PGR? ..............................................................................................................5 
4.1 Definição de Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) ..........................................................................5 
4.2 O PGR e a Segunda Lei da Termodinâmica ....................................................................................................6 
5 O PGR COMO SISTEMA DE GESTÃO: NORMAS INTERNACIONAIS......................................................7 
6 sistemas de gestão de segurança de companhias internacionais..........................................................................8 
7 NORMAS E regulamentações de outros países ..................................................................................................12 
8 Regulamentações brasileiras relativas a pgr .......................................................................................................14 
9 sistemas integrados de gestão ...............................................................................................................................16 
10 o isrs7 da dnv .........................................................................................................................................................18 
11 lições aprendidas: o acidente de piper alpha.......................................................................................................21 
12 PAE - PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA .................................................................................................23 
13 ESTRUTURAÇÃO DO PAE................................................................................................................................25 
14 PLANO DE EMERGÊNCIA INDIVIDUAL - PEI ............................................................................................27 
15 REALIZAÇÃO DE TREINAMENTO E SIMULADO DO PAE......................................................................29 
16 COMENTÁRIOS FINAIS ....................................................................................................................................32 
 
 
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
 
 
 1 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O gerenciamento dos riscos do negócio começou a fazer parte das preocupações das empresas 
desde o começo da era do mercantilismo, tendo se tornado cada vez mais importante com o avanço 
da industrialização, a qual trouxe um grande aumento da escala das empresas e, consequentemente, 
dos riscos envolvidos nos novos empreendimentos. Não apenas o risco para o negócio em si, ou 
seja, a possibilidade de grandes prejuízos, mas também para a segurança das populações expostas 
aos efeitos danosos de possíveis acidentes. Mais recentemente, veio adicionar-se também a 
preocupação com os possíveis efeitos deletérios para o meio ambiente em vários níveis de escala 
(local, regional, mundial). No entanto, somente a partir das duas últimas décadas do Século XX é 
que houve o reconhecimento, por parte das empresas e dos órgãos regulamentadores, de que o 
gerenciamento de riscos em uma empresa moderna deve ser organizado como um sistema de gestão 
sujeito a um ciclo de melhoria contínua ao longo da vida da empresa. 
 Outro tema de grande interesse para as empresas modernas e para a sociedade em geral é o 
planejamento das ações de emergência em caso de acidentes nas empresas, particularmente nos 
casos em que os efeitos dos acidentes possam extrapolar os limites da própria empresa e causar 
danos às comunidades vizinhas ou ao meio ambiente. 
 Fala-se muito no desenvolvimento de um PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e um 
PAE (Plano de Ação de Emergência) como se fossem duas coisas independentes. No entanto, 
conforme será visto neste Módulo, o PAE pode ser considerado como um dos elementos de um 
PGR. 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006Rev.: 1 
 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
 
 
 2 
 
2 OBJETIVOS DO MÓDULO 13 
 Os objetivos deste módulo consistem em apresentar os conceitos necessários para o 
entendimento de um sistema moderno de gestão de segurança e meio ambiente, indicar algumas das 
boas práticas de gestão utilizadas internacionalmente por empresas e órgãos de controle de saúde, 
segurança e meio ambiente, discutir a situação atual no Brasil, bem como apresentar os principais 
conceitos para o desenvolvimento e implementação de planos de ações de emergência baseados em 
resultados de avaliações de riscos. 
 Neste Módulo 13 são apresentados os seguintes tópicos: 
 Gerenciamento de Riscos: o Princípio do Jacaré 
 Por que implementar um PGR? 
 PGR como sistema de gestão: normas internacionais 
 Sistemas de gestão de segurança de companhias internacionais 
 Regulamentações de outros países 
 Regulamentações brasileiras relativas a PGR 
 Sistemas Integrados de Gestão 
 O ISRS7 da DNV 
 Lições aprendidas: O Acidente de Piper Alpha 
 PAE – Plano de Ações de Emergência 
 Estruturação do PAE 
 Plano de Emergência Individual – PEI 
 Realização de Treinamento e Simulado do PAE 
 Comentários Finais 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
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 3 
3 GERENCIAMENTO DE RISCOS: O PRINCÍPIO DO JACARÉ 
 O Princípio do Jacaré, mostrado nos quadros abaixo, foi desenvolvido pela DNV com o intui-
to de apresentar de forma pictórica os conceitos básicos do gerenciamento de risco: 
 Identificação do perigo (o grande jacaré que você acabou de receber de presente de um 
“amigo”) 
 Avaliação do risco (avaliação da chance e da magnitude dos danos) 
 Controle dos riscos através de medidas de salvaguarda, de redução de risco ou de 
substituição do perigo (através da busca de alternativas) 
 Preparação para emergência (através de medidas preparatórias para o caso de algum aci-
dente. 
 
Princípio do Jacaré
1. Identifique 
o Perigo:
2. Avalie 
o Risco
3. Controle 
o Perigo
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
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 4 
4. Encontre 
uma alternativa
6. Esteja sempre preparado 
para o inesperado
5. Reduza 
o Risco
Princípio do Jacaré
 
7. Se nada 
der resultado…
Princípio do Jacaré
 
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
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 5 
 
4 POR QUE IMPLEMENTAR UM PGR? 
4.1 Definição de Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) 
 Toda pessoa responsável pela saúde e segurança em uma empresa deveria se preocupar em 
responder às questões indicadas no quadro abaixo. 
 O conhecimento dos perigos e a avaliação dos riscos decorrentes dos perigos é fundamental 
para se poder gerenciar os riscos de uma empresa: não se pode gerenciar o que não se conhece. 
Também, o gerenciamento requer que se tenha um balizamento para a redução dos riscos, ou seja, 
algum critério de aceitabilidade de riscos, seja qualitativo ou quantitativo. O fato é que não se pode 
pensar em eliminar todos os riscos, pois isso consumiria todos os recursos da empresa, levando-a 
certamente à falência. O gerenciamento impõe a utilização do conceito de priorização: tendo em 
vista que os recursos são finitos, quais os riscos mais importantes, ou seja, quais os que tenho que 
resolver imediatamente e quais os que tenho mais tempo para atacar? Quais os que não vou reduzir 
mais? Em outras palavras, o gerenciamento de riscos deve ser feito continuamente, pois não há 
como se eliminar todos os perigos impostos pela atividade industrial. 
 
Introdução ao PGR
Por que fazer um Programa de Gerenciamento de Riscos?
Conheço realmente 
os perigos 
existentes na 
minha instalação ?
Dá para eu correr 
esse risco? Posso 
conviver com esse 
nível de risco?
Sei quais são os 
perigos que 
representam os 
maiores riscos ?
Se preciso reduzir o 
risco, por onde 
devo começar? 
O que tenho que 
fazer agora e o 
que posso deixar 
para depois?
Identificação de
perigos
Avaliação dos 
riscos e
priorização
Análise e
aceitabilidade
Gerenciamento
de riscos
 
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
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 6 
 
4.2 O PGR e a Segunda Lei da Termodinâmica 
 
 Por que as empresas precisam ter um Programa de Gerenciamento de Riscos ou, melhor 
dizendo, um Sistema de Gestão de Segurança? 
 Porque mesmo que o risco atual tenha sido avaliado e considerado aceitável, ou seja, abaixo 
do limite de aceitabilidade da empresa, se nada for feito, em alguns anos o risco terá aumentado e 
possivelmente ultrapassado o limite aceitável. Isso pode ser considerado um efeito normal da 2ª Lei 
da Termodinâmica, a qual diz que “as coisas tendem a se degradar com o tempo”, ou seja, a 
entropia sempre aumenta, fazendo com que tudo tenda para o caos (estado mínimo de energia). 
 Portanto, para que o caos não se estabeleça e para que o risco seja mantido em um nível 
aceitável, o sistema precisa receber energia. Essa energia organizacional é provida pelo Sistema de 
Gestão de Segurança (ou PGR). 
 
Conclusão:
• Necessário colocar energia no sistema
• Vigilância contínua
• Essa idéia deve estar inserida no processo de produção
PGR pretende cumprir esta missão
Por que são necessários?
• Risco atual é aceitável, 
e daqui a 5 anos?
• Se nada for feito: 
2ª Lei da Termodinâmica
Programa de Gerenciamento de Riscos
 
 
 
 
Módulo 13: 
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 7 
 
5 O PGR COMO SISTEMA DE GESTÃO: NORMAS INTERNACIONAIS 
 Embora o termo PGR, consagrado nas regulamentações existentes, esteja sendo usado nesta 
apostila, é preciso ficar claro que a referência mais correta é a de um Sistema de Gestão de 
Segurança, ou seja, algo perene e inserido no processo produtivo da empresa e não apenas um 
programa ou um plano, para o qual pode-se pensar em início e fim. Outra observação importante é 
que o termo “segurança” usado acima, na realidade, é um substituto mais curto para a designação de 
“saúde, segurança e meio ambiente”. O mais correto seria a denominação “Sistema Integrado de 
Gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente”. Em alguns casos, esse sistema integrado pode 
também incluir a Gestão da Qualidade, o qual seria então denominado um “Sistema Integrado de 
Gestão de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade”. A grande vantagem do sistema 
integrado é a possibilidade de utilização de vários elementos comuns à gestão de cada um dos itens, 
o que evita a duplicação de procedimentos da empresa (veja a Seção 10 deste Módulo). 
 Existem diversas normas internacionais que tratam da questão dos sistemas de gestão, dentre 
as quais, as mais conhecidas são as da ISO (para qualidade e meio ambiente) e a da OHSAS para as 
questões de saúde e segurança. 
Normas internacionais de sistema de gestão (ISO)
• Saúde Ocup. e Higiene:
BS 8800, OHSAS 18000
• Qualidade: 
ISO 9000:2000
• Meio Ambiente:
ISO 14001
Programa de Gerenciamento de Riscos
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
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 8 
6 SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA DE COMPANHIAS 
INTERNACIONAIS 
 
 Praticamentetodas as grandes corporações multinacionais que lidam com produtos considera-
dos perigosos já estabeleceram seus sistemas de gestão de segurança ou seus sistemas de integrados 
de gestão de saúde, segurança e meio ambiente. Todos eles estão estruturados com base em 
“elementos de gestão” (também referidos como diretrizes estratégicas, processos de gestão, e 
outros), os quais constituem a espinha dorsal do sistema. A grande maioria das empresas costuma 
fazer uma apresentação geral dos seus sistemas de gestão sob a forma de documentos que contém as 
diretrizes essenciais dos elementos do sistema, tipicamente condensadas sob a forma de objetivos e 
expectativas de cada elemento. 
 
 Nos quadros abaixo estão indicados os documentos de apresentação do sistema para algumas 
empresas importantes dos setores químico e petroquímico, bem como os elementos de gestão dos 
vários sistemas citados. Pode-se ver que existe uma certa variedade nos nomes dos elementos dos 
sistemas das várias empresas, bem como, no número de elementos de cada sistema, mas uma 
análise mais profunda indica que existe grande similaridade entre todos, havendo variação apenas 
na ênfase dada a um ou outro tópico, ou a inclusão de algumas particularidades da cultura de cada 
empresa. 
 
Sistemas de Gestão de empresas internacionais
BP AMOCO
Getting HSE 
Right
BAYER
HSE Management
Expectation
BGI
HSE Management 
System
CONOCO
Process for 
continuous
safety 
improvement
Programa de Gerenciamento de Riscos
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
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 9 
Sistema da Exxon Mobil
� Comprometimento da Liderança e Atribuição de Responsabilidades
� Avaliação e Gerenciamento de Riscos
� Projeto e Construção das Instalações
� Informação e Documentação
� Pessoal e Treinamento
� Operação e Manutenção
� Gerenciamento de Modificações
� Serviços de Terceiros
� Análise e Investigação de Acidentes
� Conscientização da Comunidade e Preparação para Emergências
� Avaliação e Melhoria da Integridade Operacional 
 
Sistema da BP
� Liderança e Responsabilidades
� Avaliação e Gerenciamento de Riscos
� Pessoal, Treinamento e Comportamento
� Trabalho com Contratados
� Projeto e Construção das Instalações
� Operação e Manutenção
� Gerenciamento de Modificações
� Informação e Documentação
� Clientes e Produtos
� Conscientização da Comunidade e Acionistas
� Gerenciamento de Crises e Emergências
� Análise e Prevenção de Incidentes
� Avaliação, Garantias e Melhorias
 
Módulo 13: 
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 – WO 53705093 
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 10 
Sistema da ConocoPhillips
� Comprometimento e Liderança
� Planejamento de Segurança e Saúde Ocupacional
� Manuais e Procedimentos
� Medição
� Saúde Ocupacional
� Participação dos Empregados
� Prevenção de Acidentes Causados por Comportamento
� Regras e Responsabilidades
� Treinamento
� Auditoria
� Contratadas
� Registro e Investigação de Incidentes
� Preparação para Emergências
� Integridade Mecânica e Operacional
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
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Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
 
 
 11 
Sistema da SONANGOL
PROGRESSA-Q
13
Análise e
Investigação de
Incidentes e
Acidentes
14
Auditoria e
Medição
1
Liderança,
Responsabilidade
e Gestão
2
Identificação de
Perigos, Avaliação
e Gestão de 
Riscos
3
Planeamento
e Programas
de SSAQ
4
Conformidade 
com Regulamentos
Normas e
Padrões
5
Cultura e
Comportamento
6
Pessoal,
Formação e
Reconhecimento
7
Projecto, Teste
e Construcção8
Compras e
Serviços
Contratados
9
Integridade
de Activos e
Gestão de
Mudanças 
10
Contrólo das
Operações
11
Documentação,
Comunicação
e Gestão do
Conhecimento
12
Consciencialização
da Comunidade,
Preparação e
Resposta a
Emergências
Sistema da PETROBRAS
1. Liderança e Responsabilidade
2. Conformidade Legal
3. Avaliação e Gestão de Riscos
4. Novos Empreendimentos
5. Operação e Manutenção
6. Gestão de Mudanças
7. Aquisição de Bens e Serviços
8. Capacitação, Educação e Conscientização
9. Gestão de Informação
10. Comunicação
11. Contingência
12. Relacionamento com a Comunidade
13. Análise de Acidentes e Incidentes
14. Gestão de Produtos
15. Processo de Melhoria Contínua
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
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 12 
 
7 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES DE OUTROS PAÍSES 
 Os quadros a seguir mostram as estruturas dos sistemas de gestão de segurança requeridos por 
instituições regulamentadoras e industriais dos Estados Unidos, a saber: o API (American 
Petroleum Institute), a EPA (Environmental Protection Agency) e a OSHA (Occupational Health 
and Safety Administration). A norma do API não é uma exigência legal mas uma prática 
recomendada da instituição para os seus membros, enquanto as regulamentações da EPA e OSHA 
são instrumentos legais que obrigam as empresas sob as respectivas autoridades das duas agências 
governamentais a implementar o sistema conforme indicado nos quadros. Existe grande 
sobreposição dos dois sistemas (EPA e OSHA), mas também algumas diferenças. De um modo 
geral esses dois sistemas se complementam, com o da EPA dando ênfase aos perigos que podem 
trazer danos às comunidades vizinhas e o da OSHA enfatizando os perigos que podem trazer danos 
à saúde e à vida dos trabalhadores da empresa. 
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
� Elementos do Sistema de Gerenciamento de Riscos do API 750:
1. Informação sobre segurança de processo
2. Análise de riscos do processo
3. Gerenciamento de modificações
4. Procedimentos operacionais
5. Práticas seguras de trabalho
6. Treinamento
7. Garantia da qualidade e integridade mecânica de equipamentos críticos
8. Revisão de segurança pré-operacional
9. Resposta e controle de emergências
10. Investigação de incidentes relacionados ao processo
11. Auditoria dos sistemas de gerenciamento de riscos de processo
 
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PGR/PAE 
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 13 
Elementos da OSHA 1910.119
1. Informação
2. Análise dos perigos de processo
3. Procedimentos operacionais
4. Treinamento
5. Contratadas
6. Revisão de segurança pré-operacional
7. Integridade mecânica
8. Permissão de trabalho a quente
9. Gerenciamento de modificações
10. Investigação de incidentes
11. Planejamento de emergência
12. Auditoria
13. Participação dos empregados
14. Confidencialidade
 
EPA RMP 40 CFR Part 68
1. Informações sobre segurança de processo
2. Análise de riscos de processo
3. Procedimentos operacionais
4. Treinamento
5. Integridade mecânica
6. Gerenciamento de mudanças
7. Revisão de segurança de pré-partida
8. Auditoria de Segurança
9. Investigação de incidentes
10. Participação dos empregados
11. Permissão para trabalho a quente
12. Contratadas
13. Planejamento de resposta a emergências
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
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Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
 
 
 14 
 
8 REGULAMENTAÇÕES BRASILEIRAS RELATIVAS A PGR 
 No Brasil, as regulamentações relativas ao processo de licenciamento ambiental de 
instalações que lidam com produtos perigosos já requerem que tais instalações apresentem a 
estrutura dos seus PGRs (Programas de Gerenciamento de Riscos)como requisitos para a concessão 
da licença de operação. Nos quadros abaixo encontram-se apresentadas as estruturas dos PGRs 
requeridos por cada um dos órgãos estaduais de controle ambiental: FEEMA-RJ, FEPAM-RS, 
CETESB-SP e CRA-BA. Também o IBAMA requer a apresentação de um PGR, sendo a sua 
estrutura igual àquela da CETESB-SP. 
 
 
FEEMA e FEPAM
1. Alocação de responsabilidades
2. Informações de segurança de processo
3. Análise de Riscos
4. Procedimentos operacionais
5. Treinamento
6. Gerenciamento de modificações
7. Garantia de integridade e confiabilidade os 
equipamentos críticos e dos sistemas de proteção
8. Planejamento de emergência
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
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Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
 
 
 15 
CETESB / IBAMA
1. Informações de segurança de processo
2. Revisão dos riscos de processo
3. Gerenciamento de modificações
4. Manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos
5. Procedimentos operacionais
6. Capacitação de recursos humanos
7. Investigação de incidentes
8. Plano de Ação de Emergência (PAE) / Plano de Emergência 
Individual (PEI)
9. Auditorias
 
CRA – COFIC/PGR do APPOLO 2
1. Informações Básicas do Processo
2. Dados de Meio Ambiente, Saúde e Segurança
3. Equipamentos
4. Análise de Riscos 
5. Procedimentos Operacionais
6. Treinamento
7. Contratados
8. Integridade e Manutenção Mecânica
9. Auditorias e Investigação de Incidentes
10. Gerenciamento de Mudanças
11. Procedimentos de Emergência / Planos de Evacuação e Resposta a 
Emergências
 
 
Módulo 13: 
PGR/PAE 
 – WO 53705093 
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Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
 
 
 16 
9 SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO 
 De um modo geral, um Sistema Integrado de Gestão incorpora elementos de: 
 Gestão da saúde ocupacional 
 Gestão da segurança de processo, de atividades e de produtos 
 Gestão ambiental 
 Gestão da qualidade 
 
 A gestão da saúde ocupacional visa: 
• proporcionar um ambiente de trabalho saudável para todos os trabalhadores da 
empresa; 
• garantir o cumprimento de todas as exigências legais pertinentes ao tema da saúde 
ocupacional; 
• dar homogeneidade e consistência às práticas de saúde ocupacional de todas as 
empresas de uma corporação. 
 A gestão da segurança de processos abrange a prevenção e o 
controle decorrentes de falhas no processo produtivo. Na indústria de 
óleo e gás, petroquímica e química, a segurança de processo trata dos 
acidentes envolvendo liberações de produtos decorrentes de vazamentos e 
rupturas nos componentes do sistema de processo que possam levar a 
incêndios, explosões e formação de nuvens tóxicas. 
 A gestão da segurança de atividades refere-se à questão da 
segurança ocupacional nas tarefas realizadas diariamente pelos 
trabalhadores da empresa, tanto nas tarefas operacionais como nas tarefas 
de manutenção. Se bem que parte dos acidentes ocorridos na realização 
das tarefas podem levar a acidentes de processo, uma parte significativa 
pode causar apenas danos às pessoas diretamente envolvidas na 
realização das tarefas. A gestão da segurança de atividades envolve itens 
como, o controle do uso adequado de equipamentos de proteção 
individual, a adoção de práticas de trabalho seguro e a utilização do 
enfoque comportamental. 
 A gestão da segurança dos produtos envolve a prevenção de acidentes com produtos da 
companhia afetando seus usuários ou causando danos ambientais. Envolve itens como: 
• o projeto de produtos mais seguros (para pessoas e meio ambiente); 
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 17 
• a comunicação de informações de segurança aos clientes e 
usuários (por exemplo, fichas de informações de segurança dos 
produtos), 
• a preocupação com o controle do ciclo de vida dos produtos (por 
exemplo, o controle do descarte final de resíduos do uso dos 
produtos). 
 A gestão ambiental envolve um conjunto de processos e práticas que possibilitam a uma 
organização a reduzir os seus impactos ambientais e aumentar a sua eficiência operacional. 
Incorpora os seguintes itens: 
 Levantamento de Aspectos e Impactos: 
• Refere-se à identificação dos elementos das atividades que 
podem interagir com o meio ambiente (aspectos) e as 
respectivas mudanças causadas no meio ambiente 
(impactos) 
 
 Controle de impactos ambientais: 
• Relaciona-se ao controle de impactos ambientais 
decorrentes das atividades realizadas nas várias 
instalações da empresa 
 
 Prevenção e controle de acidentes ambientais 
• Refere-se à criação de mecanismos para a prevenção de 
acidentes ambientais, bem como para o controle das emergências decorrentes 
de ocorrências de tais acidentes 
 A gestão da qualidade abrange as políticas e procedimentos necessários para o controle e a 
melhoria contínua dos vários processos da empresa que em última instância conduzem à melhoria 
do desempenho do negócio da empresa. A sua implementação visa garantir a satisfação das 
exigências e expectativas dos clientes da empresa. 
 A garantia da qualidade é um esforço multi-funcional cobrindo muitos aspectos da operação 
da empresa. Trata-se de um processo contínuo envolvendo: 
• A identificação e documentação das necessidades, exigências e expectativas dos clientes; 
• O desenvolvimento, a fabricação e a entrega de produtos e serviços que atendam às 
necessidades, exigências e expectativas dos clientes; 
• A realimentação do cliente para avaliação do desempenho da companhia; e 
• As ações relativas às informações de realimentação dos clientes visando melhorar o 
desempenho da companhia. 
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 18 
10 O ISRS7 DA DNV 
 A estrutura de sistema de gestão de segurança proposta pelo Sistema de Classificação 
Internacional de Segurança da DNV, também conhecido pela sigla ISRS (International Safety 
Rating System) encontra-se atualmente implementada em mais de 1.000 corporações internacionais 
(em um total de mais de 4.000 sites) ao redor do mundo. Concebido ao final da década de 70 por 
Frank Bird, conhecido pioneiro da área de gestão de segurança, o ISRS foi até desenvolvido e 
oferecido internacionalmente através do International Loss Control Institute (ILCI), também criado 
por Frank Bird e alguns associados e sediado em Atlanta nos Estados Unidos. 
 Em 1992, a DNV adquiriu o ILCI, passando a ter o controle internacional do desenvolvimento 
e implementação do ISRS. Já em 1994, foi produzida a versão 6 do sistema, conhecida como 
ISRS6, incorporando também a experiência da DNV como entidade certificadora de sistemas de 
gestão com acreditação internacional e uma das empresas líderes desse setor. O ISRS6 tem sido 
implementado pela DNV desde então com grande sucesso. Conforme indicado no quadro abaixo, 
várias versões do sistema foram sendo criadas pela DNV visando atender às novas necessidades 
surgidas ao longo do tempo, tais como, as de controle ambiental e de qualidade. Também foram 
desenvolvidas versões para pequenas empresas (“Small Sites”). 
 
1978 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
IQRS 1 IQRS 2 IQRS 3
IERS 1 IERS 2 IERS 3
Prosper 2
ISRS 1 ISRS 2 ISRS 3 ISRS 4
ISRS 7
ISRS 5 ISRS 6
Responsible 
Care
ISO 
9001
Seveso II
EFQM
OHSAS 
18001
ISO 
14001
ISO 9000: 2000
BS 8800
Malcom 
Baldridge
International Standards
DNV Standards
Over 60 
customised 
client protocols 
developed
ISSSRS1 ISSSRS 2 ISSSRS 3
ICSRS 1 ICSRS 2 ICSRS 3
IMSRS 1
Prosper 1
IBRS 1
Key: 
ISRS – International Safety Rating System
ISSSRS – International Small Site Safety 
Rating System
IQRS – International Quality Rating System
ICSRS – International Contractor Safety 
Rating System
IERS - International Environment Rating 
System
IMSRS – International Marine Safety Rating 
System
Prosper – Integrated Health, Safety and 
Environment and Quality Rating System
IBRS – International Bio-risk Rating System
EFQM - European Foundation for Quality 
Management
Experiência da DNV em Sistemas de Gestão
 
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 19 
 A partir de 2004, em resposta a demandas de vários clientes internacionais, a DNV começou a 
desenvolver uma versão 7 do sistema, denominada ISRS7. Trata-se de uma versão inteiramente 
nova do sistema, totalmente atualizada em relação aos modernos conceitos de um sistema integrado 
de gestão, contemplando todos os elementos da gestão da saúde, segurança, meio ambiente e 
qualidade, bem como os aspectos fundamentais de gestão do desempenho operacional e de 
responsabilidade social das empresas. Assim, o ISRS7 inclui os requisitos das seguintes normas 
internacionais: 
� ISO 9001:2000 – Gerenciamento de Qualidade 
� ISO 14001:2004 – Gerenciamento Ambiental 
� OHSAS 18001:1999 – Gerenciamento de Saúde e Segurança 
� PAS 55:2004 – Gerenciamento de Ativos 
� Global Reporting Iniciative 2002 – Responsabilidade Social Corporativa 
 Dentre os principais benefícios da implementação do isrs7, pode-se citar: 
 Controle sistemático e eficaz dos riscos da empresa 
 Apoio avançado a decisões de gerenciamento 
 Desempenho aprimorado de segurança, ambiente e gerenciamento do negócio 
 Habilidade de atender e exceder os requisitos reguladores 
 Processos de trabalho otimizados, usando as melhores práticas da indústria 
 Definição de metas quantitativas 
 Demonstração de conformidade com critérios internos e externos 
 Melhoria do comportamento e do desempenho do pessoal 
 Melhoria contínua através de um sistema integrado de gerenciamento 
 
 O ISRS7 está estruturado em torno de 15 processos, caracterizados de acordo com o ciclo de 
gestão de melhoria contínua, conforme indicado no quadro abaixo. 
 
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 20 
1. Liderança
2. Planejamento
3. Avaliação de Riscos
4. Recursos Humanos
5. Garantia de Conformidade
6. Gerenciamento de Projetos
7. Treinamento e Competência
8. Comunicação e Promoção
9. Controle dos Riscos
10. Gerenciamento de Ativos
11. Gestão de Contratadas e Compras
12. Preparação e Controle de Emergências
13. Aprendendo com Ocorrências
14. Monitoramento do Risco
15. Análise dos Resultados e Revisão
Estratégia e Política
Planejamento
Implementação e
Operação
Monitoramento
e Medição
Revisão Gerencial
Melhoria
Contínua
Elementos de Gestão do isrs7
 
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 21 
11 LIÇÕES APRENDIDAS: O ACIDENTE DE PIPER ALPHA 
 No dia 6 de julho de 1988, houve um vazamento de condensado de gás natural na Plataforma 
de Piper Alpha, que ao entrar em ignição resultou em uma grande explosão. Esta por sua vez causou 
danos a tubulações de óleo dando origem a vários incêndios secundários, cujo calor intenso causou 
a ruptura de um grande tubulação de chegada de gás (“riser” de 
gás). A súbita liberação de uma grande massa de gás causou uma 
nova explosão que engolfou toda a plataforma. Tudo isso levou 
apenas 22 minutos. A escala do desastre foi realmente enorme e 
causo a morte de 167 pessoas, das quais duas eram membros das 
equipes de socorro e resgate e 165 eram trabalhadores da 
plataforma. Houve apenas 62 sobreviventes dentre os 227 pessoas 
que estavam a bordo da plataforma no momento do acidente. 
 Piper Alpha era uma grande plataforma fixa de produção de petróleo operada pela Occidental 
Petroleum, uma companhia americana. Estava situada no Mar do Norte a cerca de 220 a nordeste de 
Aberdeen, Escócia, em uma lâmina d’água de 140 metros de profundidade. Era conectada por um 
oleoduto e um gasoduto ao terminal Flotta, em Orkney, Escócia e através de gasodutos a outras 
duas instalações, Tartan e Claymore. 
 Foi instaurado um inquérito público para se 
determinar as causas do acidente presidido por Lord 
Cullen, do qual resultou um importante relatório 
conhecido como “Lord Cullen Report”. As inves-
tigações do acidente mostraram que o vazamento 
ocorreu devido principalmente a uma erro de 
comunicação na passagem de turno que não indicou 
claramente que uma válvula de segurança associada 
a uma das duas bombas redundantes de condensado, 
que havia sido retirada para manutenção, ainda 
estava manutenção e, portanto, não havia sido 
recolocada na sua posição em condições de ser 
usada. O flange onde estava a válvula havia sido 
apertado mas não o suficiente para conter a pressão de operação mas apenas para manter a válvula 
na sua posição. Em princípio, a bomba associada estava em manutenção e, portanto, fora de uso, 
não se esperando que ela viesse a ser pressurizada. Na noite do acidente, após a passagem do turno 
em que o pessoal da manutenção encerrou o seu trabalho para recomeçá-lo no dia seguinte, o 
condensado estava sendo bombeado pela outra bomba redundante. Quando esta sofreu uma falha e 
parou de operar, o pessoal da operação entendeu que a manutenção da primeira bomba havia 
terminado (aparentemente tudo estava em seu lugar) e deu partida na bomba cuja válvula de 
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 22 
segurança ainda estava em manutenção. Com a pressurização, o 
flange mal-apertado cedeu, propiciando a liberação de grande 
quantidade de condensado de gás natural. 
 No Relatório de Lord Cullen foram feitas 106 recomendações 
para a melhoria das condições de segurança das plataformas offshore 
do Reino Unido, dentre as quais pode-se mencionar: 
� a) Melhoria nos sistemas de gestão de ordens de serviço; 
� b) Instalação de sistemas de bloqueio de emergência em 
oleodutos e gasodutos submarinos; 
� d) Melhorias nos sistemas de evacuação e escape; 
� e) Análise de riscos de incêndio e explosão. 
 Dentre todas, a que teve maior impacto em relação à segurança das instalações offshore foi a 
exigência de que todas as companhias operadoras implementassem sistemas de gestão de segurança 
em suas plataformas e que submetessem periodicamente um relatório intitulado “Safety Case 
Report”. Os sistemas de gestão de segurança adotados pelas operadoras são semelhantes em 
abrangência aos indicados anteriormente neste Módulo. 
 As recomendações do Relatório Cullen foram aceitas pelo HSE do Reino Unido e implemen-
tadas nas regulamentações publicadas em 1992 e denominadas “Safety Case Regulations”. Regras 
semelhantes foram também adotadas pelas autoridades norueguesas do setor offshore (Petroleum 
Safety Authority da Noruega). 
 
 
 
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 23 
 
12 PAE - PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA 
 
 O Plano de Ação de Emergência (PAE) é um elemento fundamental e comum do PGR e 
consiste em um documento, ou conjunto de documentos, que contémas informações e descreve as 
ações que possibilitam a minimização dos impactos decorrentes da materialização dos perigos 
identificados em uma instalação, através da mobilização de recursos materiais e humanos 
adequados de resposta. 
 
Elemento PAE
Um elemento comum aos 
Programas de Gerenciamento de 
Riscos é o Plano de Ação de 
Emergência (PAE)
 
 
 A elaboração de um Plano de Ação de Emergência implica na necessidade de identificar, 
previamente, as situações de emergência que podem ocorrer nas instalações em estudo e os alcances 
dos danos associados a estas situações. Por isso, torna-se preciso realizar uma análise de riscos com 
este objetivo. Esta análise consiste em aplicar a técnica de Análise Preliminar de Perigos (APP) para 
identificação dos cenários acidentais. Os cenários da APP classificados com gravidade séria e 
crítica são, então, agrupados de acordo com as ações e os recursos necessários para o atendimento, 
resultando, assim, nas situações de emergência que serão objeto do Plano. Uma Análise de 
Vulnerabilidade também deve ser realizada no sentido de determinar os alcances dos danos 
associados. A DNV utiliza o programa PHAST para realizar estes cálculos. 
 
 
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 24 
1ª Etapa:
Identificação dos
Cenários de Acidente
2ª Etapa: Vulnerabilidade
(Determinação da Área de
Abrangência dos Acidentes)
3ª Etapa:
Elaboração do Plano de 
Ação de Emergência (PAE)
E
T
A
P
A
S
-Análise Preliminar de Perigos
(APP)
- Uso de Software Específicos
- Estrutura Básica/Recursos
- Procedimentos
- PEI
MÓDULOS ANTERIORES: ETAPAS DO TRABALHO
4ª Etapa:
Realização de Treinamento &
Simulado
- Processo de Melhoria 
Contínua
 
Situação de Emergência – cenários classificados como de gravidade 
séria e crítica na APP, agrupados de acordo com as ações e recursos 
necessários para seu atendimento.
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
Número da Situação 
de Emergência 
Perigo Cenários da APP Substância 
Raio da 
Área 
Vulnerável 
Associada 
(m) 
5 Liberação de Produto Perigoso Classe 3 (líquidos inflamáveis) 18, 42, 44, 45 e 184 Óleo Diesel 39 
 
 
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 25 
13 ESTRUTURAÇÃO DO PAE 
 
 Normalmente, um Plano de Ação de Emergência possui dois tipos básicos de documento: a 
estrutura básica e os procedimentos. Na estrutura básica estão, no mínimo, as informações das 
instalações abrangidas, os produtos envolvidos, o organograma de emergência bem como a 
definição das atribuições e responsabilidade de cada função, integrante da equipe de emergência. 
PAE – Estrutura Básica
ESTRUTURA BÁSICA
Instalações
Abrangidas
Organograma
de Emergência Atribuições e Responsabilidades
Fluxo de Comunicação
de Emergência
Situações de 
Emergência
 
 Os recursos materiais e humanos necessários e disponíveis para o atendimento, sejam eles 
internos ou externos a empresa, devem estar listados bem como os contatos apresentados de forma 
clara. A comunicação rápida e eficaz é fundamental para o sucesso do atendimento, portanto, deve 
fazer parte do plano o fluxo e os recursos de comunicação existente. Estas informações podem ser 
apresentadas na estrutura básica ou nos procedimentos. 
 
FLUXO DE COMUNICAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Emergência na Área de 
Operação Portuária
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 26 
Slide 72
� Apresentação dos recursos (internos e externos) para atendimento 
à emergência
� Apresentação dos contatos dos integrantes 
da equipe de atendimento à emergência (normalmente em anexos)
PAE – RECURSOS E CONTATOS
 
 Os procedimentos consistem nas ações a serem adotadas pelos participantes da equipe de 
emergência, durante a ocorrência de cada situação de emergência. Estas ações visam descrever a 
comunicação, o acionamento, a identificação dos produtos envolvidos, a coordenação da 
emergência, o isolamento de área, entre outras ações com objetivo de evitar ou minimizar os danos. 
 
� Comunicação e Acionamento de Emergência;
� Identificação do Produto liberado durante a operação, manuseio ou transporte;
� Coordenação das ações de controle da emergência;
� Controle e Destinação de Resíduos durante a emergência;
� Isolamento de áreas;
� Abandono de área;
� Outros.
ítens considerados
PAE – PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO AS 
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
 
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 27 
14 PLANO DE EMERGÊNCIA INDIVIDUAL - PEI 
 
 Cabe lembrar, que para o caso específico de resposta aos incidentes de poluição por óleo no 
mar, originados em portos organizados, instalações portuárias ou terminais, dutos, plataformas bem 
como suas instalações de apoio existe o Plano de Emergência Individual (PEI), previsto na lei 9.966 
e com detalhamento dos itens necessários conforme Resolução CONAMA 293, de 12/12/2001. 
 
Plano de Emergência Individual (PEI)
•• Prevista na Prevista na Lei 9.966Lei 9.966, de 28 de , de 28 de 
abril de 2000abril de 2000
•• A A ResoluResoluçção CONAMA No. 293ão CONAMA No. 293, de , de 
12 de dezembro de 2001 12 de dezembro de 2001 
estabelece o conteestabelece o conteúúdo mdo míínimo nimo 
para elaborapara elaboraççãão do PEI o do PEI 
 
A Resolução CONAMA 293/2001 prevê como conteúdo mínimo do PEI os seguintes itens: 
 
• Cenários Acidentais; 
 
• Estrutura Organizacional; 
 
• Análise de Vulnerabilidade; 
 
• Equipamentos e Materiais de Resposta e 
 
• Procedimentos Operacionais de Resposta 
 
 A Análise de Vulnerabilidade realizada para o PEI consiste em definir o cenário mais crítico 
para instalação envolvida, coletar os dados, realizar modelagem hidrodinâmica e de transporte de 
óleo para obtenção do mapa de vulnerabilidade. As manchas de óleo obtidas são em geral plotadas 
em mapa que mostra também as áreas sensíveis que podem ser atingidas. 
 
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 28 
 
Mapa de 
Sensibilidade
Plano de Emergência Individual (PEI)
 
 Como conteúdo mínimo são requisitados também os seguintes procedimentos de resposta 
previstos para controle e limpeza de derramamento de óleo para cada cenário acidental considerado: 
 
� Procedimentos para Interrupção da Descarga de Óleo; 
� Procedimentos para Contenção do Derramamento de Óleo; 
� Procedimentos para Proteção das Áreas Vulneráveis; 
� Procedimentos para Monitoramento da Mancha de Óleo Derramado; 
� Procedimentos para Recolhimento do Óleo Derramado; 
� Procedimentos para Dispersão Mecânica e Química do Óleo Derramado; 
� Procedimentos pra Limpeza da Área Atingida; 
� Procedimentos para Coleta e Disposição dos Resíduos Gerados; 
� Procedimentos para Deslocamento dos Recursos; 
� Procedimentos para Obtenção e Atualização de Informações Relevantes; 
� Procedimentos para Registro das Ações de Resposta; 
� Procedimentos para Proteção de Populações; 
� Procedimentos para Proteção da Fauna. 
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 29 
 
15 REALIZAÇÃO DE TREINAMENTO E SIMULADODO PAE 
 A última etapa de trabalho realizada durante os serviços de elaboração de planos de ação de 
emergência pela DNV consiste no treinamento inicial do plano e na realização de simulado. Estes 
objetivam principalmente: 
• Consolidar a Estrutura Básica e os Procedimentos previstos no Plano; 
• Testar o conhecimento das ações por parte de todos os participantes do simulado; 
• Avaliar o nível de integração entre as equipes; 
• Realizar eventuais ajustes nos documentos que se mostrarem necessários. 
1ª Etapa:
Identificação dos
Cenários de Acidente
2ª Etapa: Vulnerabilidade
(Determinação da Área de
Abrangência dos Acidentes)
3ª Etapa:
Elaboração do Plano de 
Ação de Emergência (PAE)
E
T
A
P
A
S
-Análise Preliminar de Perigos
(APP)
- Uso de Software Específicos
- Estrutura Básica/Recursos
- Procedimentos
- PEI
ETAPAS DO TRABALHO
4ª Etapa:
Realização de Treinamento &
Simulado
- Processo de Melhoria 
Contínua
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 30 
 
 
 
SIMULADOSIMULADO
Requisitos de Sucesso para um 
Plano de Ação e Emergência 
Sempre atualizar e praticar o 
Plano de Emergência
Inspecionar e 
colocar em prática os 
equipamentos de emergência
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 31 
 Finalmente, vale ressaltar que para o bom funcionamento do Plano de Ação de Emergência é 
fundamental que ele seja gerenciado, no sentido de garantir sua constante manutenção, atualização e 
adequação em caso de mudanças, sejam elas relacionadas às instalações, aos produtos, à estrutura 
organizacional, às atribuições e responsabilidades, aos recursos, aos procedimentos ou qualquer 
outro item relevante. 
 
 
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 32 
 
16 COMENTÁRIOS FINAIS 
 Neste módulo foram apresentados os conceitos necessários para o entendimento de um 
sistema moderno de gestão integrada de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade. Foram 
também indicadas algumas das boas práticas de gestão utilizadas internacionalmente por empresas e 
órgãos de controle de saúde, segurança e meio ambiente no exterior e no Brasil. 
 Foi discutida a situação atual no Brasil no que se refere a exigências de apresentação de PGR 
para o processo de licenciamento ambiental de instalações que lidam como produtos perigosos. 
Nesta discussão foi levantado o fato de que, embora os órgãos de controle ambiental estejam 
solicitando a apresentação do PGR, mas não fazem nenhum tipo de auditoria para verificar a real 
implementação do sistema nas empresas licenciadas. Os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente 
(OEMAs) que estão requerendo sistematicamente a apresentação de PGR são: FEEMA-RJ, 
CETESB-SP, FEPAM-RS e CRA-BA. O IBAMA também tem exigido apresentação de PGR nas 
instalações cujo processo de licenciamento ambiental fique sob sua jurisdição. Outro fator discutido 
foi que, na realidade, o PGR não é uma ferramenta de gestão de um “site” mas sim um sistema de 
gestão de segurança de uma empresa, cuja implementação deve ser consistente em todos os “sites” 
da empresa, sejam eles novos ou já existentes.

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