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IMPACTO AMBIENTAL UNIDADE 3

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Prévia do material em texto

Avaliação de 
Impacto Ambiental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de 
um Estudo de Impacto Ambiental
5
• Introdução
• Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil
• Realizando um Estudo de Impacto Ambiental
• Finalizando a unidade
 · A unidade tem como objetivo dar condições para o profissional de meio ambiente 
coordenar a elaboração de um estudo de impacto ambiental e conhecer todos os 
componentes envolvidos, inclusive as políticas e legislações pertinentes.
Nesta unidade, abordaremos aspectos das políticas públicas, legislação brasileira na avaliação 
de impactos ambientais e desenvolvimento de um estudo de impacto ambiental. Muitos 
aspectos técnicos foram bem simplificados para não nos perdermos e termos uma visão mais 
geral do assunto. Os temas abordados podem e devem ser aprofundados na bibliografia citada 
e também no material complementar. 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Políticas Públicas, Legislação Brasileira 
e Desenvolvimento de um Estudo de 
Impacto Ambiental
6
Unidade: Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental
Contextualização
Nesta unidade, trataremos especificamente das políticas públicas, legislação brasileira na 
avaliação de impactos ambientais e desenvolvimento de um estudo de impacto ambiental. A 
unidade tem como objetivo dar condições para o profissional de meio ambiente coordenar a 
elaboração de um estudo de impacto ambiental e conhecer todos os componentes envolvidos, 
inclusive as políticas e legislações pertinentes.
Como um instrumento de política e gestão ambiental de projetos, a Avaliação de 
Impacto Ambiental (AAI) caracteriza-se por assegurar, desde o início do planejamento de 
um projeto, que se faça o estudo sistemático dos impactos ambientais e das alternativas 
viáveis, e que os resultados sejam apresentados de forma coerente ao público e aos 
responsáveis pela tomada de decisão.
No Brasil, a Avaliação de Impacto Ambiental foi introduzida pela lei federal nº 6.938, de 31 de 
agosto de 1981, que estabeleceu a política ambiental e os instrumentos técnicos que permitem 
a gestão ambiental, como o Zoneamento Ambiental, o Licenciamento Ambiental, o Controle, 
a Fiscalização e o Monitoramento Ambiental. Esses instrumentos foram regulamentados por 
meio de resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), um órgão superior 
do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), instituído pela mesma legislação.
A Avaliação de Impacto Ambiental foi regulamentada por meio da resolução 001/86 do 
CONAMA, que definiu os critérios básicos e as diretrizes para sua introdução. A AIA nessa 
resolução aparece como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA), condicionantes para o licenciamento ambiental de empreendimentos 
que causam impactos ao meio ambiente. Mais tarde, a constituição da república de 1988, no 
capítulo sobre meio ambiente (art. 225), colocou o Estudo Prévio de Impacto Ambiental como 
exigência para a implantação de obra ou atividades causadoras de degradação ambiental no 
parágrafo 10, inciso IV.
A partir da introdução do conceito de impacto ambiental, outros instrumentos de gestão 
ambiental foram gerados. Entre eles, podemos citar as auditorias ambientais, o monitoramento 
ambiental e a avaliação ambiental a ser aplicada em políticas setoriais. Com isso, um conceito 
mais abrangente vem sendo introduzido: a Avaliação Ambiental Estratégica – AAE.
7
Introdução
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) foi um grande avanço em relação às políticas 
ambientais, obrigando a se pensar nos aspectos ambientais nos estágios mais preliminares de um 
projeto. É um importante instrumento de gestão, viabilizando ao longo prazo empreendimentos 
e evitando erros que trariam custos ambientais e econômicos relevantes. Além disso, o estudo 
de impacto ambiental torna o processo de licenciamento mais transparente, o que permite que 
diferentes agentes sociais possam se envolver com o processo de desenvolvimento e gestão da 
sua região (BRAGA, 2005).
Esse termo trata-se de um processo sistemático de comunicação das considerações ambientais 
e consequências das propostas referentes a políticas, planos e programas. A AAE tem como 
objetivo principal integrar os fatores ambientais e a sustentabilidade no desenvolvimento dos 
processos de decisão sobre políticas públicas.
Com novos enfoques, as políticas de gestão ativas e preventivas colocam em cada setor 
da economia, de produção ou serviços, responsabilidades na construção de processos 
de gestão ambiental adequados às suas atividades, para que atinjam níveis de qualidade 
ambientais cada vez melhores.
Esses níveis poderão ser estabelecidos a partir de absorção pelo empreendedor público 
ou privado, de sistema de gestão ambiental, de procedimentos e normas de conduta para 
a redução de impactos ambientais, correlacionadas à produção de serviços e produtos de 
sua atividade econômica, e orientados para a conservação dos recursos naturais e pela 
sustentabilidade ambiental (PHILIPPI, 2005). A avaliação dos impactos faz parte também 
das Normas Internacionais de Qualidade Série ISO 14001, adotadas e reguladas como um 
instrumento de certificação ambiental, um selo de qualidade ambiental das operações, produtos 
e serviços das empresas que possuem o certificado.
8
Unidade: Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental
Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil
A Avaliação de Impacto Ambiental é um instrumento de política e gestão ambiental 
caracterizado pela exigência de elaboração do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e do RIMA 
(Relatório de Impacto Ambiental), na fase anterior à implantação do empreendimento, ou 
seja, na fase de estudos de viabilidade técnica e econômica, colocando essa nova variável 
que é o estudo das questões ambientais.O processo todo é iniciado com a definição ou não 
da necessidade da elaboração do EIA e do RIMA pelo órgão ambiental, que poderá ser de 
nível federal, estadual ou municipal, isso vai depender da abrangência do projeto. Em caso 
afirmativo, ou seja, verificada a necessidade da elaboração, o empreendedor será responsável 
pela contratação do Estudo e por todos os custos decorrentes do EIA, inclusive do licenciamento 
ambiental.
Como já mencionado, a elaboração do EIA-RIMA foi regulamentada pela resolução 
001/86 do CONAMA, que prevê no artigo 7º que essa elaboração seja realizada por equipe 
multidisciplinar independente, com apresentação ao órgão ambiental responsável para que 
seja solicitada a licença ambiental prévia do empreendimento.
As atividades que exigem o EIA e RIMA estão elencadas no artigo 2º do CONAMA 001/86, 
mas outras atividades podem ser adicionadas se consideradas relevantes. Em relação à definição 
dos estudos ambientais pertinentes em cada caso, deve ser considerada a Resolução CONAMA 
237, de 19/12/1997, que dispõe sobre descentralização da gestão ambiental e estabelece as 
competências e as atividades, objeto de licenciamento ambiental (CONAMA 1997).
Depois de elaborado o EIA-RIMA, os documentos devem ser apresentados ao órgão 
ambiental, divulgada formalmente sua apresentação na imprensa oficial, disponibilizando-se o 
documento para as comunidades interessadas.
Após a análise técnica pelo órgão ambiental, este emitirá seu parecer com base nessas 
consultas e avaliações, estabelecendo os condicionantes técnicos e as medidas mitigadoras 
correspondentes aos impactos detectados, determinadas se a decisão for favorável à 
implantação do empreendimento.
Uma parte crucial de todo esse processo se dá por meio da participação das comunidades 
e da sociedade interessada nas consequênciasambientais do empreendimento. Portanto, 
dentro do processo de avaliação de impacto ambiental, é obrigatória a divulgação pública dos 
pedidos de licenciamento ambiental, com referência à elaboração dos estudos, bem como a 
disponibilidade do RIMA.
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é um relatório que deve ser elaborado em 
linguagem adequada para a compreensão de todos, resultado do estudo de impacto ambiental 
de um determinado empreendimento, e é utilizado para divulgar os impactos do projeto em 
estudo, das medidas para a mitigação dos impactos e as condições em que o projeto se torna 
viável do ponto de vista ambiental.
9
No processo de avaliação de impacto ambiental, deve ser considerada também a realização 
de audiências públicas antes da tomada de decisão pelo órgão ambiental competente, para que 
as comunidades interessadas no projeto se posicionem. Essa medida também foi regulamentada 
pela Resolução CONAMA 009, de 03/12/1987.
No Brasil, o EIA é submetido à análise dos Conselhos de Meio Ambiente, que são compostos 
por representantes governamentais e pela sociedade civil organizada em entidades não 
governamentais. A análise é submetida antes das decisões oficiais do órgão governamental 
competente. A deliberação do conselho pode ter um peso jurídico e administrativo, dependendo 
da legislação ambiental específica do estado ou do município envolvido.
Sendo a Avaliação de Impacto Ambiental um instrumento de caráter preventivo, devendo 
ser elaborado na fase de planejamento, apresenta como seus principais objetivos subsidiar a 
decisão entre a escolha e as possíveis alternativas de um projeto, incluindo a hipótese de não 
execução; gerenciar as ações do projeto em todas as suas fases, do ponto de vista ambiental; 
e auxiliar o processo de decisão da viabilização do uso dos recursos naturais e econômicos, 
promovendo o desenvolvimento sustentável.
A avaliação de impactos envolve muitas variáveis, como procedimentos técnico-
científicos, administrativos, políticos e institucionais. No campo técnico-científico, são 
utilizados métodos e técnicas em todas as áreas do conhecimento, principalmente as do 
meio físico, biótico, social e econômico. No institucional, métodos de planejamento e 
gestão e toda a legislação ambiental. E no campo político, é solicitada a garantia da 
participação da sociedade no processo de tomada de decisão sobre a realização de projetos 
que venham afetar negativamente o ambiente.
10
Unidade: Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental
Vamos apresentar a seguir um diagrama que mostra uma sequência das principais atividades 
que fazem parte de um processo de Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil.
Projeto de empreendimento
ou atividade
Licenciamento
ambiental simples
Concessão da
Licença Prévia - LP
Gestão ambiental
do empreendimento
Revisão do EIA/RIMA pela equipe
tecnica do orgão ambiental
Avaliação ambiental
preliminar
Processo completo
de avaliação de
impacto ambiental
Avaliação ambiental detalhada:
Elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental - EIA e do Relatório de
Impactos ao Meio Ambiente - RIMA
Elaboração dos termos de referência
em conjunto com o orgão ambiental
Tomada de decisão pela autoridade ambiental
após liberação do conselho de meio ambiente
O projeto pode causar
impactos ambientais?
Talvez Sim
Audiência pública
Não
Adaptado de Philippi, 2005, apud Sanches.
11
Realizando um Estudo de Impacto Ambiental
A realização de um Estudo de Impacto Ambiental deve passar por algumas etapas que irão 
fazer parte do conteúdo final do documento. As etapas são: descrição do ambiente na área de 
influência do projeto; descrição do projeto; diagnóstico ambiental; determinação e avaliação 
dos impactos; medidas mitigadoras, compensatórias e potencializadoras; monitoramento após 
implantação das medidas.
Descrição do projeto
A descrição de um projeto constitui-se de duas partes principais - uma se refere a informações 
técnicas e outra a informações contextuais. Dentre as informações técnicas, devem constar 
a localização do projeto; a concepção física; os métodos; o cronograma de construção; os 
requerimentos de energia e água; os procedimentos para o funcionamento; as vias de acesso; 
as obras de serviços e apoio; as matérias primas e os insumos em todas as fases do processo; 
tipo e quantidade de todas as emissões, incluindo emissões sólidas, líquidas, gasosas e ruído; 
as formas de controle, planos e programas ambientais. Devem constar também os custos do 
empreendimento; os empregos diretos e indiretos criados em todas as fases; os impostos e 
rendas gerados na implantação do projeto; a vida útil do empreendimento; o destino para o 
local após o término das atividades; e programas para a recuperação da área.
Resumindo, é necessário que se descrevam todas as atividades e formas do desenvolvimento, 
todos os recursos utilizados, os produtos e os resíduos que serão gerados em decorrência das 
atividades. Todas as ações e produtos que o projeto vai gerar deverão ser conhecidos. Isso é 
necessário para que se identifiquem posteriormente os impactos ambientais.
Nas informações contextuais, deverão constar a justificativa da escolha do projeto e do 
local de sua implantação e a necessidade da sua implantação e execução, com a indicação 
dos benefícios econômicos, sociais, ambientais, etc.; devem ser apresentadas também as 
alternativas tecnológicas do projeto e alternativas de localização.
Descrição ambiental da área de influência do projeto
Para descrever o meio ambiente, é necessário em primeiro lugar definir quais os limites da 
área de influência do projeto. Essa definição costuma ser feita com a equipe multidisciplinar em 
reuniões técnicas, com base em avaliações preliminares do alcance de cada impacto esperado. 
Em geral, cada impacto apresenta um comportamento. Vamos dar como exemplo uma área em 
que a poluição do ar pode se espalhar por conta de um empreendimento. A área de influência 
deverá ser determinada dependendo da direção e velocidade de ventos predominantes, da 
altura da chaminé, da quantidade de emissões, do relevo, etc. Muito diferente da poluição 
hídrica, que se relaciona diretamente com os cursos d’ água onde podem ser lançadas emissões 
líquidas. O ruído também tem uma área de abrangência específica. Então, podemos dizer que 
a área de influência será uma combinação dos limites de cada elemento do projeto.
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Unidade: Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental
Classifica-se a área de influência em direta e indireta. A área de influência direta é a 
área localizada mais próxima do empreendimento, sofrendo, portanto, os efeitos diretos da 
implantação e operação do projeto. A área de influência indireta é aquela em que os efeitos 
são menos evidentes. A área de influência direta requer uma descrição mais detalhada e 
profunda. As áreas de influência, tanto a direta quanto a indireta, deverão ser apresentadas em 
cartas temáticas e de síntese. Tais áreas devem ser definidas e muito bem explicadas no EIA.
Para a descrição da área de influência, são exigidos estudos bastante aprofundados, baseados 
em dados, quando existentes e disponíveis na literatura, e em levantamentos de campo para 
coletas de dados, quando as informações não são existentes. As coletas costumam encarecer 
bastante o EIA e prolongam o processo, mas são extremamente necessárias em locais que 
ainda não foram estudados e para prospecções da área diretamente afetada.
É muito importante que os dados obtidos sejam da área específica do projeto e não de 
áreas similares, pois cada área tem aspectos únicos que são fatores chave para a identificação 
dos impactos.
Ao descrever a área de influência, os seguintes aspectos devem estar contemplados: o 
meio físico, o meio biológico e o meio antrópico. No meio físico, temos: clima e condições 
meteorológicas; ruído; qualidade do ar; solos; geologia; recursos hídricos; etc. No meio 
biológico:os ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição. E no meio antrópico, temos 
dinâmica populacional; uso e ocupação do solo; nível de vida; estrutura produtiva e de serviços; 
e organização social.
O que permitirá o conhecimento do meio em que o projeto vai ser implantado será o 
que permitirá identificar as possíveis alterações sobre os estados dos aspectos ambientais em 
função da implantação do projeto.
Por conta da quantidade grande de aspectos que podem ser incluídos na descrição da 
área de influência, os órgãos ambientais responsáveis elaboram os termos de referência, que 
indicam aos empreendedores e à equipe de elaboração dos EIAs. Esses termos são muito 
importantes, pois definem quais elementos do meio ambiente deverão estar incluídos nessa 
descrição, sendo considerados imprescindíveis para a análise do estudo.
De modo geral, a descrição é um conjunto de informações na sua maioria não pertencentes 
ao projeto, mas que servirão de base para a tomada de decisões. É importante que se trabalhe na 
descrição com elementos valorizados do ambiente, reconhecidos legalmente, reconhecidos pela 
comunidade como elementos importantes e também considerados por técnicos especializados.
O diagnóstico ambiental
No diagnóstico ambiental, deverão ser apresentadas a descrição e análise dos fatores 
ambientais e as interações entre eles, para fazer a caracterização da área de influência antes 
da implantação do empreendimento.
Os fatores ambientais englobam as variáveis suscetíveis de sofrer direta ou indiretamente 
os efeitos das ações executadas na fase de planejamento, implantação e operação do 
empreendimento.
13
No diagnóstico ambiental, é necessário expor as interações dos fatores ambientais, físicos, 
biológicos e sócio econômicos, indicando quais os métodos adotados para a sua análise, com 
o objetivo de descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, abióticos e antrópicos 
dos sistemas que serão afetados pelo empreendimento.
Determinação e avaliação dos impactos
Os impactos deverão ser determinados nas diferentes fases do empreendimento: 
planejamento, construção, funcionamento e desativação. A determinação e a avaliação dos 
impactos é a etapa mais crucial de um estudo ambiental, pois exige um conhecimento profundo 
das atividades envolvidas e dos efeitos sobre os diferentes aspectos ambientais para que se 
possam prever os impactos que ocorrerão com o empreendimento proposto.
Os estudos ambientais em todo o mundo estão focando cada vez mais nos grupos interessados 
e nas populações que podem ser afetadas, positiva ou negativamente, pelo projeto para a 
definição desses impactos. Portanto, é de suma importância que se identifiquem todos os 
envolvidos e que estes participem do processo, colocando suas preocupações e expectativas 
em relação ao empreendimento.
Vários métodos foram desenvolvidos para a determinação dos impactos. No entanto, o 
mais comum é que a equipe responsável pela elaboração do EIA acabe desenvolvendo uma 
metodologia própria, normalmente adaptada das metodologias já citadas em outras unidades. 
Qualquer que seja a metodologia, a identificação dos impactos deve considerar todos os fatores 
e componentes do meio ambiente, incluindo os recursos naturais, culturais, econômicos, 
sociais, entre outros.
Os impactos são normalmente classificados em categorias, e cada equipe adota a sua 
própria classificação. Algumas classificações são mais comuns, elementos como magnitude do 
impacto, distribuição dos riscos e benefícios, pertinências às ordens legais, etc.
Outro ponto relevante é a classificação dos impactos diretos ou de primeira ordem, e dos 
impactos indiretos, de segunda, terceira e até quarta ordem. A seguir vamos apresentar um 
exemplo da classificação de impacto em diretos e indiretos:
DESMATAMENTO
IMPACTOS DIRETOS IMPACTOS INDIRETOS
Perda da biodiversidade
• Redução da fauna silvestre
• Aumento de pragas
Aumento da temperatura • Modificação do regime de ventos e chuvas
Aumento da erosão
• Turbidez da água
• Diminuição da fotossíntese
• Redução da ictiofauna
• Perda de renda
Fonte: Philippi, 2004.
14
Unidade: Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental
Todas as fases de um empreendimento devem ter seus impactos descritos, incluindo a 
preparação do terreno; instalação das obras; implementação; construção; funcionamento; e 
até a desativação, se houver. Os impactos são descritos para cada fase do empreendimento, 
pois os impactos são diferentes em cada fase.
A avaliação dos impactos é feita após a indicação e classificação dos efeitos e consiste 
em dar magnitude e amplitude aos impactos previstos, a fim de poder determinar a ordem 
de prioridade de prevenção, de mitigação ou de compensação (PHILIPPI, 2004). Com a 
avaliação, é possível estabelecer a importância dos impactos, tarefa extremamente complexa 
e subjetiva. A avaliação não pode ser realizada por um único técnico, e sim por uma equipe 
multidisciplinar, normalmente com audiência pública e consultoria especializada.
A classificação e a importância dos impactos devem ser colocadas em ordem de prioridades. 
É necessário colocar a atenção em alguns critérios, como:
• Comparação de leis e regulamentos existentes;
• Determinação do grau de importância que a população dispensa ao empreendimento;
• Presença de áreas protegidas pela legislação localizadas dentro da área de influência do 
empreendimento;
• Compatibilidade com políticas e projetos do governo na área;
• Trabalhos científicos na área;
• Consulta de pessoas e órgãos envolvidos;
• Atenção às alterações dos sistemas e processos ecológicos;
• Intensidade do impacto negativo nos valores sociais;
• Intensidade dos impactos negativos ou positivos sobre a saúde da população envolvida.
Ao serem avaliados os impactos de forma comparativa, podemos chegar aos impactos que 
causam maior preocupação e que precisam ser evitados, diminuídos ou compensados e àqueles 
que são de menor importância. Com a avaliação dos impactos, é possível uma avaliação mais 
precisa sobre a viabilidade ambiental do empreendimento, facilitando a comunicação com o 
público envolvido e com os órgãos competentes.
Com a dificuldade que os técnicos encontram nas avaliações qualitativas e nos testes 
estatísticos, vem crescendo a utilização de modelos matemáticos para dar mais confiança às 
previsões. Esses modelos são úteis para quantificar os parâmetros físicos, químicos e biológicos, 
permitindo o estudo de diferentes cenários para os fatores demográficos, econômicos e sociais.
15
Medidas mitigadoras 
As medidas de atenuação ou mitigação são aquelas aplicadas para prevenir, reduzir ou 
eliminar os efeitos ambientais negativos do empreendimento, e quando possível melhorar a 
qualidade do meio. Para a mitigação, é necessário modificar aspectos do projeto para que 
reduza ou elimine as consequências negativas no meio ambiente.
Aos efeitos positivos de um projeto, são propostas medidas que se potencializem, otimizando 
a utilização dos recursos, melhorando o rendimento ambiental.
Para que se obtenha sucesso na atenuação de um impacto, existem várias formas que podem 
ser propostas, como alterar a localização de um projeto; modificar as técnicas construtivas e os 
equipamentos utilizados; alterar a concepção de um projeto; entre outras. Para cada impacto, cabe 
à equipe de elaboração do estudo exercer seu conhecimento e criatividade e propor essas medidas 
e discuti-las. É claro que os impactos de maior magnitude são os que merecem uma maior atenção 
para que a magnitude e os riscos sejam reduzidos, até que fiquem num ponto aceitável.
Podemos dividir as medidas mitigadoras em medidas de engenharia ou estruturais; medidas 
de manejo ou não estruturais; e revisão de políticas. Dentre as várias medidas de engenharia, 
podemos citar como exemplo o tratamento de efluentes com o uso de equipamentos alternativos 
para melhorá-los. As medidas de manejo incluem o estudo das condições de operaçãodo 
processo para poder ajustá-las às condições ambientais. Essas medidas estão baseadas no 
conhecimento de que existem níveis toleráveis de impactos, assim administra-se o processo 
para que os riscos ambientais fiquem dentro do tolerável. Podemos citar como exemplo a 
proibição de movimentar a terra nos períodos de chuva no intuito de minimizar a erosão e a 
consequente sedimentação dos corpos d’água.
É fundamental que medidas mitigadoras sejam aplicadas em todos os impactos negativos do 
projeto (PHILIPPI, 2004). As medidas compensatórias são consideradas depois de esgotadas 
as medidas preventivas e mitigadoras, permanecendo, ainda assim, alguns impactos negativos 
em função do projeto. Nessa situação, o empreendedor é obrigado a realizar a recuperação 
ambiental, mesmo em uma área que não esteja diretamente ligada ao projeto, mas que seja 
valorizada pelo grupo social afetado. Podemos dar como exemplo um empreendimento que, 
para sua instalação, precise remover a vegetação arbórea. Como medida compensatória, 
terá de plantar um número maior de árvores numa área contígua, ou nas ruas do bairro 
ou recuperar uma outra área localizada na vizinhança. Essas medidas podem também ser 
compensadas por valores em dinheiro. Nesse caso, atribui-se um valor aos danos causados 
pelo empreendedor, que vai reembolsar o órgão ambiental.
16
Unidade: Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental
Monitoramento
O monitoramento é a coleta de dados e avaliação que tem como objetivo determinar a 
eficácia das medidas de proteção adotadas e desenvolver a capacidade para melhor prever os 
impactos, verificando a relação entre os impactos previstos e os impactos reais, no sentido de 
subsidiar projetos futuros e melhorar a gestão dos projetos e de seus programas, protegendo 
assim o meio ambiente.
O monitoramento atua em 03 frentes:
• Supervisionar a conformidade do termo de referência que foi proposto pelo EIA e 
aprovado pelos órgãos ambientais;
• Verificar se há conformidade com a legislação;
• Supervisionar os efeitos, verificando se a previsão realizada está em acordo com a 
situação real, principalmente em relação à magnitude, e controlar a eficácia das medidas 
de atenuação dos impactos.
Um programa de monitoramento ambiental é necessário para todo EIA/RIMA. Nesse 
programa devem constar os objetivos, os instrumentos utilizados e o período de amostragem. O 
programa de monitoramento deve definir todos os responsáveis pelas ações de monitoramento.
O programa de monitoramento é muito importante, no sentido que ele vai registrar 
toda a dinâmica do processo, podendo identificar impactos não previstos; verificando se 
os compromissos que foram assumidos estão sendo cumpridos; determinando a eficácia 
das medidas mitigadoras implantadas; e permitindo de forma eficaz a determinação das 
compensações pelos efeitos não mitigados.
Finalizando a unidade
Chegamos ao final desta unidade. O texto apresentado objetivou sintetizar os procedimentos 
exigidos na elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Apresentou também os 
principais conceitos utilizados e uma base de conhecimento para a prática de elaboração de 
um EIA. Dentro do conhecimento abordado ao longo da unidade, foram vistos exemplos 
aplicáveis à área de avaliação de impacto ambiental. Esperamos ter atingido o objetivo para 
a formação de novos profissionais conscientes e preparados nesse campo tão vasto que é o 
meio ambiente.
17
Material Complementar
Para aprofundar seus estudos em Avaliação de impactos ambientais, seguem algumas 
indicações de vídeos:
Vídeos:
BRASIL. Governo Federal. Brasil: o desafio da sustentabilidade. Desenvolvimento 
sustentável. Duração: aprox. 9 minutos. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=WYQauL2ZIJk>. Acesso em: 02 jun. 2015.
TV JUSTIÇA. O judiciário e a legislação ambiental. Documentário – Legislação 
sobre meio ambiente. Parte 1. Duração: aprox. 15 minutos. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=AbJMsbCbNQs>. Acesso em: 02 jun. 2015.
CPT – Centro de Produções Técnicas. Conceitos básicos. Conteúdo integrante do 
curso Técnicas de avaliação de impactos ambientais. Duração: aprox. 3 minutos. 
Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=M09PPMaPeZ4>. Acesso em: 02 jun. 2015.
FMB CURSOS JURÍDICOS. Disciplina de Direito ambiental. Módulo 2. Professora 
Vanessa Fernandes Ferrari. Política nacional do meio ambiente: estudo prévio de 
impacto ambiental. Duração: aprox. 7 minutos. Disponível em: 
< https://www.youtube.com/watch?v=JTki_pT6SH4>. Acesso em: 02 jun. 2015.
Leituras:
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 01, de 23/01/1986: Dispõe sobre critérios básicos
e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental.
https://bit.ly/3wrIZVM
18
Unidade: Políticas Públicas, Legislação Brasileira e Desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental
Referências
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2ª ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2005.
PHILIPPI, A. et. al. Curso de gestão ambiental. Barueri, São Paulo: Manole, 2004.

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