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UA-12-ACGESTOQUES

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gestão empresarial
Gestão Financeira
administração de capital 
de giro: administração 
de estoques
12
ObjetivOs da Unidade de aprendizagem 
Ao final da Unidade o aluno deverá ser capaz de compre-
ender a dinâmica de gerenciamento do estoque minimi-
zando os custos de manutenção e armazenagem.
COmpetênCias 
Auxiliar na gestão de giro de estoque com eficiência e 
eficácia sem perder vendas. 
Habilidades 
Atuar como assessor nas questões relacionadas a esto-
ques frente aos objetivos da empresa.
gestão Financeira
AdministrAção de cApitAl 
de giro: AdministrAção 
de estoques
ApresentAção
Nesta Unidade você vai entender a dinâmica de geren-
ciamento do estoque minimizando os custos de manu-
tenção e armazenagem. 
Auxiliar na gestão de giro de estoque com eficiência 
e eficácia sem perder vendas e atuar como assessor nas 
questões relacionadas a estoques frente aos objetivos 
da empresa.
pArA ComeçAr
Na Unidade 11 você aprendeu a importância da adminis-
tração do capital de giro e quais contas devemos estar 
atentos, como a administração do caixa em uma orga-
nização e também alguns instrumentos que auxiliam o 
gerente financeiro no processo de gerenciamento das 
finanças, já na Unidade 12 você teve a oportunidade de 
estudar sobre as políticas e instrumentos para adminis-
trar as contas a receber da empresa, construiu modelo 
de política de crédito para a sua empresa, dando con-
tinuidade nos estudos da administração de capital de 
giro nas empresas, nesta Unidade você vai observar que 
além do caixa, das contas a receber é importante saber 
gerenciar mais uma conta do ativo circulante para me-
lhorar a liquidez da organização, esta é a conta de esto-
que, ou seja, a administração de estoques.
As empresas mostram-se atualmente muito preocu-
padas com o custo do dinheiro empregado para adquirir 
e manter estoques, o custo de estocagem, o custo do 
seguro, o custo de furto insignificante e o custo da obso-
lescência, ente outros custos que serão estudados nesta 
Unidade. Desta feita, manter um estoque de $ 100 por 
ano chega-se a ter um custo de $25 a $35. Com esses 
custos, a manutenção de estoques excessivos pode lite-
ralmente arruinar uma empresa. 
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 4
Por outro lado, a insuficiência de estoque pode levar a perdas de ven-
das, a interrupções na produção, de forma que a escassez pode ser tão 
prejudicial quanto ao excesso. 
Assim, o objetivo desta Unidade é examinar os fatores que as empresas 
levam em conta quando estabelecem suas políticas de gerenciamento de 
estoques, você vai observar que o controle efetivo do estoque geralmente 
não está sob o controle do gerente financeiro, está no gerenciamento do 
pessoal da produção e vendas, contudo, o gerente financeiro está vital-
mente preocupado com os níveis de estoques, pois tem a responsabilida-
de de acompanhar fatores que afetam a lucratividade da empresa.
A administração do estoque também tem efeito sobre o ciclo de caixa, 
e um dos componentes do ciclo de caixa e o prazo de conversão do esto-
que em vendas.
FundAmentos
1. administraçãO de estOqUes
Normalmente nas organizações a administração (planejamento e contro-
le) dos estoques mantidos por uma empresa não fica sob a supervisão di-
reta do pessoal da gestão financeira. Entretanto, constituem os estoques 
uma modalidade de investimento de recursos pelas empresas, poden-
do representar uma elevada proporção dos ativos totais. (MEGLIORINI; 
VALLIM, 2009). 
Como a gestão financeira preocupa-se, dentre outras coisas, com a boa 
aplicação de recursos em geral, a administração de estoques possui as-
pectos financeiros que exigem o contato desta área com os responsáveis 
diretos pela sua gestão. 
Nas empresas em geral, os estoques formam um elo entre as etapas de 
aquisição e venda (empresas comerciais) e as de aquisição, transformação 
e venda (empresas industriais). A manutenção de estoques em qualquer 
dos momentos do processo formado por essas etapas é uma condição 
extremamente importante para a flexibilidade operacional da empresa. 
(ROSS, 2008).
Em termos amplos, os estoques, tal como acontece com disponibilida-
des, funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre duas 
etapas dos processos de comercialização e produção. 
Assim sendo, os estoques podem contribuir para minimizar os efeitos 
de erros de planejamento e oscilações inesperadas de oferta e procura, 
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 5
bem como para ajudar a isolar ou diminuir a interdependência de todas 
as partes da organização. 
O fluxo físico dos materiais e produtos mantidos em estoque constitui 
uma área cuja administração fica em geral subordinada aos setores de 
compras e fabricação (almoxarifado) nas empresas. 
Para esses setores, portanto, o objetivo natural pode envolver decisões 
conducentes a estoques mais elevados, por exemplo, do que admitiria a 
gestão financeira. Esta deseja apenas o investimento adequado num tipo 
de ativo destinado a sustentar indiretamente a obtenção de lucro, visando 
com isso facilitar o fluxo físico de produção e comercialização. 
Como veremos, o objetivo básico da gestão financeira é conciliar essas 
necessidades de outras áreas funcionais com a sua meta de minimização 
de investimentos em ativos não diretamente geradores de lucro. 
Pode-se resumir a explicação da existência de investimentos em esto-
ques declarando que o volume de estoques (em geral, pois cada tipo será 
tratado especificamente a seguir) é função do volume de vendas projeta-
do para o futuro próximo (MEGLIORINI; VALLIM, 2009). 
Além disso, o volume de estoques mantidos por uma empresa deve 
depender dos itens abaixo: 
a. Da disponibilidade relativa dos itens necessários, isto é, da rapidez 
com que podem ser obtidos; quanto mais fácil for esse acesso, natu-
ralmente o estoque necessário, de qualquer tipo, deverá ser menor; 
b. Da duração do ciclo de produção no caso de empresa industrial; 
quanto mais longo for esse ciclo, maior tenderá a ser a necessidade 
de estoques de matéria-prima e produção em andamento; 
c. Dos hábitos de compra dos clientes, pois a maior previsibilidade das 
encomendas poderá permitir a redução relativa dos investimentos 
em estoques; 
d. Da durabilidade dos itens estocados, em vista da possibilidade de 
que sejam perecíveis ou deterioráveis, ou da situação em que o item 
estocado esteja sujeito a mudanças rápidas de estilo ou moda. Em 
ambos os casos, manter estoques significativos não é aconselhável, 
pois o risco de perda parcial ou total do investimento é excessiva-
mente alto. 
2. mOtivOs da aCUmUlaçãO de estOqUes 
Podemos distinguir também entre razões ou causas internas e externas 
na empresa para que o investimento em estoques alcance determinados 
níveis. (GITMAN, 2009) 
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 6
No primeiro grupo (causas internas), estamos incluindo principalmente 
os ditames da tecnologia de produção e/ou comercialização utilizada pela 
empresa, além do que a sua administração decide fazer em vista dos cus-
tos e benefícios decorrentes da situação particular enfrentada. 
O problema reside na relação entre produção e venda, no caso dos 
estoques de produto acabado numa empresa industrial, ou na relação 
entre compras de mercadorias e sua revenda, no caso de uma empre-
sa comercial. 
Em principio, a programação da produção deveria acompanhar as ven-
das, com o que eliminaríamos os estoques e os investimentos por eles exi-
gidos. Entretanto, o administrador da produção tem como objetivo pro-
porcionar à empresa o volume de bens necessários para que seja atingido 
o nível de vendas projetado ao custo de produção mais baixo possível. 
Por sua vez, o custo de produção depende, entre outras coisas, do pró-
prio volume e do ritmo da produção, e não das vendas. Estas podem ser 
irregulares, e as exigências de eficiência na produção podem recomendarum programa de produção uniforme, isto é, a nível constante. 
Com vendas irregulares, esse procedimento significa estoques máxi-
mos nas condições enfrentadas pela empresa, mas tende, a reduzir sig-
nificativamente os custos de mão de obra, eliminando horas-extras e 
contratações e demissões frequentes; tende a permitir a compra de ma-
térias-primas em melhores condições, além de reduzir perturbações do 
processo fabril.
Este procedimento é mais apropriado para empresas com linhas de 
montagem de funcionamento contínuo, em que o custo dessas perturba-
ções pode ser muito alto. 
Esse procedimento está representado graficamente na Figura 1.
produção
v
en
d
a
s
A CB
No caso acima, a produção supera as vendas até o ponto A. Até aí os es-
toques são acumulados para permitir o atendimento do pico secundário 
das vendas (entre A e B). Essa acumulação volta a ocorrer após o ponto B 
Figura 1. Vendas 
Irregulares e 
produção uniforme.
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 7
(até o ponto C), que pode representar, por exemplo, o início de um pico 
sazonal durante o ano (festas de fim de ano, digamos). 
Outra possibilidade, em face da irregularidade das vendas, consistiria 
em programar a produção por ciclos de utilização do equipamento ou 
de mão de obra especializada; em cada ciclo, a empresa concentrar-se-
-ia num produto, transferindo mais adiante os seus recursos para ou-
tros produtos.
Neste caso, também haveria formação de estoques, sendo o procedi-
mento mais apropriado para empresas de produtos diversos, mas basea-
dos em tecnologia semelhante. 
Há, por fim, o caso extremo de produção conforme as vendas; neste 
caso os estoques são minimizados, como já salientamos, mas outros cus-
tos se elevam, em consequência de prejuízos decorrentes da flexibilidade 
da produção. Tal procedimento pode ser mais adequado num caso par-
ticular de empresa que opera sob encomenda e possui fácil acesso aos 
itens necessários ao seu atendimento.
A influência do comportamento dos clientes já foi mencionada: pode 
ser exercida através da estabilidade ou previsibilidade de suas compras. 
Quanto ao estado da economia; podemos ter um caso em que uma 
fase ascensional cíclica (economia em expansão) obrigue a manutenção 
de estoques cada vez maiores, já que, como vimos, o seu nível está condi-
cionado a expectativas de vendas futuras.
Em contrapartida, podemos verificar uma rápida liquidação de esto-
ques com a antecipação ou o inicio efetivo de uma recessão. 
Além disso, movimentos de preços dos itens envolvidos podem levar 
a compras ou acumulações além do que determinaria qualquer modelo 
de otimização, do investimento em estoques. Isso ocorre, por exemplo, 
quando é sabido que deverá haver majoração do preço de um item. 
3. tipOs de estOqUes 
Em acréscimo ao que foi discutido acima, deve-se levar em conta, ao fa-
larmos em estoques, que estamos agrupando matérias-primas, produção 
em andamento e produtos acabados, no caso de uma empresa industrial. 
(ROSS, 2008)
Segundo Megliorini; Vallim (2009) do ponto de vista do administrador 
financeiro, são itens que possuem não só valores investidos diferentes, 
mas, fundamentalmente, são itens de liquidez diversa (com possibilida-
des distintas de transformação em dinheiro, portanto), talvez na seguinte 
ordem decrescente em termos de liquidez: 
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 8
a. Produtos acabados, que poderiam ser vendidos dentro do proces-
so normal de comercialização. Entretanto, em caso de liquidação, o 
desconto necessário pode ser significativo; 
b. Matérias-primas, dependendo de sua adequação a outras empresas; 
c. Produção em andamento, de difícil realização, por exigir processa-
mento adicional, mesmo que não seja exclusivamente adequada a 
empresa considerada. 
Segundo os autores Megliorini; Vallim (2009) e Sanvicente (2007), são 
apresentados a seguir alguns dos fatores condicionantes do investimento 
em cada tipo de estoque. 
3.1. Matéria priMa 
Este tipo de item tende a ser afetado pelos volumes previstos de produ-
ção, pela própria sazonalidade relativa da produção e pela segurança das 
fontes de suprimento. 
3.2. produção eM andaMento 
O principal fator condicionante é a duração do processo de produção; o 
número de etapas para a transformação de matérias-primas em produtos 
acabados também é elemento importante que pode ser ampliado quando 
várias etapas são cumpridas em fábricas diferentes. 
3.3. produtos acabados 
O fator fundamental, admitindo-se vendas irregulares, é a coordenação 
entre a programação da produção (uniforme, em ciclos, ou sincronizada 
com as vendas) e as exigências para atendimento de clientes. 
O risco de falta e as perdas daí decorrentes desempenham papel pre-
ponderante, bem como as exigências de uma produção eficiente e a cus-
to baixo. 
No caso particular de empresas comerciais, o segundo tipo de produ-
ção em andamento inexiste. Passamos apenas a uma conciliação entre 
objetivos compra, de um lado, e exigências de venda, de outro. Para os 
estoques dessas empresas são apropriadas as mesmas observações fei-
tas para estoques de produtos acabados, excetuando-se a questão da 
programação da produção e de matérias-primas. 
No caso presente, os objetivos de eficiência passam a valer em termos 
de possibilidades de descontos nas aquisições, de relativa facilidade de 
suprimento etc.; ou seja, as considerações relevantes ao item matéria-
-prima da empresa industrial. 
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 9
4. CUstOs assOCiadOs a manter estOqUes
Para o gestor financeiro, segundo Ross (2008) o objetivo básico em re-
lação aos estoques é minimizar as necessidades de investimento nesse 
tipo de ativo, pois, esse investimento, além de reduzir a rotação geral dos 
recursos comprometendo a rentabilidade geral da empresa, também pro-
duz: custos decorrentes de sua manutenção. 
Administrar ativos de qualquer tipo é basicamente um problema de 
tipo estoque, o mesmo método aplica-se a disponibilidades e ativos fixos, 
bem como aos próprios estoques. 
Em primeiro lugar, um saldo básico deve estar disponível para equili-
brar as entradas e saídas de itens, dependendo o saldo dos padrões dos 
fluxos, se regulares ou irregulares.
Em segundo lugar, como o imprevisto sempre pode ocorrer, é necessá-
rio ter alguns, saldos de segurança à mão. Representam aquele montante 
extra, necessário para evitar os custos de falta, para atender as exigên-
cias correntes.
Em terceiro lugar, montantes adicionais, podem ser exigidos para aten-
der necessidades futuras crescentes. São saldos de antecipação. Relacio-
nado aos saldos de antecipação está reconhecimento de que há lotes óti-
mos de aquisição, definidos como quantidade econômica de compra.
Portanto, admitidos os benefícios proporcionados pela manutenção 
dos estoques, ao administrador financeiro compete verificar que as exi-
gências sejam atendidas ao menor custo possível em termos de recursos 
monetários da empresa. Dar a ideia de estoques minimizadores de cus-
tos. (ROSS, 2008)
Os custos relacionados aos estoques podem ser enquadrados em 
duas categorias: 
a. Os que são diretamente proporcionais ao volume mantido em esto-
que e que chamamos de custos de manutenção ou armazenagem;
b. Os que são inversamente proporcionais a esse volume, representan-
do os prejuízos da empresa em consequência da falta de estoques 
para um fim ou outro (produção ou venda). 
No contexto da discussão precedente, correspondem à não concretização 
dos benefícios resultantes da manutenção de estoques. São chamados de 
custos de obtenção. 
Assim, o problema é equilibrar ou conciliar duas situações de perigo 
para a empresa, a saber, a existência de estoques inadequados que po-
deriam perturbar, a produção e/ou provocar perdas de vendas, de um 
lado, e a existência de estoques excessivos levando a custos elevados de 
Gestão Financeira / UA 12Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 10
armazenagem, capital, riscos de obsolescência, entre outras coisas, de ou-
tro lado. 
Logo a seguir, apresentaremos um modelo formal para a otimização de 
procedimentos em face desse conflito. 
Mais dois aspectos poderiam ser salientados na administração finan-
ceira, de estoques. Um deles é o aspecto de liquidez desse tipo de ativo. 
(ROSS, 2008) 
De todos os grupos de ativos correntes, os estoques, qualquer que seja 
o seu tipo, são os de realização mais problemática, não só pela dificuldade 
em vendê-Ios, principalmente em caso de liquidação forçada, como devi-
do ao risco de prejuízo, comparando-se os gastos neles efetuados com os 
preços de venda disponíveis. 
Quando analisamos a disponibilidade, deve ser excluídos os estoques 
de medidas da capacidade de liquidação de dívidas a curto prazo por uma 
empresa embora representem significativa parcela do capital de giro dela. 
Pode-se ter uma situação de liquidez exagerada, ou seja, a excessiva 
imobilização do capital ou bens (estocados, no caso), que são passíveis 
de transformação em moeda, mas não com a rapidez suficiente para o 
pagamento de dívidas. 
Deve-se, isto sim, manter o nível necessário às operações, mas procuran-
do trazê-lo o mais depressa possível para mais perto da situação de caixa, 
transformando os estoques em contas a receber, e estas em dinheiro. 
O outro problema é a preocupação com a adoção de procedimentos 
para um bom controle de estoques. (MEGLIORIN; VALLIM, 2009) 
5. COntrOle de estOqUes 
Para controlar bem os estoques, mais do que simplesmente planejar o 
seu nível ótimo, o objeto do modelo do lote econômico, tem sido um dos 
instrumentos necessário para providências na administração de uma em-
presa dentre outros listado a seguir: 
a. Relatórios regulares devem ser emitidos, indicando os principais pro-
blemas em relação ao aproveitamento do investimento de recursos 
em estoques: índices de obsolescência e de perdas, possibilidades 
de faltas iminentes, e assim por diante; 
b. Movimentar os estoques apenas com a emissão de requisições emi-
tidas pelos funcionários competentes, ou sistemas de informação de 
controle eficientes;
c. Dar mais ênfase aos itens que participam mais significativamente 
em termos de investimento total. Assim, o modelo de lote econômi-
co pode ser aplicado com requintes a determinados itens de grande 
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 11
movimentação, valor unitário elevado e participação substancial 
no total, deixando-se a outros um acompanhamento mais simples, 
como, por exemplo, o uso de sistemas de duas prateleiras;
d. Preocupar-se apenas com unidades físicas; o controle de preços uni-
tários, em estoques, não compensa o esforço burocrático exigido. 
Esses preços só devem ser utilizados com base na montagem de 
uma classificação ABC, para controle, pois o melhor critério de clas-
sificação é a porcentagem do valor total investido em estoques.
O princípio da classificação ABC é atribuído a Vilfredo Pareto, que, em um 
estudo de renda e riqueza, na Itália, no final do século XIX, observou que ha-
via uma grande concentração de riqueza nas mãos de uma pequena parce-
la da população na proporção de 80% e 20% respectivamente. Tal princípio 
tem sido empregado largamente na administração das empresas.
Especificamente em relação à administração de estoques, pode-se ela-
borar uma classificação ABC separando os itens estocados em classes 
como segue:
a. Classe A: Inclui os itens de maior valor que devem ser gerenciados 
com atenção especial. Em geral, 20% desses itens representam 80% 
do valor do estoque.
b. Classe B: Inclui os itens de valor intermediário. Em geral, 30% desses 
itens representam 10% do valor do estoque.
c. Classe C: inclui os itens de valor mais baixo e que, muitas vezes, justi-
ficam menor atenção no gerenciamento. Em geral, 50% desses itens 
representam 10% do valor do estoque. (Megliorini; Vallim, 2009)
d. Finalmente, efetuar contagens físicas periódicas, por amostragem, 
e separar os registros de recebimento e expedição, atribuindo-os a 
setores ou funcionários diferentes. 
5.1. Modelo do lote econôMico 
O modelo de determinação do volume ideal de recursos aplicados itens 
estocados, ou seja, aquele que minimiza o custo total somado, os dois 
tipos de custos anteriormente indicados, refere-se, tanto a compras e es-
toques de matéria-prima como a ordens de produção e estoques de pro-
dutos acabados. 
O modelo possui várias hipóteses, que discutiremos a seguir, mas an-
tes é conveniente tratar mais detalhadamente dos tipos de custos relacio-
nados aos estoques. (Megliorini; Vallim, 2009)
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 12
5.1.1. Custos relacionados a estoques 
Como vimos na seção anterior, há dois tipos de custos, segundo Ross 
(2008). O primeiro é dos custos que variam diretamente com o investi-
mento ou volume dos carregamentos os seguintes itens: 
a. Perdas associadas a risco de obsolescência dos itens estocados; 
b. Taxa mínima de retorno desejada sobre o investimento imobilizado 
estoques (custo de oportunidade); 
c. Despesas de manejo, transporte e transferência física dos itens 
estocados; 
d. O espaço necessário para armazenamento, usando-se uma de alu-
guel caso as instalações pertençam à própria empresa; 
e. Imposto predial; 
f. Seguros; e
g. Custos do departamento de controle de estoques. 
Observe que o item (b) não é contabilizável, podendo ocorrer o mesmo 
com o item (d). Por outro lado, os custos que variam em relação inversa 
ao volume dos estoques, associados à falta de estoques ou aos pedidos 
de compra ou ordens de produção dos itens envolvidos, são os abai-
xo enumerados: 
a. Descontos por quantidade perdidos em compras feitas em lotes 
insuficientes; 
b. Despesas decorrentes de perturbações do processo produtivo em 
casos de falta ou manutenção de estoques pequenos; por exemplo, 
incluindo custos de horas extras, e colocação do equipamento em 
condições de operar; 
c. Margens de contribuição das vendas perdidas por falta de produtos 
acabados para atender os pedidos recebidos; 
d. Gastos adicionais de pedido, emissão de ordens de produção e/
ou transporte. 
Mais uma vez, alguns itens não são registrados pela contabilidade; é o caso 
do item c, por exemplo. Portanto, em se tratando de chegar à decisão ótima 
o objetivo deve ser tão baixa quanto possível a soma desses custos, reco-
nhecendo, porém as de estoques, que estão refletidas no modelo.
5.1.2. Cálculo do Lote Econômico - LEC
O lote econômico é aquela quantidade que minimiza o custo total e é o 
número ideal de comprar, através de uma encomenda, ou solicitar, numa 
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 13
ordem de produção supondo um consumo uniforme, o lote econômico de 
compra pode ser calculado segundo Megliorini; Vallim (2009) pela equa-
ção a seguir.
Lote Econômico de Compra - LEC, onde:
D  =  consumo em unidade do item em estoque ou demanda
Ce  =  custo de manutenção de cada unidade do item em estoque, por 
período ou custo de carregamento
Cp  =  custo de cada pedido ou custo de reabastecimento
LEC  =  2CpD
Ce
Para ilustrar, suponha um atacadista de materiais de construção obtém 
seu cimento de um único fornecedor. A demanda de cimento é razoa-
velmente constante ao longo do ano. No último ano, a empresa vendeu 
2.000 toneladas de cimento. Seus custos estimados de colocação de um 
pedido são de cerca de R$ 25,00 cada vez que um pedido é colocado, e 
seus custos anuais de manutenção de estoque são de 20% do custo de 
aquisição. A empresa adquire cimento a R$ 60,00 por tonelada. Quanto de 
cimento deveria a empresa pedir por vez? 
Substituindo na equação do LEC temos:
LEC  =  (2 × 25) 2.000
0,2 × 60
LEC  =  100.000
12
LEC  =  91,287 toneladas
Isto significa que toda vez que o estoque da empresa chegar a zero, 
um novo pedido érecebido, totalizando 22 pedidos aproximadamente 
por período:
2.000 unidades / 91.287 unidades  =  22 pedidos
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 14
Então o custo total dos pedidos é igual a $550,00 (22 × $ 25) e o custo de 
manutenção do estoque é de 547,72:
Estoque médio  =  q/2
Então temos:
(91.287/2) × $12
O total do custo de estocagem desta matéria prima é de $ 1.097,72:
$550 + $547,72
Portanto qualquer outra quantidade que seja encomendada dessa maté-
ria prima resultará um custo total de estocagem superior.
O modelo do lote econômico baseia-se nas seguintes hipóteses: 
a. O tempo necessário para receber ou produzir é nulo, ou seja, o rece-
bimento e a produção, uma vez efetuado um pedido de compra ou 
emitida uma ordem de fabricação, são instantâneos; 
b. Os custos de manutenção são todos diretamente proporcionais ao 
estoque médio. Entretanto, em geral isto só ocorre com o retomo 
mínimo desejado, enquanto o espaço e as atividades de manejo 
também variam com o peso e o volume do material envolvido; 
c. Os custos de pedido ou ordem são constantes por transação;
d. Não há descontos por quantidade nas compras; quando existem, 
devem ser associados à redução dos custos de pedido (inversamen-
te proporcionais), visando compensar o aumento dos outros custos, 
que ocorre com encomendas maiores; 
e. A procura do produto final e a taxa de utilização da matéria-prima 
são conhecidas com certeza e são constantes, o que está em conflito 
com situações de sazonalidade evidente e com a natureza estocásti-
ca da procura de produtos de uma empresa.
A finalidade de utilizar estes métodos de controle de estoques tem como 
objetivo garantir a continuidade e eficiência no fornecimento, evitando 
situações de: 
a. Atrasos de fornecimento; 
b. Suprimento sazonal; 
c. Riscos de falhas no fornecimento;
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 15
d. Propiciar economias financeiras; 
e. Pela compra ou fabricação de lotes econômicos;
f. Possibilitar maior flexibilidade das linhas de produção.
5.2. planejaMento dos requisitos de Materiais
Os sistemas de estoques tradicionais levam em conta as previsões e a 
determinação de lotes econômicos, e consideram que cada item é focado 
em particular e nele se insere a política de estoques a ser adotada. 
Com o advento da tecnologia da informação hoje podemos contar com 
os sistemas computadorizados para os pedidos e ou programação da pro-
dução de tipos de estoques dependentes da demanda. (GITMAN, 2009).
Esses sistemas se classificam no título de planejamento de requisitos 
de materiais em inglês, Manufacturing Requirementes Planning – MRP. 
O MRP, foi apresentado publicamente na 13a. Conferência Internacio-
nal da APICS (American Productions And Inventory Control Society) reali-
zada em CINCINNATI, OHIO, USA, em outubro de 1970.
Os computadores têm capacidade de operar sistemas com grande nú-
mero de dados e com velocidade adequada como o necessário ao MRP 
que envolve programas muito complexos.
Estes sistemas integram as funções de planejamento empresarial, previ-
são de vendas, planejamento dos recursos produtivos, programa mestre de 
produção, planejamento das necessidades de materiais, planejamento da 
capacidade produtiva, controle e acompanhamento da fabricação, compras 
e outras atividades de grande importância e interesse das empresas.
antena 
pArAbóliCA
O principal objetivo de qualquer empresa privada é a ob-
tenção de lucros para os seus proprietários, mediante a 
produção de bens ou serviços para venda no mercado. 
Para que tal meta possa ser alcançada, a empresa adqui-
re os fatores de produção e com eles produz venda.
A área da administração que cuida dos recursos finan-
ceiros da empresa é a administração financeira, que se 
preocupa com dois aspectos importantes dos recursos 
financeiros: a rentabilidade e a liquidez.
Na realidade, estes são os dois objetivos principais da 
administração financeira: o melhor retorno possível do 
investimento (rentabilidade ou lucratividade) e a rápida 
conversão em dinheiro (liquidez). 
Para atingir seus objetivos, se exige de um administra-
dor financeiro um eficiente controle de custos, visto que 
a falta desse, especialmente da folha de pagamentos e 
dos estoques de matéria-prima, produtos em elaboração 
e produtos acabados, tem tido grande participação do 
faturamento das empresas.
e AgorA, José?
Agora que você já sabe como administrar o capital de 
giro de uma empresa com o conhecimento das técnicas 
de administração de caixa, duplicatas a receber e esto-
ques. Na próxima Unidade, vamos estudar sobre a admi-
nistração dos ativos permanentes e as respectivas técni-
cas de avaliação.
Para um melhor aproveitamento, é importante que 
você releia o conteúdo desta Unidade antes da próxima.
Gestão Financeira / UA 12 Administração de Capital de Giro: Administração de Estoques 17
glossário
Estoques: são designações usadas para definir 
quantidades armazenadas ou em processo 
de produção de quaisquer recursos neces-
sários para dar origem a um bem, com a 
função principal de criar uma independência 
entre os vários estágios da cadeia produtiva.
Classificação ABC: é em um estudo de renda e 
riqueza, utilizado na classificação de estoques.
Lote econômico: é aquela quantidade que mi-
nimiza o custo total e é o número ideal de 
comprar, através de uma encomenda, ou 
solicitar, numa ordem de produção supondo 
um consumo uniforme.
Estocástica: processos que estão sob controle 
do acaso, aleatório.
reFerênCiAs
ASSAF, A.; LIMA, G. F. Curso de Administração 
Financeira. Atlas, 2009.
GITMAN, L. J. Princípios da administração fi-
nanceira. 12ª Ed. Pearson, 2009.
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JORDAN, B.; ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W. Ad-
ministração Financeira. Mcgraw-Hill Bra-
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