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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Cassio Marcos Vilicev
Colaboradoras: Profa. Raquel Machado Cavalca Coutinho
 Profa. Christiane Mazur Doi
Anatomia
null
Importante 
Professor conteudista: Cassio Marcos Vilicev
É graduado em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes e em Fisioterapia pela Universidade 
Bandeirante de São Paulo. É doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de 
São Paulo – USP e mestre em Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da mesma universidade. Possui 
especialização em Educação a Distância pela Universidade Paulista – UNIP e em Didática do Ensino Superior pela 
Universidade Sant’Anna (1999). Atualmente, cursa Formação Pedagógica em História na UNIP (EaD).
Foi professor de Educação Física em escolas e clubes desportivos de São Paulo e no curso de graduação em 
Educação Física e Enfermagem do Centro Universitário Santa Rita. Atualmente, é professor titular da UNIP nos cursos 
de Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Biomedicina e Educação Física e de pós-graduação na Santa Casa de 
Misericórdia de São Paulo.
Foi consultor na elaboração de questões para o Serviço Nacional do Transporte (Sest) e para o Serviço Nacional de 
Aprendizagem do Transporte (Senat), e consultor de Educação Física na Empresa EGaion.
Publicou trabalhos em diversas áreas das Ciências Biomédicas, como Anatomia dos Sistemas: Educação Física; 
Anatomia dos Sistemas: Enfermagem, entre outros.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
U512.35 – 21
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
V711a Vilicev, Cassio Marcos.
Anatomia. / Cassio Marcos Vilicev. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
320 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Sistema vascular. 2. Sistema muscular. 3. Sistema respiratório. 
I. Título.
CDU 611
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Giovanna Oliveira
 Ricardo Duarte Marques
Sumário
Anatomia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 HISTÓRIA DA ANATOMIA.............................................................................................................................. 13
1.1 Período pré-científico ......................................................................................................................... 14
1.2 Período científico ................................................................................................................................. 15
1.2.1 Mesopotâmia e Egito ............................................................................................................................ 15
1.2.2 Grécia Antiga ............................................................................................................................................ 16
1.2.3 Roma ............................................................................................................................................................ 22
1.2.4 A contribuição do povo árabe ........................................................................................................... 26
1.2.5 O Renascimento ...................................................................................................................................... 28
1.2.6 As ciências contemporâneas .............................................................................................................. 34
2 BASES GERAIS DA ANATOMIA ................................................................................................................... 37
2.1 Divisão da anatomia: estudos ......................................................................................................... 38
2.1.1 Anatomia macroscópica ...................................................................................................................... 38
2.1.2 Anatomia microscópica ........................................................................................................................ 38
2.1.3 Anatomia artística .................................................................................................................................. 39
2.1.4 Anatomia comparativa ......................................................................................................................... 39
2.1.5 Anatomia do desenvolvimento ou embriologia ......................................................................... 40
2.1.6 Anatomia nepiológica ou nepionatomia ...................................................................................... 41
2.1.7 Anatomia do adulto ............................................................................................................................... 41
2.1.8 Anatomia gerontológica ...................................................................................................................... 41
2.1.9 Anatomia radiológica ............................................................................................................................ 41
2.1.10 Anatomia de superfície ...................................................................................................................... 43
2.2 Anatomia sistêmica e topográfica ................................................................................................ 43
2.2.1 Anatomia sistêmica................................................................................................................................ 43
2.2.2 Anatomia topográfica ........................................................................................................................... 46
2.3 Terminologia anatômica .................................................................................................................... 47
2.4 Conceito de normal e variações anatômicas ............................................................................ 48
2.4.1 Fatores gerais de variação anatômica ............................................................................................ 49
2.5 Anomalias ................................................................................................................................................ 57
2.6 Monstruosidade .................................................................................................................................... 62
2.7 Divisão do organismo humano ....................................................................................................... 63
2.8 Posição anatômica ............................................................................................................................... 64
2.9 Planos de delimitação do organismo humano ........................................................................65
2.10 Planos de secção do organismo humano ................................................................................ 66
2.11 Termos de posição e direção .......................................................................................................... 69
2.12 Cavidades corporais .......................................................................................................................... 71
2.13 Princípios gerais de construção do organismo humano ................................................... 72
2.13.1 Antimeria ................................................................................................................................................. 72
2.13.2 Metameria ............................................................................................................................................... 73
2.13.3 Paquimeria .............................................................................................................................................. 74
2.13.4 Segmentação ......................................................................................................................................... 74
2.13.5 Estratimeria ou estratificação ......................................................................................................... 75
3 GENERALIDADES DO ESQUELETO E DOS OSSOS................................................................................. 76
3.1 Os principais papéis do esqueleto e dos ossos ......................................................................... 79
3.2 Arquitetura óssea ................................................................................................................................. 83
3.3 O periósteo e o endósteo .................................................................................................................. 85
3.4 Vascularização óssea ........................................................................................................................... 85
3.5 Inervação óssea ..................................................................................................................................... 86
3.6 Morfologia óssea .................................................................................................................................. 86
3.7 Características anatômicas de superfície dos ossos ............................................................... 92
3.8 Fatores de variação anatômica no número de ossos ............................................................ 96
4 ESTUDO DO ESQUELETO ............................................................................................................................... 97
4.1 Esqueleto da cabeça ............................................................................................................................ 99
4.2 Ossos do neurocrânio .......................................................................................................................101
4.3 Ossos da face ........................................................................................................................................101
4.4 Ossos do esqueleto da cabeça em conjunto ...........................................................................103
4.4.1 O esqueleto da cabeça do recém-nascido ..................................................................................103
4.4.2 O esqueleto da cabeça dos indivíduos senis ..............................................................................105
4.4.3 O esqueleto da cabeça e o dimorfismo sexual..........................................................................105
4.4.4 Esqueleto do pescoço ..........................................................................................................................107
4.4.5 Esqueleto do tronco .............................................................................................................................107
4.4.6 Esterno ......................................................................................................................................................108
4.4.7 Costelas .....................................................................................................................................................109
4.4.8 Coluna vertebral .....................................................................................................................................111
4.4.9 Cintura escapular .................................................................................................................................. 117
4.4.10 Membro superior ................................................................................................................................ 118
4.4.11 Cintura pélvica .....................................................................................................................................121
4.4.12 Membro inferior................................................................................................................................. 124
Unidade II
5 SISTEMA CARDIOVASCULAR .....................................................................................................................138
5.1 O coração ...............................................................................................................................................142
5.1.1 Volumes e pesos do coração ........................................................................................................... 144
5.1.2 Localização do coração ..................................................................................................................... 145
5.1.3 Limites do coração .............................................................................................................................. 146
5.1.4 Configuração externa do coração ................................................................................................. 147
5.1.5 Configuração interna do coração ................................................................................................. 150
5.2 Tipos de circulação do sangue ......................................................................................................159
5.2.1 Circulação sistêmica e pulmonar .................................................................................................. 159
5.2.2 Circulação portal ...................................................................................................................................161
5.2.3 Circulação cardíaca ............................................................................................................................. 162
5.2.4 Circulação fetal ..................................................................................................................................... 164
5.2.5 Circulação colateral ............................................................................................................................ 165
5.3 Aparelho valvar do coração ...........................................................................................................165
5.4 Esqueleto fibroso do coração ........................................................................................................169
5.5 Microanatomia ....................................................................................................................................169
5.6 Pericárdio ...............................................................................................................................................170
5.7 Complexo estimulador do coração .............................................................................................172
5.8 Os vasos de sangue e linfáticos ....................................................................................................173
5.8.1 Circuito sistêmico ................................................................................................................................179
5.8.2 Aorta e seus ramos .............................................................................................................................. 179
5.8.3 Tronco pulmonar .................................................................................................................................. 186
5.9 Irrigação da cabeça e do pescoço................................................................................................186
5.10 Irrigação dos membros superiores ............................................................................................188
5.11 Irrigação da região pélvica ...........................................................................................................191
5.12 Irrigação dos membros inferiores .............................................................................................192
5.13 Vasos linfáticos, linfonodos, ductos linfáticos e tonsilas ................................................194
6 SISTEMA RESPIRATÓRIO .............................................................................................................................195
6.1 Nariz.........................................................................................................................................................196
6.1.1 Cavidade nasal ...................................................................................................................................... 198
6.1.2 Seios paranasais ....................................................................................................................................201
6.2 Faringe ....................................................................................................................................................203
6.2.1 Dimensões ............................................................................................................................................... 203
6.2.2 Cavidades da faringe .......................................................................................................................... 204
6.2.3 Parte nasal da faringe ........................................................................................................................ 204
6.2.4 Parte oral da faringe ........................................................................................................................... 205
6.2.5 Parte laríngea da faringe .................................................................................................................. 206
6.2.6 Músculos da faringe ............................................................................................................................207
6.3 Laringe ....................................................................................................................................................207
6.3.1 Papéis da laringe .................................................................................................................................. 208
6.3.2 Esqueleto da laringe ........................................................................................................................... 209
6.4 Traqueia ..................................................................................................................................................215
6.5 Brônquios ..............................................................................................................................................219
6.6 Pulmões ..................................................................................................................................................220
6.7 Segmentação broncopulmonar ....................................................................................................222
6.8 Pleura ......................................................................................................................................................222
Unidade III
7 SISTEMA DIGESTÓRIO ..................................................................................................................................233
7.1 Parte supradiafragmática ................................................................................................................233
7.1.1 A boca e os anexos .............................................................................................................................. 234
7.1.2 A faringe .................................................................................................................................................. 246
7.1.3 O esôfago ................................................................................................................................................ 246
7.2 Parte infradiafragmática .................................................................................................................249
7.2.1 O estômago ............................................................................................................................................ 249
7.2.2 O intestino delgado............................................................................................................................. 252
7.2.3 O intestino grosso ................................................................................................................................ 255
7.2.4 O reto e o ânus ..................................................................................................................................... 259
7.2.5 Glândulas anexas ................................................................................................................................. 260
8 APARELHO LOCOMOTOR ............................................................................................................................268
8.1 Sinartroses e anfiartroses ................................................................................................................268
8.2 Articulações fibrosas .........................................................................................................................269
8.2.1 Suturas ......................................................................................................................................................270
8.2.2 Sindesmoses ............................................................................................................................................271
8.2.3 Gonfoses .................................................................................................................................................. 272
8.2.4 Esquindilese ............................................................................................................................................ 272
8.3 Articulações cartilagíneas ...............................................................................................................273
8.4 Diartroses ...............................................................................................................................................275
8.5 Generalidades dos músculos .........................................................................................................280
8.5.1 Tipos de músculos.................................................................................................................................281
8.5.2 Papéis dos músculos ........................................................................................................................... 283
8.5.3 Componentes macroscópicos dos músculos estriados esqueléticos .............................. 283
8.5.4 Nomenclatura dos músculos estriados esqueléticos ............................................................ 287
9
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina serve de alicerce e recurso aos alunos que buscam profissões relacionadas à área da 
saúde, entre elas a enfermagem. Preparado para enriquecer os cursos que abordam anatomia humana, 
este livro-textotraz uma introdução indispensável a esse assunto. O objetivo é beneficiar as informações 
aplicadas das estruturas anatômicas do organismo humano e as noções para o aproveitamento de 
outras disciplinas básicas. Aqui são retratadas experiências práticas que permitem aos universitários 
da área da saúde a utilização de episódios referentes a situações com as quais poderão se deparar no 
exercício da profissão.
A unidade I é composta por tópicos como: introdução à morfologia, bases gerais da anatomia e 
sistema esquelético. Já a unidade II abrange os aspectos anatômicos, funcionais e clínicos do sistema 
cardiovascular e do sistema respiratório. Por fim, a unidade III direciona os estudos aos sistemas digestório, 
 articular e muscular.
Todas as unidades são acompanhadas de exemplos de aplicação, saiba mais, lembretes e 
observações, destaques que facilitam a memorização dos assuntos centrais deste livro-texto. 
As figuras também auxiliam o esclarecimento das características de cada tema, complementando 
o aprendizado.
Além disso, está presente uma revisão terminológica, relevante em um livro-texto dessa natureza, 
que compreende a versão dos epônimos mais utilizados na clínica médica, protegida tecnicamente 
pela terminologia anatômica. Há, ainda, notas explicativas e definições de palavras e expressões, o 
que facilita a compreensão do texto, mesmo para os principiantes, ainda não familiarizados com a 
terminologia da área.
A ciência moderna traz consigo um conjunto de particularidades que pode ser muito bem figurado 
no conhecimento metodológico abordado pelas ciências da natureza, tais como a ideia de neutralidade 
científica, o afastamento radical entre sujeito e objeto, a ideia de objetividade e a fragmentação do 
saber. Alguns campos de saber concentram como alicerce para seus estudos e influências as teorias 
e metodologias tanto das ciências naturais como das ciências humanas. Essa é a conjuntura atual de 
diversos cursos, que se configuram como campos multi ou interdisciplinares do saber e se distinguem 
pelo estudo e pesquisa com fins de intercessão pedagógica.
INTRODUÇÃO
Os conhecimentos anatômicos são indispensáveis para o profissional da área de saúde, que lida 
durante toda sua carreira com o corpo humano. A anatomia humana é o alicerce para a compreensão 
de conteúdos essenciais, como a fisiologia, a patologia e a clínica.
O aprendizado da anatomia envolve, na maioria das vezes, trabalho árduo, pois os alunos devem 
se habituar à terminologia anatômica, bem como às peças anatômicas, que diversas vezes não se 
assemelham aos impressos nos atlas de anatomia.
10
A anatomia humana desde sempre foi influenciada por fatores sociais, políticos, econômicos, 
religiosos e por tendências e modismos educacionais. Sua incorporação no estudo da medicina significou 
a transição de uma medicina mística, pouco precisa, para uma medicina objetiva.
Os primeiros registros do estudo e ensino de anatomia remontam à Escola de Alexandria onde, 
segundo os registros de Galeno, teriam sido efetuadas as primeiras dissecações públicas de animais e 
corpos humanos.
A etimologia da palavra “dissecar” origina-se do verbo latino disseco, are, que também se redige 
deseco, are, cujo significado é o de cortar dividindo e separando as partes. No grego é escrito aναλúστε 
e quer dizer corte, fatia, secção. O substantivo correspondente, desectio, onis traduz-se por corte, talho. 
Dissecare, como termo médico, já foi utilizado por Plínio, no século I d.C. Desectio, onis foi adaptado 
para dissección, em espanhol; dissezione, em italiano; e dissecção, em português. Os léxicos da língua 
portuguesa têm manifestado dúvida entre dissecção e dissecação. Em Gardner, Gray e Rahilly (1988, 
p. 3) lê-se: “Do ponto de vista etimológico, o termo dissecação: dis – significa separadamente e secare, 
cortar é o equivalente latino do grego anatomé”.
A história da anatomia humana, todavia, foi marcada também por estorvos, quando, após 
a queda do Império Romano, houve um avanço mínimo em seu desenvolvimento, devido à 
sobrepujança da doutrina, filosofia e prática da era autoritária que teve início com a Idade Média. 
Na primeira metade do século XVI, surgiram questões religiosas acerca da atividade de dissecar 
corpos para o aprendizado e o Papa Bonifácio VII tentou excomungar os anatomistas. Muitos 
deles chegaram a ser agredidos pela própria população, exilados ou acusados de forma injusta de 
práticas desumanas, como a de dissecar corpos ainda com vida. A dissecação humana foi proibida 
em diversos locais e quase nenhum estudo de caráter inovador ou extraordinário foi efetuado na 
área durante esse período.
As dissecações para fins de estudo sempre geraram contestações e pode-se afirmar que foi só 
a partir do século XIV que, na Europa, mais especificamente na Universidade de Bolonha, elas se 
tornaram parte do ensino médico sob os auspícios de Mondino de Luzzi. Nessa época, por influência 
do movimento escolástico, os estudos e as investigações em anatomia humana fundamentavam-se, 
especialmente, na tradução de obras e tratados anatômicos, sendo a dissecação um método de 
averiguação de dados preexistentes.
Apenas no século XVI e em pleno movimento renascentista Andreas Vesalius publicou a obra 
De Humanism Corporis Fabrica. As contribuições de Vesalius ao desenvolvimento da anatomia humana 
como ciência são inúmeras. No campo do ensino, destacou-se sua ardorosa defesa da prática sistemática 
da dissecação de animais e de seres humanos; no campo da pesquisa, a inovação de sua sugestão foi 
projetar paralelos entre as estruturas corporais humanas e animais, demonstrando as dessemelhanças 
entre elas e, por conseguinte, assinalando os deslizes da anatomia galênica, que imperava nos principais 
livros usados até então, como, por exemplo, o Anothomia, de Mondino de Luzzi.
Outro aspecto considerável da obra de Vesalius foi o uso de figuras que buscavam inserir os 
conhecimentos científicos e anatômicos em um contexto natural e social mais extenso, dando de certa 
11
maneira vida aos cadáveres representados, e alçando, assim, a figura do anatomista carrasco, até então 
considerado um personagem sombrio ligado à morte, ao patamar de profissional socialmente aceito, 
especialmente com o começo das dissecações públicas anuais, que se tornavam cada vez mais frequentes 
no âmbito europeu. O desenvolvimento da anatomia descritiva teve na figura e na obra de Vesalius 
uma época de renovação a partir da qual, paulatinamente, novas estruturas do corpo humano foram 
sendo identificadas e/ou nomeadas. Dentre seus alunos, destacaram-se Gabriel Falloppio e Fabricio 
d’Acquapendente.
A anatomia descritiva, ao final do século XVIII, já tinha buscado, identificado e descrito grande parte 
das estruturas do corpo humano, concedendo lugar, gradualmente, a outras disciplinas que viriam a 
constituir as relações entre essas estruturas, como, por exemplo, a fisiologia.
A anatomia descritiva fracassou ao mostrar-se estática, uma vez que não desvendava as relações 
entre as estruturas do corpo humano identificadas, e, seguramente, isso pode ser uma das razões 
pelas quais, no século XIX, com o surgimento da medicina experimental, a anatomia deixa parte de 
seu campo de ação para disciplinas como a fisiologia e a anatomia patológica. Isso ratificava um novo 
posicionamento epistemológico, funcionalista e experimental para os estudos modernos acerca dos 
condicionantes do estado normal e patológico do corpo humano.
Exemplo disso é o fato de que, dentre os nomes proeminentes da anatomia do século XIX, 
sobressaíram-se William Sharpey e Henry Gray, ambos célebres por suas colaborações tanto na 
organização de algumas das edições do Quain’s Anatomy quanto na publicação do Gray’s Anatomy, 
obras dedicadas ao avanço do conhecimento da anatomia humana por parte de médicos cirurgiões, 
cujas atividades foram estimuladas pelo aparecimento da anestesia.
Porém, a história da anatomia não está interligada só à história do ensino e do aprendizado,está 
atrelada também à história da arte. As dissecações costumavam ser eventos de cunho mais teatral do 
que letivo, podendo acontecer dentro ou fora dos terrenos das universidades, nos chamados teatros 
anatômicos, visto que a população também admirava acompanhar tais práticas. As personalidades 
locais eram até mesmo seduzidas a seguir as dissecações de cadáveres. Em geral, os cirurgiões e os 
estudantes de medicina eram obrigados a ver essas demonstrações. A apreensão era demonstrar onde se 
encontravam os órgãos, quais suas interconexões, cores, formas e texturas, ou seja, a anatomia popular.
 Lembrete
Dissecção ou dissecação significa a ação de dissecar, separar as partes 
de um corpo ou de um órgão. Utiliza-se tanto na anatomia (dissecação de 
um cadáver ou parte desse) como em uma cirurgia (dissecação de uma 
artéria ou de uma veia).
13
ANATOMIA
Unidade I
1 HISTÓRIA DA ANATOMIA
O trecho a seguir foi retirado da Oração ao cadáver desconhecido, de Carl Rokitansky, e é direcionado 
aos estudantes de anatomia humana.
Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, 
lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas, cresceu embalado 
pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou. Sorriu e 
sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi 
amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros 
que partiram. Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado 
uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus sabe. 
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. 
A humanidade que por ele passou indiferente (CAPELLI, 2016, p. 4).
A história da anatomia humana é análoga a da medicina. De fato, a preocupação com a estrutura 
do corpo humano foi estimulada pelo anseio dos profissionais da área de saúde em esclarecer uma 
disfunção orgânica do corpo. Em contrapartida, diversas religiões reprimiram o estudo da anatomia por 
meio das restrições atribuídas à dissecação humana e das evidências nas explanações não científicas 
para as doenças e fraquezas.
Durante séculos, o interesse inato dos indivíduos em seus próprios corpos e capacidades físicas 
se deparou com diversas maneiras de demonstração. Os gregos, por exemplo, estimulavam as provas 
atléticas e apregoavam a perfeição do corpo em suas esculturas, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 1 – Mirón, Discóbolo, 455 a.C., cópia em mármore 
da escultura original, em bronze, Museu Britânico
14
Unidade I
Do escultor grego Mirón, produzida em torno de 455 a.C., a obra da figura anterior representa 
um atleta momentos antes de lançar um disco. Os gregos antigos já tinham o conhecimento do nu 
artístico e apreciavam a boa forma física, logo davam destaque ao retratar a musculatura dos corpos, 
principalmente o corpo masculino
Posteriormente, muitos dos grandes mestres do Renascimento costumavam retratar na arte 
figuras humanas. Alguns destes artistas eram magníficos anatomistas, pois a apreensão deles com 
as minúcias pedia que o fossem. Michelangelo foi um desses artistas que captou o luxo da forma 
humana em esculturas como David, conforme ilustra a figura a seguir, e em pinturas como as da 
Capela Sistina. O estudo da história da anatomia nos auxilia a contemplar a ciência que se tornou tão 
importante atualmente.
Figura 2 – Michelangelo, David, 1501-1504, escultura em mármore
Disponível em: https://bit.ly/35r2gZc. Acesso em: 15 jun. 2021.
1.1 Período pré-científico
É possível que um tipo de anatomia comparada prática seja a ciência mais antiga. Os primórdios 
do conhecimento anatômico mediante elementos e inscrições datam da pré-história, então, é possível 
deduzir que já nesse período havia algumas informações anatômicas circulando. Essas informações 
foram eternizadas ao longo da história como, por exemplo, por meio de desenhos que representam 
partes da anatomia humana encontrados nas montanhas de Tassili n’Ajjer, no Saara argelino, datadas 
de aproximadamente 3000 a.C, conforme ilustra a figura a seguir.
15
ANATOMIA
Figura 3 – Pinturas rupestres
Disponível em: https://bit.ly/2SApZn2. Acesso em: 15 jun. 2021.
1.2 Período científico
O período científico se iniciou com os registros de observações anatômicas feitas na antiga 
Mesopotâmia em cerca de 3000 a.C, em blocos de argila, por meio da escrita cuneiforme, e continua 
até hoje. Obviamente, todas as colaborações do passado para a ciência da anatomia não podem ser 
especificadas, contudo, certos indivíduos e culturas tiveram grande impacto, que serão comentados 
brevemente nesta unidade.
1.2.1 Mesopotâmia e Egito
Na Mesopotâmia, o olho era a parte constituinte do corpo humano que se expressava para o mundo, 
sendo tal fato destacado nas pinturas. Em contrapartida, o tronco permanecia na posição frontal, 
enquanto a cabeça, as pernas e os pés encontravam-se de perfil. As esculturas produzidas não incluíam 
muitos detalhes anatômicos, entretanto, demonstravam um corpo sólido.
Já no Antigo Egito o progresso das técnicas de embalsamamento obrigou e motivou o estudo da 
anatomia humana. Apesar de suas carências, os médicos egípcios julgavam que o coração era o centro 
motor do corpo humano, pois descreviam que o coração falava, batia e pulsava.
 
Começo do segredo do médico: conhecimento da anatomia do coração. Há 
neles vasos (indo) a todos os membros. Quando qualquer médico da deusa 
Sekhmet [...], ou qualquer mágico coloca seus dedos na testa, na nuca, ou 
nas mãos ou sobre o próprio coração, ou sobre os dois braços, ou sobre 
as duas pernas, ou em qualquer parte do corpo humano, sente qualquer 
vestígio do coração, porque os vasos deste vão a todos os territórios do 
corpo humano (PAULA, 1962, p. 37).
16
Unidade I
Os grandes discípulos dos egípcios seriam os gregos, que se saciaram nos conhecimentos daqueles 
que habitavam as regiões do Nilo desde Hipócrates até Galeno.
Figura 4 – Deusa Sekhmet
Fonte: Paula (1962, p. 35).
1.2.2 Grécia Antiga
Para os gregos o conhecer – o espetáculo, a inteligência – tem prioridade sobre o operar – a ação, 
o prático. A propriedade básica do pensamento grego está no dualismo das relações entre a realidade 
empírica e um absoluto que a esclareça, na separação entre Deus e o mundo. O resultado desse dualismo 
é o irracionalismo, que produz sustentação à serena compreensão grega do mundo e da vida. O mundo 
real dos indivíduos depende de Deus, porém, nunca se pode chegar até Ele, porque dele não deriva. 
Deus é o absoluto racional, todavia, ele não cuida do mundo e da humanidade, a qual não criou, 
não distingue e nem governa. Para os gregos, ela era governada pelo acaso, isto é, pela necessidade 
irracional. Essa concepção de mundo era, assim, marcada pelo pessimismo desesperado, razão pela 
qual foi considerado como período trágico.
Aristóteles, conforme ilustra a figura a seguir, ao longo da vida escreveu mais de mil obras. Alguns 
de seus trabalhos mais relevantes são: História dos Animais, Das Partes dos Animais e A Geração dos 
17
ANATOMIA
Animais. Nesses trabalhos desenvolveu teorias coesas sobre a geração e a hereditariedade e sugeriu a 
anatomia comparada, embora nunca tivesse dissecado um corpo humano.
Figura 5 – Rafael Sanzio, Escola de Atenas, 1509-1510, afresco, 500 cm x 700 cm. 
O ponto central de fuga fica entre Platão e Aristóteles
Disponível em: https://bit.ly/3iKNBjw. Acesso em: 15 jun. 2021.
Conforme mencionados anteriormente, Aristóteles dá belas descrições de alguns órgãos sob o ponto 
de vista da anatomia comparada. Tais descrições foram fortuitamente ilustradas com desenhos, que são 
as primeiras figuras anatômicas de que se tem conhecimento. Dentre seus erros anatômicos merece 
destaque a sua rejeição em dar grande relevância ao cérebro. A superioridade, segundo ele, reside no 
coração, sede também da inteligência, conceito contrário ao da maioria dos médicos escritores de 
seu período.
Não é de todo incerto que Aristóteles tenhaefetuado experimentos sobre o cérebro e observado tal 
falta de sensibilidade. Assim, considerou-o simplesmente um meio para resfriar o coração e impedir seu 
superaquecimento. Segundo ele, esse processo de resfriamento era motivado pela secreção da fleuma. 
Aristóteles era, via de regra, muito mais fraco em fisiologia do que em anatomia. Portanto, não sabia 
as diferenças entre artérias e veias, e cria que as artérias contivessem ar, além de sangue. Por mais de 
2 mil anos, a filosofia aristotélica, de forma mais ou menos modificada, estabeleceu a principal referência 
intelectual da humanidade.
Segundo Galeno, foi Alcmeão de Crotona, conforme ilustra a figura a seguir, quem escreveu a 
primeira obra de anatomia. Ele dissecou a trompas auditivas, os nervos ópticos e o olho, o qual propunha 
ser feito de água (oriunda do cérebro e encontrada facilmente ao dissecá-lo) e fogo (notado quando 
o olho é ferido). Assim, sugeriu uma teoria da visão, segundo a qual existiria no olho um fogo interno.
18
Unidade I
Figura 6 – Busto de Alcmeão datado do séc. XIX
Fonte: Celesia (2012, p. 409).
 Saiba mais
Vários anatomistas imortalizaram seus nomes criando uma série de 
epônimos, ou seja, diversas estruturas anatômicas receberam denominações 
em homenagem aos primeiros anatomistas que as descreveram. Por exemplo, 
o polígono de Willis e a trompa de Eustáquio, as glândulas de Bartholin, o 
fundo de saco de Douglas e as trompas de Falópio, essas últimas sendo 
as seguintes estruturas anatômicas: as glândulas vestibulares, a escavação 
retouterina e as tubas uterinas. Leia mais informações sobre o assunto em:
BEZERRA, A. J. C.; BEZERRA, R. F. A. Epônimos de uso corrente 
em anatomia humana: um glossário para educadores físicos. Revista 
Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 8, n. 3, 2000. Disponível em: 
https://bit.ly/3wUIykR. Acesso em: 9 mar. 2019.
Alcméon considerava o cérebro a sede das sensações e o centro da vida intelectual, informações 
essas que mais tarde foram resgatadas na medicina. Todos os órgãos dos sentidos estariam ligados 
ao cérebro – o centro da memória e centro do saber. Acreditava-se também que era no cérebro que o 
espermatozoide se originava, a partir dos 14 anos de idade.
19
ANATOMIA
Hipócrates, conforme ilustra a figura a seguir, é considerado o pai da medicina ocidental, entretanto, 
na área da anatomia nada alcançou de importante, mas foi provavelmente o precursor do estudo da 
anatomia constitucional. O médico acreditava que o encéfalo não só estava compreendido nas sensações, 
mas seria a sede da inteligência. Ele foi o primeiro a estabelecer uma relação entre o cérebro e a doença 
sagrada, a epilepsia.
Figura 7 – Escultura facial de Hipócrates
Fonte: Loukas et al. (2007, p. 147).
Embora Hipócrates supostamente tinha só restrita a orientação em dissecações humanas, ele foi 
bem conduzido na afamada teoria humoral de organização do corpo. Por meio dessa teoria eram 
identificados quatro humores no corpo e cada um deles era agregado a um órgão em especial: sangue 
com o fígado; cólera, ou bile amarela, com a vesícula biliar; fleuma com os pulmões; e melancolia, ou 
bile preta, com o baço. Acreditava-se que um indivíduo teria o equilíbrio dos quatro humores.
Vale notar que os quatro humores ainda hoje fazem parte da linguagem e da clínica médica. Melancolia 
é um termo utilizado para descrever depressão ou desânimo de um indivíduo, enquanto “melano”, que 
significa preto, alude a um semblante obscuro ou pálido. Cólera é uma patologia intestinal que causa 
diarreia e vômito. Fleuma, no interior do sistema respiratório, é sinal de diversas doenças pulmonares.
20
Unidade I
Fígado Baço
Membros 
inferiores
Pulmão
Bile amarela
SIV
VESangueVD
Alma
Cabeça
Figura 8 – Esquema do sistema cardiovascular de acordo com os gregos antigos
Fonte: Bestetti, Restini e Couto (2014, p. 3).
Na figura anterior há a presença de dois vasos paralelos oriundos do fígado e do baço, 
interligados ao coração, no tórax, aos membros inferiores e à cabeça. No coração, há um poro 
no septo interventricular conectando o VD (ventrículo esquerdo) e o VE (ventrículo direito), dois 
vasos conectados ao VD, e um vaso conectado ao VE vindo dos pulmões. O VD é maior do que o 
esquerdo, ao passo que o VE é mais espesso do que o direito. O VD contém sangue, ao passo que o VE 
é preenchido com ar e bile amarela, de acordo com o Corpus Hippocraticum.
Quando Atenas perdeu sua liberdade, o centro científico passou para Alexandria, no Egito, onde pela 
primeira vez a anatomia tornou-se uma disciplina. Os dois primeiros e maiores professores dela foram 
Herófilo e Erasístrato, que iniciaram o chamado período alexandrino da anatomia.
Herófilo, conforme ilustra a figura a seguir, é visto como o “açougueiro de homens”, pois realizava 
vivissecção em criminosos da prisão real. Acredita-se que ele tenha dissecado vários seres humanos, 
muitas vezes em demonstrações públicas (“sem dúvida, o melhor método para aprender”, escreveu 
Celsius, aprovando (TERÇARIOL, 2018, p. 18). Foi ele também que fez a primeira distinção clara entre 
as artérias e as veias e ampliou os estudos sobre a pulsação, que considerava um processo ativo das 
próprias artérias.
21
ANATOMIA
Foi Herófilo definitivamente que reconheceu o cérebro como o órgão central do sistema nervoso e 
a sede da inteligência. O médico dividiu os nervos em motores e sensitivos e descreveu as meninges. 
Ampliou, ainda, o conhecimento sobre outras partes do cérebro, distinguindo o cérebro, o cerebelo e 
o quarto ventrículo. Os termos próstata e duodeno são derivados dos que foram usos por ele. Ele fez 
também a primeira descrição dos vasos quilíferos do intestino.
 Lembrete
A vivissecção é a dissecação ou operação cirúrgica em animais vivos 
para estudo de alguns fenômenos anatômicos e fisiológicos.
Figura 9 – Herófilo: a primeira dissecação, na entrada principal 
da Nouvelle Faculté de Médecine de Paris
Fonte: Schumacher (2007, p. 16).
Erasístrato atentava-se mais às funções do corpo humano do que à sua estrutura, e comumente 
é chamado de pai da fisiologia. O anatomista aperfeiçoou os dados sobre o cérebro e o cerebelo, 
considerando tais órgãos como a sede da alma. Dentre suas diversas descrições determinou a 
substância cerebral, e não a dura-máter, como sendo a origem dos nervos cranianos. Além disso, 
estabeleceu o cérebro e o cerebelo como órgãos parenquimatosos e descreveu os ventrículos 
encefálicos. Juntamente com Herófilo, determinou que o número de giros está relacionado com a 
inteligência humana. Era um racionalista e se declarava inimigo de todo misticismo. Teve, ainda, 
que usar a ideia de natureza como força externa, que molda os objetivos para os quais o corpo 
age. Erasístrato compreendeu a ação dos músculos na produção do movimento e atribuiu o 
encurtamento dos músculos à sua distensão pelo espírito animal.
22
Unidade I
Figura 10 – Jacques-Louis David, Erasístrato descobrindo a causa do mal de Antíoco, 1774, 
óleo sobre tela, 120 cm x 155 cm, Escola Nacional Superior de Belas-Artes
Entretanto, o esplendor das descobertas anatomopatológicas de Herófilo e Erasístrato caíram em 
infortúnio quando se levantou a suspeita de que escravos e condenados à morte haviam sido dissecados 
vivos, após a autorização de Ptolomeu I. Machado de Assis, no “Conto Alexandrino”, cita Herófilo na 
história de dois filósofos: Stroibus e Pítias.
 
Tinham sido escalpelados cerca de cinquenta réus, quando chegou à vez de 
Stroibus e Pítias. Vieram buscá-los; eles supuseram que era para a morte 
judiciária, e encomendaram-se aos deuses. De caminho, furtaram uns 
figos, e explicaram o caso alegando que era um impulso da fome; adiante, 
porém, subtraíram uma flauta, e essa outra ação não a puderam explicar 
satisfatoriamente. Todavia, a astúcia do larápio é infinita, e Stroibus, para 
justificar a ação, tentou extrair algumas notas do instrumento, enchendo de 
compaixão os indivíduos que os viam passar, e não ignoravam a sorteque 
iam ter. A notícia desses dois novos delitos foi narrada por Herófilo, e abalou 
a todos os seus discípulos (VILICEV, 2002).
Conta-se que Herófilo e outros anatomistas pretenderam saber se o “nervo do furto” residia na 
palma das mãos das pessoas. Pelo que se diz, Herófilo dissecou primeiro Stroibus e a seguir Pítias 
durante oito dias.
1.2.3 Roma
O interesse do Estado em Roma fundamentava-se em sua arte, que era caracterizada como sendo 
objetiva, e para a representação do poder de forma realista esculpiam-se rostos de autoridades, conforme 
23
ANATOMIA
ilustra a figura a seguir. Para que os corpos fossem mitificados e divinizados em paredes de casas era 
utilizada a pintura mural.
Figura 11 – Júlio César
Disponível em: https://bit.ly/3vtfr6L. Acesso em: 15 jun. 2021.
Em muitos aspectos, Roma incluiu os progressos científicos e as bases para a Idade Média. 
O questionamento científico perfaz a teoria pela prática durante esse período. Foram realizadas algumas 
dissecações de cadáveres humanos, tendendo mais determinar a razão da morte em casos criminais. 
A medicina não era preventiva, contudo, confinava-se, quase sem exceção, ao tratamento de soldados 
lesados em combates. Nos últimos tempos da história romana, as leis eram postas evidenciando a 
autoridade da Igreja na prática médica. De acordo com as leis romanas, por exemplo, nenhuma gestante 
morta poderia ser sepultada sem a retirada do feto do útero de maneira que ele pudesse ser batizado.
Esse é o caso da morte de Agripina, mãe de Nero, cuja história gerou um contrassenso na época pelo 
viés anti-Nero que ela apresentava. Nero arquitetou um navio, cujo fundo se abriria quando estivesse 
no mar, e Agripina foi colocada a bordo. Quando o fundo se abriu, ela caiu no mar, contudo, conseguiu 
nadar até a margem e, por isso, Nero enviou um assassino para matá-la. O imperador afirmou que ela 
havia tentado assassiná-lo e depois cometera suicídio. Suas hipotéticas palavras finais ao assassino 
quando estava prestes a matá-la foram “Ataque meu útero!”, insinuando que ela almejava ver destruída 
a primeira parte de seu corpo que tinha gerado um “filho tão abominável”, conforme ilustra a xilogravura 
de Guilherme de Lorris a seguir:
24
Unidade I
Figura 12 – O imperador Nero assistindo à dissecação de sua mãe 
Agripina, que ainda está viva e tem as mãos amarradas
Fonte: Schumacher (2007, p. 17).
Considerado o príncipe dos médicos, Galeno foi uma personagem fundamental na história da 
medicina. Como a dissecação humana era abolida na época, ele não dissecava cadáveres humanos, 
porém, os humanizava por aproximação, sendo essa talvez a causa de seus erros anatômicos.
Figura 13 – Bustos de Galeno
Fonte: Pasipoularides (2014, p. 48).
Galeno utilizava seres humanos para fazer pesquisas, observando feridas profundas ou estudando 
cadáveres de indigentes encontrados eventualmente. As principais descrições dele encontram-se nos 
campos dos sistemas nervoso, muscular e cardiovascular, bem como do esqueleto humano.
25
ANATOMIA
Figura 14 – Desenho dos ossículos da orelha (círculo branco), presente no 
livro Ossibus Doctissima et Expertissima Commentaria, de Galeno
Fonte: Dispenza et al. (2013, p. 358).
Galeno descreveu o esterno com sete peças, tanto como as costelas com as quais se articula. Detalha 
também a cartilagem tireóidea com o nome de O Chondros Thyreoides, semelhante ao escudo cretense.
Em nenhum período da história o status de um homem prevaleceu tão profundamente em uma 
ciência como o de Galeno na medicina. Suas inspirações prorrogaram-se pelos próximos 13 séculos, 
passando pela Idade Média e chegando até o século XVI, sendo que as obras de Galeno determinaram 
os princípios dos dados anatômicos.
 Observação
Era uma obrigação religiosa entre os gregos e os romanos cobrir com 
terra qualquer osso humano encontrado por casualidade. Apenas os 
condenados e os suicidas poderiam ficar sem enterro. Entre os gregos existia 
a crença de que as almas dos mortos haviam de vagar pelas margens do Rio 
Estige, o rio da imortalidade, até que seus corpos tivessem sido enterrados.
26
Unidade I
 Saiba mais
As seguintes leituras vão ampliar muito seu conhecimento sobre o 
surgimento e o desenvolvimento do estudo da anatomia:
KICKHÖFEL, E. H. P. A lição de anatomia de Andreas Vesalius e a ciência 
moderna. Scientiæ Zudia, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 389-404, 2003. Disponível 
em: https://bit.ly/3wWdIbo. Acesso em: 10 de mar. 2019.
ALVES, M. V. A medicina e a arte de representar o corpo e o mundo 
através da anatomia. In: CATÁLOGOS BNP. Arte médica e imagem do 
corpo: de Hipócrates ao final do século XVII. Lisboa: Biblioteca Nacional de 
Portugal, 2010, p. 31-50. Disponível em: https://bit.ly/3daq3RC. Acesso em: 
10 mar. 2019.
CHEREM, A. J. Medicina e arte: observações para um diálogo 
interdisciplinar. Revista Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 26-32, 2005. 
Disponível em: https://bit.ly/2T0Os52. Acesso em: 10 mar. 2019.
CHIARELLO, M. Sobre o nascimento da ciência moderna: estudo 
iconográfico das lições de anatomia de Mondino a Vesalius, Scientiæ Zudia, 
São Paulo, v. 9, n. 2, p. 291-317, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3h0p07L. 
Acesso em: 10 de mar. 2019.
1.2.4 A contribuição do povo árabe
O período entre a morte de Galeno e a primeira tradução de uma obra de material médico no 
século XI, ocorrida no Mosteiro de Monte Cassino, no sul da Itália, é o chamado de idade das trevas da 
anatomia. Crê-se que tanto o estilo de vida quanto os sentimentos nutridos pela sociedade medieval em 
relação ao corpo humano teriam reduzido a edificação de saberes que abrangeu a anatomia, a medicina 
e outras áreas do saber.
Os séculos X e XI foram marcados pelo aumento demográfico associado à expansão territorial 
empreendida pelas Cruzadas religiosas, o que possibilitou o renascimento comercial. Com a retomada 
das atividades comerciais e a instauração de espaços urbanos, as universidades se multiplicaram com 
a finalidade de acatar às necessidades de expandir o conhecimento por parte dos comerciantes no 
processo de expansão de seus negócios. Do mesmo modo, a própria maneira de organização social que 
nascia clamava por certos serviços, como aqueles relativos à jurisprudência e à medicina.
Em um clima essencialmente escolástico, o ensino das universidades comumente, assim como o 
ensino da anatomia, era abalizado nas traduções de textos árabes, como os tratados de Avicena, conforme 
ilustra a figura a seguir. Como a observação da natureza ainda era inadvertida nessa época, não existia 
instrumentação prática em anatomia.
27
ANATOMIA
Figura 15 – Estátua de Avicena
Fonte: Zarshenas e Zargaran (2015, p. 239).
Avicena organizou e sistematizou os saberes de Hipócrates e Galeno em um compêndio de medicina 
considerado uma obra majestosa e conhecido como O Cânone da Medicina. Ela foi publicada pela 
primeira vez apenas em 1492 e trata-se de uma mistura de saberes médicos islâmicos e gregos. Esse foi 
o primeiro livro médico a mostrar a reparação de tendões em um período no qual esse tratamento era 
equivocadamente contraindicado.
Figura 16 – Os três maiores professores de medicina na Antiguidade
Fonte: Assef, Castaneda e Oro (2018, p. 71).
28
Unidade I
1.2.5 O Renascimento
A fase conhecida como Renascimento foi determinada pela vida nova das ciências e teve forte 
influência nas grandes universidades europeias localizadas em Bolonha, Salerno, Pádua, Montpellier e 
Paris. Apenas no Renascimento seriam aceitos, ainda que com certa cautela e dignidade, os procedimentos 
de violação do corpo por meio de estudos de cadáveres.
Com o aumento do mérito na anatomia durante o Renascimento, a aquisição de cadáveres para a 
dissecação se tornou um problema grave. Estudantes de medicina cometiam repetidamente a invasão 
de sepulturas para saqueá-las, até que um decreto oficial foi expedido, possibilitando utilizar os 
corpos de criminosos executados como espécimes. As aulas de anatomia aconteciam em um teatroanatômico, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 17 – Vista panorâmica do teatro anatômico de Pádua
Fonte: Schumacher (2007, p. 21).
O teatro anatômico deveria ser vasto e arejado, com bancos organizados em círculos, como os do 
Coliseu romano, possibilitando a acomodação de muitos alunos sem importunar os movimentos do 
maestro, o cirurgião. O cadáver era colocado em uma mesa no centro do teatro e os instrumentos em 
outra, próxima à primeira. Os professores de anatomia pronunciavam suas aulas de cátedras um pouco 
distante de onde estava o cadáver, a frase: “Eu não devo tocá-lo com uma vara de 10 pés” possivelmente 
originou-se durante esse período em menção ao odor de um cadáver em deterioração.
29
ANATOMIA
 Saiba mais
Para saber mais sobre o teatro anatômico, leia o artigo:
ALVES, E. M. O.; TUBINO, P. Proibições das dissecações anatômicas: fato 
ou mito? Jornal Brasileiro de História da Medicina, Brasília, dez. 2017.
Do século XIII ao início do século XVI, os progressos no conhecimento anatômico foram morosos, 
fundamentados na contínua revisão e extensão de tratados preexistentes. A anatomia macroscópica 
foi privilegiada nessa época, contudo, para seu desenvolvimento foi imprescindível o aperfeiçoamento 
das técnicas de observação, dissecação, descrição, ilustração e o gradual refinamento terminológico, 
processo para o qual Mondino de Luzzi, conforme ilustra a figura a seguir, é considerado o precursor.
Figura 18 – Xilogravura da aula de anatomia de Mondino
Fonte: Schumacher (2007, p. 19).
30
Unidade I
Do século XIII ao século XVI, o desenvolvimento da anatomia concentrou-se no cenário italiano 
e ampliou-se para outros países, em agravo do decreto pontifício propagado em 1300. Sua inserção 
enquanto disciplina nas universidades foi regularizada também pelo refinamento das formas de 
representação das estruturas corporais concebidas pelo processo de ilustração do corpo, o que se tornou 
possível devido à influência do naturalismo na arte italiana.
Assim, artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo estavam entre os primeiros a efetuar o 
estudo científico da anatomia humana, devido ao interesse na forma humana. Além disso, a invenção 
da impressão tornou os livros facilmente acessíveis e as ilustrações necessárias para anatomia poderiam 
naquele momento ser mais facilmente reproduzidas e distribuídas.
A escrita invertida é uma característica das observações de Leonardo da Vinci em seus desenhos. 
Canhoto, da Vinci produziu centenas de desenhos anatômicos feitos a partir de dissecações. Suas 
contribuições, do ponto de vista anatômico, só podem ser elencadas retrospectivamente, mas a precisão 
e a objetividade de suas ilustrações inspiram, ainda hoje, a construção de novos esquemas anatômicos.
Ele ponderou o homem como sendo o centro do universo, distendendo a figura humana em duas 
formas geométricas, uma em relação ao quadrado e a outra em relação ao círculo, sendo que a unidade 
melodiosa seria dada pelo conjunto. Seu ponto de partida foram os escritos do arquiteto e do engenheiro 
militar Marco Vitrúvio, o qual constituíra no século I a.C. a doutrina que relacionava a proporcionalidade 
da soberba arquitetura com as do homem de boa adequação, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 19 – Leonardo Da Vinci, O homem vitruviano, 1490, 
lápis e tinta sobre papel, 34 cm x 24 cm
Fonte: Cherem (2005, p. 28).
Uma das mais apreciadas imagens plásticas do Renascimento, pintada na Capela Sistina por 
Michelangelo entre 1508 e 1512, se apresenta na A Criação de Adão, reproduzida a seguir. Nesse 
afresco, observamos que os membros superiores são simétricos e têm uma composição muito 
semelhante, fazendo referência à passagem bíblica “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança” 
31
ANATOMIA
(Gênesis, 1.27). De tal modo, por meio dessa simetria, Michelangelo insere um equilíbrio entre os dois 
lados do afresco, entre a figura divina e a humana.
Figura 20 – Michelangelo, A criação de Adão, detalhe da Capela Sistina
Disponível em: https://bit.ly/3gsTgct. Acesso em: 15 jun. 2021.
 Saiba mais
Em meio aos afrescos que pintou no teto da Capela Sistina, 
Michelangelo espalhou imagens de ossos, nervos, músculos, vísceras, 
artérias e órgãos humanos que ficaram escondidos desde 1512 até concluir 
o trabalho encomendado pelo Papa Júlio II. Para saber mais sobre o 
assunto, leia o estudo de dois pesquisadores da Unicamp que conseguiram 
identificar e decifrar um código criado por Michelangelo para revelar as 
peças anatômicas pintadas de forma mascarada nas imagens principais.
LEVY, C. Pesquisadores dissecam lição de anatomia de Michelangelo. 
Jornal da Unicamp, Campinas, n. 256, p. 12, 2004. Disponível em: 
https://bit.ly/3vREdgR. Acesso em: 10 de mar. 2019.
Na história da anatomia, o século XVI mostra-se relevante por conta da obra do anatomista 
Andreas Vesalius, considerado o pai da anatomia. No cenário italiano, Vesalius revelou-se um ferrenho 
defensor da técnica da dissecação, que considerava como a única forma de conhecer realmente o corpo 
humano. O intuito de sua obra era, a partir da dissecação sistemática de cadáveres, abandonar o caráter 
revisionista que prevalecia nas investigações anatômicas. Seu estudo intitulado De Humani Corporis 
Fabrica foi concluído em 1543, conforme ilustram as figuras a seguir. O impacto que isso causou se 
deveu tanto ao nível de apuração dos detalhes anatômicos compreendidos por suas ilustrações quanto 
32
Unidade I
pela veia artística de sua obra, de caráter tipicamente renascentista, acrescida de influências galênicas, 
naturalistas e escolásticas.
Figura 21 – Vesalius, ilustrações do livro De Humani Corporis Fabrica
Fonte: Hildebrand (1996, p. 379).
33
ANATOMIA
O grande valor das práticas e das informações preconizadas por Vesalius prosseguiram no século 
seguinte, sendo que seus estudos ganharam evidência em telas, como, por exemplo, em Lição de Anatomia 
do Dr. Tulp, pintada por Rembrandt em 1632:
Figura 22 – Rembrandt, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632, 
óleo sobre tela, 169,5 cm x 216,5 cm
Disponível em: https://bit.ly/3zB2vPo. Acesso em: 15 jun. 2021.
Nessa obra, o cadáver é o de Adriaen Adriaansz, conhecido como o Garoto, um deficiente mental, 
com grave dismorfismo corporal, com medidas de quase um anão, que após roubar várias vezes foi 
enforcado. Personagens ilustres assistiram à dissecação do cadáver de Adriaen, como o anatomista 
amador e filósofo René Descartes e o médico inglês Thomas Brown. Reconhecendo que os artistas 
pós-renascentistas já não recorriam às dissecações, embora reconhecessem a importância de tais 
conhecimentos, é valido enfatizar que essa aula com sete alunos anatomistas se trata apenas de uma 
demonstração. Portanto, não ocorreu de fato uma dissecação anatômica e, ainda, a tela contém alguns 
erros anatômicos, como os descritos a seguir:
• O comprimento do membro superior esquerdo é bem maior do que o direito.
• Os músculos flexores superficiais do antebraço estão originando erradamente do epicôndilo lateral 
ao invés do epicôndilo medial, o que sugere o desconhecimento de Rembrandt sobre anatomia, 
conforme ilustra a figura a seguir.
• No raio X da pintura, inicialmente a mão direita do cadáver não tinha dedos. Rembrandt pintou-a 
posteriormente com base na mão de outra pessoa. Entretanto, consiste em uma mão delicada, 
com unhas bem cortadas, nada lembrando a de um ladrão.
34
Unidade I
Figura 23 – Detalhe dos tendões bifurcados dos músculos flexores superficial e profundo dos dedos
Disponível em: https://bit.ly/3xyZyx4. Acesso em: 15 jun. 2021.
 Saiba mais
Conheça melhor a história que inspirou o quadro de Rembrandt, lendo:
SIEGAL, N. A lição de anatomia. São Paulo: Rocco, 2017.
1.2.6 As ciências contemporâneas
As contribuições para a ciência anatômica durante o século XX não foram tão magníficas quanto 
eram no período em que pouco se sabia sobre a estrutura do corpo humano. O estudo da anatomia foi 
se aperfeiçoando cada vez mais por meio dasespecializações e as pesquisas foram se tornando cada vez 
mais detalhadas e complexas.
Podemos afirmar que, infelizmente, um ponto negativo do estudo da anatomia ocorreu durante 
o período da Segunda Guerra Mundial, quando as polêmicas bioéticas abrangendo as experiências 
com seres humanos tomavam corpo com o processo de Nuremberg. Durante o julgamento muitos 
anatomistas alemães foram denunciados por utilizarem corpos de vítimas do holocausto para as 
pesquisas anatômicas, assim como foram realizadas diversas acusações da presença da suástica nazista 
nas páginas de alguns atlas anatômicos do período.
Joseph Mengele talvez tenha sido o cientista mais carniceiro de Hitler, seus experimentos custaram 
a vida de cerca de 400 mil pessoas em Auschwitz. Mengele injetou tinta azul em olhos de crianças, uniu 
as veias de gêmeos, amputou membros de prisioneiros e dissecou anões vivos em seu laboratório.
35
ANATOMIA
“Sou, sem dúvida, o único que conhece por completo a fisiologia humana, porque faço experiências 
em homens e não em ratos” (MORAIS, 2011, p. 6). Isso era o que proferia com ar de orgulho Sigmund 
Rascher, responsável pelo campo de concentração de Dachau. Lá, ele se utilizava de cobaias humanas 
vivas para seus experimentos.
Já o médico da renomada Universidade de Estrasburgo, August Hirt, utilizou cerca de oitenta corpos 
em estudos anatômicos para determinação da superioridade do povo ariano.
Para muitos especialistas em anatomia o Atlas Pernkopf, conforme ilustra a figura a seguir, 
produzido com base na dissecação de corpos de aproximadamente 1500 prisioneiros, é o melhor 
trabalho ilustrado sobre anatomia humana já efetuado na história. Para outros, trata-se de um 
livro questionável e póstumo que, ao lado de suásticas, traz a seguinte frase: “feliz conjunção de 
ilustradores brilhantes e corpos de criminosos executados” (REZENDE, 2019).
Figura 24 – Atlas Pernkopf
Fonte: Pernkopf (1979, capa).
A partir de 1977, uma nova técnica de preparação de peças anatômicas foi elaborada. Essa descoberta 
foi realizada pelo médico e professor da Universidade de Heidelberg na Alemanha, Gunther von Hagens, o 
qual se intitula “Vesalius do século XXI”, que inventou e desenvolveu o processo de plastinação, conforme 
ilustra a figura a seguir, uma maneira moderna de mumificação, fazendo com que os cadáveres tenham 
uma elevada resistência.
A plastinação é outro aspecto que envolve polêmicas bioéticas, em que espécimes inodoros, secos e 
quase eternos estão sendo vastamente utilizados como modelos de anatomia em exposições e faculdades 
de medicina. Milhares de pessoas já testemunharam corpos dissecados em uma das exposições de 
anatomia pelo mundo e o novo mercado on-line de espécimes humanos plastinados está aumentando.
36
Unidade I
Figura 25 – Cadáver plastinado, musculatura e pele
Fonte: Andreoli et al. (2012, p. 84).
A anatomia humana sempre será uma ciência relevante, não só porque aperfeiçoa o entendimento 
do funcionamento do corpo humano, mas também por ser fundamental no diagnóstico clínico e no 
tratamento das doenças. A anatomia humana já não é mais restrita à observação e à descrição das 
estruturas isoladas, ela se ampliou para compreender as complexidades de como o corpo humano age 
como um todo integrado. A ciência da anatomia é dinâmica e permanecerá ativa porque os dois aspectos 
do corpo humano – estrutura e função – são inseparáveis.
 Saiba mais
Para conhecer as novas técnicas de preservação de peças anatômicas, 
acesse:
ANDREOLI, A. T. et al. O aprimoramento de técnicas de conservação de 
peças anatômicas: a técnica inovadora de plastinação. Revista EPeQ/Fafibe, 
Bebedouro, n. 4, p. 81-85, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3zBECXM. 
Acesso em: 10 mar. 2019.
KIM, J. H. Exposição de corpos humanos: o uso de cadáveres como 
entretenimento e mercadoria. Mana, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 309-348, 
2012. Disponível em: https://bit.ly/3wHjmhv. Acesso em: 10 mar. 2019.
37
ANATOMIA
Compreenda melhor os precursores da medicina lendo:
GORDON, R. A assustadora história da medicina. Rio de Janeiro: 
Ediouro, 1996.
Para saber mais sobre a história da anatomia e conhecer o Museu de 
Anatomia UFCSPA, consulte:
UFCSPA. Uma breve história da anatomia humana. Porto Alegre: UFCSPA, 
[s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3vBXsLq. Acesso em: 10 de mar. 2019.
2 BASES GERAIS DA ANATOMIA
A anatomia humana é considerada a disciplina mais antiga da medicina, tanto que no começo 
ambas se confundiam. Pelo menos no princípio era possível saber anatomia, ou pelo menos ter alguns 
conhecimentos anatômicos, para poder praticar a medicina. Desde aquela época começou a ser oportuno 
o pensamento nulla medicina sine anatomia, ou seja, não há medicina sem anatomia.
Ramo seco da biologia, ciência dos mortos ou ciência dos fósseis, a anatomia morreu: esses são os 
versos cantados por aqueles que julgam desnecessário o estudo da anatomia. Para demonstrar esse mal, 
um caso pitoresco ocorreu no Brasil, quando um laureado com prêmio Nobel foi convidado a fazer 
conferências científicas e educacionais sobre atualização do currículo médico. O famoso professor, 
com toda a autoridade que um ganhador de prêmio Nobel pode ter, brindou a plateia com a seguinte 
mimosidade: “uma grande redução no currículo poderia ser feita às custas da anatomia, pois para 
conhecer a anatomia dos homens bastaria conhecer a anatomia do rato”.
A grande vantagem que ele antevia era que a dissecação de um mamífero pequeno poderia ser feita 
em três dias e não nos três anos necessários para dissecar o homem. Na discussão que se seguiu, um 
dos participantes da plateia perguntou: “Se o orador fosse acometido por uma apendicite aguda, ele 
escolheria o cirurgião que tivesse dissecado um rato, ou um que tivesse dissecado um cadáver humano?” 
O orador fez uma longa pausa e confessou honestamente que ele escolheria o cirurgião que tivesse 
estudado anatomia no homem. O professor que fizera a pergunta retomou a palavra e parabenizou o 
orador pela sua excelente escolha, acrescentando: “principalmente porque o rato não tem apêndice 
vermiforme” (DI DIO, 1998, p. 28).
A anatomia divulga as bases da forma e da estrutura do corpo humano e de seus órgãos. A forma 
descreve a morfologia externa do indivíduo, de seus membros e órgãos. A estrutura respeita a organização 
interna dos órgãos e de seus componentes nos níveis macroscópico, microscópico, submicroscópico 
e molecular; O termo “estrutura” inclui a função. A anatomia determina, ao lado da fisiologia e da 
bioquímica, a base para a profilaxia, o diagnóstico, a terapia e a reabilitação de patologias.
38
Unidade I
 Observação
Homeostase é a preservação de um ambiente interno moderadamente 
contínuo e adaptado para a sobrevivência das células e dos tecidos do 
corpo. Defeitos na preservação das circunstâncias homeostáticas indicam 
patologias. Os processos das patologias podem atingir primeiramente um 
tecido, um órgão ou um sistema específico, porém, em última instância 
conduzirão a modificações de função ou da estrutura das células do corpo. 
Algumas patologias podem ser recuperadas pelas defesas corporais, já 
outras exigem tratamento. Por exemplo, quando acontece um trauma e 
existe sangramento excessivo ou lesão de órgãos internos o tratamento 
cirúrgico pode ser indispensável para resgatar a homeostase e impossibilitar 
problemas potencialmente letais.
2.1 Divisão da anatomia: estudos
Além dos aproveitamentos na medicina e das diversas formas de estudo da anatomia, há uma leitura 
anatômica nas várias áreas da atividade humana.
2.1.1 Anatomia macroscópica
Refere-se às estruturas com dimensões maiores do que 1 milímetro, isto é, as estruturas que podem 
ser identificadas a olho nu ou com auxílio de uma lupa. A figura a seguir mostra a anatomia macroscópica 
de um cadáver conservado com técnica MAR V.
Figura 26 – Métodos do Museu de Anatomia de Rosário
Fonte: Mignaco et al. (2011, p. 29).
2.1.2 Anatomia microscópica
Parte além das estruturas analisadasa olho nu, que permite uma subdivisão mais detalhada do corpo 
humano. Visualiza estruturas com dimensões menores do que 1 milímetro. A anatomia microscópica 
39
ANATOMIA
divide-se em citologia – estudo da estrutura e função da célula – e histologia, estudo dos tecidos e 
anatomia microscópica dos órgãos.
 Lembrete
A anatomia macroscópica estuda as estruturas do corpo humano a olho 
nu, enquanto a anatomia microscópica se utiliza de equipamentos como, 
por exemplo, os microscópios.
2.1.3 Anatomia artística
A anatomia artística, que se presta ao estudo das proporções dos segmentos naturais do corpo 
humano, a configuração exterior, relacionando-a, principalmente, com ossos e músculos, estática e 
dinamicamente para finalidades de escultura e pintura. Como exemplo de anatomia artística temos a 
pintura Mona Lisa, também conhecida como Gioconda, a mais conhecida obra de Leonardo da Vinci:
Figura 27 – Leonardo da Vinci, Mona Lisa, 1503-1506, óleo sobre madeira, 77 cm x 53 cm, Museu do Louvre
Disponível em: https://bit.ly/3gN1FXd. Acesso em: 15 jun. 2021.
2.1.4 Anatomia comparativa
A anatomia comparativa compara e inclui os planos estruturais de diferentes representantes do 
reino animal e busca regras relacionadas à forma. Outra função dela é o confronto entre seres humanos 
e outros animais, com o intuito de encontrar formas homólogas, ou seja, iguais entre as espécies, e as 
heterólogas, ou seja, diferentes entre as espécies.
40
Unidade I
2.1.5 Anatomia do desenvolvimento ou embriologia
A anatomia do desenvolvimento é o estudo do conjunto de episódios que vão da fecundação de 
um ovócito secundário por um espermatozoide à formação de um organismo adulto. A gravidez é o 
conjunto de episódios que se inicia com a fertilização; prossegue durante a implantação, desenvolvimento 
embrionário e desenvolvimento fetal; e, de modo ideal, termina com o nascimento de uma criança, após 
aproximadamente entre 38 e 40 semanas depois da última menstruação. As figuras a seguir mostram os 
períodos embrionário e fetal, respectivamente.
A fecundação ou fertilização consiste no encontro dos gametas feminino e masculino, ovócito 
secundário e espermatozoide, que acontece na ampola da tuba uterina. O período embrionário 
corresponde às primeiras nove semanas a partir do dia da fertilização, aquele em que todos os órgãos e 
sistemas se formam (organogênese).
Orelha
Olho
Nariz
Membro superior
Cordão umbilical
Membro inferior
Embrião de 52 dias
Figura 28 – Período embrionário
Fonte: Tortora (2016, p. 1113).
Orelha
Olho
Nariz
Boca
Membro superiorFeto de 26 semanas
Membro inferior
Figura 29 – Período fetal
Fonte: Tortora (2016, p. 1113).
41
ANATOMIA
O período fetal inicia-se a partir da décima semana pós-fertilização e vai até o nascimento. Nessa 
fase o bebê é chamado de feto e os órgãos já constituídos sofrem um processo de crescimento e 
amadurecimento até que se apresentem em totais condições de funcionamento no final da gravidez.
 Saiba mais
Para saber mais sobre os efeitos da gestação:
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara-Koogan, 2016.
GODINHO, J. M. et al. Prevalência de desconfortos musculoesqueléticos 
no puerpério. In: CONGRESSO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA FACULDADE 
DA SERRA GAÚCHA, 2017. Anais – V Congresso de Pesquisa e Extensão 
da FSG. Caxias do Sul: Faculdade da Serra Gaúcha, 2017. Disponível em: 
https://bit.ly/3jjbejg. Acesso em: 11 mar. 2019.
2.1.6 Anatomia nepiológica ou nepionatomia
A palavra nepio ou nípio, do grego, e infans, do latim, significa “o que não fala”. Portanto, trata-se do 
estudo da anatomia da primeira infância e constitui-se de uma ligação entre o estudo da embriologia e 
o da anatomia de crianças, adolescentes e adultos jovens.
2.1.7 Anatomia do adulto
Estuda a estrutura do corpo humano após o seu completo desenvolvimento. É subdividida em masculina 
(entre 25 e 60 anos de idade) e feminina (entre 21 e 50 anos idade).
2.1.8 Anatomia gerontológica
É o estudo da morfofisiologia do indivíduo idoso (acima de 60 anos de idade). Não deve ser confundida 
a anatomia gerontológica, que corresponde ao estudo do idoso normal com a geriátrica, pois essa estuda 
o idoso doente e faz parte, portanto, da anatomia patológica.
2.1.9 Anatomia radiológica
Existem diversas técnicas e procedimentos para obter imagens do corpo humano. Vários tipos de 
imagem permitem a observação de estruturas anatômicas no interior do corpo, e são cada vez mais 
benéficas para o diagnóstico exato de um amplo espectro de distúrbios anatômicos e fisiológicos. A avó 
de todas as técnicas de imagem é a radiografia convencional (com raios X), em utilização desde o final 
da década de 1940. As tecnologias de imagem mais modernas, conforme ilustram as figuras a seguir, 
42
Unidade I
não só aperfeiçoaram a capacidade diagnóstica, mas também elevaram o conhecimento da anatomia e 
da fisiologia normais.
Figura 30 – Densitometria óssea da região lombar da coluna vertebral
Fonte: Tortora (2016, p. 21).
Figura 31 – Angiograma de um adulto apresentando obstrução da artéria coronária (seta)
Fonte: Tortora (2016, p. 21).
43
ANATOMIA
 Saiba mais
O livro a seguir oferece informações valiosas sobre anatomia seccional 
e a tecnologia clínica. Consulte-o:
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLISTSCH, R. B. Anatomia humana. 
Porto Alegre: Artmed, 2009.
2.1.10 Anatomia de superfície
A anatomia de superfície é a anatomia do indivíduo e limita a superfície do corpo humano. 
A experiência adquirida durante o estudo anatômico é aplicada aos métodos clássicos do exame clínico. 
Esse tipo de anatomia tem um papel de grande relevância nos cursos de investigação clínica.
Seus métodos clássicos de investigação clínica abrangem:
• Inspeção: eficaz para a percepção de mudanças patológicas externas que insinuem a patologia 
do paciente ou até aceitem um diagnóstico visual.
• Palpação: percepção pelo tato e que consente a avaliação de alterações estruturais ou volumétricas, 
especialmente de órgãos internos, e da sensibilidade à dor de alguma região que indica processos 
patológicos.
• Percussão: golpes leves e desferidos pelos dedos sobre a superfície do corpo provocam uma 
sonoridade na projeção dos órgãos internos. O som gerado difere, dependendo da consistência 
(conteúdo aéreo ou líquido) dos tecidos postos abaixo da pele e provê dados para a avaliação da 
posição e da projeção dos órgãos.
• Ausculta: normalmente realizada com o auxílio de um estetoscópio, que permite a percepção de 
sons originados pela respiração e pelos batimentos cardíacos e os movimentos intestinais
• Provas funcionais adicionais: executadas durante o exame do aparelho locomotor e do 
sistema nervoso.
2.2 Anatomia sistêmica e topográfica
2.2.1 Anatomia sistêmica
Para os estudantes iniciantes no estudo da anatomia humana é justificável dar ideia da construção 
do corpo dos animais, adicionando a espécie humana, comparando-a a construção de um edifício. Em 
linhas gerais, seria a simples relação entre a anatomia e a arquitetura, saindo das unidades como as 
menores partes e chegando, por sua agregação progressiva ao todo, corpo e edifício concomitantemente.
44
Unidade I
A comparação entre a construção de um animal e de um edifício inicia por suas unidades. As 
unidades de um edifício são os tijolos e as de um animal, no caso o ser humano, são as biológicas ou 
células microscópicas.
Tijolos semelhantes são arranjados de maneira a formar uma parede e células semelhantes de 
maneira a formar um tecido. Cada tecido pode ser interpretado como um conjunto de células idênticas 
para exercer a mesma função geral.
As paredes são arranjadas de maneira a compor uma sala ou um quarto e os tecidos são agrupados 
de maneira a compor um órgão. Cada órgão é interpretado como um instrumento de função, sendo 
diferenciado pela origem, sede (situação), forma, estrutura e por suas relações. Além disso, o corpo 
pode ser chamado de organismo e sua fábrica, constituídade órgãos, chamada de organização. Os 
quartos são compostos de maneira a formar um apartamento e os órgãos estão agrupados para 
estabelecer um sistema.
Cada sistema é interpretado como um conjunto de órgãos que têm as mesmas origens e estrutura, 
cujas funções especiais são unidas para a atuação de funções complexas. Os apartamentos são adjacentes 
ou verticalmente superpostos para constituir um edifício e os sistemas estão agrupados de maneira a 
formar o organismo.
 Lembrete
O estudo do organismo pode ser realizado por sistemas ou regiões.
O organismo é, assim, interpretado como uma união de sistemas (orgânicos), podendo-se concluir, 
com as devidas notas, que a vida básica é a somatória das funções dos sistemas integrados. Por 
conseguinte, a anatomia sistêmica envolve o estudo indutivo macroscópico dos sistemas orgânicos 
analisados separadamente.
Dessa forma, podemos enumerar os seguintes sistemas, do ponto de vista da anatomia sistêmica: 
o sistema esquelético, que compreende o estudo dos ossos, às cartilagens e as uniões entre os ossos 
às articulações; o sistema muscular, composto pelos músculos esqueléticos e cutâneos, tendões, 
aponeuroses, retináculo e fáscias musculares; o sistema cardiovascular, que abrange o coração, vasos 
sanguíneos, vasos linfáticos, baço, timo e linfonodos; o sistema respiratório, constituído pelos pulmões 
e as vias aéreas (faringe, laringe, traqueia e brônquios); o sistema digestório, representado pelo canal 
alimentar (boca, faringe, esôfago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus) e órgãos anexos 
(glândulas da boca, dentes, língua, fígado, vesícula biliar e pâncreas); o sistema urinário que entre seus 
constituintes estão os rins, ureteres, bexiga urinária e uretra; o sistema genital composto pela genitália 
externa (pênis e escroto) e a genitália interna (testículos, epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório, 
glândula seminal, glândulas bulbouretrais e próstata); o sistema genital feminino composto pela genitália 
externa (vulva ou pudendo) e a genitália interna (ovários, tubas uterinas, útero e vagina); o sistema 
nervoso cujos componentes são o encéfalo, medula espinal, nervos, gânglios e órgãos dos sentidos; o 
sistema tegumentar representado pelo tegumento (pele), os seus anexos (unhas, pelos e glândulas) e a 
45
ANATOMIA
tela subcutânea; os órgãos endócrinos, representados pelo conjunto de órgãos sem ductos, isto é, órgãos 
de secreção interna.
Ureter
Rim
Bexiga urinária
Tecido conectivo
Tecido muscular liso
Tecido muscular liso
Célula muscular lisa
Mitocôndrias
Núcleo
Molécula (DNA)
Átomos
Organismo
Tecido conectivo
EpitélioBexiga urinária
Parede da bexiga 
urinária
Uretra
Sistema urinário
Figura 32 – O estudo da anatomia em diferentes escalas
Fonte: Vanputte et al. (2016, p. 5).
 Saiba mais
O livro a seguir traz informações mais aprofundadas sobre os sistemas 
do corpo humano:
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara-Koogan, 2016. p. 4-7.
Os aparelhos são formados por grupos de dois ou mais sistemas com funções semelhantes. 
Assim, temos:
• aparelho osteoarticular: formado pelos sistemas esquelético e articular;
• aparelho locomotor: constituído pelos sistemas esquelético, articular e muscular;
46
Unidade I
• aparelho da nutrição: composto pelos sistemas respiratório, digestório e endócrino;
• o aparelho urogenital: que compreende os sistemas urinário e genital masculino, o aparelho 
reprodutor formado pelos sistemas genital masculino, genital feminino e tegumentar;
• aparelho neuroendócrino: constituído pelo sistema nervoso e os órgãos endócrinos;
• aparelho cardiorrespiratório: constituído pelos sistemas cardiovascular e respiratório;
• aparelho gastropulmonar: formado pelos sistemas digestório e respiratório;
• aparelho mastigador: composto pelos músculos, língua e dentes;
• aparelho lacrimal: compreende a glândula lacrimal, saco conjuntival palpebral, papila e os 
canalículos lacrimais, saco lacrimal e ducto nasolacrimal;
• aparelho neurossensorial: formado pelo sistema nervoso e os órgãos dos sentidos.
 Observação
Assim, vários aparelhos formam o organismo. O reprodutor é composto 
pelo sistema tegumentar, além dos sistemas genitais. O sistema tegumentar 
está envolvido com a reprodução, pois as mamas pertencentes a esse sistema, 
sendo que sua justificativa consiste na ejeção de leite materno, estimulado 
pela ação do hormônio ocitocina, fornecendo, assim, alimento para o bebê.
2.2.2 Anatomia topográfica
A anatomia topográfica ou regional é o estudo das características anatômicas e das relações entre 
os diversos órgãos em cada região do organismo, como, por exemplo, as regiões do crânio e da pelve.
 Saiba mais
O filme a seguir narra a história de uma viagem submarina através 
do organismo em direção ao cérebro para a realização de uma perigosa 
cirurgia. Para derrotar os seres destruidores, a equipe é miniaturizada antes 
de começar esta aventura fantástica.
VIAGEM fantástica. Direção: Richard Fleischer. EUA: Twentieth Century 
Fox, 1966. 111 min.
47
ANATOMIA
2.3 Terminologia anatômica
Ao estudar a anatomia, o aluno vai se defrontar com uma variedade de palavras novas, terminologias 
usadas para chamar as partes do organismo e dos órgãos. A terminologia anatômica, conforme ilustra a 
figura a seguir, é um documento oficial que deve ser cumprido com precisão pelos professores e alunos.
Para facilitar a descrição anatômica, podemos usar abreviaturas. As seguintes estão entre as mais 
utilizadas em anatomia:
• a.: artéria;
• fasc.: fascículo;
• lig.: ligamento;
• m.: músculo;
• n.: nervo;
• r.: ramo;
• v.: veia,
• gl.: glândula;
• aa.: artérias;
• ligg.: ligamentos;
• mm.: músculos;
• nn.: nervos;
• rr.: ramos;
• vv.: veias.
A terminologia anatômica é essencial para a saúde. Os termos são oriundos do latim ou do grego e 
são utilizados no mundo todo.
48
Unidade I
Figura 33 – A importância de um vocabulário correto
Fonte: Martini, Timmons e Tallistsch (2009, p. 47).
2.4 Conceito de normal e variações anatômicas
A observação de um mesmo órgão em indivíduos distintos mostra que apesar de morfologicamente 
semelhantes eles não são rigorosamente idênticos. Os órgãos possuem pequenas distinções entre si. 
O ponto de vista considerado normal em anatomia é a situação morfológica mais comum. Os outros 
órgãos com características um pouco distintas do mais comum, mas que funcionam bem, se chamam 
variações anatômicas. Um mesmo órgão, em cada indivíduo possui formas virtuosamente distintas. 
É necessário, então, determinar qual desses aspectos é classificado normal. Para que uma característica 
anatômica seja classificada como uma variação é preciso levar em conta determinados fatores.
Como exemplo, podemos citar a posição do coração, sendo que ele se encontra em sua maior parte 
à esquerda do plano mediano. Nesse caso, não há dano para a função.
As variações anatômicas podem ser internas ou externas. As internas evidentemente são aquelas que 
acontecem em órgãos internos, como, por exemplo, as variações na posição e no contorno do estômago 
em relação ao tipo constitucional, conforme ilustra a figura a seguir. Já as variações anatômicas externas 
são observadas externamente, como, por exemplo, ao considerarmos dois indivíduos, um alto e outro 
baixo. Percebemos que funcionalmente um indivíduo de 1,60 metros de altura tem equilíbrio para andar 
da mesma maneira que um de 1,70 metors de altura.
49
ANATOMIA
A) B) C) D)
Figura 34 – Variações na posição e no contorno do estômago em relação ao tipo constitucional
Fonte: Netter (2006, p. 275).
A forma da tonicidade do estômago, por exemplo, se altera conforme a estrutura muscular de suas 
paredes. Os tipos são:
• Estômago hipertônico: paredes musculares contraídas em tempo relativamente maior, portanto, 
a sua tonicidade é máxima. Ele é típico na maioria dos indivíduos obesos.
• Estômago ortotônico: tonicidade normal, portanto, considerado dentro da normalidade.• Estômago hipotônico: tonicidade baixa, mas não ao extremo.
• Estômago atônico: tonicidade das paredes quase nula, sendo que o estômago pode atingir até ao 
nível da pelve.
 Observação
Além das variações anatômicas conhecidas como individuais, o organismo 
possui variações pertinentes a fatores gerais de variação anatômica, como, 
por exemplo, sexo, idade, raça e biótipo.
2.4.1 Fatores gerais de variação anatômica
Os fatores gerais de variação anatômica são:
Sexo
O dimorfismo sexual é prontamente reconhecível, conforme ilustram as figuras a seguir. Além das 
características sexuais secundárias que se desenvolvem na puberdade, como, por exemplo, nas mulheres 
a presença de mamas desenvolvidas e pelo corporal escasso. Em contrapartida, nos homens existe o 
50
Unidade I
crescimento do pelo facial e os ombros sendo mais largos do que a pelve. Assim, sabemos que existem 
também as diferenças relacionadas ao fator sexo em órgãos não genitais.
Figura 35 – Sexo masculino e feminino
Fonte: Mourão Júnior e Abramov (2011, p. 6).
 Observação
O popularmente conhecido “gogó”, cujo nome correto é proeminência 
laríngea, antes denominada de pomo de Adão (homem, em hebraico) e não 
de Eva (mulher, em hebraico) porque se acreditava que ele existisse apenas 
no homem (sinal de que a maçã ficou engasgada na garganta por conta do 
pecado original). Sabe-se hoje que a proeminência laríngea é mais comum 
no homem, mas há homens (principalmente os gordos) que não a têm e há 
mulheres (magras) que a possuem.
Recorrendo à mitologia grega, Hermes era considerado o deus do atletismo e Afrodite a deusa do 
amor, do sexo e da beleza. De acordo com o mito, na Grécia teria nascido um menino extremamente 
bonito, Hermafrodito, cujo nome deriva da união de Hermes e Afrodite. O menino se transformou 
posteriormente em um ser andrógino por haver se unido à ninfa chamada de Salmácis, conforme ilustra 
a figura a seguir, representando a fusão dos dois sexos e aquele que não tem gênero definido.
51
ANATOMIA
Figura 36 – Jean Gossaert, Hermafrodito e Salmacis, 1517, óleo sobre madeira, 32,8 cm x 21,5 cm
Disponível em: https://bit.ly/3wAwhBQ. Acesso em: 15 jun. 2021.
Exames feitos na corredora sul-africana Caster Semenya durante o Mundial de Berlim em 2009 
confirmaram que a atleta é hermafrodita. A fundista não tem ovários e apresenta órgãos sexuais 
masculinos internos, que estariam produzindo uma grande quantidade de testosterona.
Figura 37 – Caster Semenya
Disponível em: https://bit.ly/3iQSl7b. Acesso em: 15 jun. 2021.
52
Unidade I
 Saiba mais
A diversidade de gênero no esporte é um tema importantíssimo. 
O artigo a seguir trabalha o assunto de modo interessante:
LAGUNA, M. Além de Tifanny, outros casos de diversidade de 
gênero no esporte. Veja on-line, São Paulo, 12 jan. 2018. Disponível em: 
https://bit.ly/3gBI7G9. Acesso em: 11 de abr. 2019.
Idade
Observam-se alterações anatômicas com o avançar da idade, nos vários períodos ou fases da vida 
intrauterina e extrauterina. As fases de vida intrauterina são: ovo, embrião e feto; na extrauterina 
os períodos principais são os seguintes: recém-nascido e período neonatal, infância, meninice, 
pré-puberdade, puberdade, pós-puberdade, virilidade, velhice e senilidade.
Em cada uma destas fases, o organismo possui aspectos próprios, como, por exemplo, a pele das 
crianças é mais fina do que a dos adultos. Portanto, sabemos que os idosos têm como características 
rugas faciais decorrentes do ressecamento geral da pele, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 38 – O envelhecimento da pele resulta em perda 
da elasticidade e aparecimento de rugas
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 127).
53
ANATOMIA
Raça
A raça (grupo étnico), em um sentido amplo, refere-se a um grupo de indivíduos que obedecem a 
uma divisão da espécie humana. Em sentido restrito, raça é um grupo de indivíduos que apresentam 
características particulares em comum devido a uma descendência. Portanto, abrangem os grandes 
grupos raciais (branco, negro e amarelo) e os seus graus de mestiçagem, responsáveis por diferenças 
morfológicas externas e internas. Os humanos são os únicos membros vivos da família dos hominídeos. 
O Homo sapiens está incluído dentro desta família, à qual pertencem todas as variedades ou grupos 
étnicos de humanos (conforme ilustra a figura a seguir).
Assim, há diferenças raciais em órgãos em todos os sistemas, além das bem conhecidas características 
morfológicas externas que diferenciam cada grupo racial. Possuem algumas características anatômicas 
diferentes entre si e próprias de cada grupo racial, como, por exemplo, as cores da pele, dos cabelos e 
dos olhos, os tipos de cabelo e nariz.
(A)
(E)
(B) (C)
(F)
(D)
Figura 39 – Principais raças humanas: A) mongoloide (Tailândia), B) caucasoide (norte da Europa), 
C) negroide (África), D) povo do subcontinente indiano (Nepal), E) capoide (boximane do Kalahari) e 
F) australoide (homem de Ngatatjara, oeste da Austrália)
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 27).
Frequentemente, estudos que usam populações são questionados quanto à homogeneidade de 
suas amostras em relação à raça e etnia. Esses questionamentos procedem, pois, a heterogeneidade 
amostral pode elevar a variabilidade dos resultados e mascará-los. Esses dois conceitos (raça e etnia) 
são confundidos inúmeras vezes, mas existem diferenças sutis entre ambos: raça engloba características 
fenotípicas, como, por exemplo, a cor da pele; etnia também compreende fatores culturais, como, por 
exemplo, a nacionalidade, a afiliação tribal, a religião, a língua e as tradições de um determinado grupo. 
Sobre a ampla utilização do termo “raça”, cresce entre os geneticistas a definição de que raça é um 
conceito social, muito mais que científico.
54
Unidade I
 Saiba mais
Para saber mais sobre a diferença entre raça e etnia:
SANTOS, S. J. R. et al. Raça versus etnia: diferenciar para melhor aplicar. 
Dental Press J. Orthod, [s.l.], v. 15, n. 3, maio/jun., 2010. Disponível em: 
https://bit.ly/3h7dhV9. Acesso em: 11 mar. 2019.
Biótipo
Essa característica refere-se ao tipo constitucional, que são subdivididos em dois tipos extremos 
constitucionais em que as diferenças anatômicas são mais óbvias: os longilíneos e brevilíneos. 
Os indivíduos longilíneos são altos, magros com pescoço longo e membros compridos em relação ao 
tronco. Já os brevilíneos são baixos, gordos com pescoço curto e membros curtos em relação ao tronco. 
Entre esses estão os indivíduos mediolíneos, que não devem ser chamados de normolíneos, porque são 
tão normais quanto os dois outros tipos.
Evolução
O ancestral da linhagem humana era seu primata das savanas que não andava bem ereto. Portanto, 
a posição bípede se tornou típica de nossos ancestrais e acabou sendo a responsável por uma série de 
características nossas mais essenciais. Além disso, entre os últimos 500 mil e 200 mil anos, nosso cérebro 
sofreu um crescimento considerável em volume. A estrutura do cérebro também vinha mudando e 
caracterizava-se por ter uma área motora e uma área da fala. Um cérebro maior parecia estar associado 
a uma crescente habilidade em utilizar as mãos e os braços e ao aparecimento de uma linguagem falada. 
Tais fatos conduziram esses indivíduos ao consumo cada vez maior de carne na alimentação. Então, é 
possível que com o decorrer do tempo os ácidos graxos encontrados na carne tenham requintado o 
cérebro e provavelmente seu funcionamento.
É por isso que os humanos são englobados junto com os macacos em um mesmo grupo zoológico, que 
é a ordem dos primatas. Porém, é evidente que nem em tudo sejam semelhantes. Assim, a comparação 
dos humanos com os chimpanzés revela que aqueles:
• São mais adaptados à vida terrestre.
• O encéfalo é três vezes maior do que um chimpanzé. Certas regiões extremamente especializadas e 
certas estruturas no interior do encéfalo são responsáveis pelas emoções, pensamentos, raciocínio, 
memória e até mesmo precisa coordenação de movimentos.
• As pernas sãomais longas e mais fortes do que os braços.
55
ANATOMIA
• A região lombar da coluna ostenta uma curvatura que desloca o centro de equilíbrio para trás, 
dessa maneira a massa corporal é posta diretamente sobre a pelve e os membros inferiores. 
A coluna dos chimpanzés, ao contrário, é reta ou curvada uniformemente.
• O ílio é largo, proporcionando uma grande área para a fixação dos músculos glúteos e dos demais 
músculos que os mantêm eretos.
• Os fêmures acompanham a linha média do corpo, de maneira que os pés ficam diretamente sob 
o centro de gravidade, melhorando o equilíbrio na vertical.
• Os dentes e maxilares são menos maciços.
• Os olhos são dirigidos para adiante, de forma que quando focaliza um objeto ele é visto sob dois 
ângulos. A visão estereoscópica dá a percepção de profundidade ou imagem tridimensional.
• O dedo polegar é estruturalmente adaptado para agarrar objetos com bastante versatilidade. 
A articulação selar da base do dedo polegar possibilita uma grande amplitude de movimentos, 
conforme ilustra a figura a seguir. Todos os primatas apresentam dedos polegares em oposição.
Aye-aye (lêmur)
Tarsier (lêmur)
Gorila
Humano
Creek
Figura 40 – O dedo polegar em oposição possibilita uma pega em pressão, característica dos primatas
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 26).
Meio ambiente
O meio ambiente em que se vive pode ser responsável, direta ou indiretamente, por diferenças 
morfológicas e, portanto, variações anatômicas, por meio do controle que pode gerar nos indivíduos. 
Essas alterações são claras quando se confrontam indivíduos que residem nas regiões equatorial, 
tropical e polar.
56
Unidade I
Biorritmos
Consiste no evento cíclico de atividades biológicas, ou seja, a alternância periódica de situações 
diversas em seres humanos e em outros animais. Um exemplo disso é a variação biológica circadiana 
circa (latim), cerca ou aproximadamente; dies, dia, é um ritmo periódico com um ciclo de cerca 
24 horas, empregado à repetição rítmica de determinados fenômenos que acontecem em seres vivos 
aproximadamente no mesmo tempo cada dia, como, por exemplo, na glândula pineal de animais.
 Observação
Em torno das 19 horas, quando a luminosidade natural do dia é reduzida, 
a retina envia uma mensagem para o hipotálamo de que escureceu. 
A mensagem chega ao ‘relógio biológico’, que fica na parte anterior do 
hipotálamo. Esse é o sinal para o relógio processar o botão de liga e desliga 
(apelidado de sleep switch, interruptor do sono, em inglês). O relógio 
comunica a glândula pineal para iniciar e liberar a produção do hormônio 
melatonina, que facilita o começo do sono. Como a produção demora cerca 
de duas horas para atingir a seu ápice, o melhor horário para ir para a 
cama é a partir das 21 horas ou 22 horas. O botão também ativa outros 
mecanismos relacionados ao acúmulo de cansaço, avisando que chegou 
o período de descansar O botão de liga e desliga do sono nada mais é do 
que um aglomerado de células chamadas sonogênicas, que se localizam 
na parte anterior do hipotálamo. Elas se conectam com outras células que 
estão na parte posterior do hipotálamo, cuja função é contrária, ou seja, 
a de manter o corpo desperto. Enviando uma mensagem química, elas 
avisam que é chegada a hora de dormir.
Gravidade
Gravitação é o fenômeno de atração entre corpos de grande massa. Os seres humanos estão 
subordinados a ela, ainda que seu controle passe, em geral, despercebido. A força da gravidade se 
cumpre pelo peso que o corpo deve suportar, como, por exemplo, quando o corpo está na posição 
vertical, ortostática ou ereta sobre as plantas dos pés; ou quando está deitado, em decúbito dorsal, sobre 
as regiões occipital, posterior do tórax, as nádegas, as regiões posteriores da coxa e poplítea, a parte 
posterior da perna e do calcanhar.
A ausência de gravidade (weightlessness) que existe nos veículos espaciais produz em astronautas, 
como já foi comprovado após viagens espaciais, alterações na arquitetura óssea, que estão sujeitas da 
falta de estímulos.
57
ANATOMIA
Esportes
A prática de exercícios físicos gera variações anatômicas que são com facilidade observadas. Elas 
podem ser elucidadas nos tenistas e nos esgrimistas, que se valem de um só membro superior, nos quais 
é possível notar sua preferência pela hipertrofia dos músculos dessa extremidade superior, gerando uma 
maior e mais clara assimetria bilateral.
Trabalho
Os movimentos executados por trabalhadores, especialmente em profissões não sedentárias, são 
responsáveis devido a sua repetição, por alterações morfológicas, mais comumente localizadas do que 
generalizadas no organismo.
2.5 Anomalias
Anomalia pode ser definida como qualquer modificação morfológica que causa danos funcionais 
ao indivíduo, mas compatível com a vida. A maioria das anomalias é congênita. Contudo, algumas 
são adquiridas por causa de patologias graves contraídas durante o desenvolvimento do indivíduo, 
ou devido ao tipo ou à natureza do trabalho desenvolvido. Como exemplo de anomalias, temos as 
do crânio, as craniossinostoses, que consistem no fechamento prematuro das suturas cranianas, entre 
elas a escafocefalia, caracterizada pelo fechamento prematuro da sutura sagital, conforme ilustra a 
figura a seguir.
Figura 41 – Escafocefalia, sinostose sagital isolada (aumento do diâmetro anteroposterior)
Fonte: Trad e Rosique (2005, p. 378).
Dentre as anomalias da face está a fissura labiopalatal ou lábio leporino, conforme ilustra a figura a 
seguir, que consiste na fissura do lábio superior semelhante ao de um coelho ou lebre. Já nas anomalias 
da coluna vertebral, se encontram a hipercifose, hiperlordose e a escoliose.
58
Unidade I
Figura 42 – Fissura labiopalatal
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 42).
Dentre as anomalias do tórax estão o tórax em funil, ou tórax de sapateiro, e o tórax em quilha, ou tipo 
peito de pombo, conforme ilustram as figuras a seguir, desenvolvido em pacientes portadores de asma.
Figura 43 – Pectus excavatum simétrico agudo
Fonte: Coelho e Guimarães (2007, p. 466).
59
ANATOMIA
Figura 44 – Pectus carinatum superior
Fonte: Coelho e Guimarães (2007, p. 466).
Os membros superiores e inferiores são acometidos por anomalias como:
• focomelia, que consiste no membro reduzido do segmento distal e implantado no tronco;
• sindactilia, condição na qual dois ou mais dedos estão fusionados conforme ilustra a figura a seguir:
Figura 45 – Sindactilia
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 189).
60
Unidade I
• polidactilia, conforme ilustra a figura a seguir, ou seja, dedos extranumerários.
Figura 46 – Polidactilia
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 189).
• tálipe ou pé torto, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 47 – Tálipe
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 189).
• anomalias no sistema nervoso, como a microcefalia, situação em que o cérebro permanece 
anormalmente pequeno.
61
ANATOMIA
 Observação
A transmissão vertical do Zika vírus (da gestante para o bebê) ainda 
é uma hipótese, pois ainda não existem indícios científicos aceitáveis 
confirmando que ele pode ser transmitido da mãe para o feto. O vírus de 
fato já foi encontrado no líquido amniótico e no encéfalo de alguns fetos, 
sugerindo a microcefalia. Provavelmente, o vírus afeta o desenvolvimento 
do sistema nervoso central a partir da vesícula encefálica primordial 
conhecida como prosencéfalo, que posteriormente vão formar o 
telencéfalo e o diencéfalo, regiões do cérebro.
Por fim, as anomalias do aparelho reprodutor estão relacionadas aos indivíduos hermafroditas, é a 
polimastia, ou seja, mamas extranumerárias e a presença de pênis duplo, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 48 – Pênis duplo
Fonte: Abouzeid et al. (2015, p. 83).
 Saiba mais
Para saber mais sobre os diferentes tipos de anomalias congênitas:
COELHO, M. S.; GUIMARÃES, P. S. F. Pectus carinatum. Jornal Brasileiro 
de Pneumologia, Brasília, v. 33, n. 4, p. 463-74, 2007. Disponível em: 
https://bit.ly/3q6BmiZ. Acesso em: 11 mar. 2019.
COELHO,M. S.; GUIMARÃES, P. S. F. Pectus excavatum: abordagem 
terapêutica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Rio de Janeiro, 
v. 34, n. 6, p. 412-427, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3qkqFJT. Acesso 
em: 11 mar. 2019.
62
Unidade I
SILVEIRA, A. R. J. et al. Talidomida: um fantasma do passado: esperança 
do futuro. Revista Virtual de Iniciação Acadêmica da UFPA, Belém, v. 1, n. 2, 
p. 1-15, 2001. Disponível em: https://bit.ly/2UcGPZz. Acesso em: 11 mar. 2019.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. Microcefalia e zika vírus: 
tudo sobre o caso que colocou o Brasil em alerta. Boletim da SBI, São Paulo, 
n. 52, p. 3-5, 2015.
TRAD, C. S.; ROSIQUE, R. G. Craniossinostoses primárias: ensaio iconográfico. 
Revista de Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 38, n. 5, p. 377-380, 2005. 
Disponível em: https://bit.ly/3iNGBT3. Acesso em: 11 mar. 2019.
2.6 Monstruosidade
Monstruosidade é uma modificação morfológica muito ampla, a ponto de causar intensas perturbações 
na construção corpórea do indivíduo, sendo em geral incompatível com a vida.
Além de doenças e hábitos deletérios, como o tabagismo e o alcoolismo, que atingem a gestação e 
os fetos, a própria medicina pode originar anomalias e monstruosidades. Exemplo típico de iatrogênese, 
ou seja, monstruosidade gerada por agentes terapêuticos, é o da talidomida. No final da década de 
1950 e no início da de 1960, na Europa ela era receitada para aliviar as náuseas matutinas de mulheres 
gestantes, especialmente as primigestas, a talidomida.
Hoje a talidomida é utilizada com sucesso para aliviar fortes dores agregadas a reações de lepra aguda. 
No entanto, a talidomida não deve ser utilizada quando a gestação estiver em curso ou for planejada.
Com o progresso atual da medicina, em especial das técnicas cirúrgicas, alguns tipos de deformações 
graves podem ser corrigidos cirurgicamente, com sobrevida do indivíduo, como, no caso dos xifópagos 
(gêmeos conectados pelo abdome, os irmãos siameses), conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 49 – Xifópagos
Fonte: Freitas (2004, p. 71).
63
ANATOMIA
Um outro exemplo de monstruosidade é a anencefalia (ausência de cérebro), conforme ilustra a 
figura a seguir, e o ciclope.
Figura 50 – Anencefalia
Fonte: Pereira-Mata (2018, p. 134).
 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto:
VIANA, R. C. Ciclopia: monstruosidade representada na literatura mitológica, 
escultura e música clássica. Medicineisart, Brasília, nov. 2010. Disponível 
em: https://bit.ly/3gF0Il2. Acesso em: 11 mar.de 2019.
E para saber mais sobre a experiência intrigante de um médico ao realizar 
uma cirurgia de grande risco de separação de gêmeos siameses, veja:
MÃOS talentosas (a história de Benjamin Carson). Direção: Thomas 
Carter. EUA: Johnson & Johnson Spotlight Presentations, 2009. 90 min.
2.7 Divisão do organismo humano
O organismo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros, conforme ilustra a figura a 
seguir. A cabeça corresponde à extremidade superior do corpo e encontra-se unida ao tronco por uma 
parte estreitada, o pescoço. No pescoço encontram-se órgãos como a laringe, a glândula tireoide, as 
glândulas paratireoides, parte da traqueia e o esôfago.
O tronco abrange o tórax e o abdome com as referentes cavidades torácica e abdominal separadas 
entre si pelo diafragma. A região do corpo entre o pescoço e o abdome é habitualmente reconhecida 
64
Unidade I
como tórax. O abdome se encontra abaixo do tórax. Centralizado na frente do abdome, o umbigo é um 
evidente ponto de reparo. A cavidade abdominal estende-se inferiormente na cavidade pélvica.
Dos membros, dois são superiores e dois inferiores. Cada um tem uma raiz, pela qual está unida ao 
tronco e uma parte livre. Na transição entre o braço e o antebraço há o cotovelo; entre o antebraço e a 
mão, o punho; entre a coxa e a perna, o joelho; entre a perna e o pé, o tornozelo.
Membros
superiores
Pescoço
Cabeça
Braço
Mão
Antebraço
Abdome
Tronco
Tórax
Membros
inferiores
Coxa
Perna
Pé
Figura 51 – Segmentos do organismo
Fonte: Lippert (2013, p. 5).
2.8 Posição anatômica
Nessa posição, o indivíduo é observado de pé e ereto, com os membros superiores caídos 
naturalmente, próximos ao corpo, de cada lado do tronco. O olhar fixo é voltado horizontalmente para 
frente, assim como as palmas das mãos com os dedos justapostos. Os membros inferiores igualmente 
65
ANATOMIA
aos superiores permanecem unidos, com os pés paralelos, e as pontas dos dedos do pé também 
voltados para frente, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 52 – Posição anatômica
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 5).
2.9 Planos de delimitação do organismo humano
Na posição anatômica o organismo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua 
superfície, os quais, com suas intersecções, geram a constituição de um sólido geométrico, um 
paralelepípedo, conforme ilustra a figura a seguir. Apresenta-se, assim, para as faces desse sólido, 
os que se seguem planos correspondentes, sendo eles dois planos verticais, um tangente ao ventre, 
plano ventral ou anterior; e outro ao dorso, plano dorsal ou posterior. Esses e outros paralelos a eles 
também são denominados como planos frontais, por serem paralelos à fronte. A denominação ventral 
e a denominação dorsal são destinadas ao tronco, enquanto a anterior e a posterior aos membros. Os 
dois planos verticais tangentes aos lados do corpo são chamados de planos laterais direito e esquerdo. 
Os dois planos horizontais, um tangente à cabeça, é chamado de plano cranial ou superior; e o outro à 
66
Unidade I
planta dos pés é chamado plano podálico (podos, pé) ou, ainda, inferior. O tronco separado é limitado 
inferiormente pelo plano que incide pelo vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio 
da cauda de outros animais. Por essa razão, é chamado caudal.
Os planos auxiliam na referência para a utilização de termos de posição e direção, ao localizar os 
órgãos e denominar suas partes.
Figura 53 – Planos de delimitação do organismo humano
Fonte: Dângelo e Fatinni (2000, p. 6-7).
2.10 Planos de secção do organismo humano
O plano que separa o organismo humano em metades direita e esquerda é chamado de plano 
mediano, conforme ilustra a figura a seguir. Todo corte do corpo produzido por planos paralelos ao 
plano mediano é uma secção sagital, ou seja, corte sagital, e os planos de secção são também chamados 
de sagitais. O nome resulta do fato de que o plano mediano incide pela sagitta (do latim seta) do 
crânio fetal.
67
ANATOMIA
Figura 54 – Plano mediano
Fonte: Dângelo e Fatinni (2000, p. 6-7).
Os planos de cortes que são paralelos aos planos ventral e dorsal são chamados frontais. Os frontais, 
conforme ilustra a figura a seguir, são planos verticais que incidem também da cabeça aos pés, porém, 
que estão em ângulos retos com o plano sagital. Mesmo que somente um deles incida perto pela 
sutura coronal do crânio, eles admitem também a designação de planos coronais. Todo corte é também 
chamado frontal ou secção frontal.
Figura 55 – Plano coronal
Fonte: Dângelo e Fatinni (2000, p. 6).
68
Unidade I
Os planos transversais ou horizontais, conforme ilustra a figura a seguir, também são planos de 
cortes que incidem transversalmente no organismo humano em ângulos retos, com ambos os planos 
sagital e frontal. O corte é chamado de transversal ou secção transversal.
Figura 56 – Plano transversal
Fonte: Dângelo e Fatinni (2000, p. 7).
 Lembrete
Para a descrição da posição anatômica e a situação dos órgãos, é necessário 
imaginar o organismo sempre em uma mesma posição (a anatômica) e 
utilizar os planos de delimitação e secção.
Para se sustentar equilibrado, o organismo humano também assume determinadas posições com 
relação aos planos anatômicos, são elas:
• Ereto: posição em pé, na vertical.
• Supino: posição em decúbito dorsal, ou seja, a região das costas para baixo e face para cima.
• Decúbito ventral: posição contrária ao supino, ou seja, a região do abdome e face parabaixo.
• Decúbito lateral: posição deitado lateralmente sobre o lado esquerdo ou direito.
69
ANATOMIA
 Saiba mais
O texto a seguir traz um conteúdo muito importante sobre o viés da 
história, arte e literatura:
WILLIAMS, H. A. Anatomias: uma história cultural do corpo humano. 
Rio de Janeiro: Record, 2016.
2.11 Termos de posição e direção
Os termos de posição e direção são utilizados para encontrar as estruturas e as regiões do organismo 
humano, concernentes à posição anatômica.
O termo proximal é a região dos membros mais próxima à raiz do membro, como, por exemplo, o 
joelho é proximal ao pé, enquanto o termo distal é a região dos membros mais distante da origem, por 
exemplo, a mão é distal ao cotovelo.
O termo anterior é aquele que está à frente de uma região ou estrutura do organismo humano, 
como, por exemplo, o umbigo está no lado anterior do corpo. Já o termo posterior refere-se ao dorso de 
uma região ou estrutura do organismo humano, como, por exemplo, os rins são órgãos posteriores em 
relação aos intestinos.
O termo superior é a região ou estrutura próxima, ou em direção à cabeça, como, por exemplo, o 
tórax é superior ao abdome. Já o termo inferior é a região ou estrutura do organismo humano localizado 
próximo ou em direção aos pés, como, por exemplo, as pernas são inferiores ao tronco.
O termo medial é a região do organismo humano ou estrutura mais próxima ao plano mediano, como, 
por exemplo, o coração é medial em relação aos pulmões. O termo lateral é a região ou estrutura do 
organismo humano mais afastado do plano mediano, como, por exemplo, as orelhas são laterais ao nariz.
Os termos interno e externo são utilizados para descrever a distância relativa de uma estrutura do 
centro de um órgão ou de uma cavidade, como, por exemplo, a artéria carótida interna é situada dentro 
da cavidade do crânio e a artéria carótida externa é situada fora da cavidade do crânio.
O termo ipsilateral refere-se ao mesmo lado do corpo, como, por exemplo, a mão e o pé esquerdos 
são ipsilaterais. O termo contralateral refere-se aos lados opostos do corpo, como, por exemplo, os músculos 
bíceps do braço esquerdo e reto femoral da coxa direita são contralaterais.
O termo superficial é usado para a estrutura localizada mais próxima à superfície corpórea, como, por 
exemplo, a pele é superficial em relação aos ossos. O termo profundo é usado para a estrutura localizada 
internamente ao corpo, longe da superfície, como, por exemplo, o músculo masseter é profundo em 
relação à pele.
70
Unidade I
O termo mediano refere-se à estrutura que coincide com o plano mediano, por exemplo, o nariz.
Veja alguns exemplos de utilização dos termos de posição e direção ilustrados nas figuras a seguir:
A
B
C
Figura 57 – Termos de posição e direção
Fonte: Dângelo e Fatinni (2000, p. 7).
Figura 58 – Termos de posição e direção
Fonte: Dângelo e Fatinni (2000, p. 7).
• As linhas azuis nas figuras representam o plano mediano.
• A estrutura representada em vermelho na primeira figura é considerada mediana, pois coincide 
com o plano mediano.
71
ANATOMIA
• A estrutura representada pela letra A na primeira figura é considerada anterior, pois está mais 
próxima ao ventre.
• A estrutura representada pela letra C na primeira figura é considerada posterior, pois está mais 
próxima ao dorso.
• A estrutura representada pela letra B na primeira figura é considerada intermédia, pois está 
situada entre as duas anteriores.
• A estrutura representada em amarelo na segunda figura é considerada medial, pois está mais 
próxima ao plano mediano.
• A estrutura representada em vermelho na segunda figura é considerada lateral, pois está mais 
distante ao plano mediano.
• A estrutura representada em rosa na segunda figura é considerada intermédia, pois está situada 
entre as duas anteriores.
2.12 Cavidades corporais
As cavidades corporais são espaços internos do corpo que alojam os órgãos ou as vísceras. No 
organismo humano há cinco cavidades:
• A cavidade do crânio situa-se no interior do crânio e abrange o encéfalo. Já o canal vertebral começa 
na base da cavidade do crânio e aloja a medula espinal. Essas duas cavidades constituem um 
espaço único contínuo.
• A cavidade torácica localiza-se no tórax, acima do diafragma, com o mediastino limitando-a em 
lados direito e esquerdo. A cavidade torácica aloja o coração, vasos de sangue, esôfago, timo, 
traqueia, brônquios e pulmões.
• A cavidade abdominal começa logo após a cavidade torácica, na parte superior do abdome. Na 
cavidade abdominal encontram-se o estômago, a maior parte do intestino, o fígado, a vesícula 
biliar, o baço, o pâncreas e os rins.
• A cavidade pélvica envolve o interior da pelve. Está situada na parte inferior do abdome e aloja 
parte do intestino, da bexiga urinária, da uretra e dos órgãos genitais internos.
• Além das grandes cavidades corporais fechadas do organismo, temos outras cavidades corporais 
menores. A maioria está na localizada cabeça e se abre para o exterior do organismo. São elas:
— Cavidade oral e digestória: habitualmente chamada de boca, abrange órgãos anexos da 
mastigação, como, por exemplo, os dentes e a língua. Ela é contínua com parte da cavidade 
dos órgãos que forma o canal alimentar, a qual se abre para o exterior no ânus.
72
Unidade I
— Cavidade nasal: situada dentro e posteriormente ao nariz. A cavidade nasal forma parte das 
vias áreas superiores do sistema respiratório.
— Cavidades orbitais no crânio: abrigam os olhos e os apresentam em uma situação anterior.
— Cavidades da orelha média: situadas no crânio e medialmente ao tímpano. Abrangem ossículos 
que conduzem vibrações sonoras para os receptores auditivos nas orelhas internas.
— Cavidades sinoviais: cavidades articulares que apresentam um líquido lubrificante que diminui 
o atrito quando os ossos se movimentam uns sobre os outros.
Cavidade 
torácica
Cavidade ventral
Cavidade 
abdominopélvica
Canal 
vertebral
Cavidade dorsal
Cavidade do 
crânio
Figura 59 – As cavidades corporais
Fonte: Springhouse Corporation (2013, p. 1).
2.13 Princípios gerais de construção do organismo humano
2.13.1 Antimeria
O plano mediano divide o organismo humano em duas partes semelhantes, uma direita e esquerda. 
Essas partes são chamadas antímeros, que são semelhantes morfológica e funcionalmente, por isso o 
organismo humano é arquitetado conforme o princípio de simetria bilateral. Dessa forma, por exemplo, 
as hemifaces de um mesmo indivíduo não são iguais, conforme ilustra a figura a seguir. As linhas 
que incidem pelas fendas palpebrais, bem como pelas comissuras labiais, não são horizontais, mas sim 
oblíquas. Além disso, a linha mediana da face não é retilínea, mas convexa para um lado ou para outro. 
73
ANATOMIA
Associando-se esses três elementos, observa-se que comumente a linha mediana da face é convexa para 
a direita e coincide com um eixo ocular oblíquo para cima e para a direita, e com um eixo bucal oblíquo 
para baixo e para a direita. Tudo isso sugere um maior desenvolvimento da metade direita da face. 
O pavilhão da orelha é, comumente, maior e mais alto à esquerda.
Figura 60 – Assimetria da face
Fonte: Freitas (2004, p. 54).
Além disso, existem diversas diferenças morfológicas externas nos indivíduos, como, por exemplo, 
no tamanho das mamas e na altura dos testículos. Internamente, as diferenças são mais claras, 
como é o caso do coração, que se apresenta mais reposicionado para a esquerda, o que se chama de 
situação levocárdica. Por outro lado, pode-se citar a posição, como se observa nos rins, sendo o direito 
rotineiramente mais baixo do que o esquerdo, devido ao fígado que preenche quase completamente do 
lado direito, enquanto o baço está posto à esquerda da linha mediana. Porém, os pulmões apresentam 
só assimetria quanto à forma e não em relação à posição.
2.13.2 Metameria
Satisfaz a superposição longitudinal de segmentos semelhantes, referidos metâmeros. No adulto, 
os exemplos clássicos de metameria são:a coluna vertebral, conforme ilustra a figura a seguir, em 
que existe a superposição de vértebras e a cavidade torácica, em que as costelas estão superpostas 
longitudinalmente, permanecendo entre elas os espaços intercostais.
74
Unidade I
Cervical
Torácica
Lombar
Sacral
Coccígea
Figura 61 – Coluna vertebral
Fonte: Martini, Timmons e Tallistsch (2009, p. 160).
2.13.3 Paquimeria
É o princípio pelo qual o segmento do organismo do indivíduo representado pela cabeça, pescoço 
e tronco são compostos esquematicamente por dois tubos, chamados de paquímeros. Existem os paquímeros 
anterior ou ventral e o posterior ou dorsal.
2.13.4 Segmentação
O princípio da segmentação ou da estrutura segmentar na construção do organismo humano é 
verificado no tipo de subdivisão dos órgãos de acordo com a distribuição dos seus vasos sanguíneos 
e linfáticos, nervos e, quando existir ductos, canais ou tubos relacionados com sua função, como, por 
exemplo, brônquios, ductos bilíferos e vias urinárias.
Figura 62 – Segmentos anátomo-cirúrgicos do fígado
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 885).
Em anatomia e cirurgia o conhecimento da segmentação possibilita retirar apenas a parte 
lesada ou patológica de um órgão. Por exemplo, o fígado pode ser considerado como a soma de 
75
ANATOMIA
oito segmentos anátomo-cirúrgicos que representam oito pequenos fígados. Em caso de processo 
patológico localizado no fígado, no qual seja recomendada uma biópsia, essa poderá ser realizada no 
segmento portal correspondente.
2.13.5 Estratimeria ou estratificação
É o princípio segundo o qual o organismo humano é construído por camadas ou estratos que se 
superpõem. Por exemplo, a pele, na qual se caracteriza a camada superficial, a epiderme e a camada 
profunda, a derme – ou também a tela subcutânea, com suas três camadas fundamentais, procedendo 
a seguir a fáscia muscular, músculos e ossos.
 Lembrete
O organismo humano é estruturado conforme determinados princípios 
que chamamos de planos gerais de construção.
A estratificação acontece também em órgãos ocos, como, por exemplo, no intestino. As paredes 
desses órgãos são formadas por camadas superpostas. No coração, o pericárdio é a camada externa, 
o miocárdio a média e o endocárdio a camada que forra internamente o coração. Por fim, no sistema 
nervoso central podemos citar a disposição das meninges e os seus respectivos espaços. Assim, teremos 
na sequência, a partir o tecido ósseo até o tecido nervoso: ossos, espaço epidural, dura-máter, espaço 
subdural, aracnoide-máter, espaço subaracnóideo, pia-máter e tecido nervoso, conforme ilustra a 
figura a seguir.
Crânio
Dura-máter
Espaço subaracnóideo
Aracnoide-máter
Córtex cerebral recoberto por 
pia-máter
Escalpo
Aponeurose epicrânica
Tecido conectivo frouxo e 
periósteo do crânio
Figura 63 – Encéfalo e meninges
Fonte: Martini, Timmons e Tallistsch (2009, p. 393).
76
Unidade I
 Saiba mais
Os textos a seguir falam sobre como eram os laboratórios de anatomia 
e as farmácias medievais, as pesquisas de decomposição do século XIX e os 
laboratórios de cirurgia plástica. Consulte-os:
ROACH, M. Curiosidade mórbida: a ciência e a vida secreta dos 
cadáveres. São Paulo: Paralela, 2015.
E para saber o que permitiu ao homo sapiens subjugar as demais espécies 
e o que o torna capaz das mais belas obras de arte, dos avanços científicos 
mais impensáveis e, infelizmente, das mais horripilantes guerras, leia:
HARARI, Y. N. Sapiens: uma breve história da humanidade. 30. ed. Porto 
Alegre: L&PM, 2017.
3 GENERALIDADES DO ESQUELETO E DOS OSSOS
Embora o corpo humano seja o resultado da interpretação de todos os sistemas, existem alguns 
deles que, devido a relações mais íntimas no desenvolvimento (embriologia), na situação (topografia), 
na função (fisiologia), e à fatores didáticos, podem ser considerados ou concentrados, caso no qual 
recebem o nome de aparelho. Podemos listar vários sistemas do ponto de vista da anatomia sistêmica, 
como o aparelho osteoarticular, formado pelos sistemas esquelético e articular, e o aparelho locomotor, 
composto por três sistemas: o esquelético, o articular e o muscular.
No aparelho locomotor, o sistema esquelético inclui os ossos, os quais dão fixação aos músculos, 
delimitam cavidades para a proteção dos órgãos nelas contidas, formam alavancas, servem como órgãos 
passivos de movimento e como hematocitopoeiticos.
Durante o Renascimento, Leonardo da Vinci despontou como um dos maiores artistas de todos 
os tempos, muito conhecido ainda hoje por suas descrições artísticas do corpo humano. Ele dissecou 
centenas de corpos para que pudesse adquirir uma compreensão da musculatura e da forma do corpo 
humano. Podem-se notar o conhecimento e a valorização expressos em seu trabalho artístico. A figura 
a seguir mostra que desde os tempos antigos até os dias hoje a apreciação da beleza da forma humana 
em movimento sempre seduziu a atenção de artistas, cientistas, profissionais da saúde e atletas.
Essa investigação sobre o movimento humano evoluiu de pura arte para um conjunto de arte e 
ciência que combinava teorias e princípios procedentes da anatomia, fisiologia, antropologia, física, 
mecânica e biomecânica.
No estudo da anatomia do aparelho locomotor o foco central está nos músculos e nos ossos 
aos quais eles se prendem. Os ossos também se conectam uns aos outros, formando as articulações. 
77
ANATOMIA
Assim, as três principais estruturas nas quais devemos nos ater à anatomia do aparelho locomotor são 
os ossos, as articulações e os músculos.
Figura 64 – A plástica na ginástica artística
Fonte: Houglum (2014, p. 4).
O esqueleto é o arcabouço resistente no qual o organismo humano está construído, conforme 
ilustram as figuras a seguir, respectivamente. Muito similar à armação de um edifício, o esqueleto 
deve ser forte o suficiente para sustentar e proteger todas as estruturas anatômicas do corpo humano. 
A estrutura esquelética ordena a forma e tamanho do corpo e pode ser influenciada pela nutrição, nível 
de exercícios físicos e hábitos posturais.
Figura 65 – Esqueleto humano, em vistas anterior e posterior, respectivamente
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 4).
78
Unidade I
No esqueleto imaturo em desenvolvimento, conforme ilustra a figura a seguir, a interferência do 
apoio de peso e forças musculares tem uma ação mais considerável na constituição do tamanho e no 
formato dos ossos do que as mesmas forças aplicadas sobre um esqueleto maduro. Por esse motivo, é 
relevante dar valor extremo aos tipos de exercícios físicos e hábitos posturais de um pré-adolescente.
Figura 66 – Esqueleto imaturo
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 10).
 Observação
Um exemplo clássico de alteração no esqueleto imaturo é a presença 
de escoliose idiopática, uma curvatura lateral da coluna vertebral, existente 
em aproximadamente 15% a 20% das meninas entre 10 e 12 anos de 
idade. Há indícios de que essa modificação se dá porque as mulheres mais 
novas passam muito tempo mantendo a massa corporal sobre os saltos 
finos. Ou por conta da postura que compreende joelhos hiperestendidos e 
lordose. É simples supor sobre prováveis causas, porém, ainda não há temas 
científicos cruciais. É sabido que o sistema esquelético é flexível, podendo 
ser modelado e formado por meio da atividade.
O esqueleto humano representa 20% da massa corpórea, ou seja, 14 quilos em um indivíduo de 
70 quilos. O sistema esquelético desempenha um papel principal e vários papéis secundários para 
cooperar com outros sistemas em papéis substanciais.
79
ANATOMIA
Os ossos são formados por diversos tecidos que agem em conjunto, como, por exemplo, o tecido 
ósseo, a cartilagem, o tecido conjuntivo denso, o epitélio, o tecido adiposo e o tecido nervoso. Por 
essa razão, cada osso do corpo é considerado um órgão. Portanto, o tecido ósseo é um tecido vivo, 
complexo e dinâmico, participando, assim, de forma contínua em um processo chamado remodelação, 
ou seja, a formação de novo tecido ósseo e a degeneraçãodo tecido ósseo antigo. Toda a estrutura dos 
ossos e suas cartilagens, juntamente com os ligamentos e os tendões, compõem o sistema esquelético. 
A seguir serão examinados os vários elementos dos ossos a fim de auxiliá-lo a compreender como eles 
se constituem e envelhecem, além disso será estudado como o exercício físico afeta a densidade e a 
resistência óssea.
 Observação
O estudo da estrutura óssea e o tratamento dos distúrbios ósseos é 
chamado osteologia.
3.1 Os principais papéis do esqueleto e dos ossos
Como visto anteriormente, o esqueleto fornece as alavancas e os eixos de rotação sobre os quais o 
sistema muscular realiza os movimentos. Assim, uma alavanca consiste em uma máquina simples que 
eleva a força ou a velocidade de movimento. Pode-se dizer que as alavancas são inicialmente os ossos 
longos do corpo humano e os eixos são as articulações nas quais os ossos se deparam, conforme ilustra 
a figura a seguir.
Figura 67 – Sistema de alavancas
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 302).
Um segundo papel relevante do esqueleto é servir de arcabouço e suporte para as partes moles 
do corpo humano. Os ossos dos membros inferiores, da pelve e da coluna vertebral suportam o corpo 
humano, utilizados para a manutenção da postura ereta. Quase todos os ossos provêm suporte para os 
músculos e apoio para os dentes.
80
Unidade I
Existem ainda outros papéis adicionais não associados exclusivamente com o movimento humano. 
Tecidos e órgãos vulneráveis são comumente protegidos por elementos do esqueleto. As costelas, 
por exemplo, protegem o coração e os pulmões, conforme ilustram as figuras a seguir, o crânio aloja 
o encéfalo, as vértebras fornecem abrigo para a medula espinal e a pelve óssea acomoda órgãos 
digestórios e genitais.
Figura 68 – As costelas protegem o coração e os pulmões (vistas anterior e posterior)
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 36).
O osso é um depósito para minerais, especialmente, de cálcio e fósforo. O cálcio é o mineral mais 
farto no corpo humano. Um indivíduo apresenta aproximadamente de 1 a 2 quilos de cálcio, dos quais 
mais de 98% estão armazenados nos ossos e nos dentes. Os minerais armazenados são liberados na 
circulação sanguínea quando há necessidade de distribuição a todas as partes do corpo humano. Ele é 
essencial para a contração muscular, para a coagulação do sangue e para a movimentação de íons por 
meio da membrana celular.
Já o fósforo é essencial para as funções dos ácidos nucleicos DNA e RNA. Na hipótese dos minerais 
não se encontrarem na alimentação em quantidades satisfatórias, eles podem ser retirados dos ossos 
até serem compensados pela própria alimentação. Na realidade, depósitos e retiradas de minerais para 
os ossos e a partir deles acontecem quase incessantemente.
81
ANATOMIA
 Lembrete
DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo 
das células de quase todos os seres vivos e que carrega toda a informação 
genética de um organismo.
RNA (ácido ribonucleico) é o responsável por sintetizar as proteínas.
Se todo o mineral fosse extraído de um osso longo, o colágeno se tornaria o principal constituinte 
e o osso ficaria excessivamente flexível. Contudo, se o colágeno é retirado do osso, os componentes 
minerais se tornariam o constituinte principal e o osso ficaria muito quebradiço, conforme ilustra a 
figura 69. O colágeno é uma proteína de relevância essencial na composição da matriz extracelular do 
tecido conjuntivo, sendo responsável por grande parte de suas propriedades físicas.
A)
B) Sem minerais C) Sem colágeno
Figura 69 – A) Osso normal; B) osso desmineralizado, no qual o colágeno é o principal componente, 
pode ser dobrado sem quebrar; C) quando o colágeno é extraído, os minerais são o principal 
componente restante, tornando o osso tão quebradiço que é facilmente destruído
Fonte: Vanputte (2016, p. 165).
Podemos descrever os ossos como órgãos hematocitopoiético, ou seja, eles realizam a produção de 
células sanguíneas por meio da medula óssea vermelha, conforme ilustram as figuras a seguir.
Estima-se que uma média de 2 milhões e meio de células sanguíneas vermelhas é produzida a cada 
segundo pela medula óssea vermelha para suprir aquelas que são excluídas e degradadas pelo fígado. 
Em uma criança, o baço e o fígado também produzem células sanguíneas. Com o passar do tempo, a 
maior parte da medula óssea vermelha transforma-se em medula óssea amarela, de maneira que no 
adulto encontra-se medula óssea vermelha apenas em alguns ossos, como, por exemplo, no esterno. Já 
a medula óssea amarela é formada basicamente de células adiposas, que armazenam triglicerídeos. Os 
triglicerídeos armazenados são reservas potenciais de energia química.
82
Unidade I
Pontos ósseos palpados facilmente através da pele
Distribuição da medula óssea vermelha
Figura 70 – Vista anterior
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 6).
Pontos ósseos palpados facilmente através da pele
Distribuição da medula óssea vermelha
Figura 71 – Vista posterior
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 7).
Por fim, existem os osteoblastos, as células responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos 
da matriz óssea, como, por exemplo, o colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. Essas células ósseas 
também estão envolvidas no metabolismo, pois secretam osteocalcina, um hormônio que influencia na 
regulação de glicemia.
83
ANATOMIA
3.2 Arquitetura óssea
Como descrito anteriormente, os ossos são peças duras e calcificadas, em número, coloração e 
formas variáveis. Apresentam matéria orgânica (um terço) e matéria inorgânica (dois terços). A matéria 
orgânica atribui elasticidade aos ossos, enquanto a matéria inorgânica atribui à rigidez e a força.
 Observação
Calcula-se que se for empregada vagarosamente uma carga sobre um 
crânio humano, ele é capaz de suportar 3 toneladas antes dele se quebrar. 
As extremidades de um osso longo são chamadas de epífises, enquanto a 
parte média é chamada de diáfise. Durante o crescimento ósseo, as epífises 
são compostas por um material cartilagíneo chamado placa de crescimento.
Macroscopicamente, os ossos têm dois tipos diferentes de substâncias ósseas, a esponjosa e a 
compacta. Os dois podem aparecer de maneira simultânea, porém, em quantidades variadas em um 
mesmo osso, conforme ilustram as figuras a seguir.
Substância 
esponjosa 
Substância 
compacta 
 
Cavidade 
medular 
Figura 72 – Corte longitudinal da extremidade proximal de uma tíbia e da diáfise de um fêmur, 
mostrando respectivamente as substâncias ósseas e a cavidade medular
Como visto na figura anterior, a substância óssea esponjosa é mais leve, o que diminui a massa total 
de um osso, de modo que o osso se mova com maior simplicidade quando tracionado pelo músculo 
esquelético. Ela é porosa e se situa na parte interna dos ossos, constituindo as trabéculas ósseas (do latim, 
“pequenos feixes”). As trabéculas ósseas suportam e protegem a medula óssea vermelha. Além disso, a 
presença da substância óssea esponjosa diminui a massa do esqueleto e colabora com a mobilidade dos 
ossos pelos músculos esqueléticos. A substância óssea esponjosa é encontrada em grandes quantidades 
nas epífises dos ossos longos e nos ossos curtos, sendo recobertas por uma fina camada de substância 
óssea compacta.
A substância óssea compacta se caracteriza por ter um revestimento externo denso e rígido. Ela 
sempre reveste completamente todo osso e tende a variar de espessura. Assim, a substância óssea 
compacta predomina na diáfise dos ossos longos. Além disso, ela envolve uma cavidade chamada de 
84
Unidade I
cavidade medular, que contém a medula óssea, vermelha ou rubra e amarela ou flava, conforme ilustra 
a figura a seguir.
Medula óssea vermelha
Medula óssea amarela
Medula óssea vermelha
Figura 73 – Medula óssea
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 7).
O osso esponjoso localiza-se profundamente no periósteo, compondo uma fina substância 
compacta, o córtex, que continua para o interior do osso como substância esponjosa,composta de 
trabéculas ósseas.
 Saiba mais
Sobre o tema do transplante de medula, recomendamos que você 
assista ao filme a seguir:
UMA PROVA de amor. Direção: Nick Cassavetes. EUA: Curmudgeon 
Films, 2009. 109 min.
Para saber mais sobre a estrutura dos ossos nos níveis macroscópicos 
e microscópicos e a importância da formação óssea durante as diferentes 
fases da vida de uma pessoa, leia:
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de 
anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 117-125.
85
ANATOMIA
3.3 O periósteo e o endósteo
A superfície externa de um osso é comumente revestida pelo periósteo, conforme ilustra a figura 
a seguir, exceto as superfícies articulares que são recobertas por cartilagem do tipo hialina. Ele isola e 
protege o osso dos tecidos vizinhos; provê uma via e um local de união para o suprimento cardiovascular 
e nervoso; e participa ativamente no crescimento ósseo em diâmetro e na reparação de fraturas. No 
entanto, o periósteo não reveste os ossos sesamoides.
No interior do osso, o endósteo celular reveste a cavidade medular, conforme ilustra a figura seguinte. 
O endósteo está em atividade durante o crescimento e sempre que a reparação e o remodelamento da 
arquitetura óssea estiverem acontecendo.
Epífise proximal
Osso esponjoso
Osso compacto
Forame nutrício
Vasos nutrientes
Cavidade medular
Fibras perfurantes
Periósteo
Endósteo
Linha epifisial
Epífise distal
Cartilagem articular
Diáfise
Figura 74 – Osso longo com periósteo rebatido
Fonte: Larosa (2016, p. 34).
Junto com o periósteo e a medula óssea, o endósteo é uma das estruturas anatômicas muito 
importantes para os ossos.
3.4 Vascularização óssea
Os ossos são muito vascularizados, pois que recebem amplo suprimento de sangue. Os vasos metafisários 
e os vasos epifisários são também muito importantes. As artérias adentram os ossos a partir do 
periósteo. As artérias periosteais acompanhadas por nervos adentram a diáfise e irrigam o periósteo 
e a parte externa da substância compacta. Próximo ao centro da diáfise, uma grande artéria nutrícia 
adentra o osso compacto por meio do forame nutrício, conforme ilustra a figura anterior. Ao adentrar a 
86
Unidade I
cavidade medular, a artéria nutrícia se ramifica em ramos proximal e distal, que irrigam a parte interna 
da substância óssea compacta da diáfise, substância óssea esponjosa e a medula óssea. Na tíbia há 
uma artéria nutrícia, enquanto no fêmur existem diversas artérias nutrícias. As extremidades dos ossos 
são irrigadas pelas artérias metafisárias e epifisárias. Tanto as metafisárias como as nutrícias irrigam 
a medula óssea vermelha e as substâncias ósseas da metáfise. As artérias epifisárias irrigam a medula 
óssea e as substâncias ósseas das epífises.
Há uma ou duas veias nutrícias que seguem a artéria nutrícia na diáfise. Há também abundantes 
veias epifisárias e metafisárias que saem das epífises com suas relativas artérias. As veias periosteais 
saem do periósteo com suas relativas artérias. Os vasos linfáticos dos ossos estão no periósteo, porém, 
alguns podem adentrar o tecido ósseo.
3.5 Inervação óssea
Os nervos seguem as artérias que irrigam os ossos. O periósteo, conforme ilustra a figura anterior, 
é rico em nervos sensitivos, responsáveis pela sensação de dor. Portanto, as dores são consequentes de 
uma fratura, tumores ósseos ou de uma biópsia da medula óssea vermelha por meio de uma agulha. 
Microscopicamente a medula óssea vermelha é avaliada em situações como leucemias, linfomas e 
anemias aplásicas. As dores apresentam-se à medida que a agulha adentra o periósteo. No entanto, 
conforme ela ultrapassa o periósteo as dores vão diminuindo.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto leia as notas clínicas que aparecem 
neste capítulo do livro e o conteúdo que versa sobre os fatores de regulação 
do crescimento ósseo:
MARTINI, F. H. O sistema esquelético: tecido ósseo e estrutura do 
esqueleto. In: MARTINI, F. H. Anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009.
 Lembrete
Na maior parte dos casos os ossos são abundantemente vascularizados. 
Cada tipo de osso recebe suprimento de sangue e nervoso de forma 
característica.
3.6 Morfologia óssea
Os ossos podem apresentar diversos tamanhos e formatos. Por exemplo, o osso pisiforme da mão possui 
o tamanho e a forma de uma ervilha, enquanto o fêmur pode ter até 60 centímetros de comprimento 
em alguns indivíduos e com uma cabeça arredondada em formato de bola. Desse modo, o fêmur suporta 
87
ANATOMIA
grande massa corporal e pressão, sendo que sua arquitetura de cilindro oco provê força máxima com 
peso mínimo.
Na maioria dos casos, os ossos são classificados conforme sua forma geométrica aproximada em: 
longos, alongados, curtos, planos e irregulares. Existem, ainda, os ossos pneumáticos, sesamoides 
e acessórios.
Os ossos longos são formados por uma diáfise e duas epífises. Apresentam o comprimento maior 
em relação à largura e a espessura que são equivalentes. Os ossos longos são encontrados apenas no 
esqueleto apendicular, como, por exemplo, o osso úmero, conforme ilustram as figuras a seguir, em vista 
anterior e posterior, respectivamente. Eles proporcionam suporte ao organismo e oferecem uma série de 
alavancas e elos que nos possibilitam criar movimentos.
Figura 75 – Úmero, em vista anterior e posterior
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 8).
Os ossos alongados são achatados, sendo eles um subgrupo dos ossos longos. Eles não apresentam 
epífises bem definidas e não têm cavidade medular. A clavícula e as costelas são exemplos típicos de 
ossos alongados.
88
Unidade I
Figura 76 – Vista anterior da clavícula direita e vista interna da costela
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 8).
Os ossos curtos apresentam as três dimensões, comprimento, largura e espessura equivalentes, as 
quais lhes conferem uma forma cúbica. Exemplos clássicos desse grupo são os ossos do carpo e os ossos 
do tarso, exceto o pisiforme, que é um osso sesamoide, e o osso calcâneo, que é um osso irregular, 
conforme ilustram as figuras a seguir. Esses ossos têm um papel relevante na absorção de choque e 
transmissão de forças.
Osso pisiformeOssos do 
carpo
A) B)
Figura 77 – Ossos do carpo e calcâneo
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 289 e 1113).
Nos ossos planos a largura e o comprimento predominam sobre a espessura. Alguns exemplos de 
ossos planos são os que formam a calvária. Eles possuem duas lâminas compactas, onde localiza-se um 
tecido ósseo mais denso e, entre essas camadas, uma camada esponjosa composta de osso menos denso, 
chamada díploe, conforme ilustram as figuras a seguir. Os ossos planos proporcionam proteção para o 
conteúdo interno e ampla superfície para a fixação muscular.
89
ANATOMIA
Parietal
Frontal
Díploe
Lâmina externa
Lâmina interna
Figura 78 – Parietal (vista interna) e díploe
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 13).
Os ossos irregulares não possuem formas geométricas bem definidas. As vertebras, os ossos da base 
do crânio, conforme ilustram as figuras a seguir, e os ossos da face são exemplos deste grupo. Eles 
oferecem suporte de massa corporal, dissipação de cargas, proteção da medula espinal e contribuem 
com os movimentos e locais de inserção muscular.
Figura 79 – Vértebra lombar (vista superior) e temporal (vista lateral)
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 13).
Os tipos morfológicos podem ainda apresentar características adicionais que nos possibilitam 
classificá-los. Os ossos pneumáticos apresentam uma ou mais cavidades de volumes variáveis, chamadas 
seios, que se apresentam revestidas de mucosa e preenchidas por ar. Os ossos pneumáticos estão localizados 
no crânio, sendo eles: o frontal, a maxila, o etmoide e o esfenoide.
90
Unidade I
Seio 
frontal
Seio 
esfenoidal
Seio 
maxilar
Células 
etmoidais
Figura 80 – Cavidades do crânio
Fonte: Larosa (2016, p. 33).
 Observação
O osso temporal é considerado pneumatizado, pois apresenta cavidades 
que se comunicam com a cavidade da orelha, enquantoos ossos pneumáticos 
se comunicam a cavidade nasal.
Os ossos sesamoides se assemelham a sementes de gergelim e são localizados em regiões que alguns 
tendões cruzam epífises de ossos longos. Eles se desenvolvem dentro dos tendões e os protegem de 
desgaste exorbitante junto ao osso. Também alteram o ângulo de inserção de um tendão. Os ossos 
sesamoides estão presentes no desenvolvimento fetal, mas não são considerados partes do esqueleto 
axial ou apendicular, exceto pelas patelas, que são os maiores ossos sesamoides.
91
ANATOMIA
Figura 81 – Patela (vista anterior)
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 13).
Os outros ossos sesamoides mais frequentes estão situados nas plantas dos pés e na base do 
primeiro metatarso. Nos membros superiores os ossos sesamoides são frequentemente encontrados 
nos tendões próximos à superfície palmar e na base dos metacarpos. Outro exemplo clássico de osso 
sesamoide é o hioide.
Figura 82 – Hioide (vista anterior)
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 14).
 Observação
Embora apresentem o comprimento maior que a largura, as costelas e a 
clavícula não têm canal medular, muito menos metáfises; por esse motivo, 
são classificadas como ossos alongados.
92
Unidade I
Os ossos acessórios são raros e sua sede, dimensões e número podem ser muito variáveis. Ocorrem 
mais comumente na superfície externa do que na interna. Do ponto de vista da anatomia comparativa, 
alguns desses ossos correspondem aos que se encontram normalmente em outros vertebrados, ao 
passo que em outros não apresenta essa correspondência. A esses ossos acidentais dá-se o nome 
de ossos suturais ou wormianos, os quais acontecem muitas vezes na sutura lambdoide, em crânios 
hidrocefálicos. Como exemplos de ossos acessórios podemos mencionar os ossos bregmático, o osso 
ptérico e o osso astérico.
 Observação
As lâminas das epífises dos ossos longos específicos ossificam em prazos 
previstos. Os médicos radiologistas comumente podem especificar a idade 
de um indivíduo jovem analisando as lâminas das epífises para observar se 
elas ossificaram. Uma diferença entre a idade dos ossos e cronológica pode 
sugerir alguma disfunção metabólica.
3.7 Características anatômicas de superfície dos ossos
Os ossos apresentam acidentes ósseos ou detalhes ósseos, como: as proeminências, as fossas, as 
depressões, os tubérculos, as eminências, os orifícios, os canais, as cavidades e os seios. Essas são 
apenas as características mais frequentes, que compõem pontos de referência em anatomia, 
radiologia, ortopedia e antropologia física. As seguir alguns exemplos de características anatômicas 
da superfície dos ossos:
• Forame: do latim, foramine, orifício, é uma abertura por meio da qual passam artérias ou nervos, 
como o forame magno do osso occipital.
Forame 
magno
Figura 83 – Forame magno
93
ANATOMIA
• Fossa: do latim, fossa, fenda, trincheira, é uma depressão rasa sobre um osso, como a fossa 
cerebelar do osso occipital.
Fossa 
cerebelar
Figura 84 – Fossa cerebelar
• Côndilo: do grego, Kondylo, elevação arredondada, é uma proeminência grande e arredondada 
que constitui uma união, como os côndilos medial e lateral do fêmur.
Côndilo
Figura 85 – Côndilo do fêmur
94
Unidade I
• Cabeça: do latim, caput, cabeça, é uma projeção arredondada que compõe uma união e é 
sustentada na constrição (colo) do osso, como a cabeça do úmero.
Cabeça
Figura 86 – Cabeça do úmero
• Tuberosidade: do latim, tuberositas, excrescência, é uma projeção grande e arredondada, 
frequentemente com uma superfície áspera, como a tuberosidade da tíbia.
Tuberosidade
Figura 87 – Tuberosidade da tíbia
• Espinha: projeção aguda e delgada, oriunda da face de um osso, como a espinha da escápula.
Espinha
Figura 88 – Espinha da escápula
95
ANATOMIA
• Crista: do latim, crista, aresta linear mais saliente que uma linha, é uma margem ou borda 
proeminente, comumente rugosa, como a crista ilíaca do quadril.
Crista
Figura 89 – Crista
• Incisura: chanfradura ou entalhe em uma margem óssea, como a incisura da mandíbula.
Incisura
Figura 90 – Incisura da mandíbula
 Saiba mais
O livro a seguir fala sobre detalhes ósseos, como os que formam as 
cinturas escapular e pélvica e os ossos dos esqueletos apendicular e axial, 
além de como elaborar pranchas de anatomia utilizando-se de papel vegetal, 
lápis HB2, lápis para colorir e caneta Stabilo. É uma leitura que tem muito 
a agregar à sua formação:
NILTON, A.; CÂNDIDO, P. L. Anatomia para o curso de odontologia geral 
e específica. 4. ed. Rio de Janeiro: Santos, 2019.
96
Unidade I
 Observação
Em cerca de 400 a.C. a filosofia confucionista dizia que: “O que ouvi foi 
o que esqueci, o que vejo, lembro, o que faço, compreendo”. Durante esse 
período, a maior parte dos processos de ensino e aprendizagem dependiam 
apenas de formas visuais e auditivas. Como resultado, muitos dados não 
permaneciam na memória, assim como as conquistas da compreensão 
material se tornavam menos profundas. Ao estudarmos a anatomia, o 
desenho é uma das metodologias mais eficientes e relevantes, uma vez 
que há uma integração de ideias associada à observação, elevando, assim, 
a compreensão e motivação de aprendizagem de estudantes universitários.
3.8 Fatores de variação anatômica no número de ossos
Existem 206 ossos no indivíduo adulto médio e normal, excluindo-se os ossos sesamoides e os 
ossículos da audição, na orelha média. Funcionalmente, os ossículos da audição que vibram em resposta 
às ondas sonoras, atingindo o tímpano, não integram o esqueleto axial nem o apendicular, porém são 
agrupados com o esqueleto axial por conveniência.
Figura 91 – Ossículos da audição: martelo, bigorna e estribo
O martelo, do latim, malleus, na Idade Média tinha forma semelhante ao utilizado em Roma Antiga 
pelos açougueiros ou sacerdotes para atordoar os animais antes da matança ou sacrifício. Esse instrumento 
era construído com madeira pesada e possuía forma geral arredondada. O primeiro a descrever a bigorna 
e o martelo foi Andreas Vesalius, que notou a semelhança de forma com os instrumentos do ferreiro e 
assim os denominou.
Já o estribo, do latim, stapes, não era conhecido pelos romanos e gregos porque eles não tinham selas 
de couro para os seus cavalos. Para cavalgar era utilizado um cobertor que era colocados diretamente 
no dorso dos animais, chamado de epihippion, do grego, epi, em cima e hippos, cavalo. As selas de couro 
e os estribos foram apenas introduzidos no século IV pelos otomanos, que eram chamados de scalae. 
O primeiro anatomista a dar o nome ao ossículo da orelha foi Giovanni Ingrassias, em 1546, embora se 
afirme que Bartolomeu Eustachio tenha sido o primeiro a descrevê-lo em 1564.
97
ANATOMIA
O número de peças ósseas varia com a idade, havendo maior número no recém-nascido do que um 
uma pessoa com idade avançada. Por exemplo, no crânio de uma criança permanecem duas peças ósseas 
para medianas ou hemifrontais que, com a sinostose da sutura metópica comporão o osso frontal. Já a 
idade avançada, com as sinostose de todas as suturas, torna o crânio uma esfera óssea.
Figura 92 – Norma anterior do osso frontal: sutura metópica e parte anterior da fontanela anterior
 Saiba mais
Para saber mais sobre o crescimento ósseo em comprimento e largura e 
a cartilagem articular e os fatores que afetam o crescimento ósseo, como, 
por exemplo, a nutrição e os hormônios.
VANPUTTE, C. L. et al. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2016. p. 176-178.
Para entender melhor como o exercício e o estresse mecânico afetam o 
tecido ósseo, leia:
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara-Koogan, 2016. p. 191.
4 ESTUDO DO ESQUELETO
Como visto anteriormente, o esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, a maioria deles pares, 
com um membro de cada par nos lados direito e esquerdo do corpo. Vimos que há fatores de variação 
no número de ossos. Assim, os esqueletos de recém-nascidos, lactentes e crianças apresentam maisde 
206 ossos porque alguns deles se unem mais tarde. Como exemplos, podemos citar os ossos do quadril 
e alguns ossos da parte final da coluna vertebral, o sacro e o cóccix.
98
Unidade I
Os ossos do esqueleto adulto estão agrupados em três divisões principais: o esqueleto axial, o 
esqueleto apendicular e as cinturas escapular e pélvica. O esqueleto axial apresenta 80 ossos e o esqueleto 
apendicular é composto por 126 ossos. A figura a seguir mostra como as duas divisões se unem para 
compor o esqueleto completo. O esqueleto axial consiste em ossos em torno do eixo longitudinal do 
corpo humano, descrevendo uma linha vertical imaginária que atravessa o centro de gravidade do corpo, 
indo da cabeça até o espaço entre os pés.
Portanto, o esqueleto axial é composto pelos ossos do crânio, o hioide, as costelas, o esterno e os 
ossos da coluna vertebral. Já o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e 
inferiores. Os ossos que compõem as cinturas unem os membros ao esqueleto axial. Portanto, a cintura 
escapular une os membros superiores ao esqueleto axial, enquanto a cintura pélvica liga os membros 
inferiores ao esqueleto axial.
Figura 93 – Visão geral do esqueleto humano
 Observação
Funcionalmente, os ossículos da audição na orelha média, que vibram 
em resposta às ondas sonoras atingindo o tímpano, não integram o 
esqueleto axial nem o apendicular, porém, são agrupados com o esqueleto 
axial por conveniência.
99
ANATOMIA
Como já observado, o esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, podendo ser dividido em 
esqueletos axial e apendicular, além das cinturas escapular e pélvica. A seguir está uma relação que 
abrange as patelas, porém, não os sesamoides.
Esqueleto axial
Coluna vertebral: 26
Crânio: 80
Hioide: 1
Costelas e esterno: 25
Esqueleto apendicular
Membro superior: 64
Membro inferior: 62
Ossículos da orelha: 6
Total: 206
4.1 Esqueleto da cabeça
O esqueleto da cabeça ou esqueleto cefálico abrange os ossos do crânio e os ossos da face ou 
viscerocrânio. Consiste, portanto, em uma sequência de ossos que em sua maioria estão unidos entre 
si por articulações imóveis, com exceção realizada apenas para a mandíbula, que se articula com o 
osso temporal pela articulação sinovial, a articulação temporomandibular. Ele é composto por 22 ossos 
divididos em duas partes: o neurocrânio e os ossos da face.
O neurocrânio envolve os ossos relacionados à proteção dos órgãos do sistema nervoso central. Ele 
é formado pelos seguintes ossos: frontal, temporal, etmoide, esfenoide, parietal e occipital.
Os ossos da face estão relacionados aos órgãos dos sentidos: o paladar, a visão e o olfato. Além disso, 
ancoram os músculos da expressão facial. Eles são formados pelos seguintes ossos: maxilas, mandíbula, 
palatinos, vômer, nasais, zigomáticos, lacrimais e conchas nasais inferiores. Exceto a mandíbula, os 
demais ossos da face se articulam com as maxilas, que servem de implantação dos dentes superiores.
É importante examinar a geografia básica do esqueleto da cabeça antes de descrever seus ossos 
individualmente. Com a mandíbula retirada, o esqueleto da cabeça equipara-se a uma esfera óssea 
desigual e vazia. Portanto, os ossos da face compõem sua norma anterior e o neurocrânio constitui o 
resto do esqueleto da cabeça.
O neurocrânio pode ser dividido em calota craniana e base do crânio. A calota craniana, também 
chamada de calvária, compõe as normas superior, lateral e posterior do esqueleto da cabeça, do mesmo 
modo a região da fronte. A base do crânio, ou assoalho, constitui a norma inferior do esqueleto da cabeça. 
Internamente, detalhes ósseos proeminentes dividem a base do crânio em 3 “andares” ou fossas, as fossas: 
anterior, média e posterior do esqueleto da cabeça. O encéfalo aloja-se plenamente nessas fossas, sendo 
envolvido pela calota craniana. Desta maneira, o encéfalo preenche a cavidade craniana.
Além da grande cavidade craniana, o esqueleto da cabeça apresenta diversas pequenas cavidades. 
Entre elas estão as da orelha média e da orelha interna, entalhadas na norma lateral da base do crânio 
e, anteriormente, a cavidade nasal e as órbitas. As órbitas abrigam os globos oculares.
100
Unidade I
 
Figura 94 – Esqueleto da cabeça: normas anterior e lateral
 
Figura 95 – Esqueleto da cabeça: normas posterior e inferior
 
Figura 96 – Esqueleto da cabeça: norma superior da base do crânio e da calvária
101
ANATOMIA
 Observação
Hidrocefalia é o acúmulo do líquor nas cavidades encefálicas, causando 
aumento na pressão intracraniana sobre o cérebro, o que pode causar 
lesões no tecido cerebral, bem como o aumento do crânio.
4.2 Ossos do neurocrânio
O osso frontal do neurocrânio é um osso plano, anterior, ímpar e mediano da calvária. O osso 
occipital é um osso plano, inferior, posterior, mediano, pertencente à base do crânio, perfurado por uma 
abertura ampla e oval – o forame magno – por meio do qual a cavidade craniana comunica-se com o 
canal vertebral.
O osso esfenoide é um osso irregular, ímpar, mediano e situa-se na base do crânio, anteriormente 
aos temporais e à parte basilar do osso occipital. O osso etmoide é um osso leve, esponjoso, irregular, 
ímpar, inferior e situa-se na base do crânio. O osso parietal é um osso plano, par e compõe o teto do 
crânio. O osso temporal é um osso irregular, par e muito complexo. Ele possui três partes: escamosa, 
petrosa e timpânica. A parte petrosa abrange o órgão vestibulococlear e a cavidade timpânica que 
contém os três ossículos da audição.
O termo occipital, do latim, occipitium, occipúcio, corresponde à parte posterior da cabeça. Já 
esfenoide advém do grego, sphen, cunha, arado e eidos, semelhante, forma, é provável que Galeno 
tenha sido o primeiro a descrever esse osso que parece estar encravado como uma cunha, entre o crânio 
a maxila. No entanto, a etimologia mais contestada é de que o termo vem do grego sphein, mariposa, 
vespa, por sua forma geral ter semelhança com um inseto alado.
Por sua vez, etmoide deriva do grego, ethmos, peneira, eidos, semelhante. Parietal é advém do latim, 
pariet [em], parede, ou seja, parede de uma cavidade. Os ossos do crânio que formam as paredes dele. Por 
fim, temporal é derivado do latim, temporalis, relativo ao tempo, termo utilizado porque no homem adulto 
as marcas da idade (do tempo) manifestam-se primeiramente nessa região, branqueando os cabelos.
4.3 Ossos da face
O osso zigomático frequentemente referido como “maçãs do rosto” forma parte da parede lateral 
e assoalho da órbita, é par e irregular. O osso nasal é um pequeno osso retangular, que forma, com o 
nasal do lado oposto, o dorso do nariz. A maxila é um osso plano, anterior e irregular e forma quatro 
cavidades: o teto da cavidade oral, o assoalho e a parede lateral do nariz, o assoalho da órbita e o seio 
maxilar. Ela possui os alvéolos dentários para abrigar os dentes superiores.
O osso lacrimal é um pequeno osso retangular situado na parte medial da órbita, sendo o menor e 
mais frágil osso da face. O osso palatino é um osso irregular, localizado posteriormente à maxila. Forma 
a parte posterior do palato duro, parte do assoalho e parede lateral da cavidade nasal e o assoalho da 
102
Unidade I
órbita. O vômer é um osso ímpar, plano, de formato trapezoidal. Forma as partes posteriores e inferiores 
do septo nasal.
A concha nasal inferior é um pequeno osso com o formato de uma placa delgada e alongada e com 
margens curvas. Situa-se ao longo da parede lateral da cavidade nasal, separando os meatos nasais 
médio e inferior. É a única concha nasal independente, pois as outras, superior e média, pertencem ao 
etmoide. A mandíbula, conforme ilustra a figura a seguir, é um osso ímpar, móvel da cabeça, o maior e 
mais forte da face, onde tem situação anteroinferior. Apresenta o formato de uma ferradura e contêm 
os alvéolos dentários para abrigar os dentes inferiores.
Figura 97 – Mandíbula
O osso zigomático, do grego, zygomatikos, unido, ligado e zygon, par, foi assimchamado por Galeno. 
Similarmente, maxila deriva do grego, maxilla/maxilarae, parte superior da face, bochechas. Já lacrimal 
advém do latim, lacrima, lágrima, por conta de um erro de grafia da transição da palavra grega dacrion, 
lágrima, para lacrion, daí lacrima.
Por sua vez, palato deriva do latim, pallatum, céu da boca, e para alguns estudiosos estaria associado 
a pascere, alimentar, ao passo que para outros de palare, cercar, murar. Os antigos anatomistas gregos 
não distinguiam entre palato duro e palato mole, ambos eram nomeados em conjunto como diafragma 
oris. Vesálio foi um dos primeiros a distinguir o platô duro e mole e denominava os ossos do palato 
como os palati.
Já vômer advém do latim, vômer, vomitar, pois na Roma Antiga a lâmina do arado (relha) era 
chamada vômer, sendo que o nome do osso pode estar associado à sua forma ou porque o movimento 
da terra sulcada pelo instrumento lembrava o ato de vomitar. Inicialmente parte do etmoide, foi nomeada 
separadamente por Gabrielle Falópio e Realdo Colombo, que o chamaram arati vomer imitatur (imitando 
a lâmina do arada).
103
ANATOMIA
4.4 Ossos do esqueleto da cabeça em conjunto
Por meio da cefalometria, ou mensuração da cabeça, podemos reconhecer crânios microcéfalos, 
mesocéfalos e macrocéfalos, ou seja, pequenos, médios e grandes. Quando as dimensões são 
extrapoladas, esses tipos são ditos patológicos, como, por exemplo, o crânio hidrocéfalo, que possui 
descomunal hidrocefalia.
4.4.1 O esqueleto da cabeça do recém-nascido
As principais variações do esqueleto da cabeça do recém-nascido (RN) em relação ao adulto residem 
na falta dos seios paranasais, como o osso esfenoide e osso frontal. As margens dos ossos da calvária no 
feto de termo estão espaçadas, mas unidas por suturas membranáceas, que possibilitam a diminuição de 
volume da cabeça fetal, muito relevante para a passagem pela vagina e vulva durante o parto normal.
Ao nível dos ângulos dos ossos, sem ainda ter ocorrido a ossificação, estão as fontanelas do esqueleto 
da cabeça: as fontanelas medianas, anterior e posterior; e as fontanelas laterais, anterolateral ou 
esfenoidal e posterolateral ou mastóidea. À medida que a ossificação toma as áreas membranáceas, as 
fontanelas reduzem de dimensões até sumir. A última fontanela a realizá-la é a anterior, que desaparece 
entre o segundo e o terceiro ano de vida, conforme ilustram as figuras a seguir.
Figura 98 – Diferentes vistas das fontanelas em crânio desarticulado e reconstruído
Fonte: Bustamante et al. (2010, p. 255).
104
Unidade I
Figura 99 – Norma superior: fontanela anterior
Fonte: Bustamante et al. (2010, p. 256).
Figura 100 – Norma lateral: fontanela anterolateral e posterolateral
Fonte: Bustamante et al. (2010, p. 256).
Figura 101 – Norma posterior: fontanela posterior
Fonte: Bustamante et al. (2010, p. 256).
105
ANATOMIA
4.4.2 O esqueleto da cabeça dos indivíduos senis
Nos indivíduos senis a elasticidade do esqueleto da cabeça reduz e as suturas somem por sinostoses, 
conforme ilustra a figura a seguir, após os 40 anos de idade. Por volta dos 22 anos, é a vez da sutura 
sagital e a sutura esfenofrontal; aos 24 anos, a sutura coronal; aos 26 anos, a sutura lambdoide e a 
sutura occipitomastóidea; aos 30 anos, a sutura parietomastóidea; aos 37 anos, a sutura temporoparietal. 
O fechamento começa a acontecer vagarosamente e sofre um surto na idade avançada, ao passo que tende 
a completar-se após os 80 anos.
Figura 102 – Sinostose da sutura coronal (vista lateral do crânio)
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 97).
4.4.3 O esqueleto da cabeça e o dimorfismo sexual
Os caracteres mais dimórficos e usuais do crânio são: tamanho geral do crânio (maior nos homens 
do que nas mulheres); processos mastoides (maiores e mais desenvolvidas nos homens do que nas 
mulheres); arcos superciliares (muito marcados nos homens e pouco nas mulheres); túber frontal 
(bem marcados nas mulheres e pouco nos homens); protuberância occipital externa (relevo muito 
marcado nos homens e pouco nas mulheres); e mandíbula (maior e mais quadrangular nos homens do 
que nas mulheres). Até a puberdade há pequena diferença entre o crânio da menina e do menino.
106
Unidade I
Arco superciliar
A)
B)
Protuberância 
occipital externa
Crista supramastóidea
Túber frontal
Margem supraorbital
Forma arredondadaForma quadrangular
Arco 
superciliar
Protuberância 
occipital 
externa
Processo 
mastoide
Figura 103 – A) Comparação genérica de algumas características anatômicas cranianas entre indivíduos do sexo masculino e 
feminino, norma anterior; B) Comparação genérica de algumas características anatômicas cranianas entre indivíduos do sexo 
masculino e feminino, norma lateral
Fonte: Azevedo (2008, p. 60).
 Saiba mais
O processo de identificação do segmento cefálico ou de partes dele a 
partir de exames periciais tem sido bastante relevante para o esclarecimento 
de fatos de interesse jurídico-social. Uma tentativa de observar o dimorfismo 
sexual e estimar a idade consiste em examinar os crânios secos. Leia sobre 
o assunto em:
ALMEIDA JÚNIOR, E. et al. Sex and age estimation by cranial measurements. 
Journal of Dentistry & Public Health, Salvador, v. 9, 2018. Disponível em: 
https://bit.ly/3gWBDlK. Acesso em: 30 maio 2019.
Leia mais sobre os ossos do crânio no livro:
LAROSA, P. R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: 
Guanabara-Koogan, 2016.
107
ANATOMIA
 Lembrete
Os ossos do neurocrânio são: o frontal, o etmoide, o esfenoide, os 
parietais, os temporais e o occipital. Os ossos da face são: as maxilas, a 
mandíbula, os palatinos, os nasais, os lacrimais, as conchas nasais inferiores, 
os zigomáticos e o vômer.
4.4.4 Esqueleto do pescoço
Os ossos do esqueleto do pescoço são as vértebras cervicais e, do ponto de vista topográfico, o hioide. 
O hioide é um osso ímpar, mediano, sesamoide e faz parte de um conjunto de estruturas anatômicas 
que une a base do crânio ao esqueleto do pescoço. Está localizado na parte anterossuperior do pescoço, 
superior à laringe e posterior à mandíbula. Apresenta como papel oferecer suporte à língua, fornecendo 
locais de fixação para os músculos dela, do pescoço e da faringe, fazendo dele um elemento relevante 
nas ações de mastigação e no ato de engolir. O hioide é móvel e não se articula com mais nenhum osso.
O termo hioide vem do grego, yoides/hyo, letra U e oides, forma. O osso foi descrito por Herófilo e, 
inicialmente chamou-se ipsiloides, forma da letra Y.
4.4.5 Esqueleto do tronco
O esqueleto do tronco abrange o tórax, as vértebras lombares, as vértebras sacrais, as vértebras 
coccígeas e a pelve óssea. O tórax é a parte do organismo localizada no tronco, entre o pescoço e o 
abdome, exatamente entre a abertura superior do tórax e o diafragma. O formato abobadado do tórax 
possibilita grande rigidez, tendo em vista o pouco peso de seus constituintes e, dentre suas funções:
• Protege os órgãos internos torácicos e abdominais, sendo que a maioria deles está cheia de ar ou 
líquido contra as forças externas.
• Resiste às pressões internas negativas produzidas pela retração elástica dos pulmões e pelos 
movimentos inspiratórios.
• Oferece fixação para os membros superiores e sustentar a sua massa.
• Proporciona a fixação de diversos músculos que movem e sustentam a posição dos membros 
superiores em relação ao tronco, além de possibilitar fixação para os músculos do abdome, do 
pescoço, do dorso e da respiração.
108
Unidade I
Crânio
Costelas
Esterno
Vértebras
lombares
Sacro
Cóccix
Figura 104 – Esqueleto do tórax
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 16).
O formato do tórax depende da idade, do sexo e do biótipo da pessoa. O tórax do feto é mais 
desenvolvido sagitalmente do que transversalmente, em virtude do maior desenvolvimento do coração, 
do timo e dos órgãos abdominais do que dos pulmões. Aos 18 anos de idade, o tórax assume seu formato 
definitivo e continua crescendo até os 35 anos nos homens e 25 anos nas mulheres. No indivíduo senil,as costelas e as cartilagens costais perdem a flexibilidade e as articulações sofrem anquilose, conduzindo 
o tórax à perda da elasticidade e da mobilidade. Com a ampliação da coluna vertebral, as costelas ficam 
mais próximas umas das outras. O tórax masculino é mais largo do que o feminino, com a máxima largura 
ao nível da VIII costela, com pequeno aperto inferior. O tórax feminino é mais curto e arredondado, com 
maior aperto inferior do que o masculino. No indivíduo longilíneo, cujo crescimento é mais dinâmico 
e o que leva a um maior desenvolvimento em altura, o tórax é longo e estreito, enquanto no indivíduo 
brevilíneo, cujo desenvolvimento transversal prevalece sobre o vertical, o tórax é mais curto e largo.
O termo tórax advém do grego, thorax, couraça, parte frontal da armadura. Na Grécia Antiga 
chamava-se de thorax a parte da armadura ou couraça que protegia o conjunto peito e abdome. 
Hipócrates e Aristóteles usaram o termo para ambas as partes do tronco, simultaneamente; já Platão 
restringiu a palavra à parte superior (peito). Galeno adotou essa denominação e a difundiu.
4.4.6 Esterno
O esterno é um osso plano com aproximadamente 15 centímetros de extensão, mediano, ímpar, 
localizado medianamente na parede anterior do tórax e um osso hematocitopoiético. O esterno 
articula-se com as clavículas e as cartilagens das sete primeiras costelas. Possui três partes: o manúbrio 
do esterno, o corpo do esterno e o processo xifoide.
109
ANATOMIA
Figura 105 – O esterno
Fonte: Bustamante et al. (2010, p. 256).
O termo advém do grego, sternon, peito masculino. Hipócrates usou a palavra para o peito masculino 
e o chamou de osso do peito. Os romanos chamavam-no de pectoris e a palavra sternum apareceu 
apenas no latim medieval, por meio da tradução de textos gregos. Por ser superficial e de fácil palpação, 
alguns etimologistas acreditam que seja derivada do grego, stereos, em relevo, evidente.
4.4.7 Costelas
Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; 
e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; e da costela 
que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a 
Adão (Gn 2: 21-22).
[...]
A mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, ela não foi tirada 
da cabeça, pois não é sua função dominá-la; nem de seus pés, pois não foi 
criada para ser pisada por ele (Gn 2: 21-22).
[...]
Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada 
mulher, porquanto do homem foi tomada (Gn 2: 23).
A Bíblia relata o momento em que Deus criou a primeira mulher: Eva. No entanto, essa passagem 
bíblica é apenas uma metáfora, pois tanto os homens como as mulheres possuem 12 pares de costelas 
que protegem o coração, os pulmões, o fígado e o baço.
110
Unidade I
Na medicina são diversas as indicações cirúrgicas que retiram costelas com objetivos terapêuticos 
e reparadores. Em cirurgia torácica, deformidades relevantes do tórax, como, por exemplo, o pectus 
excavatum e o pectus carinatum, são reparados com a retirada parcial das cartilagens costais e o 
reposicionamento do esterno. Também não é incomum a necessidade de retirada de costelas após 
traumatismos torácicos ou em toracotomias muito extensas.
De natureza igual, a retirada de costelas tem sido uma indicação frequente em cirurgia plástica para 
usá-las como enxerto em processos reparadores de orelhas, nariz e outras cirurgias craniomaxilofaciais. 
Parece existir uma bruma em torno desse processo, pois diversas celebridades sujeitam-se a essa cirurgia, 
sem, no entanto, assumirem tal fato. Isso já é considerável para que exista uma agitação nos meios de 
difusão de informação e a existência de diversas candidatas à sua realização, procurando conquistar um 
corpo visto como perfeito pela sociedade, colocando em risco sua plenitude física e emocional.
As costelas têm formato de semiarcos, unindo as vértebras torácicas ao esterno. As costelas são 
classificadas em: costelas verdadeiras, I-VII (articulam-se diretamente ao esterno por intermédio 
das cartilagens costais); costelas falsas, VIII-X (articulam-se indiretamente com o esterno, unindo-se 
suas cartilagens costais umas às outras); e costelas flutuantes, XI e XII (curtas e livres, que protegem o 
fígado e o estômago).
Figura 106 – As costelas
Fonte: Martini, Timmons e Tallistsch (2009, p. 168).
Logo abaixo do arco costal direito é possível apalpar o fígado durante a inspiração. Abaixo do arco 
costal esquerdo situa-se o estômago, não palpável; e o baço que pode ser palpado no lado esquerdo, 
especialmente quando possui um aumento patológico.
Uma costela típica apresenta a cabeça, o colo e o corpo. Com exceção das costelas I, XI, e XII, as 
outras podem ser consideradas costelas típicas, embora a VIII, IX, e X sejam mais curtas e cooperem para 
constituir a margem costal. A primeira é a costela mais curta entre as costelas verdadeiras. Além disso, 
ela é mais larga e plana do que as outras, localizando-se sob a clavícula anteriormente, o que dificulta 
sua palpação. A artéria subclávia e a veia subclávia sulcam na face posterior.
111
ANATOMIA
 Observação
Excepcionalmente, pode existir uma costela cervical e uma costela 
lombar, as quais são consideradas costelas supranumerárias, geralmente, 
conectadas com a C7 e a L1, concomitantemente.
A contagem das costelas inicia-se no ângulo do esterno, onde se articula a II costela. Seu número 
se altera com frequência, por exemplo, 1,6% dos indivíduos apresenta uma XIII costela (costela lombar); 
3,6% possuem apenas 11 pares de costelas; 10% possuem oito pares de costelas verdadeiras; e 0,6% 
apenas seis pares de costelas verdadeiras.
As extremidades das costelas, em sua extremidade esternal, algumas vezes apresentam uma bifurcação 
(costela bífida). Em 5% dos indivíduos o brotamento costal fusionado com o processo transverso de C7 
forma uma costela cervical.
4.4.8 Coluna vertebral
A coluna vertebral oferece um suporte axial para o tronco e estende-se desde o crânio até a pelve, 
onde o peso do tronco é transmitido aos membros inferiores. Outra função dela consiste em proteger 
a medula espinal, provendo ainda pontos de fixação para as costelas e para os músculos do dorso e 
do pescoço. No feto e na criança, a coluna vertebral consiste em 33 ossos separados ou vértebras. 
Inferiormente, 9 vértebras se fundem para compor 2 ossos, o sacro e o cóccix. Os 24 ossos restantes 
permanecem como vértebras individuais separadas por discos intervertebrais.
O termo sacro advém do latim, sacrum, sagrado, intocável, não profano. Os gregos e Galeno 
chamavam esse osso de ieron osteon (osso grande), mas a palavra ieron tinha também o significado de 
ilustre, importante, poderoso, glorioso.
Figura 107 – Arranjo anatômico geral da coluna vertebral (vistas anterior, lateral e posterior)
Fonte: Netter (2006, p. 146).
112
Unidade I
 Observação
Herófilo, e depois Vesalius, chamaram assim o cóccix por sua semelhança, 
em conjunto, com o formato do bico do pássaro cuco. Por outro lado, Jean 
Riolan dá outra explicação, declara que na emissão de gases pelo ânus o 
som “ecoa” no cóccix, o osso do apito. Curiosamente, devido ao costume 
do cuco fêmea em se apoderar dos ovos de outros pássaros e chocá-los 
como seus, os gregos antigos utilizavam a palavra Kókkys como termo 
grosseiro às mulheres adúlteras.
Regiões e curvaturas
O comprimento médio da coluna vertebral no sexo masculino é de cerca de 71 centímetros, enquanto 
na do sexo feminino de 61 centímetros, sendo responsável por dois quintos da massa corporal total. 
Ela possui cinco regiões principais e vértebras distribuídas por diferentes regiões: 7 vértebras cervicais; 
12 vértebras torácicas; 5 vértebras lombares; 5 vértebras sacrais; e de 3 a 5 vértebras coccígeas.
Nas três regiões mais craniais da coluna as vértebras permanecem distintas durante toda a vida 
e são conhecidas como vértebras verdadeiras ou móveis; as da região sacral e coccígea, por outro lado, 
são chamadas vértebrasfalsas ou fixas, pelo fato de estarem unidas entre si no adulto para compor dois 
ossos, o sacro e o cóccix.
Desse comprimento da coluna vertebral, a parte cervical mede 12,5 centímetros; a torácica, cerca de 
28 centímetros; a lombar, 18 centímetros, e o sacro e o cóccix, 12,5 centímetros.
Quando vista lateralmente, se observam-se as quatro curvaturas, conforme ilustra a figura a seguir, 
responsáveis por seu formato sinuoso. As curvaturas cervical e lombar são côncavas posteriormente; as 
curvaturas torácica e sacral são convexas posteriormente. As curvaturas aumentam a elasticidade e a 
flexibilidade da coluna, possibilitando que ela trabalhe de maneira mais semelhante a uma mola do que 
a uma haste rija.
Normal NormalHipercifose Hiperlordose Escoliose
Figura 108 – Curvaturas da coluna vertebral
Fonte: Gould (2012, p. 2).
113
ANATOMIA
A cifose é uma curvatura normal da coluna vertebral, localizada na região torácica, presente em 
todos os indivíduos. A hipercifose é uma modificação nessa região, que leva a um aumento da cifose 
normal, deixando os ombros projetados para frente e o dorso arredondado. A curvatura normal da 
região lombar é uma curvatura anterior, chamada de lordose. Em caso de uma curvatura excessiva 
dessa região, dizemos que se trata de uma hiperlordose. A escoliose é uma condição em que a coluna 
vertebral do indivíduo apresenta uma deformação lateral em forma de curva. A curva, em geral, tem um 
formato de S ou C.
 Lembrete
As curvaturas convexas na vista posterior são chamadas cifoses; na 
vista anterior, lordoses; onde existir um L na região cervical ou região 
lombar há uma lordose.
Elementos das vértebras
As estruturas anatômicas encontradas em quase todas as vértebras, exceto em C1 e C2, servem como 
meio de diferenciação dessas em relação aos demais ossos do esqueleto. Todas as vértebras têm sete 
elementos fundamentais: o corpo vertebral; o processo espinhoso; o processo transverso; os processos 
articulares; as lâminas; os pedículos e o forame vertebral. A C7 contém um processo espinhoso longo e 
proeminente, conforme ilustra a figura a seguir.
Processo articular superior
Processo transverso
Processo espinhoso
Processo articular inferior
Lâmina
Pedículo
Arco vertebral
Corpo vertebral
Figura 109 – Vista posterossuperior esquerda. Com exceção de C1 e do C2, 
todas as vértebras são formadas pelos mesmos elementos estruturais
Fonte: Gilroy e Macpherson (2017, p. 6).
114
Unidade I
 Observação
No indivíduo em idade avançada, principalmente em mulheres, ocorre 
uma redução de massa óssea, chamada de osteoporose. A desmineralização 
e a diminuição do número de trabéculas ósseas reduzem a resistência dos 
corpos vertebrais, que podem de tal modo sofrer fraturas, mesmo na falta 
de traumas. A causa da osteoporose é, dentre muitas, a falta de estrógenos, 
fator idade e alimentação pobre em vitamina D e cálcio.
As características regionais possibilitam a diferenciação das vértebras de acordo com a cada região. 
As vértebras cervicais apresentam um corpo pequeno e o processo espinhoso bífido e horizontalizado; 
seus processos transversos têm os forames transversários que permitem a passagem da artéria vertebral.
Já nas vértebras torácicas o processo espinhoso não é bifurcado, se apresenta descendente e 
pontiagudo. Elas se articulam com as costelas, sendo que as superfícies articulares dessas vértebras são 
chamadas de fóveas e hemifóveas. As fóveas podem estar situadas no corpo vertebral, no pedículo ou 
nos processos transversos. O forame vertebral tem o formato circular.
Nas vértebras lombares os corpos vertebrais são maiores, pois suportam a massa corporal. O processo 
espinhoso é quadrilátero, além de estar disposto em posição horizontal. Apresenta o forame vertebral em 
formato triangular e os processos mamilares. Possui o processo transverso bem desenvolvido, chamado 
de apêndice costiforme. Pode ser distinguido também por não possuir forame no processo transverso e 
nem a fóvea costal.
As vértebras consideradas atípicas são C1, ou atlas, e C2, ou áxis e epistrofeu.
C1 C2 Cervical Torácica
Lombar
Figura 110 – Características regionais das vértebras
O termo axis advém do latim, axis, eixo, pivô e do grego, axon, eixo. Hipócrates chamava a vértebra de 
odonta, por conta de seu processo e Galeno a denominava dentiformis. Celso parece ter sido o primeiro 
a designar a C2 por esse nome, pelo fato de a C1 girar sobre ela como um eixo. Até a época de Vesailus, 
apenas o processo odontoide dessa vértebra era chamado de áxis, por sua semelhança a um pivô.
115
ANATOMIA
Conforme ilustra a figura a seguir, Atlas, gigante mitológico de força cavalar, filho de Iápeto e 
Clímene, após a derrota dos Titãs para os deuses foi condenado por Júpiter a amparar o mundo nos 
ombros. Essa é a imagem do Titã reproduzida por vários escultores, chama-se C1 que, por analogia, 
sustenta a cabeça.
Figura 111 – Atlas, Viena, Áustria
Disponível em: https://bit.ly/2TSiiZE. Acesso em: 15 jun. 2021.
A C1 não possui corpo vertebral e nem processo espinhoso e apresenta como a principal distinção 
em relação às outras o fato de não ter um corpo vertebral. Além disso, ela possui outras estruturas: 
o arco anterior do atlas, que constitui, aproximadamente, um quinto do anel; o tubérculo anterior; 
a fóvea do dente, que se articula com o processo odontoide; o arco posterior do atlas, que constitui 
aproximadamente dois quintos do anel; e o tubérculo posterior. A C2 apresenta um processo ósseo forte 
chamado de processo odontoide.
O sacro tem o formato de uma pirâmide quadrangular com a base voltada para cima e o ápice 
para baixo. Articula-se superiormente com L5 e inferiormente com o cóccix. Ele varia conforme o sexo, 
sendo que nas mulheres é mais largo e curto do que nos homens e tem uma curva mais pronunciada, 
possivelmente relacionada com a forma do restante da pelve óssea feminina, adequada para a gestação.
Discos intervertebrais
Os 23 discos intervertebrais conectam os corpos vertebrais vizinhos. A defasagem entre o número 
de vértebras e o número de discos intervertebrais deriva do fato de que os ossos das regiões sacral 
e coccígea não possuem disco intervertebral entre si e que C1 e C2 são conectadas por meio de 
articulações sinoviais.
Os discos intervertebrais consistem em um anel fibroso externo que envolve um núcleo pulposo interno. 
A pressão sobre o disco intervertebral gera uma expansão do núcleo pulposo em todas as direções, uma 
vez que é abundante a presença de água e o disco não pode ser comprimido. Essa expansão determina 
uma força de tração no anel fibroso. Portanto, o disco desempenha um papel de almofada aquosa. Eles 
representam um tecido com redução do metabolismo e mínima aptidão regenerativa.
116
Unidade I
O esforço de compressão diário motiva uma diminuição reversível de água do núcleo pulposo, que 
implica na redução da altura dos discos intervertebrais e na estatura do corpo. Com a descompressão 
acontece uma reidratação, induzindo nutrientes ao disco intervertebral. No entanto, os vasos de sangue 
estão presentes tão-só nas camadas mais externas do anel fibroso.
 Lembrete
As articulações da cabeça não apresentam discos intervertebrais. 
A falta dos discos entre o osso occipital C1 e C2 possibilita a grande 
movimentação dessa região.
A figura a seguir mostra que diversas atividades esportivas, como pular corda, saltar de trampolim 
ou fazer jogging, levam a um aumento considerável da carga que age sobre a coluna vertebral. Saltos 
leves sobre um trampolim provocam uma pressão máxima de 240%; saltos altos, uma carga de 380%; 
pular corda sem grande esforço, uma carga de 240%; jogging realizado com sapatos apropriados, eleva 
a carga para valores de 170%, um dos motivos pelos quais indivíduos com artrose avançada de joelho 
devem evitar esse tipo de carga.
Valores consideravelmente mais altos com cargas dinâmicas estão presentes também. Por esse 
motivo, durante cargas esportivas, como, por exemplo, no levantamento depeso, deve-se prestar 
atenção para que a realização do movimento seja realizada com a técnica apropriada, uma vez que ela 
leva a uma melhor distribuição de cargas na região dos discos intervertebrais.
Em pé
Deslizando sobre 
bolas suíças
Praticando jogging
Saltando do trampolim
Pulando corda
Apoiado sobre quatro 
apoios
Com as costas arqueadas
Com acentuação da 
lordose lombar
0% 50% 100% 150% 200% 250%
Momento de curvatura
Pressão intradiscal
Figura 112 – Pressão intradiscal e momentos de curvatura nos fixadores vertebrais 
 para diferentes atividades esportivas relacionadas aos valores na posição em pé
Fonte: Weineck (2013, p. 88).
117
ANATOMIA
A herniação do núcleo pulposo para dentro do anel fibroso ou através dele é uma causa comum de 
lombalgia, muitas vezes chamada de ruptura ou deslizamento do disco intervertebral. Atividades físicas, 
como, por exemplo, os alongamentos, descomprimem os discos e aumentam a circulação do sangue 
geral, o que acelera a captação de O2 e de nutrientes pelos discos e a retirada de metabólitos.
 Observação
Uma musculatura abdominal e lombar forte protege a coluna vertebral 
e é capaz de fazer com que o disco intervertebral seja predominantemente 
submetido à pressão.
Variações no número das vértebras
A maioria dos indivíduos apresenta 33 vértebras, porém, alguns podem ter 32 ou 34 em razão de 
falhas no desenvolvimento. As estimativas da frequência de números anormais das vértebras acima do 
sacro alteram entre 5% e 12%. As variações das vértebras são afetadas por diversos fatores de variação 
anatômica, como, por exemplo, raça, sexo e ambiente. O aumento do número de vértebras é mais 
comum em homens e a diminuição em mulheres. Além disso, algumas raças têm maior variação do 
número de vértebras. Tais diferenças podem ser clinicamente relevantes.
4.4.9 Cintura escapular
A cintura escapular é composta pela escápula e clavícula, conforme ilustram as figuras. A clavícula 
é um osso par que compõe parte da cintura escapular e é alongado, ou seja, embora comprido nem 
sempre apresenta cavidade medular, conforme visto na classificação morfologia óssea. Portanto, não 
é um osso longo típico por não possuir todos os atributos indispensáveis para assim ser comtemplada. 
A clavícula tem o formato curvado como um S (em itálico), localizada quase que horizontalmente logo 
acima da I costela. A escápula é um osso par, plano e triangular. A escápula articula-se com dois ossos: 
o úmero e a clavícula.
Figura 113 – A escápula
118
Unidade I
Figura 114 – A clavícula
 Observação
O termo escápula advém do latim, scapulae, espáduas, ombros, e do 
grego, skaptein, escavar, pá, pois em algumas culturas antigas as escápulas 
de animais eram usadas como pás. Aristóteles e Galeno chamavam-na de 
omoplata, do grego omos, ombro e platôs, chato.
4.4.10 Membro superior
Os membros superiores dos seres humanos, ao passarem da posição quadrúpede para a bípede, 
tiveram a função de locomoção reduzida, porém, ganharam mobilidade e preensão. Os ossos dos 
membros superiores podem ser divididos em três segmentos: o braço, o antebraço e as mãos.
O úmero é o maior e mais longo osso do membro superior, localizado no braço. Os dois ossos longos 
paralelos, o rádio e a ulna compõem o esqueleto do antebraço. Na posição anatômica, o rádio situa-se 
lateralmente e a ulna medialmente.
Figura 115 – Úmero
Figura 116 – Rádio
Figura 117 – Ulna
119
ANATOMIA
O termo úmero deriva do latim, humerus/umerum ombros, espáduas, e do grego, omos, ombros. Por 
sua vez, rádio advém do latim, radius, raio de uma roda, cuja forma foi comparada aos raios de uma 
roda, sendo o termo introduzido por Celso. Já ulna, do latim, ulna, antebraço, e do grego, olene, cotovelo 
tem diversos significados, que na anatomia moderna são distintos. Assim, para uns era o antebraço 
enquanto para outros, o braço, e para muitos a união dos dois, o cotovelo. Passou a designar o osso do 
antebraço no século XX, em substituição ao cúbito.
 Observação
Algumas vezes é pertinente utilizar algum recurso que auxilie a lembrar 
de um novo dado. Tal ajuda é chamada de dispositivo mnemônico ou 
ativador da memória. Para auxiliar a lembrança da localização da ulna em 
relação à mão, um mnemônico pode ser MU (o mindinho está no lado da 
ulna), ou, ainda, o polegar é a antena do rádio.
A mão preênsil representa, em companhia ao encéfalo e a laringe, o seu comprometimento com 
a capacidade da fala, um órgão cultural imprescindível para a evolução dos homens. É consenso que a 
evolução da mão, até atingir a aptidão de produção de ferramentas, aconteceu anteriormente ao 
avanço da fala. De qualquer forma, a mão apresenta um papel relevante na comunicação não verbal, ou 
guiando a palavra proferida ou, ainda, como parte da linguagem corporal.
As funções preênsil e tátil da mão são fundamentais e carecem das articulações dos dedos, com 
o polegar exibindo uma movimentação extraordinária e podendo ostentar uma posição de oposição 
em relação aos quatro outros dedos. Os papéis das articulações das mãos são inerentes no uso e no 
posicionamento adequado das mãos em relação ao antebraço. Para que os dedos façam ações mais 
concisas, manuseando artefatos pequenos, na escala de milímetros, os dedos têm que ser finos. Eles 
não apresentam músculos e são movidos por longos tendões dos músculos do antebraço e, ainda, dos 
músculos intrínsecos da mão.
Coligado à visão, os humanos podem utilizar o sentido tátil da mão para o reconhecimento de um 
espaço tridimensional e de seus artefatos. A relevância da mão procedeu no uso da expressão “palpar” 
também para o entendimento de processos abstratos.
A mão se divide em: carpo, metacarpo e os ossos dos dedos. O carpo é formado por 8 ossos dispostos 
em duas fileiras: proximal e distal. A fileira proximal de lateral para medial inclui: o escafoide, semilunar, 
piramidal e pisiforme. A fileira distal de lateral para medial inclui: o trapézio, trapezoide, capitato e hamato.
O metacarpo é composto por cinco ossos que são numerados de lateral para medial em I, II, III, IV e 
V metacarpos e obedecem aos dedos da mão. Eles são classificados como ossos longos. Entre os ossos 
do metacarpo existem os espaços interósseos.
Os cinco dedos da mão de lateral para medial são: o polegar (I), o dedo indicador (II), o dedo médio (III), 
o dedo anular (IV) e o dedo mínimo (V). Eles apresentam 14 falanges, cada uma na qual há uma 
120
Unidade I
base, um corpo e uma cabeça. São classificadas como ossos longos. Do II ao V dedos apresentam 
três falanges: a proximal, a média e a distal. O dedo I possui duas falanges: a proximal e a distal.
Ulna
Processo estiloide da ulna
Semilunar
Piramidal
Pisiforme
Hamato
Hâmulo do osso hamato
Capitato
Trapezoide
Tubérculo do trapezoide
Trapézio
Tubérculo do escafoide
Escafoide
Processo estiloide do rádio
Rádio
Ossos do metacarpo
Figura 118 – A mão
Fonte: Netter (2006, p. 435).
O termo mão deriva do latim, manus, mão. Por sua vez, carpo advém do grego, karpos, punho. Os 
ossos do carpo não tinham nomes individuais, eram distinguidos por números nas obras de Vesalius. 
Foram Monro e Albinus que publicaram tratados de osteologia denominando-os como “osso do carpo”. 
Similarmente, metacarpo deriva do grego, meta, depois de, além, após, e karpos, punho. Aristóteles 
afirmava que o metacarpo possuía cinco ossos, já Galeno apenas quatro, pois considerava o osso 
metacarpiano do polegar uma falange.
A palavra escafoide provém do grego, skaphoeides, scaphe, canoa e oides, forma de. O termo nomeava 
indistintamente qualquer osso ovoide escavado, em forma de canoa, em cuja concavidade encaixava-se 
outro osso.
Já semilunar advém do latim, luna, lua, e semi, metade e piramidal do latim, pyramidalis/pyramis, 
relativo à pirâmide. A real origem da palavra é provavelmente egípcia, quando, no Egito Antigo, os pães 
eram denominados pyramis e apresentavam o formato de uma pirâmide. Alguns etimologistas alegam 
que pyramis deriva do grego pyr, fogo, porquea forma da pirâmide lembra a de uma pira; ou do grego 
pyros, trigo, pela forma adotada pelo acúmulo de grãos desse cereal.
O termo pisiforme é derivado do latim pisum, ervilha, e formis, forma de. Já capitato do latim, 
capitatum/caput, provido de cabeça, cabeçudo; e uncinado, do latim, uncinatus, forma de gancho, 
recurvado. Por sua vez, o termo falange, do grego, phalangx, fileira de soldados, foi utilizado por 
Aristóteles para se referir aos ossos dos dedos, por conta de seu arranjo em fileiras, um atrás do outro.
121
ANATOMIA
 Lembrete
Para fixar os nomes dos ossos do carpo (de proximal para distal; de 
lateral para medial): “Um barco (escafoide) viajou à luz do luar (semilunar) 
em torno da pirâmide (piramidal) e pela plantação de ervilhas (pisiforme). 
O grande trapézio (trapézio), o trapézio pequeno (trapezoide), a grande 
cabeça (capitato) devem permanecer juntos ao gancho (hamato)”.
4.4.11 Cintura pélvica
Ao assumir a marcha ereta, e em similaridade à coluna vertebral, a pelve humana possui grandes 
desigualdades funcionais em comparação à dos quadrúpedes. Ela é extraordinariamente maciça se 
comparada à pelve de quadrúpedes, uma vez que ampara grande parte da massa corporal, exceto dos 
membros inferiores. Na posição ereta, o peso das vísceras abdominais e das vísceras pélvicas é empregado 
especialmente sobre a pelve.
O termo pelve, do latim, pélvis, bacia, caldeirão, e do grego, pyelos, tigela, bacia, em Roma Antiga 
se referia a um grande vaso fundo com uma orda retorcida, como um caldeirão. A tradução francesa 
da palavra foi bassin e, no final do século passado XX, por ser o francês a língua oficial nos tratados 
de obstetrícia, ela foi traduzida para o português, literalmente, como bacia e ficou consagrada na 
área médica.
A cintura pélvica, do latim, pélvis, é formada pelos ossos do quadril, que se articulam entre si, 
pelas vértebras coccígeas e pelo sacro. O osso do quadril é classificado morfologicamente em plano ou 
irregular. A sua constituição inclui três ossos isolados: o ílio, o ísquio e o púbis. Nos seres humanos, até a 
puberdade, as três peças ósseas que compõem o osso do quadril continuam conectadas umas às outras 
por cartilagem. A partir deste período acontece a ossificação da cartilagem e o osso do quadril passa 
a ser único, apesar de que permaneçam as nomeações das peças ósseas que o formam originalmente.
Figura 119 – Osso do quadril
122
Unidade I
O estreito superior da pelve, ao nível das linhas arqueadas, divide a pelve em uma parte superior, a 
pelve maior, ou falsa, e outra parte inferior, a pelve menor, ou verdadeira. A pelve maior aloja os órgãos 
abdominais, enquanto a pelve menor aloja os órgãos do sistema genital e o final do sistema digestório. 
A sínfise púbica é uma articulação semimóvel que une os ossos do quadril.
 Observação
Durante a gestação e o parto, a pelve feminina sofre modificações. 
As dimensões da pelve menor aumentam e a sínfise púbica se torna mais 
flexível nas gestantes à medida que os hormônios, no caso a relaxina, 
produzida pelo corpo lúteo e pela placenta, promovem o relaxamento dos 
ligamentos pélvicos.
A pelve representa um conjunto ósseo, em formato de anel, que transmite o peso da cabeça, do 
pescoço, dos membros superiores e do tronco por meio de suas articulações até os membros inferiores.
Em relação à pelve masculina, a feminina possui as seguintes peculiaridades:
• Ossos mais suaves e delgados, com as saliências e as depressões menos pronunciadas.
• Promontório mais saliente.
• Sínfise púbica e o sacro mais curto.
• Concavidade sacral mais funda.
• Fossas ilíacas maiores, mais rasas, achatadas e horizontais.
• Inclinação pélvica apresenta 4 graus a mais.
• Arco púbico mais ampliado.
• Acetábulos mais separados.
• Forame obturado mais oval com predomínio transverso nos homens; e mais circular nas mulheres.
• Ossos fêmures mais oblíquos.
123
ANATOMIA
Articulação 
sacroilíaca
Promontório sacral
Diâmetro transverso 
~ 13 cm da abertura 
superior da pelve
Diâmetro anatômico 
~ 11 cm da abertura 
superior da pelve
Diâmetro oblíquo 
~ 12,5 cm da abertura 
superior da pelve
Eminência iliopúbica
Espinha isquiática
Túber isquiático
Arco púbico
Sínfise púbica
Figura 120 – A pelve feminina
Fonte: Netter (2006, p. 776).
As asas do ílio são mais 
alargadas 
Diâmetro transverso 
da pelve
Diâmetro 
oblíquo da pelve
Todas as medidas são 
ligeiramente menores do que 
no sexo feminino, no que diz 
respeito ao tamanho do corpo
Diâmetro anatômico 
da pelve
A abertura superior da 
pelve está orientada mais 
anteroposteriormente do que no 
sexo feminino, onde ela tende a 
ser transversalmente oval
O arco púbico e o ângulo 
subpúbico são mais estreitos
A sínfise púbica é mais 
profunda (mais alta)
Os túberes isquiáticos 
estão mais afastados 
Figura 121 – Pelve masculina
Fonte: Netter (2006, p. 342).
124
Unidade I
4.4.12 Membro inferior
Os membros inferiores dos seres humanos desenvolveram-se, sobretudo, para a manutenção da 
massa corporal e a locomoção. Portanto, eles têm a capacidade de movimentar-se de um lugar para 
outro e sustentar o equilíbrio. Os ossos dos membros inferiores podem ser divididos em três segmentos: 
a coxa, a perna e os pés. Os membros inferiores são unidos ao tronco pela cintura pélvica.
A marcha ereta dos humanos solicita adaptações morfológicas, não apenas na pelve, mas também 
na parte livre do membro inferior, responsável por muitas diferenças entre os membros inferiores e os 
superiores. Em virtude da sustentação da massa corporal, o fêmur é um osso muito mais vigoroso do 
que o úmero. O acetábulo da articulação do quadril é expressivamente mais profundo do que a cavidade 
glenoide da articulação do ombro, ocasionando em uma resistência maior contra luxações, contudo, 
possuindo uma movimentação mais restringida.
Os ligamentos possuem os mesmo objetivos e são muito fortes, cujo arranjo possibilita a postura ereta, 
com um mínimo de empenho, em uma articulação do quadril em extensão. Os prestigiosos ligamentos 
do joelho não apenas resistem a luxações, porém, também se exibem estendidos, transformando os 
membros inferiores em colunas estáveis, adequados em sustentar a massa corporal, sem grande vigor 
muscular. A disposição assimétrica dos ligamentos da articulação do quadril e da articulação do joelho, 
por exemplo, possibilita uma flexão máxima sincrônica durante a corrida.
O fêmur é o mais longo e pesado osso do organismo humano. Ele influencia significativamente a 
estatura de um indivíduo, que pode ser medida a partir do comprimento do fêmur, como, por exemplo, 
na arqueologia. O fêmur transmite o peso do tronco e da pelve para a tíbia.
Figura 122 – O fêmur
Caso o fêmur seja fraturado, acontece a perda de aproximadamente de 1 a 2 litros de sangue, e isso 
pode causar choque por hipovolemia, estado de diminuição do volume de sangue.
A patela é um osso pequeno e triangular, situada anteriormente à articulação do joelho. É o maior 
osso sesamoide do corpo humano. É dividida em: base, ápice, face anterior e face articular. A face 
anterior é convexa, enquanto a posterior possui uma área articular lisa e oval.
Afora pelo fêmur, a tíbia é o maior osso no corpo humano que aguenta a massa corporal. Está 
situada medialmente na perna e tem o papel de transferir o peso do fêmur para o tálus.
125
ANATOMIA
Figura 123 – Tíbia
 Lembrete
O termo “tíbia” quer dizer flauta, pois os ossos tibiais de pássaros eram 
utilizados antigamente para fazer instrumentos musicais.
A fíbula localiza-se lateralmente e um pouco posterior à tíbia e não possui a função de manutenção 
da massa corporal. Ela não contribui com a articulação do joelho e auxilia a estabilização da articulação do 
tornozelo. Também não transfere o peso do fêmur para o pé significativamente.
Figura 124 – Fíbula
O termo fíbula, do latim espeto, agulha, prego, reconhecido como anatômico em virtude de sua 
similaridade com uma agulha. Estaria relacionado à “infibulação”, processousado pelos romanos 
em que uma agulha de prata era inserida no prepúcio de adolescentes a fim de evitar relações 
sexuais prematuras.
Já a palavra fêmur deriva do latim, fêmur, coxa, sendo que há controvérsia quanto sua origem, 
para alguns estudiosos seria advinda de fero, “eu levo ou carrego”, já para outros de feo, “eu gero 
ou produzo”. Por sua vez, patela é derivada do latim, patela, prato, panela rasa. Geralmente feitas de 
barro ou cerâmica para uso diário, eram comumente utilizadas em rituais de sacrifícios, quando eram 
ricamente ornamentadas, possuindo longos cabos. O termo foi introduzido por Celso, provavelmente 
pela semelhança de forma do prato e cabo com o osso e o tendão do músculo quadríceps femoral e o 
ligamento patelar.
O último segmento dos membros inferiores é o pé, que se divide em: tarso, metatarso e falanges, 
que compõem o esqueleto dos dedos. Os pés são responsáveis pela sustentação e pela locomoção. 
O pequeno desenvolvimento dos ossos dos dedos dos pés se dá pelo fato de que, com a aquisição da 
postura ereta, os dedos dos pés humanos abandonaram o papel de órgãos de preensão, diferentemente 
de outros primatas.
126
Unidade I
O tarso possui sete ossos, divididos em duas fileiras: a proximal e a distal. Os dois ossos da fileira 
proximal são: o calcâneo e o tálus. A fileira distal abrange: o osso navicular, o osso cuboide, o osso 
cuneiforme medial, o osso cuneiforme intermédio e o osso cuneiforme lateral. Ele transmite a massa 
corpórea em dois sentidos: inferior e posterior, para o calcâneo; e inferior e anterior para o calcâneo e 
o osso navicular, os quais, por sua vez, o transmitem para os ossos da fileira distal e para os metatarsos.
O calcâneo é um osso quadrangular que compõe o calcanhar, transferindo a massa corporal 
transmitida pelo tálus ao solo. É o mais volumoso dos ossos do tarso. O osso navicular está localizado 
medialmente no pé. O osso cuneiforme medial apresenta o formato de cunha. O osso cuboide é o maior 
da fileira distal do tarso.
O metatarso é composto por 5 ossos, que são numerados de medial para lateral em I, II, III, IV e V. 
Esses ossos são longos e determinam a ligação entre o tarso e as falanges. Diferentemente das mãos, 
em que o polegar possui enorme independência de movimentação, no metatarso todos os ossos são 
paralelos e no mesmo plano. Os dedos dos pés de medial para lateral são: o hálux, ou dedo I, dedo II, 
dedo III, dedo IV e o dedo mínimo ou V dedo. A palavra hálux deriva do latim, hallus, que quer dizer dedo 
grande do pé.
O termo pé é derivado do latim, pes/pedis, pé de homem ou animal, e do grego, pódos. Por sua 
vez, tarso advém do grego, tarsos, cesto para secar queijo, moldura de tear. A palavra era usada para 
designar uma série de estruturas planas e expandidas, como asa de ave, lâmina de serra. Hipócrates 
usava o termo tarsós podós para a planta do pé. Galeno foi o primeiro a usá-lo para nomear uma parte 
do esqueleto no pé.
Similarmente, metatarso é derivado do grego, meta, depois, entre, e tarsos, tornozelo. A palavra foi 
cunhada por analogia a metacarpo e foi introduzida pela primeira vez por André Laurentius, em 1589.
Mais algumas origens de termos dessa área: calcâneo, do latim, calx, calcanhar; tálus, do latim, talus, 
tornozelo, dado de jogar; cuboide, do grego, kuos/kybos, cubo e eidos, forma de; navicular, do latim, 
navícula, pequeno barco (Vesalius usava o termo scapheoides ou navicularis para os ossos do carpo; 
cuneiforme, do latim, cuneus, cunha e formis, forma de).
As falanges são ossos longos e somam-se em 3: falange proximal, falange média e falange distal, em 
cada dedo (exceto o hálux) e, às vezes, o dedo mínimo possui apenas duas falanges.
127
ANATOMIA
Tíbia
Tálus
*
* Navicular
Tarso
Cuneiformes
Falange proximal do hálux
Falange distal do hálux
Metatarsos
Cuboide
Calcâneo
Fíbula
Falanges
Articulações interfalangeanas
Falange proximal
Falange média
Falange distal
Figura 125 – Pé
Fonte: Milady (2010, p. 7).
 Observação
Na clínica médica utiliza-se comumente outra divisão que define a 
região do antepé na divisão anatômica supracitada. O tálus e o calcâneo 
compõem o retropé. Os demais ossos do tarso e os ossos do metatarso 
formam o mediopé.
 Resumo
A anatomia humana é a ciência que estuda a estrutura do organismo 
humano. A terminologia anatômica é descrita, geralmente, com vocábulos 
de origem grega ou latina. A história da anatomia é similar a da Medicina 
e foi influenciada pelas diversas religiões. O interesse pré-histórico pela 
anatomia foi indiscutivelmente limitado à observação e puramente baseado 
no misticismo.
A anatomia encontrou grande aprovação como uma ciência, primeiramente, 
na Grécia Antiga. Alexandria foi um centro de aprendizagem científica, 
local em que foram realizadas dissecações e vivissecções.
Durante o período romano, Galeno, um médico influente, fez alguns 
avanços relevantes em anatomia, mas, ao mesmo tempo, implantou erros 
graves na literatura que se tornaram incontestáveis durante séculos. Na 
128
Unidade I
Idade Média, a anatomia sofreu forte repressão religiosa e as dissecações 
de cadáveres humanos foram proibidas. Durante as Cruzadas, as escritas 
anatômicas foram levadas de Alexandria pelos árabes, cujos estudos foram 
bastante relevantes nesse período.
Diversas universidades se estabeleceram na Europa durante o 
Renascimento. O médico Andreas Vesalius é considerado o pai da 
anatomia. A plastinação é uma técnica anatômica que envolve polêmicas 
bioéticas, pois os cadáveres humanos são mostrados em exposições e 
faculdades de medicina.
As células especializadas estão estrutural e funcionalmente integradas 
para constituir um organismo. O corpo humano é dividido em cabeça, 
pescoço, tronco e membros. Na posição anatômica, o indivíduo está ereto 
com os pés paralelos, olhar voltado para o horizonte e membros superiores 
juntos ao tronco com as palmas das mãos voltadas para frente e os dedos 
das mãos dirigidos para baixo. Todas as descrições de posição ou localização 
partem da posição anatômica. As direções abrangem a superior, inferior, 
anterior, posterior, medial, lateral, proximal e distal. Os planos que passam 
através do organismo humano são: o sagital, o coronal e o transverso. 
Termos de direção são utilizados para descrever a localização de uma parte 
do corpo em relação à outra parte na posição anatômica.
O organismo é formado por diversas cavidades. A cavidade anterior é 
subdividida em: torácica, abdominal e pélvica; a posterior é subdividida em 
craniana e espinal. Os princípios de construção do corpo humano abrangem 
a antimeria, metameria, paquimeria, segmentação e estratimeria.
O aparelho locomotor é composto pelo esqueleto, pelas articulações e 
pelos músculos. O esqueleto é dividido em esqueleto axial, que consiste no 
crânio, hioide, coluna vertebral e tórax. O esqueleto apendicular consiste 
em ossos dos membros superior e inferior. Há duas cinturas, a escapular e 
a pélvica. As funções do esqueleto abrangem a sustentação, a proteção, a 
produção de células de sangue e o armazenamento de gordura e minerais.
Os 14 ossos da face são: nasais, maxilas, zigomáticos, mandíbula, 
lacrimais, palatinos, conchas nasais inferiores e vômer. Os ossos da face 
compõem a forma básica da face, dão sustentação para os dentes e 
proporcionam as inserções para os músculos da face. O osso hioide está 
situado no pescoço, entre a mandíbula e a laringe. Os ossículos da audição 
(martelo, bigorna e estribo) estão situados no interior de cada cavidade 
da orelha média.
129
ANATOMIA
A coluna vertebral consiste nas seguintes vértebras: 7 cervicais, 
12 torácicas, 5 lombares, 4 ou 5 sacrais fundidas e 3 a 5 coccígeas fundidas. 
Há sete pares de costelas verdadeiras e cinco pares de costelas falsas. Os dois 
pares inferiores de costelas falsas (pares 11 e 12) são chamados de costelas 
flutuantes. Há também um par de escápulas e de clavículas. Anteriormente, 
cada clavícula se articula com o esterno pela articulaçãoesternoclavicular.
O braço contém o úmero, que se estende do ombro ao cotovelo. Detalhes 
anatômicos do úmero incluem: proximais, a cabeça, os tubérculos maior e 
menor, o colo anatômico e o sulco intertubercular; distais, os epicôndilos 
medial e lateral, as fossas coronoide e do olécrano, o capítulo e a tróclea. 
O antebraço contém a ulna (medialmente) e o rádio (lateralmente).
A mão contém 27 ossos, incluindo 8 ossos carpo, 5 ossos do metacarpo 
e 14 falanges. A pelve divide-se em pelve maior, que ajuda a sustentar as 
vísceras pélvicas, e pelve menor, que constitui as paredes do canal do parto. 
Cada osso do quadril consiste em ílio, ísquio e púbis.
A coxa contém o fêmur, que se estende do quadril ao joelho, onde se 
articula com a tíbia e a patela. Detalhes anatômicos do fêmur incluem: 
proximais, cabeça, fóvea da cabeça do fêmur, colo, trocanter maior e 
trocanter menor; distais, epicôndilos lateral e medial, côndilos lateral 
e medial e face patelar. A perna contém a tíbia, medialmente e a fíbula, 
lateralmente. O pé contém 26 ossos incluindo 7 ossos do tarso, 5 do 
metatarso e 14 falanges.
Os ossos podem ser classificados de acordo com a sua forma em: 
longos, curtos, planos e irregulares. As superfícies externas dos ossos 
apresentam detalhes anatômicos, por exemplo, tuberosidades, fossas, 
forames e incisuras. Um típico osso longo possui diáfise, com um canal 
medular preenchido por medula óssea, epífises, periósteo e endósteo. 
O osso compacto é a parte densa externa; o osso esponjoso é a parte interna 
porosa e vascular.
130
Unidade I
 Exercícios
Questão 1. Leia o texto a seguir:
“Uma breve história da anatomia humana
Figura 126 – Rembrandt, A lição de anatomia do dr. Tulp, 1632, 
óleo sobre tela, 169,5 cm x 216,5 cm, Mauritshuis
A anatomia humana é símbolo de um mistério que, durante toda a história, instigou questionamentos 
daqueles que, incessantemente, ansiavam por descobrir o que se esconde sob o manto o qual chamamos 
de pele. Embora os primeiros registros de dissecações em seres humanos sejam de Alexandria, realizadas 
por Herófilo e Erasístrato no século IV a.C., muitos consideram seu início já em meados do século V a.C. 
quando, no sul da Itália, Alcméon de Crotona realizou dissecações em animais, na tentativa de estender 
suas descobertas à espécie humana.
Por volta do século II, quando, por motivos éticos e religiosos, proibiu-se o uso de cadáveres humanos, 
predominou a prática da dissecação em animais. O grande expoente desse período foi Galeno, que 
trabalhou como médico na mais famosa das arenas de gladiadores de Roma – o Coliseu – e realizou 
inúmeras dissecações em animais, criando teorias e representações que se enquadrassem também ao 
corpo humano, consideradas inovações à época, mas hoje defasadas.
Durante os três séculos seguintes, a Escola de Galeno reinou por toda a Europa, até que, com a 
queda do Império Romano e a ascensão do Clero cristão ao poder, no século V, tanto suas descobertas 
quanto quaisquer outros estudos sobre anatomia – em animais ou humanos – foram proibidos, sendo 
atribuídos a eles características de cunho hediondo. Tal situação culminou com uma estagnação que 
durou aproximadamente 700 anos, quando em Salerno, na Itália, foi criada a primeira Universidade de 
Medicina, trazendo à tona os registros de Galeno.
131
ANATOMIA
Outro passo, ainda maior, foi dado quando foram novamente legalizadas as práticas de dissecação 
de cadáveres humanos nas universidades – práticas ainda muito rudimentares, as quais, devido à 
inexistência de quaisquer formas de conservação dos corpos, deveriam ser realizadas sempre em até 
48 horas – marcando o início de uma época de irrefreáveis avanços da anatomia. Tal progresso se 
deveu, em grande parte, ao aumento do número de pessoas interessadas na área durante o período 
Renascentista, sendo, muitas delas, artistas que buscavam, na anatomia, bases para retratarem de 
maneira mais precisa a figura humana. O mais famoso deles, Leonardo da Vinci, entre seus vários 
trabalhos, ainda é reconhecido por seus diversos esboços e obras baseados na arte da dissecação.
Então, em 1543, foi produzido o primeiro livro atlas de Anatomia – De Humani Corporis Fabrica 
– pelo médico belga Andreas Vesalius, incitando cada vez mais médicos a desmistificarem os segredos 
do corpo humano. Com a disseminação do conhecimento e a crescente busca por respostas, ao 
final do século XVII, Swammerdam, Ruysch e outros estudiosos passaram a produzir peças anatômicas 
para exposição em museus de anatomia.
Atualmente, a disciplina de anatomia humana é de caráter obrigatório para todos cursos da área 
da saúde, visto que o seu entendimento se faz fundamental para a compreensão da fisiologia e dos 
processos patológicos que acometem o ser humano.”
Adaptado de: UFCSPA ([s.d.]).
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas:
I – Os primeiros estudos a respeito da anatomia feitos com dissecações em seres humanos ocorreram 
por volta do século V a.C.
II – Galeno (Claudius Galenus), no período clássico (romano) da história, fez importantes contribuições 
para os estudos da anatomia humana por meio de experimentações com a dissecação de animais.
III – O primeiro livro atlas de Anatomia, chamado de De Humani Corporis Fabrica, foi elaborado pelo 
médico belga Andreas Vesalius, em 1453; essa obra estimulou estudiosos a progredirem no conhecimento 
da anatomia humana.
É correto o que se afirma em:
A) I, II e III.
B) I e II, apenas.
C) II e III, apenas.
D) II, apenas.
E) III, apenas.
Resposta correta: alternativa C.
132
Unidade I
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: segundo o texto, “embora os primeiros registros de dissecações em seres humanos 
sejam de Alexandria, realizadas por Herófilo e Erasístrato no século IV a.C., muitos consideram seu início 
já em meados do século V a.C. quando, no sul da Itália, Alcméon de Crotona realizou dissecações em 
animais, na tentativa de estender suas descobertas à espécie humana”.
Sobre o tema aqui abordado, vale a pena ler o texto a seguir:
“Praxágoras é reconhecido como o primeiro a identificar as diferenças entre as artérias e as veias. 
O primeiro uso de cadáveres para pesquisa anatômica ocorreu no século IV a.C., com Herófilo e Erasístrato. 
Eles tiveram permissão para dissecar indivíduos ainda vivos (vivissecções), no caso criminosos de 
Alexandria sob os auspícios da dinastia dos Ptolomeus. Herófilo em particular sintetizou o conhecimento 
anatômico com mais proximidade do conhecimento atual do que qualquer outro até aquela época. 
O grego Teofrasto (? – 287 a.C.), discípulo de Aristóteles, também realizou dissecções em humanos. 
Ele cunhou o termo ‘anatomia’ (em grego, anna temnein), que se generalizou, englobando todo o campo 
da biologia que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos, existentes ou extintos.”
Adaptado de: Lacerda (2010, p. 3).
II – Afirmativa correta.
Justificativa: segundo o texto, “por volta do século II, quando, por motivos éticos e religiosos, 
proibiu-se o uso de cadáveres humanos, predominou a prática da dissecação em animais”. Destaca-se 
que “o grande expoente desse período foi Galeno, que trabalhou como médico na mais famosa das 
arenas de gladiadores de Roma – o Coliseu – e realizou inúmeras dissecações em animais, criando 
teorias e representações que se enquadrassem também ao corpo humano, consideradas inovações à 
época, mas hoje defasadas”.
Sobre Claudius Galenus, vale a pena ler o texto a seguir:
Figura 127 – Claudius Galenus
133
ANATOMIA
“Claudius Galenus (Pérgamo, 129, agora Bergama na Turquia – provavelmente Sicília, 200) foi um 
proeminente médico grego (educado em Alexandria), cirurgião e filósofo. Galeno contribuiu muito para 
a compreensão de numerosas disciplinas científicas, incluindo a anatomia, a fisiologia, a patologia, a 
farmacologia, a neurologia e a filosofia. A anatomia e a medicina de Galeno foram influenciadas pela 
teoria do ‘humorismo’, praticada pormuitos médicos gregos, inclusive Hipócrates. As teorias de Galeno 
dominaram e influenciaram a ciência médica ocidental por quase ‘dois milênios’. Suas análises anatômicas, 
baseadas na dissecção de animais (símios, porcos e cães), permaneceram incontestáveis até 1543, 
quando descrições e desenhos pormenorizados de dissecações do corpo humano foram publicados em 
De Humani Corporis Fabrica (de Andreas Vesalius). A teoria de Galeno para o funcionamento do sistema 
circulatório ainda perdurou até 1628, quando William Harvey publicou Exercitatio Anatomica de Motu 
Cordis et Sanguinis in Animalibus, e estabeleceu que o sangue circulava e o coração o impulsionava, 
como uma bomba. Galeno elucidou a anatomia da traqueia e foi o primeiro a demonstrar que a laringe 
gera a voz. Galeno provavelmente entendeu a importância da ventilação artificial porque um de seus 
experimentos usava inflar os pulmões de um animal morto. Uma de suas maiores contribuições para 
a medicina foi o trabalho sobre o sistema circulatório. Ele foi o primeiro a reconhecer que existem 
diferenças entre o sangue venoso (escuro) e o arterial (brilhante). Com seus experimentos anatômicos 
em animais compreendeu melhor os sistemas circulatório, nervoso, respiratório e outras estruturas. Mas 
seu trabalho ainda continha muitas imprecisões. Galeno acreditava que o sistema circulatório consistia 
de dois sistemas unidirecionais de distribuição de sangue, ao invés de um único sistema unificado de 
circulação. Seu entendimento foi que o sangue venoso seria gerado no fígado (de onde seria distribuído 
para o corpo e então consumido). Galeno postulava igualmente que o sangue arterial seria gerado no 
coração (de onde seria distribuído para o corpo e então consumido). O fígado e o coração, então, seriam 
responsáveis por regenerar o sangue, completando o ciclo. Galeno também acreditava na existência de um 
grupo de vasos sanguíneos chamados de rete mirabile, próximo à parte dorsal do encéfalo. Infelizmente 
o trabalho original de Galeno se perdeu no tempo. Temos conhecimento de uma fração de seu trabalho 
graças às compilações feitas pela medicina árabe, que foram recuperadas no renascimento na Europa.”
Adaptado de: Lacerda (2010, p. 4).
III – Afirmativa correta.
Justificativa: segundo o texto, “em 1543, foi produzido o primeiro livro atlas de Anatomia – “De Humani 
Corporis Fabrica” – pelo médico belga Andreas Vesalius, incitando cada vez mais médicos a desmistificarem 
os segredos corpo humano”.
Sobre Andreas Vesalius, vale a pena ler o texto a seguir.
Figura 128 – Andreas Vesalius
134
Unidade I
“Vesalius conseguiu refutar diversas teorias sobre o corpo humano, antes propostas por Galeno, 
o que foi de extrema importância para o avanço de estudos relacionados à anatomia, provando até 
mesmo o contrário acerca da crença comum de que os homens possuíam uma costela a menos do que 
as mulheres.
Andreas Vesalius (1514-1564) publicou um tratado de anatomia em 1543, De Humani Corporis 
Fabrica, que era um desafio a Galeno. Vesalius foi da Lovaina até Pádua, onde pôde dissecar corpos 
de criminosos condenados à morte (enforcamentos) sem medo de ser perseguido. Seus desenhos são 
descrições detalhadas da anatomia humana que evidenciam as diferenças em relação às descrições 
feitas por Galeno (em animais). Muitos outros anatomistas que vieram depois de Vesalius também 
desafiaram o ‘saber galênico’, mas este ainda reinou por mais um século.”
Adaptado de: Lacerda (2010, p. 4).
Figura 129 – Ilustração da obra de Vesalius (1543) com desenho realístico de uma dissecção
Fonte: Lacerda (2010, p. 6).
Questão 2. O esqueleto humano pode ser genericamente dividido em:
• esqueleto axial (composto pela caixa craniana, pela coluna vertebral e pela caixa torácica);
• esqueleto apendicular (composto pela cintura escapular, pela cintura pélvica e pelo esqueleto dos 
membros superiores e inferiores).
Em relação aos elementos formadores do esqueleto axial e do esqueleto apendicular, analise a 
figura a seguir.
135
ANATOMIA
Crânio
Maxilar
Mandíbula
Úmero
Esterno
Coluna vertebral
Rádio
Ulna
Sacro
Ílio
Carpo
Metacarpo
Falanges
Ísquio
Púbis
Tarso
Metatarso
Falanges
Elemento 7
Elemento 6
Elemento 5
Elemento 4
Elemento 3
Elemento 2
Elemento 1
Figura 130 – Esqueleto humano
Adaptada de: Brito e Favaretto (1997, p. 51).
Assinale a alternativa que mostra correta e respectivamente os nomes dos elementos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
A) Escápula, clavícula, costelas, fêmur, patela, tíbia e fíbula.
B) Cuboide, clavícula, costelas, fêmur, rótula, tíbia e tálus.
C) Tálus, cuboide, escápula, fêmur, rótula, tíbia e fíbula.
D) Clavícula, escápula, costelas, cuboide, patela, tálus e ulna.
E) Clavícula, escápula, costelas, fêmur, rótula, tíbia e fíbula.
136
Unidade I
Resposta correta: alternativa E.
Análise da questão
Visualizamos, na figura a seguir, as identificações dos elementos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Crânio
Maxilar
Mandíbula
Úmero
Esterno
Coluna vertebral
Rádio
Sacro
Ílio
Carpo
Metacarpo
Falanges
Ísquio
Púbis
Tarso
Metatarso
Falanges
Fíbula
Tíbia
Rótula
Fêmur
Costelas
Escápula
Clavícula
Ulna
Figura 131 – Esqueleto humano
Adaptada de: Brito e Favaretto (1997, p. 51).
137
ANATOMIA
Vejamos descrições dos elementos apresentados:
• A clavícula é um osso par do esqueleto humano que liga os membros superiores ao tronco. 
• A escápula é um osso par do esqueleto humano, localizado na porção póstero-superior do tórax 
que, juntamente com a clavícula, forma a cintura escapular e possibilita a união de cada membro 
superior ao tronco.
• As costelas são ossos alongados e arqueados que se estendem da coluna vertebral até o esterno, 
ao qual se unem pelas cartilagens costais.
• O fêmur é um osso longo, localizado na coxa, que se articula de modo proximal com o quadril e 
de modo distal com a tíbia e a rótula. Trata-se do único osso presente na região da coxa.
• A rótula é um osso móvel na parte dianteira do joelho.
• As tíbias (“ossos da canela”) são ossos longos localizados entre os pés e os joelhos.
• A fíbula é um osso longo da perna do corpo humano.

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