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Limitações ao Poder de Tributar Prof. Dr. Daniel Lena Marchiori Neto Revisão da Aula Passada O que são limites ao poder de tributar? • Poder de tributar é prerroga/va cons/tucional, ins/tuída em bene8cio da cole/vidade • O poder não é absoluto • Limitação é toda restrição imposta pela Cons/tuição às en/dades que exercem a prerroga/va de tributar • As limitações não estão somente na CF • As limitações cons/tucionais se dividem em Princípios e Imunidades Tributárias • Arts. 150 a 152 da CF Regras e Princípios Imunidade x Isenção x Alíquota Zero Princípios: - Legalidade (art. 150 I) - Isonomia (art. 150 II) - Irretroatividade (art. 150 III a) - Anterioridade (art. 150 III b e c) - Proibição de confisco (art. 150 IV) - Liberdade de tráfego (art. 150 V) Imunidades: 150 VI Outras limitações: art. 151 e 152 Princípio da legalidade • É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. • Para que o tributo se considere “criado” é preciso que o texto determine as circunstâncias em que será devido (hipótese de incidência), por quem (sujeito passivo), em que montante (base de cálculo e alíquota) e a qual ente tributante (sujeito a<vo). - ELEMENTO QUANTITATIVO - ELEMENTO PESSOAL - ELEMENTO MATERIAL • A CF fala em lei: ordinária (mais comum) ou complementar (IGF) • O princípio da legalidade é absoluto no que tange à criação de tributos. Mas sobre a majoração de tributos, há exceções (art. 153 § 1º): II (Imposto de importação) IE (Imposto de exportação) IPI (Imposto sobre produtos industrializados) IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) ICMS sobre combustíveis (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de transporte Interestadual e intermunicipal e de comunicação) • Correção da base de cálculo não é considerado aumento de tributo. Medida provisória e Princípio da Legalidade • Não vale como objeto de lei complementar (emprés/mos compulsórios, IGF, impostos ou contribuições des/nadas à seguridade, imunidades, dirimir conflitos de competência, nem normas gerais de direito tributário) • Precisa ser conver/da em lei no mesmo ano para valer para o exercício subsequente. Princípio da Isonomia • É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (CF/88, art. 150, II). • Igualdade material e formal • Princípio da capacidade contributiva • Princípio do pecunia non olet “a Constituição Federal outorga aos Estados e ao Distrito Federal a competência para instituir o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores e para conceder isenção, mas, ao mesmo tempo, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem na mesma situação econômica” Princípio da Irretroatividade • É proibida a exigência de tributos em relação a fatos ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver ins/tuído ou aumentado. • Não existem exceções. • Podem ser u/lizados efeitos retroa/vos apenas em bene8cio do contribuinte (isenção) Princípio da anterioridade • Para dar maior segurança jurídica aos contribuintes, a CF/88 estabelece que, além de a lei tributária não poder alcançar fatos ocorridos antes de sua vigência, a mesma também não pode, em regra, tributar fatos ocorridos no mesmo exercício de sua publicação. • Anterioridade anual • Anterioridade nonagesimal Princípio da vedação do confisco •Consiste na vedação do legislador de caráter confiscatório. •Não se trata de tributação excessiva •O poder de tributar não deve redundar na destruição do patrimônio do contribuinte • STF no julgamento da ADI 551/RJ estende o princípio à multa. Art. 149 CF – Reforma da Previdência Liberdade de tráfego • Estabelece a Constituição ser vedado à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS • É a limitação negativa da competência tributária conferida pela CF às entidades federativas. Há fatos sob os quais não haverá tributação – zonas de intributabilidade. • Trata-se de não-incidência constitucional • Difere-se da isenção. No caso da imunidade, não há fato gerador. Na isenção, há o fato gerador, mas a lei proíbe o lançamento, dispensando o pagamento do tributo. • Incidência: realização do fato gerador previsto em lei. Ocorrendo a hipótese prevista em lei, a lei incide para criar a obrigação de pagar tributo. • Não-incidência: é a área que não há incidência da norma tributária. Se a lei não incide, não há tributação. • Imunidade: são fatos jurídicos que a CF proíbe que o legislador transforme em fatos geradores. A imunidade só é prevista na CF. São vedações constitucionais absolutas. • Isenção: a lei incide sobre o fato, mas a própria lei dispensa o pagamento. Imunidade recíproca • Os entes federativos não poderão instituir impostos uns sobre os outros, tendo em vista o princípio federativo • Visa a assegurar o equilíbrio federativo • Entes federativos são iguais (princípio da isonomia) • A imunidade é extensível às autarquias e às fundações • Cartórios? Correios Imunidades de templos de qualquer culto • Persegue os valores da liberdade de culto e da liberdade de expressão. • O que significa templos de qualquer culto? • Qual a sua abrangência física? E de suas atividades? • Quais tributos alcançados? • STF vem entendendo que a interpretação da imunidade conferida deve ser ampliativa e não restritiva Exemplos • Imunidade abrange o templo e seus anexos (casa pastoral) • Imóvel rural adquirido pela igreja para re/ros também deve ser abrangido. • Cemitérios par/culares • STF entende que a imunidade conferida aos templos e en/dades de assistência social abrange o ICMS sobre mercadorias vendidas, desde que o lucro seja rever/do para suas finalidades • Patrimônio, renda e serviços relacionados com sua finalidade essencial Imunidade para partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e entidades de assistência social sem fins lucrativos • Valores protegidos • Quem está abrangido: partidos políticos (inclusive suas fundações); entidades sindicais de trabalhadores (mas não de empregadores); instituições de educação sem fins lucrativos; entidades de assistência social sem fins lucrativos. • Aplicável a impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados às finalidades essenciais dessas pessoas. Não abrange: taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. A enUdade precisa prestar a aUvidade com gratuidade para ser imune? Imunidade do livro, periódicos e papel destinado à sua impressão • Não importa o conteúdo • Não importa a forma do livro. A imunidade vale para qualquer outro material. • São relacionados diretamente aos livros e não à empresa como um todo. Fonogramas e videofonogramas • fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. • Com a nova redação, fica vedada a cobrança de impostos – e apenas esta espécie tributária – sobre os fonogramas (produção de som) e videofonogramas (produção de imagem e som) musicais produzidos no Brasil, incluindo os suportes ou arquivos que os contenham. • Os suportes materiais, tais como DVDs, CDs, Blu-Rays, também serão objetode desoneração de impostos. Da mesma forma, a desoneração alcançará os arquivos digitais, v.g., músicas baixadas pela internet ou por meio de aplicativos de música para celular. • Desse modo, a obra intelectual do artista musical, em sua inteireza, ficou protegida da tributação.
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