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ÉTICA E CIDADANIA Webconferência II – Introdução a Ética e Moral Professor(a): Roberto Santos Níveis e Tipos de Sociedade → Definição: Uma integração entre duas ou mais pessoas, que buscam, conjuntamente, metas comuns. • Sociedade “Seres Humanos”: conjunto de todas as pessoas que vivem na terra. • Sociedade “Território”: País, estado, cidade, bairro. Baseado nos limites geográficos de um território. • Sociedade “Direta”: Familiar, profissional, sindical, de clube, etc. *Participamos de várias sociedades ao mesmo tempo. Relacionamentos Sociais e Conflitos →Todo tipo de relacionamento tem seus objetivos comuns. • Objetivos individuais: referem-se aos seus objetivos pessoais. • Objetivos coletivos: dizem respeito àquilo que as pessoas buscam em conjunto. → Conflitos entre objetivos individuais e objetivos coletivos • A preservação da convivência pacífica e produtiva depende de que as pessoas ajam de forma a respeitar os direitos do outro e as normas de convívio social que regem aquele ambiente. • A ética é, portanto, uma condição não só para o convívio saudável entre as pessoas, mas para a própria sobrevivência da sociedade. Valores Humanos e Ética • Nem sempre as pessoas concordam sobre quais comportamentos são considerados respeitosos. *Exemplo: Pesquisa do caso do atropelamento feito por um amigo (Canadá 96%; Correia do Sul 26%). • Existe uma grande distinção nos valores culturais entre os países. *A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (Weber) • Os valores não são um produto exclusivamente individual. • Todavia, existem diversos grupos culturais dentro de uma mesma localidade. • E, mesmo dentro de uma cultura, temos nossas escolhas individuais. *Esses conflitos Coletivo X Individual são fontes de vários problemas de natureza moral. Conflitos Morais • Cada sociedade possui alguns entendimentos compartilhados no que diz respeito ao que é e ao que não é moralmente aceitável. * Exemplo do “jeitinho brasileiro”. • As sociedades podem apresentar diferentes tipos de ambientes morais. • O clima moral que predomina em uma sociedade pode estimular ou inibir comportamentos vistos como inadequados naquela ou em outras sociedades – pode gerar conflitos morais. • Quanto mais diferentes forem os valores de duas pessoas, mais complicada se torna a convivência pacífica entre elas. O Conceito de Ética - Origens • Uso popular: Princípios de conduta que orientam a ação de uma pessoa ou grupo. • Tem origem no grego ethos (costume, maneira habitual de agir ou índole). • Significado próximo de moral, que vem do latim mos e moris, ou seja, normas que representam o comportamento esperado. → Sendo assim, moral é o conjunto de normas que exprimem as formas de agir e que são consideradas desejáveis em uma sociedade. → A ética é um ramo da filosofia, área de estudos na qual o termo é visto como a análise dos padrões de julgamentos morais. A Ética como Ciência • O que é bom e mau? O que é certo e errado? O que é justo e injusto? • A ética é usada como objeto de análise dos atos humanos, que podem ser entendidos como as ações que as pessoas decidem colocar em prática. • Não inclui ações involuntárias. Deficientes ou pessoas sob coação. • A ética é um estudo filosófico prático. • A ética não existe com o objetivo principal de mudar o comportamento humano. A meta da ética consiste na definição das regras socialmente desejáveis para a ação, e não no processo de execução dessas regras. • O direito pode transformar algumas dessas normas sociais em leis. Julgamentos Normativos • Como fazer pesquisas sobre a ética? • Para encontrar um padrão moral, os filósofos que estudam a ética buscam conhecer os julgamentos normativos existentes naquele ambiente. • A ética busca estudar a moralidade por meio do conhecimento dos julgamentos normativos que ocorrem de forma recorrente em uma sociedade. • Existem julgamentos não normativos. Estes são julgamentos que não se referem a um comportamento esperado, mas apenas uma descrição de como as coisas são ou estão. Fontes das Regras Éticas • A primeira fonte possível para as normas éticas seriam alguns valores humanos típicos do homem bom, sadio, puro (noção de verdadeira essência humana). → Nessa visão, existiriam algumas virtudes humanas universais – Durkheim. • Uma segunda fonte seria a reflexão que todos nós fazemos acerca dos nossos comportamentos. → Observando e refletindo a respeito das ações humanas, somos capazes de criar preferências por determinados valores e comportamentos em detrimento de outros. • A terceira fonte está nos textos que regem explicitamente o comportamento dos indivíduos em determinadas sociedades: Legislação. O Comportamento Ético • Caso a falta de ética ocorra por meio da violação de alguma lei, o infrator deverá sofrer as consequências previstas na legislação. • Em casos onde a falta de ética não é ilegal, a penalidade vem através de sanções sociais. • As penalidades são essenciais para a produção de um comportamento ético em uma sociedade. • Entretanto, sempre ocorrem situação de impunidade. Caso a impunidade seja elevada, maior é a transgressão das normas éticas. • Os indivíduos fazem cálculos de custo e benefício ao escolher se irão ter um comportamento ético. Assimetria de Informação • Refere-se ao diferente conhecimento que duas ou mais pessoas possuem com relação a aspectos de negociação em um conflito de interesses. → Assimetria de informação representa uma oportunidade para condutas não éticas: ex. taxista com um turista. Desenvolvimento Moral do Adulto • Tábula rasa (John Locke): os valores morais não nascem com o indivíduo, mas são construídos pouco a pouco durante o convívio social. • É um processo que se dá em 5 níveis: → Nível 1: Ausência de Moral Própria • Indivíduos que se limitam a seguir ordens. • Não têm pensamento crítico ou opinião própria. • Depositam sua confiança em uma autoridade religiosa, científica, política ou social. • Caracterizado pelo maniqueísmo. Desenvolvimento Moral do Adulto → Nível 2: O Oportunismo • A autoridade perde espaço e entram em cena os interesses pessoais do indivíduo. • Esse indivíduo prefere tecer as regras do jogo, de acordo com a situação, para obter aquilo que deseja (abre-se uma exceção moral). • Porém não aceitam que outros façam o mesmo quando isso não é de sua conveniência. → Nível 3: Conformidade com o Grupo • A preocupação principal é estar em conformidade com o grupo. • Qualquer estrutura social pode formar um grupo: político, religioso, social. • São emoções como culpa e vergonha que fazem o indivíduo respeitar as normas impostas pelo grupo. Desenvolvimento Moral do Adulto → Nível 4: Conformidade com as instituições • Não existe um líder acima do bem e do mal. • O modo certo de agir é determinado por fatores como a cultura, momento histórico, legislação. • Os indivíduos cumprem as normas estabelecidas, mesmo quando não é conveniente. → Nível 5: Autonomia e universalidade • Os valores e as crenças são construídos de modo subjetivo, dependendo da história de vida de cada um, consequentemente, a definição dos valores morais é relativa. • O que é certo e errado depende da trajetória de cada um: a autonomia ganha espaço. • No entanto, os princípios universais devem ser respeitados. * Só uma pequena parcela da população atinge o nível de moral 4 ou 5. Boa parte da população discute o termo “moral” sem colocar em prática os preceitos em que diz acreditar. Algumas Doutrinas Éticas →Ética na Grécia Clássica • Sócrates: entendia a ética como a conquista de uma vida virtuosa. - Se você possui a alma elevada, tem tudo o que necessita na vida. • Platão: - O homem virtuoso estaria no mundo das ideias. E devemos buscar pela inteligência, atingir o mais perto da ética das ideias. - A injustiça impede o homem de ser feliz e as pessoas não devem buscar o prazer, mas o bem. • Aristóteles: a ética é a ciência da prática do bem. - Aristóteles via o bem da alma como o mais importante. Mas reconhecia os bens materiaiscomo intermediários necessários para se atingir o bem da alma. Algumas Doutrinas Éticas → Ética kantiana • A ética não estaria associada a penas à ideia de bem, mas também à de dever. • Quando você busca o bem, no fim das contas, está sendo egoísta. Somente ao cumprir um dever por obrigação, o homem está se baseando na razão.
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