Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 2 O SURGIMENTO DA INDÚSTRIA ..................................................... 4 2.1 A evolução dos avanços tecnológicos ......................................... 5 2.2 As etapas da industrialização ...................................................... 7 3 ORIGENS DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO .......................... 8 3.1 Primórdios da Administração de Produção ................................. 9 3.2 Evolução da Administração da Produção .................................. 11 4 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ............................................... 13 4.1 Produção na organização .......................................................... 14 4.2 Modelo de transformação .......................................................... 16 4.3 O papel da função Produção ..................................................... 20 4.4 Hierarquia do Sistema de Produção .......................................... 21 4.5 Tipos de Operação de Produção – os 4Vs da Produção........... 23 5 ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ................... 26 5.1 Atividades (responsabilidades) indiretas ................................... 27 5.2 Atividades (responsabilidades) diretas ...................................... 28 5.3 Atividades (responsabilidades) amplas ..................................... 30 6 ESTRATÉGIA DA PRODUÇÃO ....................................................... 31 6.1 A estratégia ............................................................................... 32 6.2 Hierarquia estratégica ............................................................... 33 6.3 Estratégia de produção ............................................................. 34 6.4 Estratégias estruturais e infra estruturais .................................. 35 6.5 Objetivos de desempenham da operação ................................. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 41 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 O SURGIMENTO DA INDÚSTRIA Fonte: beduka.com A indústria teve o marco do seu surgimento a partir do século XVIII, na primeira Revolução Industrial. O crescimento acentuado e rápido da economia capitalista, levou a necessidade da industrialização no final desse século, caracterizando uma explosão e dispersão da economia capitalista pelo mundo, de maneira inconfundível a partir de 1830. (UGARTE, 2005) Na segunda metade do século XVIII, a Europa foi marcada por profunda mudanças sociais e principalmente econômicas. As rápidas e extensas transformações técnicas e econômicas ocorridas na Grã-Bretanha associadas aos ideais liberais ocorridos na França, ocasionaram uma sensação de ruptura com o passado. (OLIVEIRA, 2004). A Revolução Industrial é uma expressão usada para referir a todas as mudanças no trabalho industrial, que ocorreram desde o início do século XVIII. O Início do surgimento das indústrias, acompanharam a tecnologia e o desenvolvimento disponíveis em cada época, sendo que a mais importante das mudanças ocorridas, em primeiro lugar na Grã-Bretanha, foi a invenção de máquinas que produziam muito mais que o trabalho manual. As primeiras a surgirem foram as de fiação e tecelagem. (BIEHL, 2003) 5 Fonte: slideserve.com Segundo Oliveira, 2004: Para o historiador Eric Hobsbawm, a década de 1780 trouxe mudanças tão significativas na economia inglesa a ponto de ser considerada início do século XIX. A ideia do novo, do progresso, se disseminava pela Europa, que buscava pôr em prática novas invenções que se adequassem ao ritmo do cotidiano alucinante imposto pela nova ordem do trabalho. O tempo tornou-se ainda mais valioso para aqueles que almejavam ganhar dinheiro, de modo que cada minuto deveria ser minuciosamente aproveitado. (Apud HOBSBAWM, 1989) 2.1 A evolução dos avanços tecnológicos Fonte: aminoapps.com 6 Com a necessidade de evoluir para atender a demanda da nova indústria, na primeira metade do século XIX, os sistemas de transporte e de comunicação desencadearam as primeiras inovações com os primeiros barcos à vapor (Robert Fulton/1807) e locomotiva (Stephenson/1814), revestimentos de pedras nas estradas McAdam/1819), telégrafos (Morse/1836). (FUENTES, 2005 apud BIEHL,2003) Outro avanço significativo e de grande importância foi o surgimento da energia elétrica e os motores a combustão interna. Com esses recursos foi possível movimentar máquinas, iluminar ruas e residências e impulsionar bondes, por exemplo. A energia elétrica aplicada aos motores, a partir do desenvolvimento do dínamo, deu um novo impulso industrial. (FUENTES, 2005) Para Marson (2014 apud ALLEN, 2006): Estudos recentes têm sustentado que a grande conquista da Revolução Industrial britânica foi a criação da primeira indústria mecânica de grande porte que poderia produzir máquinas em massa, aumentando sua produtividade. A produção de máquinas, segundo Robert Allen, foi a base de três desenvolvimentos que explicam o contínuo crescimento econômico mundial até a Primeira Guerra Mundial. Os três desenvolvimentos foram: a mecanização geral da indústria, as ferrovias e a indústria naval movida à energia a vapor. A mecanização da indústria aumentou a produtividade da Grã-Bretanha, e as ferrovias, os navios e a energia a vapor criaram uma economia global, que, com o aumento da divisão do trabalho, foi responsável pela elevação do padrão de vida em toda a Europa. Até meados do século XIX, a Grã-Bretanha teve estrutura industrial desequilibrada, em que o algodão era produzido em fábricas altamente mecanizadas, enquanto o restante da indústria manufatureira produzia de forma tradicional. A partir de meados do século XIX, as máquinas propagaram-se para outras partes da indústria britânica, e essa foi uma das causas do contínuo crescimento da renda. 7 Fonte: pt.slideshare.net 2.2 As etapas da industrialização Mundialmente, a industrialização pode ser classificada em três fases, de acordo com seu desenvolvimento gradativo, segundo Chaves (2018): 1760 – 1850: Iniciando na Inglaterra com a Revolução Industrial, essa primeira fase ficou restrita a esse local, sendo as principais atividades voltadas para a produção de bens de consumo, especialmente têxteis, e a energia a vapor. 1850 – 1900: Expandindo-se além da Europa, a Revolução atingiu outros países da Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. Dessa forma, a concorrência cresceu e houve o desenvolvimento da indústria de bens de produção, a expansão de ferrovias, e o descobrimento de novas formas de energia, comoa hidrelétrica e a derivada do petróleo. Além da invenção da locomotiva a vapor, revolucionando o transporte. 1900 – Até hoje: Ocorre o surgimento de conglomerados industriais e multinacionais. A automatização da produção e o surgimento da produção em série, são alguns marcos importantes dessa fase. A expansão dos meios de 8 comunicação, influencia o surgimento da sociedade de consumo de massas. Avançam a indústria química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica. Fonte: slideshare.net Desde então foram observados vários desenvolvimentos e avanços com o passar dos anos, como o surgimento e criação das estradas de ferro no séc. XIX facilitando o transporte de produtos manufaturados, tornando-os mais baratos e acessíveis. Além da invenção e construção de altos-fornos, responsáveis pelo desenvolvimento das indústrias de ferro. (BIEHL, 2003) 3 ORIGENS DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Referências históricas demonstram que conceitos administrativos de cerca de 1200 a.C. ainda são utilizados hoje. Contudo, a administração surgiu ainda com as primeiras comunidades primitivas. Os homens, em suas expedições de caça e pesca, além de construírem suas próprias ferramentas, também tomavam decisões, planejavam e dividiam o trabalho. Eles precisavam definir a rota de caça, o local onde ficariam acampados, as armadilhas, etc. Assim, você pode considerar que as expedições já tinham características de organizações, e seus líderes, características de gerentes (MAXIMIANO, 2012). 9 Segundo Lemos (2015) No decorrer da História, a Administração se desenvolveu muito lentamente. Até o final do século XIX, a sociedade era completamente diferente dos dias atuais. As organizações eram poucas e pequenas, predominando as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (médicos e advogados, lavradores, o armazém da esquina, etc.). Com a aceleração do desenvolvimento, no início do século XX, onde a maior parte das obrigações sociais eram confiadas a organizações (indústrias, hospitais, universidades, serviços públicos, etc.), administradas por dirigentes para se tornarem mais eficientes e eficazes, é que a Administração apresentou um notável desenvolvimento, com o aparecimento das Abordagens da Administração (Escolas) e suas Teorias. 3.1 Primórdios da Administração de Produção CRONOLOGIA EVOLUÇÃO 4000 a.C EGÍPICIOS: princípios sofisticados: planejamento, organização e controle, além de descentralização e staff nos projetos para construção das pirâmides. 2000 a.C MESOPOTÂMIA: civilização suméria; escrituração de operações comerciais; primeiros dirigentes e funcionários administrativos. Primórdios da Administração 1800 a.C. BABILÔNIA: código de Hamurábi; uso do controle escrito e testemunhal; estabelece o “salário mínimo”; Nabucodonosor; controle produção; incentivos salariais. 1491 a.C HEBREUS: conceito de organização; princípio escalar e princípio da exceção. Primórdios da Administração 500 a.C CHINA: necessidade de sistemas e padrões; constituiu-se a Dinastia Chow; Confúcio expõe uma doutrina sobre o comportamento ético dos cidadãos e governantes; Sun-Tzu prescreve princípios de estratégia e comportamento gerencial. 400 a.C GRÉCIA: enunciado da universalidade da Administração; necessidade de relações humanas; 10 estudo de movimentos; arranjo físico e manuseio de materiais; princípio da especialização; democracia; ética; qualidade; método científico. 175 a.C ROMA: começo do Império Romano (12 séculos); os embriões das instituições administrativas modernas; o Exército Romano, o modelo para os séculos seguintes Fonte: Lemos,2015 O surgimento e a evolução da administração de produção, é observado desde o início das civilizações, e continua seu desenvolvimento até os dias de hoje. Por volta da segunda metade do séc XVIII, com o surgimento da primeira Revolução Industrial na Inglaterra, ocorre o desenvolvimento da nova economia, baseada no aparecimento de fábricas e de invenções, tal como o surgimento das máquinas a vapor, inventada por James Watt em 1764. (PEREIRA et al, 2015) Para Fusco e Sacomano (2007 apud GAITHER e FRAZIER, 2006) “esse avanço envolveu dois elementos principais: a difundida substituição da força humana e da água pela forma mecanizada e o estabelecimento do sistema fabril” A Revolução Industrial tornou-se um marco histórico que se consolidou como fato gerador da administração da produção, da forma que é conhecida nos dias atuais, pois exigiu que ocorresse avanços nas técnicas gerenciais de produção, próprio de sistemas fabris (PEINADO; GRAEML, 2007). Com a revolução industrial, várias mudanças ocorreram referentes ao ambiente de produção direcionando para uma abordagem sistemática da Administração da Produção. Nessa época Adam Smith, que era economista, trata do tema da economia de produção em seu livro “A riqueza das Nações” dando ênfase a importância da divisão do trabalho no chão de fábrica como fator dominante para o aumento da produtividade. (FUSCO E SACOMANO 2007) 11 Fonte: Neto, 2017. slideplayer.com.br 3.2 Evolução da Administração da Produção Com os avanços no campo da produção, o mercado foi exigindo cada vez mais adaptações que atendesse as mudanças ocorridas nessa área. Dessa forma o estabelecimento da Administração como ciência permitiu o estudo detalhado das técnicas e métodos usados, resultando em conhecimento e ideias amplamente compartilhadas, discutidas, testadas e difundidas. Como consequência desses estudos, as questões complexas foram transformadas em princípios e modelos de administração, capazes de serem aplicadas em diversas organizações, independentemente de seu segmento ou tamanho. (LOZADA, 2016) Até chegar nos modelos dos dias atuais, a Administração passou por várias modificações durante seu estudo, através da contribuição de autores e pensadores que elaboraram teorias e métodos para serem aplicados nos campos da administração. 12 PERÍODO CARACTERÍSTICAS Primeiro período (iniciado em 1767) Marcado pela Revolução Industrial. Segundo período (iniciado em 1911) Marcado por inúmeras pesquisas, tentativas, erros e acertos Terceiro período (iniciado em 1930) Marcado pela afirmação da ciência da administração. Quarto período (iniciado em 1940) Marcado pelo enfoque quantitativo. Quinto período (iniciado em 1970) Marcado pela qualidade e excelência organizacional. Sexto período (iniciado em 1990) Marcado pela coordenação da cadeia de suprimentos Fonte: adaptado de LOZADA, 2016 Dentre as várias teorias estruturas ao longo da evolução da administração, algumas merecem destaque e são estudadas até hoje. TEORIA AUTORES Teoria da Administração Científica Frederick Taylor, Henry Ford, Frank e Lilian Gilbreth Teoria Clássica da Administração Max Weber e Henri Fayol Teoria Comportamental da Administração Mary Parker Follett Teoria da Ciência da Administração Extensão da Administração Científica Teoria do Ambiente Organizacional Composta pelas Teorias dos Sistemas Abertos e Contingencia Fonte: adaptado de LOZADA, 2016 13 4 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Fonte: wk.com.br Atuando como função organizacional, a administração de produção é fundamental para o funcionamento das organizações, pois se ocupa do planejamento, coordenação e controle dos recursos que são processados pela produção, transformando-os em bens e serviços. Dessa forma, os resultados obtidos por esse conjunto de funções, estão diretamente vinculados a sua atividade produtiva. (LOZADA, 2016) Para Nonohay(2009), o conceito geral de Administração de produção pode ser definido como: A administração da produção pode ser definida como a elaboração, operação e aprimoramento dos sistemas que geram e distribuem os principaisprodutos e serviços da empresa. Ela é responsável pelo processo de transformação de matéria-prima e energia em bens e serviços. A produção é considerada, nas organizações, como um processo de transformação, sendo a atividade predominante num sistema de produção onde se resume na transformação de insumos, ou seja, matérias-primas, tecnologia, capital financeiro e intelectual, entre outros, em saídas, que podem ser produtos e/ou serviços (PEREIRA et al, 2015 apud GAITHER; FRAZIER, 2006). 14 4.1 Produção na organização A área de produção ou operações é um dos pilares de qualquer empresa. Qualquer produto que é consumido, passa pelo processo da produção, de acordo com sua finalidade, seja alimentos, roupas medicamentos, etc, inclusive o que assistimos como entretenimento na televisão, como filmes. É nessa área que a produtividade e eficiência mais impactam sobre o desempenho da empresa. (PAIVA,2018) As empresas variam em suas atividades, fabricando poucos tipos de produtos até aquelas que fabricam diversos tipos de produtos diferentes. Para o processo de fabricação desses produtos, cada empresa utiliza diversos meios de produção, maquinário, equipamentos, habilidades de trabalho e materiais. Para ser lucrativa, uma empresa deve organizar todos esses fatores para fabricar os produtos certos no tempo certo com o mais alto nível de qualidade e fazê-lo tão economicamente quanto possível. (PAIVA,2018 apud ARNOLD, 1999)3 A função Produção é reunião de recursos orientados à produção de bens e serviços, sendo a função central da empresa devido a sua finalidade. Mas apesar de ser a mais importante, as organizações contam com outras funções essenciais, que são: FUNÇÃO CARACTERÍSTICAS Função marketing (que inclui vendas) Responsável por comunicar os produtos ou serviços de uma empresa para seu mercado de modo a gerar pedidos de serviços e produtos por consumidores. De acordo com Maximiano (2009) o objetivo básico da função de marketing é estabelecer e manter a ligação estre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-alvo. Organizações lucrativas e não lucrativas realizam atividades de marketing. Função desenvolvimento de produto/serviço Responsável por criar novos produtos e serviços ou modificá-los, de modo a gerar solicitações futuras de consumidores por produtos e serviços. Esta função transforma as informações de marketing, as ideias originais e os avanços da ciência em produtos e serviços. 15 Função produção Responsável por satisfazer às solicitações de consumidores por meio da produção e entrega de produtos e serviços. Para Maximiano (2009), o objetivo básico da função de produção é transformar insumos para fornecer o produto ou serviço da organização aos clientes usuários ou público-alvo. Conforme Martins e Laugeni (2000), a função produção entendida como o conjunto de atividades que levam à transformação de um bem tangível em um outro com maior utilidade, acompanha o homem desde sua origem. FUNÇÕES DE APOIO À FUNÇÃO PRODUÇÃO Função contábil- financeira Fornece a informação para ajudar os processos decisórios econômicos e administra os recursos financeiros da organização. A função financeira de uma organização tem por objetivo a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros, o que inclui a maximização do retorno dos acionistas, buscando manter certo grau de liquidez, para que a organização consiga cumprir seus compromissos Função recursos humanos Recruta e desenvolve os funcionários da organização, como também se encarrega de seu bem-estar. Maximiano (2009) aponta que a função de recursos humanos, ou de gestão de pessoas, tem como objetivos encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita, envolvendo atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada da organização e vão até depois que a pessoa se desliga Fonte: adaptado de Paiva, 2018. 16 4.2 Modelo de transformação Fonte: admsemsegredos.com Resumidamente é possível dizer que qualquer operação produz bens e serviços ou uma mistura dos dois. Para essa produção, é utilizado dois ou mais processos, que são os processos de transformação. Uma atividade de produção pode ser vista como um modelo de do tipo “ input – transformação – output”. (FUSCO e SACOMANO, 2007) Conforme Paiva (2018 apud CHIAVENATO, 1991) salienta em sua obra “a produção processa e transforma os materiais e matérias-primas em produtos acabados, que são estocados no depósito de produtos acabados até a sua entrega aos clientes e consumidores. ” A produção envolve dois processos denominados input e output, onde Leão (2014) define-os: Input (Entrada): Input trata-se do primeiro item a adentrar no processo de transformação, geralmente uma matéria prima ou um outro produto terminado que agora será transformado novamente, temos como exemplo a fabricação de um automóvel, podem ser chamados de Inputs ou Entradas as partes metálicas, de borracha, plástico, tecido, etc., que seguirão pela linha de montagem para fabricação do mesmo. 17 Fonte: slideserve.com Output (saída): A Saída ou Output versa-se do produto final depois de concluído o processo de transformação, este por sua vez já pronto para ser fornecido ao consumidor. Na definição de Chiavenato (2004) “O sistema recebe entradas (inputs) ou insumos para poder operar. A entrada de um sistema é tudo o que o sistema importa ou recebe de seu mundo exterior”. Chiavenato (2004) ainda descreve três constituintes para o input: Informação: É tudo que permite reduzir a incerteza a respeito de alguma coisa. Quanto maior a informação, menos a incerteza. A informação proporciona orientação e conhecimento de algo. Ela permite planejar e programar o comportamento ou funcionamento do sistema. Energia: É a força para movimentar, dinamizar e fazer funcionar o sistema. Materiais: São recursos a serem utilizados pelo sistema como meios para produzir as saídas (produtos e serviços). Os materiais são chamados operacionais quando usados para transformar ou converter outros recursos (máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, instruções e utensílios) Em se tratando de output, Chiavenato (2004) afirma que o conceito de “saída (output) é o resultado final da operação de um sistema. Todo sistema produz uma ou várias saídas. ” 18 Fonte: gualber.wordpress.com A natureza dos inputs a serem transformados, isto é, materiais, informações e consumidores está diretamente ligado ao processo de transformação. (DIAS, 2015) Dias (2015), em sua obra Administração de Produção, apresenta algumas classificações que caracterizam o processo de transformação de acordo com os recursos a serem transformados. PROCESSAMENTO DE MATERIAIS TRANSFORMAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS É o caso da maioria das operações de manufatura (fábricas), que transformam matéria prima em produtos acabados. Por exemplo: usina siderúrgica, que transforma minério de ferro em aço. MUDANÇA DE LOCALIZAÇÃO Ocorre nas empresas de entrega de encomendas que mudam os materiais de lugar. Podemos citar como exemplo as empresas de transporte de carga e os correios. MUDANÇA DE POSSE Empresas de varejo que alteram o status (situação) de propriedades dos materiais. Por 19 exemplo: lojas de departamentos, pequenos varejistas e revendedores de automóveis. ESTOCAGEM Empresas que estocam ou acomodam materiais. Por exemplo, um armazém ou centro de distribuição Fonte: DIAS,2014 PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES TRANSFORMAÇÃO DAS PROPRIEDADES INFORMATIVAS Transformação de dados em informações. Por exemplo: empresas de consultoria e de contabilidade. MUDANÇA DE POSSE DAS INFORMAÇÕES Caso das empresas de pesquisa de mercadoMUDANÇA DE LOCALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES Caso das empresas de telecomunicações ESTOCAGEM DE INFORMAÇÕES Provedores de Internet, bibliotecas, arquivos em geral, os quais mantêm as informações “estocadas” disponíveis e organizadas Fonte: DIAS,2014 PROCESSAMENTO DE CONSUMIDORES TRANSFORMAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS Como os cabeleireiros e cirurgiões plásticos, que transformam características físicas dos clientes. ACOMODAÇÃO DE CONSUMIDORES Hotéis e pousadas, por exemplo MUDANÇA DA LOCALIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES Como as operações de transporte (ônibus, metro, avião). TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO FISIOLÓGICO Ocorre quando há a mudança de estado das características biológicas dos indivíduos. É o caso dos serviços hospitalares. 20 TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO PSICOLÓGICO Como as operações de entretenimento em geral, como teatros, televisão, rádio, e também os serviços de orientação e atendimento psicológico. Fonte: DIAS,2014 4.3 O papel da função Produção Fusco e Sacomano (2007) definem produção como “um processo através do qual bens ou serviços são gerados por meio da transformação de seus recursos. ” Já Pereira et al (2015 apud GAITHER e FRAZIER, 2006) define o processo de produção como “a atividade predominante num sistema de produção e se constitui na transformação de insumos, ou seja, matérias-primas, tecnologia, capital financeiro e intelectual, entre outros, em saídas, que podem ser produtos e/ou serviços”. Especificamente, a produção fornece sua maior retribuição no campo da manufatura dos produtos, bem como as operações dos serviços que a empresa vai oferecer. A produção é responsável pelos processos pelas áreas de estoque, linha de produção e finalização dos produtos. Antes da tecnologia ser implantada, a maior parte da produção era feita com muita força manual. (NONOHAY, 2009) Fonte: old.cnpgc.embrapa.br 21 Para administrar a produção há os gerentes, cuja responsabilidades podem ser divididas entre diretas e indiretas. Segundo Pereira et al (2015 apud SOUZA, 2009) essas responsabilidades podem ser descritas como: As diretas se relacionam ao desenvolvimento e o entendimento de uma estratégia de produção, assim como planejar e controlar a produção e melhorar a mesma. Quanto às indiretas, referem-se às responsabilidades de informar as oportunidades e as restrições da produção aos outros departamentos, discutir com os mesmos sobre como os planos de produção e dos demais podem ser modificados para benefício da empresa e encorajar os demais departamentos a dar sugestões de melhorias para a prestação de serviço da produção aos outros departamentos. Fonte: slideplayer.com.br 4.4 Hierarquia do Sistema de Produção As áreas de produção de uma empresa são, geralmente, formadas por várias unidades ou departamentos e dessa forma, funcionam como versões reduzidas da operação global de que fazem parte. (PAIVA, 2018) Para Fusco e Sacomano (2007) “uma operação global pode ser considerada uma macrooperação, enquanto seus departamentos podem ser considerados microoperações. ” 22 Paiva (2018) define macrooperações e microoperações como: Macrooperações: preocupa-se com a forma de todas as partes da organização serem vistas como operações que requerem administração de produção. Microoperações: diz respeito à ligação das microoperações para formar os relacionamentos dos consumidores e fornecedores internos. O conceito de hierarquia das operações tem uma implicação de destaque quando relacionado a ocorrência das ligações nas microoperações, ou seja, como são formados os relacionamentos dos consumidores e fornecedores internos. (FUSCO e SACOMANO, 2007) Fonte: Erivaldo Pietri. pt.slideshare.net Como as operações são todas as partes de uma organização, para que se consiga fazer uma distinção entre os dois significados de produção, Paiva (2018), separa-os em: Produção como função: é a parte da organização que produz os bens e serviços para os consumidores externos da organização. (PAIVA, 2018) 23 Produção como atividade: significando qualquer transformação de recursos de input para produzir bens e serviços, seja para clientes internos ou externos. (PAIVA, 2018) 4.5 Tipos de Operação de Produção – os 4Vs da Produção. Como as operações de produção, em sua maioria, seguem um padrão com semelhanças significativas, pois em resumos, elas transformam as entras (inputs) em saídas (outputs), é necessária uma diferenciação para poder avaliação e separar as implicações de cada uma. Dessa forma, esta diferenciação pode ser realizada por meio da observação de quatro dimensões: volume de output, variedade de output, variação da demanda do output e grau de contato com o cliente envolvido na produção do output. (LOZADA, 2016) Essas dimensões, tornam possíveis as organizações adotarem posições específicas, determinando muita das características de seus processos produtivos. (LOZADA, 2016) DIMENSÃO VOLUME Essa dimensão diz respeito ao volume produzido de determinado produto ou serviço. Através dessa dimensão podemos focar duas questões básicas: a especialização das tarefas, em decorrência do grande volume repetitivo de produção; e o custo, de modo que quanto maior o volume, menor o custo de produção. São exemplos de operações que processam altos volumes de outputs: usinas hidrelétricas, usinas de álcool, fábricas de cimento, refinarias petroquímicas, cadeias de fastfood, operações de transporte público, pedágios, entre outros. DIMENSÃO VARIEDADE Essa dimensão trata da variedade de produto ou de serviço gerado por determinada empresa ou processo produtivo. Na dimensão variedade ressaltamos a questão do custo elevado, pela opção de diferenciação do cliente. O cliente, mesmo dispondo de produtos ou serviços alternativos, poderá optar por aquele que lhe ofereça melhor variedade de características, estando disposto a pagar mais caro por isso. São exemplos de operações 24 que processam alta variedade de outputs: indústrias de peças grandes feitas sob medida, empresas de táxi, restaurante à la carte, entre outros. DIMENSÃO VARIAÇÃO (OU SAZONALIDADE) A dimensão variação considera o nível da provável demanda da empresa ou produto a fim de manter um padrão de demanda e/ou recursos nivelados, de maneira a não perder negócios e não operar com capacidade ociosa. Uma alternativa bastante utilizada por empresas com produtos ou serviços sazonais é a colocação de um produto alternativo na sua contratemporada. Alguns exemplos de empresas que são fortemente afetadas pela variação da demanda são: hotéis, sorveterias, empresas de produtos natalinos, entre outras. DIMENSÃO VISIBILIDADE A dimensão visibilidade significa o quanto das atividades da produção é percebido ou “visto” pelo consumidor. Em geral a dimensão visibilidade é muito observada pelo atendimento das necessidades dos clientes com atendimentos rápidos, atendimento pelo produto solicitado, acesso à loja ou empresa, propaganda, acesso às vendas e propagandas via internet ao seu público-alvo, entre outros casos. As operações com alto grau de visibilidade são aqueles onde o consumidor está em contato direto com o processo produtivo. Podemos citar como exemplos: o atendimento de vendas no varejo, consultas médicas e odontológicas, salão de beleza, entre outras. Fonte: DIAS, 2015. 25 Fonte: slideplayer.com.br Dias (2015) descreve a relação entre duas dimensões volume e variedade: Denominamos de efeito volume-variedade a relação inversamente proporcional que existe entre essas duas dimensões. Operações que processam altos volumes, naturalmente, tendem a processar uma variedade menor. O inverso também é válido. Cabe a empresa identificar quem é seu público-alvo e que tipo de estratégia eladeve adotar. Por exemplo, uma estratégia de diferenciação estaria mais associada a uma capacidade de oferecer um portfólio com mais variedade ao passo que uma estratégia baseada em custo tenderia a se relacionar com a capacidade de processar grandes volumes para manter os custos unitários menores. Os 4 Vs ou as quatro dimensões atuam diretamente, trazendo implicações para o custo da criação de produtos, de forma positiva ou negativa: Alto volume - baixa variedade - baixa variação e baixa visibilidade (contato) com o consumidor, todos ajudam a manter os custos de processamento baixos. Baixo volume - alta variedade - alta variação e alta visibilidade (contato) com o consumidor, geralmente carregam algum tipo de penalidade em custo para a produção. (PAIVA, 2018) 26 Fonte: FREITAS et al, 2009 5 ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO As etapas e fases de cada operação, exige uma administração e gestão, para manter o controle sobre os processos e fluxos dos materiais, dentro do projeto e das plantas anteriormente definidos, e em direção aos mercados atendidos. (FUSCO e SACOMANO, 2007) Dessa forma, há uma figura importante que atua nessa organização, que são os gerentes. Suas atividades se refletem em responsabilidades, que se estendem ao longo de toda a operação, por vezes ultrapassando as barreiras da esfera produtiva, conectando-se com as demais atividades que, de alguma forma, contribuem para a produção dos bens e serviços. (LOZADA, 2016) Os gerentes possuem atividades ou responsabilidades que, de acordo com Castro et al (2013), são divididas em: Responsabilidade direta por algumas atividades Responsabilidade indireta por outras atividades Responsabilidade ampla para reagir aos desafios emergentes em administração da produção. 27 Para Bonifácio (2012) a natureza das responsabilidades diretas da administração da produção dos gerentes, dependerá, em alguma extensão, da forma escolhida pela organização para definir as fronteiras da função produção (sua estratégia global). Apesar de algumas atividades serem específicas de determinadas organizações, há algumas classes gerais de atividades que se aplicam e qualquer produção, não importando como as fronteiras funcionais foram definidas. (BONIFÁCIO, 2012) Entender os objetivos estratégicos da produção Desenvolver uma estratégia de produção para a organização Desenhar produtos, serviços e processos de produção Planejar e controlar a produção Melhorar o desempenho da produção Fonte: slideplayer.com.br 5.1 Atividades (responsabilidades) indiretas De todas as atividades que ocorrem nas organizações, muitas não acontecem dentro das fronteiras tradicionais da função produção, mesmo que 28 elas tenham efeito sobre a maneira como se é produzido os bens e serviços. (CASTRO et al, 2013). Bonifácio (2012) cita um exemplo desses casos: Por exemplo, a forma pela qual as organizações preparam seus planos de propaganda é quase sempre responsabilidade direta da função marketing. Isso significa que os gerentes de produção não devem assumir nenhuma responsabilidade por esses planos? Embora a atividade seja, claramente, do domínio de marketing, seu efeito pode ter impacto significativo sobre a produção. Ela afetará o nível de demanda global e o composto exato de produtos e serviços que os consumidores desejarão. Nessas circunstâncias, a responsabilidade da administração de produção é explorar as possíveis consequências dos planos de propaganda preparados pela função marketing. Dessa forma o gerente de produção, mesmo não tendo uma responsabilidade diretamente na parte de marketing, ele tem uma responsabilidade indireta sobre o resultado da campanha, ou seja, pelo sucesso dela, cumprindo sua parte através da produção propriamente dita, do cumprimento dos prazos estabelecidos, a qualidade, etc. Portanto a gerência de marketing e produção devem trabalhar juntas para analisar as possíveis consequências dos vários planos em definição. (FUSCO e SARCOMANO, 2007) Bonifácio (2012), resume as atividades indiretas dos gerentes em: Informar as outras funções sobre as oportunidades e as restrições fornecidas pela capacidade instalada de produção. Discutir com outras funções sobre os planos de produção e os demais planos da empresa podem ser modificados para benefício mútuo. Encorajar outras funções e das sugestões para que a função produção possa prestar melhores “serviços” aos demais departamentos da empresa. 5.2 Atividades (responsabilidades) diretas A natureza das responsabilidades diretas da administração dependerá, em alguma parte da produção, da forma escolhida pela organização para definir a função produção. Contudo, há algumas classes gerais de atividades que se aplicam a todos os tipos de produção, não importa como as fronteiras funcionam foram definidas. (CASTRO et al, 2013) 29 Para Fusco e Sacomano (2007) as responsabilidades diretas são agrupadas em: ENTENDER OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA PRODUÇÃO É de grande importância que todos os participantes da equipe de administração de produção entendam o que se está tentando atingir, isto é, os objetivos de longo alcance da empresa. Isso implica no desenvolvimento de uma visão clara do papel da produção dentro da organização, e de como ela pode contribuir para o cumprimento das metas estabelecidas num planejamento estratégico. Tal envolvimento deve ser alicerçado, obviamente, no conhecimento dos objetivos de desempenho da produção, tais como, qualidade dos bens produzidos, velocidade em que eles são entregues aos consumidores, confiabilidade das promessas de entrega, flexibilidade para mudar o que está sendo produzido e custo de produção. (apud PROF. SLACK, 1998). DESENVOLVER PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS DE PRODUÇÃO Muitas vezes o projeto de produto não é desenvolvido na produção, mas seus resultados podem afeta-la diretamente através da escolha do processo de fabricação, do arranjo físico das máquinas e equipamento, além do fluxo de trabalho para a realização das tarefas de fabricação. O gerente de produção deve estar ciente e no comando dessas atividades para obtenção de melhores resultados. PLANEJAR E CONTROLAR A PRODUÇÃO Planejamento e controle da produção envolvem um conjunto de atividades e decisões sobre o melhor emprego dos recursos produtivos, para que se possa executar o que foi previsto. Suas atividades envolvem: a administração da capacidade instalada de modo a atender asa flutuações de demanda, a administração de estoque, através das cadeias de fornecimentos, a programação da produção, definindo tempos de atividades, de espera e de setup e o controle de todas as atividades desenvolvidas, comparando-as com os padrões estabelecidos, agindo de maneira rápida e precisa nas correções dos possíveis desvios. 30 MELHORAR O DESEMPENHO DA PRODUÇÃO Talvez a mais importante das atividades diretas do gerente de produção seja a de encontrar caminhos que possibilitem melhorar continuamente o desempenho de suas operações. As atividades dos concorrentes, assim como as expectativas crescentes dos consumidores, devem ser observadas e controladas pelo gerente da produção. Além disso, deve se ter em operação um programa contínuo de prevenção de falhas e de perdas, utilizando os conceitos de administração da qualidade total. 5.3 Atividades (responsabilidades) amplas As responsabilidades diretas e indiretas da produção, possuem um foco nas questões que darão benefícios imediatos e claros para a própria organização. Entretanto cada vez mais reconhece-se que todos os negócios, isso inclui os gerentes de produção, deveriam possuir um conjunto de responsabilidades mais amplas. Essas responsabilidades, algumas delas, dizem respeito a interesses de mais longo prazo nos negócios, como o ambiente no qual o trabalho opera, e outrasresponsabilidades em relação ao bem-estar das pessoas que trabalham na empresa. (BONIFÁCIO, 2012) Algumas responsabilidades são de importância vital para os Gerentes de Produção, conforme lista Bonifácio (2012): Globalização: o mundo tem parecido um legal bem menor, muitas poucas operações não compram ou vendem para mercados estrangeiros. Proteção Ambiental: Os gerentes de Produção não podem evitar a reponsabilidade pelo desempenho de sua organização em face do meio ambiente. São, geralmente, falhas operacionais as raízes de desastres ecológicos, e as decisões de produção (como projeto de produto) podem causar impacto em questões ambientais em longo prazo. Responsabilidade Social: A forma como uma operação é administrada tem impacto significativo sobre os indivíduos que ali trabalham para seus fornecedores (ou muitas vezes para seus consumidores), os grupos que representam os interesses dos empregados e a comunidade local, onde está inserida na operação. 31 Consciência Tecnológica: tecnologia sempre foi parte central das preocupações da administração de produção. Entretanto, em tempos e mudança particularmente rápidas de tecnologia, os Gerentes de Produção têm responsabilidade de compreender as implicações até mesmo de tecnologias que parecem não ser diretamente relacionadas em suas atividades. Gestão de Conhecimento: Cada vez mais é reconhecido que o recurso- chave em negócios é o reconhecimento que se detém. Conhecimento ´´e adquirido por meio de experiência; e atividades (fazer coisas), do que se trata a administração de produção. Essa é a razão pela qual os Gerentes de Produção possuem responsabilidade particular de contribuir para a construção do estoque de conhecimento da organização por meio de processos de aprendizado que deveriam acompanhar suas atividade em andamento. 6 ESTRATÉGIA DA PRODUÇÃO Fonte: slideplayer.com.br Qualquer organização não pode planejar todos os aspectos de suas ações atuais e futuras, mas todas as organizações podem beneficiar-se de ter noções para ondem estão dirigindo-se e de como podem atingir seus objetivos. (BONIFÁCIO, 2012) 32 Resumindo, quando se conhece os destino de onde estão indo, onde querem chegar, cada organização precisam determinar e seguir alguma direção estratégica estabelecida, para obter sucesso. (FUSCO e SACOMANO, 2007) Conforme Fusco e Sacomano (2007) diz: Uma vez que seus responsáveis entenderem e assimilarem o seu papel dentro do negócio, e depois que se determinaram os objetivos de desempenham que definem sua contribuição para a estratégia, é preciso formular um conjunto de princípios gerais que guiarão os processos de tomada de decisão. A esse conjunto de princípios gerais é que damos o nome de estratégia de produção da empresa. Fonte: slideserve.com 6.1 A estratégia A estratégia envolve compromisso coerentes com as ações. Normalmente os gerentes tomam decisões constantemente, o que culminará em tomar atitudes sobre a decisões tomadas, mas, o que quase sempre ocorre é que nem todas as ações geradas são direcionadas a objetivos estratégicos. (FUSCO e SACOMANO, 2007) Segundo Bonifácio (2012), pelo termo estratégia em geral, entendemos as decisões que: 33 Têm efeito abrangente e por isso são significativas na parte de organização à qual a estratégia se refere Definem a posição da organização relativamente a seu ambiente Aproximam a organização de seus objetivos de longo prazo. Fonte: researchgate.net Para Paiva (2018) quando se trata de macrooperação, a estratégia de produção é definida como “A estratégia de operações é o padrão global de decisões e ações, que define o papel, os objetivos e as atividades da produção de forma que estes apoiem e contribuam para a estratégia de negócios da organização. ” E em nível de microoperação, um plano ou estratégia de produção pode ser definida como: “A estratégia de microoperações é o padrão global de decisões e ações que definem o papel, os objetivos e as atividades de cada parte da produção de forma que apoiem e contribuam para a estratégia de produção do negócio. ” (PAIVA, 2018) 6.2 Hierarquia estratégica A estratégia está diretamente ligada a definição de organização, pois se uma organização é uma corporação diversificada, sua estratégia a colocará em seu ambiente global, econômico, político e social e consistirá em decisões sobre quais tipos de negócio adquirem e de quais desfazer-se, como alocar seu dinheiro entre vários negócios e assim por diante. (BONIFÁCIO, 2012) Decisões desse tipo, que constroem a estratégia corporativa da organização que irá direcionar e conduzir no ambiente global, econômico, social 34 e político. Entretanto, cada unidade de negócios da corporação precisará elaborar sua própria estratégia de negócio, estabelecendo sua missão e objetivos individuais, bem como definir como se pretende competir em seus mercados. (FUSCO e SACOMANO, 2007) 6.3 Estratégia de produção As estratégias são articuladas conforme sua respectiva hierarquia, e as unidades de uma organização precisam, individualmente, desenvolver seus próprios planos estratégicos que, no contexto da unidade ou micro operação, podem ser intitulados como estratégicos, pelo fato de que orientarão a tomada de decisão no âmbito da empresa, como um todo. (BONIFÁCIO, 2018) Para Paiva (2018), a estratégia possui dois propósitos: Contribuir diretamente para os objetivos estratégicos do nível imediatamente superior na hierarquia; Auxiliar outras partes do negócio a fazer sua própria contribuição para a estratégia. Uma empresa altamente orientada para o mercado focalizará o atingimento ou a superação das expectativas do cliente e as características conquistadoras de encomendas. Em uma empresa assim, todas as funções devem contribuir para a consecução de uma estratégia vencedora. (PAIVA, 2018 apud ARNOLD, 1999) A respeito da estratégia da produção, Bonifácio (2018) descreve: Portanto, a estratégia de produção de cada unidade converge para os objetivos estratégicos do nível imediatamente superior. Mas, além de ajudar o nível superior na hierarquia a atingir seus objetivos estratégicos, a estratégia de produção deve considerar as necessidades de seus clientes (internos ou externos) (...) 35 Fonte: gualber.wordpress.com 6.4 Estratégias estruturais e infra estruturais A estratégia de produção, possui uma diferença comum, sendo que ela se divide em decisões estratégicas que determina a estrutura da produção, e decisões estratégicas que determinam sua infraestrutura. Quanto as áreas de relacionadas a estratégias estruturais de uma operação produtiva são as que influenciam principalmente as atividades do projeto, enquanto as áreas relacionadas as estratégias infra estruturais são as que influenciam as atividades de: planejamento, controle e melhoria. (BONIFÁCIO, 2018) Para Nonohay (2009) as estratégias disponíveis para a área de produção são inúmeras. As possibilidades que elas oferecem são divididas em Decisões estruturais e sistema e políticas infraestruturais. A distinção entre as duas, é feita através do capital que é investido e gasto em cada uma. (NONOHAY, 2009 apud HAYES et al, 2008) 36 DECISÕES ESTRUTURAIS Capacidade Quantidade, tipo, tempo Fornecimento e integração vertical Direção, extensão, balanço Instalações Tamanho, localização, especialização Informações e tecnologia de processo Grau de automação, interconectividade, liderar versus seguir SISTEMAS E POLÍTICAS INFRAESTRUTURAIS Alocação de recursos e sistemas de orçamento de capital Sistemas de recursos humanos Seleção, habilidades, compensação, segurança do empregado Planejamento do trabalho e sistemas de controle Compras, plano agregado, planejamento, controle ou estoques e/ou reservas de tempo de espera Sistema dequalidade Prevenção de defeitos, monitoramento, intervenção e eliminação Medição e sistemas de recompensa Medições, bônus, política de promoções Sistemas de desenvolvimento de produtos e processos Líder ou seguidor, organização da equipe de projetos Organização Centralizada versus descentralizada, quais decisões deve se delegar, papel dos grupos de apoio Fonte: NONOHAY, 2009 apud HAYES et al, 2008 As decisões acertadas, irão influenciar, em alguma parte, os cinco objetivos de desempenho da operação. Dentre as estratégias, algumas possuem influência especial em determinados objetivos de desempenho de produção. Portanto, qualquer organização que deseja ser bem-sucedida a longo prazo, é 37 essencial a contribuição da função produção. Essa função fornece a organização “uma vantagem baseada em produção” (BONIFÁCIO, 2018) 6.5 Objetivos de desempenham da operação Esses objetivos de desempenham, são descritos e exemplificados por Bonifácio (2018): 1) Objetivo de qualidade Qualidade significa “fazer certo”, mas as coisas que a produção precisa fazer certo irão variar de acordo com o tipo de operação. Por exemplo: HOSPITAL Pacientes recebem o tratamento mais apropriado O tratamento é conduzido de maneira correta Os pacientes são consultados e mantidos informados. Os funcionários são corteses, amigáveis e solícitos. FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS Todos os componentes são fabricados conforme as especificações A montagem atende às especificações O produto é confiável O produto é atraente e sem defeitos EMPRESA DE ÔNIBUS URBANOS Os ônibus são limpos e arrumados Os ônibus são silenciosos e não emitem gases poluentes O horário é rigoroso e atende as necessidades dos usuários Os funcionários são corteses, amigáveis e solícitos. SUPERMERCADO Os produtos estão em boas condições A loja é limpa e organizada A decoração é adequada e atraente Os funcionários são corteses, amigáveis e solícitos Fonte: Bonifácio, 2018. 38 2) Objetivo rapidez Rapidez significa quanto tempo os consumidos precisam esperar para receber bens ou serviços. HOSPITAL O tempo entre a solicitação de tratamento e sua realização é mínima. O tempo para os resultados dos exames, saírem no mínimo FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS O tempo entre o pedido de um carro específico encaminhado por um revendedor e sua entrega ao consumidor é mínimo O tempo de espera na assistência técnica é mínimo EMPRESA DE ÔNIBUS URBANOS O tempo total da jornada para o usuário atingir seu destino é mínimo. SUPERMERCADO O tempo envolvido na transação total, desde a chegada à loja, realização das compras e retorno do consumidor a sua casa é mínimo. Imediata disponibilidade de bens. Fonte: Bonifácio, 2018. Resumidamente, para a maioria dos bens e serviços, quanto mais rápido estiverem disponíveis para o consumidor, mais provável que este venha a compra-los. Para algumas operações, a rapidez é particularmente importante. (BONIFÁCIO, 2018) 3) Objetivo confiabilidade Confiabilidade significa fazer coisas em tempo para os consumidores receberem seus bens ou serviços quando forem prometidos. HOSPITAL A proporção de consultas canceladas é mínima As consultas são feitas no horário programado Os resultados dos exames são entregues como prometido 39 FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS Entrega de veículos aos fornecedores no tempo previsto. Entrega de peças de reposição aos centros de serviço no tempo previsto EMPRESA DE ÔNIBUS URBANOS Fixa horários em todos os pontos dos trajetos Mantêm assentos disponíveis para os passageiros SUPERMERCADO Expõem horário de funcionamento A proporção de bens em falta é mínima O tempo de fila é mínimo Há disponibilidade de vagas no estacionamento Fonte: Bonifácio, 2018. 4) Objetivo Flexibilidade Flexibilidade significa ser capaz de mudar a operação de alguma forma. Pode - se alterar: o que a operação faz; como faz ou quando faz. Mudança é a idéia-chave. A maioria das operações precisa estar em condições de mudar para satisfazer às exigências de seus consumidores. Especificamente a mudança exigida por eles deve atender quatro tipos de exigências: (BONIFÁCIO, 2018) Flexibilidade de produto/serviço: bens e serviços diferentes Flexibilidade de composto: ampla variedade ou composto de bens e serviços. Flexibilidade de volume: quantidade de volumes diferentes de serviços e bens. Flexibilidade de entrega: tempos de entrega diferentes. HOSPITAL Flexibilidade de produto/serviço: introdução de novos tratamentos Flexibilidade de composto: ampla variedade de tratamento disponíveis Flexibilidade de volume: habilidade de se ajustar ao número de pacientes atendidos Flexibilidade de entrega: habilidades de programar consultas. FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS 40 Flexibilidade de produto/serviço: introdução de novos tipos de modelos Flexibilidade de composto: ampla variedade de opções disponíveis Flexibilidade de volume: habilidade de se ajustar ao número de veículos fabricados. Flexibilidade de entrega: habilidades de reprogramar as prioridades de produção EMPRESA DE ÔNIBUS URBANOS Flexibilidade de produto/serviço: introdução de novas rotas ou excursões Flexibilidade de composto: grande número de locais servidos Flexibilidade de volume: habilidade de se ajustar à frequência de serviços. Flexibilidade de entrega: habilidade de reprogramar viagens. SUPERMERCADO Flexibilidade de produto/serviço: introdução de novos bens ou promoções Flexibilidade de composto: ampla variedade de bens estocados Flexibilidade de volume: habilidade de se ajustar ao número de consumidores atendidos. Flexibilidade de entrega: habilidade de fazer reposição de estoque Fonte: Bonifácio, 2018. 5) Objetivo custos O custo é o último a ser coberto. Para as empresas que concorrem diretamente em preço, o custo será seu principal objetivo de produção. Quanto menor o custo de se produzir seus bens e serviços, menor pode ser o preço a seus consumidores. Mesmo aquelas empresas que concorrem em outros aspectos, sem ser os preços, estarão interessadas em manter seus baixos custos. (BONIFÁCIO, 2018) De maneira mais simples e objetiva, as empresas gastarão seu capital para produção em: Custos de funcionários (folha de pagamento, tributos, etc.) Custos de instalações, tecnologia e equipamentos (dinheiro gasto com operações e substituição de equipamentos da produção) Custos de materiais (dinheiro gasto nos materiais consumidos ou transformados na produção. 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIEHL, L. V. A ciência ontem, hoje e sempre. Luciano Volcanoglo Biehl – Canoas: Ed. ULBRA, 2003. 220p. BONIFÁCIO, M. GESTÃO DA PRODUÇÃO. CURSO: GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL. Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. Faculdade de Tecnologia de Jahu. Governo do Estado de São Paulo. 2012 CASTRO, A.G. et al. Departamento de Produção. Administração e Finanças para Engenharia. Disponível em: http://www.luisguilherme.com.br/download/ENG1530/TurmaC04/G04- Departamento_de_Producao.pdf. Acesso em mai. 2020. CHAVES,L.C. A Revolução Industrial. Disponível em: http://www.culturabrasil.org/revolucaoindustrial.htm. Acesso em: mai. 2020. CHIAVENATO, I. Introdução a Teoria Geral Da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações: edição compacta. 3ed. Rev. Atualizada. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2004. DIAS, A. A. Administração da produção e operações / Alexandre Dias. 1ª edição SESES rio de janeiro 2015 136 p. : il. FUSCO, J.P.A. SACOMANO, J.B. Operações e Gestão Estratégica da Produção. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=x0U5yVqUYb0C&printsec=copyright&hl= pt-BR#v=onepage&q&f=false. Acesso em: mai. 2020. LEMOS, J. Administração - conceitos, origens e evolução. Disponívelem: https://pt.slideshare.net/Lemos1960/administrao-conceitos-origens-e-evoluo. Acesso em: mai. 2020 LOZADA, G. Administração de produtos e serviços: Aplicabilidade [recurso eletrônico] / Organizadora, Gisele Lozada. – Porto Alegre : SAGAH,2016. MARSON, M.D. A evolução da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil: Dedini e Romi, entre 1920 e 1960. Nova econ. vol.24 no.3 Belo 42 Horizonte Sept./Dec. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 63512014000300685#B22. Acesso em mai. 2020 NONOHAY, R.G. Conceito geral da Administração da Produção e Operações. Disponível em: https://sagahcm.sagah.com.br/sagahcm/sagah_ua_dinamica/17930308#leia. Acesso em: mai. 2020. OLIVEIRA, E.M. TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO, DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL AOS NOSSOS DIAS. Disponível em: CAMINHOS DE GEOGRAFIA - revista on line www.ig.ufu.br/caminhos_de_geografia.html ISSN 1678-6343. Acesso em: mai. 2020. PAIVA, P. C. M. IESB – Instituto de Educação Superior do Brasil Curso de Administração Disciplina: Administração da Produção I ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO I. Disponível em: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:MhwQ9_Ya4oUJ:htt ps://www.oeducador.com/download.php%3Farquivo%3D17301Material_..%5B1 %5D.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: mai. 2020. UGARTE, M.C. D. O CORPO UTILITÁRIO: Da revolução industrial à revolução da informação. IX Simpósio Internacional Processo Civilizador. Disponível em: http://www.uel.br/grupo- estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais9/artigos/mesa_redon da/art5.pdf. Acesso em: mai. 2020.
Compartilhar