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12/06/2023, 17:30 Processo legislativo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02738/index.html# 1/44
Processo legislativo
Prof. Marcílio da Silva Ferreira Filho
Descrição
As espécies normativas e o processo constitucional de elaboração das
normas primárias.
Propósito
Compreender o processo legislativo é essencial para ter-se o devido
entendimento do funcionamento da função típica do Poder Legislativo e
os mecanismos de controle exercidos pelos poderes por meio do
sistema de freios e contrapesos.
Preparação
Antes de iniciar seu estudo, tenha à mão a Constituição Federal de 1988.
Objetivos
Módulo 1
Limitações impostas ao Poder
Constituinte Reformador
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Listar os tipos de limitações impostas ao Poder Constituinte
Reformador.
Módulo 2
Características e diferenças das
espécies de leis
Identificar as principais características e diferenças das espécies de
leis.
Módulo 3
Processo legislativo especial
Classificar o processo legislativo especial.
Introdução
O ordenamento jurídico brasileiro é formado por normas que
regulam direitos e deveres dos brasileiros e estrangeiros que
transitam em território brasileiro. Por isso, neste conteúdo,
entenderemos quais são as espécies normativas estabelecidas
pela Constituição Federal que podem criar direitos e deveres.
Veremos também como funciona o processo legislativo de cada
uma dessas normas, abordando suas principais características e
diferenças. Por fim, identificaremos algumas limitações que a
Constituição Federal estabelece para a edição de determinadas
normas primárias.

12/06/2023, 17:30 Processo legislativo
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1 - Limitações impostas ao Poder Constituinte
Reformador
Ao �nal deste módulo, você será capaz de listar os tipos de limitações
impostas ao Poder Constituinte Reformador.
Emendas constitucionais
Aspectos Introdutórios
A elaboração das Constituições decorre da manifestação do Poder
Constituinte. Esse poder aparece por diversos motivos, como o
surgimento de um novo Estado ou por conta de uma revolução, uma
transição constitucional ou uma derrota de guerra. A partir desses
acontecimentos, é dado a uma pessoa ou transferido a um grupo o
poder para elaborar novas normas constitucionais.
O indivíduo ou os indivíduos escolhidos para elaborar a nova
constituição são definidos como os titulares do Poder Constituinte
Originário. Esse poder, sob a visão positivista, possui algumas
características que guiam o trabalho dos titulares na elaboração da
Carta Magna, entre elas, ser:
Inicial
Uma vez que não existe nenhum outro antes ou acima dele.
Autônomo
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Uma vez que cabe apenas ao titular a escolha do conteúdo da
Constituição.
Incondicionado
Já que não é submetido a regras preestabelecidas de forma ou
conteúdo.
Embora tenha essas características, a doutrina destaca três limites
materiais para o trabalho do Poder Constituinte Originário, sendo eles:
a) limites transcendentes que se relacionam aos valores éticos e de
direito natural; b) limites imanentes que se relacionam à soberania ou
forma de Estado; c) limites heterônomos que se referem às obrigações
decorrentes de normas de direito internacional.
Após o trabalho do PCO (Poder Constituinte Originário), com a criação
da Constituição, nasce outro poder: o PCD (Poder Constituinte
Derivado), que é dividido em:
Decorrente
Responsável pela auto-organização dos Estados-membros por
meio das Constituições Estaduais.
Revisor
Responsável pela revisão do texto constitucional.
Reformador
Responsável pelas eventuais alterações no texto constitucional
de acordo com as regras determinadas pelo PCO.
Ocorre que o PCD deve obedecer às regras predefinidas pelo PCO na
elaboração das constituições estaduais, revisão e reforma do Texto
Constitucional. Por conta disso, o PCO estabeleceu, no art. 60 da
Constituição Federal, limites para o exercício do PCD. Nele, encontra-se
o Poder Constituinte Derivado Reformador, cujo trabalho é
materializado por meio das emendas à Constituição.
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Fruto do Poder Constituinte Derivado Reformador, as emendas
constitucionais possuem a capacidade de alterar, acrescentar ou
modificar o trabalho do Poder Constituinte Originário estabelecido na
Carta Magna. Por intermédio da aprovação da “PEC” (projeto de emenda
constitucional), a matéria é introduzida após o preenchimento dos
requisitos constitucionais e incorporado ao texto originário tendo força
normativa de status constitucional.
Contudo, esse poder é condicionado por dois tipos de limitações:
limitações expressas (formais, materiais e circunstanciais) e implícitas.
Vamos aprofundar em cada uma delas a seguir:
Limitações formais,
processuais ou
procedimentais
O primeiro tipo de limitação posta pelo PCO para os trabalhos do PCD é
a formal, processual ou procedimental. Essa limitação se refere aos
órgãos competentes (Subjetiva) e aos procedimentos (Objetiva) que
devem ser observados na alteração do Texto Constitucional.
Essa competência está prevista no art. 60, I, II e III da CF/1988, ao
estabelecer a iniciativa privativa e concorrente. Desse modo, não se
admite que qualquer outra pessoa ou órgão diverso dos previstos nesse
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artigo proponham emenda à Constituição, sob implicação de vício
formal subjetivo no projeto de emenda à Constituição.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, são órgãos e pessoas
competentes para propor emenda à Constituição:
Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal (art. 60, I da CF/1988).
Presidente da República (art. 60, II da CF/1988).
Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros (art. 60, III da CF/1988).
Parte da doutrina defende ser possível a iniciativa popular para
propositura de emendas. Defende-se que o mesmo procedimento
previsto para iniciativa popular de leis deve ser aplicado para as
emendas constitucionais. Contudo, esse posicionamento não é
admitido pelo STF, que entende como possível a iniciativa popular
apenas para PEC à Constituição Estadual (STF. Plenário. ADI 825/AP,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018).
Em contrapartida, a limitação formal objetiva está relacionada ao
processo de discussão, votação, aprovação e promulgação das
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propostas de emendas à Constituição. Esse processo está previsto no
art. 60, §§ 2º e 3º da Constituição Federal. Importante destacar que o
procedimento de alteração das normas constitucionais da CF/1988 é
rígido, logo, mais dificultoso de ser aprovado do que o processo
legislativo ordinário.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a proposta de emenda à
Constituição deverá respeitar o seguinte processo:
A proposta será discutida e votada em cada casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros (art. 60, § 2º da CF/1988).
A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
número de ordem (art. 60, § 3º da CF/1988).
A primeira parte do processo se refere ao quórum de
aprovação da emenda. Para que a emenda seja aprovada, é
necessário que a PEC (proposta de emenda constitucional)
seja discutida e votada na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal, em dois turnos, sendo necessário o voto de trêsquintos dos respectivos membros de cada casa.
Subsequentemente, a segunda parte do processo se refere à
promulgação. Após o trâmite processual e a aprovação em
cada casa, a emenda será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal com o respectivo número
de ordem. Importante destacar que não há sanção ou veto
presidencial, cabendo ao presidente, se assim quiser, apenas a
competência para propor emenda constitucional.
De acordo com o art. 60, § 5º da CF/1988, se a proposta de emenda à
Constituição for rejeitada ou prejudicada, ela não poderá ser objeto de
nova apresentação na mesma sessão legislativa (princípio da
irrepetibilidade). A sessão legislativa ordinária compreende o período de
2 de fevereiro a 17 de julho e 1º de agosto a 22 de dezembro (art. 57 da
CF/1988). Portanto, a proposta rejeitada ou prejudicada só poderá ser
reapresentada no ano seguinte a partir do dia 2 de fevereiro.
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Limitações materiais ou
substanciais
O segundo tipo de limitação estabelecida pelo PCO para os trabalhos do
PCD é a limitação material ou substancial. Essa limitação se refere às
vedações materiais denominadas de cláusulas pétreas. A doutrina
explica que a proteção dessas matérias ocorre com base em duas
teorias:
Teoria do pré-comprometimento
Essa teoria sustenta que a proteção qualificada de algumas
matérias objetiva a proteção do processo democrático e
resguarda seus objetivos a longo prazo. Portanto, as
constituições democráticas são consideradas como mecanismos
de autovinculação da soberania nacional que evitam desejos que
possam enfraquecê-la.
Teoria da democracia dualista
Sob outra perspectiva, a teoria da democracia dualista sustenta
que as decisões adotadas pelo povo, em decorrência de uma
forte mobilização, devem ser protegidas da vontade de seus
representantes, manifestada em situações em que a cidadania
não se apresenta. Nisso, distingue-se a política ordinária,
realizada por deliberações dos órgãos de representação popular,
da política extraordinária, realizada pelas manifestações da
cidadania que podem impor limites ao exercício a seus
representantes.
Essas duas teorias correspondem ao objetivo da proteção conferida às
cláusulas pétreas. Elas são limitações materiais impostas pelo PCO ao
Poder Reformador para restringir a alteração de conteúdos expressos
(art. 60, § 4º), implícitos, institutos e valores imprescindíveis à
preservação da Constituição e do processo democrático, defendidas
pela teoria do pré-comprometimento e da democracia dualista.
As cláusulas pétreas expressas estão contidas no art. 60, § 4º da
Constituição Federal de 1988, sendo elas:
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A forma federativa de Estado é a forma de Estado adotada pelo
PCO (Poder Constituinte Originário). A violação dessa cláusula
pétrea acarreta problemas capazes de afetar as autonomias
conferidas aos entes da federação. Da forma federativa de
Estado decorre outros princípios que também devem ser
protegidos, como o princípio da indissolubilidade do pacto
federativo (art. 1º, caput da CF/1988) e o princípio da imunidade
tributária recíproca (art. 150, VI, “a” da CF/1988).
O voto direto, secreto, universal e periódico refere-se tanto ao
voto em sua acepção própria quanto ao sufrágio e o escrutínio.
O sufrágio está relacionado com a capacidade de eleger, ser
eleito e participar da vida política. O voto é o exercício de cada
um desses. O escrutínio é o modo pelo qual se realiza o
exercício desses direitos. Portanto, o sufrágio é o voto universal
e o escrutínio corresponde ao voto secreto.
O art. 14, § 1º da CF/1988, que estabelece o voto obrigatório em
razão da idade, não é considerado cláusula pétrea.
O princípio da separação dos poderes reparte as funções
estatais entre os órgãos e os protegem da influência de outros
poderes ou do próprio Estado. A repartição do exercício do poder
pelos órgãos busca evitar que eles ultrapassem os limites
estabelecidos pela Constituição Federal. Contudo, o foco dessa
repartição não é criar órgãos rígidos e separados por completo
um do outro, mas sim equilibrar as funções de cada um, aqui
compreendidas as funções típicas e atípicas.
Os direitos e garantias individuais, considerados como cláusulas
pétreas, são aqueles expostos no art. 5º da CF/1988 e em outros
A forma federativa de estado (ART. 60, § 5º, I DA CF/1988) 
O voto direto, secreto, universal e periódico (ART. 60, § 5º,
II DA CF/1988) 
A separação dos poderes (ART. 60, § 5º, III DA CF/1988) 
Os direitos e garantias individuais (ART. 60, § 5º, IV DA
CF/1988) 
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artigos no Texto Constitucional, como os princípios tributários da
irretroatividade (art. 150, III, “a” da CF/1988), princípio da
anterioridade eleitoral (art. 16 da CF/1988), princípios da
legalidade (art. 37, caput da CF/1988) entre outros. Embora o art.
60, § 5º, IV da CF/1988 se refira aos direitos e garantias
individuais, os direitos coletivos também são incluídos no rol de
cláusulas pétreas já que esses direitos são individuais de
exercício coletivo, pois o titular do direito são os indivíduos.
Importante saber que é vedada a deliberação de proposta de
emenda tendente a abolir direitos e garantias individuais
incluídos na CF/1988 por meio de emenda ou tratado
internacional de direitos humanos aprovados pelo rito do art. 5º,
§ 3º da CF/1988.
As cláusulas pétreas não impedem a alteração do texto. Pelo contrário,
o objetivo é preservar o núcleo essencial dos princípios e institutos
protegidos por elas. Um exemplo disso é o princípio da anterioridade
eleitoral (art. 16 da CF/1988) em que houve uma mudança do texto
artigo, que é considerado uma cláusula pétrea.
Também existem as cláusulas pétreas implícitas. Por não terem
previsão expressa na CF/1988, são necessários dois critérios para
localizá-las no Texto Constitucional: legitimidade ou identidade da
constituição.
Legitimidade da constituição
Embora o art. 60, § 4º da CF/1988 seja abrangente, é possível
que exista limitação implícita ao Poder Reformador em
decorrência do núcleo de legitimidade da Constituição ao qual as
cláusulas pétreas expressas referem-se, mas que não foram
contempladas por elas. Contudo, de acordo com decisão
proferida na ADPF 33, apenas a atividade hermenêutica é capaz
de revelar quais princípios implícitos estão vinculados com as
cláusulas pétreas expressas.
Identidade da constituição
A identidade da Constituição busca interpretar a ordem
constitucional em relação à realidade histórica. Essa tarefa não é
feita de forma descritiva e interpretativa dos dispositivos da
constituição, mas por meio do juízo de valor.
Pode-se destacar como cláusulas pétreas implícitas as limitações
impostas pelo Poder Constituinte Originário ao Poder Reformador e a
titularidade dos poderes.
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Seria incoerente relativizar e afastar os limites determinados pelo PCO
ao PCR. Portanto, é proibido alterações nos limites circunstanciais,
formais e materiais do art. 60 da Constituição Federal de 1988. É
também vedada a alteração da titularidade do Poder Constituinte
Originário e Reformador.
Os limites implícitos impedem a inovação do Poder Reformador por
intermédio da dupla reforma (reforma em dois tempos ou dupla
revisão).
Essa reforma seria feita em duas etapas:
Etapa 1
O limite imposto pelo PCO seria revogado.
Etapa 2
A norma constitucional de fundo seria alterada e sua proteção afastada
(ex.: revogação do art. 60, § 4º, IV e incorporação de uma emenda que
admite a pena de morte).
Ocorre que, no segundo caso, o princípio fundamental (art. 5º, XLVI, “a”
daCF/1988) impõem por si só limites ao Poder Reformador, mesmo
sem previsão expressa. Nesse sentido, as limitações implícitas,
decorrentes do sistema constitucional, impossibilitam a aplicação da
teoria da dupla revisão.
Limitações circunstanciais
As limitações circunstanciais impedem que o Poder Reformador se
manifeste em situações excepcionais de extrema gravidade, tendo em
vista a possibilidade de seu poder estar ameaçado ou fragilizado. Caso
fosse possível alterar a Constituição nesse período, as alterações
poderiam ser precipitadas e desnecessárias para a população do país,
os entes federativos e o próprio Texto Constitucional. O art. 60, § 1º da
CF/1988 estabelece três situações em que a reforma da Constituição é
vedada:
Intervenção federal (art. 60, § 1º e art. 34 da CF/1988)
Estado de defesa (art. 60, § 1º e art. 136 da CF/1988)
Estado de sítio (art. 60, § 1º e art. 137 a 139 da CF/1988)
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É importante entender a diferença entre limitação circunstancial e
temporal:
A limitação temporal esteve presente apenas na Constituição de
1824. Ela estabelece que a Constituição não pode ser alterada
durante um prazo específico.
As limitações do art. 60, § 1º da CF/1988 referem-se a
circunstâncias que a CF/1988 não pode ser emendada
(intervenção federal, estado de defesa e sítio) e não a um prazo em
que é vedada a alteração à Constituição. Não há nenhuma
limitação temporal expressa na CF/1988.
Limitações às Emendas
Constitucionais
Neste vídeo, o especialista Marcílio Ferreira discorrerá sobre as diversas
limitações ao poder de emendar a Constituição.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Fruto do Poder Constituinte, o Poder Reformador detém o poder de
reformar o Texto Constitucional. Contudo, esse poder não é
ilimitado já que este deve obediência as regras estabelecidas pelo
Poder Constituinte Originário. Uma das limitações estabelecidas ao
Poder Reformador é a limitação formal, que diz respeito ao
processo para elaboração da norma. Em relação a esse tema, é


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correto afirmar que, em relação as suas características, a limitação
formal:
Parabéns! A alternativa E está correta.
De acordo com o art. 60, § 5º da CF/1988, a matéria constante da
proposta de emenda rejeitada ou prejudicada só pode ser objeto de
nova proposta na próxima sessão legislativa, ou seja, no dia 2 de
fevereiro do ano seguinte (art. 57 da CF/1988). Essa restrição
também foi imposta para as medidas provisórias, desde que
tenham sido rejeitadas ou perdido sua eficácia por conta do tempo.
Questão 2
Os limites materiais impostos ao Poder Reformador estabelecem
normas que não podem ser objeto de deliberação e que modifiquem
o núcleo essencial de certos princípios ou institutos protegidos
constitucionalmente. Essas matérias são conhecidas como
“cláusulas pétreas”. Em relação a essas cláusulas, é correto afirmar
que:
A
por interpretação sistemática da Constituição
Federal, admite a possibilidade de iniciativa popular
para a propositura de emendas à Constituição.
B
deve obediência à estrutura flexível da Constituição
Federal, logo, o processo legislativo das emendas é
a mesma das leis ordinárias.
C
estabelece que a proposta de emenda deve ser
discutida e votada na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal, em dois turnos, sendo necessário o
voto de dois terços dos membros de cada casa.
D
determina que o Presidente da República promulgue
a emenda com o respectivo número de ordem,
cabendo ao Congresso Nacional a sua publicação.
E
institui que a proposta de emenda rejeitada ou
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta
na mesma sessão legislativa.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Existem cláusulas pétreas explícitas e implícitas. As explícitas
estão expostas no art. 60, § 4º da CF/1988, e protegem a forma
federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a
separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais. Por
outro lado, as implícitas, que não estão no Texto Constitucional,
protegem as limitações impostas pelo Poder Constituinte Originário
ao Reformador e a titularidade de cada.
A
o voto direto, secreto, universal, obrigatório e
periódico é considerado como cláusula pétrea.
B
o princípio da separação dos poderes refere-se a
uma norma rígida que não admite que outros
poderes exerçam funções atípicas.
C
a forma federativa de Estado protege a soberania
conferida aos entes políticos da federação
brasileira.
D
a titularidade do Poder Constituinte Originário e
Reformador é protegida por meio da cláusula pétrea
implícita.
E
o Poder Reformador pode revogar a cláusula pétrea
que protege os direitos e garantias individuais e
incluir no Texto Constitucional, por exemplo, a pena
de morte em qualquer caso.
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2 - Características e diferenças das espécies de
leis
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais
características e diferenças das espécies de leis.
Leis
Aspectos introdutórios
O processo legislativo determina as regras para elaboração de atos
normativos primários, que são aqueles que podem criar direitos e
obrigações no ordenamento jurídico. Além das emendas constitucionais
já estudadas, esse processo engloba as leis (complementares,
ordinárias e delegadas), medidas provisórias, decretos legislativos e
resoluções. Esse rito deve obedecer às regras previstas na CF/1988 em
decorrência do devido processo legislativo.
Atenção!
Se houver violação ao processo legislativo estabelecido pela CF/1988,
qualquer parlamentar da respectiva casa poderá impetrar Mandado de
Segurança ao Supremo Tribunal Federal para que o vício seja
reconhecido e sanado.
Esse processo, do ponto de vista político organizacional, é considerado
como representativo (indireto), já que os parlamentares receberam da
população, em um processo eleitoral democrático, poderes para decidir
matérias de sua competência. Vale destacar ainda que, segundo o
princípio da simetria, as regras constantes na CF/1988 sobre o
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processo de elaboração de leis devem ser observadas obrigatoriamente
pelos Estados e Municípios por meio de suas constituições estaduais e
leis orgânicas.
Existem três espécies de processo legislativo, sendo eles:
Ordinário
Regras gerais para elaboração de leis ordinárias.
Sumário
Semelhante ao ordinário, mas com diferença no prazo para
apreciação do projeto de lei pelo Congresso Nacional.
Especiais
Processo estabelecido para elaboração de outras espécies
normativas.
A seguir aprofundaremos mais esses conceitos.
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Processo legislativo ordinário
O processo legislativo ordinário refere-se às regras gerais para
elaboração de leis ordinárias. Esse processo é composto por três fases,
sendo elas:
Introdutória
Constitutiva
Complementar
A fase introdutória se trata da iniciativa do projeto de lei, que é
estabelecida pela Constituição Federal para determinados órgãos ou
autoridades. De acordo com o art. 61 da CF/1988, são competentes
para propor projeto de lei ordinária e complementar:
Cidadão, na forma e nos casos previstos na CF/1988
Presidente da República
Procurador-Geral da República
Qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados
Qualquer membro ou Comissão do Congresso Nacional
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Qualquer membro ou Comissão do Senado Federal
Supremo Tribunal Federal
Tribunais Superiores
A iniciativa para propor projeto de lei é dividida em concorrente e
exclusiva.
A iniciativa concorrente atribui a legitimidade para deflagrar o
processo legislativo a mais de uma pessoa ou órgão, como a
iniciativa para propositura de emendas constitucionais (art. 60, I, II
e III da CF/1988).
Por outro lado, a iniciativa privativa atribuiu a legitimidade para
deflagrar o processo legislativo a determinados órgãos ou pessoas,
como as competências fixadas para o Presidente da República (art.
61, § 1º da CF/1988), Câmara dos Deputados (art. 51, IV da
CF/1988), Senado Federal (art. 52, XIII da CF/1988) etc.
Vale destacar que a iniciativa privativa atribui a determinados órgãos ou
pessoas a legitimidade para deflagração do processo legislativo. Logo,
será configurado vício formal de iniciativa se outras pessoas ou outros
órgãos não previstos no Texto Constitucional iniciarem o processo não
sendo legitimados para tanto. Essa iniciativa é indelegável.
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A fase constitutiva refere-se ao processo de discussão, votação,
aprovação e sanção. Aqui, há a conjugação de vontades do Legislativo,
por meio da deliberação parlamentar, e do Executivo, por intermédio da
sanção ou veto. Na deliberação parlamentar é feita a votação e
aprovação do projeto de lei que é encaminhado para deliberação
executiva para sancionar ou vetar o projeto.
Primeiramente é feita a deliberação parlamentar. Em razão do
bicameralismo federal, é necessário que o projeto de lei seja
aprovado pelas duas casas do Congresso Nacional, sendo uma
a casa iniciadora e a outra a casa revisora. Logo, para com que
o projeto seja sancionado ou vetado, é necessário que ele
tenha sido apreciado e aprovado, previamente tanto pela
Câmara dos Deputados quanto pelo Senado Federal.
A CF/1988 estabelece, no art. 64, o local em que o projeto de lei
deve começar. De acordo com o artigo, os projetos de iniciativa
do Presidente da República, Supremo Tribunal Federal,
Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República, popular e
de iniciativa concorrente dos Deputados ou de Comissão da
Câmara deverão ter início na Câmara dos Deputados (casa
iniciadora). O Senado Federal será a casa iniciadora nos
projetos de leis de iniciativa dos Senadores ou de Comissão do
Senado.
Dado início ao processo legislativo na casa iniciadora, o projeto
de lei passará para apreciação das Comissões. Primeiramente,
ele será encaminhado para uma Comissão Temática, em que
será analisada a matéria da proposição, e depois para a CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça), em que será examinada
a constitucionalidade do projeto.
Existe também a Comissão de Finanças e Tributação para os
projetos de lei que envolvam aspectos financeiros ou
orçamentários. Nessa situação, o projeto passará na comissão
temática, depois, para a comissão de finanças e, por fim, na
CCJ. Os pareceres emitidos pelas Comissões Temáticas têm
caráter opinativo, pois a matéria ainda será discutida e votada.
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Por outro lado, tanto o parecer da Comissão de Constituição e
Justiça, em relação à constitucionalidade ou juridicidade da
matéria, quanto à Comissão de Finanças e Tributação, em
relação à adequação financeira ou orçamentária da proposição,
possuem caráter terminativo. Entretanto, essa regra possui
exceção. Nos casos em que houver provimento de recurso, o
parecer deverá ser apreciado preliminarmente pelo Plenário.
Finalizado e emitido o parecer das comissões, será iniciado o
processo de votação. A votação poderá ser ostensiva ou
secreta. Para a votação ostensiva, será adotado o processo
simbólico, pelo qual o parlamentar votará pela aprovação (se
permanecer sentado em seu lugar, na casa respectiva) ou
rejeição (caso se levante). Por outro lado, a votação secreta
será realizada por meio do sistema eletrônico de acordo com
os preceitos fixados no art. 188 do RICD, como na eleição do
Presidente e demais membros da Mesa Diretora. Em seguida,
caso aprovado, o projeto será encaminhado para a casa
revisora.
Assim como na casa iniciadora, na revisora, o projeto também passará
pelas Comissões. Ao final, a casa revisora poderá aprovar, rejeitar ou
emendar o projeto de lei.
Aprovado, em um turno de discussão votação, o projeto será
enviado para sanção ou veto do Presidente da República.
Rejeitado, o projeto será arquivado, sendo possível sua
reapresentação na mesma sessão legislativa mediante
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer
uma das casas do Congresso Nacional (art. 67 da CF/1988)
ou na seguinte, sem a necessidade dessa formalidade.
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Se o projeto for reprovado na casa iniciadora, ele sequer será submetido
para a casa revisora. Portanto, ele será arquivado na primeira casa.
Em relação às emendas no projeto de lei, o art. 118 do RICD estabelece
algumas espécies:
Supressiva
Emenda que erradica parte de outra proposição.
Aglutinativa
Emenda que se funde com outra emenda. Nesse caso, não há
subemenda, uma vez que ela se aglutina com outras formando uma só.
Substitutiva
Emendado, a emenda será apreciada pela casa iniciadora
(art. 65, parágrafo único da CF/1988). Nesse último caso, é
vedada a apresentação de subemenda, ou seja, a emenda da
emenda. Se a casa iniciadora aceitar a emenda, o projeto
segue para deliberação executiva, mas se recusar a emenda,
o projeto, em sua redação original, será remetido para
apreciação executiva. Nesse caso, sempre haverá
predominância da casa revisora.
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Emenda apresentada como sucedânea de outra proposição. Ela poderá
alterar o conjunto desta.
Modi�cativa
Emenda que altera a proposição sem modificá-la substancialmente.
Aditiva
Emenda que acrescenta outra proposição.
Redação
Emenda que modifica para sanar vício de linguagem ou algum termo
técnico legislativo.
Completada a deliberação parlamentar (discussão e votação) na casa
iniciadora e revisora, o projeto de lei será submetido para apreciação do
Chefe do Poder Executivo iniciar a deliberação executiva.
Recepcionando-o, o Presidente da República deverá decidir entre
sancionar ou vetar o projeto de lei. Concordando, o Presidente da
República sancionará o projeto de lei.
A sanção refere-se à anuência ou aceitação de que o projeto de lei se
transforme em lei, pois aquilo que se promulga é a lei. O presidente
poderá sancionar o projeto de modo expresso ou tácito.
A sanção expressa ocorre quando o presidente manifesta a sua
concordância.
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A sanção tácita ocorre quando o presidente não se manifesta em
15 (quinze) dias, sendo o seu silêncio considerado como ato
sancionatório.
A sanção presidencial não convalida vício formal subjetivo de iniciativa.
Nesse caso, identificado o vício, o parlamentar da casa respectiva
deverá impetrar um Mandado de Segurança no Supremo Tribunal
Federal para corrigir o vício do projeto de lei.
Não existe previsão constitucional de prazo para sanção do projeto de
lei. Contudo, levando em conta que o Presidente da República possui o
prazo de 15 (quinze) dias para vetar o projeto de lei, é correto afirmar
que o prazo para o sancionar é de 15 (quinze) dias. Importante lembrar
que existem alguns projetos que não dependem de sanção presidencial,
como as matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional
(art. 49 da CF/1988), de competência privativa da Câmara dos
Deputados (art. 51 da CF/1988), do Senado Federal (art.52 da CF/1988)
e as propostas de emenda à constituição (art. 60 da CF/1988).
Caso discorde, o Presidente da República poderá vetar o
projeto de lei. Para isso, ele terá o prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contados do recebimento. O Chefe do Executivo também
poderá vetar todo o projeto (voto total) ou parte dele (parcial),
abrangendo o texto integral do artigo, parágrafo, inciso ou
alínea.
O Presidente deverá expor os motivos do veto no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, sendo ele em razão de
inconstitucionalidade (veto jurídico) ou contrário ao interesse
público (veto político). O veto sempre será expresso, motivado
e escrito. Portanto, se o Presidente se mantiver inerte quanto à
sanção ou veto do projeto, ele será sancionado tacitamente.
Concordando, o presidente sancionará o projeto e ele será
transformado em lei com a sua devida promulgação e
publicação. Contudo, caso decida vetá-lo, o projeto será
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apreciado em sessão conjunta pelas duas casas do Congresso
Nacional em 30 (trinta) dias a contar de seu recebimento.
O veto poderá ser afastado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados Federais e Senadores. Desse modo, a concordância
das duas casas terá os mesmos efeitos que a sanção.
Derrubado o veto, a lei será enviada ao Presidente da República
para promulgação dentro de 48 (quarenta e oito) horas. Caso o
Presidente permaneça silente ou não queira promulgá-la, o
Presidente do Senado fará a promulgação e, caso ele não o
faça, o Vice-Presidente do Senado fará.
O projeto de lei será arquivado caso o veto seja mantido.
Por fim, dar-se-á início à última fase: fase complementar (promulgação
e publicação). A promulgação é o atestado de existência da lei e da sua
executoriedade. Mesmo que não esteja em vigor, a promulgação atesta
o seu nascimento. Em sequência, a publicação é o ato em que leva ao
conhecimento do coletivo o conteúdo da lei. Ela é feita no Diário Oficial,
devendo ser especificada em seu texto quem a promulgou. A partir da
publicação, é feito o estabelecimento do momento que a lei deverá ser
exigida.
De acordo com o art. 1º, caput da LINDB, a lei começa a vigorar em todo
o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de sua publicação oficial.
Contudo, poderá haver disposição expressa com outro prazo, devendo,
nesse caso, a exceção prevalecer sobre a regra geral. Importante
destacar que o período entre a publicação da lei e a sua vigência
denomina-se vacatio legis.
Processo legislativo ordinário

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Vamos entender um pouco mais sobre o processo legislativo ordinário
com o especialista Marcílio Ferreira?
Processo legislativo sumário
A principal diferença do processo legislativo sumário e do ordinário é a
fixação de prazo para apreciação do projeto de lei. Nesse caso, o Chefe
do Executivo solicitará ao Congresso Nacional, em caráter de urgência,
a apreciação de projeto de lei de sua iniciativa. Nesse sentido, tanto a
Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal terão o prazo de 45
(quarenta e cinco) dias para apreciar o projeto de lei. Esse prazo não
corre durante o período de recesso parlamentar.
Ultimado o prazo, o projeto será incluído na ordem do dia, sobrestando-
se as outras deliberações legislativas, salvo se eles tiverem prazo
determinado pela Constituição Federal, como as medidas provisórias
(art. 64, § 6º da CF/1988). Se o Senado Federal emendar o projeto de lei,
a Câmara dos Deputados terá o prazo de 10 (dez) dias para apreciá-la
(art. 64, § 3º da CF/1988).
Processo legislativo especial:
leis complementares
O processo legislativo para deliberação e promulgação das leis
complementares é praticamente o mesmo das leis ordinárias, já
analisadas. Contudo, existem duas diferenças entre elas:
Diferença material
Trata-se da previsão constitucional de edição de lei
complementar. Todas as vezes que o Poder Constituinte
Originário, e até mesmo o Reformador, desejar que certa matéria
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seja regulamentada por lei complementar, ele deixará
expressamente seu ensejo.
As situações que devem ser regulamentadas por lei
complementar estão predeterminadas no Texto Constitucional,
como o art. 7º, I, 21, IV e 22, parágrafo único da CF/1988. Por
outro lado, as leis ordinárias ocupam caráter residual. Logo, o que
não for regulamentado por lei completar será por lei ordinária,
desde que não seja matéria com previsão de edição de decreto
legislativo (art. 49 da CF/1988) ou resolução (arts. 51 e 52 da
CF/1988).
Diferença formal
Refere-se ao quórum de aprovação do projeto de lei. Para
aprovação de lei complementar, é necessário o voto da maioria
absoluta, enquanto para aprovação de lei ordinária é necessário o
voto da maioria simples ou relativa.
Maioria absoluta
O voto da maioria absoluta refere-se à maioria dos membros
integrantes da casa (número fixo).
Maioria simples ou relativa
O voto da maioria simples ou relativa refere-se à maioria dos
presentes à reunião ou sessão que compareceram no dia da
votação.
O art. 47 da CF/1988 estabelece que a deliberação de cada casa e de
suas Comissões deverão ser tomadas por maioria dos votos, presente a
maioria absoluta de seus membros.
Resumidamente:
O Texto Constitucional determina que, para instalar a sessão, é
necessária a maioria absoluta dos membros.
Presente o quórum necessário de instalação da sessão, poderá ser feita
a votação pelo quórum da maioria simples, ou seja, os presentes àquela
sessão.
Esse quórum de votação é o mesmo para lei ordinária e complementar.
Contudo, a diferença está no quórum de aprovação:
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Para aprovar lei ordinária, é preciso maioria simples.
Para aprovar lei complementar, é preciso maioria absoluta.
Para compreensão, o quórum de aprovação para lei complementar
sempre será o mesmo já que se refere à maioria dos membros
integrantes da casa (ex.: a maioria absoluta do Senado Federal é 41). Já
no caso das leis ordinárias, a aprovação será para a maioria simples
(ex.: a maioria simples do Senador Federal, nesse caso, é 21).
Atenção!
Não existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. Na
realidade, existe aplicação legislativa em âmbitos diferenciados
definidos pela Constituição Federal.
Processo legislativo especial:
leis delegadas
A lei delegada é uma espécie de ato normativo primário elaborado pelo
Chefe do Executivo, mediante a delegação externa corporis do
Congresso Nacional (art. 68 da CF/1988). Essa norma é a exceção do
princípio da indelegabilidade de atribuições, pois sua elaboração é
antecedida de delegação de atribuições entre o Poder Legislativo e o
Poder Executivo.
O Legislativo possui a atribuição de delegar o poder de elaborar normas
tanto de forma interna, para as Comissões temáticas (delegação interna
corporis), quanto de forma externa (delegação externa corporis), como a
lei delegada.
O processo começa com a fase “iniciativa solicitadora”. O Presidente da
República, o único que pode começar o processo, após solicitação ao
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Congresso Nacional, elaborará a lei delegada sobre o assunto que ele
pretende legislar. Após a aprovação, por meio de resolução (art. 68, § 2º
da CF/1988), o Congresso especificará o conteúdo da delegação e seu
exercício.
Consequentemente, o Congresso Nacional determinará, por meio da
resolução, se haverá a apreciação ou não do projeto de lei delegada pela
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Se o Congresso optar
positivamente, ele deverá fazer a delegação típica. Por outro lado, se o
Congressoportar negativamente, ele deverá fazer a delegação atípica.
Delegação típica
Sem apreciação pelo Congresso Nacional. Desse modo, será
atribuída a delegação ao Presidente da República de elaborar,
promulgar e publicar a lei delegada.
Delegação atípica
Com apreciação pelo Congresso Nacional. Desse modo, a
apreciação será feita em votação única, sendo vedada a emenda
à lei delegada. Após a aprovação, o Presidente promulgará e
determinará a sua publicação no órgão oficial.
Vale destacar que existem matérias que não podem ser delegadas. Elas
estão estipuladas no art. 68, § 1º da CF/1988, sendo sobre:
Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira
e a garantia de seus membros
Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais
Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos
A resolução editada pelo Congresso Nacional transfere de modo
temporário a competência para legislar sobre determinada matéria. A
titularidade da competência sempre será do Poder Legislativo. Se
houver exorbitância nos limites da delegação legislativa, o Congresso
Nacional deverá sustar o ato normativo, por meio de decreto legislativo
(art. 49, V da CF/1988). Essa hipótese refere-se ao “controle repressivo
de constitucionalidade”.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Após deliberação parlamentar, o Chefe do Poder Executivo dá início
à deliberação executiva. Nessa fase, o Presidente poderá sancionar
ou vetar o projeto de lei, por motivos inconstitucionais (veto
jurídico) ou em decorrência do interesse público (veto político). Em
relação às regras do veto presidencial, assinale a afirmativa correta:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Existem dois tipos de veto: total e parcial. No veto total, o
Presidente da República veta todo o projeto de lei. Já no veto
parcial, o Presidente da República veta parte da lei. Contudo, esse
A
O Presidente da República tem o prazo de até 15
(quinze) dias corridos para vetar o projeto de lei,
contados da data do recebimento.
B
O Presidente da República poderá vetar de forma
total ou parcial o texto da lei. Se for parcial, deverá
abranger o texto integral do artigo.
C
Em decorrência do princípio da separação dos
poderes, o silêncio do Presidente importa no veto do
projeto de lei.
D
O veto deve ser expresso, motivado e escrito.
Contudo, também é possível que o veto seja tácito.
E
O Presidente deverá expor os motivos do veto ao
Presidente do Senado Federal no prazo de 24 (vinte
e quatro) horas.
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veto deverá abranger todo o artigo, compreendido os parágrafos e
suas alíneas, sendo vedado o veto de palavras.
Questão 2
Na fase da deliberação parlamentar, o Senado Federal reuniu-se
para votar determinado projeto de lei ordinária. Na abertura da
sessão, fizeram-se presentes 50 senadores. Após as deliberações,
foi iniciado o voto. No final, cerca de 27 senadores votaram para
aprovação da lei e 23 contra. Irresignado com a situação, André,
Senador do Estado Zigma, alegou ao Presidente do Senado que o
processo estava viciado, porque eram necessários 41 votos a favor
e não 27. Em relação a essa situação, é correto afirmar que André:
Parabéns! A alternativa D está correta.
O quórum para instalação da sessão é maioria absoluta, tanto para
lei complementar quanto para lei ordinária (art. 47 da CF/1988).
Contudo, o quórum necessário para aprovação da lei, no caso
A
Está correto, uma vez que é necessário o quórum da
maioria absoluta do Senado Federal para aprovação
do projeto de lei, ou seja, 41 senadores.
B
Está correto, uma vez que é necessário o quórum da
maioria relativa do Senado Federal para instalação
da sessão, ou seja, 41 senadores.
C
Está correto, e deverá impetrar Mandado de
Segurança no Supremo Tribunal Federal já que
houve vício no processo legislativo.
D
Está equivocado, uma vez que é necessário o
quórum da maioria relativa do Senado Federal para
aprovação do projeto de lei. No caso em questão, foi
a mais do exigido.
E
Está equivocado, uma vez que o quórum para
instalação da sessão e aprovação do projeto de lei é
maioria absoluta.
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acima referido, para leis ordinárias, é de maioria simples. No
exemplo citado, houve o voto de 27 senadores, ou seja, 6 votos a
mais do exigido (21 senadores). Logo, o Senador André está
equivocado.
3 - Processo legislativo especial
Ao �nal deste módulo, você será capaz de classi�car o processo legislativo
especial.
Medidas provisórias, decretos
e resoluções
Breve análise introdutória
Conforme estudado, o processo legislativo compreende a edição de
algumas espécies normativas, como a emenda à Constituição, lei
complementar, ordinária e delegada. Além dessas normas, existem as
medidas provisórias, decretos e resoluções.
Vale ressaltar que, com exceção das emendas à
Constituição, não existe hierarquia entre as demais
espécies normativas.
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Medidas provisórias
Com previsão no art. 62 da Constituição Federal, as MP (medidas
provisórias) são uma espécie normativa editada pelo Poder Executivo
com força, eficácia e valor de lei. Esse ato normativo possui algumas
características que o diferencia dos demais:
Atribuição de elaboração a um órgão competente
Caráter excepcional, relevante e urgente
Possibilidade de ser rejeitado pelo Congresso Nacional a qualquer
momento
Possibilidade de perda de eficácia desde o início
Saiba mais
As medidas provisórias foram incluídas pela Constituição Federal de
1988, substituindo-se o decreto-lei. Essa nova espécie legislativa busca
reparar, dentro do atual Estado democrático de Direito, as distorções
legislativas feitas pelo regime militar que abusava da sua função atípica
na edição de lei.
Antes de estudarmos o processo de edição da MP, é importante
destacar que todas as regras relacionadas ao processo legislativo são
normas de observância obrigatória pelas constituições dos estados e
das leis orgânicas dos municípios e Distrito Federal. Fundamentado no
princípio da simetria, a edição de MP por governadores de Estado é
admitida, desde que tenha previsão na Constituição estadual e sejam
observadas as regras estabelecidas pela Constituição Federal.
Constituições estaduais como a do Acre, Santa Catarina e Piauí
admitem a edição de medida provisória pelo governador.
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Já no âmbito municipal, também é admitida a edição de medida
provisória por prefeito, também resguardado pelo princípio da
simetria.
Desse modo, além da previsão na lei orgânica e observância do
processo estabelecido pela Constituição Federal, é necessário que a
constituição do estado do referido município estabeleça a possibilidade
de utilização da MP pelo governador, uma vez que a lei orgânica
municipal deve observância aos princípios estabelecidos pela
constituição do estado.
O processo legislativo da medida provisória começa com o
preenchimento prévio dos pressupostos de relevância e urgência para
sua edição. Após o cumprimento do requisito, o Presidente da República
estará apto a editar medida provisória, com força de lei, com a devida
submissão posterior e imediata ao Congresso Nacional. A MP nasce
com a manifestação exclusiva do Presidente, valendo-se de seus
efeitos desde sua edição.
A MP terá o prazo de duração de 60 (sessenta) dias, prorrogável por
igual período (mais sessenta dias com um total de até cento e vinte
dias). Contudo, em casos de recesso parlamentar, a MPterá o seu prazo
suspenso. Ela perderá sua eficácia, desde a edição, se não for
convertida em lei dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por
igual período (art. 62, § 7º da CF/1988). Se isso ocorrer, o Congresso
Nacional deverá editar decreto legislativo dispondo sobre as relações
jurídicas delas decorrentes.
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Existem restrições em relação a matéria a ser disciplinada na MP. De
acordo com o art. 62, § 1º, da CF/1988, é vedado que o Presidente da
República edite MP sobre matéria:
I
Relativa a/à:
Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
políticos e direito eleitoral
Direito penal, processual penal e processual civil
Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, à
carreira e à garantia de seus membros
Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto
no art. 167, § 3º da CF/1988
II
Que vise à detenção ou ao sequestro de bens, de poupança
popular ou qualquer outro ativo financeiro.
III
Reservada a lei complementar.
IV
Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República.
Dentro do período dos 60 (sessenta) dias, a MP será submetida à
apreciação do Congresso Nacional. Por meio de uma comissão
mista de deputados e senadores (art. 62, §§ 5º e 9º da CF/1988),
os parlamentares examinarão a norma e emitirão parecer,
apreciando o mérito e a sua adequação financeira e orçamentária.
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Após o parecer da comissão mista, a MP passará à apreciação
pelo plenário da Câmara dos Deputados Federais e do Senado
Federal. O processo de votação será em sessão separada e terá
início na Câmara (casa iniciadora) e depois no Senado (casa
revisora).
De acordo com o art. 62, § 6º da CF/1988, se a MP não for apreciada em
até 45 (quarenta e cinco) dias, contados de sua publicação, ela entrará
em regime de urgência. Assim, a MP ficará sobrestada em relação às
outras deliberações legislativas da casa em que estiver tramitando até
que se ultime sua votação.
Em relação ao trâmite do processo, após apreciação e votação por
maioria simples na Câmara dos Deputados (casa iniciadora), o projeto
será encaminhado ao Senado Federal (casa revisora). Por fim, o
Congresso Nacional deverá adotar uma entre quatro medidas em
relação à MP, sendo elas as seguintes:
Aprovação da norma sem alteração
Aprovada a MP, sem alteração de mérito, o texto será
promulgado pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional e
publicado no Diário Oficial da União. Conforme o art. 57, § 5º
da CF/1988, o Presidente do Senado preside a Mesa do
Congresso Nacional. Logo, ele deverá promulgar e publicar a
medida provisória no DU.
Aprovação da norma com alteração
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Havendo emendas na MP, o projeto de lei de conversão será
apreciado por uma casa e depois pela outra, aplicando-se as
regras do processo legislativo comum. Após a aprovação das
emendas, o projeto será levado para apreciação do Presidente
da República para sancioná-lo ou vetá-lo. Em relação à matéria
alterada, as relações decorrentes dela deverão ser
regulamentadas por decreto legislativo.
Não aprovação da norma (rejeição tácita)
Se a MP não for apreciada no prazo de 60 (sessenta dias),
contados de sua publicação, mais 60 (sessenta dias) de
prorrogação, ela perderá a eficácia desde a sua edição (efeitos
ex tunc). Nesse caso, caberá ao Congresso Nacional editar
decreto legislativo disciplinando as relações jurídicas
decorrentes da MP.
Rejeição expressa da norma
Dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal, o
Congresso Nacional poderá rejeitar expressamente a MP.
Nesse sentido, também é cabível ao órgão disciplinar os
efeitos decorrentes por decreto legislativo.
De acordo com art. 62, § 10º da CF/1988, é vedada a reedição da
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha período a sua
eficácia por decurso de prazo. A vedação aplica-se dentro do prazo que
compreende a sessão legislativa.
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Medidas provisórias
Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse conceito? Acompanhe o
especialista Marcílio Ferreira discorrer, no vídeo abaixo, sobre o conceito
de medida provisória, seus requisitos e as vedações ao seu uso.
Decretos legislativos
Os decretos legislativos são espécies legislativas que materializam as
competências exclusivas do Congresso Nacional. O procedimento de
elaboração dessa norma é disciplinado pelo Congresso ou pelas casas
por meio dos regimentos internos. As competências exclusivas do
Congresso estão disciplinadas no art. 49, da CF/1988:
I. resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional;
II. autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a
celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar;
III. autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a
se ausentarem do País, quando a ausência exceder a
quinze dias;
IV. aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma
dessas medidas;
V. sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de

Competências exclusivas do congresso 
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delegação legislativa;
VI. mudar temporariamente sua sede;
VII. fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os
Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII. fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da
República e dos Ministros de Estado, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
I;
IX. julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos
planos de governo;
X. fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
XI. zelar pela preservação de sua competência legislativa em
face da atribuição normativa dos outros Poderes;
XII. apreciar os atos de concessão e renovação de concessão
de emissoras de rádio e televisão;
XIII. escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas
da União;
XIV. aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a
atividades nucleares;
XV. autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI. autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra
de riquezas minerais;
XVII. aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras
públicas com área superior a dois mil e quinhentos
hectares.
XVIII. decretar o estado de calamidade pública de âmbito
nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-
F e 167-G desta Constituição.
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART. 49)
Além dessas hipóteses, o art. 62, § 3º da CF/1988 estabelece que os
efeitos decorrentes da medida provisória não convertida em lei devem
ser reguladas por decreto legislativo.
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Art. 63, § 3º da CF/1988: As medidas provisórias, ressalvado o disposto
nos §§ 11 e 12, perderão eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos
do § 7º, uma vez porigual período, devendo o Congresso Nacional
disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas
decorrentes;
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART. 63)
Em relação ao trâmite processual, a iniciativa, em alguns casos, é do
Presidente da República ou de membro ou comissão do Congresso
Nacional. O quórum para aprovação é de maioria relativa, conforme a
regra do art. 47 da CF/1988. Não há previsão de sanção já que essa
norma é um instrumento de veiculação de competência deliberativa do
Congresso. A promulgação e publicação é feita pelo Presidente do
Congresso (Presidente do Senado Federal).
Resoluções
As resoluções são normas primárias elaboradas pelas casas do
Congresso Nacional, em isolado ou conjunto, para regulamentar
matérias de sua competência pelos regimentos internos, como as
matérias estabelecidas nos seguintes artigos:
A delegação ao Presidente da República terá a forma de
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo
e os termos de seu exercício;
[...] resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da
República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis
às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
Art. 68, § 2º da CF/1988 
Art. 155, § 2º, IV da CF/1988 
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[...] estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas,
mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela
maioria absoluta de seus membros.
Em relação ao trâmite processual, a iniciativa é cabível a qualquer
membro do Congresso Nacional. Já a votação e a discussão devem ser
feitas na casa que expedir a resolução de modo unicameral ou
bicameral quando referir-se ao Congresso. De acordo com o art. 47 da
CF/1988, a aprovação será feita pela maioria relativa. A promulgação
deverá ser feita pela casa que expediu a resolução ou pela Mesa do
Senado Federal, nos casos em que a resolução se referir ao Congresso
Nacional. A publicação é determinada pela casa que expediu a
resolução.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Substituta do decreto-lei, a medida provisória, estabelecida no art.
62 da Constituição Federal, possui diversas diferenças das outras
espécies normativas. Além de ter apenas um legitimado, a referida
norma precisa preencher pressupostos constitucionais (relevância
e urgência) para possuir eficácia desde sua edição. Em relação ao
processo e características da referida normal, assinale a afirmativa
correta:
Art. 155, § 2º, V, “a” da CF/1988 
A
É permitido que o Presidente da República legisle,
por meio da MP, normas sobre direito processual
penal.
B
A MP terá o prazo de duração de 60 (sessenta) dias,
improrrogável.
C
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Parabéns! A alternativa C está correta.
De acordo com o art. 62, § 3º da Constituição Federal, as medidas
provisórias perderão eficácia, desde sua edição, se não forem
convertidas em lei dentro do prazo de 60 (sessenta) dias,
prorrogável por igual período, devendo o Congresso Nacional
disciplinar, por meio de decreto legislativo, as relações jurídicas
decorrentes da MP.
Questão 2
Considere que o Presidente da República do Brasil tenha editado lei
delegada sobre matéria diversa atribuída pelo Congresso Nacional.
Nesse caso,
A MP perderá a sua eficácia caso não seja
convertida em lei no prazo constitucional.
D
Se a medida provisória não for apreciada em 45
(quarenta e cinco) dias, ela entrará em regime de
urgência em cada casa do Congresso Nacional.
E
É permitida a reedição da medida provisória na
mesma sessão legislativa, nas hipóteses de ter sido
rejeitada pelo Congresso Nacional ou ter perdido a
sua eficácia dentro do decurso de prazo.
A
o Senado Federal deverá ingressar com Ação Direta
de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal
Federal, com o pedido de inconstitucionalidade total
da lei.
B
o Congresso Nacional deverá ingressar com
Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental no Supremo Tribunal Federal, com o
pedido de inconstitucionalidade da lei.
C
a Câmara dos Deputados deverá ingressar com
Mandado de Segurança repressivo no Supremo
Tribunal Federal, com a prejudicial de
inconstitucionalidade da lei.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
De acordo com o art. 49, V da Constituição Federal, cabe
exclusivamente ao Congresso Nacional a sustação de atos
normativos emanados pelo Poder Executivo que exorbitem dos
limites de delegação legislativa. No caso mencionado, o Chefe do
Executivo elaborou a lei delegada além do limite fixado na
resolução do Congresso. Nesse caso, cabe ao Congresso, por meio
do decreto legislativo, sustar o ato presidencial.
Considerações �nais
Como vimos, o processo legislativo compreende regras estabelecidas
pela Constituição Federal para a elaboração das normas primárias.
Para reformar a Constituição, o Poder Constituinte Originário
estabeleceu algumas limitações ao Poder Constituinte Reformador.
Nesse processo de emenda à Constituição, os parlamentares deverão
atentar-se a limitações que regulam o processo, que estabelecem
matérias que não podem ser abolidas (cláusulas pétreas) e situações
em que a Constituição não pode ser emendada.
Além das emendas, os parlamentares poderão estabelecer direitos e
deveres a população brasileira por intermédio de outras normas. Pelas
leis complementares e ordinárias, o Poder Legislativo poderá editar
normas que atendam aos interesses públicos. Por meio das leis
delegadas e medidas provisórias, o Presidente da República, atuando
em função atípica, poderá editar normas para, por exemplo, lhe auxiliar
em suas políticas públicas de interesse ao coletivo. Por fim, as
resoluções e decretos legislativos servirão como instrumentos
normativos para regulamentar situações específicas atribuídas às casas
ou ao próprio Congresso Nacional.
D
o Congresso Nacional deverá sustar o ato
normativo, por meio de decreto legislativo.
E
o Senado Federal deverá sustar o ato normativo, por
meio de decreto legislativo.
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Podcast
Agora, o especialista Marcílio Ferreira encerra o conteúdo trazendo um
panorama geral sobre o processo legislativo.
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Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Pesquise o artigo científico O poder da caneta: a Medida Provisória
no processo legislativo estadual e veja como Paolo Ricci e Fabrício
Tomio abordam as consequências jurídicas, ou a falta delas, das
medidas provisórias dos Estados-membros.
Pesquise o artigo científico 30 anos de Constituição, 30 anos de
reforma constitucional e veja como Antônio Moreira Maués aborda
os conflitos que se manifestam por meio das constantes
alterações do Texto Constitucional.
Pesquise no YouTube e confira como foram feitos os trabalhos da
Comissão de Constituição e Justiça na PEC 50/2016 (realização
de manifestações culturais registradas como patrimônio cultural).
Referências
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 27. ed. São Paulo:
Malheiros, 2011.
BONAVIDES, Paulo. Do Estado liberal ao Estado Social. 8. ed. São Paulo:
Malheiros, 2007.
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LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo:
Saraiva, 2011.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. Salvador:
Juspodivm, 2016.
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 16. ed. São Paulo:
Malheiros, 2000.
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