Buscar

Legislação tributária e sistema tributário

Prévia do material em texto

Nesta webaula, estudaremos o conceito de tributo e da competência tributária. Os principais aspectos
relacionados a esse tópico dizem respeito à autonomia e maior grau de especialização da ciência tributária ao
longo do tempo. A partir disso, é importante sempre frisar aquilo que constitui a base do Direito Tributário como
um todo, que é a relação obrigacional tributária, entre o ente tributante (que corresponde aos entes políticos ou
federados, como União, estados, Distrito Federal e município) e os cidadãos, que são os contribuintes. 
Relação obrigacional entre contribuinte e Estado
A relação obrigacional entre o contribuinte e o Estado
ocorre por intermédio de alguns elementos que têm o
condão de limitar o potencial de atuação arbitrária do
Estado. Isso se dá por meio, basicamente, da lei. No
entanto, não é, inicialmente, qualquer lei que vai
regular essa relação obrigacional compulsória; é na
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
que encontramos as chamadas limitações ao poder de
tributar. Na Constituição, encontram-se as normas
fundamentais em matéria tributária.
Fonte: Shutterstock.
Em seguida, apresenta-se a de�nição legal de tributo, que consta do art. 3º do Código Tributário Nacional (BRASIL,
1966), partindo do pressuposto de que o tributo, de uma forma geral, é fonte de receita derivada do Estado, isto é,
por ser compulsório, o Estado faz derivar do patrimônio do contribuinte determinada ordem de valores, que
servirão para a o abastecimento dos cofres públicos, com a �nalidade de custeio de atividades gerais e especí�cas
ligadas às atividades da administração pública. 
Interessante lembrar que, via de regra, os tributos não estão vinculados a contraprestações, isto é,
representam montante �nanceiro que o Estado utilizará para uma variedade de objetivos: custeio do
funcionalismo, manutenção do patrimônio público, realização dos objetivos sociais por meio de programas, a
partir dos conteúdos programáticos e diretivos da Constituição etc. 
Conceito tributário
No âmbito do conceito de tributo, destacam-se os seus principais elementos constituintes. Trata-se de uma
prestação pecuniária, compulsória, que não seja sanção por ato ilícito, instituída por meio de lei e cobrada por
atividade administrativa plenamente vinculada. 
Legislação Empresarial Aplicada
Legislação tributária e sistema tributário
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
Interessante saber sobre o princípio da pecunia non olet, segundo o qual mesmo diante de fatos ilícitos
haverá a tributação. Os exemplos mais relevantes estão presentes na jurisprudência brasileira,
especialmente do Supremo Tribunal Federal (que tem a incumbência de interpretar a Constituição), quanto à
existência de sonegação �scal no caso de trá�co de drogas e no jogo do bicho.
Classi�cação dos tributos
Adota-se, no Brasil, a teoria pentapartite. Tributo é gênero, que comporta as seguintes espécies: 
Impostos.
Taxas.
Contribuição de melhoria.
Empréstimo compulsório.
Contribuições especiais. 
Essa teoria decorre da interpretação da Constituição Federal e do Código Tributário Nacional (CTN) – este último, a
princípio, estabelecia apenas os impostos, taxas e contribuições de melhoria como espécies tributárias. Como a
Constituição albergou as demais espécies, o STF sedimentou a referida classi�cação. 
Regra-matriz de incidência tributária
A regra matriz de incidência reúne os elementos que caracterizam o tributo, que são aqueles que indicam quais as
situações (fatos da vida) nas quais incidirá a norma de�nidora de tributo, resultando numa obrigação, numa
prestação, na necessidade de pagamento do �sco (federal, estadual ou municipal).
Competência tributária
A competência tributária é a titularidade indelegável que o ente possui para a matéria tributária (para a instituição
e majoração de tributos). Cada ente possui a sua própria esfera de competências. Não pode, por exemplo, o
estado instituir ou disciplinar um tributo que seja da competência do município. 
Não se pode confundir a competência tributária para a instituição e majoração de tributos com a chamada
capacidade tributária ativa, que se refere meramente à �scalização e à arrecadação. 
Veremos a seguir, as esfera de competências de cada ente.
União
Impostos de: importação (II), exportação (IE), sobre a renda (IRPF e IRPJ), sobre produtos industrializados
(IPI), sobre operações �nanceiras (IOF), territorial rural (ITR), sobre grandes fortunas (IGF), residuais e
extraordinário de guerra.
Taxas.
Empréstimo compulsório.
Contribuição de melhoria.
Contribuições especiais.
Estados e Distrito Federal
Imposto de transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos (ITCMD).
Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA).
Imposto sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e comunicação (ICMS).
Taxas.
Contribuição de melhoria.
Contribuição especial previdenciária dos seus servidores.
Municípios e Distrito Federal
Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU).
Imposto de transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à
sua aquisição (ITBI).
Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN).
Taxas.
Contribuição de melhoria.
Contribuição especial previdenciária dos seus servidores.
Para �nalizar esta webaula, entendermos o princípio da capacidade contributiva é de fundamental
importância no campo do direito tributário, pois é a partir dele que se podem estabelecer critérios objetivos
para a proporcionalidade da incidência tributária nos fatos da vida. 
Consulte o artigo de Rodrigo Fonseca Alves de Andrade, intitulado O princípio base da capacidade
contributiva e a sua aplicação diante de uma pluralidade de tributos, disponível na Biblioteca Virtual, na
plataforma da Revista dos Tribunais. 
ANDRADE, R. F. A. O princípio base da capacidade contributiva e a sua aplicação diante de uma pluralidade de
tributos. Revista Tributária e de Finanças Públicas, v. 36, p. 163-183, 2001.

Continue navegando