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2 Conceitos e Definições - Desemvolvimento

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AULA 2 
FINANÇAS CORPORATIVAS 
Profª Franciele Lourenço 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Os objetivos de aprendizagem desta aula são: 
• Estudar os principais conceitos e definições relacionados às decisões de 
investimentos; 
• Expor as principais decisões de investimentos; 
• Mostrar os métodos de análise de viabilidade; 
• Estudar o método de análise incremental; 
• Explicar a relação entre risco e retorno. 
CONTEXTUALIZANDO 
Todos os dias nos deparamos com situações que exigem uma boa análise 
sobre o futuro de nossas finanças. Com as empresas não é diferente, pois há 
compras, investimentos e negociações que exigem uma análise especial em 
relação ao retorno, risco e tempo necessários para garantir sua sobrevivência. Por 
isso, faz-se importante estudar os principais conceitos e definições relacionados 
às decisões de investimentos, assim como as principais decisões de 
investimentos, tendo em vista que devemos analisar a área na qual o investimento 
será efetuado e os prováveis impactos que poderão ocorrer. 
Os métodos de análise de viabilidade funcionam para que o gestor possa 
avaliar a melhor opção e qual tomada de decisão fará mais sentido; se ele terá 
condições de aumentar o capital aplicado e se o investimento irá se pagar, 
determinando, também, o seu tempo. 
Outra importante ferramenta é o método de análise incremental, que 
analisará todas as diferenças em termos de custos, receitas e de uma melhor 
opção de investimento, levando-se em consideração variáveis econômicas e a 
aplicação de capital em paralelo. Verifica-se, assim, o menor valor investido em 
relação à taxa de atratividade do negócio. E, por fim, avalia-se, também, a relação 
entre risco e retorno, com o intuito de identificar e monitorar os rendimentos e 
ganhos de capital. 
 
 
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TEMA 1 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
“O administrador financeiro tem dois problemas básicos. Primeiro: quanto 
deve a firma investir, e em quais ativos deve investir? Segundo: como deve ser 
levantado o caixa necessário?” (Filho et al., 2003, p. 13). 
O sucesso dos investimentos se baseia nos ganhos, assim, quanto mais os 
ativos se valorizarem, melhor será. Toda e qualquer decisão financeira, seja ela 
tomada por pessoas físicas ou jurídicas, tais como a compra do primeiro carro, o 
lançamento de um produto novo, a decisão de ir para a faculdade ou a escolha de 
um fornecedor farão parte das premissas das finanças. 
Ambas as decisões necessitarão do Princípio da Avaliação, “aquele que 
mostra como tornar os custos e benefícios de uma decisão comparáveis, de 
maneira que você possa ponderá-los adequadamente” (Berk; Demarzo; Harford, 
2010). Mas afinal, o que são finanças? 
é a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os 
indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam 
ou investem. As finanças ocupam-se do processo, instituições, 
mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre 
pessoas, empresas e governo. (Filho et al., 2003, p. 14) 
 Segundo o dicionário Aurélio, o termo Finanças refere-se “[à] ciência e [à] 
profissão do manejo do dinheiro, particularmente do dinheiro do Estado”. Para o 
Cambrige Advanced Dictionary, o termo Corporate está relacionado a grandes 
empresas. Portanto, os termos Finanças Corporativas ou Corporate Finance 
podem ser entendidos como o uso de técnicas de administração financeira 
específica de grandes empresas. 
A administração financeira diz respeito às responsabilidades do 
administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros 
administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, 
financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou 
pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma 
variedade de tarefas, tais como orçamento, previsões financeiras, 
administração de caixa, administração do crédito, análise de 
investimentos e captação de fundos. (Gitman, 1997, p. 4) 
As tarefas desenvolvidas do início ao fim do processo produtivo, em termos 
financeiros, podem ser chamadas de Ciclo da Administração Financeira nas 
Empresas, conforme demonstrado na figura 1. 
 
 
 
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Figura 1 – Ciclo da administração financeira nas empresas 
 
 
Fonte: Abensur, 2009, p. 4. 
 O ciclo da administração financeira nas empresas inicia-se com a aquisição 
dos recursos produtivos, que passam pelo processo produtivo, pela formação de 
estoques, pela contabilização e apuração dos custos e receitas obtidas, chegando 
ao final do ciclo com a distribuição dos lucros aos acionistas. Por outro lado, a 
decisão financeira ótima se dará da seguinte forma: 
Figura 2 – Decisão financeira ótima 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Filho et al., 2003, p. 15. 
Quanto aos aspectos relevantes da decisão financeira ótima, quando se 
fala em investidores, levantam-se os riscos e quais seriam os retornos obtidos por 
meio dos projetos. 
IDENTIFICAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS RELEVANTES: 
INVESTIDORES ATIVO AMBIENTE 
Decisão ótima 
Risco e retorno 
dos projetos 
Fluxo de caixa 
dos projetos 
Avaliação dos 
projetos 
Análise dos 
projetos 
 
 
5 
O ambiente leva em consideração toda a parte do fluxo de caixa dos 
projetos. Já os ativos dependem da avaliação, que consistirá não só na avaliação, 
por exemplo, de qual o objetivo, a relevância, a durabilidade e de quais ações 
serão tomadas e de qual será o custo-benefício. A avaliação também irá requerer 
o monitoramento do projetos, comparando as metas predefinidas com os 
resultados obtidos pelo desempenho. 
 A análise dos projetos diz respeito ao processo de desenvolvimento de 
produtos, o qual avalia a viabilidade dos produtos/serviços, desde a projeção dos 
custos, receitas e despesas até a atratividade de produtos já consolidados no 
mercado, incluindo os com a intenção de serem lançados. 
 Outra importante denominação é o tipo de empresa com o qual estamos 
lidando. Segundo Berk, Demarzo e Harford (2010), há quatro tipos de empresas. 
• As Empresas Individuais (sole proprietorship), administradas por uma só 
pessoa, geralmente um empreendedor (enquadrados como 
Microempreendedor Individual, Microempresa EI ou Microempresa EIRELI) 
com no máximo um funcionário (no caso do MEI). Por serem pequenas, 
possuem poucos funcionários ou nenhum. Algumas características 
particulares são: 
o facilidade de estabelecimento; 
o geralmente não possuem participação no patrimônio da empresa, 
por não possuírem separação entre empresa e proprietário, sendo 
assim, a quitação de dívidas poderá ser realizada pelos ativos 
pessoais do proprietário; 
o difícil de transferir a titularidade do proprietário, a não ser em caso 
de venda; 
o não possuem valor mínimo do capital social; 
• As Sociedades por Quotas (partnership): administradas e constituídas por 
mais de um proprietário, os quais possuem obrigatoriedade em investir 
dinheiro ou bens na empresa, os quais poderão ser penhorados e serão 
traduzidos na lucratividade correspondente a cada um dos sócios. As 
características principais são: 
o os bens pessoais não serão afetados ou sofrerão interferência no 
caso de pagamento de dívidas; 
o as decisões poderão ser tomadas por um ou mais gerentes – 
determinadas por voto escrito ou em assembleia geral; 
 
 
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o todos os sócios respondem pela integralização do capital 
o em caso de falecimento ou desligamento de um dos sócios, pode-
se evitar a liquidação por meio de um processo de aquisição (acima 
de 50% do capital social), chamado de buyout; 
o não possuem limite de capital social; 
• As Sociedades de Responsabilidade Limitada (LLC ou limited liability 
company): são aquelas sociedades por quotas limitadas sem um sócio 
solidário, conhecidas como LTDA. É formada por meio de um contrato que 
visa limitar as responsabilidades dos sócios mediante suas obrigações 
(atos constitutivos, descrição de seu modus operandi e a determinação de 
seucapital social). Suas características principais são: 
o os bens pessoais não serão afetados ou sofrerão interferência no 
caso de pagamento de dívidas, caso não possuam 
condições/patrimônio para quitar as dívidas, salvo em casos 
especiais; 
o os sócios respondem pelo montante definido como capital social; 
o as responsabilidades dos sócios são condicionadas ao valor de suas 
quotas; 
o todos os sócios respondem pela integralização do capital; 
o a sociedade poderá findar-se em casos de consenso ou deliberação 
absoluta dos sócios, vencimento de prazos etc. 
o em casos que envolvam a Sociedade de Responsabilidade Limitada 
sem sócios EIRELI, há apenas um único proprietário (unipessoal); 
o em caso de dívidas, será utilizado seu capital social e não o 
patrimônio individual dos sócios; 
o necessita de um capital mínimo; 
o não há limite de faturamento etc.; 
• As Corporações (Sociedades Anônimas – S.A.): “é um ente artificial, 
legalmente definido, separado de seus proprietários” (Berk; Demarzo; 
Harford, 2010, p. 40). Seus comandantes poderão ser acionistas: 
majoritários (possuem 50% ou mais das ações ordinárias), minoritários 
(aqueles que possuem menos ações e não têm influência nas decisões) e 
controladores (definidos ou pulverizados), que é o mais influente, não 
precisando possuir pelo menos 50% das ações, exercendo influência pelo 
 
 
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acordo de votos e utilizando a persuasão e oportunidade para convencer e 
exercer poder sobre a organização. Suas principais características são: 
o a participação dos sócios é condicionada ao número de ações que 
possuem, que poderão ser transmitidas a outras pessoas; 
o necessitam de conselhos; 
o não há a exigência de um sócio; 
o o capital social poderá ser formado por dinheiro, bens móveis ou 
imóveis; 
o os bens pessoais não serão afetados ou sofrerão interferência no 
caso de pagamento de dívidas; 
o há a possibilidade em se retirar da empresa a qualquer momento. 
 Além dos conceitos básicos, do ciclo da administração financeira, da 
tomada de decisão ótima e dos tipos de empresas, em termos gerais, as finanças 
empresariais vêm se destacando nos seguintes âmbitos: profissionais 
qualificados, área de investimentos, instituições financeiras, finanças 
internacionais e consultoria em finanças pessoais. 
 Por isso, profissionais qualificados e bem preparados são necessários em 
virtude do conhecimento e capacidade de tomada de decisões, levando-se em 
consideração a estrutura econômico-financeira e contábil, além da boa relação 
com as demais empresas parceiras e órgãos governamentais. A área de 
Investimentos acompanhará a evolução dos ativos financeiros, calculando preços 
e determinando riscos, bem como o retorno esperado/gerado. 
 As Instituições Financeiras auxiliam as empresas e famílias em assuntos 
financeiros, realizando a intermediação financeira dos agentes superavitários para 
os deficitários. As Finanças Internacionais definem-se pela relação com o exterior, 
sejam elas por meio de exportação/importação, câmbio, de relações diplomáticas 
etc. A Consultoria em Finanças Pessoais é considerada o facilitador do 
planejamento financeiro e o seu objetivo é auxiliar os que necessitam realizar 
planejamento financeiro, seguros e planos de aposentadoria que permitam 
alcançar seus objetivos e metas financeiros. 
TEMA 2 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS 
Algumas decisões sobre investimentos podem ser chamadas de decisões 
estratégicas, pois a lógica que as sustenta não é operacional ou rotineira, e sim 
de longo prazo, empresarial, visando tornar a empresa mais bem-sucedida (Filho 
 
 
8 
et al., 2003). No entanto, diariamente as empresas se deparam com situações 
financeiras de curto e longo prazos que poderão modificar toda a trajetória, dadas 
as incertezas. 
As decisões de investimento envolvem todo o processo de identificação, 
avaliação e seleção das alternativas de aplicações de recursos, 
conforme identificadas nos Ativos. As decisões de financiamento, por 
seu lado, envolvem a definição da natureza dos fundos aplicados, ou 
seja, a estrutura das fontes de capital demandadas pelas decisões de 
investimento. (Assaf Neto, 1997, p. 1) 
Por isso, toda empresa possui duas importantes e grandes áreas de 
decisões, a de investimento, que diz respeito às aplicações de recursos; e as 
decisões de financiamento, que envolvem as formas como serão captados os 
recursos. Ainda poderíamos incluir as decisões de dividendos, que 
correspondem ao financiamento de suas atividades, ou seja, a alocação do 
resultado líquido da empresa. 
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002), o administrador financeiro 
preocupa-se com a gestão das três áreas da administração de finanças 
corporativas: a decisão de investimento em projetos (Orçamento de Capital); 
Financiamento (Estrutura de Capital) e Gestão de Capital de Giro. Nessa última, 
as decisões são de curto prazo, enquanto nas duas anteriores as decisões são de 
longo prazo. 
As decisões de investimentos são aquelas que exigem muita cautela, pois 
interferem diretamente no futuro das empresas, afinal, uma vez tomada uma 
decisão incorreta, essa pode acarretar grandes perdas para as empresas, desde 
financeiras e econômicas até a sua falência. Os investimentos de curto prazo são 
mais perigosos ainda, pois podem trazer consequências irreversíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Figura 3 – Decisão de investimento 
 
Crédito: EAMESBOT/Shutterstock. 
As decisões de financiamentos são as que levam em conta as possíveis 
fontes de renda (captação de recursos) e de geração de capital, o que possibilita 
a continuidade da operacionalização e lucratividade do negócio. Há as que 
complementam as decisões de investimentos e as de financiamentos, que são as 
decisões operacionais, ligadas à produção, ou seja, mão de obra, políticas de 
preços e estoque, recursos produtivos etc. 
 As três decisões farão parte da chamada geração de valor para a empresa, 
pois, além de fazerem parte do fluxo de caixa da empresa, interferem em todas 
as áreas de uma organização. Dessa forma, visam dar continuidade não só ao 
lucro, à lucratividade e à geração de valor para a empresa, mas também à 
otimização dos investimentos. 
TEMA 3 – MÉTODOS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE 
Vamos dar início com a seguinte questão: o que é análise de viabilidade? 
Segundo o dicionário, viabilidade é um substantivo feminino da qualidade do que 
é viável, daquilo que pode ser realizado, desenvolvido. No sentido figurado, é 
definido como estado do que pode dar certo; condição do que pode ter um bom 
êxito; condição da estrada por onde se consegue transitar. Logo, a viabilidade 
 
 
10 
trata de estratégias traçadas pela empresa, o que torna as ações mais assertivas 
em casos de viabilidade ou não de projetos de investimentos. 
A começar pela análise detalhada dos riscos e de incertezas do negócio, 
dá-se a continuidade com o Planejamento Financeiro, com a coleta de dados, com 
a definição de objetivos e metas, com a análise da situação financeira e das 
condições de investimento, implementação e monitoramento de resultados. 
Infelizmente, muitas empresas acabam deixando de lado o planejamento 
financeiro, bem como a determinação das metas e objetivos a serem cumpridos. 
O que parece ser uma ‘básica tarefa’ acaba determinando o futuro do negócio. 
Assim, deve ser analisado a curto, médio e também a longo prazo, considerando 
um crescimento sustentável para o negócio, viabilizado ou não pela projeção de 
gastos e de receitas. Posteriormente, define-se o prazo de retorno, o quanto de 
recursos é necessário e verifica-se a viabilidade econômica do negócio, 
avaliando-se: 
• O mercado atual; 
• O volume de vendas; 
• Custos operacionais. 
Figura 4 – Viabilidade 
 
Crédito: IQONCEPT/Shutterstock. 
 
 
11 
Após avaliadas essas variáveis, verifica-se a demanda de mercado, seja 
para a criação de um novo negócio ou para a expansão do atual oulançamento 
de novos produtos. 
Finalmente, a empresa deveria visualizar a Viabilidade Financeira, 
Operacional e Jurídica, alinhando as necessidades de leis, normas e 
regulamentos, verificando se o negócio demandará recursos e estrutura, bem 
como se poderá validar todas as obrigações impostas. Chega então a hora da 
escolha da melhor estratégia, em virtude do cenário projetado pelas etapas 
anteriores, cabendo a definição daquele que funcionará bem para determinado 
negócio, porém, isso não quer dizer que ela poderá funcionar para uma outra 
empresa. 
Vender cachorro-quente em frente à casa, por exemplo, pode funcionar 
para alguns, mas, se outro vizinho também optar por esse mesmo negócio, poderá 
render bons frutos, pois depende de administração, qualidade, recursos, 
marketing e propaganda, além da aceitação do produto pelos clientes. Nesse 
sentido, a análise de viabilidade apontará prováveis soluções para projetos, 
conforme o propósito particular de cada empresa, atrelado a todas as áreas da 
empresa, independentemente se de macro ou de microambiente. 
TEMA 4 – MÉTODO DE ANÁLISE INCREMENTAL 
Aplicado em negócios ou empresas em paralelo, o modelo de análise 
incremental, também traduzido por modelos em cascata, traz a ideia de que o 
produto ou serviço, em vez de ser desenvolvido apenas de uma vez só, poderá 
sofrer incrementos de tecnologia, inovação etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Figura 5 – Análise incremental 
 
Crédito: szaflarek30/Shutterstock. 
A análise incremental de projetos de investimento levam em consideração 
o método que avalia os custos da próxima unidade a ser fabricada ou vendida. Ou 
seja, busca-se geração de valor ao negócio, aliada à estratégia organizacional da 
empresa. Então, o que é inovação incremental para o meu negócio e para meus 
investimentos? 
 Em 1939, Joseph Schumpeter estudaria a inovação incremental, e, a 
partir desse momento, as empresas se viram cada vez mais obrigadas a 
incrementar seus produtos e serviços com melhorias contínuas. As melhorias 
não precisam necessariamente ser expressivas, podem ser pequenas, desde 
que proporcionem eficiência, eficácia e efetividade ao processo produtivo face 
a sua concorrência. 
Primeiramente, deve haver o estudo e conhecimento em relação ao 
negócio, avaliação das necessidades e do público-alvo, bem como engajamento 
dos colaboradores, promovendo o desenvolvimento de produtos que atendam às 
expectativas dos clientes e que tenham baixo custo e baixos riscos aos 
investidores. 
 
 
13 
No entanto, é preciso manter a essência do negócio, implantando medidas 
incrementais gradativamente. Muitas empresas vêm ganhando cada vez mais 
espaço no mercado, apostando inclusive na participação colaborativa de seus 
colaboradores. Imagine que um colaborador tenha exposto e implantado uma 
sugestão de melhoria na empresa em que trabalha, diminuindo o tempo de parada 
de uma máquina em dez minutos da execução individual diária de um processo 
realizado por 100 colaboradores dentro de uma fábrica. 
Se nós considerarmos que a jornada semanal desses colaboradores é de 
40 horas semanais, com 8 horas diárias, ao longo de dez semanas teríamos 
aproximadamente 50 mil minutos poupados. No geral, 50 minutos pode ser pouco, 
porém, para um investidor, um segundo pode determinar a sobrevivência do seu 
negócio. 
 Mas o que isso tem a ver com projetos de investimento? Investidores 
necessitam de ganhos, isso porque realizam investimentos esperando algo em 
troca, por isso muitas empresas desenvolvem novos produtos e modelos de 
negócio para responderem com mais agilidade às mudanças do mercado. 
Apesar de as empresas viverem lançando novos produtos no mercado, muitas 
vezes basta a inserção de incrementos para que se promova a longevidade das 
organizações, o fortalecimento competitivo e a diversificação de portfólio, bem 
como para manter constantes os rendimentos e suas fontes de receita. Logo, a 
inovação incremental tem grande importância quando se fala em potencial de 
redução de custos, provimento de melhorias e relevância da marca. 
TEMA 5 – RISCO E RETORNO 
Para que as empresas evitem surpresas, elas devem realizar a construção 
de cenários pessimistas e otimistas que tragam em seu bojo a responsabilidade 
das informações e o conhecimento, para que, assim, a tomada de decisões seja 
realizada com um alto nível de confiança a fim de que suas perdas e ganhos sejam 
expressas o mais próximo do real possível. 
Nas sociedades ocidentais as pessoas são ostensivamente livres, mas 
sentem-se presas pela imprevisibilidade dos eventos. A cada ano, a 
cada década, somos apanhados de surpresa por avanços sociais ou 
tecnológicos que surgem de repente. Como pessoas, negócios e 
instituições podem planejar o futuro quando não sabem o que o amanhã 
trará? (Schwartz, 2000, p. 15) 
 
 
14 
Mellagi Filho (2003, p. 248) conceitua o risco como a “ probabilidade de não 
ocorrer o evento esperado. No caso de uma aplicação financeira, o risco pode ser 
entendido como a não-realização do retorno esperado”. Filho et al. (2003, p. 22) 
afirmam que “risco, na linguagem dos administradores financeiros, [tem] nada a 
ver com dar certo ou dar errado, ter prejuízo ou ter lucro. Diz respeito apenas à 
probabilidade de se ter um resultado diferente do esperado”. 
Devido a sua amplitude, o conceito de risco deve levar em consideração 
principalmente os riscos econômicos e financeiros. “As principais causas 
determinantes do risco econômico têm a ver com a conjuntura” (Filho et al., 2003, 
p. 29). 
“A análise de conjuntura é uma mistura de conhecimento e descoberta, é 
uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma 
necessidade ou interesse” (Souza, 2002, p. 8). Assim sendo, analisar a conjuntura 
é uma tarefa complexa que exige conhecimentos detalhados e uma capacidade 
superior em perceber, compreender, descobrir sentidos, relações e tendências 
com base em dados e em informações envolvidas (Souza, 2002). 
Já o risco financeiro está diretamente relacionado com o endividamento da 
empresa e com a capacidade de pagamento (Filho et al., 2003). Os autores 
defendem que o risco sistemático se relaciona aos ativos negociados no mercado, 
sendo determinado por eventos de natureza política, econômica e social. Por 
outro lado, o risco não sistemático diz respeito aos riscos específicos ou próprios 
do ativo. 
 Em resumo, o risco sistemático possibilita quantificar a sensibilidade do 
retorno do ativo financeiro em relação ao retorno do mercado, possibilitando a 
medição do quanto o retorno de uma ação irá variar quando ocorre uma alteração 
do mercado. 
 Vale ressaltar que no risco sistemático cada ativo se comporta de maneira 
diferente em relação à conjuntura, por isso, indica-se que os investimentos sejam 
diversificados. No risco não sistemático, cada ativo é afetado de maneira diferente 
por conta dos seus tipos de contrato. Segundo Mellagi Filho (2003), para avaliar 
a expectativa de valor real de um projeto, devemos levar em consideração 
incertezas do próprio negócio, de crédito, de inadimplência, das mudanças nas 
taxa de juros, de hábitos dos consumidores etc. 
 
 
 
15 
Quadro 1 – Características principais da distribuição normal 
Tem a forma de um sino 
É simétrica em relação à média 
Prolonga-se de mais infinito a menos infinito 
Cada distribuição normal fica completamente especificada por média e desvio-
padrão, existe uma distribuição normal para cada combinação de média e 
desvio-padrão 
A área total sob a curva normal é considerada 100% 
A área sob a curva entre dois pontos é a probabilidade de uma variável 
normalmente distribuída tomar um valor entre esses pontos 
Como há um número ilimitado de pontos no intervalo de menos infinito a mais 
infinito, a probabilidade de uma variável aleatória distribuída normalmente tomar 
exatamente determinado valor é aproximadamente zero. As probabilidadesreferem-se sempre a intervalos de valores 
Fonte: Lourenço, com base em Mellagi Filho, 2003. 
 O quadro 1 mostra o método probabilístico para determinação do risco para 
o qual, segundo Mellagi Filho (2003, p. 97), a “distribuição normal é uma 
ferramenta importante que possibilita a mensuração do nível de incerteza 
decorrente de suas indecisões”. 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
ABENSUR, E. O. Finanças Corporativas: fundamentos, práticas brasileiras e 
aplicações em planilha eletrônica e calculadora financeira. Universidade Federal 
do ABC – UFABC, São Paulo, 2009. Disponível em: 
<https://www.researchgate.net/publication/323030034_FINANCAS_CORPORATI
VAS_Fundamentos_Praticas_Brasileiras_e_Aplicacoes_em_Planilha_Eletronica
_e_Calculadora_Financeira>. Acesso em: 4 jan. 2022. 
ASSAF NETO, A. A dinâmica das decisões financeiras. Caderno de Estudos, 
São Paulo, FIPECAFI, v.16, p. 9-25, jul./dez. 1997. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/j/cest/a/jdLGksTfdnXLtL9LXHLtNwK/?lang=pt>. Acesso 
em: 4 jan. 2022. 
FILHO, J. C. F. A.; SOUZA, C. P. de; GONÇALVES, D. A.; CURY, M. V. Q. 
Finanças Corporativas. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. 
144 p. 
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Habra, 1997. 
MELLAGI FILHO, A. Curso Básico de Finanças. São Paulo: Atlas, 2003. 
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de 
administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
SCHWARTZ, Peter. A arte de visão de longo prazo: planejando um futuro em 
um mundo de incertezas. 4. ed. Rio de Janeiro: Best-Seller, 2006. 
SOUZA, H. de. Como se faz análise de conjuntura. 23. ed. Petrópolis: Vozes, 
2002. 
VIABILIDADE. In: Dicio – Dicionário Online de Português. Disponível em: 
<https://www.dicio.com.br/viabilidade/>. Acesso em: 4 jan. 2022. 
	INTRODUÇÃO
	Contextualizando
	TEMA 1 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES
	Após avaliadas essas variáveis, verifica-se a demanda de mercado, seja para a criação de um novo negócio ou para a expansão do atual ou lançamento de novos produtos.
	Finalmente, a empresa deveria visualizar a Viabilidade Financeira, Operacional e Jurídica, alinhando as necessidades de leis, normas e regulamentos, verificando se o negócio demandará recursos e estrutura, bem como se poderá validar todas as obrigaçõe...

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