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Cecília - Estudo dirigido

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Helena Kira – 2º período
Serviço Social I
Profª. Cecília
Estudo Dirigido
	O processo de aparecimento do Serviço Social no Brasil é composto por dois períodos distintos: o da profissionalização e o da institucionalização da profissão, pelos quais são definidos pelo posicionamento e pela atuação da Igreja, do Estado e do empresariado. Dessa forma, pode-se compreender que há mudanças nas ações de cada instituição, com o intuito de se adaptar ao contexto social, político e econômico de cada um desses momentos. Assim, o assistente social conquista espaço na sociedade e se mostra cada vez mais imprescindível para a atuação frente à relação capital/trabalho.
	O surgimento do Serviço Social parte da contradição antagônica entre a burguesia e o proletariado, ou seja, de um projeto reformista conservador, que tem como objetivo a manutenção da ordem burguesa, no qual levará a Questão Social à um âmbito deslocado da economia política, desvinculado à dinâmica econômica do capital, sendo assim justificada como uma questão de moralização. Dessa forma, a política social é implementada como demanda estratégica de retenção as lutas sociais.
	Assim sendo, profissionalização do Serviço Social, iniciada nos primórdios da década de 1920 e se concluindo em 1938, a partir das protoformas do próprio Serviço Social, se refere à necessidade de criar cursos preparatórios às agentes que poderiam administrar as medidas de controle social impostas pelo Estado. Com isso, mantia-se uma postura de “não negociação” frente à Questão Social, na qual era tratada como uma problematização fruto da individualização e da moralização, enfrentada, predominantemente, pela vida da repressão, como “caso de polícia”, como pronunciada pelo presidente Washington Luís. No entanto, com o início da efervescência das lutas reivindicatórias da classe trabalhadora, o Estado passa a implementar as primeiras legislações sociais mais amplas, como o Decreto Legislativo 3.724, que responsabilizava as empresas industriais pelos acidentes de trabalho. Dessa forma, o empresariado mantia uma posição de negociação, sem a intervenção direta, diferentemente da do Estado, na qual percebe a necessidade da profissão para atuar nas áreas de benefícios implantados pelas próprias empresas que tinham o objetivo de abaixar os salários dos trabalhadores e, também, de impedir greves (pelo risco que os trabalhadores tinham de perder os benefícios). Em ultimas estância, a Igreja, como primeira fase da reação católica, a Igreja, a partir da revista “A Ordem” e o Centro Dom Vital, terá uma postura mobilização do laicato (apesar da Constituição de 1981 que decretava a laicização do Estado) e, com isso, promove outro trato da Questão Social. A criação da Confederação Católica, que tinha a função de controlar politicamente e dinamizar os primeiros embriões do apostolado social, é um exemplo da atuação. Posiciona-se de modo passivo, porém também sem espaço para negociações, demonstrando cooperação e apoio às oligarquias rurais. Dessa forma, a profissão é analisada como uma iniciativa do grupo e frações de classe, por intermédio da Igreja, como uma forma de administrar a caridade prestada, sendo os atuantes com caráter voluntário e não assalariados.
	Já a parir de 1940, o segundo período, o de institucionalização da profissão, é caracterizado pela criação de grandes instituições presidenciais e de politicas sociais, no qual a Questão Social passa a ser vista como “caso de política” e não mais de maneira coercitiva. Nesse período, o empresariado demonstra descontentamento com algumas reivindicações conquistadas pelos trabalhadores frente ao Estado, como o direto às férias. A Igreja, por sua vez, iniciada a segunda fase da reação católica em 1932, adquire o objetivo de recristianizar a sociedade burguesa. Diante isso, o Serviço Social passa a ser institucionalizado como uma profissão reconhecida e legitimada pelo Estado e pelo bloco dominante, como uma das engrenagens das politicas sociais, portanto, o trabalhador dessa área torna-se assalariado.

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