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WBA1129_v1.0 Sistemas de Telecomunicação e Transmissão As linhas de transmissão e a utilização das antenas em sistemas de telecomunicações Propagação de ondas eletromagnéticas e as Antenas Bloco 1 Antônio Palmeira de Araújo Neto Propagação da Onda Eletromagnética Figura 1 – Geração e propagação da onda eletromagnética Fonte: adaptada de Medeiros (2016, p. 105). Comprimento da Onda Eletromagnética • As ondas eletromagnéticas se propagam no espaço livre com uma velocidade da luz no vácuo (𝑉𝑐) de 3. 10 8𝑚/𝑠. • O comprimento de onda é representado pela letra λ (lambda) e pode ser encontrado por meio da seguinte equação: λ = 𝑉𝑐 𝑓 Em que 𝑓 é a frequência da onda eletromagnética. Exemplo: qual é o comprimento de onda encontrado para a frequência f = 150 MHz? λ = 𝑉𝑐 𝑓 = 3.108 150.106 = 2𝑚 Faixas de Frequências Quadro 1 – Faixas de Frequências utilizadas em sistemas de rádio Fonte: adaptado de Visser (2015, p. 9). Banda de frequências Frequências Comprimentos de onda Exemplos de Aplicações Ultrabaixa frequência (ULF). 0,3–3 kHz. 100–1000 km. Comunicação Submarina. Muito baixa frequência (VLF). 3–30 kHz. 10–100 km. Comunicação Submarina. Baixa frequência (LF). 30–300 kHz. 1–10 km. RFID. Média frequência (MF). 0,3–3 MHz. 0,1–1 km. Radiodifusão AM. Alta frequência (HF). 3–30 MHz. 10–100 m. Rádio em ondas curtas. Muito alta frequência (VHF). 30–300 MHz. 1–10 m. Radiodifusão FM e TV. Ultra-alta frequência (UHF). 0,3–3 GHz. 0,1–1 m. TV, GPS e telefonia celular. Superalta frequência (SHF). 3–30 GHz. 1–10 cm. Satélites, radar e WLAN. Extremamente alta frequência (EHF). 30–300 GHz. 1–10 mm. Satélites e radar. Atenuação da onda devido ao espaço livre 𝐿𝑓𝑠 = 92,45 + 20 log(𝑓. 𝑑) 𝐿𝑓𝑠 => atenuação do espaço livre em valor positivo de dB. 𝑓 => Frequência do enlace em GHz. 𝑑 => Distância percorrida pela onda em quilômetro. Exemplo: calcular a atenuação do espaço livre em dB, no percurso de 10 quilômetros, imposta à onda na frequência de 1 GHz. 𝐿𝑓𝑠 = 92,45 + 20 log(𝑓. 𝑑) = 92,45 + 20 log 1.10 = 92,45 + 20 log 10 = 92,45 + 20 = 112,45 dB Antenas • É um dos principais elementos dos sistemas de telecomunicação via rádio. • Funciona na transmissão como um conversor da corrente elétrica de rádio frequência em ondas eletromagnéticas. • Na recepção, capta as ondas eletromagnéticas e converte em corrente elétrica de rádio frequência. Figura 2 – Sistema de Comunicação via rádio Fonte: Soares Neto (2018, p. 77). As linhas de transmissão e a utilização das antenas em sistemas de telecomunicações Linhas de Transmissão Bloco 2 Antônio Palmeira de Araújo Neto Linhas de Transmissão • Dispositivo condutor elétrico que transporta o sinal de rádio frequência gerado pelo dispositivo transmissor à antena. • Tem como características elétricas: impedância, atenuação e frequência de corte. Figura 3 – Linhas de Transmissão Fonte: adaptada de Medeiros (2016, p. 101). Potências incidentes e refletidas em uma linha de transmissão Figura 4 - Representação das potências incidente e refletida Fonte: adaptada de Medeiros (2016, p. 173). Ondas estacionárias • São as ondas eletromagnéticas refletidas pelas antenas em uma linha de transmissão. • As ondas estacionárias podem ocorrer devido ao descasamento de impedâncias. • Provocam o superaquecimento do estágio de saída do transmissor e a diminuição do rendimento da transmissão, pois uma boa parte da potência deixa de ser irradiada. • Pode-se utilizar um medidor de relação de onda estacionária (ROE) para comparar as tensões de onda estacionárias. • Pode-se utilizar também um medidor de potências para comparar a onda incidente na antena e a onda refletida pela antena. Utilizando um medidor de ROE Para um medidor de ROE: • Situação ideal (Impedância igual a uma resistência pura): ROE = 1. • Em linha aberta ou em curto temos um ROE = infinito. • Valores muito bons de ROE estão entre 1,06 e 1,15 (valores típicos), no máximo 1,5. Utilizando um medidor de potências Para um medidor de potências: • Encontramos o coeficiente de reflexão, dividindo-se a potência refletida pela potência incidente. • Situação ideal é o coeficiente de reflexão igual a zero. • Quando a linha está aberta ou em curto temos o coeficiente de reflexão igual a um. As linhas de transmissão e a utilização das antenas em sistemas de telecomunicações Tipos de Antenas Bloco 3 Antônio Palmeira de Araújo Neto Antena Yagi-Uda • Criada em 1926. • Composto de: • Dipolo de meio comprimento de onda excitado pela linha de transmissão. • Dipolos excitados indiretamente por indução mútua e conhecidos como elementos diretores e colocados na direção de máxima irradiação desejada. • Elemento refletor situado no lado oposto ao lado em que estão posicionados os diretores. • Utilizada em aplicações em transmissões de radiodifusão em TV nas faixas de VHF e UHF de 5MHz a 1GHz. Fonte: Gomes (2013, p. 191). Figura 5 - Antena Yagi-Uda com cinco elementos Antena refletoras de canto • Criada em 1938. • Composto de: • Dipolo de meia-onda diretamente excitado, colocado no plano bissetor do diedro. • Diedro formado por duas superfícies refletoras, com ângulo de 30° a 180°. • Utilizada em aplicações nas faixas de VHF e UHF para enlaces fixos. Figura 6 – Antena com refletor de canto Fonte: Medeiros (2016, p. 205). Antenas Helicoidais • Criada em 1947. • Composto de: • Condutor central enrolado ao longo de um eixo, na forma de uma hélice. • Plano refletor perpendicular ao eixo da hélice. • Cabo coaxial que alimenta o condutor central. • Utilizada em aplicações em comunicações espaciais, telefonia, nas frequências 100 MHz a 2 GHz. Figura 7 – Antena Helicoidal Fonte: Gomes (2013, p. 193). Antenas Cornetas • Sua utilização data do final do século XIX. • É um dos principais tipos de antena de abertura. • Funciona de forma semelhante ao um megafone, que é um radiador acústico na forma de corneta e provê diretividade para ondas sonoras. • A corneta eletromagnética atua como uma transição entre um modo de guia de onda e o modo de espaço livre. • Aplicações envolvendo micro- ondas acima de 1 GHz. Figura 8 – Antenas Cornetas Fonte: Visser (2015, p. 147) Antenas com refletores parabólicos • Sua utilização data do final do século XIX. • Também conhecida como antena parabólica. • Utiliza o mesmo princípio da reflexão da luz nos espelhos parabólicos. • Muito utilizada nas comunicações via satélite. Figura 9 – Antena parabólica Fonte: Gomes (2013, p. 199). Outras antenas • Destinadas a recepção de sinais: • Antena telescópio. • Antena log-periódica. • Destinada a transmissão de sinais: • Antena mastro. • Antena torre. Figura 10 – Outras antenas Fonte: Medeiros (2016, p. 201). Teoria em Prática Bloco 4 Antônio Palmeira de Araújo Neto Reflita sobre a seguinte situação • Uma empresa possui duas unidades de negócio, com certa proximidade geográfica, conectadas por meio de sistema de telecomunicações via rádio. • Os usuários destas unidades de negócios têm percebido muita lentidão e desconexões no processo de transmissão de informação. • O técnico de telecomunicações resolveu fazer a troca do cabo coaxial, que interligava em uma unidade de negócios o transmissor com antena. Reflita sobre a seguinte situação A partir da compreensão desta situação, qual deve ter sido a principal causa do problema? Por que foi feita a troca do cabo coaxial? Norte para a resolução Para resolver este problema, você precisará conhecer um pouco sobre linhas de transmissão e sobre antenas. Resolução • Se o técnico substituiu o cabo coaxial que interligava o equipamento transmissor com a antena é porque havia um problema na linha de transmissão. • O cabo coaxial é a própria linha de transmissão. • O problema de lentidão pode ser sido ocasionado por ondas estacionárias criadas devido ao descasamento de impedâncialinha de transmissão com antena. • As ondas estacionárias provocam o superaquecimento do estágio de saída do transmissor e a diminuição do rendimento da transmissão, pois uma boa parte da potência deixa de ser irradiada. Dicas do (a) Professor (a) Bloco 5 Antônio Palmeira de Araújo Neto Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login através do seu AVA). Algumas indicações também podem estar disponíveis em sites acadêmicos como o Scielo, repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, te convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Leitura Fundamental Indicação de leitura 1 Este livro apresenta diversos informações importantes sobre a teoria das antenas. O capítulo 2 apresenta os parâmetros de desempenho sistêmico das antenas. Vale a pena ler. Referência: VISSER, H. J. Teoria e aplicações de antenas. Rio de Janeiro: LTC, 2015. Indicação de leitura 2 Conhecer o funcionamento das antenas é entender o coração dos sistemas de telecomunicações via rádio. Aconselhamos a leitura do capítulo 6, do livro Engenharia de antenas para conhecer com detalhes esta temática. Referência: RIBEIRO, J. A. J. Engenharia de antenas: fundamentos, projetos e aplicações. São Paulo: Érica, 2012. Dica do(a) Professor(a) Um dos principais sistemas de telecomunicações que utilizam as ondas eletromagnéticas para a transmissão da informação, é aquele operando satélites. Vale a pena conhecer um pouco sobre os satélites assistindo estes vídeos que mencionam de forma breve a história dos satélites no Brasil e no Mundo. Disponível no Youtube no canal Governo do Brasil. • Série Satélite Brasil | Episódio 1 | Uma breve história de satélites no Brasil e no mundo. • Série Satélite Brasil | Episódio 2 | A Missão Espacial Brasileira e o primeiro satélite nacional. • Série Satélite Brasil | Episódio 3 | A história de lançamento do satélite SCD1. Referências GOMES, G. G. R. Sistemas de rádio enlaces digitais: terrestres e por satélites. São Paulo: Érica, 2013. MEDEIROS, J. C. O. Princípios de telecomunicações: teoria e prática. São Paulo: Livros Érica, 2016. SOARES NETO, V. Telecomunicações avançadas e tecnologia aplicadas. São Paulo: Livros Érica, 2018. VISSER, H. J. Teoria e aplicações de antenas. Rio de Janeiro: LTC, 2015. Bons estudos!