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Apuração do IRPJ e da CSLL: LUCRO PRESUMIDO Prof.: Dr. Mateus Alexandre Universidade Federal da Paraíba CCSA/DFC/Curso de Ciências Contábeis Disciplina: Contabilidade Tributária II Lucro Presumido Definições Iniciais Definições Iniciais O Lucro Presumido é uma forma de tributação simplificada ◦ o lucro ou o resultado são presumidos com base na atividade exercida pela PJ (comércio, prestação de serviços, intermediação financeira etc.) Ele é opcional para as pessoa jurídicas (PJ) que se enquadrarem nas condições estabelecidas em Lei (opção feita a cada ano). O período de apuração para o IRPJ e a CSLL é Trimestral Art. 214, IN RFB 1700/2017 Definições Iniciais: Opção Quem pode optar? ◦PJ cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78 milhões (R$ 6,5 milhões mensais), desde que não seja obrigada à tributação com base no Lucro Real (p. ex. instituições financeiras, factoring, PJ que usufrui de incentivos fiscais) Art. 214, IN RFB 1700/2017 Definições Iniciais: Opção Quem pode optar? ◦PJ cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78 milhões (R$ 6,5 milhões mensais), desde que não seja obrigada à tributação com base no Lucro Real (p. ex. instituições financeiras, factoring, PJ que usufrui de incentivos fiscais) Esse limite observará o regime de competência ou de caixa, conforme adotado pela PJ, caso esta, no ano-calendário anterior, tenha optado pelo lucro presumido. (§ 2º, art. 13, Lei nº 9.718/1998) Considera-se receita total para fins de verificação do limite do Lucro Presumido, o somatório: ◦ da Receita Bruta mensal; ◦ dos rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável; ◦ dos ganhos líquidos obtidos em operações realizadas em bolsa de valores, de mercadorias e futuros e em mercado de balcão organizado; ◦ das demais receitas e ganhos de capital; ◦ das parcelas de receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que excederem o valor já apropriado na escrituração da empresa, na forma prevista na Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 28 de dezembro de 2012; e ◦ dos juros sobre o capital próprio que não tenham sido contabilizados como receita, conforme disposto no parágrafo único do art. 76, da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017. Definições Iniciais: Opção A opção pelo Lucro Presumido: o via de regra, é manifestada com o pagamento da 1ª ou única quota do IRPJ do 1º trimestre do ano-calendário (AC) ou do ano- início da atividade (trimestre do início da atividade); o é irretratável e válida para todo o AC; o implica na apuração da CSLL também com base no Resultado Presumido Art. 214, IN RFB 1700/2017 Definições Iniciais: Opção A opção pelo Lucro Presumido também poderá ser considerada quando (SCI* Cosit nº 05/2008): o houver a entrega espontânea da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) ou de Declaração de Compensação (DCOMP), bem como os parcelamentos requeridos caracterizam opção pelo Lucro Presumido. o A entrega da DIPJ (atualmente, Escrituração Contábil Fiscal - ECF), devidamente preenchida, sem pagamentos e sem entrega de DCTF, caracteriza opção pelo lucro presumido. Definições Iniciais: Opção * Solução de Consulta Interna Opção – exclusão do Simples Nacional As ME e EPP excluídas do SIMPLES NACIONAL, poderão optar pelo lucro presumido, nos termos da legislação aplicável, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão (art. 32, caput e § 2º, Lei Complementar nº 123/2006) Definições Iniciais: Opção Mudança de opção – exceção: Lucro Real • A PJ optante pelo Lucro Presumido deverá apurar o IRPJ e a CSLL pelo Lucro Real Trimestral caso, no mesmo ano- calendário, aufira lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato. • A hipótese acima não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita da exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. • Não se considera prestação direta de serviços aquela realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, coligadas, controladas e demais unidades descentralizadas da PJ. ADI SRF Nº 5/2001 Definições Iniciais: Opção Ocorrendo qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação tributária*, a PJ poderá, desde que conhecida a sua receita bruta, determinar o lucro tributável segundo as regras relativas ao regime de tributação com base no lucro arbitrado. * ver art. 226, IN RFB 1700 Mudança de opção – exceção: Lucro Arbitrado Definições Iniciais: Opção Lucro Presumido Bases de Cálculo RECEITA BRUTA (-) Devoluções (-) Vendas Canceladas (-) Descontos Incondicionais (=) BASE DE CÁLCULO DO LUCRO DA ATIVIDADE (X) Percentual de Presunção de Lucro da Atividade (=) LUCRO DA ATIVIDADE Art. 215 IN RFB 1.700 IRPJ - Determinação do Lucro s/ Receita Bruta % Atividades em geral (Percentual “Padrão”) 8,0 Serviços de transporte de cargas Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, patologia clínica, imagenologia, radiologia, anatomia patológica e citopatológia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, exames por métodos gráficos, procedimentos endoscópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atendas as normas da Anvisa. Atividade de construção por empreitada com emprego de todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra. Atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda. IRPJ - Determinação do Lucro s/ Receita Bruta % Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural, 1,6 Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0 Prestação de Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32,0 IRPJ - Determinação do Lucro s/ Receita Bruta % Prestação de serviços relativos ao exercício de profissões regulamentadas. 32,0 Intermediação de negócios. Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra ou com emprego parcial de materiais. Construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura, no caso de concessão de serviços públicos, independentemente do emprego parcial ou total de materiais. Coleta e transporte de resíduos até aterros sanitários ou local de descarte. Prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionados acima. CSLL - Determinação do Resultado s/ Receita Bruta % Pessoas jurídicas em geral 12,0 Prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público. 32,0 Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; Intermediação de negócios; Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; Percentual de Presunção do Lucro da Atividade • No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual de presunção de lucro da atividade correspondente a cada uma delas (§ 2º, art. 215, IN RFB nº 1.700/2017); • Os percentuais de presunção do lucro da atividade também serão aplicados sobre a receita financeira da PJ que explora atividades imobiliárias (loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à vendae venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda), quando decorrente da comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato (§ 26, art. 215, IN RFB nº 1.700/2017). Bases de Cálculo Para fins do IRPJ, podem aplicar o percentual de 16%, desde que: ◦ Empresa seja exclusivamente prestadora de serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões legalmente regulamentadas); ◦ Receita bruta acumulada no ano-calendário em curso limite- se a R$ 120.000,00; ◦ Ultrapassado esse limite, a empresa ficará sujeita ao percentual de 32%, com efeitos retroativos, com pagamento das diferenças de imposto, até o último dia útil do mês subsequente ao trimestre da verificação do excesso (sem acréscimos moratórios). Percentual de presunção do Lucro da Atividade Bases de Cálculo RECEITA BRUTA (-) Devoluções (-) Vendas Canceladas (-) Descontos Incondicionais (=) BASE DE CÁLCULO DO LUCRO DA ATIVIDADE (X) Percentual de Presunção de Lucro da Atividade (=) LUCRO DA ATIVIDADE (+) Ganhos de capital (+) Rendim./Ganhos Líq. em aplic. Financeiras (+) JCP (+) Demais Receitas e Resultados Positivos (=) LUCRO/RESULTADO PRESUMIDO Art. 215 IN RFB 1.700 Base de Cálculo Não integram o lucro e o resultado presumidos: • a receita financeira decorrente do AVP (§ 5º, art. 215, IN RFB 1.700); • O ganho de AVJ (art. 217, IN RFB 1.700); • O resultado positivo do MEP. Bases de Cálculo o As receitas financeiras decorrentes das variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, quando da liquidação da correspondente operação – Regime de Caixa (§ 27, art. 215, IN RFB nº 1.700). o À opção da pessoa jurídica, essas variações monetárias poderão ser consideradas segundo o regime de competência, o qual será aplicado a todo o ano- calendário (§ 28, art. 215, IN RFB nº 1.700). Bases de Cálculo Bases de Cálculo Ganho de Capital • O ganho de capital nas alienações de ativos não circulantes classificados como investimento, imobilizado ou intangível, ainda que reclassificados para o ativo circulante com a intenção de venda, corresponderá à diferença positiva entre o valor da alienação e o respectivo valor contábil (art. 215, § 14, IN RFB 1.700). • O valor contábil corresponde ao valor do ativo que estiver registrado na escrituração comercial, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada e das perdas estimadas no valor de ativos (art. 200, § 1º; art. 215, § 14, IN RFB 1.700). Bases de Cálculo Renda Fixa e Renda Variável • Os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda variável serão acrescidos às bases de cálculo do lucro presumido e do resultado presumido no período de apuração da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação, não lhes sendo aplicável o regime de competência (art. 70, §§ 1º e 9º, inciso II, IN RFB 1.585/2015, e art. 216., caput, IN RFB 1.700/2017); Bases de Cálculo Renda Fixa e Renda Variável • Os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda variável serão acrescidos às bases de cálculo do lucro presumido e do resultado presumido no período de apuração da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação, não lhes sendo aplicável o regime de competência (art. 70, §§ 1º e 9º, inciso II, IN RFB 1.585/2015, e art. 216., caput, IN RFB 1.700/2017); O IR, retido ou pago, incidente sobre os rendimentos ou ganhos líquidos mensais será deduzido no encerramento de cada período de apuração (ou na data da extinção) (art. 70, inciso I, IN RFB 1.585/2015) Bases de Cálculo Renda Fixa e Renda Variável • Os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda variável serão acrescidos às bases de cálculo do lucro presumido e do resultado presumido no período de apuração da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação, não lhes sendo aplicável o regime de competência (art. 70, §§ 1º e 9º, inciso II, IN RFB 1.585/2015, e art. 216., caput, IN RFB 1.700/2017); Em cada trimestre, o IR mensal deve ser: • em cada um dos 2 (dois) meses imediatamente anteriores ao do encerramento do período de apuração, apurado e pago separadamente, sendo considerado antecipação, compensável com o devido no encerramento do período de apuração; • em relação ao 3º mês do período de apuração, é dispensado o recolhimento em separado (art. 70, § 9º, inciso I, IN RFB 1.585/2015; art. 216, §§ 1º e 2º, IN RFB 1.700/2017) Bases de Cálculo Renda Fixa e Renda Variável • Os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda variável serão acrescidos às bases de cálculo do lucro presumido e do resultado presumido no período de apuração da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação, não lhes sendo aplicável o regime de competência (art. 70, §§ 1º e 9º, inciso II, IN RFB 1.585/2015, e art. 216., caput, IN RFB 1.700/2017); • Em relação aos mercados à vista, de opções, a termo e futuros, as perdas incorridas poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou subsequentes, inclusive em anos- calendário seguintes, em outras operações realizadas, exceto day-trade, em qualquer das modalidades operacionais desses mercados, para fins de apuração e pagamento do IR mensal; • No caso das perdas em day-trade, elas somente poderão ser compensadas com ganhos auferidos nessas mesmas operações. (arts. 65 e 70, § 9º, inciso III, IN RFB 1.585/2015)’ PREJUÍZOS FISCAIS • No regime do lucro presumido não há compensação de prejuízos fiscais/resultados negativos. • Saldo de prejuízo fiscal/resultado negativo de período de apuração anterior poderá ser utilizado, caso a PJ caso a empresa retorne ao Lucro Real. Bases de Cálculo Lucro Presumido Apuração do IRPJ Apuração do Imposto e Adicional Devidos LUCRO PRESUMIDO (X) 15% (=) Imposto Devido LUCRO PRESUMIDO (-) R$ 60.000,00 (R$ 20.000,00 X 3 MESES) (=) BASE DO ADICIONAL (X) 10% (=) Adicional Apuração do Imposto de Renda a Pagar (+) Imposto Devido (+) Adicional (=) Imposto Apurado com Base no LP ( - ) Isenções e Reduções do Imposto ( - ) Redução por Reinvestimento ( - ) Imposto Pago/Retido na Fonte (=) IMPOSTO A PAGAR Lucro Presumido Apuração da CSLL Apuração da CSLL a Pagar RESULTADO PRESUMIDO (X) ALÍQUOTA DA CSLL (=) CSLL Devida ( - ) CSLL Retida na Fonte ( - ) Bônus de Adimplência Fiscal (=) CSLL A PAGAR Lucro Presumido Pagamento do IRPJ e da CSLL o O pagamento do IRPJ e da CSLL será realizado em quota única até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração; o Opcionalmente, a PJ poderá efetuar o pagamento em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no última dia útil dos 3 meses subsequentes ao do encerramento do período de apuração; o valores abaixo de R$ 2.000,00 serão pagos em quota única; o o valor da quota não poderá ser inferior a R$ 1.000,00; o as quotas serão acrescidas de juros Selic acumulados mensalmente, calculados a partir do 1º (primeiro) dia do 2º (segundo) mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento o Darf - utiliza-se, no campo 04, o código 2089 (IRPJ) e 2372 (CSLL). Pagamento do IRPJ e da CSLL Ver o Sicalc, disponível em: https://sicalc.receita.economia.gov.br/sicalc/rapido/contribuinte No caso em que o valor retido na fonte ou já pago pelo contribuinte for maior que o imposto devido no período de apuração trimestral, a diferença a maior poderá ser compensada com o imposto relativo aos períodos de apuração subsequentes. Saldo Negativo no Período de Apuração Pagamento do IRPJ e da CSLL Lucro Presumido Regimes de Apuração das Receitas REGIMEDE CAIXA – As receitas (e despesas) são reconhecidas quando do seu recebimento (pagamento), mediante dinheiro ou equivalente; ou REGIME DE COMPETÊNCIA – As receitas (e despesas) são reconhecidas no período em que as transações e eventos ocorrem, independentemente de terem sido recebidas (pagas). Regimes de Apuração 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre Vendas à Vista 100.000 50.000 300.000 600.000 Vendas a Prazo 200.000 100.000 500.000 300.000 Recebimentos das Vendas a Prazo 80.000 150.000 400.000 Regimes de Apuração 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre Vendas à Vista 100.000 50.000 300.000 600.000 Vendas a Prazo 200.000 100.000 500.000 300.000 Recebimentos das Vendas a Prazo 80.000 150.000 400.000 RECEITA TRIBUTÁVEL 300.000 150.000 800.000 900.000 Regime de Competência Regimes de Apuração 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre Vendas à Vista 100.000 50.000 300.000 600.000 Vendas a Prazo 200.000 100.000 500.000 300.000 Recebimentos das Vendas a Prazo 80.000 150.000 400.000 RECEITA TRIBUTÁVEL 100.000 130.000 450.000 1.000.000 Regime de Caixa Regimes de Apuração Caso a PJ adote a escrituração do livro Caixa, deverá indicar, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento (art. 223, IN RFB nº 1.700/2017); ◦ A manutenção do livro Caixa desobriga, para fins fiscais, a PJ de manter a escrituração contábil (art. 225, § único, IN RFB nº 1.700/2017); Caso a PJ mantenha escrituração contábil, na forma prevista na legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento (art. 223, IN RFBnº 1.700/2017); Regime de Caixa Regimes de Apuração Os valores recebidos do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite (art. 223, IN RFB nº 1.700/2017); ◦ Os adiantamentos recebidos, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer. O cômputo da receita em período de apuração posterior ao previsto neste artigo sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento do IRPJ e da CSLL com o acréscimo de juros de mora e de multa de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da legislação específica (art. 223, IN RFBnº 1.700/2017). Regime de Caixa Regimes de Apuração A PJ deverá reconhecer, no mês de dezembro do ano- calendário anterior àquele em que ocorrer a mudança de regime (por opção ou obrigatoriedade), as receitas auferidas e ainda não recebidas. (art. 1º, caput, IN SRF nº 345/2003.) Regime de Caixa: retorno ao regime de competência Regimes de Apuração Lucro Presumido Distribuição de Lucros ou Dividendos Isenção do IRRF o Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir de 1º/1/1996, pagos ou creditados pelas PJ tributadas com base no lucro presumido não estão sujeitos à incidência do IRRF, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário. o O montante do lucro que poderá ser distribuído, sem incidência de imposto, é apurado da seguinte forma: LIMITE = Base de Cálculo – (IRPJ + CSLL + Cofins + PIS/Pasep). Distribuição de Lucros ou Dividendos (inciso I, § 2º, art. 238, IN RFB nº 1.700/2017) A parcela de lucros ou dividendos distribuídos que exceder o LIMITE calculado com base no Lucro Presumido, também gozará de isenção do Imposto de Renda, desde que a empresa demonstre, com base em escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado. (inciso II, § 2º, art. 238, IN RFB nº 1.700/2017) Distribuição de Lucros ou Dividendos A parcela dos lucros ou dividendos distribuídos que exceder o Lucro Contábil (escrituração comercial), será imputada aos lucros acumulados ou reservas de lucros de períodos anteriores, ficando sujeita à incidência do Imposto de Renda calculado de acordo com a legislação específica, com acréscimos legais (§ 3º, art. 238, IN RFB nº 1.700/2017); Distribuição de Lucros ou Dividendos EXEMPLO • PJ comercial. • Receita Bruta = R$ 7.500.000,00 • Lucro Contábil (Escrituração Comercial): R$ 1.000.000,00 • Lucro Presumido: R$ 600.000,00 • IRPJ, CSLL, PIS/Pasep e Cofins: R$ 498.750,00 Distribuição de Lucros ou Dividendos EXEMPLO • A PJ poderá distribuir até R$ 101.250,00 (R$ 600.000,00 – R$ 498.750,00) sem incidência do IRRF; • A PJ poderá distribuir até R$ 1.000.000,00 sem incidência do IRRF, desde que demonstre, com base na escrituração comercial, que esse foi seu lucro efetivo; • Se a PJ distribuir, por exemplo, R$ 1.200.000,00, o excedente (R$ 200.000,00) será atribuído aos lucros anteriores, sujeitando-se à tributação da época da respectiva apuração. Distribuição de Lucros ou Dividendos Inexistindo lucros acumulados ou reservas, a parcela excedente será tributada nos termos do art. 61 da Lei nº 8.981/1995 (§ 4º, art. 238, IN RFB nº 1.700/2017) Distribuição de Lucros ou Dividendos Art. 61, . Fica sujeito à incidência do Imposto de Renda exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais. § 1º A incidência prevista no caput aplica-se, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa [...] § 2º Considera-se vencido o Imposto de Renda na fonte no dia do pagamento da referida importância. § 3º O rendimento de que trata este artigo será considerado líquido, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto. (Lei nº 8.981/1995) Distribuição de Lucros ou Dividendos EXEMPLO • Considerando o exemplo anterior, caso a PJ distribuísse R$ 200.000,00 que excedesse os lucros acumulados/reservas de lucros a tributação dar-se- ia da seguinte maneira: Distribuição de Lucros ou Dividendos = Distribuição de Lucros ou Dividendos EXEMPLO Lucro Presumido Distribuição de Lucros ou Dividendos Débito não garantidos Distribuição de Lucros ou Dividendos • Pessoas jurídicas que possuem débito não garantido com a União, não poderão realizar a distribuição de lucros, sob pena de multa de 50% sobre o valor distribuído indevidamente. • Os beneficiários também sujeitam-se à multa de 50% sobre o valor recebido indevidamente. • Não se aplica se o débito estiver sob parcelamento ativo. art. 32, Lei nº 4.357/1964; e art. 52, Lei nº 8.212/1991 Lucro Presumido Distribuição de Lucros ou Dividendos Distribuição desproporcional Distribuição de Lucros ou Dividendos Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. Código Civil (Lei nº 10.406/2002) Lucro Presumido Distribuição de Lucros ou Dividendos Remuneração versus Lucro Distribuição de Lucros ou Dividendos • O sócio de empresa é segurado obrigatório na categoria de contribuinte individual, sendo obrigatória a discriminação entre a parcela da distribuição de lucro e aquela paga pelo trabalho (art. 12, inciso V, alínea “f’, Lei nº 8.212/1991). • Pelo menos parte dos valores pagos pela sociedade ao sócio que presta serviço à sociedade terá necessariamente natureza jurídica de retribuição pelo trabalho, sujeita à incidência de contribuição previdenciária. Lucro Presumido Distribuição de Lucros ou Dividendos Escrituração ContábilDigital (ECD) Distribuição de Lucros ou Dividendos • A PJ ou equiparada tributada com base no lucro presumido é obrigada a apresentar ECD – Escrituração Contábil Digital (IN RFB 2.004/2021) quando distribuir, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita. FIM DO TÓPICO Obrigado!!!!