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Juventude na tradição filosófica 1a SÉRIE Aula 2 – 3o bimestre Etapa Ensino Médio Filosofia As concepções de juventude na tradição filosófica. Analisar conexões com a juventude em teóricos da Filosofia. Comparar a forma como a juventude é abordada na contemporaneidade com outras épocas. Discutir filosoficamente a juventude em contextos filosóficos e não filosóficos. Conteúdo Objetivos (EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis. Para começar: 3 min. Foco no conteúdo: 14 min. Na prática: 8 min. Na prática – correção: 5 min. Aplicando: 5 min. O que aprendemos hoje: 2 min. Puxe mais Somos jovens porque temos todo tempo do mundo... O fator mais concreto da juventude em si é o biológico. Mas será que ter apenas 14, 15, 16, 17 anos é suficiente para se ser jovem? É possível que um jovem seja velho? Ou ainda criança? Como se justificar na juventude? Reflita sobre isso com seus colegas. Para começar De surpresa Resolva o enigma da esfinge: Que animal anda pela manhã sobre quatro patas, à tarde sobre duas e à noite sobre três? 3 min. Na prática Correção A esfinge é uma figura mitológica com corpo de animal, mas com cara e peitos humanos. Ela é um personagem da tragédia Édipo Rei, de Sófocles, que bloqueia a única passagem existente de um ponto a outro, só permite atravessar quem conseguir responder ao seu enigma; aquele que erra é morto. A resposta do enigma é: HUMANOS. A manhã é uma metáfora para a infância, quando engatinhamos, portanto, é como se tivéssemos quatro patas. A tarde representa a juventude/vida adulta, época em que já caminhamos com os dois pés, representando duas patas. A noite exemplifica a velhice, situação em que idosos utilizam uma bengala para se apoiarem, daí as três patas. Na prática Você certamente já deve ter navegado pelo YouTube. Use a imaginação para transpor o passado da Grécia antiga para os dias de hoje. Sócrates, que na sua época fazia a filosofia acontecer na Ágora, hoje em dia, pode-se supor que seria um influencer muito popular. Ele fazia bastante sucesso com os jovens justamente porque sabia falar com eles. Contudo, Sócrates foi julgado e condenado à morte. Uma das principais acusações foi a de corromper a juventude, pois colocava a autoridade dos mais velhos em xeque ao mostrar que seus entendimentos e posicionamentos muitas vezes eram equivocados. Quanto mais fazia isso, mais admirável se tornava para a juventude. Sócrates, um influencer Foco no conteúdo “Mas nunca fui mestre de ninguém: embora nunca me opusesse àquele que se mostrou desejoso da minha presença quando eu falava, e acudiam à minha procura jovens [grifo nosso] e velhos, nunca me recusei a ninguém. Nunca, ao menos, falei de dinheiro; mas igualmente me presto a me interrogar os ricos e os pobres, quando alguém, respondendo, quer ouvir o que digo. E se algum deles se torna melhor, ou não se torna, não posso ser responsável, pois que não prometi, nem dei, nesse sentido, nenhum ensinamento. E, se alguém afirmar que aprendeu ou ouviu de mim, em particular, qualquer coisa de diverso do que disse a todos os outros, sabei bem que não diz a verdade.” (PLATÃO, [s. d.]) Apologia de Sócrates Foco no conteúdo Em Assim falava Zaratustra Nietzsche retrata a juventude como uma fase de vitalidade e energia, caracterizada pelo entusiasmo e pela busca por um propósito na vida. Ele descreve os jovens como "jovens leões" ou "crianças do amanhã", cheios de potencial e prontos para desafiar as convenções e tradições estabelecidas, mas também como uma fase em que os jovens podem enfrentar desafios em relação à sua identidade e à busca por um propósito na vida, pois eles podem ser influenciados por ideais e valores prejudiciais a sua própria realização e crescimento pessoal. Nietzsche chama a atenção para o perigo da "moralidade dos escravos“, que, segundo ele, pode aprisionar a juventude e limitar seus potenciais. Nietzche e a juventude Foco no conteúdo Nietzsche enfatiza a importância de os jovens se encontrarem consigo mesmos, de descobrirem sua própria vontade de poder e de seguirem seus próprios caminhos, em vez de se conformarem às expectativas e às imposições externas. Ele encoraja os jovens a se tornarem super-homens ou além-do-homem, indivíduos que superam as limitações impostas pelas normas e pelos valores sociais, buscando sua própria realização e transcendência. Nietzsche e a juventude Foco no conteúdo Michel Foucault não se dedicou exclusivamente à juventude em seus escritos, mas seus estudos podem ser associados ao tema com consistência, como em análises de instituições disciplinares, como a escola, o hospital e o quartel, que têm como objetivo normalizar e controlar o comportamento dos indivíduos. Ele argumenta que essas instituições moldam a juventude de acordo com normas e valores predefinidos, limitando sua liberdade e autonomia. Ou a tendência da medicalização da juventude, em que problemas comportamentais ou emocionais são tratados como patologias e são submetidos a intervenções médicas ou psicológicas. Foucault e a juventude Foco no conteúdo Ele questiona o papel das instituições médicas na normalização da juventude e na criação de uma disciplina social. Contudo, Foucault também destaca a possibilidade de resistência e subversão por parte dos jovens em relação às estruturas de poder e controle. Ele argumenta que os jovens podem desafiar as normas e os dispositivos de controle, questionando as verdades estabelecidas e buscando novas formas de subjetividade e liberdade. Foucault e a juventude Foco no conteúdo Observa-se que Sócrates, Nietzsche e Foucault convergem em um ponto: eles evidenciam nos jovens condições que podem fazer com suas potencialidades sejam tolhidas: Sócrates: colocava a autoridade dos mais velhos em xeque ao mostrar que seus entendimentos e posicionamentos eram equivocados. Nietzsche: chama a atenção para o perigo da "moralidade dos escravos”, que, segundo ele, pode aprisionar a juventude e limitar seus potenciais. Foucault: demonstra que instituições disciplinares têm como objetivo normalizar e controlar o comportamento dos indivíduos. Foco no conteúdo Existe convergência na visão de juventude de Sócrates, Nietzsche e Foucault? Se sim, qual(is)? Se não, no que eles diferem? Descreva os posicionamentos de cada um. Todo mundo escreve Responda em seu caderno: 5 min. Na prática Existe convergência na visão de juventude de Sócrates, Nietzsche e Foucault? Correção Sim. Sócrates, Nietzsche e Foucault evidenciam nos jovens condições que podem fazer com que suas potencialidades sejam tolhidas. Sócrates colocava a autoridade dos mais velhos em xeque ao mostrar que seus entendimentos e posicionamentos eram equivocados. Nietzsche chama a atenção para o perigo da "moralidade dos escravos“, que, segundo ele, pode aprisionar a juventude e limitar seus potenciais. Foucault afirma que instituições disciplinares têm como objetivo normalizar e controlar o comportamento dos indivíduos. Na prática Dica: os formatos são múltiplos. Foto, vídeo, infográfico, animação etc. Viva! Se reúna com seus colegas para discutir uma forma de registrar em imagem a ideia de empoderamento da juventude. Depois de definirem o formato, partam para concretização. Se o que escolherem demandar mais tempo, vocês podem finalizar em horário fora da aula. Aplicando O aspecto biológico é apenas um dentre os vários marcadores da juventude. Ao longo da história a juventude sempre esteve à mercê de situações que lhes imputavam restrições. A reflexão filosófica demonstra aos jovens tanto aquilo que lhes oprime quanto indicativos para construir sua autonomia ante às imposições dos adultos. O que aprendemos hoje? Tarefa SP Localizador: 97067 Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br Clique em “Atividades” e, em seguida,em “Modelos”. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”. Copie o localizador acima e cole no campo de busca. Clique em “Procurar”. Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/ 17 LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Tradução: Leda Beck. Consultoria e revisão técnica: Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. 2. ed. São Paulo: Da Prosa/Fundação Lemann, 2011. SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa ensino médio. Organização: Secretaria da Educação. Coordenadoria Pedagógica: União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo – UNDIME. São Paulo: SEDUC, 2020 SÃO PAULO. Currículo em Ação. Caderno do Professor. Primeira Série, volume 2, 3º bimestre (Filosofia), p. 192-200. Slide 9 – PLATÃO. Apologia de Sócrates. Tradução: Maria Lacerda de Souza. Disponível em: https://cutt.ly/46zZGMH. Acesso em: 11 maio 2023. Referências Lista de imagens e vídeos Slides 2 e 16 – Marcelo Ortega/@ortega_alemão Slide 3 – Redefine The Obvious/Giphy 4cxDlUnKK2RrENaLA2 Slides 4 e 13 – Irdor/Giphy MMLjnuLEazK Slide 4 – Nelson Diaz/Giphy GyAwqpl3knVhm Slide 5 – 15299/Pixabay id-100250 Slide 9 – Beth A. Richardson/Giphy zpK7kobYvU7DF4C9b6 Referências Material Digital