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Revolta dos 18 do Forte de Copacabana Wikipédia, a enciclopédia livre

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09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 1/28
Revolta dos 18 do Forte
Tenentismo
Os revoltosos em sua “marcha para a morte”.
Da esquerda para direita, tenentes
Eduardo Gomes, Siqueira Campos,
Newton Prado e o civil Otávio Correia
Data 4–6 de julho de 1922 (Rio de
Janeiro) 
5–13 de julho (Mato Grosso)
Local Rio de Janeiro, Niterói e Mato
Grosso
Desfecho Levante suprimido, líderes presos.
Beligerantes
Revoltosos do Exército
e voluntários civis
Legalistas
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Revolta dos 18 do Forte ou Revolta do Forte de Copacabana foi um de vários
movimentos do Exército Brasileiro coordenados contra o Presidente do Brasil Epitácio Pessoa e o
vencedor da eleição presidencial Artur Bernardes em 5 de julho de 1922. Partidários da facção
derrotada, a Reação Republicana, e agindo sob a figura do marechal Hermes da Fonseca, os
militares revoltosos tentaram uma revolta ampla no Rio de Janeiro, mas só conseguiram o
controle do Forte de Copacabana e da Escola Militar de Realengo, além de, fora da cidade, um
foco em Niterói e a 1ª Circunscrição Militar, em Mato Grosso. Eles foram derrotados, mas a
revolta marca o início do tenentismo e do fim da Primeira República Brasileira.
Em 1921 Nilo Peçanha lançou-se como candidato da oposição, alinhando as oligarquias dos
estados de segunda importância contra a dominação da política nacional por São Paulo e Minas
Gerais. Ele alistou o apoio de militares dissidentes reunidos ao redor de Hermes da Fonseca,
presidente do Clube Militar. Em outubro cartas falsas atribuídas a Artur Bernardes, com ofensas
aos militares, agitaram o pleito e militares participaram ativamente da campanha. O sistema
eleitoral manipulado garantiu a vitória situacionista em março de 1922. A oposição contestou os
resultados, e ao longo dos meses surgiu uma conspiração militar pelo país para destituir Epitácio
Pessoa e impedir a posse de Artur Bernardes. Ela atraiu grande entusiasmo de tenentes, mas
poucos oficais mais graduados. Não tinham um projeto para a sociedade, sendo a princípio um
movimento de desagravo, mas ainda assim refletiam a insatisfação com o regime. No início de
julho, a revolta encontrou seu estopim no fechamento do Clube Militar e breve prisão de Hermes
da Fonseca por sua contestação pública à interferência do governo, usando o Exército, na eleição
em Pernambuco.
A conspiração foi mal organizada, e ainda na noite de 4 de julho os legalistas conseguiram cercar o
Forte de Copacabana e prender os oficiais que sublevariam os grandes efetivos da Vila Militar. No
dia seguinte Hermes da Fonseca foi preso e a Escola Militar travou algumas horas de combate
contra a Vila antes de desistir. Em Niterói a revolta pouco passou da captura da Companhia
Telefônica. Em Mato Grosso os revoltosos defrontaram os legalistas na divisa com São Paulo até
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenentismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Os_18_do_Forte.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Gomes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_de_Siqueira_Campos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Julho
https://pt.wikipedia.org/wiki/1922
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcito_Brasileiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Epit%C3%A1cio_Pessoa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_presidencial_no_Brasil_em_1922
https://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Bernardes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rea%C3%A7%C3%A3o_Republicana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fonseca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_Copacabana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Militar_de_Realengo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Niter%C3%B3i
https://pt.wikipedia.org/wiki/9%C2%AA_Regi%C3%A3o_Militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenentismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nilo_Pe%C3%A7anha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_do_caf%C3%A9_com_leite
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(estado)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_Militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Militar_(Rio_de_Janeiro)
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 2/28
Exército Brasileiro
Marinha do Brasil
Polícia Militar do
Distrito Federal
Força Pública de
São Paulo
Comandantes
Hermes da
Fonseca[a]
Clodoaldo da
Fonseca[b]
João Maria Xavier
de Brito Júnior[c]
Euclides Hermes
da Fonseca[d]
Antônio de
Siqueira Campos[e]
Epitácio Pessoa
Setembrino de
Carvalho[f]
João Nepomuceno
da Costa[g]
Tertuliano
Potiguara[h]
Unidades
1ª Bateria Isolada
de Artilharia de
Costa
Escola Militar do
Realengo
1ª Circunscrição
Militar
7ª Companhia do
1º Regimento de
Infantaria
1ª Região Militar
2ª Região Militar
Forças
638 alunos na
Escola Militar
>300 homens no
Forte de
Copacabana
10 mil homens no
Rio de Janeiro[1]
2 encouraçados
1 destróier
13 de julho, quando baixaram as armas antes de começar o combate. Somente o Forte de
Copacabana permaneceu em revolta, atirando contra alvos militares e travando um “duelo de
artilharia” com as outras fortificações da baía de Guanabara, o que matou vários civis. Na manhã
de 6 de abril, a maior parte da guarnição deixou o Forte, restando apenas 28. Ele sustentou mais
bombardeios da Armada, Aviação Naval e tropas circundantes, não aceitando a rendição. O
comandante saiu para negociar e foi preso, deixando o Forte a Antônio de Siqueira Campos e
outros três tenentes. À tarde eles saíram para a Avenida Atlântica com os soldados restantes para
enfrentar os legalistas, sendo derrotados na praia por forças muito superiores. Dos tenentes,
somente Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram no hospital.
As revoltas de julho de 1922 fracassaram, mas Artur Bernardes enfrentaria um novo fenômeno
militar, o tenentismo, que lançou revoltas maiores e mais sofisticadas no seu mandato, a maior
parte do qual foi passada sob estado de sítio. A recusa da anistia aos revoltosos de 1922 foi um dos
motivos das revoltas seguintes. Elas também fracassaram, mas os tenentistas participaram da
Revolução de 1930, que pôs fim à Primeira República. A maior fama do julho de 1922 ficou com o
Forte de Copacabana e a disposição suicida de um número diminuto de revoltosos a enfrentar as
tropas legais, episódio que adquiriu caráter mítico. É famoso o número de 18 que teriam
participado do combate final, mas a quantidade real era provavelmente menor.
Em 1922 o Brasil passava por uma reavaliação da nacionalidade brasileira às vésperas do
centenário da Independência, tendo como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, enquanto
as finanças públicas sofriam com a baixa na demanda internacional do café, principal produto de
exportação nacional.[2] Na eleição presidencial, marcada para 1º de março, o candidato da
situação à sucessão do presidente da República Epitácio Pessoa era Artur Bernardes, presidente
(governador) de Minas Gerais e representante dos grupos dominantes de seu estado e de São
Paulo. Nas disputas anteriores o candidato situacionista facilmente conseguia o consenso das
oligarquias regionais, mas dessa vez o regime deu sinal de esgotamento.[3]
Em junho de 1921 as lideranças políticas do Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e
Pernambuco, estados de segunda grandeza, organizaram-se na Reação Republicana e lançaram
uma chapa oposicionista do fluminense Nilo Peçanha para presidente, com o baiano José
Antecedentes
A eleição de 1922
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marinha_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Militar_do_Estado_do_Rio_de_Janeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Militar_do_Estado_de_S%C3%A3o_Paulohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Setembrino_de_Carvalho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Nepomuceno_da_Costa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tertuliano_Potiguara
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regimento_Sampaio
https://pt.wikipedia.org/wiki/1%C2%AA_Regi%C3%A3o_Militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/2%C2%AA_Regi%C3%A3o_Militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Encoura%C3%A7ado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Destr%C3%B3ier
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ba%C3%ADa_de_Guanabara
https://pt.wikipedia.org/wiki/Avia%C3%A7%C3%A3o_Naval_Brasileira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_de_Siqueira_Campos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Avenida_Atl%C3%A2ntica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Gomes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_1930
https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Semana_de_Arte_Moderna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_caf%C3%A9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(estado)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bahia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sul
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Joaquim_Seabra
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 3/28
Baixas
1 morto e vários
feridos da Escola
Militar
Em Copacabana:
vide Baixas
3 mortos e 5
feridos da Vila
Militar[i]
2 mortos e 1 ferido
no QG do Exército
Em Copacabana:
vide Baixas
Ao menos 5 civis mortos e 2 feridos[j]
Artur Bernardes com a faixa
presidencial
Nilo Peçanha e correligionários
militares
Joaquim Seabra como vice. Várias explicações já foram propostas
para essa cisão oligárquica, como a disputa pela Vice-Presidência, a
contestação à política econômica favorável ao café, um primeiro
ensaio do populismo ou uma contestação à dominação do sistema
federal por Minas Gerais e São Paulo.[3][4] Alguns estudos mostram
a instabilidade da aliança mineiro-paulista, mas havia de qualquer
forma insatisfação com o arranjo político.[5]
As propostas da Reação Republicana eram reformistas e pacíficas.
Ela não pretendia romper o modelo da Primeira República, mas
apenas conseguir isonomia entre os estados,[6] e seus chefes
estaduais tinham o mesmo perfil e práticas dos situacionistas;[7] em seu estado, Nilo Peçanha também aplicava o
coronelismo, e a Reação buscava o apoio dos oligarcas insatisfeitos. No jogo eleitoral da Primeira República,
baseado no compromisso coronelista, ela estava em desvantagem, pois não podia usar a máquina pública federal
para distribuir privilégios e favores. Assim, a Reação acrescentou aos métodos tradicionais a campanha entre as
massas urbanas, uma novidade na época, assim como a procura do apoio militar.[8] Militares reunidos ao redor do
marechal Hermes da Fonseca aderiram à chapa de Nilo Peçanha após Hermes não conseguir uma candidatura.[9]
Hermes era presidente do Clube Militar, ex-presidente da República e “chefe virtual do Exército”,[10] “percebido pelos militares como o superior
hierárquico de todos”.[11]
Na década de 1920 o Exército Brasileiro era reformado e modernizado com a gestão do ministro da Guerra
Pandiá Calógeras e a assessoria da Missão Militar Francesa, realizando as ambições dos Jovens Turcos de
anos antes.[12][1] Mas dentro do oficialato havia tensões. Os oficiais estavam frustrados com o desprezo
recebido da população. Tenentes estavam desanimados com a lenta progressão de carreira e por não terem
conseguido a oportunidade de lutar na Primeira Guerra Mundial. A gestão de Calógeras e a Missão Francesa
atraíam críticas, acusações de corrupção e dificuldades de adaptação. Em abril de 1921, a demissão do general
Bento Ribeiro, chefe do Estado-Maior do Exército e inimigo de Calógeras, gerou uma manifestação de
solidariedade de mais de cem oficiais, ameaçando cindir o Exército, mas ele não estava interessado numa
revolta.[13] O fato dos ministros da Guerra e da Marinha, respectivamente Calógeras e Raul Soares, serem
ambos civis foi explorado nas críticas de Nilo Peçanha.[14]
A aproximação da Reação Republicana e os militares chegou ao auge com a publicação de cartas falsas
atribuídas a Artur Bernardes, com teor insultuoso aos militares, de forma a posicioná-los contra sua candidatura.[15] Foram dois documentos
publicados no Correio da Manhã em outubro de 1921 como parte da campanha antibernardista do jornal.[16] O autor das cartas chamou Hermes
Descontentamento militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:PRESIDENTE_ARTHUR_DA_SILVA_BERNARDES_COM_A_FAIXA_PRESIDENCIAL.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nilo_Pe%C3%A7anha,_durante_a_campanha_Rea%C3%A7%C3%A3o_Republicana,_ao_lado_de_correligion%C3%A1rios_militares.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Joaquim_Seabra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vice-presidente_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Populismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coronelismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandi%C3%A1_Cal%C3%B3geras
https://pt.wikipedia.org/wiki/Miss%C3%A3o_Militar_Francesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jovens_Turcos_(Brasil)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bento_Ribeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado-Maior_do_Ex%C3%A9rcito_(Brasil)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Soares_de_Moura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Correio_da_Manh%C3%A3_(Brasil)
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 4/28
de “sargentão sem compostura”, encostando no ressentimento dos oficiais do Exército pelo desdém que recebiam da elite civil.[17] A crise era
semelhante à Questão Militar no final do Império.[18] O Clube Militar examinou as cartas atribuídas a Artur Bernardes e avaliou-as como
verdadeiras.[19] Seus criadores acabaram confessando a falsificação, mas as tensões no meio militar aumentaram.[20] As explicações de
Bernardes acabaram aceitas pela maioria dos oficiais, à exceção de uma minoria de capitães e tenentes.[21] Após a perícia do Clube Militar,
oficiais uniformizados e armados fizeram campanha eleitoral pela oposição. “Fermentavam de revolta as guarnições e a própria Escola
Militar”.[19] O ambiente no Clube era indisciplinado e furioso.[22]
A eleição ocorreu em clima agitado, e os situacionistas, controlando a máquina oficial, garantiram a vitória de Artur Bernardes em março de
1922.[15] Todos sabiam que as urnas eram manipuladas.[23] Ao contrário das eleições anteriores, a oposição contestou os resultados e clamou por
um Tribunal de Honra para arbitrar o processo. Para manter a pressão, radicalizou seu discurso e acenou a uma saída pelas armas. Em abril J.J.
Seabra discursou: “Se não for aceita essa solução patriótica e honrosa do Tribunal de Arbitramento, teremos a luta e a sangueira”. Os
situacionistas não se deixaram intimidar. Em maio Raul Soares respondeu: “Se as classes armadas se acham no direito de fazer a revolução, nós
nós achamos no dever de debelá-la.” Essa intransigência acelerou a radicalização. A imprensa oposicionista denunciava as prisões e
transferências de tenentes antibernardistas.[24] Em 7 de junho o Congresso confirmou os resultados do pleito.[20] Os oposicionistas foram
afastados das comissões da Câmara dos Deputados e dos trabalhos do reconhecimento eleitoral. Restava apelar aos militares.[25]
Nilo Peçanha investia na agitação militar apenas como forma de pressão e não queria uma revolta, mas apenas um movimento popular diante do
Congresso em 15 de novembro.[26] Ele foi arrolado no inquérito policial após a revolta, mas as acusações não foram comprovadas.[25] Diferente
do que Nilo planejava, esboçava-se um movimento militar de escala nacional com os objetivos de destituir Epitácio Pessoa e impedir a posse de
Artur Bernardes.[27] Há anos a crítica à fraude eleitoral abria caminho para a ideia de uma solução violenta.[28]
A mobilização que culminaria na revolta armada buscava purificara classe armada da interferência da política civil e reparar os brios feridos do
Exército.[29] Militares dissidentes consideravam a política dominada pelos “interesses rasteiros e particularistas” dos situacionistas;[28] para eles,
os políticos civis haviam traído a República proclamada pelo Exército. Estavam insatisfeitos com a sociedade e a posição do Exército, não
aceitando obedecer sem questionar.[30] A rebeldia vinha por esprit de corps, ainda sem reivindicações para as forças novas da sociedade, que
viriam nos movimentos posteriores.[31][32] Não houve manifesto revolucionário em meio à revolta e ela era a princípio corporativa, defendendo a
honra militar contra a figura de Artur Bernardes. Foi, ainda assim, a expressão de um clima revolucionário[33] e do desgaste do regime pouco
aberto a novas demandas políticas, econômicas e sociais. Os participantes tinham a identidade de uma elite moral capaz de derrotar as
oligarquias.[34]
As baixas patentes eram volumosas entre os insurgentes, mas poucos oficiais graduados foram conquistados pela conspiração.[35] A maior
exceção era o próprio Hermes da Fonseca, que emprestou seu nome ao movimento. Ele tinha vários motivos possíveis: as ofensas sofridas, a
vontade de recuperar sua reputação, a influência dos filhos e a insatisfação com os resultados da eleição. Os comandantes do Forte de
Copacabana e da guarnição de Mato Grosso, que participaram da revolta, eram seus parentes. Os rebeldes eram em sua maioria beneficiários dos
Perfil dos revoltosos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quest%C3%A3o_Militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_Imp%C3%A9rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_dos_Deputados_(Brasil)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Proclama%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_do_Brasil
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 5/28
O Paiz associa os incidentes no
Maranhão e Paraná aos “agentes
agitadores do nilismo”
investimentos na educação militar nos anos interiores, com uma mistura de instrutores da “Missão Indígena” na Escola Militar do Realengo,
novos formandos e oficiais subalternos com instrução francesa recente. Os tenentes eram numerosos, mas ainda assim precisavam de um oficial
prestigiado à sua frente, papel desempenhado por Hermes.[36][37] Os tenentes, como o setor mais baixo do oficialato, viviam mais perto da
carestia da população.[38]
A revolta surgiu apenas numa facção dentro do Exército, que, como corporação, permaneceu leal à estrutura de poder.[29] Em meados de 1922 o
oficialato dividia-se entre legalistas e revolucionários, ambos crentes num papel cívico para o Exército, mas os revolucionários acreditavam em
acabar com o regionalismo e a corrupção.[39] Somente uma minoria pegou em armas.[31] Tinham apoio ou simpatia entre a população urbana e
alguns políticos, como Maurício de Lacerda.[20]
A confirmação da vitória de Bernardes foi recebida com levantes desestabilizadores.[40] Em abril a Força
Pública do Maranhão destituiu por um dia o governo de Raul da Cunha Machado; movimentos semelhantes
ocorreram no Paraná e Santa Catarina.[20][41] Houve uma tentativa de rebelião nos navios da Esquadra. No
Ceará, houve um incidente entre o governador e a oficialidade. Em Alagoas, a tropa desfilou cantando uma
marchinha contra o candidato oficial.[19] Alguns jovens aviadores navais na Ilha das Enxadas planejaram um
ataque aéreo contra a comitiva presidencial.[42] Foi nesse clima, e após incidentes como esses, que viria o
levante de julho.[19]
À época da eleição já havia conversas conspiratórias no Rio de Janeiro, incluindo entre os filhos de Hermes,
mas sem a coordenação de militares de alta patente. Pretendiam impedir a posse. Alguns policiais e sargentos
fiéis ao governo infiltravam os conspiradores.[43] Em fevereiro O Estado de S. Paulo publicou uma circular,
assinada “O Exército”, na qual havia uma conspiração para depor governadores e o presidente e entregar o
poder a Nilo Peçanha ou a um ditador.[28] Em maio Epitácio Pessoa já discutia a conspiração nos bastidores.
Havia disperso os oficiais suspeitos para longe da capital e nomeado substitutos confiáveis, mas ainda achava
que Artur Bernardes deveria renunciar, pois “não se aguentará 24 horas no Catete”.[44]
Após a derrota em Mato Grosso, o general Clodoaldo da Fonseca declarou que esperava contar com o Exército e a Brigada Militar do Rio Grande
do Sul, e o movimento poderia vir no final de outubro. Anteriormente, havia descrito a seus oficiais um plano de escala nacional, com apoio
também em São Paulo, Bahia e Minas Gerais.[45] No Pará, os oficiais que poderiam ter participado da revolta haviam sido transferidos antes de
seu início, como o tenente Pires Camargo, da 3ª Companhia do 26º Batalhão de Caçadores, que havia ameaçado usar as armas durante a
campanha eleitoral.[46]
Atividade conspiratória
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:O_Paiz_27_de_abril_de_2022_rebeli%C3%A3o_na_pol%C3%ADcia_maranhense.png
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Paiz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maur%C3%ADcio_de_Lacerda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Militar_do_Estado_do_Maranh%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_da_Cunha_Machado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paran%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alagoas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_das_Enxadas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sargento
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Estado_de_S._Paulo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brigada_Militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 6/28
Hermes da Fonseca
Boatos sobre um levante em Mato Grosso circulavam na imprensa desde maio, e já naquela época os conspiradores faziam suas articulações, com
um início pretendido em Ponta Porã. Após a derrota da revolta, o inquérito de um dos tenentes apontava 16 de junho como a data de início
planejada, embora possivelmente houve um erro datilográfico e data seria em julho. Se em junho, a data seria uma semana após o parecer do
presidente do Congresso, o senador mato-grossense Antônio Azeredo, reconhecendo a vitória de Artur Bernardes. A aprovação pelo Senado
poderia ser o pretexto para a revolta.[47] Em 27 de junho a Gazeta de Notícias noticiava um movimento revolucionário iminente no estado.[48]
Em 29 de junho, Hermes da Fonseca enviou um telegrama ao coronel Jaime Pessoa da Silveira, comandante da 6ª
Região Militar, em Pernambuco, aconselhando-o a negar seu apoio à facção favorecida pelo governo na disputa
política estadual.[49][50] A facção no governo pernambucano, favorável à Reação Republicana, havia derrotado a
oposição, incluindo parentes de Epitácio Pessoa, na eleição a governador em 27 de maio.[k] A oposição contestou os
resultados e o estado entrou em clima de guerra civil. O presidente nomeou o novo comandante, que trouxe
reforços de outros estados e usou suas tropas em favor da oposição.[51][l] Soldados do Exército mataram o dentista
Tomás Coelho Filho, trazendo atenção nacional à crise. Assim, os oficiais no Recife apelaram a Hermes da
Fonseca.[52]
No telegrama, em nome do Clube Militar,[53] o marechal alertou contra o desvio do Exército, lembrando que ele
“serve para defender o povo, não atacá-lo” e “as situações políticas passam e o Exército fica”. Era um chamado à
desobediência à ordem presidencial.[54][11] Jaime Pessoa pediu demissão. Epitácio Pessoa não deixou passar. Como
Hermes da Fonseca confirmou que o telegrama era de sua autoria, o Ministério da Guerra enviou-o um aviso de
repreensão. Ofendido, Hermes reiterou suas afirmações em 2 de julho, declarando-se apto a opinar por ser “chefe
do Exército Nacional”, posição legalmente do presidente. Por isso, recebeu ordem de prisão por 24 horas. Ele foi
levado ao 3º Regimento de Infantaria, onde foi liberado após 17, ao meio-diade 3 de julho.[55][11] Ele também foi
destituído da presidência do Clube Militar, que, por assumir sua participação, foi fechado por seis meses[54] com base na Lei Adolfo Gordo, que
permitia fechar estabelecimentos de cafténs e anarquistas.[56][32]
A prisão e o fechamento foram ofensivos aos militares dissidentes[57] e serviram de estopim à revolta.[32] Ainda assim, foram pretextos, não
causas, pois a conspiração já se desenvolvia há meses. No Forte de Copacabana, o bombardeio à cidade era planejado há quase seis meses.[57]
Hermes da Fonseca considerava o levante prematuro, mas após sua prisão o ânimo dos jovens oficiais era exaltado demais para evitá-lo.[11] Na
noite de 4 de abril, com a revolta entrando em ação, declarou a um filho contrário a seu início: “É tarde para tudo, meu filho: tarde para recuar,
tarde para articular a força que necessito.”[58]
Prisão de Hermes da Fonseca
Início no Rio de Janeiro
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_Por%C3%A3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gazeta_de_Not%C3%ADcias
https://pt.wikipedia.org/wiki/7%C2%AA_Regi%C3%A3o_Militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Adolfo_Gordo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Proxeneta
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09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 7/28
Plano revolucionário no Rio de
Janeiro
A ideia era revoltar o 1º Regimento de Infantaria (RI), na Vila Militar, onde estava o comando da 1ª Divisão
de Infantaria e várias unidades.[m] Com o apoio da Escola Militar do Realengo, Escola de Sargentos de
Infantaria, 1ª Companhia Ferroviária, Batalhão de Engenharia, 15º Regimento de Cavalaria (RC), 2º
Regimento de Artilharia e Escola de Aviação, seria possível forçar a adesão de toda a Vila Militar, incluindo o
2º RI. Escoltado por um piquete do 15º RC, o marechal Hermes assumiria o comando em Cascadura,
liderando uma vanguarda para enfrentar no Méier forças legalistas da Marinha, 3º Batalhão de Infantaria da
Polícia Militar, 1º Regimento de Cavalaria Divisionária (RCD) e 3ª Companhia de Metralhadoras. Enquanto
isso, a retaguarda seguiria à Zona Sul por Jacarepaguá, a estrada do Pica-Pau e Copacabana. Sob a cobertura
dos canhões dos fortes de Copacabana e Santa Cruz, os dois mais importantes da baía de Guanabara, ela
atingiria a sede do presidente no Palácio do Catete.[59][60]
O ministério da Guerra não temia o bombardeio da cidade pelo Forte de Copacabana. Porém, Siqueira Campos e outros artilheiros calcularam
novas tabelas antes do movimento, reduzindo a carga de projeção para modificar os ângulos de tiro. Assim, os canhões poderiam atirar por cima
das montanhas, ameaçando a cidade. Um deles consultou os cálculos com um professor de balística da Escola Militar, sem explicar suas
intenções.[61] Os preparativos no Forte começaram com antecedência, cavando trincheiras, dispondo arame farpado, estocando víveres para um
mês, retendo o pessoal no quartel, eletrificando as redes e tranferindo os alojamentos e cozinha a locais protegidos.[1] Ironicamente, ele era a
“menina dos olhos” do ministro Calógeras, que tratava com especial consideração seus oficiais, entre eles Delso Mendes da Fonseca e Antônio de
Siqueira Campos.[22]
Excessivamente otimistas que o movimento se alastraria pelo Exército, os conspiradores agiam com indiscrição. Assim, o governo estava ciente
do risco da rebelião e já tomava medidas preventivas, transferindo e afastando oficiais suspeitos, especialmente na Vila Militar. Os conspiradores
também tinham limitada organização, apresentando falhas de comunicação após a deflagração da revolta. Alguns relatos atestam uma
conspiração pouco elaborada, com integrantes que só souberam do levante às vésperas.[62][63] Muitos dos que se declaravam veementemente
pela ação não agiram na hora da revolta.[64] Antes do início, Hermes da Fonseca já tinha um “pressentimento absoluto da derrota”, pela falta de
articulação, retardamento de contatos e conhecimento pleno da ação pelo governo. Ele considerou os aliados civis inertes e vazadores de
informações. Os oficiais da Vila, por sua vez, não estavam todos comprometidos, e quase todos estavam fora dos quartéis e sob controle.[58] À
esposa, o marechal declarou antes da revolta: “O governo controla tudo. Telefones, telégrafo, trens e estradas. Não existe nenhum plano. Esses
meninos são loucos. Querem arrasar a cidade.”[11] O governo já previa a revolta do Forte de Copacabana e outros corpos como a Escola
Militar.[35]
Plano de ação
Reação legalista antecipada
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https://pt.wikipedia.org/wiki/1%C2%AA_Divis%C3%A3o_de_Ex%C3%A9rcito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Sargentos_das_Armas
https://pt.wikipedia.org/wiki/2.%C2%BA_Batalh%C3%A3o_de_Infantaria_Motorizado_(Escola)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cascadura_(bairro_do_Rio_de_Janeiro)
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9ier
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_Sul_(Rio_de_Janeiro)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacarepagu%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza_de_Santa_Cruz_da_Barra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_do_Catete
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bal%C3%ADstica
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 8/28
Estação ferroviária da Vila Militar
Em 4 de julho houve uma reunião de conspiradores, com representantes de todos os corpos do Rio. O governo
provavelmente tinha informantes infiltrados.[65] Os revolucionários perceberam que alguns deles foram
identificados pelo governo através de seu contato telefônico com o Forte de Copacabana.[66] Á tarde, uma
concentração excessiva de oficiais na Baiuca, alojamento da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, confirmou
as suspeitas do governo.[67] A filha de Epitácio Pessoa afirma que ele sabia com antecedência até do horário
marcado para a revolta.[68]
À noite o marechal Hermes havia desaparecido do Palace Hotel, seguindo para a Vila Militar, assim como
vários oficiais suspeitos, e o governo já previa a revolta do Forte de Copacabana.[69] Ao redor das 22:00 o
coronel Nestor Sezefredo dos Passos, comandante do 1º RI, designou uma companhia para o tenente-coronel
Álvaro Guilherme Mariante, encarregando-o de prender os oficiais suspeitos quando chegassem de trem à
Vila Militar. Assim, o levante foi impossibilitado. Os oficiais na Baiuca também foram presos, à exceção de
alguns que conseguiram fugir.[67] Nas estações da Estrada de Ferro Central do Brasil, os oficiais à procura de trens eram também presos sob as
ordens do general Manuel Lopes Carneiro da Fontoura, comandante da 1ª Região Militar.[58]
No 1º Regimento de Artilharia Montada, o comandante, coronel João José de Lima, reuniu seus oficiais no cassino e perguntou suas opiniões.
Todos menos dois tenentes eram favoráveis à revolução, e portanto, foram presos, deixando o regimento com os capitães e sargentos. Isto se
repetiu em muitas unidades.[70] Nas palavras do tenente João Alberto Lins de Barros, um dos presos nesse regimento,[71]
No dia 4 de julho, durante a noite, todos nós, revolucionários, estávamos a postos para erguer a tropa ao primeiro sinal… Éramos
poucos, dentro de um regimento considerado legalista e precisávamos de um apoio vindo de fora do quartel para fazer o levante…
fomos presos com a impressão de que o movimento abortara. Só depois de transferidos de unidade, quando nada mais podíamos
fazer, soubemos que a Escola Militar e o Forte Copacabana estavam revoltados.
O tenente Telmo Borba, que deveria levantar a Escola de Sargentos de Infantaria, não pôde cumprir o compromisso, assim como o tenente Luís
Carlos Prestes, subcomandante da 1ª Companhia Ferroviária, que estava doente. O capitão Luís Gonzaga Borges Fortes tentou danificar a estação
radiotelegráfica de campanha, mobilizando a Companhia de Pontoneirosdo 1º Batalhão de Engenharia, mas foi derrotado.[72][73] A Escola de
Aviação foi ocupada por um batalhão legalista na noite do 4 ao 5, quando os pilotos revolucionários testavam os motores das aeronaves. As
tentativas de levante na Fortaleza de Santa Cruz e 15º Regimento de Cavalaria também falharam.[71][1]
Duzentos oficiais e praças revolucionários adentravam o Forte, acrescidos às 22:00 de uma bateria de 54 homens do Forte do Vigia.[74][75] Entre
eles estava o tenente Eduardo Gomes, que chegou à tarde.[76] Às 21:00 o capitão José da Silva Barbosa seguiu ao ministério da Guerra, onde foi
encarregado de assumir o comando da 1ª Bateria de Artilharia de Costa, o Forte de Copacabana, para impedir o levante.[n] O capitão Barbosa
seguiu acompanhado de seu superior, o general Bonifácio Gomes da Costa, comandante do 1º Distrito de Artilharia de Costa, e de uma
companhia do 3º RI. O general e o capitão entraram às 23:30, sem escolta, no Forte, onde soldados preparavam trincheiras e arame farpado e
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Aperfei%C3%A7oamento_de_Oficiais
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09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Praças do Forte de Copacabana
conduziam munição e uma carreta com um canhão de 190 mm. O capitão Euclides Hermes da Fonseca, comandante do Forte, sugeriu que a
transferência fosse na manhã seguinte, mas o general Bonifácio, após comunicação com o general Fontoura, não aceitou. O comandante do Forte
prendeu os dois enviados.[74][75]
O capitão Libânio da Cunha Matos, comandante da companhia do 3º RI, foi ao Forte, onde o general Bonifácio ordenou o regresso de sua
companhia ao quartel. Ele não deu interpretação literal à ordem e em vez disso ocupou o Túnel Novo. Outra companhia, a 3ª, já estava a essa
hora na rua Barata Ribeiro. Os rebeldes haviam minado o terreno ao redor do Forte. Enquanto o capitão estava fora do comando, seus tenentes
Álvaro Barbosa Lima e Mário Tamarindo Carpenter também foram ao Forte. Carpenter aderiu, enquanto Lima conseguiu fugir.[77]
O diretor da Fábrica de Cartuchos do Exército, o coronel João Maria Xavier de Brito Júnior, retirou a
munição para seu uso na revolta da Escola Militar do Realengo, situada na vizinhança.[73] Os oficiais
instrutores[o] armaram os alunos.[78] Nove cadetes não quiseram participar, assim como alguns oficiais,
sendo presos. Às 23:50 o capitão Oton de Oliveira Santos, encarregado da ronda noturna pelo diretor da
Escola, o general Eduardo Monteiro de Barros, encontrou o coronel Brito com um grande número de oficiais e
alunos em sua casa, normalmente fechada e de luzes apagadas a essa hora. Intimado a entrar, ele deu dois
tiros ao alto e correu para a casa do general. Monteiro de Barros seguiu para a Escola Militar, mas no caminho
as patrulhas rebeldes atiraram na sua direção. Ele pretendeu buscar reforços na Vila Militar,[79] mas acabou
preso.[78][p] Também Oton foi capturado pelos rebeldes antes de atingir a Vila.[79]
Pouco antes de 1:00 da madrugada, o tenente Frederico Cristiano Buiz acordou as praças de sua companhia, a 7ª do 1º RI, e dividiu-as em dois
pelotões. Um ficou na frente do quartel, enquanto ele liderou outro ao cassino dos oficiais do regimento, onde estava seu comandante, o capitão
José Barbosa Monteiro, o coronel Passos e outros. Com sua pistola na mão e à frente de seus soldados armados, declarou — “Estourou a
Revolução! Estou com a Revolução!” Sezefredo dos Passos, mesmo desarmado, avançou a Buiz e pegou sua pistola. Os demais oficiais também
confrontaram o pelotão. O capitão Monteiro foi morto no choque.[80] Buiz perdeu a oportunidade, deixando-se dominar. Pelo seu gesto de
coragem pessoal, o comandante do regimento foi depois promovido a general.[73]
O marechal Hermes saiu de seu hotel às 23:00. Ele aguardaria o 15º RC perto da Vila. Seguiu em um de três automóveis, sendo interceptados na
estação de Engenho de Dentro por um esquadrão do 1º RCD. Após abandonar o carro, conseguiram chegar ao sítio do deputado Mário Hermes,
perto da estação de Marechal Hermes. O piquete do 15º RC veio, mas para prender o marechal. O general Ribeiro da Costa comunicou sua prisão
Revoltas
Rio de Janeiro
Primeiras ações revolucionárias
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09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Vila Militar e redondezas, com os
morros de Monte Alegre e da Caixa
D'Água assinalados
às 06:00 da manhã. Ele foi detido no encouraçado Floriano.[81] Sua presença na Vila Militar poderia ter tido grande impacto.[73]
Às 01:15 ou 01:20 o Forte de Copacabana deu seu primeiro tiro, visando a ilha desabitada de Cotunduba. Ele foi ouvido em toda a cidade na
madrugada e marcava o início da revolta. O segundo foi na mesma direção, o terceiro, para a rocha da base do Forte do Vigia, alertando a
população, e o quarto, ao 3º RI, como protesto à prisão de Hermes.[82] Esperava-se, então, tiros dos outros fortes, especialmente de Santa Cruz e
Imbuí, para marcar sua participação. Houve apenas silêncio.[73]
A Escola Militar do Realengo tinha 638 alunos em armas.[83] Cerca de 100 ficaram na Escola para cuidar dos
que não aderiram, enquanto outros 500,[73] ou 449, rumaram para a Vila Militar sob a liderança do coronel
Brito.[1] Eram das quatro armas,[q] cada qual sob seu auxiliar de instrução. O esquadrão de cavalaria foi à
frente pela Estrada Real de Santa Cruz para a ponte de Piraquara. O deslocamento começou à meia-noite pela
Estrada de São Pedro de Alcântara. A expectativa era juntar-se aos revolucionários na Vila Militar, mas ela
estava hostil.[78][84]
O general Fernando Setembrino de Carvalho foi acordado às 02:00 da madrugada para assumir o Estado-
Maior do Exército, para o qual havia sido nomeado poucos dias antes. O ministro da Guerra, como civil, não
comandava a repressão ao levante, que cabia ao comandante da região. Porém, conforme o depoimento de
Carvalho, o general Carneiro da Fontoura estava “invisível”, repousando no gabinete, enquanto reinava
confusão no comando, com informações desencontradas sobre as revoltas. Um esquadrão do 1º RCD já havia
seguido ao Realengo em reconhecimento, e enviou-se ao Méier um destacamento sob o general João de Deus
Mena Barreto. Ele tinha um batalhão da Polícia Militar, a 3ª Companhia de Metralhadoras, um esquadrão de
cavalaria e outras unidades, sem retirar muitas tropas da sede do governo. Seguiu pessoalmente à Vila
Militar, escutando a artilharia no caminho.[85][86] Ele assumiu a liderança, e a maior parte da 1ª Divisão permaneceu leal.[22]
Dependendo da fonte, antes da parada de Magalhães Bastos um elemento de ligação informou da posição da Vila;[78] um pelotão de vanguarda
“teve uma recepção diferente daquela que esperava” na Parada de Engenharia[84] ou os alunos foram surpreendidos por uma descarga de
metralhadoras ao ar, com alguns debandando, e os demais então posicionando a artilharia.[73] Conforme Juarez Távora, participante da coluna
rebelde, o comando deixou a coluna no morro, com boa posição sobre a Vila Militar, e somente ao clarear do dia deu ordem de fogo à sua
artilharia para verificar a posição da Vila, que reagiu com força.[78][87] Por outrafonte, houve um primeiro combate, após o qual os cadetes
recuaram para a localidade de Árvore Seca, no morro Monte Alegre. Pela narrativa de um repórter de A Nação, o posto de comando do coronel
Brito avistou a aproximação de cerca de 100 homens da infantaria da Vila, mas eles não foram hostilizados para verificar se havia divisão ou
união entre as forças oponentes. Quando chegou muito perto, os fuzis-metralhadoras no posto atiraram ao ar e a infantaria rebelde na fralda do
morro abriu fogo. Iniciou-se o combate.[88]
Derrota da Escola Militar
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Floriano_(encoura%C3%A7ado)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Cotunduba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_D._Pedro_II_do_Imbu%C3%AD
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_Imperial
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Deus_Mena_Barreto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Magalh%C3%A3es_Bastos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juarez_T%C3%A1vora
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Forte de Copacabana em 1920
O capitão Mascarenhas de Moraes lutava na artilharia legalista, tendo deslocado a 2ª Bateria do 1º Regimento de Artilharia Montada à região do
morro da Caixa d'Água, nas imediações da Colina Longa, e atirado contra o morro da Árvore Seca. Ele relata como a artilharia dos revoltosos
acertou perto das residências dos oficiais, levando algumas famílias a se retirarem.[89]
Às 10:00 da manhã a luta encarniçada já durava quatro horas. A artilharia da Vila passou do fogo indireto ao direto e ao de barragem. A essa hora
um novo elemento de infantaria legalista foi visto seguindo à Escola para contorná-la pelo flanco esquerdo. Em Cascadura aguardavam mais
legalistas. O coronel Brito reuniu seu Estado-Maior. Não havia chance de vitória, e ele precisava conservar a vida dos cadetes. Assim, eles
pediram a bandeira branca e retornaram à Escola. Os oficiais e alunos presos foram postos em liberdade.[90] O saldo foi de um morto e vários
feridos, entre os rebeldes, e dois mortos e cinco feridos, entre os legalistas.[r] Após as 12:00 ou 14:00 um esquadrão de cavalaria legalista, sob o
capitão Euclides Figueiredo, entrou na Escola sem resistência. Mais tarde ele foi substituído por um batalhão da Vila. O coronel Brito e os
instrutores e demais oficiais foram presos.[91][92]
Ao amanhecer no Forte de Copacabana, os revolucionários, a princípio sem informações, esperavam notícias
de sua vitória. A infantaria legalista permanecia nas proximidades, e o coronel João Nepomuceno da Costa foi
nomeado comandante da força de ataque.[93] A infantaria ficou nos túneis Novo e Velho, e a artilharia, nas
montanhas na região dos túneis em Vila Rica e Leme. O destacamento era composto de um esquadrão de
cavalaria (para reconhecimento e ligações), um batalhão do 3º RI e mais duas companhias, um batalhão de
caçadores e duas baterias, uma de de montanha e outra de obuses. Às 14:30 o coronel Nepomuceno recebeu a
ordem de ataque. O grosso do batalhão do 3º RI avançaria ao morro do Cantagalo e fixaria o inimigo,
enquanto as demais forças atacariam os defensores em Ipanema e na praia de Copacabana, tentando isolá-los
do Forte.[94]
A ordem era para atacar o quanto antes, impreterivelmente antes de cair a noite, mas o destacamento só pôde
concentrar às 19:00.[95] No final da manhã o comandante do Forte usou o canhão Krupp 190 mm para
disparar contra a ala esquerda do ministério da Guerra, para atingir a mesa onde fora assinada a ordem de
prisão de Hermes da Fonseca. O primeiro tiro caiu em frente à praça da Praça da República, levantando
poeira e estilhaços e levando à fuga de operários e moradores. O segundo caiu nos fundos da Companhia
Light & Power, acertando um sobrado e matando um homem, uma mulher e duas crianças.[96] O próprio
ministro Calógeras telefonou para protestar a destruição.[97] O coronel Nepomuceno tinha ordem de cortar as
ligações telefônicas e o abastecimento de água e luz, mas não cortou permanentemente as comunicações para que os revoltosos soubessem de sua
derrota no restante da cidade.[98]
Cerco do Forte de Copacabana
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Mascarenhas_de_Moraes
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Leme_(bairro_do_Rio_de_Janeiro)
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09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Detalhe de mapa de Copacabana e
redondezas
Sem perceber, Calógeras havia indicado o alvo atingido. Os artilheiros perceberam que haviam esquecido de frenar a arma durante o disparo.
Corrigindo o erro, atiraram de novo e atingiram o ministério da Guerra. O canhão atirou mais duas vezes, atingindo o pátio e a extremidade
oposta. Dois militares morreram e um ficou ferido. O pânico tomou conta do prédio. O quartel-general foi transferido para o Corpo de
Bombeiros, na mesma praça, e em seguida a outro quartel no Largo do Humaitá.[61]
Pouco antes das 15:00[96] o coronel Nepomuceno, amigo pessoal do comandante Euclides, intimou o Forte a
render-se, avisando do fracasso da revolta. O enviado do Forte disse que só obedeceriam ao marechal Hermes
e pediu um armistício. O coronel Nepomuceno concedeu-o, sob a lógica de ganhar tempo para a chegada dos
reforços,[99] mas Epitácio Pessoa, seguro de sua posição, não queria negociar. Enquanto vigorava o cessar-
fogo, às 16:00, sob suas ordens, a Fortaleza de Santa Cruz abriu fogo.[96] Houve um “duelo das fortalezas”.[61]
Os revoltosos retribuíram contra as tropas legais em Copacabana; um dos três tiros atingiu um palacete da
família Guinle. Às 18:30 o Forte Imbuí juntou-se ao fogo contra o Copacabana. Por intervenção do general
Bonifácio, cuja esposa estava no Imbuí, o capitão Euclides Hermes poupou o alvo, escolhendo o Batalhão
Naval.[96] O Forte do Vigia também participou. Os legalistas foram demorados; o Imbuí atirou atrasado, pois
a caldeira precisava de três a quatro horas para fornecer pressão suficiente. O Forte de São Luís deveria
participar, mas nem chegou a atirar. Às 19:00, um novo emissário do Destacamento das Forças de Ataque
avisou que não haveria armistício e intimou a rendição do Forte.[100] Era uma formalidade, pois a chegada da
noite impôs o cessar-fogo.[96]
Conforme Siqueira Campos, uma ordem de retirada mal comunicada, durante o bombardeio da Fortaleza de Santa Cruz, resultou na inutilização
de um canhão francês de 75 mm usado na defesa externa; ele foi lançado na água. Para Eduardo Gomes, foi forma de evitar que o canhão caísse
nas mãos inimigas.[101] Outro motivo possível era expressar oposição à Missão Militar Francesa. O canhão era recente e estava ali para teste.[102]
Entre os legalistas, a artilharia de montanha chegou às 20:00, e a outra bateria, às 21:30, posicionando-se respectivamente na Vila Rica e na
garganta do Leme. O cerco só foi apertado às 23:00, com as tropas alcançando a praça Serzedelo Correia, com uma patrulha na praia. Em posição
elevada na rua Toneleros, o capitão Eurico Gaspar Dutra servia de observador para a artilharia. Uma companhia do 3º RI ficou no Forte do Vigia,
e a cavalaria ficou perto do morro do Cantagalo, vigiando a praia do Leblon. A tropa não chegou mais perto pois era previsto o apoio dos canhões
da Armada.[103]
No interior do Forte, com o corte da luz e água, os defensores dependiam de velas e da água salobra destilada do mar. No dia 6 os tenentes
queriam poupar o capitão EuclidesHermes, único oficial com esposa e filhos, enviando-o para negociar a rendição, mas o comandante não queria
sair. Às 04:00 da madrugada, o ministro Calógeras telefonou para avisar do isolamento total do Forte, mas deu garantia de vida aos revoltosos. O
comandante reuniu seus oficiais e explicou a situação. Dentro do Forte sabia-se do bombardeio iminente pela Armada e as outras fortificações.
Uma facção liderada por Siqueira Campos e Eduardo Gomes queria resistir, mas outra considerava a revolta encerrada. O comandante deu a cada
Manhã de 6 de abril
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mapa_Copacabana_1922.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C3%A3o_Lu%C3%ADs
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eurico_Gaspar_Dutra
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Encouraçado São Paulo
Torre de 190 mm do Forte de
Copacabana
Os revoltosos caminham pela
Avenida Atlântica
um a opção de partir ou permanecer. Dos mais de trezentos homens na guarnição, sobraram 29 — cinco
oficiais (Euclides, Siqueira, Eduardo Gomes, Mário Carpenter e Newton Prado), dois sargentos, um cabo,
dezesseis praças e cinco civis. Os prisioneiros foram libertados.[104][96][105]
Ao raiar do dia os encouraçados São Paulo e Minas Gerais e o destróier Paraná transpuseram a barra da baía
de Guanabara.[96] Coordenando com a Fortaleza de Santa Cruz, o São Paulo partiu para o ataque contra o
Forte de Copacabana, tomando cuidado para não atingir o Leblon. Com suas três torres de 305 mm, ele
disparou 19 tiros contra o Forte à distância de 6.000 m, fazendo vários rombos.[106] As baterias em terra do
coronel Nepomuceno também abriram fogo.[107] O São Paulo cometeu um erro, fundeando perto de
Cotunduba e oferecendo um alvo fixo ao alcance dos canhões de 305 mm do Forte, que poderiam penetrar sua
blindagem. Mas ao tentar usar a cúpula, os revolucionários descobriram que ela fora sabotada por alguém na
retirada. Restavam dois canhões de 190 mm e um de 75 mm.[108] Com o canhão de 190 mm, atiraram contra a torre de comando do São Paulo, e
a Armada recuou a uma distância segura.[109]
Os revolucionários prosseguiram ao bombardeio da cidade, alvejando a Ilha das Cobras, o quartel-general do
Exército, o Forte do Vigia e o Palácio do Catete.[110] Como não encontraram as tabelas com os cálculos, o tiro
contra o Catete encristou, destruindo uma casa próxima.[96] Ao saber do estrago causado pelos canhões do
Forte à população civil, o capitão Euclides calou os disparos. O ministro da Guerra pediu um novo cessar-
fogo, em que ele concordou, avisando, porém, que ainda tinha 72 toneladas de munição e revidaria qualquer
provocação. Ao redor das 10:00 da manhã dois emissários do ministro foram parlamentar com os revoltosos,
mas simultaneamente dois aviões Breguet 14 da Marinha, que não estava avisada do acordo, bombardearam o
Forte, resultando numa luta com os emissários. Calógeras propôs uma conversa pessoal a Euclides Hermes,
mas isso poderia ser uma armadilha. Siqueira Campos definiu as condições dos rebeldes, que queriam livre
passagem ao exterior. O capitão deixou o Forte, sendo preso em sua casa.[96]
O comando do Forte foi deixado a Siqueira Campos, e o combinado era bombardear a cidade se o capitão não
voltasse em duas horas.[111] Às 12:30 o general Hastínfilo de Moura, chefe da Casa Militar, telefonou para
ameaçar a execução de Euclides Hermes se o Forte atirasse de novo. Siqueira Campos conseguiu falar com
Euclides pelo telefone, sendo informado que os ministros da Guerra e Marinha garantiam a vida dos
revoltosos se deixassem o Forte e se entregassem sem condições. Siqueira pôs o aparelho no gancho e não
respondeu.[96] A bandeira branca permanecia hasteada no Forte.[112]
Caminhada na Avenida Atlântica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazilian_battleship_S%C3%A3o_Paulo_via_MdB_Flickr_1.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Forte_de_Copacabana_08.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Os_18_do_Forte_(2).jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_artilharia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_das_Cobras_(Rio_de_Janeiro)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Breguet_14
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hast%C3%ADnfilo_de_Moura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_Militar_(Brasil)
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 14/28
Siqueira Campos propôs bombardear a cidade e depois explodir o Forte num suicídio coletivo ritual. Eduardo Gomes contestou: os bombardeios
matariam mais civis, e o Forte pertencia ao Brasil. Os soldados concordaram. Decidiu-se, então, abandonar o Forte. Seus nomes foram inscritos
com pregos na parede. A bandeira nacional foi retalhada em 28 ou 29 pedaços, um para cada integrante.[s] Eles distribuíram um pouco de
conhaque, encheram os bolsos de munição e saíram armados de fuzis Mauser 1908 e pistolas Parabellum.[113] Não haveria rendição: a saída era
para combater os governistas. Eram “voluntários da morte”.[114]
Eles saíram no início da tarde.[t] Até então, no Catete esperava-se a rendição. Ao ser informado pelos ministros, Epitácio Pessoa ordenou um
ataque da Armada e das forças terrestres e despachou a própria guarda policial do Catete para reforçar Copacabana.[115][113] Nem todos os 28
deixaram o Forte, e outros debandaram ao longo do caminho. Populares acompanharam como espectadores.[116] Seguiam pela Avenida Atlântica
rumo ao Túnel Novo, e dali, ao palácio presidencial. Um civil, o engenheiro gaúcho Octavio Correia, juntou-se aos combatentes, recebendo a
carabina de Newton Prado. Enquanto isso, quatro praças fugiram.[113] Correia já conhecia o comandante do Forte e os tenentistas antes da
Revolta.[117] À época a Avenida Atlântica já estava duplicada e vários prédios estavam em construção. A elitização da orla estava começando, e a
praia era frequentada por várias classes sociais.[118] Os revolucionários pararam no Hotel Londres para beber água, onde o fotógrafo Zenóbio
Couto tirou as célebres fotografias. Siqueira Campos ficou de fora. Ocorreram mais duas deserções.[113] De longe, integrantes do 3º RI gritavam
para que eles se rendessem.[119]
O comandante legalista próximo, o capitão Pedro Chrysol Fernandes Brasil, comandava a 6ª Companhia do 3º RI[u] e tinha na praça Serzedelo
Correia três pelotões sob os tenentes João Francisco Sauwen, João de Segadas Viana e Pedro Miquelena. Ao saber da sortida dos revoltosos,
deixou o tenente Segadas Viana na rua Barroso (atual Siqueira Campos), Miquelena na rua Hilário de Gouveia e Sauwen na praça.[120] Ele agia
sob ordens do coronel Nepomuceno, mas vivia um drama, pois seu filho estava entre os rebeldes presos na Escola Militar.[113]
Quando o tenente Segadas Viana se aproximou da praia com seu pelotão para avistar os revoltosos, deparou com eles na esquina com a Avenida
Atlântica. Seguiu-se uma conversa tensa, com pistolas na mão, entre ele, Mário Carpenter (seu colega no 3º RI) e Siqueira Campos. Viana queria
que eles se rendessem, e eles, que ele aderisse. O capitão Brasil também aproximou-se. Carpenter, seu subordinado, declarou: “Capitão nós não
viemos nos entregar, nós queremos morrer combatendo, contra vocês. É inútil, portanto, nos aconselhar”. Um dos revoltosos gritou: “Nós
vamos ao Catete, capitão”. Ele insistia que era loucura, pois teriam que enfrentar o regimento inteiro, e pedia que se entregassem, garantindo
sua vida, mas eles ameaçavam-no pessoalmente. Assim, ele deu ordem de fogo e o combate começou.[v]
O primeiro a morrer foi um soldado revoltoso baleado entre as ruas Barroso e Hilário de Gouveia.[121] Os revoltosos dividiram-se em dois grupos
e atiraram contra os pelotões dos tenentes Viana e Miquelena; o pelotão de Miquelena, sofrendo baixas, recuou à praça Serzedelo Correia,
ligando-se ao de Sauwen.[122] O pelotão à retaguarda seguiu à frente em reforço. A avenida estava em obras, eos revoltosos encontraram abrigo
no desnível existente entre a areia e a calçada. Os governistas, por sua vez, subiam também nas árvores e telhados para atirar. Com seus fuzis e
metralhadoras, “Parecia chover no mar dados os salpicos constantes”. Já os revoltosos poupavam munição.[113] A 9ª Companhia do 3º RI, do
capitão Floriano Gomes da Cruz, seguiu para a retaguarda dos revoltosos. O capitão Brasil pediu reforços e munição.[123]
Combate final
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suic%C3%ADdio_coletivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mauser
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parabellum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Segadas_Viana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rua_Siqueira_Campos
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 15/28
Estátua de Siqueira Campos,
representando o momento
em que foi alvejado
Placa em homenagem aos “18” no
Rio de Janeiro
Um a um os revoltosos eram baleados. O capitão Brasil tinha ordem de finalizá-los com uma carga de baionetas,
mas ignorou-a, esperando que seus inimigos cessassem o fogo e pudessem sobreviver. O trabalho coube ao coronel
Potiguara, com cerca de 100 homens da Polícia Militar e do 3º RI, oriundos da guarda presidencial. “Foi dado o
toque de carga, tendo sido quebrados os últimos elementos da guarnição de Copacabana”.[113][124] Ao final, os
homens de Potiguara clamaram: “Levantem os vivos! Os vivos levantem!”[125] Os mortos e feridos foram
recolhidos na praia. A companhia do 3º RI seguiu ao Forte de Copacabana, onde prendeu, sem resistência, oito
soldados e cerca de 15 civis.[126]
O número de socorridos talvez tenha excedido os 80, entre eles uma equipe da
Brasília Filmes que tentou filmar a revolta; no tiroteio, o motorista foi morto e
o operador e o guarda-livros foram feridos.[127] Epitácio Pessoa visitou os
revolucionários no hospital.[128] Entre os governistas, o coronel Potiguara relata
a morte de seis, com mais vários feridos, antes da carga de baioneta.[129] Nessa
carga um sargento foi morto por Siqueira Campos, alvejado enquanto cravava
sua baioneta no seu fígado.[w] O historiador Glauco Carneiro quantifica 33
governistas mortos ou feridos.[x] A Gazeta de Notícias deu como mortos 14 revoltosos, além de 5 feridos.
Entre os legalistas, ainda com incerteza, seriam 10 mortos e 4 feridos.[130] O Correio da Manhã noticiou 30
feridos, entre ambas as forças, 13 praças, um "inferior" (provavelmente sargento) e Mário Carpenter; a essa
altura Newton Prado ainda não havia falecido.[131] Outra fonte dá 6 mortos e 20 feridos entre as forças legais
em Copacabana.[132]
O número de revoltosos em combate foi dado como 18 (3 oficiais e 15 praças) na manhã seguinte pela Gazeta de Notícias.[133] O jornal foi o
primeiro a usar esse número, que virou mítico, sendo logo exaltado em verso e em prosa.[134][135] Conforme o jornalista Hélio Silva, “não se
alcança, no cômputo frio e rigoroso, aquele número que a história guardou, como símbolo.”[136] Ocorreram várias deserções no caminho, e nem
todas foram registradas. Os depoimentos se contradizem.[128]
Eduardo Gomes se recorda de Siqueira Campos ter identificado 10 combatentes, e pessoalmente cita quatro oficiais e umas 20 praças. Newton
Prado relatou dois oficiais e 14 soldados, omitindo Carpenter e Eduardo Gomes, o que levaria a uma soma de 18. O capitão Pedro Brasil dá uma
estimativa muito maior, de aproximadamente 60 revoltosos.[137] A fotografia, que exclui Siqueira Campos, retrata em primeiro plano os outros
três oficiais, Otávio Correira e dois soldados, com cinco ou seis vultos indistintos atrás.[116]
A partir dos 28 que permaneceram no Forte e acrescido de Octavio Correia, Hélio Silva enumerou dez, nove militares e um civil, no tiroteio,
incluindo dois soldados desconhecidos, um negro e outro branco. Um soldado e um civil acompanharam a marcha mas debandaram, sendo
presos longe do local de combate. Os dois desconhecidos morreram. Siqueira Campos, Eduardo Gomes, Otávio Correia, Mário Carpenter, Nilton
Baixas em Copacabana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Siqueira_Campos_statue.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Copacabana-18doForte.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Baioneta
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lio_Silva_(jornalista)
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 16/28
Balsa ferroviária no rio Paraná
Prado e José Pinto de Oliveira foram levados feridos ao hospital, onde somente os dois primeiros sobreviveram. Dois soldados “tiveram alta do
hospital, foram processados e presos, mas não duraram muito tempo”.[138] Essa enumeração inclui o soldado negro Pedro Ferreira de Melo,
presente na fotografia, como ausente das listas de mortos, feridos e presos, mas ele foi o primeiro dos mortos.[113][119]
Destino dos 28
que
permaneceram
no Forte[138]
Do outro lado da baía de Guanabara, na noite dos dias 4 a 5 o movimento foi liderado pelo comandante da Marinha, Álvaro de Vasconcelos. Com
o apoio do chefe de polícia estadual César Sampaio Leite e um grupo de civis revolucionários, entre eles o deputado José Eduardo de Macedo
Soares, ocuparam repartições federais e estaduais incluindo a Companhia Telefônica, impedindo a comunicação com o Rio de Janeiro. O
movimento foi debelado após o chefe da polícia fluminense impor sua autoridade sobre o chefe de polícia local.[139][140]
Em Mato Grosso o general Joaquim Ignacio, comandante da 1ª Circunscrição Militar, em Campo Grande
participava das conspirações contra o governo, sendo por esse motivo destituído em 30 de março. Os
militares naquele estado participaram de diversas outras revoltas e conflitos coronelistas nas primeiras
décadas da República. O novo comandante, Clodoaldo da Fonseca, era parente de Hermes. Ao assumir, em 5
de julho, encontrou um ambiente já revolucionário. À noite, reunido com seus oficiais, noticiou a revolução e
alegou que ela tinha o apoio da maioria do Exército. Eles decidiram pela sublevação e a divulgação de uma
proclamação.[141][1] A liderança de Clodoaldo era simbólica, pois a iniciativa de fato estava com os tenentes.
Os oficiais mato-grossenses não sabiam do fracasso da revolta no Rio de Janeiro, pois as linhas telegráficas e
ferroviárias estavam interrompidas. Clodoaldo já teria ciência, mas seguiu adiante com a revolta por receio de uma rebelião de seus comandados
ou pelo compromisso assumido antes de sua partida a Mato Grosso.[142]
Os revolucionários seguiram um planejamento prévio. Eles ocuparam prédios públicos e convocaram reservistas. Em Corumbá a intendência
militar foi arrombada para prover armas e fardamento aos conscritos, mas o esforço para constituir mais um batalhão de caçadores não teve
sucesso. As autoridades revolucionárias prometeram a paz e a manutenção nos cargos dos funcionários públicos estaduais, mas em vários locais
destituíram autoridades civis e saquearam os órgãos de arrecadação de impostos e emissão de dinheiro. O respaldo civil era limitado, existindo
entre partidários da Reação Republicana. Em Porto Murtinho ele era maior, mas a lei marcial foi aplicada.[143]
Niterói
Mato Grosso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:NOB-balsa.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Eduardo_de_Macedo_Soares
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_Grande_(Mato_Grosso_do_Sul)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conflitos_pelo_governo_de_Mato_Grosso_na_Primeira_Rep%C3%BAblica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corumb%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Murtinho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_marcial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cuiab%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Celestino_Corr%C3%AAa_da_Costa
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 17/28
Ao norte, em Cuiabá, o governo estadual de Pedro Celestino Corrêada Costa permaneceu leal a Epitácio Pessoa. No 16º Batalhão de Caçadores,
sediado na cidade, o comandante retardou as ordens do ministro da Guerra para entregar seu batalhão ao comando estadual, mas foi substituído
e o batalhão ficou fora da autoridade de Clodoaldo da Fonseca.[144] O 10º Regimento de Cavalaria Independente (RCI), de Bela Vista, também
não participou. Ele estava dividido e seu comandante era contrário ao movimento.[145] O monitor Pernambuco, da Flotilha do Mato Grosso,
seguiu a Ladário para auxiliar no combate à revolta.[146] O ministro da Guerra elogiou a lealdade dos funcionários dos Correios e Telégrafos e da
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Eles esvaziaram as caixas d'água da ferrovia para retardar o percurso e repassaram as comunicações
telegráficas aos legalistas, que conseguiram decifrar o plano revolucionário.[147]
A 1ª Circunscrição Militar constituiu a Divisão Provisória Libertadora, organizada em duas brigadas, recebendo unidades de Campo Grande,
Porto Murtinho e Ponta Porã.[148] A principal era o 17º Batalhão de Caçadores, sob o comando interino do tenente Joaquim Távora.[149][z] O
plano era concentrar as forças em Três Lagoas, cruzar o rio Paraná, adentrar São Paulo por Araçatuba e enfrentar as forças paulistas e aliados em
apoio aos tenentistas no Rio de Janeiro. O primeiro trem só saiu de Campo Grande em 8 de julho. Ao chegar a Três Lagoas, descobriram que os
funcionários da ferrovia haviam retirado a balsa de condução de trens e outros navios, deixando-os na outra margem e sem peças essenciais.
Ainda assim, os revolucionários apoderaram-se de uma chata para 25 a 30 homens, construíram outra e capturaram uma lancha. Eles
posicionaram quatro canhões Krupp calibre 8, retirados do Forte de Coimbra, na foz do rio Sucuriú, apontando à margem paulista.[150][aa]
Em 10 de julho o coronel Tertuliano de Albuquerque Potiguara foi incumbido de esmagar o levante. O presidente da República destituiu
Clodoaldo da Fonseca no dia 12. Forças da 2ª Região Militar (incluindo o 4º Batalhão de Caçadores) e da Força Pública de São Paulo seguiram ao
rio Paraná, na divisa mato-grossense. Uma esquadrilha de três aviões fazia o reconhecimento.[151] O contingente da Força Pública incluía 255
soldados e 21 oficiais de seu 2º Batalhão de Infantaria reforçando o coronel Potiguara, enquanto o 4º Batalhão, com 617 homens, ficou em
reserva em Bauru.[ab] As forças legais concentraram-se perto de Três Lagoas, no lado paulista. Veterano da Primeira Guerra, o coronel Potiguara
preparou-se para cruzar o rio Paraná sob a cobertura de sua artilharia e metralhadoras.[151]
O combate não chegou a ocorrer. Em 13 de junho o general Alberto Cardoso de Aguiar conferenciou com Clodoaldo da Fonseca na estação
ferroviária de Três Lagoas, convencendo-o à rendição incondicional para evitar o derramamento de sangue. Alguns dos revolucionários mais
extremados ainda queriam lutar, mas Clodoaldo entregou o comando e apresentou-se preso. O novo comandante, general Cardoso de Aguiar, fez
as unidades retornarem às sedes. Os reservistas mato-grossenses, à exceção daqueles no 16º BC, foram licenciados.[152][153]
Em 5 de julho, com as explosões a centenas de metros de distância,[96] o Congresso aceitou o pedido de estado de sítio solicitado por Epitácio
Pessoa. A revolta tenentista afrontava toda a classe política. Além da prisão dos revoltosos, o estado de sítio foi usado também para perseguir os
jornalistas de oposição, como Edmundo Bittencourt, proprietário do Correio da Manhã, que havia publicado as cartas falsas. Alguns deputados
estaduais fluminenses foram detidos. Lideranças operárias anarquistas e comunistas foram também perseguidas. O estado de sítio foi prorrogado
até o final do ano, já adentrando o mandato seguinte.[154] Os jornais simpatizantes aos revolucionários foram censurados.[155]
Desdobramentos políticos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cuiab%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Celestino_Corr%C3%AAa_da_Costa
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09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 18/28
Washington Luís, último presidente
da Primeira República, é deposto
pelo Exército em 1930
Artur Bernardes assumiu em novembro com sua autoridade abalada e contestada e tratou de consolidar sua
posição. No discurso de posse ele deixou claro que não aceitaria a mudança do sistema de fora para dentro e
prometeu não agir com rancor, mas logo em seguida destruiu seus adversários da Reação Republicana. Seu
foco era pacificar Pernambuco e dominar os estados dissidentes (Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do
Sul).[156] A contínua tensão política levou à ampliação da capacidade repressiva do governo. O mandato de
Artur Bernardes teve caráter autoritário, com o estado de sítio vigorando em sua maior parte e grande
demanda pela atividade da polícia política.[157]
Quando ele assumiu, a Reação Republicana já estava diluída e as oligarquias dissidentes procuravam as pazes
com a situação.[158] No Rio de Janeiro, os resultados da eleição a governador, em julho de 1922, e à
Assembleia Legislativa, em dezembro, haviam sido contestados entre os nilistas e a oposição, levando à
formação de duas Assembleias. O conflito serviu de pretexto para a intervenção federal no estado em 1923. O
oposicionista Feliciano Sodré foi eleito sem resistência num novo pleito. Na Bahia um candidato de
conciliação, Góis Calmon, foi eleito em dezembro de 1923 e sua posse foi garantida pelo estado de sítio e presença militar federal. No Rio Grande
do Sul eclodiu a Revolução de 1923 contra o governo de Borges de Medeiros. Artur Bernardes aumentou sua autoridade mediando o Pacto das
Pedras Altas, no qual o governador não teria direito à reeleição.[159]
Nilo Peçanha, mesmo contrário ao levante militar, renunciou à imunidade parlamentar para poder responder pelo ocorrido, ganhando assim a
simpatia da opinião pública. Ele assumiu a defesa jurídica dos revoltosos, permanecendo, na visão dos tenentistas, como o líder civil de um
hipotético governo provisório até sua morte em 1924. Borges de Medeiros também condenou a revolta.[160]
A revolta em 1922 foi apenas a inauguração de uma fase de insurreições militares que duraria até 1930,[161] O governo não pacificou os quartéis.
Revoltas tenentistas prosseguiriam em 1924, 1925 e 1926, como a Revolta Paulista de 1924 e a Coluna Prestes, mas nenhuma delas conseguiu
destituir o presidente.[162] O tenentismo tornou-se um dos focos de contestação ao ambiente político da Primeira República.[163] Em 1924 os
tenentistas já se mostrariam mais politicamente conscientes, e uma identidade própria surgia.[164] O tenentismo representava anseios da classe
média contra as oligarquias cafeeiras e seus aliados, defendendo uma moralização da política imposta de cima para baixo,[140] com um governo
central forte, contrário ao regionalismo e corrupção.[165]
Na eleição presidencial de 1930 houve nova cisão entre as elites regionais, com a oposição formando a Aliança Liberal.[166] Antigos inimigos dos
tenentes, incluindo os próprios Epitácio Pessoa e Artur Bernardes, juntaram-se a eles nessa aliança.[167] Na campanha a oposição recorreu aos
eventos de massa. Ambos os ladospraticaram a fraude na eleição, resultando na vitória situacionista. A oposição não aceitou os resultados,
levando à deposição do presidente Washington Luís na Revolução de 1930 e o fim da Primeira República.[166]
Julgamento dos envolvidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:SERGI01rob-2.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_pol%C3%ADtica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Legislativa_do_Estado_do_Rio_de_Janeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Feliciano_Sodr%C3%A9
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%B3is_Calmon
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_1923
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade_parlamentar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_Paulista_de_1924
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coluna_Prestes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_presidencial_no_Brasil_em_1930
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alian%C3%A7a_Liberal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Washington_Lu%C3%ADs
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 19/28
Monumento aos 18 do Forte na
Praça dos Girassóis em Palmas
Os oficiais envolvidos em Mato Grosso foram encaminhados a São Paulo de julho a setembro para responder a inquéritos, mas alguns
conseguiram escapar à Bolívia e Paraguai.[168] Os alunos da Escola Militar do Realengo permaneceram ali, devido ao grande número, e foi aberta
uma sindicância. Eles assinaram listas sobre sua participação no levante. 588 confessaram sua participação consciente, 4 disseram-se compelidos
por colegas e oficiais e 18 disseram-se forçados a participar pelos demais. 584 alunos foram desligados da Escola. Em 1923, ela parecia quase
vazia. Os oficiais instrutores foram também punidos. A Missão Indígena chegou ao fim, com o ministro da Guerra lamentando o retrocesso da
disciplina implantada por ela. A Missão Francesa passou a orientar a formação dos alunos.[169][170] Os 588 alunos rebelados não foram
reincorporados.[171]
Ao final do mandato de Epitácio Pessoa, ao menos 118 oficiais e praças permaneciam presos.[172] O processo foi rigoroso e arbitrário. Alguns
foram soltos por falta de provas ou comprovação da inocência, e outros receberam habeas corpus para responder em liberdade.[173] Os líderes da
revolta foram transferidos entre inúmeras prisões nos anos seguintes.[174] Havia a expectativa de anistia; ela era comum no Exército, tendo sido
aplicada aos rebeldes na guerra civil da década de 1890 e da Escola Militar da Praia Vermelha em 1897 e 1904. Isso havia facilitado a disposição
dos rebeldes de 1922.[175] Epitácio Pessoa e Setembrino de Carvalho (nomeado por Artur Bernardes ao Ministério da Guerra) aconselhavam a
anistia ao novo presidente.[128]
Em vez disso, em dezembro de 1923 a primeira sentença foi a condenação sob o artigo 107 do Código penal, da tentativa violenta de derrubar a
Constituição e a forma de governo. Como a pena de prisão excedia os dois anos, não poderiam ser reintegrados ao Exército. A esperança dos
revolucionários havia sido o artigo 111 (coação ao livre exercício de uma autoridade constituída), com pena menor. Enquanto eram julgados pela
justiça civil, a Justiça Militar prendia-os por deserção.[176] A mudança da tradição tinha lógica, pois as anistias acabaram subvertendo a
disciplina, mas aplicada naquele momento, apenas aumentou as tensões, estimulando as revoltas de 1924.[177][178] Entre os expulsos do Exército
e condenados surgiu um grupo solidário entre si e engajado na conspiração.[179][180]
O desfecho suicida da revolta em Copacabana, e não “o levante inspirado por um indeciso Hermes da
Fonseca”, tornou-se mítico,[181][163] gerando mártires e uma imagem de heroísmo que alimentou o idealismo
dos movimentos seguintes.[182] O mito gerado foi mais importante do que o peso real da revolta.[31]
Sociologicamente ela pode ser interpretada em termos de honra, romantismo e virilidade.[183] Os tenentes
eram jovens, idealistas, frustrados por não terem lutado na Primeira Guerra e atraídos à ideia de sacrifício
pela pátria.[181]
A data de 5 de julho adquiriu valor simbólico. Os conspiradores da Revolta Paulista de 1924 haviam escolhido
várias datas de início anteriores, desde 28 de março, mas repetidamente mudaram por imprevistos. Sob
crescente pressão das autoridades, no final de junho eles escolheram o aniversário da revolta de 1922 como
data de início.[184] Na deposição de Washington Luís em 1930, ele foi preso no Forte de Copacabana. Os
generais responsáveis não esclareceram nas suas memórias se o simbolismo e ironia foram deliberados.[185]
Legado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Monumento_%C3%A0_Coluna_Prestes.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_dos_Girass%C3%B3is_(Palmas)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paraguai
https://pt.wikipedia.org/wiki/Habeas_corpus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Militar_da_Praia_Vermelha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Vacina
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_penal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deser%C3%A7%C3%A3o
09/08/22, 18:08 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana 20/28
No golpe de Estado de 1964 o QG de Artilharia de Costa, vizinho ao Forte, foi tomado por um grupo de 21 oficiais. A imprensa erroneamente
noticiou a “tomada do Forte”, que havia aderido por conta própria antes do evento e não participou do ataque.[186] A revista O Cruzeiro chamou
os atacantes de “40 do Forte”.[187]
Em 1927, com a Coluna Prestes ainda em operação, o deputado Maurício de Lacerda propôs um monumento em bronze aos “18 do Forte”, mas a
Câmara não aceitou. À época, as autoridades do Exército consideravam Siqueira Campos como um criminoso; atualmente, a memória sua e da
revolta é celebrada pela instituição. Ele morreu em 1930.[188] O outro tenente sobrevivente da praia de Copacabana, Eduardo Gomes, teve uma
carreira longa e destacada, tornando-se presidenciável em 1945;[189] à época, sua participação em 1922 era vista como ponto de prestígio.[190] Os
“18” receberam diversas homenagens. Em 1931 a Rua Barroso teve seu nome alterado para homenagear Siqueira Campos.[191] Em 1968, Newton
Prado foi sepultado em jazigo monumental em sua cidade natal, Leme, após honrarias.[192] Em Palmas, Tocantins, um monumento com
esculturas foi inaugurado em 2001.[193]
a. Marechal, líder dos revoltosos.
b. General-de-brigada, comandante da 1ª Circunscrição Militar.
c. Coronel, diretor da Fábrica de Cartuchos do Exército e comandante
dos revoltosos da Escola Militar.
d. Capitão, comandante do Forte de Copacabana.
e. 1º tenente, comandante do Forte de Copacabana após a saída de
Euclides Hermes.
f. General-de-divisão, chefe do Estado-Maior do Exército e
responsável pelas operações legalistas na capital.
g. Coronel, comandante das forças terrestres de cerco ao Forte de
Copacabana.
h. Coronel, participante do combate final em Copacabana e
comandante das forças enviadas contra Mato Grosso.
i. 2 mortos e 5 feridos do combate com a Vila Militar e o capitão José
Barbosa Monteiro, morto na insurreição dentro da Vila na
madrugada.
j. 4 mortos no bombardeio ao Ministério da Guerra e 1 morto e 2
feridos em Copacabana. Donato 1987, p. 436, fala em dezenas de
civis mortos em suas residências durante o duelo de artilharia entre
as fortificações.
k. Em 27 de março de 1922, o falecimento do governador José Rufino
Bezerra Cavalcanti criou uma disputa entre o situacionista José
Henrique Carneiro da Cunha, apoiado pelo senador Manoel Borba,
e o oposicionista Eduardo de Lima Castro. Carneiro da Cunha saiu
vitorioso e começaram as violências. Posteriormente, a ameaça de
intervenção federal levou à posse do juiz Sérgio Loreto por acordo
entre as duas facções. CPDOC FGV 2015, LORETO, Sérgio
Teixeira Lins de Barros (http://web.archive.org/web/2022032504594
6/http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/L
ORETO,%20S%C3%A9rgio%20Teixeira%20Lins%20de%20Barros.

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