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Ativos antiacne

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PRINCÍPIOS ATIVOS 
EM ESTÉTICA
Eliane Sempe Obach
Ativos antiacne
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar ativos antiacne e relacionar seus mecanismos de ação.
 Analisar cosméticos antiacne e tratamento de acordo com o grau de 
acometimento.
 Identificar a composição de argilas sua relação com o tratamento
da acne.
Introdução
A fisiopatologia multifatorial da acne determina a necessidade de abor-
dagens terapêuticas e estéticas diversificadas. O sucesso do controle 
dessa afecção cutânea está intimamente ligado à seleção de ativos com 
mecanismos de ação assertivos e racionais, ao diagnóstico preciso do 
grau de acometimento da pele e ao planejamento da terapêutica, de 
forma a tratar e prevenir futuras lesões. 
Frequentemente, o surgimento ou mesmo o agravamento de 
lesões preexistentes também decorre da seleção de cosméticos diários 
inadequados, contendo compostos comedogênicos ou acnegênicos. 
Nesse sentido, não apenas os ativos dos cosméticos devem ser con-
siderados na seleção de produtos adequados, mas, também, seus 
demais componentes. 
Assim, neste capítulo, você conhecerá os ativos antiacne e seus me-
canismos de ação, verá os cosméticos antiacne existentes no mercado 
e o tratamento indicado de acordo com o grau da afecção e a relação 
das argilas com o tratamento antiacne.
Ativos antiacne e mecanismos de ação
A acne vulgar corresponde a uma patologia cutânea de origem genético-
-hormonal caracterizada por lesões não infl amatórias ou infl amatórias dos 
folículos pilossebáceos decorrentes de uma combinação de fatores, como 
maior produção de sebo, hiperqueratinização dos ductos sebáceos, infecção 
por Propionibacterium acnes e infl amação (Figura 1). 
Figura 1. Formação de acne na pele. A secreção sebácea retida no folículo promove o 
crescimento de bactérias (P. acnes), resultando em infecção e inflamação.
Fonte: Dutra (2016, documento on-line).
Ativos antiacne2
Em casos mais leves, esse quadro determina menor taxa de descamação 
dos queratinócitos na epiderme e no infundíbulo da glândula sebácea, o que 
resulta em comedões. Em casos mais severos, o infundíbulo se rompe e despeja 
material sebáceo infectado na derme, com intenso quadro inflamatório. Altos 
níveis de andrógenos sistêmicos ou a sensibilidade aumentada das células da 
glândula sebácea a níveis normais desses hormônios parecem ser o fator causal 
primário da patologia (CANAVAN; CHEN; ELEWSKI, 2016; GOLLNICK, 
2015; PRASAD, 2016; SINCLAIR; JORDAAN, 2005). A etiologia complexa 
(Figura 2) envolvendo desde fatores genéticos até infecciosos torna um desafio a 
abordagem estética ou médica visando a recuperação ou a prevenção de lesões.
Figura 2. Etiologia da acne.
Fonte: Adaptado de Costa, Alchorne e Goldschmidt (2008), Prasad (2016) e Wang et al. (2014).
Casos específicos como o da acne rosácea, por sua vez, envolvem, ainda, 
desordens vasculares. Esse tipo é mais incidente em pessoas de pele e olhos 
claros de etnias específicas, especialmente em climas extremos, e se manifesta 
3Ativos antiacne
na forma de eritema cutâneo persistente e telangiectasias. Muitas formas 
clínicas variantes podem ser verificadas, o que decorre de sua complexa fi-
siopatologia. De forma geral, os capilares sanguíneos da derme se apresentam 
dilatados e têm formatos incomuns, o que também induz ao edema nesse tecido. 
Essas alterações e os fatores genéticos relacionados à resposta imunológica 
favorecem a colonização da epiderme por parasitas do gênero Demodex, 
bem como mais de 100 tipos diferentes de bactérias resistentes à maior parte 
dos tratamentos com antibacterianos convencionais. Finalmente, também é 
acompanhada por um quadro inflamatório resultante da superprodução do 
peptídeo pró-inflamatório LL37 (CRIBIER, 2014).
Dessa forma, a abordagem terapêutica nesse tipo de lesão cutânea só poderá ser 
efetiva se for diversificada e marcada pela interferência em todos os fatores causais. 
Frequentemente, casos mais graves requerem tratamento médico, envolvendo o 
uso de isotretinoína, antiparasitários como metronidazol, antimicrobianos e ácido 
azeláico, assim como medicamentos sistêmicos para controle da proliferação 
vascular e da vasodilatação nos casos de rosácea. A isotretinoína parece ter papel 
fundamental no controle da produção sebácea e a inflamação deve ser controlada 
pelo uso de metronidazol ou ácido azeláico (CRIBIER, 2014; PRASAD, 2016).
A seguir, veja alguns dos principais ativos antiacne e seus mecanismos 
de ação.
  Peróxido de benzoíla: a ação da enzima catalase presente na pele 
decompõe o peróxido de benzoíla, liberando moléculas de oxigênio que 
reagem com a parede da célula bacteriana, levando à sua morte. É um 
agente oxidante altamente lipofílico, com efeitos bactericidas contra o 
P. acnes. Apresenta, também, efeito queratolítico, que contribui para sua 
eficácia — e não há conhecimento de resistência bacteriana induzida por 
seu emprego (CANAVAN; CHEN; ELEWSKI, 2016; GOLLNICK, 2015). 
Atua, além disso, reduzindo a ação de lipases bacterianas responsáveis 
pela formação de metabólitos pró-inflamatórios. A concentração preco-
nizada varia de 2,5% a 10%, mas não há relação dose-dependente, o que 
desencoraja o uso de produtos muito concentrados. Os riscos envolvidos 
com sua aplicação envolvem irritação cutânea, com possibilidade de 
dermatite de contato alérgica (PRASAD, 2016).
  Ácido azeláico: atua no controle do ciclo de renovação celular dentro 
do folículo piloso, reduz a liberação de citocinas pró-inflamatórias e o 
teor de ácidos graxos livres nos lipídios superficiais, assim, reduzindo a 
densidade bacteriana nos folículos. Age normalizando a queratinização 
Ativos antiacne4
folicular e capturando espécies reativas de oxigênio. É empregado na 
concentração de 20% em preparações tópicas que podem ser aplicadas 
duas vezes ao dia por períodos de 6 meses no máximo (CANAVAN; 
CHEN; ELEWSKI, 2016; PRASAD, 2016; SARKAR; BHALLA; 
KANWAR, 2002). No Brasil, o uso de ácido azeláico na fabricação 
de cosméticos está proibido, conforme parecer da Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária — ANVISA — (BRASIL, 2005) em função 
dos riscos de fotossensibilização, hipopigmentação e irritação cutânea 
(CANAVAN; CHEN; ELEWSKI, 2016; PRASAD, 2016).
  Retinóides: são empregados no tratamento de acne leve a moderada. O 
principal mecanismo de ação dos retinóides consiste na normalização 
da descamação do epitélio infundibular, com consequente inibição da 
comedogênese. Possivelmente, sua ação impedindo a hipercornificação 
e a hiperqueratose folicular seja responsável, também, por uma redução 
da liberação de IL-1, reduzindo o quadro inflamatório e, por consequ-
ência, a deposição excessiva de sebo no infundíbulo. Nessa categoria, 
são empregados a tretinoína (0,01 a 0,1%), o adapaleno (0,1 a 0,3%) e o 
tazaroteno (0,05 a 1%) (CANAVAN; CHEN; ELEWSKI, 2016; RIGO-
POULOS; LARIOS; KATSAMBAS, 2010). Os retinóides podem ser 
considerados os agentes comedolíticos mais efetivos para o tratamento 
da acne, mas efeitos adversos, como descamação excessiva, hiper ou 
hipopigmentação cutânea, eritema prolongado e fotossensibilização, 
impedem seu emprego em cosméticos e desaconselham tratamentos 
prolongados. O uso tópico de tretinoína e isotretinoína também está 
relacionado à ocorrência de malformações fetais quando usado por 
gestantes nos primeiros meses de gravidez (PRASAD, 2016). 
A tretinoína é o retinóide tópico mais prescrito pelos profissionais da saúde, mas 
apresenta variados efeitos colaterais, como irritação cutânea e fotossensibilidade, e 
ainda tem a desvantagem de alta instabilidade molecular em contato com ar, luz e calor. 
Os retinoides da terceira geração usados no tratamento da acne vulgar, adapaleno e 
tazaroteno, apresentam maior estabilidade molecular e maior tolerabilidade cutânea, 
além de serem eficazes no tratamento e na manutenção das lesões acnéicas leves a 
moderadas (VINHAL et al., 2014).
5Ativos antiacne Antibióticos tópicos: são indicados somente quando o tratamento com peró-
xido de benzoíla é ineficaz. Clindamicina, eritromicina e tetraciclina podem 
ser empregados, mas apenas os dois primeiros antibióticos são considerados 
igualmente efetivos contra P. acnes. Entretanto, o uso indiscriminado desses 
agentes nos últimos anos levou à seleção de microrganismos resistentes, 
de modo que sua indicação é questionável atualmente (PRASAD, 2016).
  Ácido salicílico: possui efeito queratolítico, bacteriostático, fungicida, 
antimicrobiano e anti-inflamatório. Minimiza o processo de hiper-
queratinização folicular, levando à redução da secreção sebácea e do 
quadro inflamatório e controlando a população bacteriana. Apresenta 
característica lipofílica, o que facilita sua penetração na unidade sebácea 
e o torna efetivo contra comedões e lesões inflamatórias (ROTTA, 
2008). Normalmente, é empregado em concentrações de até 2% em 
preparações tópicas, sendo possível sua associação em diferentes veí-
culos (CANAVAN; CHEN; ELEWSKI, 2016).
A despeito dos tratamentos clássicos apontados em literatura para a acne, vá-
rios outros compostos têm se mostrado efetivos de alguma forma, contribuindo 
para abordagens combinadas mais efetivas e com menores efeitos adversos, 
especialmente nos casos de acne vulgar leve. Veja, a seguir, alguns deles.
  Gluconolactona: corresponde a um polihidroxiácido derivado da ati-
vidade de Saccharomyces boulardii. Estudos clínicos com preparações 
tópicas a 14% mostram efetividade como anti-inflamatório, sendo 
superior, nesse quesito, ao peróxido de benzoíla (NASRI et al., 2015). 
Apresenta efeito queratolítico leve, semelhante aos alfa-hidroxiácidos, 
mas é melhor tolerado e tem ação antioxidante, possivelmente relacio-
nada ao efeito anti-inflamatório (GRIMES et al, 2004; EDISON et al, 
2004; BERNSTEIN et al, 2001). Outros queratolíticos em geral, como os 
alfa-hidroxiácidos, atuam na diminuição do estrato córneo, evitando a 
hipercornificação (NAST et al., 2012). Entretanto, sua eficácia depende 
da habilidade de permear a epiderme e acessar o ducto da glândula 
sebácea. O ácido mandélico, considerado mais efetivo, age no processo 
infeccioso da acne e acelera a cicatrização das lesões. Já o ácido glicó-
lico reduz a coesão dos corneócitos, favorecendo a descamação mais 
superficial, de ação mais restrita, mas podendo ser indicado na acne 
comedogênica, papulopustulosa e nodulocística (SHARAD, 2013).
  PCA Zinco: apresenta atividade seborreguladora e inibe a enzima 
5α-redutase, que metaboliza andrógenos, como sulfato de dehidroe-
Ativos antiacne6
piandrosterona e androstenediona, em compostos mais potentes, como 
testosterona e dihidrotestosterona. Assim, sua inibição impede a ligação 
desses andrógenos em receptores localizados nas glândulas sebáceas 
e na bainha radicular externa do folículo piloso, impedindo o aumento 
da produção de sebo na glândula, típico do processo fisiopatológico da 
acne (JAHNS et al., 2015).
  Niacinamida: a aplicação tópica de niacinamida a 4% tem demonstrado 
ação na acne vulgar como potente anti-inflamatório. Seu mecanismo 
de ação parece relacionado com um possível efeito anti-histamínico, 
inibição da 3´-5´-AMPc fosfodiesterase e atividade antioxidante. Dessa 
forma, exibe eficácia dose-dependente como inibidor da lipogênese da 
glândula sebácea, possivelmente com redução da síntese de triglicerídeos 
(MATTS; OBLONG; BISSET, 2002).
  Enxofre: a aplicação tópica de enxofre determina uma série de reações 
enzimáticas relacionadas a seu efeito queratolítico e antimicrobiano. 
A ligação ao aminoácido cisteína da estrutura da queratina forma 
sulfeto de hidrogênio, resultando em ação queratolítica na camada 
córnea da epiderme. Da mesma forma, a ação de bactérias cutâneas 
sobre o enxofre forma ácido pentatiônico, com atividade antifúngica. 
Apresenta efeito inibitório no crescimento de P. acnes, bem como 
Sarcoptes scabiei, alguns Streptococcus e Staphylococcus aureus 
(GUPTA; NICOL, 2004). 
  Ativos vegetais: embora o emprego de extratos ou óleos vegetais es-
pecíficos tenha surgido como uma alternativa de tratamento para a 
acne em função, principalmente, da segurança de uso, dados clínicos 
relevantes que atestem sua eficácia na acne ainda são raros. De qualquer 
forma, muitos desses ativos apresentam comprovada atividade anti-
-inflamatória, antimicrobiana e antioxidante (Quadro 1). Matricaria 
recutita, Calendula officinalis, Hamamelis virginiana e Triticum aes-
tivum apresentam ação adstringente no controle da secreção sebácea 
em função da presença de taninos. A ação antimicrobiana de Usnea 
barbata tem chamado a atenção pela potente inibição do crescimento 
de P. acnes. Preparações com 2% de extrato de Camelia sinensis para 
uso tópico demonstraram efetividade pela ação anti-inflamatória devida 
ao conteúdo de flavonoides e taninos. O óleo de Melaleuca artenifolia 
(5%) em preparações tópicas apresenta efeito antimicrobiano de amplo 
espectro e reduz a liberação de histamina, obtendo resultados clínicos na 
acne leve a moderada (NASRI et al., 2015); apresenta ação antifúngica, 
antisséptica e cicatrizante (SAMPAIO; BAGATIN, 2008).
7Ativos antiacne
Fonte: Adaptado de NASRI et al. (2015).
Espécie vegetal Usado Resultados
Aloe vera Extrato Antibacteriano e anti-inflamatório
Curcuma longa Extrato Antibacteriano e anti-inflamatório
Camellia sinensis L. Extrato e óleo 
essencial
Anti-inflamatório e inibidor 
da 5-α redutase
Aloe barbadensis Pó da mucilagem Antioxidante, anti-inflamatório, 
antiandrogênico e antibacteriano
Melaleuca artenifolia Óleo Anti-inflamatório e antibacteriano
Quadro 1. Exemplos de ativos vegetais clinicamente testados na acne
Derivados de extratos vegetais, como o alfa-bisabolol, encontrado nas inflo-
rescências de Matricaria recutita, também são identificados como compostos 
potencialmente ativos na acne. Apresentam efeito inflamatório tópico, sendo 
efetivos no controle do eritema e do adema. Mesmo a baixas concentrações, 
inibem o crescimento de bactérias gram-positivas. A concentração de 0,5% 
pode ser considerada para uso cosmético como dose mínima eficaz contra S. 
epidermidis e Corynebacterium (BATISTUZZO; ITAYA; ETO, 2006; SWE-
ETMAN et al., 2005).
Recentemente, estudos têm apontado benefícios para o emprego de zinco no trata-
mento da acne. Embora seja considerado como uma alternativa viável em todos os casos 
da patologia, efeitos adversos também têm sido relatados. A suplementação oral com 
zinco visando o tratamento da acne pode gerar efeitos gastrointestinais indesejáveis, 
enquanto seu uso tópico pode gerar irritação cutânea, eritema e queimação, uma vez 
que apresenta efeito potencial na conversão de ácido linoleico em prostaglandinas 
(CERVANTES et al., 2017). Leia mais no link a seguir. 
https://goo.gl/mChnRo
Ativos antiacne8
Cosméticos antiacne e o grau 
de acometimento da pele
Considerando que a ocorrência da acne vulgar pode dar-se em diferentes graus 
de acomentimento, a seleção adequada de produtos cosméticos, a combinação 
de ativos racionalmente selecionados e uma correta indicação de produtos 
para uso diário representam necessidades para o sucesso terapêutico. O tra-
tamento da acne envolve, assim, profi ssionais da área médica e estética que, 
num trabalho combinado, objetivam o reparo tecidual com a cicatrização das 
lesões, a redução da duração dessas com o controle do processo patológico e 
a prevenção de novas ocorrências. 
Na acne leve, preparações tópicas contendo peróxido de benzoíla, ácido 
azeláico, retinóides e antibióticos tópicos costumam ser recomendadas (GOLL-
NICK, 2015; PRASAD, 2016), assim como ácido salicílico (CANAVAN et 
al., 2016). A acne não inflamatória, também conhecida como acne grau I, é 
caracterizada pela presença de comedões e, raramente, de pápulas e pústulas 
(Figura 3). Apresenta comedões fechados, com aumento de corneócitos no 
infundíbulo folicular, que adquire forma esférica e esbranquiçada, e comedões 
abertos, normalmentecom colonização por P. acnes. Nesse sentido, o emprego 
de agentes queratolílicos, como gluconolactona ou alfa-hidróxiácidos, pode 
ser preconizado, assim como produtos de uso diário na forma de sabonetes 
visando o controle da proliferação microbiana. 
Figura 3. Tipos de acne. 
Fonte: Bioclarity (2018, documento on-line).
9Ativos antiacne
Na acne inflamatória pápulo-pustulosa ou grau II, a intervenção não 
médica ainda pode ser útil no sentido do controle do quadro inflamatório e 
infeccioso. A indicação de peróxido de benzoíla, ácido salicílico, enxofre e 
compostos vegetais antibacterianos pode ser eficaz, impedindo a evolução 
da patologia. Sabonetes e queratolíticos ainda devem ser recomendados, 
mas antimicrobianos tópicos ou antissépticos mais potentes passam a ser 
imprescindíveis. Especialmente o peróxido de benzoíla pode ser útil pelo efeito 
comedolítico e bacteriostático contra P. acnes, atuando como antimicrobiano 
com baixo potencial de resistência (STRAUSS et al., 2007).
É relevante ressaltar, também, que, para esses dois graus de acometimento, 
um grande diferencial do tratamento decorrerá não somente dos ativos indi-
cados, mas de uma abordagem ampla, que envolva aspectos comportamentais 
do paciente e que oriente corretamente a seleção de cosméticos de uso diá-
rio. Um grande número de produtos disponíveis comercialmente apresenta 
características ou insumos que podem causar ou agravar lesões existentes. 
Sabonetes de alta detergência, contendo tensoativos aniônicos irritantes, 
podem agravar a inflamação e provocar o aumento da produção de sebo pela 
glândula e, também, pelo efeito de remoção excessiva da oleosidade cutânea. 
Produtos em barra, caracterizados pelo alto teor de sabões alcalinos e pelo 
pH elevado, costumam ser responsáveis por inflamação, aumento da secreção 
sebácea e precipitação proteica na camada córnea, aumentando a ocorrência 
de pápulas. Hidratantes, filtros solares e maquiagens também podem ser ricos 
em emolientes comedogênicos. Embora esses produtos não possam ser ade-
quadamente produzidos sem emolientes, a estrutura química dessas moléculas 
afeta significativamente a tolerância cutânea e sua permeabilidade. A seleção 
criteriosa desses produtos, atenta não somente a ativos específicos, pode ser 
de grande contribuição ao tratamento, dada a frequência de exposição da pele.
Finalmente, em casos de acne moderada e severa, sejam a nodulocís-
tica (grau III) e conglobata (grau IV), antibióticos pela via oral devem ser 
considerados, assim como a terapia hormonal com contraceptivos. Em casos 
mais graves, o uso oral de isotretinoína por pelo menos quatro meses é a 
terapêutica de escolha, dada sua ação inibindo a atividade das glândulas sebá-
ceas e controlando a infecção por P. acnes (CANAVAN; CHEN; ELEWSKI, 
2016; PRASAD, 2016). Assim, dadas as complicações inerentes a esse tipo de 
tratamento, o acompanhamento médico se torna imprescindível. 
Os antibióticos mais utilizados são tetraciclina, doxiciclina, minociclina e 
azitromicina. A eritromicina somente é recomendada após falha terapêutica dos 
derivados da tetraciclina, por demonstrar os maiores índices de resistência ao 
P. acnes. Durante a terapêutica sistêmica, deve-se evitar o uso de antibióticos 
Ativos antiacne10
tópicos, mas tratamentos combinados com retinóides tópicos são frequentes 
(THIBOUTOT et al., 2009). Para o tratamento do grau IV, a isotretinoína 
pela via oral se torna o medicamento de escolha. Embora haja nítida melhora 
após a introdução da isotretinoína, seus severos efeitos adversos, comuns 
em praticamente todos os pacientes, devem ser conhecidos e acompanhados. 
Entre eles, os mais comuns são o ressecamento de pele, lábios, mucosa nasal 
e conjuntiva, fotossensibilidade e prurido, além do risco de teratogenicidade, 
que deve ser esclarecido para o paciente. 
Argilas e sua relação com o tratamento da acne
Argilas minerais são historicamente empregadas no tratamento de afecções 
cutâneas, dados os benefícios já reconhecidos. São materiais naturais forma-
dos por minerais cristalinos, quimicamente compostos por óxido de silício e 
óxido de alumínio e por uma combinação com outros elementos, como ferro, 
sódio, magnésio, potássio, cálcio, cobre, zinco e manganês (RIBEIRO, 2010).
Têm a designação comum de silicatos de alumínio hidratados, diferindo-
-se pelos resíduos de minerais que a argila carregou de onde migrou. Isso 
determina a ocorrência de cores diversas para o material natural, como verdes, 
pretas, amarelas, vermelhas, cinzentas ou brancas. São usadas em preparações 
farmacêuticas as esmectitas, paligorsquitas, caulinitas e talco em função de 
sua grande superfície específica, alta capacidade adsortiva, propriedades 
reológicas, inércia química e baixa toxicidade. As caulinitas, o talco e as 
esmectitas apresentam capacidade de adsorção de gorduras e bioadesão na 
superfície da pele, protegendo o tecido de agentes químicos, físicos e micro-
biológicos. Na acne, podem ser úteis pela capacidade de absorver secreções 
ou compostos suspensos no sebo, controlar processos inflamatórios e por sua 
ação antisséptica prolongada, mantendo o tecido em condições desfavoráveis 
ao crescimento bacteriano (CARRETERO, 2002).
A argila verde frequentemente é associada a produtos cosméticos que visam 
o tratamento da acne em função de sua ampla capacidade de absorção de 
gorduras. É composta por uma variedade de oligoelementos e rica em silício, 
com pH neutro, apresentando ação secativa, absorvente e antisséptica e sendo 
indicada para regular a produção sebácea (LUNGATTO et al., 2014). A argila 
amarela é rica em silício; a branca, em alumínio; a vermelha, em óxido de 
ferro; e a cinza, encontrada em regiões vulcânicas, possui pH alcalino, que 
pode ser considerado uma estratégia anti-inflamatória (GOPINATH; CRUZ; 
FREIRE, 2003; OTTO; HAYDEL, 2013).
11Ativos antiacne
Embora os diferentes tipos de argilas sejam frequentemente relacionados a 
tratamentos específicos, não existem dados científicos que comprovem sua eficácia.
As argilas e os minerais argilosos podem ser usados como ingredientes ativos ou 
como excipientes em produtos cosméticos e farmacêuticos. De acordo com as suas 
características e formas farmacêuticas (líquido, gel, creme ou em pó), as formulações 
de máscaras faciais têm ações na pele, como microesfoliação, nutrição, hidratação e 
adstringência (CARRETERO; POZZO, 2009).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a prevenção começa com 
higiene adequada da pele com um sabonete ou produto de limpeza indicado espe-
cialmente para pele acneica ou oleosa. No entanto, limpeza excessiva é prejudicial à 
pele como um todo (causando irritação) e pode piorar as lesões.
https://goo.gl/pzsQh1
1. Com base nos tipos e na quantidade 
de lesões presentes na pele do por-
tador de acne, pode-se classificar seu 
grau de acometimento. Assinale a al-
ternativa que aponte o grau de acne 
que apresente processo inflamatório, 
ruptura da parede folicular, com 
reação inflamatória aos corneócitos 
e bactérias formando os nódulos.
a) Grau I (comedônica).
b) Grau I (pápulo-pustulosa).
c) Grau II (pápulo-pustulosa).
d) Grau III (nodulocística).
e) Grau IV (conglobata).
2. Qual é a substância que atua na 
atividade seborreguladora e inibe a 
enzima 5α-redutase? Qual é a função 
dessa enzima?
a) Alfa bisabolol; a enzima meta-
boliza os andrógenos circulantes 
precursores, deixando-os menos 
potentes.
b) Alfa bisabolol; a enzima meta-
boliza os andrógenos circulantes 
Ativos antiacne12
precursores, deixando-os mais 
potentes.
c) PCA Zinco; a enzima metabo-
liza os andrógenos circulantes 
precursores, deixando-os mais 
potentes.
d) PCA Zinco; a enzima metabo-
liza os andrógenos circulantes 
precursores, deixando-os menos 
potentes.
e) Enxofre; a enzima metaboliza 
os andrógenos circulantes 
precursores, deixando-os mais 
potentes.
3. É considerada uma substância ads-
tringente capaz de contrair e estreitar 
os tecidos orgânicos, formando uma 
camadaprotetora proteica na pele 
e, por consequência, favorecendo a 
inibição do crescimento de microrga-
nismos na superfície da pele. Qual é a 
substância que está sendo citada?
a) Enxofre.
b) Ácido glicólico.
c) Ácido salicílico.
d) Óleo de melaleuca.
e) PCA Zinco.
4. O sabonete de enxofre é comu-
mente utilizado pelo público jovem 
com o intuito de auxiliar na redução 
da oleosidade, principalmente, 
da face. O enxofre interage com a 
cisteína para formar o sulfeto de 
hidrogênio. Essa reação ocorre em 
qual camada da pele?
a) Camada dérmica.
b) Tela subcutânea.
c) Camada dérmica.
d) Camada epidérmica.
e) Camada córnea.
5. A argiloterapia é o uso da matéria-
-prima argila no tratamento da 
acne, o que apresenta inúmeros 
benefícios no combate à produção 
do sebo. Assinale a alternativa que 
aponte corretamente a composição 
principal de ferro, dióxido de silício e 
alumínio, respectivamente.
a) Vermelha, amarela e branca.
b) Vermelha, branca e amarela.
c) Amarela, vermelha e branca.
d) Amarela, branca e vermelha.
e) Branca, vermelha e amarela.
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