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PREPARO ● OBJETIVO PRINCIPAL: identificação e quantificação de qualquer comorbidade que reflita ou possa refletir algum impacto na evolução cirúrgica do paciente. ● 3 tipos de risco: risco do ato operatório, risco individual e risco anestésico. ANAMNESE E EXAME FÍSICO ● O que investigar? Extensão da doença atual, comorbidades, uso de remédios e substâncias ilícitas, histórico de cirurgias e anestesias, alergias e transfusões. ● Importante estimar capacidade funcional → pode ser estimada através dos equivalentes metabólicos (MET) → um grau <4 indica maior risco de complicações ● 1 MET equivale a um consumo de 3,5 ml de O2/kg/min → consumo de O2 de um indivíduo que está sentado em repouso - 1 MET = cuidados próprios (comer, vestir, ir ao banheiro etc) - 4 MET = subida de lance de escada/ ladeira - 4 - 10 MET = atividades como atividades de casa como varrer, esfregar chão ou arrastar móveis. - >10 MET = prática de exercícios extenuantes como nadar, correr, futebol. EXAMES COMPLEMENTARES ● Não é recomendado pedir diversos exames sem indicação → devem ser indicados de acordo com idade, sexo, comorbidades e tipo de cirurgia. ● De acordo com idade: - <45 anos: nenhum exame - 45-54 anos: eletrocardiograma apenas para homens - 55-70 anos: ECG + hemograma - >70 anos: ECG + hemograma + U/Cr + eletrólitos + glicose - Mulher em idade reprodutiva: beta hcg urinário na manhã da cirurgia - Paciente tabagista: ECG ● De acordo com tipo de cirurgia e comorbidade: para cada doença e cirurgia se faz necessário exames específicos. ● Raio-x torácico: são obrigatórios no pré de cirurgias cardíacas e torácicas OU em pacientes com histórico ou exames sugestivos de doenças do trato cardiorespiratório ● EAS e urinocultura: cirurgias urológicas OU que exijam manipulação do trato urinário ● Coagulograma: cirurgias cardíacas, torácicas, hepáticas, renais, intracranianas, oftalmológicas (exceto catarata) OU procedimento com perda sanguínea >2 litros OU paciente com história clínica sugestiva de algum distúrbio de coagulação. AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR ● Classificação ASA ● Preditores clínicos que configuram maior risco cardiovascular: síndromes coronarianas instáveis (angina instável ou IAM), IC descompensada (incluindo IV nyha), piora ou recente IC, arritmias (bloqueio atrioventricular de grau alto, arritmia ventricular sintomática, arritmia supraventricular com FC>100 em repouso), bradicardia sintomática, taquicardia ventricular de diagnóstico recente, doença valvar grave (estenose aórtica grave, estenose mitral sintomática.) ● Risco aumentado em pacientes que não alcançam 4 MET durante atividade diária normal ● A classificação ASA é um preditor sensível de morbidade e mortalidade operatória → MAS não é boa para prever complicações cardíacas, para isso são usados alguns fatores como estado físico e presença de comorbidades ● 3 elementos fundamentais na avaliação de risco cardíaco: - Variáveis clínicas cardíacas específicas - Capacidade funcional - Risco relacionado a cirurgia AVALIAÇÃO PULMONAR ● Como avaliar? Com espirometria nos casos de procedimentos que possam diminuir a capacidade pulmonar e predispor patologias respiratórias ● Merecem estratificação com prova pulmonar: - Ressecção pulmonar - Cirurgias torácicas que precisem de ventilação monopulmonar - Cirurgias abdominais de grande porte (principalmente no ABDS) em pacientes maiores de 60 anos, que possuam múltiplas comorbidades, tabagistas e em pacientes com sintomas respiratórios ● Pacientes com VEF1 inferior a 0,8 L/s ou 30 % do esperado → ALTO RISCO DE COMPLICAÇÕES PULMONARES AVALIAÇÃO RENAL ● Creatinina sérica > ou igual a 2 mg/dl → risco independente para complicações cardíacas ● Objetivo principal: identificação de alterações cardiovasculares, circulatórias, hematológicas e metabólicas geradas pela função renal ● ECG + hemograma + avaliação bioquímica AVALIAÇÃO DE PACIENTES DIABÉTICOS ● OBJETIVOS: controle glicêmico + identificação de possíveis complicações; ● Glicemia + Hemoglobina glicada + eletrólitos + uréia + creatinina + urinálise + ECG ● Se pct faz uso de antidiabéticos orais manter uso até a véspera e não tomar na manhã do procedimento (clorpropamida deve ser suspensa antes) ● No pós operatório quando forem se alimentar devem voltar a tomar o remedio (metformina só voltar se função renal ok) ● Em pcts insulino dependentes as doses devem ser alteradas ● Em pcts em uso de NPH a dose noturna na véspera do procedimento deve ser ⅔ da dose habitual e na manhã do procedimento deve ser ½ da dose habitual ● Em pcts em uso de insulina de ação longa a dose noturna deve ser 30-50% da dose habitual ● Em procedimentos de curta duração o controle glicêmico pode ser feito com uso de insulina regular subcutanea de acordo com glicemia capilar ● Com pct em jejum iniciar infusão de soro glicosado 5% monitorando sua glicemia capilar de hora em hora durante cirurgia → manter entre 100 e 200 mg/dl ● Em caso de cirurgia mais longa ou jejum longo no pós as doses de insulina devem ser avaliadas e até mesmo suspensas → recomendação de infusão contínua de glicose e insulina regular, de forma a ajustar de acordo com a glicemia capilar AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA ● Hb <6 g/dl → transfusão ● Hb 6-10 g/dl → avaliar > 30% de volemia ● Hb >10 → não realizar transfusão ● Coagulograma: em casos de coagulopatias, perda grande esperada ou perda grande catastrófica ● Trombocitopenia: <100.000 impede a realização de cirurgias oftalmológicas e neurológicas. E em casos de contagem menor que 50.000 há impedimento de realização de qualquer procedimento PROFILAXIA DO TROMBOEMBOLISMO E em casos de pacientes já submetidos a anticoagulação plena, o que fazer? ● Interrupção de anticoagulante oral ● Iniciar heparina profilática ● Cumarínico deve ser suspenso em cerca de 5 dias antes com INR <1,5 para liberação de risco cirúrgico → ANTES DA ALTA OS NÍVEIS DE ANTICOAGULAÇÃO DEVEM SER IDEAIS ● No pré interromper anticoagulante oral e substituir por heparina em dose de anticoagulante enquanto INR subterapêutico ● Seguir com anticoagulante oral mantendo INR inferior a faixa terapêutica PROFILAXIA COM ANTIBIÓTICO ● Direcionada ao patógenos mais encontrados em cada local de cirurgia ● Aplicação dentro dos 60 min antes da incisão ● OBJETIVO: evitar infecção de ferida operatória ● Não há necessidade de prolongar além do tempo do procedimento, porém se houver, não passar das 24h após CIRURGIAS LIMPAS (classe I) CIRURGIAS CIRURGIAS SUJAS (classe IV) LIMPAS-CONTAMINADAS E CONTAMINADAS (classe II e III) Profilaxia não obrigatória (SÓ OBRIGATÓRIA EM CASOS DE COLOCAÇÃO DE PRÓTESES, INCISÕES ÓSSEAS E PROCEDIMENTOS EM QUE HAJA PROCESSO INFECCIOSO CATASTRÓFICO PARA PACIENTES) Profilaxia obrigatória. Profilaxia obrigatória Possível necessidade de continuação de administração de atbs para tratamento de infecções. ● Procedimentos em partes moles, gastroduodenais, e hepatobiliares: uso de cefalosporina de primeira geração (cocos Gram+ principalmente S. aureus) ● Procedimentos em íleo terminal, cólon e reto: uso de cefalosporina de segunda geração ou cefalosporina de primeira geração + metronidazol (cobertura para Gram - e anaeróbios) ● PROFILAXIA NÃO INDICADA: traqueostomia ou IOT, pcts com cateteres urinários, acesso venoso central, drenagem torácica, biópsia pleural, feridas abertas e queimaduras. AVALIAÇÃO E SUSPENSÃO MEDICAMENTOSA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ● Uso da avaliação subjetiva global (ASG): bem nutrido ou moderadamente (suspeita de ser) desnutrido ou gravemente desnutrido ● IMC ● Ocorrência de perda não intencional de 10-15% do peso corporal nos últimos 6 meses OU perda > 5% em um mês ● Reduziu massa muscular, perdeu força muscular e depleção dos estoques de gordura ● Albumina <3 g/dl fator de mau prognóstico (detecção e quantificação de desnutrição) ● Transferrina sérica é mais sensível GASTO ENERGÉTICO ● Equações de harris benedict para GMB ● Os pacientes cirúrgicos enfrentam distúrbios fisiológicos e estresses deve-se multiplicar por um fator de estresse:- Cirurgias eletivas pequenas e grandes: 1,1 e 1,2 respectivamente - Traumas: 1,35 - Para infecção leve, moderada e grave: 1,1; 1,5 e 1,8 respectivamente INDICAÇÕES DE TERAPIA DE SUPORTE NUTRICIONAL ● Pct com histórico de doença crônica ou desnutrição ● Ocorrência de perda não intencional de 10-15% do peso corporal nos últimos 6 meses OU perda > 5% em um mês ● Ocorrência de perda sanguínea esperada >500 ml durante a cirurgia ● Albumina sérica <3,0 g/dl ou transferrina <200 mg/dl na ausência de estado inflamatório, disfunção hepática ou renal ● Pacientes que não vão ter capacidade de suprimento necessidade calórica ● Pcts com doenças catabólicas (queimadura, trauma significativo, sepse e pancreatite) ● Se o procedimento puder ser adiado se indica 10-14 dias de suporte nutricional no pré-operatório ● Para doenças benignas e cirurgias eletivas: período de terapia nutricional de até 3 semanas ● Para doenças malignas: período de terapia nutricional de 10-14 dias no pré-operatório
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