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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jozelma de Oliveira Ramos 
 
Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2019). Mestre em 
Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010). Graduada em Letras 
coA autora é licenciada em Letras-português (2010) e em Letras Português-Francês (2016) 
pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui Mestrado em Estudos Literários 
(2013) pela (UFMG) e concluiu o doutorado em Letras (2019) pela Pontifícia Universidade 
Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Atualmente, está em estágio pós-doutoral no 
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários (Poslit – UFMG). 
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 
 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Fabiana Miraz de Freitas Grecco 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Bruna Luiza Mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Guilherme Prado Salles 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 Taisser Gustavo de Soares Duarte 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização 
escrita do editor. 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
http://www.faculdadeunica.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles 
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos 
científico (artigos, monografias, dissertações e teses), 
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e 
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo 
abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes nas quais você deve ter maior atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de 
determinados termos/palavras mostradas ao longo do 
livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre 
questões citadas em cada unidade, associando-o a 
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu 
cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
LINGUAGEM E DIVERSIDADE .................................................................... 9 
1.1 LINGUAGEM E DIVERSIDADE .................................................................................. 9 
1.2 LINGUAGEM COMO “EXPERIÊNCIA HUMANA” ................................................. 11 
1.3 LINGUAGEM E PODER .......................................................................................... 13 
1.4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO ....................................................................... 14 
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 17 
 
TEXTO E COMUNICAÇÃO ....................................................................... 22 
2.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 22 
2.2 COERÊNCIA TEXTUAL............................................................................................ 23 
2.3 COESÃO TEXTUAL ................................................................................................. 26 
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 30 
 
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL ................................................ 36 
3.1 CONCORDÂNCIA NOMINAL ............................................................................... 36 
3.2 REGRAS BÁSICAS DA CONCORDÂNCIA NOMINAL .......................................... 37 
3.3 CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................... 40 
3.4 REGRAS BÁSICAS DA CONCORDÂNCIA VERBAL .............................................. 41 
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 43 
 
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.............................................................. 47 
4.1 REGÊNCIA VERBAL ............................................................................................... 47 
4.2 REGRAS BÁSICAS DA REGÊNCIA VERBAL ........................................................... 47 
4.3 VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS ............................................................................ 48 
4.4 VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS ......................................................................... 49 
4.5 VERBOS QUE PODEM SER TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS ....................... 50 
4.5.1 Verbos transitivos diretos e indiretos ............................................. 50 
4.5.2 Mudança de transitividade: modificação do sentido do verbo
 .............................................................................................................. 51 
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 54 
OUTROS ASPECTOS GRAMATICAIS ....................................................... 57 
5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 57 
5.2 COLOCAÇÃO PRONOMINAL: OS CASOS DE PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE
 ............................................................................................................................... 57 
5.3 PONTUAÇÃO E ACENTUAÇÃO ............................................................................ 60 
5.3.1 Pontuação ......................................................................................... 60 
5.4 ACENTUAÇÃO ...................................................................................................... 62 
5.5 PALAVRAS OXÍTONAS, PAROXÍTONAS E PROPAROXÍTONAS ........................... 63 
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 64 
GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS .................................................................... 67 
6.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 67 
6.2 DESCRIÇÃO ............................................................. Erro! Indicador não definido. 
6.3 NARRAÇÃO ............................................................. Erro! Indicador não definido. 
6.4 DISSERTAÇÃO ....................................................................................................... 73 
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 76 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
06 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 82 
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 837 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
Nesta unidade estudaremos o caráter plural da língua portuguesa e 
discutiremos o papel da linguagem nos processos de formação do 
sujeito, bem como seu lugar na sociedade. 
Na unidade II veremos como se dá o processo de coerência e 
coesão textual, os quais são indispensáveis nas atividades 
comunicativas em língua portuguesa, quer sejam escritas ou orais. 
 
 
Existem regras gramaticais que são importantes e devem ser sempre 
revisadas e consultadas, por isso, na Unidade III, estudaremos as 
principais regras de concordância nominal e verbal. 
Nos mesmos moldes da unidade anterior, discutiremos as regras 
fundamentais de regência verbal e nominal. 
 
 
Na unidade V, abordaremos outros aspectos gramaticais 
importantes que são relevantes para o aprendizado instrumental da 
língua portuguesa, tais como: colocação pronominal, pontuação e 
acentuação. 
Na última unidade, estudaremos os conceitos de gênero e tipo 
textual. Além disso, analisaremos alguns tipos de textos acadêmicos 
relevantes, assim como o texto literário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
LINGUAGEM E DIVERSIDADE 
 
 
 
1.1 LINGUAGEM E DIVERSIDADE 
Ao lermos a charge abaixo, podemos pensar que a personagem entrevistada, 
não obstante aos seus conhecimentos em vários idiomas estrangeiros, “não sabe 
português”. No entanto, podemos afirmar que sim, ela “sabe português”, mas não 
domina todas as variantes linguísticas necessárias para se adequar a determinadas 
situações comunicativas, tais como uma entrevista de emprego. Assim, no caso 
abaixo descrito, a personagem utiliza uma variante informal numa circunstância que 
exige formalidade, o que não é “incorreto” do ponto de vista linguístico, mas é 
extremamente inadequado. 
 
Figura 1: Ausência de domínio da língua portuguesa 
 
Fonte: Amaral (2018, online). Acesso em: 04 fev. 2021. 
 
O fato é que a língua portuguesa, como sabemos, possui muitas variantes. 
Entre elas, podemos citar aquelas que ocorrem entre as diferentes faixas etárias e nos 
mais diversos grupos socioeconomicamente distintos. Tais discrepâncias provocam, 
muitas vezes, situações reveladoras de inadequação e de preconceito linguístico, 
entre os falantes de língua portuguesa, como exemplificado aqui por meio da charge 
acima. Com isso, estes sujeitos podem se sentir, muitas vezes, inaptos a interagir na 
sua própria língua. Para Bagno (2007, p. 08-09): 
UNIDADE 
01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão 
que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática 
normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma 
receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um 
vestido, um mapa-múndi não é o mundo...Também a gramática não 
é a língua. 
A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a 
gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela 
mais visível dele, a chamada norma culta. 
 
Como se vê, conforme Bagno (2007), existe uma diferença entre conhecer a 
gramática normativa e dominar a língua portuguesa. Na verdade, existem variantes 
linguísticas consideradas de mais prestígio social e que são mais condizentes, como 
já foi dito aqui, com determinados contextos sociais mais formais, como, por exemplo, 
uma apresentação de trabalho da faculdade, a escrita de um e-mail para um 
coordenador de curso, a elaboração de uma tese acadêmica etc. Por isso, existe 
uma necessidade de adequação linguística por parte do falante às diferentes 
interações sociais, as quais podem variar desde um simples bilhete para os pais até a 
escrita de uma dissertação. 
Por essa razão, propõe-se, nesta unidade, uma discussão sobre o que é 
linguagem e suas implicações sociais, bem como a necessidade de conhecer e 
dominar as mais diversas variantes linguísticas para se adaptar a contextos sociais 
específicos, de acordo com as necessidades de interação dos sujeitos e em situações 
reais de comunicação. 
 
 
 
https://bit.ly/2VVjZGZ
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
1.2 LINGUAGEM COMO “EXPERIÊNCIA HUMANA” 
GITA 
 
[...] eu sou a luz das estrelas 
Eu sou a cor do luar 
Eu sou as coisas da vida 
Eu sou o medo de amar 
Eu sou o medo do fraco 
A força da imaginação 
O blefe do jogador 
Eu sou, eu fui, eu vou 
[...] 
Eu sou os olhos do cego 
E a cegueira da visão 
É, mas eu sou o amargo da língua 
A mãe, o pai e o avô 
O filho que ainda não veio 
O início, o fim e o meio 
O início, o fim e o meio 
Eu sou o início, o fim e o meio 
Eu sou o início, o fim e o meio 
 
Fonte: Paulo Coelho Souza e Raul Santos Seixas, 1974. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
Como mostra a letra da música “Gita”, do cantor Raul Seixas, reproduzida 
acima, somos atravessados por muitas experiências e discursos, os quais nos 
sobrevêm por meios das mais diversas linguagens. Assim, é indiscutível que a 
linguagem é a “mola-mestra” que condiciona toda e qualquer experiência humana 
de interação. Para Benveniste (2005) a linguagem está na natureza do homem e, 
portanto, o constitui e fundamenta a sua realidade, por meio da sua relação com o 
outro. Assim, é em oposição a este “outro” (eu X tu) que o sujeito adquire a 
consciência de si mesmo: 
 
[...] em toda língua e a todo momento, aquele que fala se apropria 
desse eu, este eu que [...] posto em ação no discurso, aí introduz a 
presença da pessoa sem a qual nenhuma linguagem é possível. 
Desde que o pronome eu aparece num enunciado, evocando – 
explicitamente ou não – o pronome tu para se opor conjuntamente a 
ele, uma experiência humana se instaura de novo e revela o 
instrumento linguístico que a funda. [...] o pronome eu [...] produz, a 
cada vez, uma nova pessoa (BENVENISTE, 2005, p. 68-69). 
 
Dentro dessa perspectiva da interação humana para a constituição do sujeito, 
sabe-se que os processos enunciativos – construídos por meio dos nossos discursos – 
determinam social e ideologicamente (BAKHTIN, 1981) a relação entre os falantes de 
uma língua. Isso porque cada sujeito irá fazer uso da palavra em situações linguísticas 
concretas, fundamentadas no aqui e agora, constitutivas, por sua vez, do discurso 
que se estabelece em uma dada situação real. 
Assim, pode-se dizer que é por meio da linguagem que os sujeitos constituem 
a si mesmos e o mundo que os cerca. Indubitavelmente, somos produto dos discursos 
que nos atravessaram durante toda a nossa existência por meio da interação com o 
outro. 
Segundo a autora Nancy Huston, em seu livro “L’espèce Fabulatrice” (2008), 
traduzido para o português como “A espécie Fabuladora”, nós somos efetivamente 
constituídos por narrativas. Sendo assim, a nossa identidade é uma construção 
https://bit.ly/3iklaXH
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
discursiva, o que implica, por exemplo, todas as informações que foram recebidas e 
processadas ao longo da vida, como o local de nascimento, as escolhas políticas, a 
religião etc. 
Por tudo isso, pode-se concluir que a linguagem já faz parte das nossas vidas 
desde o nascimento. É a partir dessa capacidade linguística que pertence, segundo 
Benveniste, à nossa experiência enquanto humanos, é que iremos partir para a 
(re)descoberta desse saber implícito, em suas muitas possibilidades. 
 
1.3 LINGUAGEM E PODER 
O ano de 2020 ficou marcado por muitos acontecimentos históricos 
importantes, entre eles, o movimento contra o racismo nos Estados Unidos, o qual 
ficou conhecido como “Black lives matter”. Tal movimento, como sabemos, 
reverberou por todo o mundo e, no Brasil, passou a se chamar “vidas negras 
importam”. 
 
Figura 2: Movimento contra o racismo nos Estados Unidos 
(Black Lives Matter) 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3zhZPoV. Acesso em: 04 fev. 2021. 
 
Como se vê, guardadas as devidas diferenças entre a questão do racismo 
nos maisdiversos países e no Brasil, a frase “vidas negras importam” trouxe a 
população preta e marginalizada para uma posição de protagonismo. Assim, por 
meio da linguagem, aqueles que estão à margem puderam exprimir o seu 
posicionamento social e sua indignação diante da questão do racismo. 
Por isso, de acordo com o domínio que possuímos das variantes linguísticas, 
https://bit.ly/3zhZPoV
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
determinados lugares sociais serão também colocados diante de nós como lugar 
de pertencimento. Por conseguinte, como falantes da língua portuguesa, 
precisamos conhecer e utilizar com maestria as mais diversas modalidades 
linguísticas propostas pelo dinamismo de nossa língua, para se apropriar delas de 
acordo com a situação de interação social que nos será apresentada. Segundo 
Giordani (2014, p. 02): 
 
[...] a linguagem não tem apenas a função de informar - de transmitir 
de forma neutra mensagens de um emissor a um receptor, até porque 
o processo não pode ser compreendido somente por esse viés; ela 
comunica também a posição que o falante ocupa, e, portanto, se 
constitui em uma arena de jogos onde se travam disputas 
ideológicas, onde se exercem formas de poder. Por isso, precisamos 
nos adequar a cada contexto comunicativo. 
 
 Essa adequação “a cada contexto comunicativo” de que fala Giordani 
(2014), já está prevista também nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os 
quais apontam para a necessidade de que professores e alunos sejam atores nesse 
processo de aprendizagem linguístico-discursivo, para que ambos possam construir 
um saber dialógico que irá proporcionar a esses sujeitos um lugar social de fala, de 
acordo com o contexto comunicativo ao qual serão expostos. Segundo os PCNs 
(1998): 
 
O domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o 
domínio da língua, como sistema simbólico utilizado por uma 
comunidade linguística, são condições de possibilidade de plena 
participação social. Pela linguagem os homens e as mulheres se 
comunicam, têm acesso à informação, expressam e defendem 
pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem 
cultura (BRASIL, 1998). 
 
Portanto, o saber linguístico proporciona aos falantes, mais do que um 
conhecimento gramatical “engessado”, mas a possibilidade de se colocar no 
mundo enquanto cidadãos em busca de um lugar social de fala para uma visão 
crítica de si mesmo, do outro e do mundo que os cerca. 
 
 
1.4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Discutimos até aqui sobre a complexidade das variantes linguísticas da língua 
portuguesa, bem como a respeito da linguagem como inerente à nossa experiência 
humana e, por fim, sobre o “poder” que o domínio das mais diversas variantes 
linguísticas pode nos proporcionar em situações comunicativas reais. Por essa razão, 
podemos, nesse momento, nos aprofundar mais um pouco sobre o viés 
argumentativo da linguagem. 
A argumentação pressupõe o domínio não somente gramatical de uma 
língua, mas dos conhecimentos de mundo de seus falantes, dentro do contexto 
sociopolítico e cultural no qual estão inseridos. Entretanto, para a construção do seu 
discurso, o sujeito terá de lançar mão, além de sua experiência e de seu olhar sobre 
o mundo, dos chamados “elementos articulatórios do texto”, os quais estudaremos 
na próxima unidade desse material. Tais elementos são essenciais na construção de 
um texto (falado ou escrito) para estruturar a mensagem que desejamos comunicar 
ao interlocutor. 
Vejamos, por hora, a fala, descrita abaixo, do ministro da economia Paulo 
Guedes: “[...] havia empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa 
danada”. Ao ouvirmos ou lermos essa fala do discurso do ministro – o qual discorria 
sobre o que proporcionou a baixa do dólar para a classe das empregadas 
domésticas – percebemos o tom de distanciamento entre “ser empregada 
doméstica” e “viajar para a Disneylândia” ou “ser pertencente à uma classe social 
desprivilegiada” e “fazer viagens internacionais”. 
 
Em discurso, Paulo Guedes pede desculpas às empregadas domésticas 
No dia 13 de fevereiro, ministro disse que, na época do dólar mais baixo, 'havia empregada 
doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada'. 
Fonte: Mazui (2020, online). 
 
Assim, por trás da construção discursiva de Guedes, outras questões sociais 
podem ser levantadas, para serem vistas e/ou ouvidas pelo leitor/ouvinte/falante de 
língua portuguesa que conhece, evidentemente, o contexto socioeconômico, tanto 
das classes socialmente privilegiadas quanto daquelas que estão à margem da 
sociedade brasileira. 
Para Fiorin (2014, p. 06) “os argumentos são os raciocínios que se destinam a 
persuadir, isto é, a convencer ou a comover, ambos meios igualmente válidos de 
levar a aceitar uma determinada tese”. A “tese”, por sua vez, pode ser definida como 
“uma proposição que se apresenta para ser demonstrada ou defendida com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
argumentos” (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2008). Ora, na fala acima, podemos 
considerar que a provável “tese” defendida implicitamente pelo ministro é a de que 
“empregadas domésticas não podem viajar para a Disneylândia”, ou ainda a de que 
“apenas uma situação econômica incomum, como a baixa do dólar, poderia 
proporcionar, em caráter de exceção, viagens internacionais a pessoas de classes 
sociais menos favorecidas”. Como se vê, fica aqui, bem demarcado nesse discurso, 
entre outras coisas, a complexa estratificação social no Brasil. 
Por essas e outras razões, precisamos entender a importância de conhecermos 
não somente as mais diversas variantes linguísticas do português brasileiro, mas 
também todo o instrumental para a construção de discursos coerentes em situações 
comunicativas concretas. Tendo em vista que a linguagem em uso, com todo o seu 
dinamismo, pode deixar implícita muitas ambiguidades, as quais favorecem ou não 
o processo de construção argumentativa dos seus interlocutores, no sentido de 
reverberar desde preconceitos socias até o pensamento crítico mais apurado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (Prefeitura de Belo Horizonte - 2015) Leia o texto abaixo e escolha a alternativa 
correta: 
 
“Parece haver cada vez mais, nos dias de hoje, uma forte tendência a lutar contra as mais 
variadas formas de preconceito, a mostrar que eles não têm nenhum fundamento 
racional, nenhuma justificativa, e que são apenas o resultado da ignorância, da 
intolerância ou da manipulação ideológica. Infelizmente, porém, essa tendência não tem 
atingido um tipo de preconceito muito comum na sociedade brasileira: o preconceito 
linguístico. Muito pelo contrário, o que vemos é esse preconceito ser alimentado 
diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornal e revista, em livros 
e manuais que pretendem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”, sem falar, é claro, 
nos instrumentos tradicionais de ensino da língua: a gramática normativa e os livros 
didáticos” (BAGNO, 2007, p. 13). 
 
Considerando o pensamento de Marcos Bagno explicitado no texto acima e 
tendo conhecimento das atribuições de um oficial de justiça, chegamos à 
conclusão de que, nessa atividade, a língua escrita, o nível, o uso ou o registro do 
idioma deve ser predominantemente: 
 
a) Formal, de acordo com os princípios da gramática normativa; 
b) Informal, em busca de mais ampla compreensão da mensagem; 
c) Regional, adequando-o ao local onde ocorre a comunicação; 
d) Popular, tendo em vista que as mensagens são lidas por todos; 
e) Ultra formal, selecionando vocabulário erudito e construções elaboradas. 
 
2. (FAUEL - 2016 - adaptada) Leia o texto e responda as questões abaixo: 
 
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Toda a pessoa tem 
direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de 
trabalho e à proteção contra o desemprego”. 
 
O trecho acima foi extraído da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A 
respeito da linguagem empregada nesse texto, é correto afirmar que se trata: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
a) De linguagem informal e escrita, como uma fala entre pessoas com bastante 
familiaridade. 
b) De linguagem formal e falada, inacessível à compreensão dos cidadãos. 
c) De linguagem formal e escrita, respeitando a norma padrão da língua portuguesa. 
d) De linguagem informal e oral, acessível à compreensão de qualquer cidadão. 
e) Da linguagem formal, informal e oral acessível à compreensão de todos. 
 
3. (FGV - 2017 - adaptada) Em São Paulo se diz “bexigas”, enquanto no Rio de Janeiro 
se diz “balões”. Essa diferença é um exemplo de: 
 
a) Linguagem coloquial. 
b) Gíria. 
c) Regionalismo. 
d) Linguagem erudita. 
e) Arcaísmo. 
 
4. (NUCEPE - 2019 adaptado) Leia o texto para responder à questão. 
 
Para dizerem milho, dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem teia 
Para telhado dizem teiado 
E vão fazendo telhados 
Oswald de Andrade. Poesias reunidas. In.: Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 47. 
 
O poema de Oswald de Andrade, ao ilustrar a maneira como determinadas 
palavras são pronunciadas, 
 
a) Revela total preconceito linguístico do autor, por ironizar os vícios típicos da 
linguagem matuta. 
b) Chama-nos a atenção para as diferenças no uso da língua, por apresentar termos 
que fogem à gramática normativa. 
c) Critica o modo de falar dos brasileiros, sobretudo das pessoas incultas, que não 
conhecem as formalidades da língua. Apresenta a norma culta como superior ao 
coloquialismo presente na fala das pessoas menos esclarecidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
d) Satiriza os falantes que dizem “mio”, “mió”, “pió”, “teia”, “teiado”, por estarem 
infringindo regras da norma culta. 
e) Apresenta a norma culta como superior ao coloquialismo presente na fala das 
pessoas menos esclarecidas. 
 
5. (UFMT – 2019 adaptado) Quanto ao uso dos registros da linguagem, analise as 
assertivas. 
 
I. WhatsApp de adolescente a um amigo: Oi, cara. Vamos no cinema no domingo? 
Me responde logo. → Linguagem coloquial adequada. 
II. E-mail de aluna do ensino médio a uma de suas professoras: Envio-lhe este e-mail 
para justificar minha falta ontem, que era dia de prova. Infelizmente, amanheci 
muito mal, com dores pelo corpo. Amanhã levarei atestado médico. 
Atenciosamente; → Linguagem culta adequada. 
III. Ligação telefônica de estudante universitário à secretaria de seu curso: Aí, cara, 
tô ligando pra saber se amanhã vai ter aula, se vão abrir o portão. → Linguagem 
coloquial adequada. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
a) III, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) I, II e III. 
d) II e III, apenas. 
e) II apenas. 
 
6. Observe o diálogo: 
 
“Mamãe, vou me preparar para ir à escola” 
“O sol está muito forte, meu filho!” 
 
Em uma situação comunicativa concreta, quando uma mãe diz ao filho que se 
prepara para ir à escola a seguinte frase: “o sol está muito forte”, está implícito 
nesse argumento que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
a) O filho não dever ir à escola. 
b) O filho deve priorizar dias menos quentes para ir à escola. 
c) O filho não deve se proteger contra o sol. 
d) O filho não está habituado a se expor ao sol. 
e) O filho deve levar uma sombrinha ou um guarda-sol. 
 
7. (FADESP - adaptada) Conforme estudamos, como falantes da língua portuguesa, 
precisamos conhecer e utilizar com maestria as mais diversas modalidades 
linguísticas propostas pelo dinamismo de nossa língua, para se apropriar delas de 
acordo com a situação de interação social que nos será apresentada. 
 
No caso da linguagem coloquial, podemos dizer que ela apresenta 
 
a) Maior dependência contextual. 
b) Sintaxe mais complexa. 
c) Traços de homogeneidade. 
d) Maior grau de planejamento. 
e) Menos argumentatividade. 
 
8. (UESPI - 2014 adaptada) Leia, a seguir, trechos de uma entrevista concedida pelo 
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, 
Marco Aurélio Mello, à Revista Veja, para responder à questão proposta. 
 
Veja: Nos últimos meses, houve uma série de manifestações no Brasil. Agora, há rolezinhos 
em shopping centers. A sociedade e as autoridades estão sabendo lidar com essas 
situações? 
 
Ministro: Aquela crença de que o brasileiro é pacífico é falsa. O brasileiro protesta, sim. A 
situação chegou a um limite extremo, os serviços prestados são tão ruins que há um 
inconformismo generalizado. Mas a sociedade não é vítima quando a situação política 
chega a esse ponto, ela é culpada. Reclama do governo e se esquece de que quem 
colocou os políticos lá foi ela própria. A manifestação é uma maneira legítima de mostrar 
sua insatisfação com a vida nacional. Razões para protestar não faltam. Ainda mais com 
a carga tributária que temos, que mais parece um confisco. Mas todos precisam perceber 
que são culpados pela situação [...] 
 
Veja: A situação das prisões brasileiras é medieval. A falta de ação dos governos para 
melhorá-las contribui para o aumento da criminalidade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Ministro: Exatamente. A população carcerária provisória chegou ao mesmo número da 
população definitiva, quando se prega na Constituição que só se pode prender depois de 
assentada a culpa. Mas, no afã de dar uma satisfação vã à sociedade, transformou-se a 
regra - o cidadão responder ao processo em liberdade - em exceção. Com isso, o Estado 
não respeita a integridade do preso. As condições são desumanas e não há 
ressocialização dos presos. Por isso os índices de reincidência são altíssimos. O preso não 
sai reeducado para a vida em sociedade. Ele sai embrutecido. 
 
Revista VEJA. Editora ABRIL. Edição 2360 - ano 47 - nº 7 - 12 de fevereiro de 2014 - p. 16. 
Por Otávio Cabral. 
 
A entrevista é um evento comunicativo que se realiza sob condições contextuais 
específicas. A entrevista, acima, desenvolve-se a partir de uma linguagem com 
características de norma 
 
a) Culta, na modalidade oral. 
b) Coloquial, na modalidade escrita. 
c) Culta, na modalidade escrita. 
d) Popular, na modalidade escrita 
e) Informal, na modalidade oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
TEXTO E COMUNICAÇÃO 
 
 
 
2.1 INTRODUÇÃO 
Na charge abaixo, observamos que a frase escrita no quadro – “O eleitor 
confia na honestidade dos políticos” – é interpretada pelo aluno/leitor, a partir da 
pergunta feita pela professora – “Quem é o sujeito da oração?” – de forma a 
identificar este “quem” como uma pessoa que merece críticas por ainda acreditar 
na inteireza moral dos políticos brasileiros. 
 
Figura 3: Crítica à política do Brasil 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/2Up2AG5. Acesso em : 04 fev. 2021. 
 
Tal resposta inusitada do aluno, contraria a intenção da professora, a qual 
desejava demonstrar, simplesmente, os termos gramaticais da referida oração. Isso 
porque o estudante se coloca, implicitamente, como um sujeito pertencente ao 
contexto sociopolítico brasileiro, marcado, indiscutivelmente, por diversos casos de 
corrupção. 
Pode-se dizer, portanto, que o exemplo acima expõe o complexo processo 
de comunicação por meio do texto. Ora, como sabemos, uma construção textual, 
por menor que seja, não é um emaranhado de elementos soltos e desconexos. Com 
efeito, quer seja na fala ou na escrita, é preciso que tais elementos estejam bem 
UNIDADE 
02 
https://bit.ly/2Up2AG5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
articulados, para que haja uma comunicação inteligível entre os sujeitos. 
Daí a importância de se conhecer os mecanismos responsáveistanto pela 
coesão quanto pela coerência textuais, embora esta última se dê, efetivamente, no 
momento da interação entre leitor/ouvinte e texto, como podemos inferir pelo 
exemplo da charge acima. Vejamos, agora, com mais detalhes, os conceitos de 
coerência e coesão textual. 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 COERÊNCIA TEXTUAL 
Ao lermos o título da reportagem abaixo, retirada do jornal carioca “Hora de 
notícias” e publicada no site Uol em 2011, percebemos que a ambiguidade 
provocada pela palavra “programa” conduz o leitor para os efeitos de humor 
presentes no referido título. 
https://bit.ly/3ioq1Y0
https://bit.ly/3hL1wVU
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
"Fátima abandona Bonner e vai fazer programa", brinca jornal carioca 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3ivSZp8. Acesso em: 05 fev. 2021. 
 
 
 
Entretanto, para que tal interpretação seja possível, é preciso que o leitor 
também estabeleça a relação entre a conotação pejorativa da expressão “fazer 
programa” e do significado denotativo implícito no título: “fazer programa (de 
televisão)”. 
Além disso, para tal processo comunicativo, outros fatores são igualmente 
importantes, como o público-alvo do jornal de viés popular “Hora de notícias”, bem 
como os preconceitos sociais que giram em torno da figura do feminino, para a qual 
é direcionada a expressão ambígua citada no título. Ademais, deve-se considerar 
também os sujeitos que são alvos da reportagem, quais sejam, os jornalistas de 
renome Willian Bonner e Fátima Bernardes, os quais passaram por um processo de 
divórcio. Assim, esses e outros elementos, tornam o título da reportagem coerente 
para o seu público leitor. 
Desse modo, ainda que não estejamos de acordo com o tipo de ironia 
proposto pelo jornal citado acima, percebemos que a proposta de 
leitura/interpretação ali construída depende de “[...] uma ação altamente 
colaborativa do público-alvo, no sentido de mobilizar inferências que serão testadas 
na busca pela atribuição de coerência [...]” (LOPES, 2014, online) 
Dentro dessa perspectiva da colaboração do interlocutor para o 
estabelecimento da coerência textual, vejamos, agora, exemplos de “incoerência”, 
de acordo com Koch e Travaglia (2010, p. 09): 
 
https://bit.ly/3ivSZp8
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
[...] (1) Maria tinha lavado a roupa quando chegamos, mas ainda 
estava lavando a roupa. 
(2) João não foi à aula, entretanto estava doente. 
(3) A galinha estava grávida. 
 
Conforme Koch e Travaglia (2010), os exemplos acima apresentam os 
seguintes problemas de incoerência textual: em (1) a ação de “lavar roupa” 
apresenta-se, ao mesmo tempo, acabada e inacabada; em (2) o uso incorreto do 
“entretanto” compromete a relação de causa entre a ausência de João à aula e o 
fato dele estar doente. Já em (3), para os referidos autores, a incoerência só poderia 
ser considerada se o texto estivesse representando o mundo real e não uma fábula, 
por exemplo. 
Ainda segundo os mesmos autores, vejamos mais um exemplo, retirado de 
Marcuschi (1983) apud Koch e Travaglia (2010, p. 15), sobre problemas relativos à 
falta de coerência textual: 
 
João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são 
caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados 
no espaço. Segundo a teoria da Relatividade o espaço é curvo. A 
geometria rimaniana também dá conta desse fenômeno. 
 
 Neste excerto, é possível perceber que há elementos que apontam para 
uma certa coesão, como a retomada, por exemplo, das palavras “tijolos” e 
“mísseis”. No entanto, não é possível estabelecer nessa sequência o que os referidos 
autores denominam de “continuidade/unidade de sentido”, denotando, assim, a 
incoerência do texto acima citado. 
Entretanto, há textos que mesmo na total ausência de elementos coesivos – 
os quais veremos mais adiante nessa unidade – são efetivamente coerentes, como 
é o caso do seguinte trecho do conto “Circuito Fechado” de Ricardo Ramos: 
 
“Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, 
creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água 
quente, toalha. Creme para cabelo, pente” (RAMOS, 1994, p. 01). 
 
Para concluir, podemos afirmar, a partir de todos os exemplos acima citados, 
que a coerência textual não se dá, exatamente, pela presença e/ou ausência de 
elementos coesivos, mas sim, pela ação sociointeracional dos seus interlocutores 
(autor/leitor; falante/ouvinte). Portanto, “o texto será incoerente se seu produtor não 
souber adequá-lo à situação, levando em conta destinatários; regras socioculturais, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
uso dos recursos linguísticos, etc.” (KOCH; TRAVAGLIA, 2010, p. 61). 
 
2.3 COESÃO TEXTUAL 
ITAPARICA 
 
Dona de uma luminosidade fantástica em seus 240 quilômetros quadrados, a ilha de 
Itaparica elegeu a liberdade como padrão e fez da aventura uma experiência que não tem 
hora para começar. Ali tudo flui espontaneamente, desde que o sol nasce, anunciando mais 
um dia, até a noite chegar, com o luar refletindo no mar e as luzes de Salvador como pano 
de fundo. De resto, a ilha funciona como um quebra-mar que protege todo o interior da Baía 
de Todos os Santos. É a maior de todas as 54 da região – a ilha-mãe, para melhor definir a 
geografia local [...] 
Fonte: Extraído de Koch (2010, p. 29). 
 
De acordo com o exemplo dado acima, todos os elementos em destaque: 
“Dona de uma luminosidade fantástica”, “Ali”, “a ilha” e “de todas as 54”, retomam 
“a ilha de Itaparica”. Tal encadeamento proporciona a construção de sentido do 
texto, de modo a evitar também repetições desnecessárias e outros problemas de 
textualidade, pois “é por meio de mecanismos como estes que se vai tecendo o 
“tecido” (tessitura do texto). A este fenômeno é que se denomina coesão textual 
(KOCH, 2010). 
Entretanto, quando tais mecanismos não são bem empregados, perde-se a 
coesão do texto, o que prejudica o processo comunicativo e os efeitos de sentido 
que se deseja construir por meio de um texto falado ou escrito. Veja-se, por exemplo, 
o seguinte texto, extraído do trabalho acadêmico de Sias (2014, p. 28, grifo nosso): 
 
[...] minha gestora que ao se dedicar demais ao trabalho, não 
conseguiu superar os problemas do dia à dia e adquiriu a doença 
Síndrome do Pânico, pois ela atendia várias pessoas com vários 
problemas e reclamações que à estressava demais e como ela não 
podia expressa tudo aquilo que ela sentia, chegou um dia [em] que 
ela não podia ver ninguém subindo as escadas que ela Já achava 
que era cliente e se desesperava à chorar, precisaram transferir(sic) 
ela para outra sala para que ela não visse mais ninguém. 
[...] 
Sugestão de reescrita – [...] minha gestora, que ao se dedicar demais 
ao trabalho não conseguiu superar os problemas do dia a dia e 
adquiriu a doença Síndrome do Pânico, pois ela atendia várias 
pessoas com vários problemas e reclamações que a estressavam 
demais, e como não podia expressar tudo aquilo que sentia, chegou 
um dia [em] que não podia ver ninguém subindo as escadas que já 
achava que era cliente e se desesperava a chorar; precisaram 
transferi-la para outra sala para que não visse mais ninguém. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Como se vê, o texto apresentado e corrigido por Sias (2014) apresenta vários 
problemas para retomar o referente “minha gestora”, os quais foram resolvidos por 
meio da retirada das várias repetições do pronome “ela”, e pela utilização do 
pronome oblíquo “la”. Assim, tanto no primeiro texto intitulado “Itaparica”, quanto 
nesses últimos de Sias (2014), ocorre aquilo que Koch (2010, p. 30) caracteriza como 
“coesão referencial”, na qual “certos elementos linguísticos do texto fazem, de 
alguma forma, remissão a um determinado elemento anterior”. No primeiro caso, por 
exemplo, vimos as várias referências à ilha de Itaparica. Já no segundo, a tentativa 
defazer a referenciação textual é prejudicada, como vimos, pelo excesso de 
repetição do pronome “ela”. 
Entretanto, há também outras formas de se estabelecer essas conexões 
coesivas, como, por exemplo, 
 
[...] a) pelos recursos da reiteração (repetições, paráfrases, retomadas 
pronominais, retomadas por palavras sinônimas ou por hiperônimos); 
b) pela associação de sentido entre as palavras do texto (palavras 
semanticamente afins); c) pelo uso dos diferentes tipos de conectores 
(preposições, conjunções, advérbios e respectivas locuções) 
(ANTUNES, 2021, online). 
 
Para exemplificar o que diz o excerto acima, a respeito dos conectores, 
vejamos um trecho de “O Cortiço 81-100” de Aluízio Azevedo: 
 
[...] um mundo habitado por seres superiores; um paraíso de gozos excelentes e delicados, 
que os seus grosseiros sentidos repeliam; um conjunto harmonioso e discreto de sons e cores 
mal definidas e vaporosas; um quadro de manchas pálidas, sussurrantes, sem firmezas de 
tintas, nem contornos, em que se não determinava o que era pétala de rosa ou asa de 
borboleta, murmúrio de brisa ou ciciar de beijos. 
Não obstante, ao lado dele a crioula roncava, de papo para o ar, gorda, estrompada de 
serviço, tresandando a uma mistura de suor com cebola crua e gordura podre. Mas João 
Romão nem dava por ela; só o que ele via e sentia era todo aquele voluptuoso mundo 
inacessível vir descendo para a terra, chegando-se para o seu alcance, lentamente, 
acentuando-se." 
[...] 
"Houve um silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma frase que, no 
entanto, era a única ideia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal, depois de coçar mais 
vivamente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços" 
 
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática. 1981. 
 
Como se vê, no trecho do texto literário acima, ocorre o que Koch (2010, p. 60) 
denomina de “coesão sequencial”, na qual “[...] a progressão se faz por meio de 
sucessivos encadeamentos, assinalados por uma série de marcas linguísticas através 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
das quais se estabelecem relações entre os enunciados”. Tais “marcas linguísticas” 
de que fala Koch (2010), são demonstradas no referido trecho de “O Cortiço” por 
meio das conjunções, respectivamente, aditivas (e), adversativas (não obstante, 
mas, no entanto) e conclusivas (afinal). 
Assim, no caso do uso da conjunção “não obstante”, por exemplo, observa-se 
que há um nítido contraste entre a cena anterior a esse conectivo e a que vem após 
ele. Na primeira, descreve-se “um mundo habitado por seres superiores”, “um paraíso 
de gozos”, no entanto, após o uso do conectivo em questão, a cena passa a se opor 
totalmente a esse “mundo perfeito”, tornando-se grotesca, com a descrição 
pejorativa da personagem Bertoleza, como “a crioula que roncava de papo para o 
ar”. Vejamos alguns exemplos de conectores no quadro abaixo: 
 
Quadro 1: Exemplo de outros conectores 
Outros conectores 
Aditivas: ligam dois termos ou duas orações 
Exemplo: “Pulei do banco e gritei de alegria”. 
e, nem [= e não] 
Adversativas: ligam duas orações com ideias 
opostas 
Exemplo: “Seu quarto é pobre, mas nada lhe falta”. 
mas, porém, todavia, contudo, no 
entanto, entretanto, não obstante. 
Alternativas: ligam dois termos ou duas orações de 
sentido distinto 
Exemplo: “Ou eu me retiro ou tu te afastas” 
ou...ou; ora...ora; 
quer...quer...seja...seja...; nem...nem, 
já....já. 
Conclusivas: servem para ligar à anterior uma 
oração que exprime conclusão, consequência. 
Exemplo: “Julia não se preparou para o vestibular, 
portanto, não obteve bons resultados”. 
logo, pois, portanto, por 
conseguinte, por isso, assim, então. 
Explicativas: ligam duas orações, a segunda das 
quais justifica a ideia contida na primeira. 
Exemplo: “Vamos comer, Açucena, que estou 
morrendo de fome”. 
que, porque, pois, porquanto. 
Concessivas: indica um fato contrário à ação 
principal, mas não é capaz de impedi-lo ou 
modificá-lo, indicando uma “contraste”, uma 
oposição. 
Exemplo: “Flora prefere permanecer no Brasil, ainda 
que o país esteja em crise”. 
embora, conquanto, ainda que, 
mesmo que, posto que, bem que, 
se bem que, apesar de que, nem 
que, não obstante etc. 
Causais: indicam uma justificativa ou explicação 
para a oração anterior. 
Exemplo: Dona Luísa fora para lá porque estava só. 
porque, pois, porquanto, como [= 
porque], pois que, por isso que, já 
que, uma vez que, visto como, que 
etc. 
Consecutivas: indicam a consequência do que foi 
declarado na oração anterior. 
Exemplo: Soube que tivera uma emoção tão 
grande que Deus quase a levou. 
que, de forma que, de maneira 
que, de modo que, de sorte que 
etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
Fonte: Adaptado de Cunha (2012, p. 335-338). 
Portanto, é justamente este “jogo” dos conectores que vai estabelecer a 
coesão textual e que também vai conferir sentido ao texto, estabelecendo, assim, 
um processo comunicativo eficiente e claro, daí a importância da utilização destas 
marcas linguísticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (Enem 2011) Leia o texto abaixo: 
 
Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de 
infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter 
uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as 
chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da 
pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir 
o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de 
infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é 
altamente recomendável. 
ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009. 
 
As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na 
construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que 
 
a) A expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias. 
b) O conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste. 
c) O termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma 
generalização. 
d) O termo “Também” exprime uma justificativa. 
e) O termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no 
sangue”. 
 
2. (UFPR 2010) Entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a 
recusa dos homens em fazer teste de DNA. Assinale a alternativa cujo texto pode 
ser concluído coerentemente com essa afirmação. 
 
a) Sara Mendes deu início a um processo na justiça, para que Tiago Costa assuma a 
paternidade de seu filho Cássio. Tiago não fez o exame de DNA, mas assume como 
muito provável ser ele o pai do menino. Cássio alega que o exame não é 
conclusivo, pois entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade 
a recusa dos homens em fazer teste de DNA. 
b) Adriano é um rapaz muito presunçoso e não admite que lhe cobrem nada. A 
namorada lhe pediu um exame de DNA, para esclarecer a paternidade de 
Amanda, sua filha. Adriano disse que não faria o exame. A namorada disse que 
toda essa presunção serviria para o juiz atestar a paternidade, pois entrou em vigor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
a lei que converte em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer 
teste de DNA. 
c) Carlos de Almeida responde processo na justiça por não querer reconhecer como 
seu o filho de Diana Santos, sua ex-namorada. Carlos se recusou a fazer o exame 
de DNA, o que permite ao juiz lavrar a sentença que o indica como pai da criança, 
porque entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa 
dos homens em fazer teste de DNA. 
d) Alessandro presume que Caio seja seu filho. Sugeriu a Telma um exame de DNA. 
Telma disse não ser necessário, pois entrou em vigor a lei que converte em 
presunção de paternidade arecusa dos homens em fazer teste de DNA. 
e) Mário e Felipe são primos. Mário é extremamente vaidoso, pretensioso. Felipe é um 
rapaz calmo e muito simples. Os dois namoraram Teresa na mesma época. Teresa 
teve uma filha e entrou na justiça para exigir dos dois primos um exame de DNA. 
O juiz disse que não era necessário, pois entrou em vigor a lei que converte em 
presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. 
 
3. (ENEM 2010) Leia o texto abaixo: 
 
O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma 
forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os 
zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha 
grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo 
Botafogo na frente da sua área. 
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de 
Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson 
apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu 
nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: 
Flamengo 1 a 0. 
 
O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, 
realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que: 
 
a) Após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter 
rebatido a bola de cabeça. 
b) Enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis 
para serem aplicadas no jogo. 
c) No entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo 
em ordem cronológica de ocorrência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
d) Mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade 
não é algo naturalmente esperado. 
e) Por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do flamengo 
motivaram o botafogo a fazer um bloqueio. 
 
4. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo. 
 
Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu 
não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas 
vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias 
mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara 
escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais. 
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que 
parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu 
exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso 
que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos 
pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo ‒ também eu 
preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De 
modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar 
neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando 
parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há 
muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de 
calar. 
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004. 
 
 
Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a articulação entre suas 
partes. Quanto à construção do fragmento, o elemento 
 
a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”. 
b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”. 
c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”. 
d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”. 
e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”. 
 
5. (ENEM 2010) Leia o texto abaixo. 
 
Os filhos de Anna eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam 
banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era 
enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que 
estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. 
Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas 
apenas. 
LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. 
 
A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. 
Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos 
elementos que articulam o texto, o conectivo mas: 
 
a) Expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. 
b) Quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. 
c) Ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. 
d) Contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. 
e) Assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso. 
 
6. (UFPR 2010) Leia o trecho abaixo. 
 
Os economistas são entendidos em mercado financeiro. 
Os economistas descreveram os efeitos dos juros. 
Os juros são altos. 
Todos os efeitos são arrasadores. 
 
Assinale a alternativa em que as informações acima foram reunidas 
adequadamente e sem ambiguidade. 
 
a) Os economistas que são entendidos em mercado financeiro descreveram os 
efeitos dos juros altos, que são arrasadores. 
b) Os economistas entendidos em mercado financeiro descreveram os efeitos que 
são arrasadores dos altos juros. 
c) Entendidos em mercado financeiro, os economistas descreveram os efeitos dos 
altos juros que são arrasadores. 
d) Em relação aos juros altos, os economistas, entendidos em mercado financeiros, 
descreveram os efeitos que são arrasadores. 
e) Os economistas, que são entendidos em mercado financeiro, descreveram os 
efeitos, arrasadores, dos juros, que são altos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
7. (UDESC 2008) Identifique a ordem em que os períodos devem aparecer, para que 
constituam um texto coeso e coerente. 
 
I. Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em grandes estúdios onde há 
cuidado com a higiene. 
II. As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pigmentos são de melhor 
qualidade e ferramentas como o laser tornaram bem mais simples apagar uma 
tatuagem que já não se quer mais. III. Vão longe, enfim, os tempos em que o 
conceito de tatuagem se resumia à velha âncora de marinheiro. 
III. Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatuagem se resumia à velha 
âncora de marinheiro. 
IV. Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem deixou de ser símbolo de 
rebeldia de um estilo de vida marginal. 
 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, em que os períodos 
devem aparecer. 
 
a) II, I, III, IV 
b) IV, II, III, I 
c) IV, I, II, III 
d) III, I, IV, II 
e) I, III, II, IV 
 
8. (FCC 2007) O emprego do elemento sublinhado compromete a coerência da 
frase: 
 
a) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são influenciados pelos 
valores socialmente dominantes. 
b) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conseguinte alguns ainda 
resistem ao pragmatismo moderno. 
c) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescente, bem como 
alimentar a confiança em sua própria capacidade criativa. 
d) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as gerações seguintes serão 
tão conformistas quanto a atual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
e) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, porquanto parece faltar-lhes 
a capacidade de sonhar mais alto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
CONCORDÂNCIA NOMINAL E 
VERBAL 
 
 
 
3.1 CONCORDÂNCIA NOMINAL 
Concordância Nominal 
 
Na regra geral o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome 
concordam em gênero e número com o substantivoa que se referem. 
Bela paisagem / Belas paisagens 
Amigo sincero / Amigos sinceros 
Oh. oh. oh.. 
Adjetivo antes de dois ou mais substantivos, 
concorda com o substantivo mais próximo. 
Paula usava estrondoso chapéu e camisa. 
Paula usava estrondosa camisa e chapéu. 
Adjetivo depois de dois ou mais substantivos, temos duas opções: 
ou concorda com o mais próximo ou concorda com os dois. 
Adjetivo antes de dois ou mais substantivos, 
Paula usava chapéu e camisa estrondosa. 
Paula usava chapéu e camisa estrondosos. 
Mas tome cuidado com os substantivos personativos: 
Paula visitou os queridos tio e sobrinha. 
Oh. oh. oh.. 
Mais de um adjetivo modificando um único substantivo, temos duas opções: 
o substantivo pode ir para o plural ou para o singular. 
Substantivo no plural e sem artigo antes dos adjetivos. 
Apreciava as obras inglesa, espanhola e japonesa. 
Substantivo no singular com os artigos antes dos adjetivos. 
Apreciava a obra inglesa, a espanhola e a japonesa. 
Substantivo no singular sem os artigos antes dos adjetivos. 
Apreciava a obra inglesa, espanhola e japonesa. 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3eyekNq. Acesso em: 06 fev. 2021. 
 
Conforme a letra da música “Concordância Nominal” citada acima, esta 
regra gramatical ocorre nas relações entre adjetivos, pronomes, numerais e artigos 
com o substantivo. Sendo assim, todas as referidas categorias gramaticais sofrerão 
uma flexão em gênero e número para se ajustarem ao substantivo ao qual se 
referem (CUNHA, 2012). 
Para conhecermos tais regras, é preciso, sem sombra de dúvida, recorrermos 
à gramática, pois esse conhecimento será consolidado pela compreensão dos 
modelos já estabelecidos dentro da língua portuguesa, bem como pela prática em 
UNIDADE 
03 
https://bit.ly/3eyekNq
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
textos (escritos ou orais) e em exercícios de fixação. 
Estudaremos, pois, no próximo item, as referidas regras de concordância 
nominal segundo a gramática da língua portuguesa. 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 REGRAS BÁSICAS DA CONCORDÂNCIA NOMINAL 
Recorremos à gramática é a forma mais simples e eficiente de rememorarmos 
ou aprendermos certas regras que nos ajudam a aperfeiçoar a escrita e a fala, no 
que concerne à norma culta padrão da língua portuguesa. Pois, como vimos na 
Unidade I deste livro, todas as variantes da nossa língua são úteis em situações reais 
de interação. Esta é a razão pela qual não podemos negligenciar tal aprendizado. 
Por tudo isso, adaptamos abaixo, segundo Cunha (2012), algumas regras da 
concordância nominal. 
 
https://bit.ly/3ezy2Iy
https://bit.ly/3zbnXJI
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
Quadro 2: Regras de concordância nominal 
ADJETIVO REFERIDO A 
UM SUBSTANTIVO 
O adjetivo, quando se refere a um único substantivo, com ele 
concorda em gênero (masculino ou feminino) e número. 
Exemplo: “Os outros anjinhos olhavam espantados” 
ADJETIVO REFERIDO A 
MAIS DE UM 
SUBSTANTIVO 
Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, ele concorda 
em gênero e número com o substantivo mais próximo, ou seja, 
com o primeiro deles 
Exemplo 1: “Vivia em tranquilos bosques e montanhas” ou 
“Vivia em tranquilas montanhas e bosque” 
Exemplo 2: “Tinha por ele alto respeito e admiração” ou “Tinha 
por ele alta admiração e respeito” 
Em execeção à regra, quando os substantivos são nomes próprios ou nomes de 
parentesco, o adjetivo vai sempre para o plural. 
Exemplo: “Maria passeava com as formosas prima, irmã e tia.” 
QUANDO O ADJETIVO 
VEM DEPOIS DOS 
SUBSTANTIVOS 
Se os substantivos são de mesmo gênero e do singular, o 
adjetivo conserva o gênero dos substantivos e vai para o plural 
ou concorda com o substantivo mais próximo. 
Exemplo 1: “Estudo a língua e a literatura portuguesas” ou 
Estudo a língua e a literatura portuguesa”. 
 
Se os substantivos são de gêneros diferentes e do singular, o 
adjetivo vai para o masculino plural ou concorda com o 
substantivo mais próximo. 
Exemplo 2: “A professora estava com uma saia e um chapéu 
escuros” ou “A professora estava com uma saia e um chapéu 
escuro”. 
 
Se os substantivos são de gêneros e números diferentes, o 
adjetivo pode ir para o masculino plural (concordância mais 
comum) ou para o gênero e o número dos substantivos mais 
próximos. 
Exemplo 3: “Tinha irmão e irmãs dedicados” ou “Tinha irmão e 
irmãs dedicadas”. 
 
Fonte: Adaptado de Cunha (2012, p. 157-160). 
 
Vejamos, agora, outras regras básicas de concordância nominal retiradas, 
com algumas adaptações, do livro organizado pela autora Muniz (2011). 
 
Quadro 3: Regras básicas de concordância nominal 
UM E OUTRO 
(NUM E NOUTRO) 
O substantivo fica no singular e o adjetivo vai para o plural. 
Exemplo: “Numa e noutra questão complicadas ela se 
confundia” 
ANEXO, INCLUSO, 
PRÓPRIO, OBRIGADO 
Por serem adjetivos, concordam com o substantivo a que se 
referem. 
Exemplo 1: “Seguem anexos os relatórios” 
Exemplo 2: “Os documentos estão inclusos no processo” 
Exemplo 3: “Obrigado, disse o rapaz” 
Exemplo 4: “Obrigada, disse a moça” 
Exemplo 5: “Elas próprias resolveram os exercícios” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
A expressão “em anexo” é invariável. 
Exemplo 6: “Em anexo segue a procuração” ou “Em anexo 
seguem o despacho” 
 
MESMO, BASTANTE 
Tanto podem ser advérbios como pronomes. Quando forem 
advérbios (acompanhando verbos, adjetivos e outros advérbios), 
permanecem invariáveis. 
 
Exemplo 1: “Os alunos resolveram mesmo o problema” 
Exemplo 2: “Eles chegaram bastante cedo no aeroporto” 
 
Quando são pronomes, concordam com a palavra a que se 
referem. 
Exemplo 4: “Os alunos mesmos resolveram o problema” 
Exemplo 5: “Havia bastantes razões para ela reclamar” 
 
MENOS, ALERTA 
São palavras invariáveis. 
Exemplo 1: “O Amazonas é o Estado menos populoso do Brasil” 
Exemplo 2: “Havia menos alunos na sala hoje” 
Exemplo 3: “Os soldados estavam alerta” 
 
Quando for numeral (= metade), será variável e concorda com a 
palavra que se refere. 
Exemplo 4: “Tomou meia garrafa de champanhe” 
Exemplo 5: “Isso pesa meio quilo” 
 
Se for advérbio (= mais ou menos) é invariável. 
Exemplo 6: “A porta estava meio aberta” 
Exemplo 7: “Ela anda meio cabisbaixa” 
 
MUITO, POUCO 
Essas palavras funcionam como pronome indefinido ou como 
advérbio. Se forem pronome, variam de acordo com a palavra a 
que se referem. 
Exemplo 1: “Muitos alunos compareceram à formatura” 
Exemplo 2: “Os perfumes eram poucos” 
 
Se forem advérbio são invariáveis: 
Exemplo 3: “As mensalidades escolares aumentam muito” 
Exemplo 4: “Os meninos comeram muito ontem” 
LONGE, CARO 
 
Podem ser adjetivos ou advérbios 
Se adjetivos, concordam com o substantivo. 
Exemplo 1: “Longes tempos aqueles...” 
Exemplo 2: “Os livros estão muito caros” 
Se advérbios, são invariáveis: 
Exemplo 3: “Vocês moram longe” 
Exemplo 4: “Os livros custam caro” 
 
SÓ, SÓS 
Quando têm significado de sozinho ou sozinha, são adjetivos e 
podem ir para o plural. 
Exemplo 1: “Joana ficou só em casa” (sozinha) 
Exemplo 2: “Lúcia e Lívia ficaram sós.” (sozinhas) 
 
Observe que “só” é invariável quando é advérbio e significa 
“apenas” ou “somente”. 
Exemplo 3: “Depois da guerra, só restaram cinzas” (apenas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
Exemplo 4: “Eles queriam ficar só na sala” (apenas) 
 
Atente-se: A locução adverbial “a sós” é invariável. 
 
POSSÍVEL 
Fica invariável nas expressões “o mais possível” e o “menos 
possível”, porque são locuções adverbiais. 
 
Exemplo 1: “Quero um vestido o mais bonito possível” 
Exemplo 2: “Vou comprar blusas o menos discretas possível” 
 
Alguns autores admitem flexão para essa palavra, de acordo 
com a flexão do artigo usado na expressão: 
 
Exemplo 4: “As previsões eram as piores possíveis” 
Exemplo 5: “Recebemos a melhor notícia possível” 
 
Fonte: Adaptado de Muniz (2011) 
 
Como se vê, de acordo com Cunha (2012) e Muniz (2011), são muitasas regras 
gramaticais que regem a concordância nominal. Resta-nos, pois, praticar tais regras 
no uso da língua escrita e/ou falada, bem como nas práticas dos exercícios de 
fixação ao final desta unidade. 
 
3.3 CONCORDÂNCIA VERBAL 
A charge abaixo ilustra a ausência de concordância verbal entre “a gente” e 
“temos”. Para a norma culta padrão da língua portuguesa, o verbo deve ser 
flexionado conforme o sujeito ao qual ele se associa. 
 
Figura 4: Ausência de flexão do verbo 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3kvG8FW. Acesso em: 06 fev. 2021. 
 
Entretanto, é sempre bom lembrar que tal regra é útil para situações formais 
https://bit.ly/3kvG8FW
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
de interação social, nas quais esta norma de prestígio é exigida do falante. Passemos, 
pois, para as regras de concordância verbal estabelecidas pela gramática da língua 
portuguesa e, como no item anterior, no qual tratamos da concordância nominal, 
todo o conteúdo apresentado nesta seção foi retirado, com pequenas adaptações, 
da “Gramática do português contemporâneo (2012)” do autor Celso Cunha. 
 
3.4 REGRAS BÁSICAS DA CONCORDÂNCIA VERBAL 
Os tipos de sujeito, segundo Cunha (2012), existem, entre os tipos de sujeito, o 
simples e o composto. No caso do simples, Cunha afirma que (2012, p. 85-86) “aquele 
que se refere a um substantivo, um numeral, uma só palavra substantivada, etc.”, ou 
seja, possui apenas um núcleo. Já o sujeito composto, segundo o mesmo autor, é 
aquele que possui “mais de um núcleo”. 
 
Figura 5: Tipos de sujeito 
O SUJEITO 
SIMPLES 
O verbo concorda em número e pessoa com o seu sujeito, venha ele 
claro ou subtendido: 
Exemplo 1: “Eu faço versos como quem morre” 
Exemplo 2: “Fiz tantos versos a Teresinha...” 
Quando o sujeito é indicador de quantidade aproximada e é formado 
de um número plural precedido das expressões cerca de, mais de, 
menos de, perto de e sinônimos, o verbo vai normalmente para o 
plural: 
Exemplo: “Cerca de quinhentas pessoas visitaram o maestro na casa 
do Engenho Velho” 
O verbo que tem como sujeito o pronome relativo “que” concorda em 
número e pessoa com o antecedente deste pronome: 
Exemplo: “Fui eu que te vesti do meu sudário...” 
Quando o relativo que vem antecedido das expressões um dos, uma 
das (+substantivo), o verbo de que ele é sujeito vai para a 3ª pessoa 
do plural ou, mais raramente, para a 3ª pessoa do singular: 
Exemplo: “A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam 
de nós” 
Quando o sujeito é o pronome relativo “quem” o verbo, geralmente, 
vai para a 3ª pessoa do singular: 
Exemplo: “Mas não sou eu quem está em jogo” 
O SUJEITO 
COMPOSTO 
O verbo com sujeito composto vai para a 1ª pessoa do plural (nós), se 
entre os núcleos do sujeito houver um da 1ª pessoa: 
Exemplo: “O velho e eu vivíamos no plano do absoluto” 
O verbo vai para a 3ª pessoa do plural, se os núcleos do sujeito forem 
da 3ª pessoa. 
Exemplo: “Gemiam o vento e o mar” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
O verbo concorda com o núcleo do sujeito mais próximo quando o 
sujeito vem depois dele: 
Exemplo: “Em tudo reina a desolação, a pobreza extrema, o 
abandono” 
O verbo também fica no singular quando os sujeitos são quase 
sinônimos: 
Exemplo: “A música e a sonoridade da sua arte sempre nos diz alguma 
coisa daquele mistério” 
Quando os sujeitos são resumidos por um pronome indefinido (como 
tudo, nada, ninguém), o verbo fica no singular, em concordância com 
esse pronome. 
Exemplo 1: “O pasto, as várzeas, a caatinga, o marmeleiral 
esquelético, era tudo de um cinzento de borralho” 
Exemplo 2: “Tudo o fazia lembrar-se dela” 
SINTAXE DO 
VERBO “HAVER” 
 
Quando este verbo possui o sentido de “existir”, “ocorrer”, 
“acontecer”, “realizar’, ou quando indica tempo decorrido, em 
qualquer tempo verbal, conjuga-se na 3ª pessoa do singular. 
Exemplo 1: “Havia sempre uns que gritavam” 
Exemplo 2: “Há muitos anos não chovia assim” 
Fonte: Adaptado de Cunha (2012, p. 288-298). 
 
Como se vê, estas são algumas das regras básicas de concordância verbal, 
segundo CUNHA (2012). Resta-nos, agora, dedicarmo-nos à prática de tais 
conhecimentos em textos escritos e/ou orais, além de buscar termos, como 
profissionais de Letras, uma gramática sempre à disposição para consulta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (IBMEC 2020) Assinale a alternativa que preenche de forma adequada e correta 
as lacunas nas frases abaixo, respectivamente. 
 
I. Seguem _____ às cartas minhas poesias para você. 
II. Polvo e lula _____ serão servidos no jantar. 
III. Para a matrícula, é _____ a documentação pedida. 
 
a) Anexa - frescos – necessária. 
b) Anexas - fresca – necessária. 
c) Anexos - frescos – necessários. 
d) Anexas - frescas – necessária. 
e) Anexas - fresco – necessária. 
 
2. (ITA 1997) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do texto a 
seguir: 
 
"Todas as amigas estavam _____ ansiosas _____ ler os jornais, pois foram informadas de que 
as críticas foram _____ indulgentes _____ rapaz, que, embora tivesse mais aptidão _____ 
ciências exatas, demonstrava uma certa propensão _____ arte." 
 
a) Meio - para - bastante - para com o - para - para a. 
b) Muito - em - bastante - com o - nas – em. 
c) Bastante - por - meias - ao - a – à. 
d) Meias - para - muito - pelo - em – por. 
e) Bem - por - meio - para o - pelas – na. 
 
3. (Uneb adaptado) Assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as 
palavras destacadas permanecem invariáveis: 
 
a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: estude só. 
b) Meia palavra, meio tom – índice de sua sensatez. 
c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia promessa. 
d) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo. 
e) Passei muito inverno só. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
4. (PUC-Campinas 2020 - adaptado) "Não foi ________ a pesada suspensão que lhe 
deram, porque você foi o que ________ falhas apresentou; podiam ter pensado em 
outras penalidades mais ________." 
A alternativa correta é: 
 
a) Justo; menos e cabível. 
b) Justa; menos e cabível. 
c) Justa; menos e cabíveis. 
d) Justo; menos e cabível. 
e) Justo; menos e cabíveis. 
 
5. (Fatec adaptado) Assinale a alternativa que completa corretamente as frases. 
 
___ , entre analistas políticos, que, se o governo ___ essa política salarial e se o empresariado 
não ___ as perdas salariais ___ sérios problemas estruturais a serem resolvidos, e, quando os 
sindicatos ___ , estará instalado o caos total. 
 
a) Comentam-se; manter; repor; haverão; intervierem. 
b) Comenta-se; mantiver; repuser; haverão; intervirem. 
c) Comenta-se; mantesse; repuser; haverão; intervierem. 
d) Comenta-se; mantiver; repuser; haverá; intervierem. 
e) Comentam-se; manter; repor; haverá; intervirem. 
 
6. (IFSP adaptado) Conversar pressupõe um diálogo produtivo entre as pessoas. 
Significa dizer que conversar é um processo cooperativo entre interlocutores. 
Leia o texto abaixo, que representa uma conversa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
No trecho “a gente pode ter conversas literárias”, substituindo-se o sujeito por outro 
de primeira pessoa do plural, no tempo pretérito perfeito, o resultado é o seguinte: 
 
a) Podemos ter conversas literárias. 
b) Podíamos ter conversas literárias. 
c) Poderíamos ter conversas literárias. 
d) Pudemos ter conversas literárias. 
e) Pudéssemos ter conversas literárias. 
 
7. (PM-PI - 2018) Indique a alternativa que preenche adequadamente as lacunas da 
frase: 
 
“___ anos que o homem se pergunta: se não ___ medos, como ___ esperanças?” 
 
a) Faz, houvesse, existiriam. 
b) Fazem, houvesse, existiriam. 
c) Faz, houvesse, existiria. 
d) Fazem, houvessem, existiriam 
e) Faz, houvessem, existiria. 
 
8. (UFRGS adaptado) Leia o texto abaixo: 
 
“[Eu] Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seriam asmesmas, 
para ele e para mim, as expectativas sobre a competência que deveria trazer consigo o 
cirurgião cardiovascular que...” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Se substituíssemos “expectativas” por “expectativa”, quantas outras palavras 
precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância? 
 
a) Uma. 
b) Duas 
c) Três. 
d) Quatro 
e) Cinco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 
 
 
 
4.1 REGÊNCIA VERBAL 
Na tirinha abaixo, observa-se um equívoco em relação à regência verbal, pois 
o personagem utiliza “do que” em lugar da preposição “a” como pede a regência 
do verbo “preferir”. 
 
Figura 6: Aplicação da regência verbal 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/2UkdPzK. Acesso em: 07 fev. 2021. 
 
Dentro desta perspectiva, veremos nesta unidade algumas regras principais 
concernentes à regência verbal para aprimoramos, principalmente, a expressão 
escrita em língua portuguesa, evitando, assim, equívocos e ambiguidades. 
 
4.2 REGRAS BÁSICAS DA REGÊNCIA VERBAL 
A transitividade é fator preponderante no que diz respeito às regras de 
regência verbal. Sendo assim, há os chamados “verbos transitivos diretos”, ou seja, 
os quais não exigem preposição para serem complementados, os “transitivos 
indiretos” que pedem o uso da preposição e, por fim, aqueles que podem se 
encontrar em ambas as referidas classificações gramaticais. 
 
UNIDADE 
04 
https://bit.ly/2UkdPzK
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
4.3 VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS 
Os verbos transitivos diretos são aqueles que não necessitam de preposição 
antes do seu complemento. Segundo Pasquale e Ulisses (2010, p. 509): “Os verbos 
transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não 
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência”. O objeto 
direto, por sua vez, pode ser definido, conforme Cunha (2012), como sendo “o 
complemento de um verbo transitivo direto [...] que vem ligado ao verbo sem 
preposição. Exemplo: Passageiros e motoristas atiraram moedas” (CUNHA, 2012, p. 
95). Assim, pode-se fazer a seguinte pergunta ao sujeito da frase: Passageiros e 
motoristas atiraram o que? Resposta: “moedas”. Portanto, o verbo “atirar” é transitivo 
direto e o objeto direto é, neste caso, “moedas”. Exemplos de verbos transitivos 
diretos de Pasquale e Ulisses (2010): 
 
Abandonar; adorar; condenar; humilhar; socorrer; abençoar; alegrar; conhecer; namorar; 
suportar; aborrecer; ameaçar; conservar; ouvir; ver; abraçar; amolar; convidar; 
prejudicar; visitar; acompanhar; amparar; defender; prezar; acusar; auxiliar; eleger; 
proteger; admirar; castigar; estimar e respeitar. 
 
Segundo Pasquale e Ulisses (2010), todos os verbos acima citados “funcionam 
exatamente como o verbo amar”. 
 
Quadro 4: Regência do verbo ‘amar’ 
Amo aquele rapaz Amo-o 
Amo aquela moça Amo-a 
Amam aquele rapaz Amam-no 
Ele deve amar aquela mulher. Ele deve amá-la. 
 Fonte: Adaptado de Pasquale e Ulisses (2010, p. 510) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
No quadro acima é possível ver como se dá a regência do verbo “amar” para 
os autores. 
 
4.4 VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS 
Os verbos transitivos indiretos, ao contrário dos diretos, necessitam de 
preposição para complementar o seu sentido. Segundo Pasquale & Ulisses 2008: “Os 
verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa 
que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de 
regência” (PASQUALE; ULISSES, 2010, p. 510). 
Para definir o objeto indireto, podemos dizer com Cunha (2012) que “o objeto 
indireto é o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, se liga ao verbo por 
meio de uma preposição. Exemplo: Esquecia-se de que não havia piano na casa” 
(CUNHA, 2012, p. 97). 
Desse modo, pode-se fazer a seguinte pergunta: “Esquecia-se de que?” 
Resposta: “de que não havia piano na casa”. Portanto, o verbo esquecer, nesta 
frase, é transitivo indireto, pois necessita da preposição “de”. 
Alguns exemplos de verbos transitivos indiretos: 
 
a) Antipatizar e simpatizar, os quais devem ser introduzidos pela preposição com. 
Exemplo 1: “Antipatizo com aquela vendedora”. 
Exemplo 2: “Simpatizo com os que reprovam os influenciadores digitais que 
divulgam uma falsa perfeição na internet”. 
b) Consistir, o qual deverá ser introduzido pela preposição em: 
Exemplo 3: “A política verdadeira consiste em garantir direitos iguais aos 
cidadãos”. 
c) Obedecer e desobedecer, os quais têm como complemento a preposição 
a. 
Exemplo 4: “Obedeço aos preceitos dos meus pais”. 
Exemplo 5: “Os jovens desobedecem aos seus pais”. 
Atenção: Caso o complemento do verbo não seja uma pessoa, só é possível 
usar a ele ou a ela. 
Exemplo 6: “Obedeço ao código e/ou Obedeço a ele”. 
d) Dignar-se, como se vê é um verbo pronominal, o qual, segundo a norma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
culta padrão da língua portuguesa, rege a preposição de. 
Exemplo 7: “O meu ex-esposo não se dignou de olhar-me nos olhos quando 
nos encontramos”. 
Exemplo 8: “O vendedor mal-educado ao menos se dignou de responder-
me o valor da mercadoria”. 
e) Responder, o qual terá a preposição a para introduzir o seu complemento. 
Exemplo 9: “O advogado respondeu a todos as partes interessadas no 
processo”. 
Exemplo 10: “O réu responderá a inquérito judicial”. 
 
4.5 VERBOS QUE PODEM SER TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS 
Segundo a gramática da língua portuguesa, existem alguns verbos que 
podem ser utilizados como transitivos diretos ou transitivos indiretos, o que não irá 
implicar, de forma alguma, em quaisquer alteração de sentido. Vejamos alguns deles 
abordados por Pasquale e Ulisses (2010, p. 51): 
 
abdicar (de); atender (a); desdenhar (de); acreditar (em); atentar (em- para); gozar (de); 
almejar (por); cogitar (de, em); necessitar (de); ansiar (por); consentir (em); preceder (a); 
anteceder (a); deparar (com); precisar (de); presidir (a); renunciar (a); satisfazer (a); versar 
(sobre). 
 
Da mesma foram, os verbos “esquecer” e “lembrar” podem ser transitivos 
diretos ou indiretos. Nesse último caso, no entanto, tais verbos serão pronominais. 
Vejamos: 
 
1) Esqueci o tênis. Esqueci-me do tênis. 
2) Não esqueça os colegas. Não se esqueça dos colegas. 
3) Não esquecemos suas sábias palavras. Não nos esquecemos de suas sábias 
palavras. 
4) Não lembro disso. Não me lembro disso. 
 
 
4.5.1 Verbos transitivos diretos e indiretos 
Como sabemos, os verbos transitivos diretos e indiretos são complementados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
por um objeto direto e também por um objeto indireto. Para este grupo, conforme 
Pasquale e Ulisses (2010), iremos exemplificar com os seguintes verbos: 
 
a) Agradecer, perdoar e pagar. 
Exemplo 1: “Agradeço aos telespectadores a audiência”. 
Exemplo 2: “Os textos religiosos ensinam que é preciso perdoar o pecado 
ao pecador”. 
Exemplo 3: “Paguei a dívida ao credor”. 
b) Informar. 
Exemplo 4: “Informe os novos horários aos alunos”. 
Exemplo 5: “Informe os alunos dos novos horários, (ou: sobre os novos 
horários)” 
c) Preferir, cujo objeto indireto, segundo a norma culta padrão, deve vir 
acompanhado da preposição a. 
Exemplo 6: “Prefiro bicicleta a carro”. 
Exemplo 7: “Cidadãos conscientes preferem democracia a ditadura”. 
 
4.5.2 Mudança de transitividade: modificação do sentido do verbo 
Vejamos alguns casos no qual tal modificação ocorre: 
 
1) Agradar, no sentido de demonstrar carinho é transitivo direto. 
Exemplo 1: Marta sempre a agrada quando a revê. 
2) Agradar, quando possui o sentido de satisfazer ou ser agradável a é 
transitivo indireto e é acompanhado pela preposição a. 
Exemplo 2: “O artista circense não agradou aos presentes”. 
3) Aspirar, no sentido de inalar será transitivo direto. 
Exemplo 3: “Os indivíduos não fumantes, algumas vezes, são obrigados a 
aspirar a fumaça dos cigarrosdos outros”. 
4) Aspirar quando possui o sentido de desejar é transitivo indireto e é 
acompanhado pela preposição a. 
Exemplo 4: “Os habitantes de países periféricos aspiram a uma política de 
vacinação contra a COVID-19 muito mais justa”. 
5) Implicar, quando aparece no sentido de acarretar é transitivo direto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
Exemplo 5: “A decisão do Supremo Tribunal Federal implicou o 
cancelamento do julgamento do deputado”. 
6) Implicar no sentido de implicar com é evidentemente transitivo indireto, 
cuja preposição regida é com. 
Exemplo 6: “Sua irmã mais nova implica muito com você?” 
7) Implicar no sentido de comprometer será transitivo direto e indireto. 
Exemplo 7: “Acabaram implicando a enfermeira em atividades 
criminosas”. 
 
 
 
https://bit.ly/3eBEHlv
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (CESGRANRIO - 2016) Observa-se obediência à norma-padrão, no que se refere à 
regência verbal, em: 
 
a) A pobreza implica em muito sofrimento. 
b) Os governantes devem assistir aos pobres, diminuindo seu sofrimento. 
c) Todos aspiram a uma vida mais justa. 
d) A população não raro esquece dos menos favorecidos. 
e) É importante desejarmos ao fim da pobreza. 
 
2. (Serctam - 2016) Quanto à regência verbal, considera-se correta a afirmação: 
 
a) A mulher que deu luz à duas crianças, passa bem e era um desejo que ela aspirava 
demais, assim como era tudo que ela sonhava. 
b) Ao chegar no hospital, o pai, assim que ouviu a notícia que a mulher havia dado 
à luz à duas meninas, ficou triste, porque ele preferia menino do que menina. 
c) Os desejos aos quais os jovens aspiram, são semelhantes com os quais eles sonham 
tanto, que muitos preferem investir o tempo em estudos, para tal realização, a 
desperdiçarem as oportunidades de que precisam, mesmo que isto lhes custe 
sacrifícios. 
d) As pessoas as quais me identifico são às que me repassam confiança, são as quem 
tenho respeito e isto me leva a lhes respeitar e, se puder lhes abraçar, sinto-me 
ainda mais feliz. 
e) Todo ser humano visa um futuro melhor, sempre quer chegar onde ainda não lhe 
foi possível, uma vez que os caminhos que tem de passar são, às vezes, os mesmos 
os quais ele anda sempre e nem se dá conta que são caminhos de sucesso. 
 
3. (Câmara de Mongaguá - 2016) A regência está incorreta em: 
 
a) Atirem nos inimigos quando o general ordenar. 
b) Chamavam o cientista, maluco. 
c) Estimava bastante as obras de Jorge Amado. 
d) Custam aos advogados esses recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
e) Aspiro o cargo de presidente há muito tempo. 
 
4. (Prefeitura de Jambeiro 2016) “Todos pediram apoio ao prefeito.” O verbo é: 
 
a) Intransitivo. 
b) Transitivo indireto. 
c)Transitivo direto. 
d)Transobjetivo. 
e) Transitivo direto e indireto. 
 
5. (FCC - 2006) A frase em que a regência está totalmente de acordo com o padrão 
culto é: 
 
a) Esperavam encontrar todos os documentos que os estudiosos se apoiaram para 
descrever a viagem de Colombo. 
b) Estavam cientes de que teriam muito a fazer para conseguir os registros de que 
dependiam. 
c) Encontraram-se referências à coerção que marinheiros mais experientes faziam 
contra os mais novos que trabalhassem mais arduamente. 
d) Foram informados que esboços da inóspita região circundada com imensas 
pedras podiam ser consultados. 
e) Havia registro de uma insatisfação em que os insurretos às atitudes arbitrárias de 
um navegante foram impedidos de lhe inquirir. 
 
6. (FCC adaptado) Desde que passou a gozar de um prestígio absoluto, o fator 
velocidade impôs-se como parâmetro das ações humanas, sobrepondo-se a 
qualquer outro critério. 
 
Substituem de modo adequado as expressões sublinhadas, respectivamente e 
sem prejuízo para o sentido da frase acima: 
 
a) Desfrutar de um – investiu como – destituindo a. 
b) A alçar-se num – investiu-se a um – preterindo. 
c) Firmar-se como – determinou-se como – corroborando a. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
d) Favorecer-se de um – consagrou-se a um – eximindo-se de. 
e) Desfrutar de um – firmou-se como – sobrepujando. 
7. (FCC - 2016) Considere o texto abaixo. 
 
“O rio Madeira banha os estados de Rondônia e do Amazonas ______ esse nome, pois no 
período de chuvas seu nível sobe e inunda grandes porções da planície florestal, trazendo 
troncos e restos de madeira da floresta. É um dos principais rios da bacia do Amazonas e 
____ já foram dedicados textos literários, muitos _______ possuem grande valor artístico”. 
 
As lacunas do texto acima devem ser preenchidas, correta e respectivamente, 
com: 
 
a) Deram-no; para ele; os quais. 
b) Deram-lhe; a ele; dos quais. 
c) Deram-lhe; ante ele; aos quais. 
d) Deram-no; dele; pelos quais. 
e) Deram-lhe; nele; nos quais. 
 
8. (FCC - 2016) Os árabes usavam mosaicos de azulejos para ornamentar as paredes 
de seus palácios, conferindo às paredes brilho e ostentação. Influenciados pela 
técnica mourisca, artesãos espanhóis e portugueses simplificaram a técnica e 
adaptaram a técnica aos padrões ocidentais. 
 
Fazendo-se as devidas alterações, os elementos sublinhados acima estão 
corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em: 
 
a) Conferindo-as – adaptaram-lhe. 
b) Lhe conferindo – a adaptaram. 
c) Conferindo-lhes – adaptaram-na. 
d) Conferindo-a – lhes adaptaram. 
e) Conferindo-as – as adaptaram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
OUTROS ASPECTOS GRAMATICAIS 
 
 
 
5.1 INTRODUÇÃO 
 
Me Chama 
 
Tá tudo cinza sem você 
Tá tão vazio 
E a noite fica 
Sem porquê 
Aonde está você? 
Me telefona 
Me chama me chama 
Me chama 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3rtK8bp. Acesso em: 04 fev. 2021. 
 
Observa-se que no trecho da música acima, o eu-lírico segue a linguagem 
coloquial em relação ao uso do pronome oblíquo átono “me”. No entanto, sabemos 
que as músicas possuem, é claro, licença poética para tal emprego. Além disso, o 
uso do pronome “me” antes do verbo é, de fato, muito comum na oralidade, 
embora a gramática normativa estabeleça regras diferentes para o emprego do 
referido pronome. 
Por esta razão, nesta unidade, estudaremos estes e outros pontos gramaticais, 
os quais são necessários para nos aperfeiçoarmos em relação à variante padrão da 
gramática da língua portuguesa. 
 
5.2 COLOCAÇÃO PRONOMINAL: OS CASOS DE PRÓCLISE, MESÓCLISE E 
ÊNCLISE 
Conforme Pasquale e Ulisses (2010), veja, no quadro abaixo, as definições de 
próclise, mesóclise e ênclise, com exemplos: 
 
Quadro 5: Definição e exemplos de próclise, mesóclise e ênclise 
Colocação 
pronominal 
Definição Exemplos 
Próclise O pronome surge antes do verbo Não nos mostraram nada. 
UNIDADE 
05 
https://bit.ly/3rtK8bp
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
Colocação 
pronominal 
Definição Exemplos 
Nada me disseram 
Ênclise O pronome surge depois do 
verbo. 
Apresento-lhe meus 
cumprimentos. 
Contaram-te tudo 
Mesóclise O pronome é intercalado ao 
verbo 
Mostrar-lhe-ei meus escritos. 
Falar-vos-iam a verdade? 
Fonte: Pasquale e Ulisses (2010, p. 547-548) 
 
A gramática da língua portuguesa descreve os pronomes pessoais oblíquos 
átonos como sendo os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes: 
 
[...] quanto à função, as formas do pronome pessoal podem ser retas 
ou oblíquas. Retas, quando funcionam como sujeito da oração; 
oblíquas, quando nela se empregam fundamentalmente como 
objeto (direto ou indireto) (CUNHA, 2012, p. 162). 
 
Observe este outro quadro abaixo: 
 
Quadro 6: Complementos verbais 
Pronomes Pessoais Retos Pronomes pessoais oblíquos 
Eu 
Tu 
Ele, ela 
Nós 
Vós 
Eles, elas 
Átonos 
me 
te 
o, a, lhe 
nos 
vos 
os, as, lhes 
Tônicos 
mim, comigo 
ti, contigo 
ele, ela 
nós, conosco 
vós, convosco 
eles, elas 
Fonte: Cunha (2012, p. 163) 
 
Estes pronomes, ainda conformea gramática, atuam como complementos 
verbais e, de acordo com a sua posição em relação ao verbo recebe as seguintes 
classificações, como vimos no primeiro quadro acima: 
 
a) Próclise: quando o pronome é colocado antes do verbo. 
Exemplo 1: Não nos deram nada neste Natal! 
Exemplo 2: Nada me contaram sobre a tragédia. 
b) Ênclise: o pronome vem após o verbo: 
Exemplo 3: Apresento-lhe minhas sinceras desculpas. 
Exemplo 4: Perguntaram-te sobre a minha vida? 
c) Mesóclise: neste caso, de acordo com Cunha (2012, p. 180), o pronome é 
colocado “no meio do verbo”, o que vai ocorrer somente se tal verbo estiver 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo: 
Exemplo 5: Contar-lhe-ei toda a verdade. 
Exemplo 6: Vendê-lo-iam por tal preço? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3Bmq53e
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
5.3 PONTUAÇÃO E ACENTUAÇÃO 
Como podemos ver na tirinha abaixo, a personagem Mafalda evidencia 
como o uso da vírgula está ligado à reprodução das pausas e dos ritmos que 
encontramos na linguagem falada. 
 
Figura 7: O uso da vírgula na língua falada 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/2UTUAga. Acesso em: 07 fev. 2021. 
 
Sendo assim, intuitivamente, os sinais de pontuação, como é o caso da vírgula, 
já estão presentes em nossos discursos. Por esta razão, começaremos este tópico pelo 
estudo da pontuação. 
 
5.3.1 PONTUAÇÃO 
1) Vírgula – Casos importantes 
A primeira regra a ser observada em relação ao uso da vírgula é: nunca se 
deve separar por vírgula o sujeito do predicado, mesmo que ele seja muito longo ou 
esteja depois do predicado. 
Exemplo 1: “Todo o esforço de melhorar a relação entre marido e mulher 
resultou em frustração”. 
Exemplo 2: “Foram realizadas diversas manifestações contra o aumento dos 
combustíveis”. 
A segunda regra diz respeito aos termos intercalados entre sujeito e predicado, 
tais termos devem estar sempre entre vírgulas. 
Exemplo 3: “Os professores, ontem à noite, decidiram aceitar o salário proposto 
pela prefeitura”. 
Quando o sujeito é composto, ou seja, quando possui mais de um núcleo, usa-
se vírgula para separá-los. 
https://bit.ly/2UTUAga
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
Exemplo 4: “O pai, a mãe, o irmão, os primos e a avó denunciaram o caso à 
polícia”. 
 
 
 
Outra regra a se destacar é aquela que se refere à posição do predicativo do 
sujeito, ou seja, quando ele está invertido ou intercalado utiliza-se vírgulas para o 
isolar. 
Exemplo 5: “Abatido, o irmão afastou-se lentamente”. 
Exemplo 6: “O irmão, abatido, afastou-se lentamente”. 
A última regra que mostraremos aqui é a que versa sobre a “omissão de 
verbo”, ou seja, a vírgula pode ser usada para omitir um verbo. 
Exemplo 7: “Eu trabalho com ensino; você, com pesquisa”. 
 
2) O ponto final 
O ponto final é usado, evidentemente, para indicar o fim de uma frase, a qual 
é denominada pela gramática normativa de “declarativa”, ou seja, “são aquelas 
que informam ou declaram alguma coisa” (PASQUALE; ULISSES, 2010, p. 340). 
Exemplo 1: “Não há natureza preservada sem consciência ambiental.” 
 
3) O ponto de interrogação 
O ponto de interrogação vai indicar o final de uma frase que é interrogativa 
direta, a qual “ocorrem quando se quer obter alguma informação” (PASQUALE & 
ULISSES, 2008, p. 340). 
Exemplo 2: “Até quando os seres humanos irão insistir em degradar a 
natureza?”. 
No entanto, quando a frase interrogativa é indireta – a qual também podemos 
utilizar, assim como a direta, para obter uma informação – usa-se o ponto final. 
Exemplo 3: “Eu gostaria de saber o motivo da sua indignação”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
 
4) O ponto de exclamação (!) 
Este sinal estará sempre presente no final de frases exclamativas, naquelas que 
exprimam desejo ou em frases imperativas. 
Exemplo 4: “Que belo é este rapaz!” 
Exemplo 5: “Que Deus te abençoe!” 
Exemplo 6: “Pare com os excessos ou irá morrer!” 
O ponto de exclamação pode ser usado com repetição ou acompanhado 
do sinal de interrogação para dar ênfase à frase. 
Exemplo 7: “O quê?! Você me enganou de novo?! Isto é inadmissível!!!” 
 
5) As reticências 
O sinal de reticências, geralmente, pode indicar uma interrupção na fala ou a 
intenção de que o leitor complete o que está sendo “dito” por meio da frase. 
Exemplo 8: “Olha...quem sabe...bom, na verdade eu não posso afirmar...” 
Exemplo 9: “A cozinheira é muito eficiente, mas o chefe de cozinha...” 
 
5.4 ACENTUAÇÃO 
Amou daquela vez como se fosse a última 
Beijou sua mulher como se fosse a última 
E cada filho seu como se fosse o único 
E atravessou a rua com seu passo tímido 
Subiu a construção como se fosse máquina 
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas 
Tijolo com tijolo num desenho mágico 
Seus olhos embotados de cimento e lágrima 
Sentou pra descansar como se fosse sábado 
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe 
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago 
Dançou e gargalhou como se ouvisse música 
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado 
E flutuou no ar como se fosse um pássaro 
E se acabou no chão feito um pacote flácido 
Agonizou no meio do passeio público 
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3Bkm7bf. Acesso em: 09 fev. 2021. 
 
 
 
Na trecho da canção “Construção” de Chico Buarque citada acima, observa-
se a utilização de palavras proparoxítonas, ou seja, aquelas cuja primeira sílaba é 
https://bit.ly/3Bkm7bf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
acentuada. O compositor da canção utiliza, pois, um recurso gramatical para 
“construir” a história trágica de um personagem, o qual é apresentado como 
trabalhador da construção civil. 
Como se vê, o uso correto da acentuação pode produzir diferentes efeitos de 
sentido, daí a importância de conhecê-los. 
 
5.5 PALAVRAS OXÍTONAS, PAROXÍTONAS E PROPAROXÍTONAS 
Na língua portuguesa, conforme a gramática normativa, a sílaba tônica das 
palavras pode estar em três posições, quais sejam, na última, na antepenúltima ou 
na última posição. Sendo assim, tais palavras são classificadas, respectivamente de: 
oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Esta “acentuação” – com exceção das 
proparoxítonas que são sempre acentuadas graficamente – pode estar ou não 
representada por um sinal gráfico (agudo, circunflexo, etc.). Assim, a entonação da 
palavra revelará qual é a sílaba mais forte. Em caso de dúvida, a melhor alternativa 
é a consulta ao dicionário. 
 
a) Oxítonas 
A sílaba tônica, ou seja, a sílaba mais forte, ainda que não esteja acentuada, 
das palavras oxítonas, é a última. Exemplo: alguém, ruim, sabiá, metrô, supor, opinião, 
porém, saci, etc. 
b) Paroxítonas 
Nas paroxítonas, a sílaba tônica é a penúltima. Exemplo: acordo, açúcar, 
álbum, azeitona, gente, planeta, dólar, caminho etc. 
c) Proparoxítonas 
A sílaba tônica das proparoxítonas é a antepenúltima. Exemplo: matemática, 
lúdico, ridículo, página, mágico, lâmpada, úmido, xícara etc. 
Na língua portuguesa também existem os chamados “monossílabos tônicos”, 
os quais podem também ser acentuados graficamente. Exemplo: gás, pé, fé, mês, 
três, nós etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (FCC - adaptada) - Assinale a alternativa correta para completar a frase: Quando 
..... as provas, ..... imediatamente. 
 
a) Lhes entregarem, corrijam-as. 
b) Lhes entregarem, corrijam. 
c) Lhes entregarem, corrijam-nas. 
d) Entregarem-lhes, corrijam-as. 
e) Entregarem-lhes, as corrijam. 
 
2. (FCC - adaptada) - Assinale a alternativa correta para completar a frase: 
 
Acredito que todos ____ dizer que não _____ . 
 
a) Lhe irão, se precipite. 
b) Lhe irão, precipite-se. 
c) Irão-lhe, se precipite. 
d) Irão lhe, precipite-se. 
e) Ir-lhe-ão, se precipite. 
 
3. (Santa Casa-SP - adaptada) Assinale a alternativa correta para completar a frase: 
Devemos ____ da tempestade.a) Resguardar-mos-nos. 
b) Resguardar-nos. 
c) Resguardarmos-nos. 
d) Resguardarmo-nos. 
e) Resguarda-nos. 
 
4. (CCV-UFC - 2016) A colocação pronominal está de acordo com a gramática 
normativa em: 
 
a) Os computadores que compraram-se já estavam obsoletos. 
b) Nunca deve-se sobrecarregar a memória de um computador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
c) Agora recuperam-se, mais facilmente, os arquivos de um computador. 
d) Os técnicos recomendam que se façam cópias dos arquivos importantes. 
e) O que procura-se, hoje em dia, é aperfeiçoar o desempenho do computador. 
 
5. (Unifesp 2003) Existem várias palavras que recebem acento gráfico, de acordo 
com suas regras específicas. Indique a alternativa em que todas as palavras são 
acentuadas graficamente, segundo a mesma regra. 
 
a) Estômago, colégio, fábrica, lâmpada, inflexível. 
b) Virgílio, fúria, carícias, matéria, colégio. 
c) Trópicos, lábios, fúria, máquinas, elétricas. 
d) Sério, cérebro, Virgílio, sábio, lógico. 
e) Ésquilo, carícia, Virgílio, átomos, êmbolo. 
 
6. (CESGRANRIO - 2016) O grupo de palavras que obedecem às normas de 
acentuação da Língua Portuguesa é: 
 
a) Raizes, dificil, século. 
b) Rúbrica, saúva, amável. 
c) Também, possível, êxito. 
d) Ídolo, parabéns, ciência. 
e) Indústria, saude, ninguém. 
 
7. (FCC – Soldado PM/BA 2007) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte 
frase: 
 
a) Ao longo do tempo, verificou-se que o homem é capaz de se valer de suas 
experiências, sobretudo as mais marcantes, para se prevenir contra tudo o que 
possa vir a representar uma ameaça para ele. 
b) Ao longo do tempo verificou-se, que o homem, é capaz de se valer de suas 
experiências, sobretudo as mais marcantes para se prevenir contra tudo, o que 
possa vir a representar uma ameaça para ele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
c) Ao longo do tempo, verificou-se que o homem é capaz, de se valer de suas 
experiências, sobretudo, as mais marcantes, para se prevenir, contra tudo o que 
possa vir a representar, uma ameaça para ele. 
d) Ao longo do tempo verificou-se que, o homem, é capaz de se valer, de suas 
experiências, sobretudo as mais marcantes para se prevenir contra tudo o que o 
que possa vir a representar: uma ameaça para ele. 
e) Ao longo do tempo, verificou-se, que o homem é capaz de se valer de suas 
experiências, sobretudo as mais marcantes para se prevenir contra tudo o que 
possa vir a representar: uma ameaça para ele. 
 
8. (UFRS 2013) Assinale a alternativa na qual o uso da pontuação está correto. 
 
a) Eu, posto que creia no bem não sou daqueles que negam o mal. 
b) Eu, posto que creia, no bem, não sou daqueles, que negam, o mal. 
c) Eu, posto que creia, no bem, não sou daqueles, que negam o mal. 
d) Eu, posto que creia no bem, não sou daqueles que negam o mal. 
e) Eu, posto que creia no bem, não sou daqueles, que negam o mal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
GÊNEROS E DE TIPOS TEXTUAIS 
 
 
 
6.1 INTRODUÇÃO 
Como sabemos, dentre os principais tipos textuais temos: a descrição, a 
narração e a dissertação. Segundo Rojo (2021, online) “os tipos de texto são classes, 
categorias de uma gramática de texto (Linguística Textual) – portanto, uma 
construção teórica – que busca classificar os textos com base em suas características 
linguísticas e gramaticais”. Os referidos tipos textuais, geralmente, são usados na 
escola para o aperfeiçoamento da escrita. 
Com efeito, faz-se necessário dominar estas bases da escrita antes de partir 
para textos acadêmicos mais complexos, os quais exigirão um domínio 
argumentativo maior por parte do aluno. 
Entretanto, tudo o que foi estudado até aqui contribui para o 
aperfeiçoamento do estudante em relação à língua portuguesa, embora saibamos 
que o percurso escolar de cada aluno diz muito sobre o seu desenvolvimento 
acadêmico, ou seja, às vezes podem existir muitas lacunas a serem reparadas. Não 
obstante, é preciso prosseguir na busca deste aperfeiçoamento linguístico-discursivo. 
Por isso, nesta unidade, procuraremos ver as bases mais importantes para a 
construção dos textos descritivo, narrativo e dissertativo. 
 
6.2 DESCRIÇÃO 
Segundo o Dicionário da Academia Brasileira de Letras (2008), a palavra 
“descrever” significa “representar, por meio da fala ou da escrita, as características 
de", o dicionário cita como exemplo a seguinte frase: “Enquanto almoçava, 
descrevia a casa onde morava”. 
Como se vê, quer seja por meio da fala ou da escrita a descrição nos 
proporciona construir imagens mentais capazes de denotar a pessoa ou o objeto 
descrito. Tal tipo textual pode ser utilizado em diversos textos, inclusive, o literário, pois 
a descrição pode ser tanto objetiva como subjetiva, para denotar, por exemplo, 
características psicológicas de um personagem. 
Além disso, no nosso dia a dia, também construímos pequenos textos 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
descritivos, quando contamos aos outros como decoramos a nossa nova casa ou 
quando informamos a alguém, perdido em nosso bairro, como chegar a um 
determinado lugar. 
Vejamos alguns exemplos de textos descritivos: 
 
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda 
preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um 
pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido 
no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e 
láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no 
movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam 
cintilações escarlates”. 
QUEIROZ, Eça. O primo Basílio. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997 
 
"A vítima, Jorge da Silva (42 anos), moradora da cidade de Ipatinga, era gordo, baixo 
(1,55), cabelos ruivos; nariz arredondado e rosto ligeiramente quadrado." – Descrição 
com predominância objetiva. 
Fonte: Elaborado pela Autora (2021) 
 
6.3 NARRAÇÃO 
Podemos perceber que assim como a descrição, a narração está muito 
presente em nosso dia a dia. Assim, quando contamos um filme para alguém, ou 
falamos como foi o nosso dia, ou ainda quando tentamos reproduzir com palavras 
uma notícia que lemos ou ouvimos, entre outros exemplos, estamos construindo 
narrativas. 
Dentro dessa perspectiva, quando narramos, nós também descrevemos, no 
entanto, não apenas produzimos imagens objetivas ou subjetivas, como no texto 
descritivo, mas construímos todo um “desenrolar dos fatos”, o qual nos empenhamos 
por narrar. 
Da mesma forma, nas novelas, nas crônicas, nos romances, nos contos, enfim, 
nos gêneros literários em geral, a descrição e a narração estarão juntas. Entretanto, 
para o texto narrativo, especificamente, temos de observar elementos fundamentais 
que o caracterizam, quais sejam: tempo, espaço, narrador e enredo. Vejamos estes 
elementos. 
 
a) Tempo 
Como sabemos, o tempo pode ser construído numa narrativa de diversas 
formas. Temos, por exemplo, o tempo cronológico, mas também o tempo da 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
memória, marcado por lacunas e por idas e vindas entre passado, presente e futuro. 
Tal construção temporal se dará pela livre escolha do narrador que será construído 
pelo autor da trama. No livro “Memórias póstumas de Brás Cubas” de Machado de 
Assis, por exemplo, o narrador é um “defunto autor” que narra após a sua morte e 
que começa o livro, ironicamente, dedicando as suas memórias “ao verme que 
primeiro roeu as frias carnes do seu cadáver”. Vejamos uma cena do referido 
romance. 
 
Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é 
que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este 
outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinquenta, nem vinte e, quando 
muito, dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa,na qual eu, 
Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei 
se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com 
a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair 
desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro 
romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí 
fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas 
máximas da opinião. Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o 
primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que 
contém menos coisas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. 
Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na 
composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas 
nimiamente extenso, e aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si 
mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-
te com um piparote, e adeus. 
 
ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1992. [grifo nosso] 
 
 
Como se vê na cena acima, o texto narrado é uma “obra de finado”, tendo 
sido elaborado, como afirma o narrador, “na composição de memórias trabalhadas 
cá no outro mundo”. Assim, tal narrador reconstrói o tempo da memória de quem 
não poderia mais fazê-lo, pois já está morto. Nesta perspectiva, a ironia machadiana 
afinada permite a elaboração de uma narrativa com tal tempo, surpreendente e 
complexo aos olhos do leitor. 
 
b) Espaço 
O estudo do espaço na narrativa tem se tornado um tema cada vez mais 
complexo. Tendo em vista que o espaço não é somente uma descrição do 
ambiente, mas sim um sistema poderosamente aberto e em processo, ou seja, que 
será definido pelas relações entre os sujeitos construídos na narrativa. Tal espaço, 
delimita assim lugares de pertencimento e de distanciamento entre os personagens, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
assim como de embates sociais dos indivíduos ali representados. Por isso, a 
elaboração de um espaço narrativo não se dá de forma ingênua, mas de acordo 
com os propósitos da trama elaborada pelo autor. Observemos o poema a seguir do 
autor Bandeira (1980). 
 
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL 
 
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão 
sem número. 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. 
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980 
 
 
De acordo com o poema acima, a descrição do espaço no qual vive o 
personagem, como sendo o “morro da Babilônia num barracão sem número”, 
denota muito mais do que uma imagem, ou seja, é a construção de um espaço 
social excluído, marcado pela pobreza e pela tragédia, a qual será confirmada nos 
últimos versos do poema, no qual o espaço da lagoa se torna o lugar da morte: 
“Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado”. 
 
c) Narrador 
O narrador, grosso modo, é aquele que conta a história. No entanto, há várias 
maneiras de narrar que vão para além das classificações tradicionais de narrador em 
1ª pessoa e narrador em 3ª pessoa, o qual ficou conhecido como “onisciente”. Na 
verdade, dentro de uma narrativa, ficcional ou não, muitas “vozes” podem se 
manifestar, como, por exemplo, “a voz dos excluídos sociais”, como vimos no poema 
de Manuel Bandeira anteriormente. Além disso, o narrador pode também mesclar a 
sua voz à dos personagens, formando um discurso “polifônico” para trazer à tona, 
segundo o projeto estético do autor, as questões que estão sendo suscitadas pela 
trama. Vejamos, pois, as estratégias discursivas do discurso direto, indireto e do 
indireto livre. 
 
1) Discurso direto: O narrador dá voz diretamente ao personagem, de acordo 
com Cunha (2012, p. 367): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
Examinando este passo do romance Menino de Engenho, de José Lins 
do Rego: 
E uma tarde um moleque chegou às carreiras, gritando: 
- A cheia vem no engenho de seu Lula! 
Verificamos que o narrador, após introduzir o personagem, o moleque, 
deixou-o expressar-se por si mesmo, limitando-se a reproduzir-lhe as 
palavras como ele as teriam efetivamente selecionado, organizado e 
pronunciando. É a forma de expressão denominada discurso direto. 
 
Assim, como está explicitado acima, no discurso direto, ouve-se a voz do 
personagem diretamente, sem a intermediação do narrador. 
 
2) Discurso indireto: O narrador utiliza sua própria voz para reproduzir 
indiretamente a fala dos personagens: 
 
Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis: José Dias 
deixou-se estar calado, suspirou e acabou confessando que não era 
médico. 
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso direto, o 
narrador (Machado de Assis) incorpora aqui, ao próprio falar, uma 
informação do personagem (José Dias), contentando-se em transmitir 
ao leitor apenas o conteúdo [...] este processo de reproduzir 
enunciados chama-se discurso indireto (CUNHA, 2012, p. 368-369). 
 
Portanto, como está colocado na citação acima, no discurso indireto, o 
narrador reproduz de forma indireta, a fala do personagem. 
 
3) Discurso indireto livre: Nesta técnica, embora o narrador conte a história na 
3ª pessoa, como no discurso indireto, “cria-se a ilusão de um acesso íntimo 
à mente do personagem” (LODGE, 2011, p. 53) sem que a voz do narrador 
desapareça do discurso, ou seja, as vozes do narrador e do personagem 
se misturam. 
Observe o exemplo abaixo: 
 
Fabiano curou no rasto a bicheira da novilha raposa. Levava no aió um frasco de 
creolina, e se houvesse achado o animal, teria feito o curativo ordinário. Não o 
encontrou, mas supôs distinguir as pisadas dele na areia, baixou-se, cruzou dois 
gravetos no chão e rezou. Se o bicho não estivesse morto, voltaria para o curral, que 
a oração era forte. Cumprida a obrigação, Fabiano levantou-se com a consciência 
tranquila e marchou para casa. 
RAMOS, G. Vidas Secas. 23 ed. São Paulo: Martins, 1969 [grifo nosso]. 
 
d) Enredo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
O enredo no texto narrativo nada mais é do que o “desenrolar dos fatos”, os 
quais, se forem narrados de forma linear, vão apresentar certos elementos, como, 
uma apresentação do início da história, uma complicação ou conflito, um clímax – o 
qual se caracteriza por um momento de tensão – e um desfecho, que é o final da 
trama. No entanto, nem todos os enredos são construídos pelos autores de forma 
linear. Isto pode ser exemplificado, como vimos, pela cena retirada de Memórias 
Póstumas de Brás Cubas, na qual o narrador conta a história depois de sua morte. 
Além disso, há narrativas, cujo enredo é construído a partir do fluxo de consciência 
não linear do personagem, o que torna a trama ainda mais complexa, pois sabemos 
que os pensamentos e as memórias humanas não são ordenados. Vejamos um 
exemplo de um enredo linear: 
 
Bruxas não existem 
 
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o 
tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam 
nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa 
casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas 
nós só a chamávamos de "bruxa". 
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, 
ela tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca 
tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a 
encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão. 
Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio 
para dali roubar frutas e quando, por acaso,a velha saía à rua para fazer compras no 
pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!". 
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal 
nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da 
bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e 
talvez por esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do João 
Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, 
e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, 
mas aí os chifres ficaram presos na cortina. 
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No 
momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a 
porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, 
saímos correndo. Eu, gordinho, era o último. 
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma 
dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me 
levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o 
cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, 
ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria. 
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha 
perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-
la com uma habilidade surpreendente. 
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer 
isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, 
improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado 
nela, fui até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe. 
Sorriu. 
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em 
poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. 
E tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora 
muito boa que se chamava Ana Custódio. 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/2Ultu1H. Acesso em: 10 fev. 2021. 
 
Como se vê, o conto acima de Moacyr Scliar apresenta todas as 
características de um enredo linear, quais sejam: uma apresentação do início da 
história, uma complicação ou conflito, um clímax – o qual se caracteriza por um 
momento de tensão – e um desfecho, que é o final da trama, como já foi dito aqui. 
 
6.4 DISSERTAÇÃO 
O texto dissertativo consiste em uma exposição, argumentativa ou expositiva, 
de forma coerente e coesa, de ideias. No caso do expositivo, não há necessidade 
de convencer o leitor sobre o que está sendo dito, já no argumentativo, sim. Por isso, 
o texto dissertativo argumentativo é base dos textos acadêmicos e é também exigido 
dos alunos na escola e nos vestibulares. De fato, como vimos no capítulo sobre 
coesão e coerência textual, é importante que o texto seja claro e bem organizado 
para que o processo comunicativo se estabelece entre autor e leitor. 
Assim, o texto dissertativo é formado por uma introdução, um desenvolvimento 
e uma conclusão. A primeira diz respeito à explicitação do tema proposto, o qual 
será discutido no desenvolvimento. E a conclusão, por sua vez, pode retomar 
resumidamente o que já foi dito no texto, apresentar uma proposta de “solução” 
para a discussão, mas nunca deve possuir argumentos novos, pois eles não serão 
desenvolvidos. Vejamos, abaixo, um exemplo de uma dissertação bem elaborada e 
que ganhou nota 1000 no Enem 2018, cujo tema foi a “Manipulação do 
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”: 
 
Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de 
informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, 
com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por 
empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as 
notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura 
atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal 
manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é 
inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento. 
https://bit.ly/2Ultu1H
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de 
limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do 
filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste 
na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha 
melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, 
sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não 
possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu 
próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão 
direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a 
manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, 
também, ao individualismo e do zelo pelo bem grupal. 
 Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de 
encontro à concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o 
filósofo pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado 
de múltiplas identidades. Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em 
constante interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, 
comerciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa 
de tais algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário 
criam uma falsa sensação de livre-arbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades 
que um sujeito poderia assumir. 
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, 
as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de 
seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas 
tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito 
pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as 
gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias – , 
de maneira lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia 
dos professores acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de 
palestras com profissionais das áreas da informática que expliquem como os alunos 
poderão ampliar seu meio de informações e demonstrem como lidar com tais 
seletividades, haverá um caminho traçado para uma sociedade emancipada. 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3BwnpAj. Acesso em: 09 fev. 2021. 
 
Como é possível perceber a aluna possui uma argumentação organizada e 
convincente, utilizando corretamente os elementos coesivos, tais como: em primeiro 
lugar, em segundo lugar, no entanto, portanto etc. Além disso, o tópico frasal, no 
início do texto, anuncia o tema a ser tratado na redação de forma clara e objetiva. 
Com isso, a candidata estabelece um processo comunicativo eficiente com seus 
interlocutores. 
 
 
https://bit.ly/3BwnpAj
https://bit.ly/3wYxGBO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (FUNRIO 2012) O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e 
Ventiladores”, de Humberto de Campos: 
 
A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde 
tomávamos chá, os ventiladores ronronavam, como gatos, refrescandoo ambiente. 
Lufadas ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o asfalto da Avenida. O céu escureceu, 
de repente, e um trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do 
salão, abertas àquela hora, apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo 
da mesma corrente elétrica, os ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, 
até que pararam, de todo, como aves que acabam de chegar de um grande voo. 
 
Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer a organização 
predominante é: 
 
a) Argumentativa. 
b) Descritiva. 
c) Expositiva. 
d) Narrativa. 
e) Poética. 
 
2. (PUC – SP 2014) O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de 
João Miramar, de Oswald de Andrade. 
 
"Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem 
sol. Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam os verdes montes interiores. No outro 
lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de 
baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava em túneis. Copacabana era um veludo 
arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade. 
 
Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua organização, os textos 
podem ser compostos de descrição, narração e dissertação; no entanto é difícil 
encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrativo, somente 
dissertativo. 
Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo para 
classificar o texto de Oswald de Andrade: 
 
a) Narrativo-descritivo, com predominância do dissertativo. 
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo. 
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo. 
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo. 
 
3. (FGV - 2020) Leia o excerto abaixo e responda ao que se pede: 
 
Dvorak aproximou-se do alto da colina e debruçou-se sobre uma pequena pedra para 
olhar a paisagem abaixo. Observou que havia uma grande caverna, cercada de 
vegetação, mas não conseguiu identificar a entrada. Fez um sinal para que o grupo o 
acompanhasse e começou a descer cuidadosamente a encosta. 
 
Acima aparece um pequeno texto narrativo; a frase, retirada desse texto, que 
mostra valor descritivo é: 
 
a) Dvorak aproximou-se do alto da colina. 
b) Debruçou-se sobre uma pequena pedra. 
c) Havia uma grande caverna, cercada de vegetação. 
d) Não conseguiu identificar a entrada. 
e) Fez um sinal para que o grupo o acompanhasse. 
 
4. (FGV - 2019) -O segmento textual abaixo que deve ser classificado 
predominantemente como dissertativo-argumentativo é: 
 
a) A cozinha feliz, que consiste no casamento de produtos naturais, um com o outro, 
é a antítese da cozinha feita para impressionar. 
b) Restaurante sofisticado: aquele que serve comida fria de propósito. 
c) Aprendi que esparramar as ervilhas no prato dá a impressão de que você comeu 
mais e, por isso, eu as esparramei. 
d) Eu cozinho com vinho, às vezes até mesmo acrescento comida a ele. 
e) A comida era belíssima: folhas verdes com cenouras amarelas, cercadas de 
carne vermelha e pimentão verde. 
 
5. (IDIB - 2019 adaptado). Leia o texto abaixo e responda à questão solicitada. 
 
 
 Uma mulher de 21 anos foi presa em flagrante pela Polícia Civil da Paraíba porque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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teria visto o filho de três anos se afogar em uma piscina no município de Mari (PB), a 
77 quilômetros de João Pessoa, e não o socorreu. O caso aconteceu ontem à tarde. 
A mãe foi indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), 
abandono de incapaz, maus tratos e negligência. A polícia está finalizando o inquérito 
com as qualificadoras para entregar o caso ao Ministério Público Estadual. 
O nome da acusada não foi divulgado. Ela está presa na delegacia de Mari 
aguardando audiência de custódia, que deverá ocorrer nesta terça-feira (9). O juiz 
decidirá se a mulher continuará presa ou responderá as acusações em liberdade. 
Testemunhas relataram à polícia que a mulher e dois filhos chegaram a um clube por 
volta das 17h, e o menino de três anos caiu na piscina destinada a adultos. 
Desesperado, o outro filho, de nove anos, saiu em busca de ajuda. Ele encontrou um 
Policial Militar, que entrou na piscina, retirou o menino já desfalecido e tentou reanimá-
lo. A criança foi levada para uma policlínica do município, mas morreu. "A mãe ficou 
olhando o filho se afogar, não socorreu, nem chamou ninguém. Ela ficou o tempo 
todo ao lado da piscina olhando. Durante o socorro, ela não esboçou nenhuma 
reação. Estamos investigando como a criança caiu na piscina, se foi empurrada", 
afirmou o delegado Francisco de Assis Araújo. 
A mãe foi presa em flagrante e levada para a delegacia de Sapé, responsável pelo 
plantão do fim de semana. Hoje, a mulher foi transferida para a delegacia de Mari. 
Segundo a polícia, ela permaneceu calada durante o depoimento e não tem 
advogado. Ela deverá ser assistida por um defensor público durante a audiência de 
custódia e todo o processo criminal. 
O corpo do menino foi levado para o Núcleo de Medicina e Odontologia Legal de 
João Pessoa para ser submetido a necropsia. Até às 15h, a família não havia retirado 
o corpo para sepultamento. 
 
O texto, em função de sua natureza e objetivo de composição, se classifica 
como: 
 
a) Descritivo. 
b) Dissertativo. 
c) Injuntivo. 
d) Narrativo. 
e) Dramático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
 
6. (CCV-UFC - 2018 - UFC) Leia o texto abaixo. 
 
UM FILTRO DO SNAPCHAT PARA A VIDA INTEIRA 
 
Cada vez mais pessoas querem fazer cirurgias para ficarem parecidas com filtros do 
Snapchat 
Lábios mais cheios, olhos maiores como os de um gato ou nariz bem fino. Médicos norte-
americanos estão preocupados com uma onda de cirurgias plásticas cada vez mais 
solicitadas nas clínicas. Essa tendência já ganhou nome: trata-se da “dismorfia do 
Snapchat”, que representa o desejo de ficar parecido com os filtros fotográficos disponíveis 
nas redes sociais. 
“Esse novo fenômeno traz pacientes que procuram cirurgia plástica para parecerem 
versões filtradas de si mesmos”, afirmam cientistas da Escola de Medicina da Universidade 
de Boston em relatório publicado no periódico Jama Facial Plastic Surger. “É uma 
tendência alarmante, pois essas selfies filtradas apresentam uma aparência inatingível e 
estão desfocando a linha entre realidade e fantasia para esses pacientes.” 
O termo “dismorfia do Snapchat” é derivado do Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), 
caracterizado pela obsessão de falhas físicas – mesmo aquelas que podem ser invisíveis 
para outras pessoas. Embora o novo fenômeno não seja uma condição clinicamente 
diagnosticável, os médicos acreditam que cirurgias para alterações faciais irrealistas 
podem contribuir para o transtorno ou exacerbá-lo. 
Outras pesquisas já indicaram que mídias sociais e selfies têm alterado a forma pela qual 
as pessoas se enxergam. Cerca de 55% dos cirurgiões plásticos faciais relatam ter atendido 
pacientes que buscavam operações para ficarem melhores nas selfies, de acordo com 
dados da Academia Americana de Plástica Facial e Cirurgia Reconstrutiva. 
“Os aplicativos de mídia social estão proporcionando uma nova realidade de beleza para 
a sociedade de hoje”, escreveram os especialistas no estudo. “Pode-se argumentar que 
esses aplicativos estão nos fazendo perder contato com a realidade, porque esperamos 
parecer perfeitamente preparados e filtrados também na vida real.” 
Em comunicado, o app Facetune afirmou que o serviço está “quebrando a ilusão do 
‘corpo perfeito’” por meio dos filtros de embelezamento. “Todos – desde modelos famosos 
até a sua tia – usam e sabem que todo mundo está usando. Argumentar o contrário é 
ingênuo”, afirmou sem aprofundar a questão. O Snapchat não emitiu comentários.Por Nathália Fabro. Revista Galileu. Globo. Ed. 326 – Setembro de 2018, p. 13. 
 
O texto tem natureza predominantemente: 
 
a) Expositiva. 
b) Opinativa. 
c) Descritiva. 
d) Injuntiva. 
e) Narrativa. 
 
7. (Aeronáutica - 2015 - CIAAR) Leia o texto abaixo. 
 
Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça; há de 
dividi-la, para que se distinga; há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a 
razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
 
efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências, que se hão de seguir; com os 
inconvenientes, que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer às 
dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força de eloquência os argumentos 
contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há 
de acabar. Isto é o sermão, isto é pregar; e o que não é isto é falar demais alto. Não nego, 
nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de 
nascer todos da mesma matéria, e continuar, e acabar nela. Quereis ver tudo isto com os 
olhos? Ora vede. Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, 
tem flores, tem frutos. Assim há de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque há 
de ser fundado no Evangelho; há de ter um tronco, porque há de ter um só assunto e 
tratar uma só matéria. Deste tronco hão de nascer diversos ramos, que são diversos 
discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela. Estes ramos não hão de 
ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de 
palavras. 
VIEIRA, António. Sermão da Sexagésima. In: Sermões I. São Paulo: Edições Loyola, 2009, p. 24 
 
As prescrições presentes no trecho do sermão indicam a elaboração de um 
discurso 
 
a) Dialogal, porque todos os passos de um discurso preveem interlocutores em 
oposição. 
b) Científico, porque necessita estar fundamentado em provas oriundas da 
natureza. 
c) Narrativo, identificado principalmente na metáfora botânica com que é 
comparado. 
d) Argumentativo, organizando o discurso, da tomada do tema até a sua conclusão. 
e) Poético, uma vez que o discurso ao final deve resultar em uma metáfora botânica. 
 
8. (VUNESP - 2019 - TJ-SP) Leia o texto abaixo. 
 
Procuram-se especialistas para identificar fraudes 
 
A recente onda de escândalos de corrupção levou as empresas brasileiras a investir em 
uma área ainda pouco conhecida no mercado: o compliance. 
O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater 
fraudes, realizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e 
regulamentos da sua área de atuação. Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa 
a se proteger de eventuais problemas de corrupção. 
“Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma 
profissão com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no 
mercado”, diz o advogado Thiago Jabor Pinheiro, 35. 
“Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se 
interesse pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de 
fraude, direito administrativo e governança corporativa”, diz Pinheiro. 
Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil. “É 
fundamental que a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
organização e tenha fluência em inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, 
sobretudo dos EUA e da Inglaterra”, diz o advogado. 
Para Caroline Cadorin, diretora de uma consultoria, os candidatos precisam ter jogo de 
cintura para lidar com as mais diversas situações. “Estamos falando de profissionais com 
forte conduta ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Hoje as 
empresas estão cientes de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente 
aquelas envolvidas em projetos de órgãos públicos. As companhias que mantêm 
departamentos de compliance são vistas como mais transparentes”, diz Cadorin. 
Larissa Teixeira. Folha de S.Paulo, 28.09.2017. Adaptado. 
 
Analisando-se a organização do quinto parágrafo do texto, conclui-se que ele é: 
 
a) Argumentativo-narrativo. 
b) Estritamente argumentativo. 
c) Descritivo-narrativo. 
d) Estritamente descritivo. 
e) Descritivo-argumentativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO 
 
UNIDADE 01 
 
 
 
UNIDADE 02 
 
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A 
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C 
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 D 
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A 
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E 
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E 
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C 
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 B 
 
 
UNIDADE 03 
 
 
 
 
UNIDADE 04 
 
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B 
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C 
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E 
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D 
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 B 
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B 
 
 
UNIDADE 05 
 
 
 
UNIDADE 06 
 
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 D 
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B 
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C 
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 A 
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B 
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
 
 
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