12 - Modelagem do Processo

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Modelagem do Processo
A gestão por processo pode ser entendida como um “Sistema ou
Modelo de Gestão Organizacional”, orientado para gerir a
Organização com o foco nos processos. A organização que adota
esse modelo de gestão define sua melhor forma de fazer negócios,
considerando seus processos críticos, procurando identificá-los,
mapeá-los, analisá-los, documentá-los e melhorá-los continuamente.
Um bom Modelo de Gestão Organizacional deve considerar todos os
processos organizacionais, pois a organização deve ser estudada
como um todo.
A gestão por processo permite às organizações um desenvolvimento
moderno baseado na trilogia: agilidade, integração e qualidade.
A Gestão por processos pode ajudar a Organização de vários
modos:
●   Abrindo caixas-pretas existentes, tornando “público” o
conhecimento inerente ao fluxo do trabalho produtivo;
●   Quebrando a rigidez monolítica imposta pela estrutura
hierárquica tradicional, que acaba por contaminar a cadeia
produtiva como um todo;
●   Propicia a integração, interação e colaboração entre as
atividades do ciclo produtivo.
A Gestão por Processo pode ser entendida como procedimento
administrativo de uma Organização com o objetivo de melhorar e
otimizar os processos de forma que atenda as expectativas dos
interessados com um sistema integrado, bom desempenho e alto
índice de acerto.
A identificação do processo passa por descobrir o que a empresa
faz e quais seus processos críticos (atividades-chaves para
administrar e operar a empresa).
A Gestão por Processos deve considerar: utilização de uma
metodologia, definição de modelos, técnicas e ferramentas. Sua
implantação deve ser contínua e validada constantemente em função
do atendimento aos clientes, relações com concorrentes, substitutos
e fornecedores. A relação com os participantes da cadeia de valor
indica a medida de nosso desempenho, a correção das decisões
tomadas e a necessidade de reavaliação dos processos envolvidos.
Hoje, conheceremos o modelo utilizado para modelagem dos
processos organizacionais.
Processo - O que é?
Um grupo de atividades realizadas numa sequência lógica com o
objetivo de produzir um bem ou um serviço que tem valor para um
grupo específico de clientes [HAMMER e CHAMPY, 1994].
 
Processo é a forma pela qual um conjunto de atividades cria,
trabalha ou transforma insumos (entradas), agregando-lhes valor,
com a finalidade de produzir bens ou serviços, com qualidade,
para serem entregues a clientes (saídas), sejam eles internos ou
externos. (CRUZ, 2002, pág. 106).
Um processo pode ser descrito como uma sequência de tarefas
coesas e interligadas que recebem uma entrada, as processa e
devolve uma saída. Essas atividades ou tarefas podem ser físicas,
materiais ou de informação.
Processo é o conjunto de ações ordenadas e integradas para um fim
produtivo específico, ao final do qual serão gerados produtos e/ou
serviços e/ou informações, resultado dos sistemas em ação,
representados por fluxos de atividades ou eventos.
Um processo de negócio consiste de 5 elementos:
● Ter clientes;
● Atividades que criam valor para clientes;
● Atividades que são operadas por atores (seres humanos
ou máquinas);
● Envolve unidades organizacionais, responsáveis por todo
o processo. 
● Tecnologia.
Introdução a BPM
A modelagem de Processos de Negócio é desenvolvida para
identificar e mapear os processos. Existem algumas orientações de
modelagem, como: Orientada à atividade, orientada ao objeto e
orientada à função ou ao papel e orientada ao discurso. Para
desenvolvimento de uma modelagem é necessário considerar a
aplicação de uma metodologia de trabalho em que serão definidas:
ferramentas tecnológicas (softwares), técnicas (práticas ou conjunto
de métodos), métodos (procedimentos) e modelos (formas de
representação) a serem adotados.
Modelagem é a visão da empresa através da construção de
diagramas funcionais sobre o comportamento de seus processos.
A construção de um modelo da empresa permite a avaliação dos
processos de negócio envolvidos, viabilizando a formulação de
processos de mudanças, estruturados de forma a garantir o
cumprimento da missão organizacional e o atendimento das
estratégias empresariais básicas ao sucesso em seu ramo de
atuação.
A sigla BPM (Business Process Management, ou seja, Gerenciamento
de Processos de Negócio) é utilizada sobre dois enfoques:
ferramenta de modelagem de gestão de processos de negócios e
ainda relacionada às áreas de BI-Business Intelligence e ERP
(planejamento de recursos empresariais).
A ferramenta de modelagem/BPM oferece suporte à gestão por
processos, em qualquer nível, propiciando ações proativas de:
● Mapeamento dos processos de negócio
● Análise conjuntural e isolada dos processos do negócio
● Reengenharia de processos
● Atendimento à norma ISO 9001:2000
● Implementação de Total Quality Management – TQM
Os softwares de BPM controlam: processos, atividades e recursos
registrando para cada processo:
● Suas atividades, tarefas e procedimentos
● Entradas e saídas
● Custo
● Duração
●  Resultados 
●  Produtos 
●  Outros recursos
É uma metodologia aplicada à representação de processos de
negócios utilizando como notação o BPD - Business Process
Diagram.
Os elementos gráficos no BPD permitem desenvolvimento fácil e
familiar para a maioria dos analistas de negócio (por exemplo, um
fluxograma). Os elementos são diferentes entre si e utilizam formas
parecidas com as da maioria dos modelos, o que torna a construção
de fácil aprendizado.
BPMN - Notação
Um BPD (Business Process Diagram - Diagrama de Processo de
Negócio) é constituído de objetos gráficos da BPMN (Business
Process Managements Notations) e seus relacionamentos.
Tem como objetivo fornecer uma notação para representar os
processos para:
●  Os analistas que irão estudar os processos;
●   Os desenvolvedores técnicos responsáveis pela aplicação da
tecnologia que irão realizar os processos;
●  Os empresários que vão gerir e acompanhar os processos.
Os objetos do BPD são representados em quatro categorias: Objetos
de Fluxo, Objetos de Conexão, Raias e Artefatos.
Objetos de Fluxo
Os objetos de fluxo (Figura 1) definem o início do fluxo, os pontos
intermediários, onde serão necessárias paradas em aguardo de
alguma informação ou tempo e fim de fluxo para encerramento.
O objeto de fluxo Intermediário pode apresentar diversas
representações. Dentre elas, podemos citar o Intermediário de
Tempo (Figura 2), quando é necessária uma parada de espera por
alguma medida de tempo, ou seja, quando o fluxo não acontece
sequencialmente.
Figura 1 - Notação BPD - Objetos de fluxo | Fonte: De autoria
própria, 2022.
E, o Intermediário de Mensagem (Figura 3), quando a espera é pelo
recebimento de uma mensagem.
Atividade - termo usado para o trabalho a ser executado. Podem ser
tipo: Tarefa e Subprocesso (Figura 4). Sendo que um Subprocesso
tem um sinal de adição ‘+’ no centro-inferior e expressa a existência
de subatividades.
Gateways
Os gateways  (Figura 5) são definidos sempre que se deseja
estabelecer uma condição de prosseguimento do fluxo ou execução
paralela. Veja:
Figura 2 - Notação BPD - Objetos de fluxo - Intermediário de
Tempo | Fonte: De autoria própria, 2022.
Figura 3 - Notação BPD - Objetos de fluxo - Intermediário de
Mensagem | Fonte: De autoria própria, 2022.
Figura 4 - Notação BPD - Atividade | Fonte: De autoria própria,
2022.
Objetos de Conexão
Fluxo de Sequência - É usado para mostrar a ordem em que as
atividades serão executadas em um processo. Cada fluxo tem uma
só origem e um só destino.
Figura 6 - Notação BPD - Objetos de conexão - Fluxo de
Associação - relacionamento entre informações e artefatos com
objetos de fluxo (Figura 7). Também pode mostrar as atividades
usadas para compensar uma atividade (com entradas e saídas).
Figura 5 - Notação BPD - Gateways | Fonte: De autoria própria,
2022.
Figura 6 - Notação BPD - Objetos de conexão - Fluxo de
Sequência | Fonte: De autoria própria, 2022.
Figura 7 - Notação BPD - Objetos deconexão - Associação |
Fonte: De autoria própria, 2022.
Fluxo de Mensagem - relacionamento entre duas entidades que
podem enviar ou receber mensagens (Figura 8). Os “pools”, que
serão descritos mais adiante, podem ser entidades, por exemplo.
Raias
As raias representam os responsáveis por realizar as atividades
apresentadas a eles. São dois tipos: Pool e Lane.
Pool - representa um participante no processo (Figura 9). Pode ser
uma entidade, como uma empresa, ou uma função de negócio como
um vendedor, por exemplo.
Lane - subpartição dentro de um pool (Figura 10). Estende o pool
vertical e horizontalmente. Organiza e categoriza atividades.
Artefatos
Figura 8 - Notação BPD - Objetos de conexão - Fluxo de
Mensagem | Fonte: De autoria própria, 2022.
Figura 9 - Notação BPD - Raias - Pool | Fonte: De autoria própria, 2022.
Figura 10 - Notação BPD - Raias - Lane | Fonte: De autoria própria, 2022.
Objeto de Dados - fornecem informações sobre como documentos,
dados e outros objetos são usados e atualizados durante o processo
(Figura 11).
Grupo - artefato que fornece mecanismo visual para agrupar
elementos de um diagrama informalmente (Figura 12). Não afeta o
fluxo de seqüência.
Figura 11 - Notação BPD - Artefatos - Objeto de Dados | Fonte:
De autoria própria, 2022.
Figura 12 - Notação BPD - Artefatos - Grupo | Fonte: De autoria
própria, 2022.
Anotação - mecanismo através do qual o modelador fornece
informações adicionais para um leitor de um diagrama BPMN (Figura
13). 
Passos para construção do Modelo de Processo
1.   Identificar as atividades/requisitos do processo de negócio e
seus responsáveis/ator;
2.   Identificar por onde o processo inicia
3.   Na construção lógica verificar:
a.   pontos de decisão
b.   pontos de interrupção
c.    atividades paralelas
4.   Construir o modelo de processo BPMN
Exemplo de Modelo BPMN
Vamos a um exemplo! Segue o mini mundo de uma situação de
negócio.
A Secretaria de saúde deseja avaliar os atendimentos de gripe suína
nas unidades. Sendo assim, é preciso modelar o processo para
avaliação adequada.
Figura 13 - Notação BPD - Artefatos - Anotação | Fonte: De autoria
própria, 2022.
Os postos deverão atender o paciente e cadastrá-lo, se ainda não
estiver em seu acervo, registrar os sintomas e encaminhá-los ao
atendimento médico.
Os médicos irão registrar o diagnóstico e, caso seja constatada a
doença, será emitida uma licença médica.
Ao final do mês, o posto emite os valores apurados de atendimento e
o total por diagnóstico.
Seguindo os passos para construção do Modelo de Processo:
1 - Identificar os atores e requisitos (Tabela 1):
2 - Identificar por onde o processo inicia:
No exemplo em questão o processo inicia pelo “Atender paciente”,
pois é o procedimento que irá comandar todos os demais.
3 - Verificar pontos de decisão, pontos de interrupção e atividades
paralelas.
Pela descrição nota-se que o “Cadastrar paciente” e “Emitir licença
médica” estão vinculados a uma condição, pois o paciente só será
cadastrado se ainda não tiver suas informações registradas e, a
Tabela 1 - Atores X Requisitos - Secretaria de saúde | Fonte: De autoria própria, 2022.
licença médica só será concedida se houver necessidade a partir do
diagnóstico do médico.
Percebe-se ainda que é sinalizado um ponto de interrupção, pois as
emissões só acontecerão no final do mês, o que caracteriza que o
fluxo não é sequencial.
Ainda para as emissões é possível identificar um gateway paralelo,
porque podem acontecer em qualquer tempo e uma não depende da
outra.
4. Construir o modelo de processo BPMN:
Utilizando todas as informações analisadas para o mini mundo
apresentado no exemplo, o modelo BPMN é representado na Figura
14:
Atividade Extra
No intuito de você ter a oportunidade de estar complementando os
conceitos de BPMN, sugiro que leia o documento “Notação BPMN:
Figura 14 - Modelo BPMN - Secretaria de saúde | Fonte: De autoria própria, 2022.
como aplicar para modelar processos? Entenda etapas.” da
empresa Sydle. Pode ser facilmente encontrado no Google.
Referência Bibliográfica
CRUZ, Tadeu. Sistemas, Organizações & Métodos: estudo
integrado das novas tecnologias de informação. 3ª ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
HAMMER,M. CHAMPY, J. Reengenharia: revolucionando a empresa
em função dos clientes, da concorrência e das grandes mudanças
da gerência. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
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