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Métodos e Técnicas de Pesquisa Adriana Pereira Martins de Oliveira Presidente Prudente Unoeste - Universidade do Oeste Paulista 2016 Oliveira, Adriana Pereira Martins de. Métodos e Técnicas de Pesquisa. / Adriana Pereira Martins de Oliveira. – Presidente Prudente: Unoeste - Universidade do Oeste Paulista, 2016. 118 p.: il. Bibliografia. ISBN: 978-85-88755-24-6 1. Pesquisa Metodologia. 2. Estratégias de Estudo. 3. Projetos de Pesquisa. I. Título. CDD\22ª. ed © Copyright 2016 Unoeste - Todos os direitos reservados Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade do Oeste Paulista. Métodos e Técnicas de Pesquisa Adriana Pereira Martins de Oliveira Reitora: Ana Cristina de Oliveira Lima Vice-Reitor: Brunno de Oliveira Lima Aneas Pró-Reitor Acadêmico: José Eduardo Creste Pró-Reitor Administrativo: Guilherme de Oliveira Lima Carapeba Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão: Adilson Eduardo Guelfi Diretor Geral: Augusto Cesar de Oliveira Lima Núcleo de Educação a Distância: Dayene Miralha de Carvalho Sano, Marcelo Vinícius Creres Rosa, Maria Eliza Nigro Jorge, Mário Augusto Pazoti e Sonia Sanae Sato Coordenação Tecnológica e de Produção: Mário Augusto Pazoti Projeto Gráfico: Luciana da Mata Crema Diagramação: Aline Miyamura Takehana e Luciana da Mata Crema Ilustração e Arte: Antônio Sérgio Alves de Oliveira, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello e Luciana da Mata Crema Revisão Técnica: Valdecir Cahoni Rodrigues Revisão: Renata Rodrigues dos Santos Colaboração: Vanessa Nogueira Bocal Direitos exclusivos cedidos à Associação Prudentina de Educação e Cultura (APEC), mantenedora da Universidade do Oeste Paulista Rua José Bongiovani, 700 - Cidade Universitária CEP: 19050-920 - Presidente Prudente - SP (18) 3229-3260 | www.eadunoeste.com.br 001.42 O48m Catalogação na fonte: Rede de Bibliotecas Unoeste Adriana Pereira Martins de Oliveira É bacharel em Administração pela Universidade Federal da Bahia (1999) e mestre em Análise Regional pela Universidade Salvador (2006). Atuou como Analista de Processos Operacionais no Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA), de 1999 a 2009, onde foi responsável pelo planejamento e acompanhamento de indicadores e processos financeiros. Desde 2007, atua como professora em diversas instituições de ensino superior, tanto na moda- lidade presencial quanto a distância. Atualmente, é professora da Universidade Salvador e da Universidade de Uberaba. Sobre a autora Carta ao aluno O ensino passa por diversas e constantes transformações. São mudanças importantes e necessárias frente aos avanços da sociedade na qual está inserido. A Educação a Distância (EAD) é uma das alternativas de estudo, que ganha cada vez mais espaço, por comprovadamente garantir bons referenciais de qualidade na formação pro- fissional. Nesse processo, o aluno também é agente, pois organiza o seu tempo confor- me suas atividades e disponibilidade. Maior universidade do oeste paulista, a Unoeste forma milhares de profissio- nais todos os anos, nas várias áreas do conhecimento. São 40 anos de história, sendo responsável pelo amadurecimento e crescimento de diferentes gerações. É com esse mesmo compromisso e seriedade que a instituição iniciou seus trabalhos na EAD em 2000, primeiramente com a oferta de cursos de extensão. Hoje, a estrutura do Nead (Núcleo de Educação a Distância) disponibiliza totais condições para você obter os co- nhecimentos na sua área de interesse. Toda a infraestrutura, corpo docente titulado e materiais disponibilizados nessa modalidade favorecem a formação em plenitude. E o mercado precisa e busca sempre profissionais capacitados e que estejam antenados às novas tecnologias. Agradecemos a confiança e escolha pela Unoeste e estamos certos de que suas expectativas serão atendidas, pois você está em uma universidade reconhecida pelo MEC, que oportuniza o desenvolvimento constante de Ensino, Pesquisa e Extensão. Aqui, além de graduação, existe pós-graduação lato e stricto sensu, com mestrados e doutorado recomendados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), prêmios conquistados em âmbito nacional por suas ações extensivas e pesquisas que colaboram com o desenvolvimento da cidade, região, estado e país; en- fim, são inúmeros os referenciais de qualidade. Com o fortalecimento da EAD, a Unoeste reforça ainda mais a sua missão que é “desenvolver a educação num ambiente inovador e crítico-reflexivo, pelo exercício das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão nas diversas áreas do conhecimento cien- tífico, humanístico e tecnológico, contribuindo para a formação de profissionais cidadãos comprometidos com a responsabilidade social e ambiental”. Seja bem-vindo e tenha bons estudos! Reitoria Sumário Capítulo 1 Método CientífiCo - natureza e CaraCterístiCas 1.1 O Conhecimento Científico ..........................................................................................12 1.1.1 A Construção do Conhecimento Científico ..................................................................16 1.2 O Método Científico ....................................................................................................18 1.2.1 Tipologia do Método Científico ..................................................................................21 1.2.1.1 Método Dedutivo e Método Indutivo .......................................................................21 1.2.1.2 Método Hipotético-dedutivo ...................................................................................24 1.3 Características do Trabalho Científico............................................................................26 1.4 Pesquisa, Tipos e Conceituação ...................................................................................27 1.4.1 A Pesquisa com Base em seus Objetivos ....................................................................28 1.4.2 A Pesquisa com Base nos Procedimentos Técnicos Utilizados ......................................30 Capítulo 2 Métodos e estratégias de estudo e aprendizageM 2.1 Método de Estudo .......................................................................................................40 2.2 Fatores Condicionantes do Estudo ................................................................................41 2.3 Procedimentos Didáticos .............................................................................................43 2.3.1 Leitura e Análise de Textos .......................................................................................43 2.3.2 Condições para uma Leitura Proveitosa .....................................................................43 2.3.3 Tipos de Análise de Texto .........................................................................................45 2.4 Seminário ..................................................................................................................46 2.5 Fichamento e Resumo .................................................................................................47 2.5.1 Fichamento .............................................................................................................48 2.5.2 Ficha Bibliográfica ....................................................................................................49 2.5.3 Ficha de Citações .....................................................................................................50 2.5.4 Ficha de Resumo .....................................................................................................51 2.5.5 Ficha de Esboço .......................................................................................................53 2.5.6 Ficha de Comentárioou Analítica ..............................................................................54 2.5.7 Resumo ...................................................................................................................54 Capítulo 3 etapas BásiCas da pesquisa CientífiCa 3.1 O Planejamento da Pesquisa.............................................................................62 3.1.1 Preparação da Pesquisa .................................................................................64 3.1.2 Fases da Pesquisa .........................................................................................65 3.1.3 Execução da Pesquisa ...................................................................................74 3.1.4 Relatório de Pesquisa ....................................................................................77 3.2 Técnicas de Pesquisa .......................................................................................77 3.2.1 Documentação Indireta .................................................................................77 3.2.1.1 Pesquisa Documental .................................................................................77 3.2.1.2 Pesquisa Bibliográfica .................................................................................79 3.2.2 Documentação Direta ....................................................................................80 3.2.2.1 Pesquisa de Campo ....................................................................................80 3.2.3 Observação Direta Intensiva ..........................................................................81 3.2.3.2 Observação Pessoal ....................................................................................81 3.2.3.2 Entrevista ..................................................................................................83 3.2.4 Observação Direta Extensiva ..........................................................................84 3.2.4.1 Questionário ..............................................................................................84 Capítulo 4 projeto, relatório de pesquisa e traBalhos CientífiCos 4.1 O Projeto de Pesquisa ......................................................................................92 4.1.1 A Estrutura do Projeto ...................................................................................93 4.2 O Relatório de Pesquisa ...................................................................................97 4.2.1 A Estrutura do Relatório ................................................................................97 4.3 Trabalhos Científicos ......................................................................................101 4.3.1 Monografia .................................................................................................101 4.3.2 Etapas de uma Monografia ..........................................................................103 4.4 Outros Documentos Científicos .......................................................................106 4.4.1 Resenha .....................................................................................................106 4.4.2 Artigos Científicos .......................................................................................108 Referências .........................................................................................................111 Estudos Complementares .....................................................................................116 9 Apresentação Estudar Métodos e Técnicas de Pesquisa proporcionará a você conhecer os prin- cipais elementos metodológicos para a elaboração de trabalhos acadêmicos. Vamos abor- dar as técnicas de resumo e leitura, normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), utilizando o Manual de Normas e Padrões para apresentação de Trabalhos Cien- tíficos da Unoeste, além de apresentar as etapas necessárias para a elaboração de uma pesquisa científica. Para isso, dividimos o material em quatro capítulos. Conheça um pouco de cada um deles. O primeiro capítulo, “Método Científico - Natureza e Características”, mostrará uma interessante discussão sobre conhecimento científico e popular. Quais as diferenças en- tre eles? Quais os aspectos estão vinculados à nossa vida? Esses e outros questionamentos serão abordados. O segundo capítulo, “Métodos e Estratégias de Estudo e Aprendizagem”, apre- sentará algumas técnicas de fichamento e resumo, além de trazer à tona a importância da leitura para o aprendizado. O terceiro capítulo, “Etapas Básicas da Pesquisa Científica”, trará uma introdu- ção sobre a elaboração da pesquisa científica e abrirá a discussão sobre: O que é problema, hipóteses e objetivos? Como defini-los? Qual a importância do levantamento bibliográfico nessas etapas? No quarto capítulo, “Projeto, Relatório de Pesquisa e Trabalhos Científicos”, va- mos aprender sobre projeto de pesquisa, relatório de pesquisa, monografia e sua estrutura padrão. Também apresentaremos textos para leitura complementar, além de atividades de recapitulação e textos para reflexão. Tudo isso ajudará a ampliar seus conhecimentos. Você está convidado a participar dessa viagem. Vamos lá! 11 Método CientífiCo - natureza e CaraCterístiCas Capítulo 1 12 Você sabe o que o termo conhecimento científico significa? Muitas pessoas se perguntam: o conhecimento ensinado nas escolas é o tão falado conhecimento cien- tífico? Mas fique tranquilo, pois existem muitas dúvidas acerca desse tema. Será que há outros tipos de conhecimento? Qual a importância de cada um deles? Qual o mais comum e mais importante? De que forma devemos lidar com os di- ferentes tipos de conhecimento? Esses e outros questionamentos serão apresentados ao longo deste capítulo. O objetivo é trazer à tona a discussão acerca da importância do conhecimento e de que forma ele tem influência nas nossas vidas, seja como profissionais ou acadêmicos. Os estudantes, principalmente de cursos superiores, devem compreender a importância de trabalhar com métodos e técnicas científicas adequadas, para que pos- sam buscar um novo conhecimento ou validar um já existente. Você está convidado a nos acompanhar nessa viagem sobre a natureza e as características do método científico. Vamos seguir em frente! Introdução 1.1 O Conhecimento Científico O conhecimento está sempre a nossa volta. Podemos considerar que um simples lavrador, mesmo sem um elevado grau de estudos, tenha adquirido uma série de conhecimentos ao longo da sua vida. Independentemente da sua condição educacional, ele sabe qual o melhor momento para arar a terra, plantar e colher os frutos. Sabe ainda o período das chuvas e se o clima vai ajudar ou não na plantação naquele período. Normalmente, esse conhecimento é passado de geração para geração, com base na vivência das pessoas mais experientes. Podemos dizer que é um conhecimento popular, baseado na educação informal e empírica. Portanto, não houve qualquer estu- do científico a respeito da composição do solo, aspectos climáticos, experimentos acerca das pragas, etc. Empírico: que se apoia exclusivamente na experiência e na observação, e não em uma teoria. 13 Vamos falar agora de outro tipo de conhecimento. No lugar do simples la- vrador, vamos considerar um engenheiro agrônomo. Esse profissional teve acesso ao conhecimento de um modo racional, conduzido por procedimentos científicos. Assim, quando o engenheiro atua com adubos químicos, defensivos contra pragas, entre ou- tros, ele está atuando com conhecimento científico. O conhecimento científico busca explicar “por que” e “como” os fenômenos acontecem, na tentativa de evidenciar os fatos que estão correlacionados. Voltando ao nosso exemplo, quando a colheita não ocorre conforme o esperado, por meio do conhe- cimento científico será possível fazer a vinculação desse fato com aspectos meteoroló- gicos ou outros. O conhecimento científico e o conhecimentopopular são opostos? Será que podemos considerar esses dois tipos de conhecimento como opos- tos? Mais uma vez, vamos ao exemplo do lavrador e do engenheiro agrônomo. Em mui- tas situações, os dois, que tiveram acesso a diferentes conhecimentos, poderão chegar às mesmas conclusões. O que difere um conhecimento do outro? A diferença entre conhecimento popular e científico está na forma de ob- servação. Quando consideramos o conhecimento do senso comum, de certa forma, ele é limitado às nossas crenças e à maneira como vemos o mundo. Quando buscamos o conhecimento científico, passamos a questionar e a avaliar as diversas variáveis do obje- to estudado, buscando uma racionalidade maior. A figura a seguir mostrará para nós as características do conhecimento popular. Vamos analisar: FIGURA 1 - Características do Conhecimento Popular Fonte: Adaptado de Ander-Egg (1978, p. 13 apud LAKATOS; MARCONI, 2009). 14 De acordo com as características apresentadas, já temos como diferenciar um tipo de conhecimento do outro. Assim, quando nossas avós diziam: “Saia do sereno, pois você vai ficar doente!” elas estavam se baseando em um conhecimento do senso comum, elas não tinham o conhecimento científico (medicina) dos efeitos do sereno para a saúde de uma pessoa. Vejamos o conceito de conhecimento científico estabelecido por Trujillo (1974 apud LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 14): “O conhecimento científico é real (fac- tual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de existência que se manifesta de algum modo.” Podemos acrescentar ainda: Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipó- teses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão [...]. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui característica da verifi- cabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por esse motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria exis- tente (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 80). Segundo o conceito apresentado, podemos considerar como características do conhecimento científico: • Real • Contingente • Sistemático • Verificável • Falível • Aproximadamente exato Com a definição e as características do conhecimento científico, percebemos que ele não se encerra quando definido. Por ser falível e aproximadamente exato, um novo conhecimento científico pode, por exemplo, alterar algo que já estava disponibili- zado para a população. Assim, a todo o momento, o conhecimento científico pode ser alterado, desenvolvido e disseminado. É importante ressaltar que os dois tipos de conhecimento, popular e científi- co, podem conviver de forma harmônica. Voltemos ao exemplo da avó, ela pode seguir o conhecimento popular em relação ao sereno, mas pode se utilizar do conhecimento científico em relação ao tratamento de doenças como o sarampo. Vejamos na figura o resumo das características dos dois tipos de conheci- mento que estudamos: 15 FIGURA 2 - Resumo das características dos conhecimentos popular e científico Fonte: Elaboração própria (2012). Parada Obrigatória Além do conhecimento científico e do conhecimento popular, existem o conhecimento filosófico e o conhecimento religioso. Lakatos e Marconi (2009) nos mostram algumas características importantes que diferem esses outros dois tipos de conhecimento do científico. Segundo as autoras, o conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida con- siste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação. Dessa forma, ele é não verificável, já que as hipóteses filosóficas não podem ser confirmadas nem refutadas. Sobre o conhecimento religioso ou teológico, Lakatos e Marconi (2009, p. 79) afirmam que: [...] apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (ins- piracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas). As autoras complementam ainda que o conhecimento religioso é um conhecimento sis- temático do mundo (origem, significado, finalidade e destino), como obra de um criador divino. Portanto, chega-se à conclusão que o conhecimento religioso parte do princípio de que as verdades tratadas são indiscutíveis, por consistirem em revelações da divindade. A partir dessas características, podemos apresentar as diferenças entre o conhecimento científico e os conhecimentos filosóficos e religiosos. Enquanto o científico baseia-se em evidências dos fatos observados e experimentalmente controlados, o filosófico baseia- -se na evidência lógica dos fatos. Em ambos os casos, sempre é necessário que ocorra uma observação dos fatos e a análise do conteúdo para se estabelecer o conhecimento. No caso do religioso, não há a busca de evidências, e sim a pura revelação divina que vai determinar o conhecimento. 16 Os conhecimentos popular, científico, filosófico e religioso alimentam o mes- mo propósito e buscam chegar à verdade sobre o Homem, sobre o Universo, sobre o Ser e sobre cada uma das realidades que constituem infinitos segmentos da natureza. Vamos conhecer as principais características dos quatro tipos de conheci- mento? A seguir, o quadro mostra as principais semelhanças e diferenças entre eles: QUADRO 1 - Características dos tipos de conhecimento Popular Científico Filosófico Religioso Valorativo Real Valorativo Valorativo Reflexivo Contingente Racional Inspiracional Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático Verificável Verificável Não Verificável Não Verificável Falível Falível Infalível Infalível Inexato Aproximadamente Exato Exato Exato Fonte: Santos (2002); Oliveira (2003). Biblioteca da Disciplina Para conhecer outras definições interessantes sobre o tema que estamos abordando, acesse a Leitura Complementar 1 - “A importância do conhecimento”, de Antônio Alves dos Santos. O material está disponível na Biblioteca da Disciplina. Agora, focaremos as principais informações sobre o conhecimento científico, afinal de contas estamos atuando com a geração do conhecimento no ensino superior! 1.1.1 A Construção do Conhecimento Científico Podemos chegar ao conhecimento científico após o cumprimento das fases de observação, demonstração, classificação e interpretação dos dados, obtendo conclu- sões sobre diversos temas. A construção do conhecimento científico pode ocorrer, de acordo com Den- cker e Da Viá (2001), em diversos níveis que diferem quanto ao grau de sistematização e de precisão. 17 FIGURA 3 - Níveis de conhecimento científico Fonte: Elaboração própria (2012). A figura 3 mostra os diferentes níveis de conhecimento científico e, conse- quentemente, a sua complexidade, pois para a construção do conhecimento partimos da simples observação ao acaso para algo mais complexo, como a experimentação, com a finalidade de identificar a veracidade dos dados obtidos. Vamos explicar detalhadamente cada um dos níveis de conhecimento cien- tífico, acompanhe: • Observações ao acaso – são realizadas de forma assistemática (que não tem sistema, ordem) e são importantes para gerar suposições que expliquem o fenôme- no observado. • Exploração sistemática das áreas – baseada em algo intencional e com o objetivo determinado. Ocorre em um nível mais elevado do que a simples observação, pois se processa de maneira programada e metódica. • Provas de hipóteses isoladas e definidas – realizadas para comprovar ou refutar suposições sobre a natureza ou a causa dos fatos observados. • Experimentação – realizada para verificar a veracidade dos resultados obtidos. Para que a experimentação ocorra conforme as definições científicas, de acordo com Dencker e Da Viá (2001), é precisorealizar uma série de procedimentos. Inicialmente, é necessária a reunião de um conjunto organizado de dados sobre o objeto a ser estudado, para permitir a análise. Em seguida, há a formulação de postulados, que são proposições referentes ao comportamento dos fatos, admitidas mesmo sem demonstração. Depois, ocorre a formulação de teoremas, que são propo- sições que necessitam ser demonstradas para que sejam admitidas como verdadeiras. Por último, ocorre a observação empírica, em que há o confronto com a realidade, que comprova a probabilidade da veracidade dos teoremas que se pretende demonstrar. 18 Postulados: são constatações evidentes que podem ser percebidas pelo investigador. FIGURA 4 - Procedimentos para a experimentação Fonte: Elaboração própria (2012). Dessa forma, sendo o teorema comprovado pela experimentação, pode-se concluir a formação de um novo conhecimento científico. É importante ressaltar que al- guns elementos, como hipótese, observação e registro dos dados, classificação e organi- zação dos dados, devem estar sempre presentes durante a construção do conhecimento científico. Além disso, a produção do conhecimento científico trabalha com dois concei- tos fundamentais que veremos a seguir: os métodos e as técnicas. 1.2 O Método Científico Inicialmente, é importante tratarmos de dois conceitos que se diferem: mé- todos e técnicas. É muito comum as pessoas confundirem esses dois conceitos por acha- rem que são semelhantes. As técnicas referem-se aos “procedimentos concretos empregados pelo pes- quisador para levantar os dados e as informações necessárias para esclarecer o proble- ma que está pesquisando.” (DENCKER; DA VIÁ, 2001, p. 37). Por outro lado, “um método pode ser definido como uma série de regras para tentar resolver um problema.” (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 2002, p. 3). O método é a organização, o planejamento do ato de pesquisar. O método é responsável pela abordagem de um problema, a partir da análise sistemática das suas possíveis soluções, de maneira a ordenar as etapas e as atividades a serem desenvolvidas com o objetivo de construir o conhecimento. Pode-se afirmar que o método é mais generalista do que a técnica. Ao escolher um método, condicionamos as técnicas que serão utilizadas no decorrer da pesquisa. Saiba Mais O método é um plano de ação, formado por um conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e a antecipar uma atividade na busca de uma realidade; já a técnica está ligada ao modo de realizar a atividade, fazendo-a transcorrer de forma mais hábil, mais perfeita. O método está relacionado à estratégia, e a técnica, à tática. 19 Portanto, podemos considerar que o método é como uma via de acesso que vai indicar a direção a ser seguida. Nessa direção, podem ser utilizadas diversas formas para se chegar ao destino, ônibus, carro, taxi ou a pé, são as técnicas usadas. Podemos afirmar também que o conhecimento científico é gerado pela uti- lização de métodos e técnicas, que irão tentar responder aos problemas apontados, sugerindo respostas prováveis (hipóteses). A hipótese pode ser testada por meio de observações ou experiências. Ela será aceita somente se o experimento comprovar os resultados, pelo menos provisoria- mente. Caso os testes não comprovem, ela será descartada e outra hipótese deverá ser levantada. Lakatos e Marconi (2009) afirmam que o método científico é a teoria da investigação, que para alcançar seus objetivos de forma científica deve cumprir as se- guintes etapas: FIGURA 5 - Etapas do método científico Fonte: Adaptado de Lakatos; Marconi (2009). Para melhor entender a distinção entre método e técnica, devemos levar em conta que o método refere-se ao atendimento de um objetivo, enquanto a técnica operacionaliza o método. Os métodos aplicados nas ciências humanas não são estanques, eles devem ser adequados a cada tipo de pesquisa. As técnicas de pesquisa, por sua vez, em geral, estão relacionadas à coleta de dados, ou seja, à parte prática (FACHIN, 2006, p. 31). 20 Dessa forma, faz parte do método científico: • a identificação de um problema; • a busca de solução por meio da formulação de hipóteses, teorias ou utili- zação de técnicas; • a investigação das consequências da solução obtida para o problema; • a comprovação da solução. Pare e Reflita Por que é tão importante saber sobre o método científico? Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos, ou seja, podemos afirmar que não há ciência sem o emprego de métodos científicos. Para chegarmos ao conhecimento, os métodos científicos devem ser utilizados, pois contri- buem para o alcance dos objetivos. Estamos aprendendo e recebendo conhecimentos, dia após dia. O ensino superior exige dos estudantes uma postura proativa frente às mudanças que acontecem no mundo e na forma de disseminação do conhecimento. Vários desafios são exigidos do profissional do século XXI, entre eles podemos citar: • resolução de problemas; • identificação de oportunidades; • coleta de dados; • análise de dados e resultados; • tomada de decisão baseada em fatos e não em “achismos”. Assim, contemplando o método científico e as técnicas de pesquisa, apren- demos a lidar com as questões do cotidiano profissional. Biblioteca da Disciplina Por favor, acesse a Biblioteca da Disciplina para fazer a Leitura Complementar 2 - “Me- todologia Científica ou a dor e a delícia de aprender a ler e escrever na gradua- ção”, de Josélia Gomes Neves. 21 FIGURA 6 - Fases da investigação científica Fonte: Filosofando e Historiando (2011). A figura 6 demonstra as diversas fases de investigação do método científico. Vamos entendê-la? Inicialmente, começamos com a observação de um fato, aconteci- mento ou de um objeto. Essa observação nos levará a várias perguntas. Embora não conseguimos responder cientificamente às nossas perguntas, podemos dar respostas segundo o conhecimento empírico que temos, ou seja, as chamadas hipóteses. Mas essas possíveis respostas - as hipóteses - têm que ser testadas. Ao serem testadas à luz da ciência, as hipóteses podem ser verdadeiras ou não. Se forem verdadeiras, partimos para a conclusão do fato que estávamos observando. Caso contrário, teremos que exa- minar novos documentos, fazer novas descobertas, quando irá surgir novas perguntas. Em um estudo científico estaremos sempre aprendendo, pois quanto mais pesquisamos mais perguntas irão surgir. A partir de agora, vamos conhecer a diversidade de métodos científicos. 1.2.1 Tipologia do Método Científico Como já vimos, o método científico parte da experimentação. Assim, Lakatos e Marconi (2009) nos mostram três métodos científicos: o método dedutivo, o método indutivo e o método hipotético-dedutivo. Vamos aprofundar o assunto! 1.2.1.1 Método Dedutivo e Método Indutivo Vamos começar trabalhando com as principais diferenças entre o método dedutivo e o método indutivo. Confira o exemplo: Todo mamífero tem um coração. Ora, todos os cães são mamíferos. Logo, todos os cães têm coração. 22 Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verda- de geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 86). No exemplo “Todos os cães têm um coração” a conclusão partiu de uma hipótese que pode ser verdadeira ou não, pois o fato de não ter, até o momento, encon- trado um cão sem coração, não é garantia de que todos os cães têm um coração. Dessa forma, podemos considerar esse como o método indutivo. A referida conclusão poderia ser falsa e, ao mesmo tempo, a aplicação par- cial efetuada da lógica poderia manter a sua validade. Por isso, o método indutivo ne- cessita de uma condição adicional. A sua aplicação considera-se válida enquanto não se encontrar nenhum caso que não cumprao modelo proposto. Perceba no trecho que as duas afirmações precisam ser verdadeiras para que se chegue a uma conclusão lógica, ou seja, não há cães que não sejam mamíferos, por isso foi possível chegar à conclusão indicada. Nesse caso, podemos considerar essa conclusão como proveniente do método dedutivo. Vamos a outro exemplo: Todo homem é mortal. Pedro é homem. Logo, Pedro é mortal. Esse exemplo de método dedutivo apresenta duas premissas que precisam ser verdadeiras para que possamos chegar a uma conclusão adequada. Não há infe- rência (ação ou efeito de inferir; conclusão) em relação a Pedro ser mortal, já que todo homem é mortal. O método dedutivo leva o pesquisador do desconhecido ao conhecido, com pouca margem de erro. Também é considerado de alcance limitado, pois a conclusão não pode exceder as premissas. Ainda no método dedutivo, a racionalização ou combinação de ideias em sentido interpretativo vale mais do que a experimentação de caso por caso e parte do geral para se chegar às particularidades. Vejamos mais um exemplo: Todos os cães que foram observados tinham um coração. Logo, todos os cães têm um coração. Agora, vejamos outra importante definição: 23 QUADRO 2 – Exemplos de métodos de indução • Indução formal A lei expressa todos os fenômenos observados. • Terra, Marte, Vênus e Júpiter não têm luz própria. • Todos os planetas não têm luz própria. • Indução científica De fatos semelhantes, parte para todos os outros no futuro. • Este ímã atrai o ferro. Aquele ímã atrai o ferro... • Ímãs sempre atraem o ferro. • Generalização indutiva • Todos os gêmeos univitelinos observados têm o mesmo genótipo. • Todos os univitelinos têm o mesmo genótipo. • Generalização universal • Todo sangue observado é composto de plasma. • Todo sangue é composto de plasma. • Generalização estatística • 85% das pessoas observadas têm fator RH positivo. • 85% das pessoas têm fator RH positivo. • Da população para a amostra • 90% das pessoas que fazem licenciatura trabalham. • 90% das pessoas que irão se matricular em licenciatura trabalham. • A grande maioria dos assalariados ganha um salário mínimo. • José ganha um salário mínimo. • De amostra para amostra • Todas as barras observadas até agora dilatam-se com o calor. • Estas barras que vamos escolher também se dilatam. • Quase todos os estudantes de Cinema gostam de curtas. • João, que é estudante de Cinema, gosta de curtas-metragens. • De consequências verificáveis da hipótese para a própria hipótese • Ex.: Indução da hipótese de que a Terra é redonda. • Por analogia • Ex.: Experimentação de drogas com ratos (que são fisiologicamente semelhantes aos homens). Vamos para outro exemplo: Pedro, José, João... são mortais. Ora, Pedro, José, João... são homens. Logo, (todos) os homens são mortais. Nesse exemplo, há a verificação de que Pedro, José, João, etc. são mortais; depois, verifica-se a relação entre ser homem e ser mortal, e ainda generaliza dizendo que todos os homens são mortais. Podemos concluir que o método indutivo parte de questões particulares até chegar a conclusões generalizadas. Sua finalidade é ampliar o alcance dos conhecimen- tos, mesmo que em alguns casos as conclusões não sejam verdadeiras. Existem diversos tipos de indução. Vamos apresentar alguns casos: Fonte: Adaptado de Tedesco; Barros (2011). 24 Os dois tipos de argumentos têm finalidades diversas: o dedutivo busca explicar o conteúdo das premissas, o indutivo tem o objetivo de ampliar o alcance dos conhecimentos. Assim, os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das premissas com sacrifício da precisão, ao passo que os argumentos dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo para atingir a “certeza”. Em resumo, podemos apresentar as duas características básicas que distin- guem os argumentos dedutivos dos indutivos: QUADRO 3 - Características dos argumentos dedutivos e indutivos Fonte: Adaptado de Lakatos; Marconi (2009). Ambos os métodos são de suma importância para o desenvolvimento do co- nhecimento. Os argumentos matemáticos, por exemplo, são dedutivos. Os estudos rea- lizados sobre a posição de planetas são indutivos, pois as conclusões possuem conteúdo mais amplo do que as premissas (enunciados que descrevem as posições observadas). Podemos utilizar o método dedutivo para explicar as premissas, o indutivo para ampliar o conhecimento. Os resultados obtidos pelo método dedutivo, ou são cor- retos, ou não, já os resultados obtidos pelo método indutivo admitem vários graus de força. 1.2.1.2 Método Hipotético-dedutivo O método hipotético-dedutivo ou de verificação de hipóteses mostra que a partir das hipóteses formuladas é possível chegar à solução dos problemas. Lakatos e Marconi (2009) apresentam a visão de dois autores: Popper e Bunge. De acordo com Popper (apud LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 140), “o método científico procura uma solução, através de tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias) e eliminação de erros.” Podemos representar o pensamento de Popper na figura a seguir. Dedutivos Indutivos Se todas as premissas são verdadeiras, a con- clusão deve ser verdadeira. Se todas as premissas são verdadeiras, a con- clusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira. Toda a informação da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas. A conclusão tem informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas. 25 FIGURA 7 - Etapas do método hipotético-dedutivo de Popper Fonte: Lakatos; Marconi (2009, p. 95). Podemos explicá-la da seguinte forma: • Problema – em geral, surge de conflitos mediante expectativas e teorias existentes. • Solução proposta consistindo numa conjectura (nova teoria). • Dedução de consequências na forma de proposições passíveis de teste. • Testes de falseamento – tentativas de refutação pela observação e experimentação. Segundo Bunge (apud LAKATOS; MARCONI, 2009), as etapas desse método são: • colocação de problemas; • construção de um modelo teórico; • dedução de consequências particulares; • teste das hipóteses; • adição ou introdução das conclusões na teoria. Vejamos o descritivo de cada uma: QUADRO 4 – Descritivo das etapas do método hipotético-dedutivo Colocação de problemas • Reconhecimento dos fatos: análise e seleção dos fatos mais relevantes. • Descoberta do problema: encontro de lacunas e incoerências no conhecimento pré-existente. • Formulação do problema: colocação de uma questão com maior probabilidade de ser correta, ou seja, redução do problema a um núcleo significativo, com potencialidade de ser solucionado. Construção de um modelo teórico • Seleção dos fatos pertinentes: definir as variáveis pertinentes, as suposições plausíveis. • Invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares: elaborar suposições que façam nexo entre as variáveis. Dedução de consequências particulares • Procura de suportes racionais: verificar as particularidades com experimentos do mesmo tipo ou similares. • Procurar suportes empíricos: reformular hipóteses ou definir novas com base em dados dis- poníveis e concebíveis. Teste das hipóteses • Esboço da prova: determinar os meios e métodos de provas. • Execução da prova: executar o método de prova. • Elaboração de dados: classificação e análise dos dados em relação a dados empíricos. • Inferência da conclusão: interpretar os dados alcançados com o modelo teórico. Adição ou introdução das conclusões na teoria • Comparação das conclusões com as predições e retrodições: confronto dos resultados das provas com as consequências deduzidas, definindo o grau de confirmação. • Reajuste do modelo: correção e reajuste do modelo. • Sugestões para trabalhos posteriores: apresentação dos pontos de continuação do estudo. Fonte: Adaptado de Bunge (1974, p. 140 apud LAKATOS; MARCONI, 2009). 26 De acordo com os esquemas apresentados anteriormente, por meio do mé- todo hipotético-dedutivo é possívelidentificarmos as soluções dos problemas pela testa- gem de hipóteses e da criação de novas teorias. Biblioteca da Disciplina Conheça um pouco mais sobre o método científico na Biblioteca da Disciplina, com a Leitura Complementar 3 - “Conhecimento Científico, Verdade e Método”, de Aires Rover, Francisco Duarte e José Renato Cella. 1.3 Características do Trabalho Científico Iniciando do pressuposto de que o conhecimento científico é gerado a partir da investigação, observação e análise de uma série de fatores, percebemos a necessida- de de definir as características do trabalho científico. O método científico permite várias formas de investigação. Podemos consi- derar uma simples observação ou estudos bem definidos, ambos com objetivos e metas a serem alcançados. Além disso, existem várias categorias de investigação. Para desenvolver um trabalho científico, é necessário conhecer essas diversas categorias. Pare e Reflita O que você entende por experimentação? O termo experimento é muito utilizado nos estudos científicos para a verifi- cação de uma suposição ou afirmação sobre a realidade de um fenômeno. De acordo com Dencker e Da Viá (2001), quando tratamos de experimenta- ção é importante considerar: • a experimentação é uma atividade denominada de investigação; • nem todas as investigações são experimentos, mas todos os experimen- tos são investigações; • portanto, é importante distinguir os experimentos de outros tipos de investigação. Uma investigação não pode ser considerada um experimento quando se ba- seia no senso comum. Quando falamos do conhecimento popular, tratamos de algo que não há experimentação para comprovação dos dados, por isso não podemos considerar como um conhecimento científico. 27 FIGURA 8 - Composição da investigação científica Fonte: Adaptado de Dencker; Da Viá (2001). 1.4 Pesquisa, Tipos e Conceituação “Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático, que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.” (GIL, 1999, p. 19). Para desenvolver uma pesquisa, o autor afirma que é importante a utiliza- ção cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Todas as pesquisas partem da observação da realidade. No momento da re- alização da pesquisa é possível perceber que os fatos nem sempre são o que aparentam ser à primeira vista. Por isso, quanto mais observarmos, mais perto chegamos a uma compreensão próxima à realidade dos fatos. Para o estudante do ensino superior, conhecer as diversas maneiras de pes- quisa permite uma ampliação das formas de acesso ao conhecimento. Nesse confronto com a realidade, podemos utilizar pesquisas quantitativas e pesquisas qualitativas, com o objetivo de permitir essa aproximação com o real. A figura a seguir demonstra essa relação: Assim, conforme Dencker e Da Viá (2001) mostram na figura a seguir, uma investigação científica é definida pelo tipo de problema investigado, o método utilizado e a experimentação. 28 FIGURA 9 - Relação entre os tipos de pesquisa Fonte: Dencker; Da Viá (2001, p. 56). De acordo com Gil (1999), as pesquisas podem ser classificadas de diversas formas, conforme a seguir: Com base em seus objetivos: • Pesquisas exploratórias • Pesquisas descritivas • Pesquisas explicativas Com relação aos procedimentos técnicos utilizados: • Pesquisa bibliográfica • Pesquisa documental • Pesquisa experimental • Pesquisa ex-post facto • Estudo de coorte • Levantamento • Estudo de campo • Estudo de caso • Pesquisa-ação • Pesquisa participante Vamos conhecer um pouco mais sobre os diversos tipos de pesquisa. 1.4.1 A Pesquisa com Base em seus Objetivos Segundo Gil (1999), podemos classificar as pesquisas com base em seus objetivos gerais, conforme veremos a seguir: • Pesquisa exploratória “Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.” (GIL, 1999, 29 p. 45). Assim, essas pesquisas possuem como objetivo o aprimoramento das ideias e a descoberta sobre o tema abordado. O autor afirma ainda que o planejamento desse tipo de pesquisa é bastante flexível, buscando possibilitar a utilização de vários aspectos referentes ao fato estudado. Podemos caracterizar a pesquisa exploratória da seguinte forma, de acordo com Dencker e Da Viá (2001): Finalidade - refinar conceitos, enunciar questões e hipóteses para investi- gações subsequentes. Procedimento - pode utilizar métodos quantitativos e qualitativos: • revisão da literatura, pesquisa bibliográfica e documental; • levantamento realizado por meio de entrevistas; • levantamento de casos semelhantes. • Pesquisa descritiva Para Gil (1999), a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever as ca- racterísticas de determinada população, fenômeno ou situação. As pesquisas descritivas utilizam técnicas padronizadas de coleta de dados, como o questionário e a observação direta. “Dentre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que visam estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental etc.” (GIL, 1999, p. 46). As pesquisas descritivas, de acordo com esse autor, são as mais solicitadas por organizações, como instituições de ensino, empresas e partidos políticos. Podemos caracterizar a pesquisa descritiva da seguinte forma, segundo Den- cker e Da Viá (2001): Objetivo - é descritivo, tem a finalidade de verificar hipóteses por métodos quantitativos de medição. Procedimento - estabelecimento de correlações, proporções, etc. Características - não empregam manipulação de variável independente nem usam a escolha aleatória, uma vez que o objeto que pretende descrever está definido. Tipos - verificação de hipóteses e descrição das relações quantitativas entre variáveis especificadas. • Pesquisa explicativa Como o próprio nome diz, a pesquisa explicativa tem como preocupação identificar os fatores que contribuem para a ocorrência dos fatos. 30 Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado nos resul- tados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos valor, por- que quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que se possam obter explicações científicas (GIL, 1999, p. 47). Esse modelo exige maior investimento em síntese, teorização e reflexão a partir do objeto em estudo. Nas áreas tecnológicas, há a necessidade de métodos expe- rimentais de modelagem e a simulação para a identificação dos fenômenos, possibilitan- do que sejam explicados. 1.4.2 A Pesquisa com Base nos Procedimentos Técnicos Utilizados • Pesquisa bibliográfica De acordo com Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já publicado, principalmente de livros, artigos de periódicos, sejam esses disponibilizados em meio físico ou eletrônico. O mesmo autor afirma que boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisa bibliográfica. Para a elaboração de trabalhos científicos sempre recorremos, inicialmente, a uma pesquisa bibliográfica, pois é importante conhecer o que já foi pesquisado sobre o assunto, para que possamos continuar explorando o tema. Gil (1999) nos mostra mais algumas funções da pesquisa bibliográfica: As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costu- mam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes biblio- gráficas (GIL, 1999, p. 48). Como elaborar uma pesquisa bibliográfica será visto no capítulo 3. Aguarde! • Pesquisa documental Começamos o assunto com a seguinte definição: A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, apesquisa documen- tal vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento ana- lítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa (GIL, 1999, p. 51). Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da reali- dade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente (GIL, 1999, p. 46-47). É um tipo de pesquisa muito importante, como o autor descreve. Ela pode ser utilizada em conjunto com os outros tipos de pesquisa. 31 O autor nos apresentou um conceito muito claro sobre a pesquisa docu- mental. Vale acrescentar que para elaborar um trabalho científico, pode-se recorrer as chamadas fontes primárias, como documentos, cartas e outros materiais para comple- mentar a pesquisa. Assim como a pesquisa bibliográfica, abordaremos outros aspectos sobre a pesquisa documental no capítulo 3. • Pesquisa experimental Iniciamos os estudos de pesquisa experimental pelo conceito: De modo geral, o experimento representa o melhor exemplo de pes- quisa científica. Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto (GIL, 1999, p. 53). Muitas vezes há uma manipulação não ética de alguma variável, por exem- plo: submeter pessoas ao confinamento para avaliar sua autoestima. Portanto, para utilização nas ciências humanas, requer alguns tipos de adaptações, como o estabeleci- mento de condutas de pesquisa. Para o experimento controlado, há a constituição de dois grupos: um grupo de experimento e um grupo de controle. A inclusão dos indivíduos nos grupos deve acontecer de modo aleatório. Após essa definição, submete-se o grupo de experimento a certos aspectos ou condições (ambientais, por exemplo), enquanto o grupo de controle permanece em condições normais. Em resumo, podemos descrever a pesquisa experimental da seguinte forma, de acordo com Dencker e Da Viá (2001): Objetivo - verificar hipóteses de pesquisa à procura de generalizações empíricas. Procedimento - manipulação experimental de uma ou mais variáveis. Características - uso de grupo de controle e emprego de seleção aleatória, dentro de critérios estatísticos, para assegurar que os grupos experimentais e de contro- le possam ser considerados equivalentes. Tipos - de laboratório e de campo. Parada Obrigatória Pesquisa Experimental A pesquisa experimental é considerada o melhor exemplo de pesquisa científica, pois há um alto nível de controle da situação, podem-se isolar todas as estruturas de qual- quer interferência do meio exterior, gerando maior confiabilidade em seus resultados. 32 • Pesquisa ex-post facto A pesquisa “a partir do fato passado” é um estudo realizado após a ocorrên- cia de oscilações na variável. O propósito é o mesmo da experimental, verificar relações entre variáveis. Mesmo assim ela é flexível, podendo dar inúmeras respostas diferentes a problemas diferentes com um único experimento. A característica principal da pesquisa experimental é o fato da variável independente ser manipulada pelo pesquisador, assim equívocos e ambiguidades praticamente desa- parecem. Os três modelos mais comuns de pesquisa experimental são: • Experimentos APENAS DEPOIS: consiste em estabelecer dois grupos homogêneos, o grupo experimental e o grupo de controle. Após estimular somente o grupo experi- mental, verificam-se as diferenças e variações entre os dois grupos, concluindo-se que a variação ocorre devido ao estímulo dado pelo pesquisador. • Experimentos ANTES-DEPOIS: estabelece-se um grupo único que é submetido à análise inicial e depois submetido a um determinado estímulo. Verifica-se a cada va- riação o efeito causado, concluindo se o efeito obtido altera ou não o grupo estudado. • Experimentos ANTES-DEPOIS (com 2 grupos): verifica-se o grupo de controle e o grupo experimental antes do estímulo, então aplica-se o estímulo no grupo experimen- tal, verifica-se a diferença entre o grupo experimental (estimulado) e o de controle (sem estímulo). A diferença entre os dois será a medida do estímulo aplicado. Assim, a pesquisa experimental tem como ser repetidamente testada e sempre com o mesmo (ou semelhante) resultado, ficando difícil surgirem respostas alternativas; as re- lações puras (grupos sem qualquer interferência do pesquisador) também podem ser verificadas e qualquer grupo manipulado, tanto unicamente como em conjunto. O fato de as variáveis ou grupos poderem ser analisados em ambientes programados é considerado tanto positivo quanto negativo. Positivo devido à maior credibilidade já que a interferência do meio é praticamente nula, tendo o pesquisador total autonomia sobre seu objeto de estudo; negativo, pois, já que tirando o objeto de seu meio natural as análises serão parciais e não aplicáveis nas relações fora do ambiente propiciado pelo pesquisador. Fonte: Unibero (2011). 33 Numa pesquisa para verificar a associação entre toxoplasmose e debi- lidade mental, crianças com diagnóstico de debilidade mental são sub- metidas a teste sorológico com o intuito de inferir se tiveram ou não infecção prévia pelo toxoplasma gondii. O mesmo exame é realizado com igual número de crianças sem debilidade, do mesmo sexo e idade, que funcionam como controle (GIL, 1999, p. 56). • Estudo de coorte De acordo com Gil (1999), o estudo de coorte refere-se a um grupo de pes- soas que tem alguma característica em comum. Dessa forma, o grupo é transformado em uma amostra que deverá ser acompanhada por certo período de tempo. Vejamos um exemplo: Uma pesquisa visa verificar a exposição passiva à fumaça de cigarro e a incidência de câncer de pulmão. O trabalho começa pela seleção de amostra exposta ao fator de risco e outra não. Após um período, verifica-se o quanto o primeiro grupo está mais exposto ao risco (GIL, 1999, p. 57). Vamos entender melhor com o exemplo a seguir: Uma característica importante no estudo de coorte é que não há critério de aleatoriedade na escolha. • Levantamento Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer, solicita-se informações e, em seguida, por análise quantitativa, obtém- se conclusões correspondentes. • Estudo de campo O estudo de campo, segundo Gil (1999), assemelha-se muito ao levanta- mento. É focado numa comunidade específica, onde o pesquisador irá fazer o levan- tamento de dados, muitas vezes, por meio da observação direta. O autor indica que o pesquisador tenha o maior tempo possível na comunidade, para que ele possa ter uma avaliação real sobre o que está acontecendo. • Pesquisa participante “A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.” (GIL, 1999, p. 61). Confere-se à pesquisa participante um componente político e social, que permite debater o processo de investigação a partir da concepção de intervenção na realidade social. • Pesquisa-ação A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia. Em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação por parte das 34 Apesar de haver críticas, essa forma de pesquisa pode ser utilizada para a realização de pesquisas acadêmicas. O mesmo autor afirma que a pesquisa-ação vem sendo reconhecida como útil. • Estudo de caso “É caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos obje- tos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados.” (GIL, 1999, p. 58). O autor afirma que o estudo de caso é utilizado bastante nas pesquisas ex- ploratórias. Por ser mais flexível, ajuda na construção de hipóteses ou reformulação do problema. Biblioteca da Disciplina Para aprofundar seus conhecimentos, por favor, acesse a LeituraComplementar 4 - “Pesquisa Participante”, Leitura Complementar 5 - “Pesquisa-ação” e Leitura Com- plementar 6 - “Estudo de caso”. Bons estudos! Agora já conhecemos diversos procedimentos técnicos que podem ser uti- lizados em pesquisas. Porém, o assunto é amplo e temos pela frente mais novidades. Então, vamos partir para o estudo das formas de pesquisa qualitativa, exploratória e fenomenológica. A seguir, apresentamos um interessante texto selecionado para você compreender o assunto. Parada Obrigatória Pesquisa qualitativa, exploratória e fenomenológica: Alguns con- ceitos básicos 1 Pesquisa Qualitativa A metodologia de pesquisa, para Minayo (2003, p. 16-18), é o caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para construir uma realidade. A pesquisa é assim, a atividade básica da ciência na sua construção da realidade. A pesquisa qualitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da ciência, que visa à construção da realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantifi- cado, trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros construtos profundos das relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. pessoas ou grupos envolvidos no problema, a pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios como desprovida da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos (GIL, 1999, p. 60). 35 Godoy (1995, p. 58) explicita algumas características principais de uma pesquisa qualitativa: Considera o ambiente como fonte direta dos dados e o pes- quisador como instrumento chave; possui caráter descritivo; o processo é o foco principal de abordagem e não o resultado ou o produto; a análise dos dados foi realizada de forma intuiti- va e indutivamente pelo pesquisador; não requereu o uso de técnicas e métodos estatísticos; e, por fim, teve como preocu- pação maior a interpretação de fenômenos e a atribuição de resultados. A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pes- quisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo (GODOY, 1995, p. 58). Gil (1991, p. 46) afirma que: “embora as pesquisas geralmente apontem para objetivos específicos, estas podem ser classificadas em três grupos: estudos exploratórios, descri- tivos e explicativos.” 2 Pesquisa Exploratória Um trabalho é de natureza exploratória quando envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram (ou têm) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Possui ainda a finali- dade básica de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias para a formulação de abordagens posteriores. Dessa forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o pesqui- sador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores (GIL, 1999, p. 43). As pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999, p. 43), visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. 3 Estudo Fenomenológico Este estudo propõe-se a estabelecer uma base liberta de estereótipos para todas as ci- ências. Gil (1999, p. 32) coloca que o estudo fenomenológico não é dedutivo – parte de princípios tidos como verdadeiros e possibilita chegar a conclusões em virtude unica- mente de sua lógica - nem empírico, pois ele procura mostrar o que é dado e em escla- recer esse dado, considera o que está presente à consciência. Proporciona a descrição 36 direta da experiência, como ela é, a realidade não é tida como algo objetivo e passível de ser explicado, ela é interpretada, comunicada e compreendida. Não existe aí uma única realidade. Fonte: Administradores (2007). Biblioteca da Disciplina Sintetize Para aprofundar os estudos, acesse a Leitura Complementar 7 - “Pesquisa Qualitativa: Características, Usos e Possibilidades”, de José Luis Neves. Também está disponível na Biblioteca da Disciplina a Leitura Complementar 8 - “Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão?”, de Hartmut Günther. Agora que estamos atingindo o final deste capítulo, chegou a sua vez de exercitar o aprendizado. Faça uma síntese do item “Características do Trabalho Científico”, apresentando as principais características dos diversos tipos de pesquisa, além de ressaltar as diferenças mais marcantes. Para a elaboração deste material, você pode utilizar toda a leitura complementar indica- da ao longo do capítulo. Bom trabalho! Resumo O capítulo 1 buscou apresentar os principais conceitos e informações sobre o método científico. Inicialmente, foram abordadas as principais diferenças entre os quatro tipos de conhecimento: popular, científico, filosófico e religioso, mostrando que o conhecimento científico difere dos demais pela forma de investigação e definição do conhecimento com base na experimentação. Posteriormente, foi apresentado o conceito de método científico e suas nuances (indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo) e de que forma eles contribuem para a geração do conhecimento. Por fim, foram apresentados os diversos tipos de pesquisa, item fundamental para a realização do trabalho científico e que irá nortear o desenvolvimento deste livro. 37 Atividades 1. Apresente as principais características que diferenciam o conhecimento popular do conhecimento científico. 2. Apresente os diferentes níveis de conhecimento científico. 3. Com base no artigo “Metodologia Científica ou a dor e a delícia de aprender a ler e escrever na graduação”, faça uma análise da importância do método científico para o ensino superior. 4. Faça uma comparação entre os métodos dedutivo, indutivo e hipotético-dedutivo. 5. Existem diversos tipos de pesquisa. Apresente os tipos de pesquisa quanto à forma de abordagem do problema. Anotações 39 Métodos e estratégias de estudo e aprendizageM Capítulo 2 40 O conhecimento faz parte das nossas vidas, o tempo todo estamos apren- dendo, adquirindo novas ideias e fontes de informação, sejam elas científicas ou não. A forma como tratamos esse conhecimento adquirido é a grande questão que norteia os profissionais na atualidade. Saber ler bem e compreender os temas que estão disponíveis nas diversas fontes de pesquisa, tornam-se diferenciais para todo e qualquer profissional. Quando lidamos com a geração do conhecimento científico isso se torna ainda mais importante, portanto no momento da elaboração de uma pesquisa científica, a pesquisa bibliográfica é um dos principais recursos utilizados pelo pesquisador. Devemos ter cuidado ao lidar com informações produzidas por diversos au- tores, sabendo interpretar e analisar, quando necessário. Dessa forma, este capítulo pretende fornecer as principais ferramentas para um bom estudo. Introdução 2.1 Método de Estudo Estudar exige empenho, responsabilidade e dedicação. Para ser um pesqui- sador, é necessário bastante força de vontade. Além disso, a boa leitura é o primeiro passo para um estudo proveitoso. Biblioteca da Disciplina Antes de apresentarmos as técnicas, gostaríamos de fazer um convite: reflita sobre a Leitura Complementar 9 - “A importância do ato de ler”, de Paulo Freire, que está disponível na Biblioteca da Disciplina. Salomon (2004) afirma que duas pessoas, que tenham o mesmo grau de escolaridade, processos cognitivos e estado de motivação semelhantes, podem ter graus de leitura diferentes. Cognitivo: faculdade, ato ou ação de conhecer; aquisição de um conhecimento. Em outras palavras, aquela pessoa que fizer o uso de um método de estudar maisadequado terá o melhor rendimento. Ele afirma que esse não é o único fator de diferenciação, mas o principal. 41 “A eficiência do estudo vai depender do método. Mas o método depende de quem o aplica, da maneira como o faz” (SALOMON, 2004, p. 38). Portanto, aplicar o mesmo método a duas pessoas não garante que o resultado será o mesmo, pois está intimamente ligado à “capacidade, tipo de personalidade, feitio de inteligência, experi- ências e hábitos de quem o emprega” (SALOMON, 2004, p. 39). Assim, de acordo com Salomon (2004, ps. 39-40, grifo nosso), podemos considerar os seguintes pontos para um estudo eficiente: • Finalidade: desenvolver hábitos de estudo eficiente que não se res- trinjam apenas a determinado setor de atividade ou matéria específi- ca, mas hábitos que sejam válidos, pelo processo de transferência de aprendizagem para as demais situações, e eficientes para o transcurso da vida; • Abrangência: servir de instrumento a todos os que tenham as mes- mas necessidades e interesses, em qualquer fase de desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-se à medida que o indivíduo pro- gride, através de seus próprios recursos; • Processamento: ser global – parcial – global, seguindo assim o princípio geral que rege a evolução biológica: o do desenvolvimento ‘difuso-analítico-sintético’. 2.2 Fatores Condicionantes do Estudo Santos (2009) afirma que o bom estudo requer algumas qualidades espe- cíficas, que são sintetizadas na seguinte trilogia: constância, paciência e perseverança. Vamos entender a importância de cada uma delas: A constância vence as impressões de falso cansaço que frequentemen- te se apoderam do corpo. A persistência faz com que, ao invés de ceder diante dos primeiros sintomas de fadiga, o estudante rompa esse entrave e continue com os estudos. E a paciência para aguardar o natural resultado dos esforços desenvol- vidos (SANTOS, 2009, p. 21). FIGURA 10 - Qualidades para um bom estudo Fonte: Elaboração própria (2012). 42 É importante destacar que, como Salomon (2004) afirmou anteriormente, cada um tem seu ritmo próprio e suas limitações, portanto sabemos que o mesmo mé- todo de estudo pode não funcionar para dias e pessoas diferentes. Assim, fujam da ideia de comparação. Cada um possui um ritmo de estudo diferente e, dentro das suas condições, procure identificar o que facilita no seu processo de estudo. O ambiente, por exemplo, tem influência na qualidade do estudo. Ao consi- derarmos esse aspecto, é importante observar se o espaço é arejado, com boa ilumina- ção e silencioso. Nesse ambiente devem estar disponíveis os materiais necessários para estudo: livros, canetas, dicionário, caderno, etc. Alguns fatores internos são fundamentais para um bom estudo: • Autodisciplina • Concentração • Motivação Esses três fatores, junto ao ambiente adequado de estudo, contribuem para que bons resultados surjam. Parada Obrigatória Para aprofundar seus conhecimentos, conheça as dicas expostas no texto “Regras gerais de estudo”, de Airá Manuel Santana dos Santos. As regras que se seguem ajudam a melhorar o rendimento do estudo. Conheça-as e use- as com bom senso. • Estude individualmente, salvo se tiver a certeza de que estudando com outros você aumenta a própria eficácia (discutindo pontos de dúvidas, por exemplo); • Tenha ideia clara dos resultados que você deseja alcançar e afaste do seu pensamento tudo o que seja alheio ao seu estudo; • Aprenda os conceitos, princípios e regras gerais antes de tentar aplicá-los; • Destaque os aspectos importantes de sua tarefa, seja ela qual for, e considere-os de acordo com essa importância; • Faça constantes revisões, aproveitando tais oportunidades para eliminar os seus pon- tos fracos; • Procure resolver as suas dificuldades sozinho, mas não deixe de pedir auxílio se perce- ber que ele é mesmo necessário; • Distribua bem os seus esforços durante o estudo, ou seja, estude por etapas a matéria muito vasta, importante ou difícil. Distribua as etapas por mais de um período de estudo; • Aprenda a matéria estudada de modo a poder reduzi-la a uma unidade; • Aplique o aprendido, usando sempre que lhe seja possível. Fonte: Santos (2009, p. 24-25). 43 2.3 Procedimentos Didáticos 2.3.1 Leitura e Análise de Textos A leitura se constitui em fator decisivo de estudo. É por meio dela que há a ampliação de conhecimentos, abertura de novos horizontes, sistematização do pensa- mento, enriquecimento do vocabulário e, consequentemente, melhor entendimento do conteúdo dos livros. Assim, podemos dizer que escreve bem, quem lê bem. A leitura é a base de tudo e sem ela o nível de aprendizagem diminui bastante. Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu. Segundo Lakatos e Marconi (2009, p. 19): Ler significa conhecer, interpretar, decifrar. A maior parte dos conheci- mentos é obtida através da leitura, que possibilita não só a ampliação, como também o aprofundamento do saber em determinado campo cul- tural ou científico. 2.3.2 Condições para uma Leitura Proveitosa Para uma leitura proveitosa, alguns passos são necessários, de acordo com Lakatos e Marconi (2009, p. 20-21): a) atenção - aplicação cuidadosa e profunda da mente [...], buscando o entendimento, a assimilação e apreensão dos conteúdos básicos do texto; b) intenção - interesse ou propósito de conseguir algum proveito inte- lectual por meio da leitura; c) reflexão - consideração e ponderação sobre o que se lê, observan- do todos os ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e relações [...]; d) espírito crítico - [...] ler com espírito crítico significa fazê-lo com reflexão, não admitindo ideias sem analisar ou ponderar proposições sem discutir, nem raciocínio sem examinar [...]; e) análise - divisão do tema em partes, determinação das relações exis- tentes entre elas, seguidas do entendimento de toda sua organização; f) síntese - reconstituição das partes decompostas pela análise, [...] deixando de lado tudo o que for secundário e acessório, sem perder a sequência lógica do pensamento. 44 Assim, podemos afirmar que nenhuma leitura será proveitosa se não tiver- mos propósito ou objetivo, sem entender o que foi lido, sem avaliar, discutir e aplicar o conhecimento. A leitura informativa engloba várias etapas, como: reconhecimento, pré-lei- tura, seletiva, reflexiva, crítica, interpretativa e explicativa. Dessa forma, desde a “pas- sada de olho” no sumário da obra até uma leitura com o objetivo de verificar a verdade na argumentação do autor, constituem-se etapas da leitura. Também podemos apresentar as etapas da leitura, seguindo o esquema: FIGURA 12 - Etapas da leitura Fonte: Elaboração própria (2012). Com base em Santos (2009, p. 27), veja cada uma dessas etapas: • Decodificação – tradução dos sinais gráficos em palavras. • Intelecção – percepção do assunto, emissão de significado ao que foi lido. • Interpretação – apreensão das ideias e percepção das relações entre tex- to e contexto. • Aplicação – função prática da leitura, de acordo com os objetivos a que se propôs. Após efetuar a leitura de forma adequada, você poderá avançar para a etapa seguinte, que é a análise de texto. Essa fase refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos fatos, portanto: [...] é decompor um todo em suas partes, a fim de poder efetuar um estudo mais complexo, encontrando o elemento-chave do autor, deter- minar as relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreen- dendo a maneira pela qual estão organizadas e estruturadas as ideias de maneira hierárquica (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 27-28). FIGURA 11 - Passos para uma leitura proveitosa Fonte: Adaptado de Lakatos; Marconi (2009). 45 Ainda segundo Lakatos e Marconi (2009, p. 30), a análise de texto tem como objetivos levar o estudante a: a) aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto; b) reconhecer a organização e estruturade uma obra ou texto; c) chegar a níveis mais profundos de compreensão; d) interpretar o texto, familiarizando-se com ideias, estilos e vocabulários; e) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário; f) desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas; g) encontrar as ideias principais e as secundárias; h) perceber como as ideias se relacionam; i) identificar as conclusões e as bases que as sustentam. 2.3.3 Tipos de Análise de Texto Lakatos e Marconi (2009) apresentam algumas formas de análise de texto. Essas análises podem ser feitas individualmente ou em conjunto, tendo a ajuda de um professor. Análise Textual a) Professor: • Referências do autor; • Esclarecimento do vocabulário específico; • Estabelecimento da unidade de leitura. b) Estudante: • Leitura rápida do texto todo para obter uma visão global, assinalando palavras des- conhecidas e dúvidas; • Encontrar o significado das palavras e dirimir as dúvidas; • Formar um esquema visando à estrutura redacional. Análise Temática Estudante: • Releitura para aprender o conteúdo; • Nova leitura para separar ideias centrais das secundárias; • Verificar a correlação entre elas, seu modo e forma; • Procurar respostas para as questões: sobre o que versa o texto? O que influi para lhe dar uma unidade global? • Reconhecer o processo de raciocínio do autor; • Redigir um esquema que revele o pensamento lógico do autor. Análise Interpretativa e Crítica Estudante: • Correlacionar as ideias do autor com outras sobre o mesmo tema; • Realizar uma crítica fundamentada em argumentos válidos, lógicos e convincentes; • Fazer um resumo para discussão. Importante Biblioteca da Disciplina Você poderá aprofundar seus conhecimentos acessando a Leitura Complementar 10 - “Leitura, análise e interpretação de textos: por que toda essa preocupação?”, de Geraldo Antonio Betini. 2.4 Seminário Iniciamos com uma breve definição do tema: Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar. Essa técnica desenvolve não só a capacidade de pesquisa, de análise sistemática de fatos, mas também o hábito do raciocínio, da reflexão, possibilitando ao estudante a elaboração clara e objetiva de trabalhos científicos (LAKA- TOS; MARCONI, 2009, p. 35). Na preparação do seminário, são formados grupos que podem variar entre 5 e 12 integrantes. Há também a possibilidade do seminário ser apresentado individualmente. O seminário, como técnica de estudo, pode ser aplicado em qualquer área do conhecimento. Assim, alunos e professores possuem uma gama abrangente de assuntos para definir o seu estudo. Lakatos e Marconi (2009) apresentam, de forma geral, os componentes de um seminário, conforme a figura a seguir: Problematização a) Grupo ou classe: • Debater as questões explícitas ou implícitas do texto; • Levantar novas questões pertinentes ao texto. b) Todos + Professor: • Colocar opiniões pessoais sobre as questões do texto; • Externar colocações fundamentadas em outras obras e autores. Conclusão Pessoal Estudante: • Reelaboração do processo de compreensão da mensagem do autor, com inclusão das colocações gerais do item anterior; • Elaboração de novo resumo aduzindo reflexões pessoais e críticas. Fonte: Lakatos; Marconi (2009, p. 32-33). 47 FIGURA 13 – Integrantes de um seminário Fonte: Adaptado de Lakatos; Marconi (2009). Vejamos, agora, o detalhamento dos componentes: • Coordenador – é o professor, que propõe os temas a serem estudados, indica as referências bibliográficas e estabelece o cronograma das atividades. • Relator (ou relatores) – expõe os resultados dos estudos. Pode ser um único elemento, vários ou todos do grupo, cada um apresentando uma parte do conteúdo. • Secretário – é um estudante designado pelo professor para anotar as conclusões parciais e finais do seminário, após os debates. Nos seminários realizados em grupo, pode haver a necessidade de um organizador responsável pela distribuição das tarefas. • Comentador – pode ser um estudante ou um grupo diferente do respon- sável pelo seminário. Ele se compromete a estudar com antecedência o tema para fazer críticas e questionamentos, antes de iniciar o debate. • Debatedores – correspondem a todos os alunos da classe. Os debatedo- res devem participar fazendo perguntas, pedindo esclarecimentos, reforçando argumen- tos ou dando alguma contribuição. Dica O seminário ajuda os alunos a fixarem os conteúdos e trazerem para as discussões em sala de aula os temas abordados. É importante lembrar que o seminário deverá seguir aquele típico esquema de introdução, desenvolvimento e conclusão. 2.5 Fichamento e Resumo A pesquisa bibliográfica, essencial para a elaboração de trabalhos científicos, deve ser elaborada com consistência, atenção e sistematização. Dessa forma, alguns autores indicam que seja utilizado o sistema de fichamento para facilitar o processo de pesquisa. 48 Ainda segundo as autoras, a ficha é um instrumento de trabalho imprescin- dível para o pesquisador, auxiliando a manipular o material bibliográfico, pois permite: a) identificar as obras; b) conhecer seu conteúdo; c) fazer citações; d) analisar o material; e) elaborar críticas. Estrutura das fichas A estrutura das fichas, de qualquer tipo, compreende três partes principais: cabeçalho, referência bibliográfica, corpo ou texto. As outras partes opcionais são: indi- cação da obra e o local em que ela pode ser encontrada. • Cabeçalho - compreende o título genérico, título específico, número de classificação da ficha e a letra indicativa da sequência (quando se utiliza mais de uma ficha, em continuação). • Referência bibliográfica - deve seguir as normas da Associação Brasilei- ra de Normas Técnicas (ABNT). Para mais informações, consultar o manual de Normas e Padrões para Apresentação de Trabalhos Científicos da Unoeste, disponível no site da Rede de Bibliotecas (www.unoeste.br/site/biblioteca/Biblioteca.aspx). • Corpo ou texto – o conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas pode variar de acordo com o tipo e a finalidade da ficha. Veremos exemplos ainda neste capítulo. • Indicação da obra – indicação da obra para estudos e pesquisas específicas. • Local - onde se encontra disponível o material de pesquisa, permitindo consultar futuramente. 2.5.1 Fichamento Vamos entender melhor o assunto com o conceito de Lakatos e Marconi (2009, p. 48): À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência, deve transcrever os dados em fichas, com o máximo de exatidão e cuidado. A ficha, sendo de fácil manipulação, permite a ordenação do assunto, ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para outro. Até certo ponto, leva o indivíduo a pôr ordem no seu material. Possi- bilita ainda uma seleção constante da documentação manuseada e de seu ordenamento. 49 FIGURA 14 - Exemplo de ficha Ocupações Marginais no Nordeste Paulista (cabeçalho) O. M. e Mobilidade Social PASTORE, José. Desigualdade e mobilidade social. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979, 217 p. (referência bibliográfica) (corpo ou texto) Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para a disciplina de Sociologia (indicação da obra) Biblioteca da Faculdade de Ciências Sociais da USP (local) Fonte: Lakatos; Marconi (2009, p. 54). Vejamos, agora, os diversos tipos de fichas conforme a sua finalidade. 2.5.2 Ficha Bibliográfica A ficha bibliográfica busca identificar os aspectos principais da obra, como as conclusões alcançadas, as contribuições dadas ao assunto abordado, as fontes dos dados, entre outros aspectos. Salvador (1980 apud LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 57, grifo nosso) reco- menda para a elaboração da ficha bibliográfica: a) ser breve. Quando se desejam maiores detalhes sobre a obra, o ideal é a ficha de resumo ou conteúdo, ou, melhor ainda, a de
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