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GEOTECNIA_-FUNDACOES-E-CONTECOES AULA 03

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4 
2 GEOTECNIA E A ENGENHARIA ..................................................................... 5 
2.1 Origem e formação dos solos .................................................................... 7 
2.2 Investigação geotécnica ........................................................................... 10 
2.3 Investigação geoambiental ....................................................................... 12 
2.3.1 Remediação .............................................................................................. 12 
3 FUNDAÇÕES ................................................................................................. 14 
3.1 Fundações rasas ...................................................................................... 15 
3.1.1 Capacidade de carga das fundações e tensão admissível dos solos ....... 16 
3.2 Fundações profundas ............................................................................... 17 
3.2.1 Definições e métodos construtivos das estacas ....................................... 19 
3.2.2 Capacidade de carga das estacas ............................................................ 23 
3.2.3 Fundações por tubulões ........................................................................... 23 
3.2.4 Capacidade de carga dos tubulões .......................................................... 25 
4 CONTENÇÕES .............................................................................................. 26 
4.1 Estrutura de contenção rígida .................................................................. 26 
4.2 Estrutura de contenção flexível ................................................................ 26 
4.3 Tipos de muros ........................................................................................ 27 
4.3.1 Muro de gravidade .................................................................................... 27 
4.3.1.1 Muro de alvenaria de pedras ................................................................. 27 
4.3.1.2 Muro de gabiões .................................................................................... 28 
4.3.1.3 Muro de concreto ciclópico .................................................................... 29 
4.3.1.4 Muro de saco solo-cimento .................................................................... 29 
4.3.1.5 Muro de solo reforçado .......................................................................... 30 
 
3 
 
4.3.1.6 Muro de flexão em concreto armado ..................................................... 30 
4.3.1.7 Muro em fogueira (“crib wall”) ................................................................ 31 
4.3.1.8 Muro de pneus ....................................................................................... 31 
4.3.2 Solo grampeado ....................................................................................... 32 
4.3.3 Cortina ancorada ...................................................................................... 34 
4.4 Sistema de drenagem .............................................................................. 34 
4.4.1 Sistema de drenagem superficial .............................................................. 35 
4.4.2 Sistema de drenagem subsuperficial ........................................................ 35 
4.5 Segurança contra a ruptura global ........................................................... 35 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 GEOTECNIA E A ENGENHARIA 
Todas as obras de engenharia civil são assentadas em um terreno que tem 
como estrutura o solo e, de forma inevitável, o comportamento desse deve ser 
considerado. A observação e análise do comportamento das obras, ao dar atenção 
às peculiaridades dos solos e entender seus mecanismos de comportamentos 
constituem o estudo da mecânica dos solos, estudado amplamente na engenharia 
geotécnica (PINTO, 2006). 
O solo, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS), é 
definido como um manto superficial formado por rocha desagregada, ou seja, 
desunida, misturado com matéria orgânica em decomposição, que contém ainda 
água, ar e organismos vivos (EMBRAPA, [200-?]). O solo apresenta propriedades 
como cor, textura, estrutura, porosidade, dentre outras. Fazem parte da sua 
composição os elementos minerais (45%), como sílica, óxido de alumínio e ferro, o 
ar (25%), a água (25%) e matéria orgânica (5%), porém essas características 
podem variar em função da localização e sazonalidade (CAETANO, 2016). 
Para MACHADO, S. e MACHADO, M. ([1997]), os solos são definidos como 
“material solto, natural da crosta terrestre onde habitamos, utilizado como material 
de construção e de fundação das obras do homem”. Ou ainda, chama-se de solo a 
rocha já decomposta ao ponto granular e passível de ser escavada apenas com o 
auxílio de pás, picaretas e/ou escavadeiras, sendo um conceito mais voltado para 
a engenharia civil. 
De todas as obras de engenharia, as relacionadas à geotecnia, quando 
executadas inadequadamente são responsáveis por grandes impactos e prejuízos, 
sejam eles econômicos ou ambientais. Um exemplo que aconteceu no Brasil foi o 
deslizamento de encostas, que devido ao clima chuvoso e ao crescimento 
desordenado das metrópoles causaram enormes prejuízos. Exemplifica-se, aqui a 
importância de um profissional com conhecimentos geotécnicos, para evitar a 
ocorrência de desastres como esse (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). 
O solo recebe todas as cargas que são transmitidas pelas obras de 
engenharia. Em algumas obras, o solo é utilizado como o próprio material de 
 
6 
 
construção, como no caso dos aterros rodoviários, assim como o concreto e o aço 
que são usados na construção de edifícios e pontes. Inclusive as embarcações 
quando são construídas transmitem ao solo as cargas do seu peso (PINTO, 2006). 
Praticamente todas as obras de engenharia transmitem cargas, de alguma 
forma, sobre o solo. O estudo do comportamento do solo frente ao seu uso é, 
portanto, de fundamental importância. A Figura 1 apresenta os quatro campos de 
aplicação segundo MACHADO, S. e MACHADO, M. ([1997]). 
 
Figura 1. Campos de aplicação voltados à engenharia 
 
Fonte: Adaptada de Machado, S. e Machado, M. ([1997], p. 06). 
 
Os campos de aplicação apresentados na Figura 1 são separados de acordo 
com o elemento a ser construído e dividem-se, conforme MACHADO, S. e 
MACHADO, M. ([1997]), em: 
 
• Fundações: é parte pela qual as cargas da estrutura são descarregadas no 
solo.O tipo de estrutura a ser utilizado e suas características podem ser decididos 
conhecendo-se somente os princípios e aplicação da mecânica dos solos. 
• Obras subterrâneas e estruturas de contenção: estruturas de drenagem, 
dutos, túneis e obras de contenção são exemplos de sistemas que necessitam do 
conhecimento da interação solo-estrutura para serem projetados. 
 
7 
 
• Projeto de pavimentos: os pavimentos podem ser flexíveis ou rígidos. Os 
efeitos de contração e expansão do solo por conta da umidade são problemas no 
projeto de pavimentos flexíveis, por exemplo. Os pavimentos flexíveis dependem do 
solo para transmissão das cargas geradas pelo tráfego. 
• Escavações, aterros e barragens: para sua execução são necessários 
conhecimento da estabilidade dos taludes, do comportamento do solo, da 
quantidade de água e sua influência, dentre outros. 
2.1 Origem e formação dos solos 
Todo solo tem origem na desintegração e decomposição das rochas pela 
ação de agentes intempéricos ou antrópicos. Os agentes intempéricos são 
processos físicos, químicos e biológicos, um exemplo de agente intempérico é a 
chuva. Já os agentes antrópicos são as ações causadas por nós, seres humanos, 
como uma escavação (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). 
O processo de intemperismo é dividido em três grupos: intemperismo físico, 
químico e biológico. Ressalta-se, porém, que na natureza esses processos tendem 
a acontecer ao mesmo tempo, de forma que um tipo de intemperismo auxilia o outro 
no processo de transformação da rocha em solo. 
Os processos de intemperismo físico reduzem o tamanho das partículas, 
aumentando sua área superficial e facilitando o trabalho do intemperismo químico. 
Os processos químicos e biológicos podem causar a completa alteração física da 
rocha e modificar suas propriedades químicas. O intemperismo físico é o processo 
de decomposição da rocha sem a alteração química dos seus componentes. O 
intemperismo químico é o processo de decomposição da rocha sem a alteração 
química dos seus componentes, onde praticamente todo processo desse tipo 
depende da presença de água. No intemperismo biológico a decomposição da 
rocha acontece pelos esforços mecânicos produzidos por vegetais através das 
raízes, por animais através de escavações de roedores, da atividade das minhocas 
ou pela ação do próprio homem ou de ambos (MACHADO, S.; MACHADO, M., 
[1997]). 
 
8 
 
Figura 2. Agentes intempéricos do solo 
 
Fonte: Adaptada de Machado, S. e Machado, M. ([1997], p. 06). 
 
TOLEDO, OLIVEIRA e MELFI (2009) definem o solo como: 
Materiais que se originaram das rochas, por desagregação e 
decomposição (intemperismo), depois por reorganização e, conforme o 
caso, também por erosão, transporte e sedimentação. Os processos de 
desagregação e decomposição das rochas por intemperismo ocorrem na 
superfície dos continentes, na interação entre litosfera-atmosfera-
hidrosfera-biosfera, transformando as rochas duras em materiais móveis. 
Esses mesmos materiais, quando depositados em zonas topográficas mais 
baixas e soterrados por mais sedimentos sobrepostos, em depósitos 
sedimentares, consolidam-se pela pressão e por processos de 
recristalização, tornando-se novamente rochas duras (sedimentares). 
Estas, seguindo o ciclo natural das rochas, acabarão passando por 
metamorfismo ou por fusão parcial ou total, formando novas rochas. 
A crosta terrestre é composta de vários e diferentes tipos de elementos que 
se interligam e formam minerais. Esses minerais podem estar agregados como 
rochas ou como solo (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). Uma rocha, por mais 
endurecida que seja, pode se transformar em um material mais solto devido ao 
intemperismo, servindo de abrigo para pequenos animais e plantas. Já alguns 
minerais da rocha menos resistente ao intemperismo são transformados em argilas, 
onde a água pode infiltrar e deslocar materiais da parte superficial para uma mais 
profunda. É sob a ação de um conjunto de fenômenos biológicos, físicos e químicos 
que um solo começa a se formar (LEPSCH, 2010). 
 
9 
 
As partículas resultantes do processo de intemperismo dependerão 
fundamentalmente da composição da rocha matriz e do clima da região. O solo é o 
produto da decomposição das rochas e, por isso, apresenta um maior índice de 
vazios do que a rocha mãe, os quais são ocupados por fluidos da natureza, como o 
ar, a água ou outro. Devido ao seu pequeno índice de vazios e as fortes ligações 
existentes entre os minerais, as rochas são coesas, enquanto que os solos são 
granulares. Os grãos do solo estão misturados com a matéria orgânica. Desta 
forma, podemos dizer que para a engenharia, solo é um material granular composto 
de rocha decomposta, água, ar (ou outro fluido) e eventualmente matéria orgânica, 
que pode ser escavado sem o auxílio de explosivos (MACHADO, S.; MACHADO, 
M., [1997]). 
De acordo com CAETANO (2016): 
A formação do solo é resultante da ação combinada de cinco fatores: clima 
(pluviosidade, umidade, temperatura), natureza dos organismos 
(vegetação, microrganismos decompositores, animais), material de origem 
(rocha local), relevo (morros, planícies) e idade. 
Conforme observado, as propriedades do solo, mais arenoso ou mais 
argiloso, por exemplo, variam em função de muitos processos ambientais e 
químicos. Os mapas geológicos, assim como ensaios de reconhecimento, do local 
de análise podem auxiliar na identificação do tipo de solo existente na obra que será 
realizada. O conhecimento do local onde vai ser executada a obra é importantíssimo 
quando se tem como objetivo uma construção segura e adequada. 
Segundo DAS (2007): 
A estrutura do solo é definida como o arranjo geométrico de partículas, 
umas em relação às outras, e essa estrutura pode ser afetada por muitos 
fatores, entre eles: forma, composição mineralógica das partículas, 
tamanho, natureza e composição da água do solo. 
Um solo pode ser dividido em duas classes: 
 
• Solos coesivos: subdivida em duas categorias principais, alveolares e com 
grãos isolados, essa classe é caracterizada por apresentar elevado intervalo de 
 
10 
 
índice de vazios. Nessa classe, carregamentos abruptos e/ou carga elevada, levam 
a estrutura à ruptura, resultando em recalques expressivos. 
• Solos não coesivos: os grãos são muitos finos, na maioria dos casos 
imperceptíveis a olho nu. As argilas com esse tipo de estrutura apresentam um alto 
índice de vazios e pouco peso. 
2.2 Investigação geotécnica 
A quantidade de dados necessária à determinação é relativa a cada situação, 
oscilando em função de variáveis como: porte da edificação, funcionalidade, 
concepção estrutural adotada, problemas relativos ao solo, entre outras. 
Segundo SCHNAID (2000), o custo envolvido na execução de sondagens de 
reconhecimento, no Brasil, varia entre 0,2 e 0,5% do custo total da obra, sendo que 
essas informações geotécnicas são indispensáveis na previsão dos custos para a 
solução de projetos. Porém existem casos em edificações residenciais, onde estes 
valores podem alcançar 3 e 4%. Nestas situações, cabe ao projetista avaliar cada 
caso, qualificando a implantação da infraestrutura. 
BORNSALES Engenharia (2018) descreve que: 
O plano de investigação geotécnica consiste no planejamento e execução 
de ensaios de campo e laboratório, com o objetivo de identificar as 
camadas de solo e substrato rochoso, permitindo definir o modelo de 
comportamento do terreno de fundação e os valores dos parâmetros 
geotécnicos. 
Para fins de projeto e execução, as investigações do terreno de fundação 
constituído por solo, rocha, mistura de ambos ou rejeitos compreendem: 
 
• Investigações de campo 
Sondagens a trado, conforme a NBR 9603: 
Esta norma estabelece os requisitos mínimos para sondagem a trado em 
investigação geológico-geotécnica, dentro dos limites impostos pelo 
equipamento e pelas condições do terreno, com a finalidade de coleta de 
amostras deformadas, determinaçãoda profundidade do nível d'água, e 
identificação preliminar das camadas de solo que compõem o subsolo. 
 
11 
 
Poços e trincheiras, conforme a NBR 9604: 
Esta norma especifica os requisitos para os procedimentos básicos na 
abertura de poço e trincheira, bem como os critérios para retirada de 
amostras deformadas e indeformadas de solo. 
De inspeção ou de amostragem, sondagens de simples reconhecimento à 
percussão, sondagens rotativas e sondagens especiais para retirada de amostras 
indeformadas conforme a NBR 9820; 
Esta norma fixa as condições exigíveis para a coleta, acondicionamento e 
transporte de amostras indeformadas de solos de baixa consistência em 
furos de sondagem, para fins de engenharia geotécnica. 
Ensaios in situ de permeabilidade ou determinação da perda d’água; 
Medições de níveis d’água e de pressões neutras; 
Medições dos movimentos das águas subterrâneas; 
Processos geofísicos de reconhecimento; 
Realização de provas de carga no terreno ou nos elementos de fundação; 
 
As sondagens de reconhecimento à percussão são indispensáveis e devem 
ser executadas de acordo com a NBR 6484, levando-se em conta as peculiaridades 
da obra em projeto. 
Prescreve o método de execução de sondagens de simples 
reconhecimento de solos, com SPT, cujas finalidades, para aplicações em 
Engenharia Civil, são: a determinação dos tipos de solo em suas 
respectivas profundidades de ocorrência; a posição do nível-d ‘água; e os 
índices de resistência à penetração (N) a cada metro. 
Quadro 1. Quantidade de furos de sondagem (NBR 8036) 
Conforme área de projeção em planta: 
 
ÁREA DE PROJEÇÃO (m²) QUANTIDADE DE FUROS 
<1200 1 a cada 200 m² 
Entre 1200 e 2400 1 a cada 400 m² que excederem 1200 m² 
>2400 De acordo com o plano da obra 
 
 
12 
 
Quadro 2. Quantidade de sondagem (NBR 8036) 
Quantidade mínima: 
 
ÁREA DE PROJEÇÃO (m²) QUANTIDADE DE SONDAGENS 
<200 2 
200 m² < Área de projeção < 400 m² 3 
2.3 Investigação geoambiental 
O termo investigação geoambiental é um estudo de caráter multidisciplinar 
que realiza o diagnóstico de uma área, contaminada ou não, determinando suas 
condições de uso e ocupação, e oferecendo subsídios principalmente para projetos 
de remediação (BOSCOV, 2008). 
Durante uma investigação geoambiental, além do conhecimento dos 
parâmetros geológico-geotécnicos, também é necessário obter conhecimento sobre 
as condições hidro geológicas, condições atmosféricas e as influências do meio 
biótico, incluindo as características físico-químicas dos poluentes (BOSCOV, 2008). 
2.3.1 Remediação 
A remediação de locais contaminados é uma área de grande aplicação para 
a geotecnia, tanto em razão das obras que devem ser implementadas como pela 
necessidade de tomada de decisões com incertezas – competência dos 
engenheiros desenvolvida em outras áreas da atuação anteriormente ao surgimento 
da Geotecnia Ambiental (BOSCOV, 2008). 
Na remediação ambiental, o engenheiro geotécnico geralmente trabalha em 
equipe com geólogos, químicos, biólogos, toxicologistas, agrônomos, engenheiros 
ambientais, engenheiros químicos e engenheiros mecânicos. Há também interfaces 
com advogados, legisladores, gestores e órgãos fiscalizadores. Além da 
multidisciplinaridade e do caráter forense, outra característica dos trabalhos de 
remediação é a comunicação com o público e a imprensa, pouco usuais em outras 
obras de engenharia (BOSCOV, 2008). 
 
13 
 
Segundo a CETESB (2007): 
Uma área contaminada pode ser definida como um local ou terreno onde 
há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução 
de quaisquer substâncias ou resíduos que ali foram depositados, 
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, 
acidental ou até mesmo natural. 
A expressão remediação de áreas contaminadas compreende a recuperação 
do subsolo e das águas subterrâneas contaminados ou poluídos. Pode significar 
tanto a limpeza total (clean up) da área como a diminuição do impacto da 
contaminação a limites aceitáveis. O engenheiro pode tanto trabalhar no 
gerenciamento de áreas contaminadas como no projeto de determinada técnica de 
remediação (BOSCOV, 2008). 
A recuperação de áreas degradadas, embora seja um termo geral para a 
atuação sobre locais que sofreram impacto ambiental, tem sido mais utilizado para 
impactos não relacionados à introdução de substâncias ou resíduos, como a 
desertificação e a erosão (BOSCOV, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3 FUNDAÇÕES 
Fundações são elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas 
atuantes sobre a superestrutura da edificação para o maciço de solo. Portanto, o 
tipo de fundação utilizado depende das cargas transmitidas pela estrutura e das 
características geotécnicas do maciço de solo. A topografia do terreno e as 
características das construções vizinhas também influenciam no projeto de 
fundações (VELLOSO; LOPES, 2010). 
Assim, analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em 
ordem crescente de complexidade e custos (WOLLE, 1993). 
As fundações podem ser classificadas em rasas ou profundas. Nas 
fundações rasas, a transmissão de cargas se dá nas primeiras camadas do maciço 
de solo. Nas fundações profundas, por outro lado, a capacidade de suporte 
necessária para resistir às cargas transmitidas pela edificação somente é obtida em 
camadas mais profundas do maciço de solo (SANTOS, 2017). 
Incertezas estão presentes em todo o canteiro de obra, até mesmo em 
construções com alto nível de planejamento. No caso da fundação de uma 
edificação o cuidado na decisão deve ser ainda maior. Logo que um construtor inicia 
o projeto de sua obra, ele se depara com uma das decisões mais impactante do seu 
empreendimento: definir qual tipo de fundação irá executar para sustentar sua 
edificação. Ainda mais desafiante que optar por um ou outro método, é lidar com a 
possível carência de conhecimento técnico do proprietário da obra, em que muitas 
vezes culmina em total “terceirização” da tomada de decisão ao projetista ou aos 
fornecedores que executam o serviço. Todavia, a inexistência de discussões sobre 
o tema pode ocasionar indesejados custos ou até mesmo problemas à edificação 
(NUERNBERG 2018). 
Fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total do 
edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 10 
vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso (BRITO, 1987). 
 
15 
 
3.1 Fundações rasas 
As fundações rasas — também denominadas superficiais — são aquelas em 
que a transmissão de cargas ocorre logo nas primeiras camadas do maciço de solo. 
De modo geral, considera-se como fundação rasa aquela executada com até 2 m 
de profundidade. 
Nas fundações rasas, as cargas são transmitidas diretamente ao terreno 
pelas pressões distribuídas sob a base da fundação. Isso resulta na mobilização de 
esforços resistentes exclusivamente na superfície de contato entre a base da 
fundação e o solo (CINTRA; AOKI; ALBIERO, 2011). Desse modo, as fundações 
rasas são classificadas como fundações diretas. 
O projeto de fundações rasas deve satisfazer os seguintes critérios, de 
acordo com REBELLO (2008, p. 41): 
As camadas superficiais do maciço de solo devem possuir resistência 
suficiente para resistir às cargas transmitidas pelos elementos de 
fundação; 
Os elementos de fundação devem ser executados com profundidade 
máxima de 2 m, visto que profundidades superiores elevariam os custos 
deescavação e reaterro. 
As fundações rasas podem ser divididas, de acordo com as suas 
características estruturais, em quatro grupos principais: blocos, sapatas, vigas de 
fundação e radiers. Veja no Quadro 3 as principais características de cada grupo. 
 
Quadro 3. Principais grupos de fundações rasas 
GRUPO DESCRIÇÃO 
Bloco Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado 
de modo que as tensões de tração nele resultantessejam 
resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura. 
Pode ter as faces verticais, inclinadas ou escalonadas e 
apresentar planta de seção quadrada ou retangular. 
Sapata Elemento de fundação 
superficial, de 
concreto armado 
dimensionado de 
modo que as tensões 
Sapatas 
isoladas 
 
 
 
Cada elemento de 
fundação recebe e 
transmite o 
carregamento de um 
único pilar. 
 
16 
 
de tração nele 
resultantes sejam 
resistidas pelo 
emprego de armadura 
especialmente 
dispostas para esse 
fim. Pode ter 
espessura constante 
ou variável e sua 
base em planta é 
normalmente 
quadrada, retangular 
ou trapezoidal. 
Sapatas 
associadas 
 
Sapata comum a mais 
de um pilar. 
 
 
Sapatas 
corridas ou 
baldrames 
 
Sapata sujeita à 
ação de uma carga 
distribuída 
linearmente ou de 
pilares ao longo de 
um mesmo 
alinhamento. 
Vigas de 
fundação 
As vigas de fundação são elementos de fundação lineares, 
formados por vigas de concreto armado, que recebem vários 
pilares situados no mesmo alinhamento. O cruzamento de 
várias vigas de fundação resulta em uma estrutura 
denominada grelha de fundação. 
Radier Elemento de fundação superficial que abrange parte ou 
todos os pilares de uma estrutura, distribuindo os 
carregamentos. 
Fonte: Adaptado de ABNT (2019). 
3.1.1 Capacidade de carga das fundações e tensão admissível dos solos 
A capacidade de carga de uma fundação (σr) é definida como: 
A tensão transmitida pelo elemento de fundação capaz de provocar a 
ruptura do solo ou a sua deformação excessiva. 
A capacidade de carga das fundações depende de uma série de variáveis, 
como por exemplo, das dimensões do elemento de fundação, da profundidade de 
assentamento, das características dos solos. 
Segundo a NBR 6122/2019, a capacidade de carga dos solos pode ser 
calculada por vários métodos, destacando-se: 
 
• Provas de carga sobre placas, cujos resultados devem ser interpretados 
levando-se em consideração as relações de comportamento entre a placa e a 
fundação real; 
 
17 
 
• Métodos teóricos, como as formulações clássicas desenvolvidas por 
Terzaghi (1943), Meyehof (1963), Vésic (1974), que são baseadas principalmente 
nas propriedades de resistência ao cisalhamento e compressibilidade dos solos; 
• Métodos empíricos, nos quais a capacidade de carga é obtida com base na 
descrição das condições do terreno e em tabelas de tensões básicas; 
• Métodos semi-empíricos: aqueles em que as propriedades dos materiais são 
estimadas por meio de correlações e são usadas em teorias da Mecânica dos Solos. 
 
De acordo com a NBR 6122/2019, a tensão admissível de uma fundação 
direta é: 
A tensão aplicada ao solo que provoca apenas recalques que a construção 
pode suportar sem inconvenientes, oferecendo segurança satisfatória 
contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento estrutural, 
Podendo ser obtida segundo duas filosofias de projeto diferentes: 
 
• Aplicando-se um fator de segurança global à capacidade de carga obtida por 
qualquer um dos métodos citados anteriormente. Neste caso, o valor deste fator de 
segurança depende da precisão da metodologia empregada para o cálculo da 
capacidade de carga, sendo normalmente, definida pelo seu autor em função das 
incertezas envolvidas (estimativas dos carregamentos, propriedades dos solos) 
(CINTRA et al., 2003); 
• Pela aplicação dos fatores de segurança parciais, aos parâmetros de 
resistência do maciço de solos. Neste caso, a tensão admissível é igual ao valor da 
capacidade de carga obtida por qualquer método a partir dos parâmetros de 
resistência do solo empregados (CINTRA et al., 2003). 
3.2 Fundações profundas 
As fundações profundas se caracterizam por transmitir as cargas 
provenientes da estrutura por meio da sua base (resistência de ponta), da sua 
superfície lateral (resistência de fuste ou resistência de atrito lateral) ou da 
 
18 
 
combinação das duas. Desse modo, essas fundações são classificadas como 
indiretas (VELLOSO; LOPES, 2010). 
Nas fundações profundas a profundidade de assentamento deve ser maior 
que o dobro da menor dimensão em planta do elemento de fundação, conforme 
esquematicamente mostrado na Figura 3 (NBR 6122/2019). 
 
Figura 3. Fundação profunda segundo a NBR 6122/2019. 
 
Fonte: Adaptado de NBR 6122/2019. 
 
De acordo com a NBR 6122/2019, se enquadram na definição apresentada 
acima os seguintes elementos: 
 
Quadro 4. Grupos de fundações profundas 
GRUPO DESCRIÇÃO 
Estacas Elemento de fundação profunda executado com o auxílio de 
ferramentas ou equipamentos sem que haja descida de 
operário em qualquer fase de execução (cravação a 
percussão, prensagem, vibração, ou por escavação), 
podendo ser constituído de madeira, aço, concreto. 
Tubulões Elemento cilíndrico de fundação profunda que, em pelo 
menos na sua fase final, ocorre descida de operário, 
podendo ser executado a céu aberto ou a ar comprimido, e 
ter ou não, a base alargada. 
 
19 
 
Caixões Elemento de fundação de forma prismática, concretado na 
superfície do terreno, e instalado por escavação interna, 
podendo-se ainda na sua instalação usar, ou não, ar 
comprimido, e ter, ou não, a sua base alargada. 
Fonte: Adaptado de ABNT (2019). 
As fundações profundas são normalmente utilizadas quando os solos 
superficiais não apresentam capacidade de suportar elevadas cargas, ou 
estão sujeitos a processos erosivos, e também, quando existe a 
possibilidade da realização de uma escavação futura nas proximidades da 
obra (VELLOSO; LOPES, 2010). 
3.2.1 Definições e métodos construtivos das estacas 
• Estaca tipo Franki 
Estaca moldada in loco executada pela cravação, por meio de sucessivos golpes de 
um pilão, de um tubo de ponta fechada por uma bucha seca constituída de pedra e 
areia, previamente firmada na extremidade inferior do tubo por atrito. Esta estaca 
possui base alargada e é integralmente armada (NBR 6122/2019). 
A estaca do tipo Franki foi introduzida como fundação há mais de 85 anos 
por Edgard Frankignoul na Bélgica, sendo empregada pela primeira vez no Brasil 
em 1935, na Casa Publicadora Baptista no Rio de Janeiro (HACHICH et al., 1998). 
 
Figura 4. Esquema representando a execução de uma estaca tipo Franki. 
 
Fonte: Velloso e Lopes (2010, p. 207). 
 
 
20 
 
• Estacas tipo broca 
Tipo de fundação profunda executada por perfuração com trado, e posterior 
concretagem in loco, normalmente com diâmetro variando entre 15 e 25 cm e 
comprimento de até 6,0 m. As estacas tipo broca são normalmente empregadas 
para pequenas cargas, pelas limitações que envolvem o seu processo de execução. 
As estacas tipo broca apresentam como vantagem o fato de não provocar 
vibrações durante a sua execução, evitando desta forma, danos nas estruturas 
vizinhas, além de poder servir de cortinas de contenção para construção de 
subsolos, quando executadas de forma justapostas. Entretanto, as principais 
desvantagens referem-se às limitações de execução em profundidades abaixo do 
nível d’água, principalmente em solos arenosos, devendo-se também evitar a sua 
execução em argilas moles saturadas, a fim de evitar possíveis estrangulamentos 
no fuste da estaca. 
 
 Figura 5. Esquema de trado rotativo. 
 
Fonte: Rebello (2008, p. 70). 
 
• Estaca tipo Strauss 
Estaca executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e 
revestimento total com camisa metálica, realizando-se gradativamente o 
 
21 
 
lançamento e apiloamento do concreto, com retirada simultânea do 
revestimento (NBR 6122/2019). 
A execução requer um equipamento constituído de um tripé de madeira ou 
de aço, um guincho acoplado a um motor (combustão ou elétrico), uma sonda de 
percussão munida de válvula em sua extremidade inferior, para a retirada de terra, 
um soquete com aproximadamente 300 kg, tubulação de aço com elementos de 2 
a 3 metros de comprimento, rosqueáveis entre si, um guincho manual para retirada 
da tubulação,além de roldanas, cabos de aço e ferramentas. 
 
• Estacas escavadas mecanicamente com trado helicoidal 
Este tipo de estaca é executado a partir de uma escavação prévia feita no 
terreno por um trado helicoidal mecânico onde, posteriormente, é feita a 
concretagem in loco. Pelas características do processo executivo pode-se observar 
que este tipo de estaca é encontra-se no grupo de estacas que não provocam 
descolamento do solo durante a sua execução. 
O equipamento para execução deste tipo de estaca compreende 
basicamente um trado helicoidal mecânico. Em geral o diâmetro das perfuratrizes 
varia de 0,2 m a 1,7 m, podendo-se executar estacas com profundidades variando 
de 6,0 a 10 m, conforme o comprimento do trado utilizado. 
 
• Estacas tipo hélice contínua 
Estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no 
terreno, por rotação, de um trado helicoidal contínuo no terreno e injeção 
de concreto pela própria haste central do trado, simultaneamente à sua 
retirada, sendo a armadura introduzida após a concretagem da estaca 
(NBR 6122/2019). 
Dentre as principais vantagens deste tipo de estaca destacam-se a elevada 
produtividade, promovida pela versatilidade de equipamento, que por sua vez leva 
à economia devido à redução dos cronogramas de obra, pode ser executada na 
maior parte dos maciços de solo, exceto quando ocorrem matacões e rochas, não 
produz distúrbios e vibrações típicos dos equipamentos a percussão, controle de 
qualidade dos serviços executados, além de não causar a descompressão do 
 
22 
 
terreno durante a sua execução. As principais desvantagens estão relacionadas ao 
porte do equipamento, que necessita de áreas planas e de fácil movimentação, pela 
sua produtividade exige central de concreto no canteiro de obras, e pelo seu custo 
é necessário um número mínimo de estacas a se executar para compensar o custo 
com a mobilização do equipamento. 
 
• Estacas injetadas 
Estaca moldada in loco, armada, executada por perfuração rotativa ou 
rotopercussiva e injetada com calda de cimento por meio de um tubo com 
válvulas (manchete). 
As estacas injetadas diferem dos demais tipos por poderem ser executadas 
com maiores inclinações (0º a 90º), apresentar resistência de fuste bastante 
superior, se comparada aos demais tipos de estaca com mesmos diâmetros, e 
resistir a esforços de compressão e tração, desde que convenientemente armadas, 
com a mesma eficiência, pelo fato de resistir à carga de trabalho praticamente 
apenas por atrito lateral (HACHICH et al., 1998). 
Dentre as suas aplicações podem ser citadas: estabilização de encostas, 
reforço de fundações, execução de fundações em terrenos com blocos de rocha ou 
antigas fundações, execução de fundações em alto mar (“offshore”). 
Em função do processo de injeção do agente aglutinante, as estacas 
injetadas são normalmente divididas em dois grupos: 
 
o Estacas-raiz: são aquelas em que se aplicam injeções de ar comprimido, a 
baixas pressões (inferiores a 5,0 MPa), imediatamente após a moldagem do fuste 
e no topo do mesmo, simultaneamente com a remoção do revestimento; 
o Micro estacas: as injeções são realizadas empregando-se válvulas tipo 
“manchete” instaladas nas escavações previamente realizadas. 
 
• Estacas pré-moldadas 
Estaca constituída de segmentos de pré-moldado ou pré-fabricado de 
concreto e introduzida no terreno por golpes de martelo de gravidade, de 
 
23 
 
explosão, hidráulico ou por martelo vibratório. Para fins exclusivamente 
geotécnicos não há distinção entre estacas pré-moldadas e pré-fabricadas, 
e para os efeitos desta Norma elas são denominadas pré-moldadas (NBR 
6122/2019). 
Pela natureza do processo executivo este tipo de estacas classifica-se como 
estacas de grande deslocamento. As estacas pré-moldadas são ainda subdivididas, 
conforme o material empregado na sua execução, em: 
 
o Estacas de concreto 
o Estacas de madeira 
o Estacas metálicas 
3.2.2 Capacidade de carga das estacas 
A capacidade de carga de uma fundação profunda, estaca ou tubulão 
isolado, é definida como a força aplicada sobre o elemento de fundação que provoca 
apenas recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes, oferecendo 
simultaneamente segurança satisfatória contra a ruptura do solo ou do elemento de 
fundação (NBR 6122/2019). 
Segundo ALONSO (1983), o cálculo da capacidade de carga de uma estaca 
pode ser feito por meio de dois métodos: 
 
• Realização de provas de carga; 
• Métodos semi-empíricos, dentre os quais destacam-se o método de Aoki e 
Velloso (1975), e o método de Decourt e Quaresma (1978). 
3.2.3 Fundações por tubulões 
Elemento de fundação profunda em que, pelo menos na etapa final da 
escavação do terreno, faz-se necessário o trabalho manual em 
profundidade para executar o alargamento de base ou pelo menos para a 
limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as 
cargas são resistidas preponderantemente pela ponta (NBR 6122/2019). 
 
24 
 
• Tubulões a céu aberto 
 
Os tubulões a céu aberto são elementos estruturais de fundação profunda 
construídos a partir da concretagem realizada em um poço aberto no terreno, 
geralmente dotado de base alargada (ALONSO, 1983). 
Os tubulões a céu aberto são normalmente executados acima do nível d’água 
natural ou rebaixado, ou, em casos especiais, em terrenos saturados onde seja 
possível bombear a água sem riscos de desmoronamento. No caso de o 
carregamento atuar apenas na direção vertical não há necessidade de se armar o 
tubulão, sendo necessário, neste caso, apenas uma ferragem de topo para a ligação 
do mesmo com o bloco de coroamento (ALONSO, 1983). 
 
• Tubulões a ar comprimido 
 
Os tubulões a ar comprimido, com camisa de concreto, ou de aço, são 
utilizados quando se deseja executar tubulões em solos onde haja água e não seja 
possível o seu esgotamento devido ao perigo de desmoronamento das paredes da 
escavação (HACHICH et al., 1998). 
Neste tipo de tubulão, a pressão máxima de ar comprimido empregada é de 
3,4 atm (340 kPa, ou aproximadamente 34 mca), razão pela qual estes tubulões 
têm sua profundidade limitada a aproximadamente 30 m abaixo do nível d’água. É 
importante ressaltar que no caso de utilização de ar comprimido, em qualquer etapa 
de execução, deve-se observar que o equipamento deve permitir que se atendam 
rigorosamente os tempos de compressão e descompressão prescritos pela boa 
técnica e pela legislação vigente, só se admitindo trabalhos sobre pressões 
superiores a 150 kPa quanto as seguintes providências forem tomadas (HACHICH 
et al., 1998): 
 
• Equipe permanente de socorro médico à disposição da obra; 
• Câmara de descompressão equipada disponível na obra; 
• Compressores e reservatórios de ar comprimido de reserva; 
 
25 
 
• Renovação de ar garantida, sendo o ar injetado satisfatório para o trabalho 
humano. 
3.2.4 Capacidade de carga dos tubulões 
Para a capacidade de carga dos tubulões é válida a mesma definição dada 
pela NBR 6122/2019, e já apresentada anteriormente, para as fundações 
profundas. O cálculo da capacidade de carga dos tubulões normalmente é feito por 
um dos seguintes processos (ALONSO, 1983): 
 
• Formulação clássica de Terzaghi, analogamente ao que já foi exposto para 
o cálculo da capacidade de carga das sapatas, uma vez, que no dimensionamento 
dos tubulões só é levada em consideração a sua resistência de ponta; 
• Com base em ensaios de laboratório, como por exemplo, no caso das argilas, 
em que a tensão admissível pode ser adotada como: 
 
 s = pa 
 
Onde: 
pa: tensão de pré-adensamento das argilas; 
 
• Com base no valor médio da resistência à penetração medida no ensaio SPT 
numa profundidade igual a duas vezes o diâmetro da base, a partir da cota de 
assentamento do tubulão: 
 
30
s
Nspt
  (Mpa) 
 
 
 
 
 
26 
 
4 CONTENÇÕES 
São estruturas projetadas para resistir a empuxos de terra e/ou água, cargasestruturais e quais quer outros esforços induzidos por estruturas vizinhas ou 
equipamentos adjacentes (JOOPERT JR.,2007). 
A estrutura de contenção deve proporcionar a integridade dos vizinhos 
durante a escavação. A necessidade de executarmos as contenções, ou ao menos 
delimitarmos a escavação por taludes, é evidente: a segurança (JOOPERT 
JR.,2007). 
Podemos estudar diversas técnicas de execução de contenção enfocando-
as de diferentes maneiras. Por exemplo: 
 
• Pela existência ou não de contenção em si; 
• Pela transitoriedade da contenção; 
• Pelo funcionamento estrutural da contenção; 
• Pela forma de obtenção de equilíbrio. 
4.1 Estrutura de contenção rígida 
As estruturas de contenção rígidas geralmente são estruturas corridas 
verticais ou quase verticais, geralmente apoiadas sobre uma fundação rasa. Podem 
ser construídas em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em concreto (simples ou armado) 
ou ainda de elementos especiais 
Nesse tipo de estrutura de contenção, o peso próprio do muro exerce uma 
contribuição significante para a estabilidade da estrutura, ficando sujeita apenas a 
deslocamento de translação e de rotação e não apresenta praticamente 
deformações por flexão, como é o caso dos muros de suporte de gravidade. 
4.2 Estrutura de contenção flexível 
As estruturas de contenção flexíveis são definidas como: 
 
27 
 
Estruturas relativamente pouco espessas, que apresentam elevada 
resistência à flexão, dando o peso próprio da parede uma contribuição 
insignificante para a estabilidade da estrutura. 
Já TERZAGHI (1943) é mais pragmático, definindo as estruturas de 
contenção flexíveis como: 
Cortinas que experimentam em serviço deformações por flexão e essas 
deformações são susceptíveis de condicionar a grandeza e a distribuição 
dos empuxos. 
4.3 Tipos de muros 
4.3.1 Muro de gravidade 
Muros de gravidade são estruturas corridas que se opõem aos empuxos 
horizontais pelo peso próprio. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis 
pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5m. Os muros de gravidade podem ser 
construídos de pedra ou concreto (simples ou armado), gabiões ou ainda, pneus 
usados (GEO-RIO, 2014). 
4.3.1.1 Muro de alvenaria de pedras 
Os muros de alvenaria de pedra são os mais antigos e numerosos. 
Atualmente, devido ao custo elevado, o emprego da alvenaria é menos frequente, 
principalmente em muros com maior altura (GEO-RIO, 2014). 
No caso de muro de pedras arrumadas manualmente, a resistência do muro 
resulta unicamente do embricamento dos blocos de pedras. Este muro apresenta 
como vantagens a simplicidade de construção e a dispensa de dispositivos de 
drenagem, pois o material do muro é drenante. Outra vantagem é o custo reduzido, 
especialmente quando os blocos de pedras são disponíveis no local. No entanto, a 
estabilidade interna do muro requer que os blocos tenham dimensões 
aproximadamente regulares, o que causa um valor menor do atrito entre as pedras 
(GEO-RIO, 2014). 
 
28 
 
Muros de pedra sem argamassa devem ser recomendados unicamente para 
a contenção de taludes com alturas de até 2m. A base do muro deve ter largura 
mínima de 0,5 a 1,0m e deve ser apoiada em uma cota inferior à da superfície do 
terreno, de modo a reduzir o risco de ruptura por deslizamento no contato muro-
fundação (GEO-RIO, 2014). 
Quanto a taludes de maior altura (cerca de uns 3m), deve-se empregar 
argamassa de cimento e areia para preencher os vazios dos blocos de pedras. 
Neste caso, podem ser utilizados blocos de dimensões variadas. A argamassa 
provoca uma maior rigidez no muro, porém elimina a sua capacidade drenante. É 
necessário então implementar os dispositivos usuais de drenagem de muros 
impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no tardoz e tubos 
barbacãs para alívio de poro pressões na estrutura de contenção (GEO-RIO, 2014). 
 
Figura 6. Muro de alvenaria de pedras. 
 
Fonte: GEO-RIO (2014). 
4.3.1.2 Muro de gabiões 
Os muros de gabiões são gaiolas metálicas preenchidas de pedras 
arrumadas manualmente. Estas pedras podem ser originadas de rochas 
naturais como os seixos rolados ou artificiais como britas. 
Os diâmetros das pedras devem estar entre 1 a 2 vezes maior que a 
dimensão da malha de aço. Já as gaiolas são constituídas de fios de aço 
galvanizado com dupla torção, que preserva a mesma de deformações caso ocorra 
 
29 
 
ruptura de algum dos fios. As gaiolas são de seções transversais quadradas ou 
retangulares, sobrepostas umas às outras e amarradas entre si (GEO-RIO, 2014). 
A face deste muro é drenante devido as pedras não serem argamassadas, 
sendo necessário, no entanto o uso de geotêxtil associado a uma camada granular 
junto ao tardoz para evitar o carreamento dos grãos finos do solo (GEO-RIO, 2014). 
4.3.1.3 Muro de concreto ciclópico 
Muros de concreto ciclópico são estruturas de contenção construídas com 
blocos de rochas e concreto. Esses blocos de rocha são de dimensões 
diferentes e são tipicamente pedra de mão. 
Sua execução é feita através da montagem da forma e preenchimento com 
concreto e blocos. É indicado para pequenas alturas e sua seção transversal é 
normalmente trapezoidal (GEO-RIO, 2014). 
4.3.1.4 Muro de saco solo-cimento 
Este tipo de contenção é constituída de sacos preenchidos por solo e 
cimento, dispostos em camadas. Sua maior vantagem é sua facilidade de 
adaptação à topografia do local, além de ser de fácil execução. 
Conforme GEO-RIO (2014), a execução consiste das seguintes etapas: 
 
• Peneiramento do solo de granulometria predominantemente granular em 
malha de 9mm; 
• Mistura do solo em seguida com o cimento na proporção entre 1:10 a 1:15; 
• Adição de água potável na quantidade 1% acima da umidade ótima de 
compactação Proctor Normal e colocação da mistura em sacos de poliéster, 
preenchendo dois terços do volume total; 
• Empilhamento dos sacos em camadas desencontradas em relação a 
imediatamente anterior e posterior, garantindo maior entrosamento. 
 
 
 
30 
 
Figura 7. Muro de saco solo-cimento. 
 
Fonte: GEO-RIO (2014). 
4.3.1.5 Muro de solo reforçado 
Os muros de solo reforçado são realizados através de solo compactado com 
algum elemento de reforço, que proporciona maior desempenho mecânico ao solo. 
Segundo ELIAS, CHRISTOPHER E BERG (2001) apud EHRLICH E 
BECKER (2009): 
Muro em solo reforçado é uma solução de fácil execução, não necessita 
de mão de obra especializada, sendo assim econômica e prazo de 
execução reduzido. 
O reforço é determinado pela estabilidade externa e interna e pode ser 
geotêxtil ou geogrelhas, materiais com resistência à tração. Já o solo deve ser de 
bom comportamento para compactação. A face do solo reforçado deve ser 
protegida com vegetação ou alvenaria. 
4.3.1.6 Muro de flexão em concreto armado 
São muros feitos com concreto armado para resistir a esforços de flexão 
provocados pelo empuxo. 
Suas seções transversais na maior parte dos casos são em L, porém T 
invertido pode ser usado para proporcionar alturas maiores. Para maiores alturas 
 
31 
 
pode ser usado contraforte que possibilita um melhor desempenho estrutural 
diminuindo a espessura da parede (GEO-RIO, 2014). 
Quando há limitação de espaço para base e a fundação for resistente, podem 
ser utilizadas ancoragens ou chumbadores na base do muro, atentando-se sempre 
para que a execução destes não prejudique obras no futuro. No caso de fundações 
em solos menos resistentes, há a possibilidade de substituir esse material de baixa 
capacidade por um material com boa resistência, através da compactação ou 
mistura com cimento (GEO-RIO, 2014). 
 
Figura 8. Muro de flexão em concreto armado. 
 
Fonte: GEO-RIO (2014). 
4.3.1.7 Muro em fogueira (“crib wall”) 
“Crib Walls” são: 
Estruturas formadas por elementos pré-moldados de concreto armado, 
madeira ou aço, que são montados no local, em forma de “fogueiras” 
justapostas e interligadas longitudinalmente,cujo espaço interno é 
preenchido com material granular graúdo. 
São estruturas capazes de se acomodarem a recalques das fundações e 
funcionam como muros de gravidade. 
4.3.1.8 Muro de pneus 
Os muros de pneus são: 
 
32 
 
Construídos a partir do lançamento de camadas horizontais de pneus, 
amarrados entre si com corda ou arame e preenchidos com solo 
compactado. 
Funcionam como muros de gravidade e apresentam com vantagens o reuso 
de pneus descartados e a flexibilidade. A utilização de pneus usados em obras 
geotécnicas apresenta-se como uma solução que combina a elevada resistência 
mecânica do material com o baixo custo, comparativamente aos materiais 
convencionais. 
Sendo um muro de peso, os muros de solo-pneus estão limitados a alturas 
inferiores a 5m e à disponibilidade de espaço para a construção de uma base com 
largura da ordem de 40 a 60% da altura do muro. No entanto, deve-se ressaltar que 
o muro de solo-pneus é uma estrutura flexível e, portanto, as deformações 
horizontais e verticais podem ser superiores às usuais em muros de peso de 
alvenaria ou concreto. Assim sendo, não se recomenda a construção de muros de 
solo-pneus para contenção de terrenos que sirvam de suporte a obras civis pouco 
deformáveis, tais como estruturas de fundações ou ferrovias. 
Como elemento de amarração entre pneus, recomenda-se a utilização de 
cordas de polipropileno com 6mm de diâmetro. Cordas de náilon ou sisal são 
facilmente degradáveis e não devem ser utilizadas. O peso específico do material 
solo-pneus utilizado em muro experimental foi determinado a partir de ensaios de 
densidade no campo e varia na faixa de 15,5 kN/m3 (solo com pneus inteiros) a 
16,5 kN/m3 (solo com pneus cortados) (MEDEIROS et al.; 1997). 
O posicionamento das sucessivas camadas horizontais de pneus deve ser 
descasado, de forma a minimizar os espaços vazios entre pneus. 
4.3.2 Solo grampeado 
Solo grampeado é uma contenção feita através de grampos introduzidos 
no terreno, resistentes à flexão composta, reduzindo a deformação do solo. 
Esses grampos, conforme o GEO-RIO (2014), são elementos passivos que 
só são solicitados quando o solo sofre deformação, sendo no projeto considerado 
sua resistência a tração e em alguns casos sua resistência ao cisalhamento. 
 
33 
 
A execução é realizada através da escavação em etapas. Em cada etapa 
uma espessura de solo, em geral de 1 a 2 m, é escavado e em seguida instalado o 
grampo. Antes da perfuração, os grampos devem receber tratamento anticorrosivo. 
A instalação é feita perfurando em aproximadamente 15° com horizontal o talude já 
escavado, com perfuração de diâmetros entre 75 mm e 125 mm. Após a perfuração, 
o grampo é inserido e injeta-se calda de cimento sem pressão (GEO-RIO, 2014). 
A execução da face é de fundamental importância para evitar a erosão 
superficial e a estabilidade do solo entre os grampos. A face comumente é realizada 
em concreto projetado, porém pode ser empregado a revegetação ou blocos pré-
moldados. O concreto projetado é empregado com uma tela metálica para garantir 
a estabilidade superficial, sendo usado em áreas de fácil acesso (GEO-RIO, 2014). 
 
Figura 9. Etapas de escavação de uma contenção em solo grampeado. 
 
Fonte: GEO-RIO (2014). 
 
Figura 10. Fases de execução da 6° etapa evidenciada na Figura 9. 
 
Fonte: GEO-RIO (2014). 
 
34 
 
4.3.3 Cortina ancorada 
Cortina ancorada funciona como uma contenção através de paredes 
verticais ou sub verticais de concreto armado com ancoragens fixadas no 
terreno. 
As paredes apresentam espessura entre 20 e 40 cm, sendo está definida 
através do espaçamento entre as ancoragens e das cargas solicitadas. 
Quando a cortina é executada para conter um talude que vai ser cortado, sua 
execução é realizada pelo método descendente em nichos. Cada faixa é escavada 
em nichos alternados, executando as ancoragens nos trechos cortados (GEO-RIO, 
2014). 
A ancoragem é composta por calda de cimento e barra de aço e pode ser 
dividido em dois trechos, o ancorado e o livre. O trecho ancorado transmite a carga 
de tração ao terreno através da calda de cimento e o trecho livre transmite a carga 
de tração entre a cabeça da ancoragem e o trecho ancorado (GEO-RIO, 2014). 
 
Figura 10. Seção transversal de uma cortina ancorada típica. 
 
Fonte: GEO-RIO (2014). 
4.4 Sistema de drenagem 
Para um comportamento satisfatório de uma estrutura de contenção, é 
fundamental a utilização de sistemas eficientes de drenagem. Os sistemas de 
drenagem podem ser superficiais ou internos (GEO-RIO, 1999). 
 
35 
 
4.4.1 Sistema de drenagem superficial 
Devem captar e conduzir as águas que incidem na superfície do talude, 
considerando-se não só a área da região estudada como toda a bacia de captação. 
Diversos dispositivos (canaletas transversais, canaletas longitudinais de descida 
(escada), dissipadores de energia, caixas coletoras) podem ser selecionados para 
o projeto, dependendo da natureza da área (ocupação densa, com vegetação), das 
condições geométricas do talude, do tipo de material (solo/rocha) (GEO-RIO, 1999). 
4.4.2 Sistema de drenagem subsuperficial 
Têm como função controlar as magnitudes de pressões de água e/ou captar 
fluxos que ocorrem no interior dos taludes (drenos horizontais, trincheiras drenantes 
longitudinais, drenos internos de estruturas de contenção, filtros granulares e 
geodrenos). Estes sistemas tendem a causar rebaixamento do nível piezométrico, 
sendo o volume de água que flui através dos drenos diretamente proporcional ao 
coeficiente de permeabilidade e ao gradiente hidráulico. Com o rebaixamento do 
nível piezométrico, o gradiente hidráulico diminui e o fluxo então vai se reduzindo 
progressivamente até se restabelecer uma condição de regime permanente. Em 
solos de baixa condutividade hidráulica, esta redução pode significar a inexistência 
de um volume de drenagem visível a olho nu, a qual não deve, entretanto, ser 
associada à deterioração do dreno. Este tipo de comportamento muitas vezes gera 
dúvidas quanto à eficácia do sistema de drenagem, sugerindo a possibilidade de 
colmatação. Neste sentido, recomenda-se a monitoração contínua, através da 
instalação de piezômetros, comparando-se registros antes, durante e após a 
construção (GEO-RIO, 1999). 
4.5 Segurança contra a ruptura global 
A verificação de um sistema de contenção quanto a sua segurança em 
relação a estabilidade geral consiste na verificação de um mecanismo de ruptura 
 
36 
 
global do maciço. Neste caso, a estrutura de contenção é considerada como um 
elemento interno à massa de solo, que potencialmente pode se deslocar como um 
corpo rígido. Normalmente essa verificação consiste em se garantir um coeficiente 
de segurança adequado à rotação de uma massa de solo que se desloca ao longo 
de uma superfície cilíndrica; isto é (NBR 11682/2009): 
 
FSglobal = 
resistentes
instabilizantes
M
M


 
1,3
1,5
obras provisórias
obras permanentes


 
 
Para o cálculo do fator de segurança pode ser utilizado qualquer método de 
cálculo de equilíbrio limite, normalmente empregado para avaliação da estabilidade 
de taludes (NBR 11682/2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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2015. 
 
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ABNT, 2016. 
 
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