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historia do direito penal

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1 
 
 
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL 
BRASILEIRO 
1 
 
 
 
Sumário 
Introdução ........................................................................................................ 3 
História do direito penal brasileiro .................................................................... 6 
As ordenações portuguesas ....................................................................................... 7 
Ordenações afonsinas ............................................................................................... 8 
Ordenações manuelinas ............................................................................................ 9 
Ordenações Filipinas .................................................................................................. 9 
O império .................................................................................................................. 10 
A república ............................................................................................................... 10 
Evolução histórica do direito processual penal .............................................. 12 
História ..................................................................................................................... 12 
Influências ................................................................................................................ 13 
Principais fatos históricos ......................................................................................... 14 
Direito processual penal ................................................................................ 15 
Referências ................................................................................................... 16 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Introdução 
A origem do Sistema Penal Brasileiro veio aos moldes do Direito Português, 
sendo que a utilização da expressão Sistema Normativo veio a delimitar a ser um 
conjunto de normas que foram utilizadas no Brasil desde o seu descobrimento. 
Ressaltamos que o Direito Português exerceu em sua amplitude uma enorme 
influência na formação aplicada à legislação penal brasileira, pelo motivo de sua 
grande importância influenciadora, pois somente no meado de 1830 veio a surgir o 
primeiro conjunto de normas penais sistematizadas e reduzidas em um único código. 
As leis criminais no Brasil estão vinculadas a um Código Criminal e eram 
aplicadas com semelhança as leis vigentes em Portugal, e que estavam contidos nas 
Ordenações do Reino de Portugal. 
Não podemos ressaltar que as Ordenações do Reino possuíam as suas 
características como códigos, mas tinham o seu reconhecimento como tal, estas 
ordenações eram conhecidas como uma coletânea de leis distribuídas em diversos 
livros, onde o conteúdo era direcionar sobre os vários ramos do Direito. 
Diante da repetição das normas “leis”, já possuíam uma grande diferença nos 
tipos penais em abstrato, vinculados pelo preceito primário e secundário, aliás o 
preceito primário vem a demonstrar as descrições relacionadas aos elementos 
específicos do crime, e quando tratamos do sistema secundário este se vincula em 
relação a pena e de como esta deverá ser cominada. 
O princípio da reserva legal já se encontrava presente no rol jurídico penal, 
pois não pode ser aplicada nenhuma conduta criminosa se não houver existência de 
uma previsão legal conforme reza positivado na norma jurídica brasileira, pois como 
dita que “não há crime sem lei anterior que o defina, e não há pena sem prévia 
cominação legal”. 
A lei criminal relacionada ao Código Criminal do Império está com a sua 
representatividade como a primeira lei penal sistematizada no Brasil, sendo que a sua 
estrutura está delineada em nosso sistema penal até o código penal brasileiro vigente. 
O Código Criminal do Império tinha como forma disciplinadora duas partes, 
sendo que uma era conhecida como forma geral e outra como forma especial. 
4 
 
 
Em referência a parte geral deste código, podemos ressaltar que as normas 
penais com status de normas penais não incriminadoras e com a classificação 
explicativa, declarativa ou permissiva, pois estas trouxeram em seu contexto um 
grande esclarecimento sobre a utilização das normas penais, seja através de uma 
questão negativa ou afirmativa diante ao modo interpretativo de determinado instituto 
criminal ou a aplicando em uma previsão de um princípio vinculado a lei penal. 
Ao tratar de bens vinculados a proteção do Estado de acordo com o seu 
interesse jurídico, a lei pátria tratou a disciplinar estes bens em títulos e capítulos, 
contudo podemos destacar que o primeiro título desta lei tinha como esboço a tratar 
sobre os Crimes Contra o Estado, mas numa ótica daquelas atitudes que vinham a 
ofender o imperador, pois este se confundia com a pessoa jurídica do Império, sendo 
que logo após que veio a norma disciplinadora referente aos os crimes contra a 
pessoa física. 
Podemos observar que durante a fase explicativa do surgimento da norma 
penal brasileira pelo Código Criminal de 1830, é notado que foi agregado a esta 
norma o princípio da reserva legal, o da anterioridade da lei penal, o da irretroatividade 
da lei, o da cominação das penas, o da individualização da pena, o da culpabilidade, 
o da fixação da qualidade e quantidade de penas. 
Enquanto não teve o surgimento da proclamação da República no Brasil o 
Código Criminal do Império de 1830 teve a sua duração durante sessenta anos, sendo 
quando houve a proclamação, deveria acontecer uma mudança bastante radical na 
legislação penal brasileira, fato este que não veio tão rapidamente. 
Em estudo diante da pesquisa podemos destacar que o Código Criminal da 
República, criado no ano de 1890, este não trouxe nenhuma modificação referente à 
tipificação dos crimes e nem sobre a previsão aplicada aos bens jurídicos tutelados, 
pois observando que a sua modalidade estrutural era a mesma aplicada ao Código 
Criminal de 1830. 
A pena de morte que é previsto em nosso ordenamento jurídico, desde as 
Ordenações do Reino por ato influenciador do Direito Português, teve a sua 
persistência até o surgimento do Código Penal do Império, de 1830, todavia esta foi 
totalmente banida do ordenamento em 1859, pois a sua retirada da legislação não foi 
exercida por vontade do legislador, mas sim pelo instituto de força ao erro acrescido 
5 
 
 
na condenação de Mota Coqueiro, condenado à pena de morte através de um erro 
do Judiciário, pois após a condenação que se descobriu o verdadeiro autor do fato 
delituoso. 
Devido a este erro do Judiciário aplicado a condenação de Mota Coqueiro, e 
pela grande situação política delicada em que se passava o Império Brasileiro, a pena 
de morte foi abolida devido a grande movimentação popular, fatoeste que o governo 
aboliu a pena de morte no intuito de conter qualquer movimento popular que viesse a 
surgir. 
Não podemos destacar no rol jurídico penal a pena de morte como sanção 
penal, pois a sua proibição tornou-se um princípio constitucional, representada como 
uma filosofia de um sistema jurídico, fato este proibido em diversos pais da Europa, 
bem como no Canadá e na América Latina, destacando-se a Argentina, Paraguai, 
Uruguai, Bolívia, bem como no Brasil, não devemos esquecer que por outro lado 
existem países que adotam o sistema da pena de morte como parte da sua cultura 
punitiva em especial, países do oriente. 
Recentemente, no Tribunal Penal Internacional através do seu Comitê 
Preparatório a pena de morte foi discutida dentre uns dos termas mais polêmicos, 
onde alguns diligentes afirmaram que a pena de morte é um instituto para diversas 
soluções nacionais relacionadas a criminalidade, sendo que este fator fere 
gritantemente o princípio da dignidade da pessoa humana. 
Analisando a discussão criada no Tribunal Penal Internacional em relação a 
pena de morte, os legisladores brasileiros analisaram e fizeram uma renovação 
grandiosa ao Código Penal brasileiro, pois somente após mais de quarenta anos, 
acrescentaram em primeiro plano a previsão da proteção a pessoa humana, onde 
passou a denominar Título I, da Parte Especial, chamados de Crimes Contra a 
Pessoa. 
Conforme ilustrado Código Penal Brasileiro passou por diversas modificações 
legislativas, e diante deste fato passa a adotar diversos princípios, como o do instituto 
da substituição das penas, por penas restritivas de direitos, e colocou uma previsão 
expressa relacionada à progressão do regime de cumprimento de pena, fato este 
previsto no Código Penal em seus artigos 32 a 43, respectivamente. 
6 
 
 
Frente as limitações impostas pela lei penal brasileira, os princípios adotados 
passam a conferir outra característica visando os direitos e liberdades do indivíduo o 
que podemos denominar como garantismo penal. 
O exato significado e alcance da lei, somente são discutidos de acordo com o 
entendimento de Ronald Dworkin que “a legislação deve ser entendida, até onde for 
possível, como a expressão de um sistema coerente de princípios”, pois é por 
intermédio do princípio que poderá ser obtido o exato significado e alcance da lei. 
Conforme o entendimento de Ronald Dworki, podemos ressaltar que o 
processo de intervenção mínima do Direito Penal está vinculada as relações sociais, 
assim podemos dar o destaque para a defesa do ilustre Ferrajoli, que afirma que o 
princípio citado teve a sua origem aos moldes da legislação Alemã no ano de 1969, 
sendo que este princípio estudado da intervenção mínima, visa que a sanção penal 
deverá ser necessária e mínima das possíveis. 
Podemos concluir que os movimentos nascidos na Europa e as crises internas 
tiveram com fato influenciador nas importantes mudanças em relação à defesa dos 
Direitos Fundamentais em especial na área penal no código Penal brasileiro, sendo 
que este respeito trouxe evoluções as penas cominadas e aos respectivos regimes 
de cumprimento de pena, adotando o sistema de progressão, no art. 59, do Código 
Penal Brasileiro de 1940. 
História do direito penal brasileiro 
Diante dos fatores aplicados aos estudos dentro das ciências criminais, 
podemos considerar que as leis e os costumes em que o Brasil hoje possui através 
da sua história jurídica e que estes foram trazidos pela sociedade portuguesa, 
juntamente com outros elementos da vida política e social pré-organizados. 
A legislação portuguesa eram mais severas e extravagantes, isso olhando por 
uma ótica atual da realidade política, esta modalidade severa e extravagante exprimia 
o velho Direito das nações da Europa, e é nessa legislação que vem se apoiar a 
ordem jurídica nacional, diante da vida social, política e econômica, dentro da colônia, 
e nos centros de colonização, pois estes formaram como núcleos estáveis de vida 
civilizada, assim dando início à história da nossa cultura. 
7 
 
 
Diante da nova legislação penal as relações punitivas aplicadas pelas tribos 
selvagens nada influíram, nem naquele momento, nem depois, sobre a nova 
legislação, pois estas estavam situadas em um grau primário de civilidade, e sendo 
julgados pelos seus colonizadores que de forma brutal interrompiam o seu curso 
natural de desenvolvimento autônomo relacionado aos seus usos e costumes, pois 
estes estavam mais desenvolvidos a um estilo de vida política muito mais avançada 
em relação ao dos silvícolas. 
As ordenações portuguesas 
Frente aos estudos destes grandes sistemas jurídicos podemos ressaltar que 
estas leis do velho vieram de uma forma fragmentária e das abundantes leis gerais 
sem ordem nem sistematização, sendo que dentre as primeiras leis foram as 
Ordenações Afosinas sob o mando do Rei D. João I, e iniciada pelo Mestre Jurista e 
corregedor da corte João Mendes, sendo que este acabou morrendo sem ao menos 
concluir o projeto, após diversos anos de estudos e complicações, vinculando a uma 
seleção e reforma direcionadas as leis que até então promulgadas, baseando aos 
costumes nacionais ou mesmo de Castela, sendo que fazendo consideração o Direito 
Romano e Canônico, o que resultou em uma fonte de maior importância para a nova 
legislação aplicada ao rol nacional. 
Através deste esforço vinculado a elaboração jurídica diante as primeiras 
ordenações estas iriam durar cerca de 40 anos, sendo que a sua finalização iria 
terminar, portanto, sob o reinado de D. Afonso V, assim cabendo a esta a 
denominação de Ordenações Afonsinas, sendo que esta obra foi considerado o 
primeiro Código completo de legislação a surgir na Europa, contudo depois da Idade 
Média, assim o ilustre Cândido Mendes comentou que és um verdadeiro monumento, 
e um enorme acontecimento legislativo aplicado aos povos cristãos, esta legislação 
teve o seu vigor por uns 70 anos, sendo esta substituída por uma nova codificação 
de leis criado por D. Manuel, conhecido como Venturoso, devido que além dos seus 
títulos quis também agregar o de legislador, e por questão legislativa apregoo pela 
imprensa de uma forma geral principalmente em Portugal um Código mais perfeito. 
Por fim, Felipe II, europeu, vinculado a Espanha, veio a reinar sobre Portugal, 
mas usando o nome de Felipe I, diante da sua investida de poder este acabou a 
ordenar uma nova estruturação dos velhos Códigos no intuito de emendar a confusão 
8 
 
 
das leis e receber a estima dos portugueses, sendo que para o exercício deste papel, 
ficam incumbidos de organizar os desembargadores Paulo Afonso e Pedro Barbosa, 
mas com a ilustre colaboração de Damião de Aguiar e Jorge Cabedo. 
Após esta grande revisão por outros juristas, acabou sendo decretada no ano 
de 1603 as Ordenações Filipinas sob o reinado de Felipe II, ficando restaurada a 
monarquia portuguesa, esta ficou revalidada pela lei no ano de 29 de janeiro de 1643, 
esta continuando em vigor por mais de dois séculos. 
Frente aos escassos agrupamentos nas terras da colônia por gente 
portuguesa, foi observada a falta da autoridade pública para que viesse a ditar o 
Direito, e ainda o fizesse a respeitar, pois os poderes agregados a metrópole estavam 
longe demais para que pudessem fazer valer a sua vigilância. 
Em pesquisa podemos ressaltar em conhecimento, que já se encontrava um 
regime jurídico nos centros coloniais disciplinando a relação política e administrativa, 
como aqueles que se criaram a partir de Martim Afonso de Souza, onde trouxeram as 
bases fundamentais de uma administração organizada e uma vida regular, fato este 
que o revestia com a autoridade de capitão-mor e governador das terras do Brasil e 
os poderes extraordinários concedidos pelas cartas-régias, sendo que estas funções 
davam aos habitantes da colônia uma total obediência. 
Os alvarás, os regimentos e as cartas régias são regrasparticulares aplicadas 
aos poderes das autoridades regionais diante de certos fatos jurídicos, e a base do 
Direito eram as normas das Ordenações do Reino, ela existiu para trazer um 
desenvolvimento aplicado a legislação própria da colônia de forma determinada pela 
metrópole, e a sua elaboração era feita pelos órgãos públicos da região, esta forma 
de criação de leis são consideradas as fontes primatas do Direito Penal Brasileiro. 
Ordenações afonsinas 
Ao estudo da parte histórica vinculada a descoberta do Brasil no ano de 1500 
pelos portugueses pode ressaltar que o regime jurídico que tinha como base 
regimental eram as Ordenações Afonsinas, estas uma vez promulgadas no ano de 
1446, sendo assim conhecido com o nosso primeiro ordenamento jurídico, todavia 
este não chegou a ser praticado, devido ao fato que no ano de 1514 veio a vigorar as 
Ordenações Manuelinas. 
9 
 
 
Ordenações manuelinas 
Dom Manuel no ano de 1514 editou as Ordenações, sendo que as penas em 
uma forma geral não eram pré-fixadas, pois elas eram aplicadas de cunho subjetivo 
pelo magistrado que as ditava de acordo com a condição social do acusado. 
As Ordenações Manuelinas embora esteja vigorando ao tempo das capitanias 
hereditárias, estas não constituíam uma fonte de Direito aplicável no Brasil, pois a 
forma arbitraria dos donatários em pratica era que vinham impor os regramentos 
jurídicos, estas Ordenações ficaram em vigor até o ano de 1603, devido que foram 
revogadas pelas Ordenações Filipinas. 
Ordenações Filipinas 
O rei da Espanha e de Portugal durante a época da União Ibérica veio a editar 
as Ordenações filipinas, e que nada se diferenciava das revogadas Manuelinas e 
Afonsinas, sendo que com a Revolução de 1640 onde resultou o fim da denominação 
de Castela sobre Portugal, diante aos fatos as Ordenações filipinas tiveram a sua 
durabilidade por muito tempo, assim João IV de Bragança que substituiu Filipe Iv da 
Espanha, argumentou que toda a legislação havia sido promulgada sob a verdadeira 
denominação de Castela. 
Diante ao fato punitivo aplicado pelas Ordenações filipinas as penas eram 
envolvidas de crueldade e com severidade elevada, como podemos dar o exemplo 
da pena de morte que era exercida pela forca como uma morte natural, morte por 
tortura sendo que esta sempre antecedia de um enorme sofrimento físico e 
psicológico, e ainda temos outra pena que és a morte para sempre quando o corpo 
do condenado ficava em suspenso exercendo a putrefação até que a confraria o 
recolhesse. 
Podemos destacar que estes tipos de infração são contrários á forma racional, 
pois estes violam os espaços do direito, moral e religião. 
Diante deste fato podemos afirmar através de estudos jurídicos que este 
ordenamento jurídico penal foi aquele que mais vigorou no Brasil, entre mais de dois 
séculos iniciando em 1603 e terminando no ano de 1830. 
10 
 
 
O império 
O Brasil conquista sua independência em relação a Portugal no dia 07 de 
setembro de 1822, sendo que devido a sua independência o Brasil não tinha como 
redigir da noite para o dia um novo ordenamento jurídico, sendo que através disso e 
por força de lei de 20 de outubro de 1823, foi decidido que seriam conservadas as 
Ordenações Filipinas, para que em um momento oportuno viesse a surgir um código 
nacional. 
D. Pedro I no dia 16 de dezembro de 1830 sancionou o Código Criminal do 
Brasil, sendo que esta sanção foi dada pela influência da Escola Clássica, pois esta 
fixava aos princípios do livre arbítrio e da moral, fato este afirmado que não existe 
criminoso sem a litigância de má fé, ou seja sem o conhecimento do mal e nem a 
intenção de não praticá-lo. 
Diante desta sanção influenciada pela Escola Clássica, podemos destacar que 
as penas tinham um aspecto punitivo com mais rigor, como as de prisão simples, com 
trabalho forçados, degredo, banimento, multa, suspensão de direitos, e a ultima com 
crueldade que era a forca para os crimes de insurreição de escravos, homicídio 
agravado e roubo com morte. 
Durante a governança de D. Pedro II frente a pena de morte, esta foi revogada 
tacitamente, pois para o Imperador o condenado tinha o seu direito de clemência e, 
assim passou a distribuí-la aos condenados à morte, fato este relatado que o 
Imperador ficou impressionado diante ao erro do judiciário que levou a morte por forca 
do fazendeiro Motta Coqueiro. 
A república 
No dia 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República dos Estados 
Unidos do Brasil, sendo que no ano de 1888 foi decretada a abolição da escravatura, 
assim diante destes fatos importantes, podemos ressalta que ocorrem grandes 
impactos legislação penal, ocasionando uma necessidade da criação de um novo 
Código. 
Durante o Governo Provisório de Deodoro, e com o ilustre Ministro da Justiça 
campos Sales, delegou ao mestre João Baptista a missão de elaborar um novo código 
11 
 
 
em tempo recorde de três meses, assim após a prontidão de Código o mesmo teve a 
sua vigência através do Decreto n. 774 de 20.09.1890. 
Podemos destacar que devido a este curto espaço de tempo na elaboração 
deste Código, ou seja, para apresentar as ideias da Escola clássica, pois esta estava 
em seu auge, fato este que acolheu vários adeptos dentro os renomados juristas, mas 
não deixando de criticar que este Código estava eivado de erros, e quando 
observaram os erros na legislação, veio ai as promulgações das diversas legislações 
extravagantes. Porém com a diversidade de normas criadas e pelo difícil manuseio, 
estas legislações necessitavam que fossem reunidas em um só documento, diante a 
este fato foi designado o Desembargador Vicente Piragibe para consolidar as leis, 
resultado este veio através do decreto n. 22.213 de 14.12.1932, sendo que após este 
fato este decreto foi revogado pelo atual Código Penal Brasileiro. 
No ano de 1940 devido aos grandes números de leis criminais foi promulgado 
o novo Código Penal, onde a sua vigência ficou marcada para o dia 01 de janeiro de 
1942, ressaltamos que este Código teve a sua origem através do projeto de Alcântara 
Machado, onde o trabalho revisor se deu por uma comissão composta com os ilustres 
mestres doutrinadores Nélson Hungria, Vieira Braga, Marcélio de Queiroz e Roberto 
Lyra, sendo que após o surgimento deste código, veio a anos depois no dia 21 de 
outubro de 1969 o Código Penal elaborado por Nélson Hungria, mas este foi revogado 
no dia 11 de outubro de 1978. 
A parte geral que trata dos princípios básicos do direito penal foi totalmente 
reformada no ano de 1984, através da lei 7209 de 11 de junho, sendo que esta 
reformulação se deu com o acréscimo de novos conceitos, e a nova consolidação do 
sistema de cumprimento de penas, progressão de regime, regressão, penas 
alternativas, prestação de serviços à comunidade e restrição de direitos, e ainda a lei 
7.210, com a mesma data de aniversário reformulou amplamente e positivamente a 
lei execução penal – LEP. 
 
12 
 
 
Evolução histórica do direito processual penal 
História 
A história do processo penal é de extrema relevância para a compreensão do 
poder punitivo no atual âmbito jurídico. Para que se possa entender a filosofia e os 
princípios que regem o direito penal é preciso analisar os acontecimentos históricos 
cronologicamente. Buscando aprofundar no contexto histórico, pode-se perceber que 
as nuances do direito penal se destacaram cedo na história, afinal, o poder era rude. 
Houve a escravatura, a qual foi um marco de violência, agressões, mortes, maus 
tratos; muitas guerras, penas de morte, torturas, prisões, banimentos, crimes de 
sangue; até nos relatos bíblicos tem-se o registro de diversos acontecimentos cruéis. 
Desse modo, o direito destaca-se com a finalidade de garantir a sobrevivência 
do homem, visando alcançar uma sociedade com valores éticos e morais, diminuindo 
assim, seus índices de criminalidade. Diante da situação crítica da época, o direitoprocessual penal, se preocupa em definir os crimes e atribuir-lhe pena. Tal direito 
objetiva resolver o conflito entre o interesse de punir e da responsabilidade criminal. 
No âmbito jurídico, o processo penal é o meio que o juiz vai definir quem é o 
culpado ou inocente. Contudo, tendo em vista que o crime afeta todo o meio social, o 
Estado é titular do direito de punir (jus puniendi). Tal direito deve dispor-se do princípio 
da reserva legal, no qual só será considerada infração penal, a conduta prevista em 
lei. 
Pode-se dizer que naquela época não havia aplicação de justiça; os 
julgamentos eram feitos por ordálias, as penas judiciais constituíam uma espécie de 
vingança coletiva, de modo que um criminoso sofria castigos muito mais severos e 
cruéis do que os próprios males que havia praticado. As pessoas buscavam a 
vingança com as próprias mãos. Era considerado um dever sagrado, era correto se 
vingar. 
Dessa forma, surge a Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”. Essa Lei 
foi a primeira delimitação do castigo; o crime deveria atingir o seu infrator da mesma 
forma e intensidade do mal causado por ele. 
13 
 
 
Existia ainda a vingança divina, na qual o direito se confundia com a religião e 
a vingança pública, a qual assegurava a segurança do monarca. Nesse contexto, 
prevaleciam os mais fortes. 
O direito processual penal, portanto, direciona a apurar a culpa do réu, 
determinar a pena para quem realmente é culpado e, além disso, a pena deve ser 
imputada ao infrator de acordo com o crime que o indivíduo cometeu. 
Influências 
A evolução do direito processual penal dar-se-á também pela influência do 
Direito Germânico, do Direito Canônico e do Iluminismo. 
O direito Canônico por sua vez, deu uma atenção ao aspecto subjetivo do 
crime, combateu a vingança privada, humanizou as penas, reprimiu o uso de ordálias 
e introduziu as penas privativas de liberdade em substituição às patrimoniais (LOPES, 
2012). 
Buscou-se a recuperação dos criminosos através do arrependimento com a 
utilização de penas e métodos severos. A partir desse Direito, houve a reorganização 
completa da vida jurídica europeia. Serão os canonistas responsáveis por formular 
critérios de racionalização e formalização do Direito. Dentro do Processo Penal 
Canônico, surgiram também as novas penas que não eram simples reparações de 
danos, multas, banimentos ou perda de títulos. 
O iluminismo foi um movimento político, científico e cultural, marcado por uma 
valorização do homem e de sua racionalidade. Trouxe a reforma dos estatutos do 
ensino jurídico, proibição do julgamento por costumes, aplicação lógico-literal do 
Direito pelos tribunais e a possibilidade de incorporação das leis esclarecidas da 
Europa, a partir da Lei da Boa Razão (1769). A partir do jusnaturalismo iluminista que 
os doutrinadores vão buscar organizar o direito como legislação. 
Pode-se dizer que, com a propagação das ideias iluministas no século XVIII, 
era preciso romper com os convencionalismos e tradições vigentes. Este foi um 
período conhecido como Período Humanitário, onde se almejava uma lei penal que 
fosse simples, clara, precisa e escrita em língua pátria. Deveria ser também severa o 
mínimo necessário para combater a criminalidade, tornando o processo penal rápido 
e eficaz. 
14 
 
 
Principais fatos históricos 
Com a vinda da Família Real em 1808, as leis passaram a ser editadas no 
Brasil e se comutavam as penas. A igreja foi uma poderosa instituição e seu 
representante, Papa Inocêncio II, elaborou formas para o início do procedimento 
criminal. Em 1822 ocorreu a independência do Brasil, a partir de então, houve a 
possibilidade do país formar ordenamento penal e processual penal próprio. 
Em 1824 foi outorgada a primeira Constituição Brasileira, poder moderador, a 
qual dispunha com precisão o Princípio da Legalidade: “nenhum cidadão pode ser 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei” (Artigo 5º 
inciso II da CF). Vale dizer que em 1830 houve a edição do Código Criminal, que veio 
solucionar a definição de tipos penais e algumas normas proibindo certas condutas. 
Em 1832, foi instituído o primeiro Código de Processo Criminal de Primeira Instância, 
o qual foi liberal e oferecia muitas garantias de defesa aos acusados. 
A Constituição Federal Republicana de 1891 aboliu a pena de morte, salvo em 
caso de guerra. 
A legislação processual penal foi unificada com a Carta de 1934 e com o 
advento da Carta Constitucional de 1937, providenciou- se a promulgação do atual 
Código de Processo Penal. A carta outorgada no Brasil aboliu torturas e outras penas 
cruéis. 
No ápice da Segunda Guerra Mundial (1839-1945), surge o Código de 
Processo Penal, Decreto Lei 3.689, de 3 de outubro de 1941, vigente nos dias atuais, 
o qual manteve o inquérito policial e o procedimento escrito. O Código foi criado por 
Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo. Tinha como principio a 
culpabilidade, priorizava-se a segurança pública. A redação original ressalta a 
questão de reforçar os poderes dos agentes policiais e a ampliação da liberdade 
probatória do juiz. O interrogatório do réu era realizado como meio de prova e não 
como meio de defesa. Quando o acusado fosse falar no seu depoimento era prova 
contra ele e se o individuo ficasse em silêncio era considerado culpado. A redação 
original, entretanto, traz características de preceitos fascistas. 
A Constituição Federal de 1988, que redemocratizou o país, atribuiu ao 
Ministério Público a exclusividade de exercício da ação penal pública, instrumento 
utilizado pelo Ministério Público para postular ao Estado a aplicação de uma sanção 
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decorrente de uma infração penal. A ação penal objetiva a aplicação da lei, ou seja, 
é o direito de evocar-se o poder judiciário para a aplicação do direito. 
Direito processual penal 
O direito processual penal é um ramo jurídico autônomo, uma sentença 
construída pelas garantias fundamentais da ampla defesa, o acusado tem o direito de 
usar todas as provas possíveis, ou seja, ninguém pode abrir mão da defesa; 
contraditório, o direito do acusado de manifestar sua posição. É decorrente da 
bilateralidade do processo; isonomia e igualdade entre as partes e o devido processo 
legal, ninguém será privado de sua liberdade e de seus bens. O direito constitucional 
estabelece princípios e garantias processuais que asseguram os direitos 
fundamentais, preocupando-se em dar diretrizes ao processo penal. 
No decorrer da evolução do processo penal tem-se o surgimento de três 
sistemas processuais: inquisitório, acusatório e misto. 
No sistema inquisitório, as funções de acusação e julgamento são reunidas em 
um só órgão ou uma só pessoa e o acusado é tratado como objeto do processo. 
O sistema acusatório é constituído pelos princípios do contraditório, ampla 
defesa e o devido processo legal; há uma separação entre as funções de acusar, 
defender e julgar, conferidas a pessoas diferentes. Tal sistema é o adotado pelo 
Brasil. 
Já o sistema misto contém duas fases: a primeira guarda as características do 
sistema inquisitório, fase da investigação preliminar (inquérito policial) e a segunda 
do sistema acusatório, fase processual. 
Levando em consideração todo o contexto histórico analisado, observa-se que 
houve um progresso significativo na história do poder punitivo, dos crimes, delitos e 
penas, já que a história é feita da alternância entre momentos autoritários e liberais. 
Observa-se que várias alterações já ocorreram. 
 
 
 
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