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ANATOMOFISIOLOGIA-E-HISTOLOGIA-APLICADA-À-DERMATOFUNCIONAL

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 
2 ANATOMIA DO SISTEMA TEGUMENTAR ....................................... 5 
2.1 Epiderme ..................................................................................... 7 
2.2 Derme ........................................................................................ 13 
2.3 Hipoderme ................................................................................. 14 
2.4 Cor da pele ................................................................................ 15 
3 ANEXOS DA PELE .......................................................................... 17 
3.1 Folículo pilossebáceo (pelos) .................................................... 17 
3.2 Pelos ......................................................................................... 19 
3.3 Glândulas sebáceas .................................................................. 20 
3.4 Glândulas sudoríferas ............................................................... 21 
3.5 Unhas ........................................................................................ 22 
4 FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR ...................................... 24 
4.1 Proteção .................................................................................... 25 
4.2 Regulação da temperatura corporal .......................................... 26 
4.3 Sensibilidade Cutânea............................................................... 26 
4.4 Excreção e absorção de substâncias ........................................ 27 
4.5 Funções metabólicas................................................................. 27 
4.6 Reservatório de sangue ............................................................ 27 
5 TIPOS DE PELE .............................................................................. 29 
5.1 A escala de Fitzpatrick: cor da pele e reatividade ao sol ........... 31 
6 CICATRIZAÇÃO DA PELE .............................................................. 33 
6.1 Cicatrização epidérmica ............................................................ 33 
6.2 Cicatrização profunda................................................................ 34 
7 PATOLOGIAS E DISTÚBIOS CUTÂNEOS ..................................... 37 
 
3 
 
7.1 Câncer de pele .......................................................................... 38 
7.2 Queimaduras ............................................................................. 44 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre 
o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para 
todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. 
Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo 
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 ANATOMIA DO SISTEMA TEGUMENTAR 
 
Fonte: atosmedica.com.br 
O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos: pelos, 
unhas, glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias. O sistema tegumentar 
recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de 
micro-organismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial 
(tato, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na termorregulação, na 
excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite. (JUNQUEIRA, 
CARNEIRO, 2013; LOWE, ANDERSON, 2015; OVALLE, NAHIRNEY, 2008 
apud MONTANARI, 2019) 
A pele, também conhecida como cútis, cobre a superfície externa do corpo 
e é o maior órgão do corpo em peso. Nos adultos, a pele cobre uma área de 
cerca de 2 m2 e pesa entre 4,5 a 5 kg, cerca de 7% do peso corporal total. Sua 
espessura varia de 0,5 mm nas pálpebras até 4,0 mm nos calcanhares. Na maior 
parte do corpo ela tem entre 1 e 2 mm de espessura. A pele é formada por duas 
partes principais. A parte superficial e mais fina, que é composta por tecido 
epitelial, é a epiderme. A parte mais profunda e espessa de tecido conjuntivo é 
 
6 
 
a derme. Enquanto a epiderme é avascular, a derme é vascularizada. 
(TORTORA, 2016) 
A pele (L. integumentum, revestimento) é facilmente acessível e é um dos 
melhores indicadores da saúde geral; por isso, é importante observá-la com 
atenção durante o exame físico. É incluída no diagnóstico diferencial de quase 
todas as doenças. A pele propicia: (MOORE, 2014) 
 Proteção do corpo contra os efeitos ambientais, como escoriações, 
perda de líquido, substâncias prejudiciais, radiação ultravioleta e 
microrganismos invasores. 
 Contenção das estruturas do corpo (p. ex., tecidos e órgãos) e de 
substâncias vitais (principalmente líquidos extracelulares), 
evitando a desidratação, que pode ser grave em caso de lesões 
cutâneas extensas (p. ex., queimaduras) 
 Regulação do calor mediante a evaporação do suor e/ou a 
dilatação ou constrição dos vasos sanguíneos superficiais. 
 Sensibilidade (p. ex., dor) por meio de nervos superficiais e suas 
terminações sensitivas. 
 Síntese e armazenamento de vitamina D. 
 
A pele tem uma estrutura estratificada, é composta de três grandes 
camadas de tecidos: a epiderme (camada superior), a derme (camada 
intermediária) e a hipoderme ou tecido celular subcutâneo (camada profunda) 
(KIERSZENBAUM; TRES, 2016 apud CECHINEL,2018) 
 
7 
 
2.1 Epiderme 
 
Fonte: infoescola.com 
A epiderme é a camada mais superficial, formada basicamente por tecido 
epitelial estratificado córneo, além de ser avascularizada. Seu citoplasma é 
pouco a pouco substituído por queratina. Na sua estrutura, consideramos as 
células epiteliais. Está em contato direto com o meio externo, impermeabiliza a 
pele impedindo a entrada de substâncias, renova-se constantemente pela sua 
resistência e faz com que a camada córnea seja gradativamente eliminada e 
substituída por outras (FASSHEBER, 2018) 
A epiderme é um epitélio queratinizado — isto é, tem uma camada 
superficial córnea e resistente, que forma uma superfície externa protetora sobre 
a camada basal ou profunda, regenerativa e pigmentada. A epiderme não tem 
vasos sanguíneos nem linfáticos. A epiderme avascular é nutrida pela derme 
vascularizada subjacente. A derme é irrigada por artérias que entram em sua 
superfície profunda para formar um plexo cutâneo de artérias que se 
anastomosam. A pele também tem terminações nervosas aferentes sensíveis ao 
tato, irritação (dor) e temperatura. A maioria das terminações nervosas está 
situada na derme, mas algumas penetram a epiderme.(MOORE, 2014) 
As células que povoam a epiderme incluem os queratinócitos, os 
melanócitos, as células de Merkel e as células de Langerhans. As células mais 
 
8 
 
abundantes da epiderme são os queratinócitos, por isso serão considerados 
primeiro. A função principal dos quer atinócitos ("células de queratina") é produzir 
queratina, a proteína fibrosa queajuda a fornecer as propriedades protetoras da 
epiderme (do grego quera = córneo). (MARIEB, 2008) 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
Os queratinócitos, firmemente conectados entre si por desmossomos, se 
originam a partir de uma camada de células (o estrato basal) presentes na 
porção mais profunda da epiderme e que sofrem mitoses quase continuamente. 
Quando essas células são empurradas para cima pela produção de novas 
células abaixo delas, elas começam a produzir a queratina que por fim domina o 
conteúdo celular. No momento em que atingem a superfície livre da pele, os 
queratinócitos estão mortos, tomando-se estruturas escamosas que nada mais 
são do que envoltórios de membrana plasmática preenchidos por queratina. 
Milhões dessas células mortas descamam diariamente, fornecendo-nos uma 
epiderme totalmente nova a cada 25 a 45 dias. (MARIEB, 2008) 
 
9 
 
Cerca de 8% das células epidérmicas são melanócitos, que se 
desenvolvem a partir do ectoderma do embrião em desenvolvimento e que 
produzem o pigmento melanina. Suas projeções longas e delgadas se estendem 
entre os queratinócitos e transferem grânulos de melanina para eles. A melanina 
é um pigmento amarelo avermelhado ou castanho escuro que contribui para a 
cor da pele e absorve os raios ultravioleta (UV) perigosa. Uma vez dentro dos 
queratinócitos, os grânulos de melanina se agrupam, formando um véu protetor 
sobre o núcleo, no lado voltado para a superfície da pele. Desse modo, eles 
protegem o DNA nuclear do dano causado pelos raios UV. Embora seus 
grânulos de melanina protejam efetivamente os queratinócitos, os melanócitos 
em si são particularmente suscetíveis aos danos causados pelos raios UV. 
(TORTORA, 2016) 
As células de Langerhans, de formato estrelado, originam - se na medula 
óssea e migram para a epiderme. Também chamadas de células dendríticas da 
epiderme, elas são fagócitos que fagocitam substâncias estranhas e auxiliam na 
ativação do nosso sistema imunológico, como descrito posteriormente neste 
capítulo. Seus delgados prolongamentos estendem-se entre os queratinócitos 
circundantes, formando uma rede mais ou menos contínua. (MARIEB, 2008) 
As células de Merkel ocasionalmente estão presentes na junção entre a 
derme e a epiderme. Com o formato de um hemisfério espinhoso, cada célula de 
Merkel está intimamente associada com uma terminação nervosa sensorial em 
forma de disco. Esta combinação, chamada de disco de Merkel, funciona como 
um receptor sensorial para o tato. (MARIEB, 2008) 
 
10 
 
 
Fonte: todamateria.com.br 
Podem ser distinguidas quatro camadas (ou estratos) no epitélio 
estratificado pavimentoso queratinizado da epiderme: o estrato basal, o estrato 
espinhoso, o estrato granuloso e o estrato córneo. 
 
Camada Basal 
A camada mais profunda da epiderme é a camada basal, composta por um 
único conjunto de queratinócitos cúbicos ou colunares. Algumas células dessa 
camada são células-tronco, que sofrem divisão celular para produzir 
continuamente novos queratinócitos. A queratina protege as camadas mais 
profundas contra lesões. A camada basal também é conhecida como camada 
germinativa, indicando seu papel na formação de novas células. (TORTORA, 
2016) 
Camada Espinhosa 
 
11 
 
Abaixo da camada basal se encontra a camada espinhosa. Essa camada é 
composta principalmente por numerosos queratinócitos organizados em 8 a 
10 camadas. As células nas camadas mais superficiais se tornam achatadas. 
Os queratinócitos na camada espinhosa, que são produzidos pelas células-
tronco na camada basal, possuem as mesmas organelas das células da 
camada basal e algumas delas conservam a capacidade de se dividir. 
Os queratinócitos dessa camada produzem feixes mais grossos de 
queratina nos filamentos intermediários do que aquelas na camada basal. 
Embora elas sejam redondas e maiores no tecido vivo, as células da camada 
espinhosa se encolhem e se soltam quando preparadas para avaliações 
microscópicas, de modo que elas parecem estar cobertas por espinhos. Em 
cada projeção semelhante a um espinho, feixes de filamentos intermediários 
de queratina se inserem nos desmossomos, que unem firmemente as células 
umas às outras. Essa organização confere força e flexibilidade à pele. 
Também estão presentes na camada espinhosa macrófagos intraepidérmicos 
e projeções de melanócitos. (TORTORA, 2016) 
Camada Granulosa 
Aproximadamente no meio da epiderme se encontra a camada granulosa, que 
consiste entre três a cinco camadas de queratinócitos achatados sofrendo 
apoptose. Os núcleos e outras organelas dessas células começam a se 
degenerar conforme elas se afastam da fonte de nutrição (os vasos 
sanguíneos dérmicos). Uma característica importante das células nessa 
camada é a presença de grânulos escuros de uma proteína chamada de 
queratohialina, que une os filamentos intermediários de queratina. 
Também estão presentes nos queratinócitos os grânulos lamelares 
revestidos por membrana, que se fundem com a membrana plasmática e 
liberam uma secreção rica em lipídios. Essa secreção é depositada nos 
espaços entre as células da camada granulosa, da camada lúcida e da 
camada córnea. A secreção rica em lipídios age como impermeabilizante que 
repele a água, retardando a perda e a entrada de água e de material estranho. 
(TORTORA, 2016) 
Camada Córnea 
 
12 
 
A camada córnea consiste em cerca de 25 a 30 camadas de queratinócitos 
achatados e mortos, mas pode variar em espessura desde algumas células na 
pele fina até 50 ou mais camadas de células na pele espessa. As células são 
envelopes de queratina revestidos por membrana plasmática, extremamente 
finos e achatados, que não contêm mais um núcleo ou qualquer organela 
interna. Elas são o produto final do processo de diferenciação dos 
queratinócitos. As células em cada camada são sobrepostas como as 
escamas na pele de uma cobra. As camadas vizinhas de células também 
formam conexões fortes entre si. Nessa camada mais externa da epiderme, as 
células são continuamente perdidas e repostas por outras das camadas mais 
profundas. (TORTORA, 2016) 
Suas múltiplas camadas de células mortas ajudam a camada córnea a 
proteger as camadas mais profundas contra lesões e invasões microbianas. A 
exposição constante da pele ao atrito estimula o aumento da produção celular 
e da produção de queratina, resultando na formação de um calo, um 
espessamento anormal da camada córnea. (TORTORA, 2016) 
 
Fonte: Fassheber, 2018 
 
13 
 
2.2 Derme 
A derme (derm = pele), a segunda maior região da pele, é um tecido 
conjuntivo resistente e flexível. As células da derme são as células tipicamente 
encontradas em qualquer tecido conjuntivo propriamente dito: os fibroblastos, os 
macrófagos e, ocasionalmente, os mastócitos e os leucócitos. Sua matriz 
semifluida é densamente preenchida com fibras. A derme mantém o corpo inteiro 
unido, como uma malha justa (ou uma meia-calça). A derme é seu "couro", pois 
corresponde exatamente à porção da pele animal utilizada na confecção dos 
produtos de couro. (MARIEB, 2008) 
É uma camada densa de fibras colágenas e elásticas entrelaçadas. Essas 
fibras proporcionam o tônus cutâneo e são responsáveis pela resistência e 
firmeza da pele. A derme dos animais é retirada e curtida para produzir o couro. 
Embora os feixes de fibras colágenas na derme sigam em todas as direções para 
formar um tecido firme, semelhante ao feltro, em um local específico a maioria 
das fibras segue na mesma direção. O padrão predominante de fibras colágenas 
determina a tensão característica e as rugas na pele. (MOORE, 2014) 
 
Fonte: escolaeducacao.com.br 
A derme pode ser dividida em duas partes distintas: (FASSHEBER, 2018) 
 
 
14 
 
 A derme superficial ou papilar que fica abaixo da epiderme e é 
ondulada, local onde predomina fibras colágenas e elásticas 
pequenas. Tem grande quantidade de substância gel composto de 
mucopolissacarídeos ácidos. Estãopresentes os vasos 
sanguíneos e linfáticos, pequenos nervos. 
 A derme profunda ou reticular está abaixo da derme papilar. 
Constituída de feixes de colágenos mais grossos, ondulados e em 
posição horizontal, e elastina grossa. 
 
Fonte: FASSHEBER, 2018 
2.3 Hipoderme 
A hipoderme ou tecido celular subcutâneo é a camada mais profunda da 
pele, de espessura variável, composta por tecido conjuntivo frouxo e também por 
tecido adiposo, ou seja, células repletas de gordura divididos por septos fibrosos 
compostos de colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. 
Funcionalmente, a hipoderme, além de depósito nutritivo de reserva, participa no 
isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e aos 
traumatismos externos, facilitando a mobilidade da pele em relação às estruturas 
subjacentes (BORGES; SCORZA, 2017 apud CECHINEL,2018). 
 
15 
 
 
Fonte: souenfermagem.com.br 
2.4 Cor da pele 
Melanina, hemoglobina e caroteno são os três pigmentos que contribuem 
para uma grande variedade de tons de pele. A quantidade de melanina faz com 
que a cor da pele varie de amarelo claro até vermelho-amarronzado e preto. A 
diferença entre os dois tipos de melanina, a feomelanina (amarela a vermelha) e 
a eumelanina (marrom a preta) é mais aparente nos pelos. Os melanócitos, as 
células produtoras de melanina, são mais abundantes na epiderme do pênis, nos 
mamilos, na área ao redor dos mamilos (aréolas), na face e nos membros. Eles 
também são encontrados nas membranas mucosas. (TORTORA, 2016) 
 
16 
 
 
Fonte: minutosaudeestetica.com.br 
Como o número de melanócitos é aproximadamente o mesmo em todas 
as pessoas, as diferenças nos tons de pele se devem principalmente à 
quantidade de pigmento que os melanócitos produzem e transferem para os 
queratinócitos. Em algumas pessoas que são predispostas geneticamente, a 
melanina se acumula na forma de sardas (efélides). As sardas tipicamente são 
avermelhadas ou amarronzadas e tendem a ser mais visíveis no verão do que 
no inverno. (TORTORA, 2016) 
Conforme as pessoas envelhecem, podem aparecer manchas senis 
(melanose solar). Elas se parecem com sardas e sua cor varia desde marrom-
claro até preto. Assim como as sardas, as manchas senis são acúmulos de 
melanina. Elas são mais escuras do que as sardas e se formam ao longo do 
tempo por causa da exposição à luz solar. As manchas senis não desaparecem 
durante os meses de inverno e são mais comuns em adultos com mais de 40 
 
17 
 
anos de idade. Uma área redonda, achatada ou em relevo que representa um 
crescimento localizado benigno de melanócitos e se desenvolve em geral na 
infância ou na adolescência é chamada de nevo ou verruga. (TORTORA, 2016) 
3 ANEXOS DA PELE 
 
Fonte: clinicamaximus.com.br 
Juntamente com a pele, o sistema tegumentar inclui diversos derivados 
da epiderme. Esses anexos da pele incluem as unhas, as glândulas sudoríferas, 
as glândulas sebáceas, os folículos pilosos e os pelos. Cada um desses anexos 
exerce um papel único na manutenção da homeostase corporal. (MARIEB, 2008) 
3.1 Folículo pilossebáceo (pelos) 
O folículo piloso é formado desde a 9ª semana gestacional até a 12ª, a 
partir de uma proliferação do estrato germinativo da epiderme que se estende 
para a derme, isto é, originam-se de uma invaginação da epiderme. O folículo 
piloso é visto externamente apenas pelas hastes e estão distribuídos por todo o 
corpo, exceto lábio, áreas palmoplantares, pontas e lados dos dedos, glande, 
prepúcio, pequenos lábio e clitóris. (FASSHEBER, 2018) 
 
18 
 
Embora a proteção que eles forneçam seja limitada, os pelos na cabeça 
protegem a pele das lesões e dos raios solares. Eles também diminuem a perda 
de calor pela cabeça. Sobrancelhas e cílios protegem os olhos contra partículas 
estranhas, assim como os pelos nas narinas e no meato acústico externo 
protegem essas estruturas. Receptores táteis (os plexos das raízes pilosas) 
associados aos folículos pilosos são ativados sempre que um pelo é movido, 
mesmo que levemente. Assim, os pelos também agem na percepção dos toques 
leves. (TORTORA, 2016) 
O folículo piloso é constituído por: bainhas radiculares interna e externa, 
derivadas da epiderme; membrana vítrea, que corresponde à membrana basal, 
e bainha dérmica, onde há condensação de fibras colágenas. (MONTANARI, 
2019) 
Ele é constituído de estruturas como: infundíbulo, acrotriquio, istmo, 
segmento inferior, bulbo piloso e papila. Além de ter uma estrutura muscular 
acoplada, denominada músculo eretor do pelo, que está presente em toda a 
superfície da pele recoberta por pelos, também recebe inervação colinérgica e 
contrai-se em resposta à epinefrina, produzindo a piloereção. (FASSHEBER, 
2018) 
 
Fonte: coladaweb.com 
 
19 
 
3.2 Pelos 
Crescimento dos pelos 
Fase Anágena: fase de crescimento capilar, de dois a seis anos. As células se 
dividem e queratinizam ativamente. O pelo está fixo dentro do folículo, alimenta-se de 
sangue e cresce. Se for puxado por epilação mecânica nessa fase, a pessoa 
experimenta um estímulo doloroso. 
Catágena: fase de regressão ou migração do pelo, em algumas semanas. Fase em 
que o pelo está em contato íntimo com as células germinativas. O crescimento já 
terminou e o pelo está queratinizado e implantado no fundo do folículo. É o período 
ideal para se realizar a depilação pois o pelo é arrancado com a bainha epitelial, 
deixando a mostra a camada germinativa para ser destruída pelo laser. 
Telógena: fase de descanso, período em que o pelo cai e o outro depósito se forma 
para o nascimento de um novo pelo, em algumas semanas. Fase em que o 
enfraquecimento da união entre a base do folículo e o pelo produz sua queda. Nesta 
fase, nasce um novo pelo dentro do folículo e, à medida que cresce, vai empurrando 
para fora o pelo velho. (FASSHEBER, 2018) 
Tipos de pelos 
Os folículos pilosos se desenvolvem cerca de 12 semanas após a fertilização. Em 
geral por volta do quinto mês do desenvolvimento, os folículos produzem pelos não 
pigmentados e muito finos (lanugem), que recobrem o corpo do feto. Antes do 
nascimento, a lanugem das sobrancelhas, dos cílios e da cabeça se solta e é 
substituída por pelos bastante pigmentados, longos e grossos chamados de pelos 
terminais. 
A lanugem do resto do corpo é substituída por velus, pelos claros, finos e curtos que 
são até difíceis de serem enxergados a olho nu. Durante a infância, o velus cobre a 
maior parte do corpo, com exceção dos pelos das sobrancelhas, dos cílios e da 
cabeça, que são pelos terminais. Em resposta aos hormônios (andrógenos) 
secretados durante a puberdade, pelos terminais substituem o velus nas axilas e nas 
regiões púbicas de meninos e meninas, além de substituir a penugem da face, dos 
membros e do tórax dos meninos, levando à formação de bigode, barba e cobrindo 
braços, pernas e tórax. Durante a vida adulta, cerca de 95% do pelo corporal nos 
homens é composto por pelos terminais e 5% por velus; nas mulheres, cerca de 35% 
dos pelos corporais é composto por pelos terminais e 65% por 
velus.(TORTORA,2016) 
Cor dos pelos 
 
20 
 
A cor dos pelos é influenciada principalmente pela quantidade e pelo tipo de melanina 
em suas células queratinizadas. A melanina é sintetizada por melanócitos espalhados 
na matriz do bulbo e passa para as células no córtex e na medula do pelo. Os pelos 
escuros contêm principalmente eumelanina (entre marrom e preto) ; pelos louros e 
ruivos contêm variantes da feomelanina (entre amarelo e vermelho). 
Os pelos se tornam cinza por causa do declínio progressivo na produção de melanina; 
os pelos cinza contêm poucos grânulos de melanina. Os pelos brancos são resultado 
da ausência de melanina e do acúmulo de bolhas de ar. A coloração do cabelo é um 
processo que adiciona ou que remove pigmentos. As tinturas temporárias cobrem a 
superfície dos fios de cabelo e, em geral, são removidas em duasou três lavagens. 
As tinturas semipermanentes penetram moderadamente nos fios de cabelo e são 
removidas entre cinco e 10 lavagens. As tintas permanentes penetram profundamente 
nos fios e não são lavadas, mas acabam sendo eliminadas conforme o cabelo cresce. 
(TORTORA,2016) 
3.3 Glândulas sebáceas 
As glândulas sebáceas são glândulas alveolares ramificadas simples 
encontradas sobre toda a superfície do corpo, exceto nas palmas das mãos e 
nas plantas dos pés. Elas são pequenas no tronco e nos membros, mas muito 
grandes na face, no pescoço e na porção superior do tórax. Essas glândulas 
produzem uma secreção oleosa chamada de sebo. As células centrais dos 
alvéolos acumulam lipídeos até tomarem-se tão cheias que acabam estourando. 
(MARIEB, 2008) 
O sebo é uma secreção oleosa, com ácidos graxos, ésteres de cera e 
esqualeno, junto com os restos das células produtoras. Ele lubrifica a superfície 
da pele e do pelo, aumentando as características hidrofóbicas da queratina e 
protegendo o pelo. (MONTANARI, 2019) 
 
 
21 
 
 
Fonte: apelequehabitoblog.blogspot.com 
3.4 Glândulas sudoríferas 
Há entre três a quatro milhões de glândulas sudoríferas no corpo. As 
células dessas glândulas liberam suor, ou perspiração, nos folículos pilosos ou 
na superfície da pele através de poros. As glândulas sudoríferas são divididas 
em dois tipos principais: écrinas e apócrinas, com base em sua estrutura e tipo 
de secreção. (TORTORA, 2016) 
As glândulas sudoríferas écrinas ("secretoras"), também chamadas de 
glândulas sudoríferas merócrinas, são as mais numerosas, sendo 
particularmente abundantes nas palmas, nas plantas dos pés e na testa. Cada 
glândula é tubular, enovelada e simples. A porção secretora enovelada fica 
situada na derme; o dueto estende- se e abre-se em um poro (por = canal) 
afunilado na superfície da pele. (MARIEB,2008) 
As glândulas sudoríferas apócrinas também são glândulas tubulares 
simples enoveladas, porém com ductos e lumens maiores do que as glândulas 
écrinas. Elas são encontradas principalmente na pele da axila da região inguinal, 
das aréolas (áreas pigmentadas em torno das papilas mamárias) e nas regiões 
com barba na face de homens adultos. (TORTORA, 2016) 
Em comparação com o suor écrino, o suor apócrino tem aspecto leitoso 
ou amarelado. O suor apócrino contém os mesmos componentes do suor écrino, 
além de lipídios e proteínas. O suor secretado das glândulas sudoríferas 
 
22 
 
apócrinas é inodoro. Entretanto, quando o suor apócrino interage com as 
bactérias na superfície da pele, as bactérias metabolizam seus componentes, 
fazendo com que o suor apócrino tenha um odor característico que é chamado 
frequentemente de odor corporal. As glândulas sudoríferas écrinas começam a 
funcionar logo após o nascimento, já as glândulas sudoríferas apócrinas 
começam a funcionar apenas na puberdade. (TORTORA, 2016) 
 
Fonte: tratamentosuorexcessivo.com.br 
As glândulas sudoríferas apócrinas, conjuntamente com as glândulas 
sudoríferas écrinas, são ativas durante a sudorese emocional. Além disso, as 
glândulas sudoríferas apócrinas secretam suor durante as atividades sexuais. 
Ao contrário das glândulas sudoríferas écrinas, as glândulas sudoríferas 
apócrinas não são ativas durante a sudorese termorreguladora e, portanto, não 
desempenham um papel na termorregulação. (TORTORA, 2016) 
3.5 Unhas 
Uma unha é uma modificação escamosa da epiderme que forma uma 
evidente cobertura protetora sobre a superfície dorsal da porção distal de cada 
dedo das mãos e dos pés. (MARIEB, 2008) 
Os elementos existentes na unha são: lúmula, eponíquio, lâmina ungueal, 
leito ungueal e hiponíquio, que crescem de maneira contínua. As unhas são 
 
23 
 
formadas pela camada lúcida e córnea da epiderme. Em regra, exibem uma cor 
rosada em função da rede capilar que existe debaixo delas. (FASSHEBER, 
2018) 
O corpo da unha é a porção visível da unha. Ele é comparável à camada 
córnea da epiderme da pele, exceto pelo fato de que suas células queratinizadas 
achatadas são preenchidas por um tipo mais rígido de queratina e não se soltam. 
Abaixo do corpo da unha se encontra uma região de epitélio e uma camada mais 
profunda de derme. A extremidade livre é a porção do corpo da unha que pode 
ultrapassar a extremidade distal do dedo. A extremidade livre é branca porque 
não há capilares subjacentes. (TORTORA, 2016) 
A raiz da unha é a porção da unha encerrada em uma dobra de pele. A 
área esbranquiçada com formato de crescente da extremidade proximal do corpo 
da unha é chamada de lúnula (pequena lua). Ela parece branca porque o tecido 
vascularizado subjacente não é aparente por causa de uma região espessa de 
epitélio nessa área. Abaixo da extremidade livre se encontra uma região espessa 
de camada córnea chamada de hiponíquio que une a unha à ponta do dedo. O 
leito da unha é a pele abaixo do corpo da unha que se estende da lúnula até o 
hiponíquio. A epiderme do leito da unha não possui camada granulosa. O 
eponíquio ou cutícula é uma banda estreita de epiderme que se estende a partir 
da margem lateral da parede da unha e adere a ela. Ele ocupa a borda proximal 
da unha e consiste em camada córnea. (TORTORA, 2016) 
 
 
Fonte: MARIEB, 2008 
 
 
24 
 
As unhas possuem uma variedade de funções: 
 Elas protegem as porções distais dos dedos. 
 Elas fornecem suporte e pressão contrária à superfície palmar dos 
dedos das mãos, aumentando a percepção de toque e de 
manipulação. 
 Elas permitem apanhar e manipular pequenos objetos e podem ser 
utilizadas para coçar e arranhar o corpo de vários modos. 
4 FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR 
 
Fonte: aminoapps.com 
A pele e seus anexos desempenham uma diversidade de funções, que 
influenciam no metabolismo corporal e evitam que fatores externos perturbem a 
homeostase. Por ter uma localização bastante superficial, o sistema tegumentar 
é mais vulnerável, exposto a microrganismos, abrasão, alterações de 
temperatura e substâncias químicas. (MATIELLO, 2020) 
A pele constitui pelo menos três tipos de barreiras: química, física e 
biológica. 
 
25 
 
Barreiras químicas: As barreiras químicas incluem as secreções da pele 
e a melanina. Apesar das bactérias serem abundantes na superfície da pele, o 
baixo pH das secreções desse órgão, chamado de manto ácido, retarda sua 
proliferação. Além disso, muitas bactérias são completamente eliminadas pelas 
substâncias bactericidas do sebo. As células da pele também secretam um 
antibiótico natural chamado de defensína humana, o qual literalmente abre poros 
na bactéria fazendo-a parecer uma peneira. (MARIEB, 2008) 
Barreiras físicas/mecânicas: As barreiras físicas ou mecânicas são 
fornecidas pela continuidade da pele e pela resistência de suas células 
queratinizadas. Como barreira física, a pele é certamente incrível. (MARIEB, 
2008) 
Barreiras biológicas: As barreiras biológicas incluem as células de 
Langerhans (dendríticas) da epiderme, os macrófagos da derme e o próprio 
DNA. As células de Langerhans são elementos ativos do sistema imunológico. 
Para a resposta imunológica tornar-se ativada, as substâncias estranhas, ou 
antígenos, devem ser apresentadas para os leucócitos chamados de linfócitos. 
Os macrófagos da derme constituem uma segunda linha de defesa para eliminar 
vírus e bactérias que tenham conseguido penetrar a epiderme. Eles também 
atuam como células "apresentadoras" de antígenos. (MARIEB, 2008) 
4.1 Proteção 
A pele proporciona barreiras química, física e biológica. A química é 
promovida pela presença de secreções da pele (como sebo) e melanina. Mesmo 
alguns tipos de bactérias sendo prevalentes na pele, o baixo ph do tecido 
tegumentar retarda a proliferação bacteriana (MARIEB; HOEHN, 2008 apud 
MATIELLO, 2020). A barreira física desempenha a função mecânica por 
continuidade da pele e por resistência imposta pelas células queratinizadas. A 
barreira biológica protege pela açãode células de defesa, que incluem 
macrófagos, células de Langerhans, além de alguns antígenos. 
As condições de hidratação da pele interferem na sua capacidade de 
proteção. Uma pele desidratada possui menor teor de óleo em sua composição 
e perde água com mais facilidade para o ambiente, ficando desprotegida e 
interferindo de maneira negativa no desempenho da função de barreira. Isso faz 
 
26 
 
com que haja predisposição à penetração de agentes alergênicos na pele, 
causando maior irritabilidade (KAMIZATO; BRITO, 2014 apud MATIELLO, 
2020). 
4.2 Regulação da temperatura corporal 
Enquanto a temperatura externa for menor do que a temperatura corporal, 
a superfície da pele perde calor para o ar e para os objetos mais frios do 
ambiente, da mesma forma que um radiador de carro perde calor para o ar e 
outras partes do motor próximas. Sob condições normais de repouso, e enquanto 
a temperatura ambiental estiver abaixo de 31 a 32ºC, as glândulas sudoríferas 
secretam continuamente quantidades imperceptíveis de suor (cerca de 500 mL 
[0,5 L) por dia). Quando a temperatura corporal se eleva, os vasos sanguíneos 
da derme dilatam-se e as glândulas sudoríferas são estimuladas, entrando em 
atividade secretora vigorosa. (MARIEB, 2008) 
O suor toma-se perceptível e pode ser responsável pela perda de até 12 
L d e água corporal em um dia. A evaporação do suor a partir da superfície da 
pele dissipa o calor corporal e resfria o corpo com eficácia, evitando o 
superaquecimento. Quando o ambiente externo está frio, os vasos sanguíneos 
da derme sofrem constrição. Isso faz com que o sangue aquecido seja desviado 
da pele temporariamente e permite que a temperatura da pele diminua até o 
valor do ambiente externo. (MARIEB, 2008) 
4.3 Sensibilidade Cutânea 
A sensibilidade cutânea é aquela que se origina na pele, incluindo a 
sensibilidade tátil – toque, pressão, vibração e cócegas – bem como 
sensibilidade térmica como calor e frio. Outra sensibilidade cutânea, a dor, em 
geral é um indício de lesão tecidual iminente ou real. Existe uma grande 
variedade de terminações nervosas e receptores distribuídos pela pele, incluindo 
os discos táteis da epiderme, os corpúsculos táteis na derme e os plexos das 
raízes pilosas ao redor de cada folículo piloso. (TORTORA, 2016) 
 
 
27 
 
4.4 Excreção e absorção de substâncias 
Em relação à excreção de substâncias, o sistema tegumentar permite a 
eliminação de pequenas quantidades de resíduos, como amônia, ureia e ácido 
úrico por meio do suor, mesmo que a maior parte desses resíduos seja eliminada 
pela urina. A sudorese intensa serve como uma via importante de perda de água 
e sal (TORTORA; DERRICKSON, 2017 apud MATIELLO, 2020). 
A absorção permite que substâncias possam adentrar no organismo 
através da pele. A pele possui uma propriedade de permeabilidade cutânea, ou 
seja, controla o entra e o que sai de sua estrutura. Kamizato e Brito (2014) 
explicam que esse comportamento permite a entrada de produtos através da 
epiderme e da derme, até que possam atingir a corrente sanguínea. Entretanto, 
essa propriedade é seletiva (permeabilidade seletiva), uma vez que apenas 
algumas substâncias conseguem adentrar pela pele, dependendo de 
características biológicas, físicas e químicas da substância. (apud MATIELLO, 
2020). 
4.5 Funções metabólicas 
Quando os raios solares atingem a pele, moléculas de colesterol 
modificadas que circulam pelos vasos sanguíneos dérmicos são convertidas no 
precursor da vitamina D e transportadas pelo sangue para outras partes do 
corpo, onde exercem vários papéis no metabolismo do cálcio. Por exemplo, o 
cálcio não pode ser absorvido pelo trato digestório sem a vitamina D. Além de 
sintetizar o precursor da vitamina D, a epiderme tem outras funções metabólicas 
biologicamente importantes, incluindo a colagenase, enzima que auxilia na 
renovação natural do colágeno (e evita rugas). (MARIEB, 2008) 
4.6 Reservatório de sangue 
A derme abriga uma rede extensa de vasos sanguíneos que carregam 8 
a 10% do fluxo sanguíneo total em um adulto em repouso. Quando outros 
órgãos, como os músculos em atividade vigorosa, necessitam de um suprimento 
sanguíneo maior, o sistema nervoso causa constrição dos vasos sanguíneos da 
 
28 
 
derme. Isso desvia mais sangue para dentro da circulação geral, tornando-o 
disponível para os músculos e outros órgãos. (TORTORA, 2016; MARIEB, 2008) 
 
 
Fonte: MATIELLO, 2020 
 
29 
 
5 TIPOS DE PELE 
 
Fonte: maisestetica2.wixsite.com 
A primeira classificação dos tipos de pele foi apresentada no início do 
século XX pela famosa cosmetóloga e empresária Helena Rubinstein, que 
classificou a pele em quatro tipos (I, II, III e IV), com base na quantidade de 
secreção sebácea encontrada. O sistema de classificação mais utilizado 
atualmente foi baseado no de Helena: também classifica a pele em quatro tipos 
e baseia-se na quantidade de conteúdo sebáceo encontrado nos tecidos 
(BORGES; SCORZA, 2016 apud MATIELLO, 2020) 
Segundo Draelos (2011) e Kede e Sabatovich (2004), a pele pode ser de 
três tipos: normal, oleosa ou seca. Cada um deles tem características especiais 
quanto aos níveis de hidratação e atividade de glândulas sebáceas, por exemplo. 
Além desses, existem outros tipos especiais de pele, como a mista, a acneica, a 
seborreica e a sensível. (apud LOPES, 2017) 
Tipo I — pele alípica: com uma aparência “esticada”, esse tipo de pele 
possui pouca produção de sebo pelas glândulas sebáceas. Além disso, é uma 
pele mais fina, mais frágil, com maior tendência à descamação e com pH mais 
ácido. Essas características tornam esse tipo mais predisposto ao surgimento de 
rugas e linhas de expressão. (MATIELLO, 2020) 
Tipo II — pele lipídica: também chamada de pele oleosa, a pele lipídica 
possui uma quantidade de sebo aumentada, associada a poros dilatados, 
sobretudo ao redor do nariz, na testa e no queixo. Assim, costuma ser brilhante 
e espessa, com textura áspera, e tem mais tendência a comedões, acne, 
 
30 
 
rosácea e telangiectasias (KEDE; SABOTOCIH, 2004 aúd MATIELLO, 2020). 
Possui um pH mais alcalino e, por isso, envelhece mais lentamente. 
Tipo III — pele normal: também chamada de pele eudérmica, é lisa, não 
brilhante e com pH próximo ao neutro. O teor hídrico dessa pele é alto, mas sem 
a presença de poros dilatados. Tem uma textura aveludada e sedosa, sendo 
mais comum em crianças de até 8 anos. Nesse tipo de pele, os orifícios pilos 
sebáceos são bem pouco visíveis (BORGES; SCORZA, 2016 apud MATIELLO, 
2020) 
Tipo IV — pele mista: também chamada de pele combinada, possui 
características associadas dos demais tipos de pele. A região T (áreas do nariz, 
queixo e testa) possui grande quantidade de sebo e poros dilatados, dando um 
aspecto mais oleoso a essas regiões. Em contrapartida, a parte lateral da face 
apresenta pele alípica ou normal (BORGES; SCORZA, 2016 apud MATIELLO, 
2020) 
 
 
Além dos quatro tipos de pele citados, é possível classificar a pele 
segundo aspectos relacionados a condições cutâneas transitórias, como 
acneica, sensível, desidratada, espessa e desvitalizada, por exemplo. 
(MATIELLO, 2020) 
 
 
31 
 
Pele acneica: possui as mesmas características da pele lipídica, sobretudo 
comedões, pápulas, pústulas, cistos e cicatrizes. 
Pele sensível: apresenta um aspecto mais frágil. É fina, de coloração 
avermelhada, com presença de telangiectasias. 
Pele desidratada: apresenta uma textura fina, hipotônica, descamativa, com 
desequilíbrio da camada córnea. Visualmente, é uma pele opaca, áspera ao 
tato, com presença de rugas superficiais (BORGES; SCORZA, 2016 apud 
MATIELLO, 2020) 
Essas rugas superficiais que aparecem na pele desidratada não são resultado 
de alterações dérmicas, mas falsas rugas, decorrentes apenas da 
desidratação tecidual. 
Pele espessa: apresenta um aspecto grosseiro, opaca e sem viço. 
Pele desvitalizada: de aspecto opaco,sem viço e flácida 
5.1 A escala de Fitzpatrick: cor da pele e reatividade ao sol 
A escala de Fitzpatrick é a classificação numérica para a cor da pele 
humana. Segundo Fitzpatrick (1988) e Quevedo et al. (1975), a escala foi criada 
em 1975 por Thomas B. Fitzpatrick como forma de estimar a resposta de 
diferentes tipos de pele à luz ultravioleta (UV). (apud MATIELLO, 2020) 
Inicialmente, Fitzpatrick realizou um estudo no qual verificou três tipos de 
respostas a exposições solares: indivíduos que queimam facilmente e não se 
bronzeiam, indivíduos que queimam facilmente, mas conseguem se bronzear, e 
indivíduos que queimam moderadamente e bronzeiam facilmente. Essa 
classificação se tornou muito popular e foi adotada muito rapidamente. Nos dias 
de hoje, a escala foi aumentada para seis fototipos, de acordo com Sachdeva 
(2008). A classificação atual de Fitzpatrick se baseia não só na cor da pele, mas 
também na reatividade ao sol. 
Tipo I: sempre queima, nunca bronzeia; pele branca pálida; cabelo loiro 
ou vermelho; olhos azuis; sardas. 
Tipo II: geralmente queima, bronzeia minimamente; pele branca; cabelo 
loiro ou escuro. 
Tipo III: às vezes queima, bronzeia uniformemente; pele branca; qualquer 
cor do cabelo ou dos olhos. 
 
32 
 
Tipo IV: queima-se minimamente, sempre bronzeia; pele marrom 
moderada. 
Tipo V: muito raramente queima, bronzeia muito facilmente; pele marrom 
escura. 
Tipo VI: nunca queima, nunca bronzeia; pele negra. 
 
 
 
33 
 
6 CICATRIZAÇÃO DA PELE 
 
Fonte: cidadeverde.com 
Uma lesão na pele dispara uma sequência de eventos que reparam a 
pele, fazendo com que ela retorne à sua estrutura e função normais (ou próximas 
ao normal). Dois tipos de processos de cicatrização podem ocorrer, dependendo 
da profundidade da lesão. A cicatrização epidérmica ocorre nas lesões que 
afetam apenas a epiderme; a cicatrização profunda ocorre nas lesões que 
penetram na derme. 
6.1 Cicatrização epidérmica 
Embora a porção central de uma ferida epidérmica possa se estender até 
a derme, as margens da ferida em geral envolvem apenas um dano leve às 
células epidérmicas superficiais. Tipos comuns de feridas epidérmicas incluem 
abrasões, em que uma porção da pele foi removida, e queimaduras pequenas. 
Em resposta a uma lesão epidérmica, as células basais da epiderme ao 
redor da ferida perdem o contato com a membrana basal. As células então 
aumentam e migram pela ferida. As células parecem migrar como uma camada 
até que as células avançando a partir de lados opostos da ferida se encontrem. 
Quando as células epidérmicas se encontram, elas param de migrar por causa 
 
34 
 
de uma resposta celular chamada de inibição por contato. A migração das 
células epidérmicas para completamente quando cada uma se encontra em 
contato finalmente com células epidérmicas em toda a extensão da lesão. 
Conforme as células epidérmicas basais migram, um hormônio chamado 
de fator de crescimento epidérmico estimula as células tronco basais a se 
dividirem e substitui aquelas que se moveram para a ferida. As células 
epidérmicas basais realocadas se dividem, formando uma nova camada, 
tornando desse modo a nova epiderme mais espessa. 
6.2 Cicatrização profunda 
A cicatrização profunda ocorre quando uma lesão se estende até a derme 
e a tela subcutânea. Como várias camadas de tecido devem ser reparadas, o 
processo de cicatrização é mais complexo do que a cicatrização epidérmica. 
Além disso, como é formado um tecido cicatricial, o tecido cicatrizado perde 
algumas de suas funções normais. A cicatrização profunda ocorre em quatro 
fases: uma fase inflamatória, uma fase migratória, uma fase proliferativa e uma 
fase de maturação. 
Durante a fase inflamatória, um coágulo sanguíneo se forma na ferida e 
une frouxamente os seus limites. Como seu nome implica, essa fase da 
cicatrização profunda envolve inflamação, uma resposta vascular e celular que 
ajuda a eliminar microrganismos, material estranho e tecido morto em uma 
preparação para o reparo. A vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos 
vasos sanguíneos associados à inflamação aumentam a chegada de células 
úteis. Elas incluem leucócitos fagocíticos chamados de neutrófilos; monócitos, 
que se desenvolvem em macrófagos que fagocitam microrganismos; e células 
mesenquimais, que se desenvolvem em fibroblastos. 
 
35 
 
 
Fonte: lenitamunhoz.wordpress.com 
As três fases que se seguem realizam o trabalho de reparo da ferida. Na 
fase migratória, o coágulo se torna uma crosta e células epiteliais migram abaixo 
dela, fechando a ferida. Os fibroblastos migram ao longo das redes de fibrina e 
começam a sintetizar tecido cicatricial (fibras colágenas e glicoproteínas) e os 
vasos sanguíneos danificados começam a crescer novamente. Durante essa 
fase, o tecido que preenche a ferida é chamado de tecido de granulação. A fase 
proliferativa é caracterizada pelo crescimento extenso de células epiteliais 
abaixo da crosta, pelo depósito de fibras colágenas pelos fibroblastos em padrão 
aleatório e a continuação do crescimento dos vasos sanguíneos. Finalmente, 
durante a fase de maturação, a crosta se solta uma vez que a epiderme tenha 
retornado à sua espessura normal. As fibras colágenas se tornam mais 
organizadas, o número de fibroblastos diminui e os vasos sanguíneos retornam 
ao normal. 
O processo de formação de tecido cicatricial é chamado de fibrose. 
Algumas vezes, é formado tanto tecido cicatricial durante o reparo da ferida que 
 
36 
 
o resultado é uma cicatriz elevada – aquela que é elevada acima da superfície 
epidérmica normal. Se essa cicatriz permanece dentro dos limites da ferida 
original, ela é uma cicatriz hipertrófica. Se ela se estende além dos limites na 
direção dos tecidos circunjacentes normais, é uma cicatriz queloide. O tecido 
cicatricial é diferente da pele normal porque as fibras colágenas estão 
organizadas mais densamente, ele tem elasticidade menor, menos vasos 
sanguíneos e pode conter ou não a mesma quantidade de pelos, glândulas 
cutâneas ou estruturas sensitivas. Por causa da organização das fibras 
colágenas e da escassez de vasos sanguíneos, as cicatrizes em geral têm cor 
mais clara que a pele normal. 
 
 
Fonte: br.pinterest.com 
 
37 
 
7 PATOLOGIAS E DISTÚBIOS CUTÂNEOS 
 
Fonte: msdmanuals.com 
A perda da homeostase de células ou órgãos do corpo revela-se sobre a 
pele. Ela pode desenvolver mais de 1.000 tipos de condições corporais e 
doenças. Os distúrbios mais comuns da pele são as infecções por bactérias, 
vírus ou fungos. Menos comuns, porém muito mais danosos para o bem-estar 
do corpo, são os cânceres de pele e as queimaduras. (MARIEB, 2008) 
 
38 
 
7.1 Câncer de pele 
 
Fonte: vejario.abril.com.br 
A exposição excessiva aos raios ultravioleta do sol ou de máquinas de 
bronzeamento artificial causa praticamente todos os um milhão de casos de 
câncer de pele diagnosticados anualmente nos EUA. Metade de todos os 
cânceres nos EUA são cânceres de pele. Existem três tipos comuns de câncer 
de pele. Os carcinomas basocelulares contribuem com cerca de 78% de todos 
os cânceres de pele. Os tumores surgem a partir de células na camada basal da 
epiderme e raramente formam metástases. (TORTORA, 2016) 
O câncer de pele, ou carcinoma, é uma doença que acontece em razão 
de um desenvolvimento anormal das células da pele, e elas multiplicam-se 
rapidamente até formarem um tumor (neoplasias). Os tumores podem ser 
benignos ou malignos. São benignos, na medida em que o crescimento é lento 
e se adapta bem ao corpo do hospedeiro, e suas células são idênticas ao do 
tecido de origem. Os malignos são aqueles de crescimento rápido e infiltrativos 
e suas células são diferentes das dos tecidos de origem, são capazes de invadir 
os tecidos vizinhos e os destroem por meio da metástase. (FASSHERBER,2018) 
O câncer se aplica às neoplasias malignas. É aquele que apresenta 
consistênciafirme, bordas irregulares, tem crescimento rápido, sagram com 
facilidade, se espalham e são difíceis de tratar, podendo levar à morte do 
paciente. (FASSHERBER,2018) 
 
39 
 
A maioria dos tumores que surgem na pele é benigna e não se espalha 
(não produz metástases) para outras áreas do corpo. (Uma verruga, um tumor 
causado por um vírus, é um exemplo.) Entretanto, alguns tumores de pele são 
malignos, ou cancerígenos, e invadem outras partes do corpo. A superexposição 
à radiação solar UV, o que danifica as bases do DNA. (MARIEB, 2008) 
 
Fonte: devpost.com 
As bases pirimídicas muitas vezes respondem a isso fusionando-se, 
formando lesões chamadas de dímeros. A radiação UV também parece inibir um 
gene supressor de tumor. Em alguns casos, entretanto, a irritação frequente da 
pele por infecções, substâncias químicas ou trauma físico parece ser um fator 
de predisposição. (MARIEB, 2008) 
Os carcinomas de células pavimentosas, que contribuem para cerca de 
20% de todos os cânceres de pele, surgem a partir da camada espinhosa da 
epiderme e possuem uma tendência variável de formação de metástase. Os 
carcinomas das células pavimentosas e basais são conhecidos conjuntamente 
como câncer de pele não melanômico. (TORTORA, 2016) 
 
I. Carcinoma de células basais - CBC 
O carcinoma de células basais (ou basocelular) é o câncer de pele mais 
comum e menos maligno. Mais de 30% das pessoas brancas apresentam este 
câncer ao longo da vida. As células do estrato basal proliferam, invadindo a 
 
40 
 
derme e a hipoderme. As lesões desse câncer ocorrem com maior frequência 
nas áreas da face mais expostas ao sol, aparecendo como nódulos brilhantes e 
elevados (em forma de cúpula) que mais tarde desenvolvem uma úlcera central 
com as bordas peroladas. (FASSHEBER, 2018) 
 É o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células 
basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada 
superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção 
precoce. (SBD, 2020) 
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das 
células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, 
de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de 
câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, 
responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Mais raro e letal que 
os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 
8,4 mil casos anualmente. (SBD, 2020) 
 
 
Fonte: msdmanuals.com 
II. Carcinoma espinocelular – CEC 
O segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se 
nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores 
da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais 
 
41 
 
comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço 
etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como 
enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas 
vezes mais frequente em homens do que em mulheres. (SBD, 2020) 
 Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol 
é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão 
associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição 
de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. 
Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma 
de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e 
sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. 
(SBD, 2020) 
 
 
Fonte: drfelipecerci.com.br 
 
 
 
 
 
42 
 
III. Melanoma 
 
Fonte: scielo.br 
O melanoma, o câncer dos melanócitos, é o câncer de pele mais perigoso, 
pois é extremamente metastático e resistente à quimioterapia. Ele é responsável 
por apenas cerca de 5% dos cânceres de pele, mas sua incidência está 
aumentando rapidamente (de 3 a 8% por ano nos Estados Unidos). O melanoma 
pode começar em qualquer lugar onde exista pigmento. A maioria desses 
cânceres aparece espontaneamente. Cerca de um terço desenvolve-se a partir 
de sinais preexistentes. Ele normalmente aparece como urna mancha difusa de 
coloração marrom a preta que produz metástases rapidamente para os vasos 
linfáticos e sanguíneos adjacentes. (MARIEB, 2008) 
O risco de desenvolvimento de melanoma estimado ao longo da vida é de 
um em 75, o dobro do risco de apenas 20 anos atrás. Em parte, esse aumento 
se deve à depleção da camada de ozônio, que absorve uma parte da luz UV na 
porção alta da atmosfera. Porém, o principal motivo para esse aumento é que 
mais pessoas estão passando mais tempo sob o sol e em câmaras de 
bronzeamento. Os melanomas malignos podem formar metástase rapidamente 
e podem matar o indivíduo alguns meses após o diagnóstico. (TORTORA, 2016) 
A chave para um tratamento bem-sucedido de um melanoma maligno é a 
detecção precoce. Os sinais de alerta iniciais dos melanomas malignos são 
identificados pela sigla ABCDE é para assimetria. (TORTORA, 2016) 
 
43 
 
A é para assimetria: os melanomas malignos tendem a ser assimétricos. Isso 
significa que seus formatos são irregulares, como duas metades muito 
diferentes uma da outra. 
B é para borda: os melanomas malignos possuem bordas irregulares – 
entalhadas, endentadas, recortadas ou indistintas. 
C é para cor: os melanomas malignos possuem coloração desigual e podem 
conter várias cores. 
D é para diâmetro: as verrugas ordinárias normalmente têm menos de 6 mm, 
aproximadamente do tamanho de uma borracha sobre um lápis. 
E é para evolução: os melanomas malignos mudam de tamanho, formato e 
cor. 
 
Quando o melanoma maligno já tem as características A, B e C, ele em 
geral já tem mais de 6 mm. Entre os fatores de risco de câncer de pele 
encontram-se: (TORTORA, 2016) 
 Tipo de pele. Indivíduos com pele clara e que nunca ficam 
bronzeados, mas sempre se queimam, possuem alto risco. 
 Exposição ao sol. Pessoas que vivem em áreas com muitos dias 
ensolarados por ano e em altas altitudes (onde a luz ultravioleta é 
mais intensa) possuem um risco maior de desenvolvimento de 
câncer de pele. Da mesma maneira, pessoas cujas profissões 
envolvem atividades ao ar livre ou que tenham sofrido três ou mais 
queimaduras solares graves possuem um alto risco. 
 Histórico familiar. A incidência de câncer de pele é maior em 
algumas famílias do que em outras. 
 Idade. Os idosos estão mais propensos a desenvolver câncer de 
pele por causa do maior tempo de exposição à luz do sol. 
 Estado imunológico. Indivíduos imunossuprimidos possuem 
maior incidência de câncer de pele. 
 
44 
 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
7.2 Queimaduras 
As queimaduras são uma ameaça devastadora para o corpo, 
principalmente devido aos seus efeitos sobre a pele. Uma queimadura é um 
tecido danificado causado por calor intenso, eletricidade, radiação ou certas 
substâncias químicas, todos os quais desnaturam as proteínas das células e 
causam morte celular nas áreas afetadas. (MARIEB, 2008) 
Além de ser o maior órgão do corpo humano, a pele é a barreira protetora 
contra infecções e perda de água e calor. Os queimados que possuem extensas 
lesões de pele afetada tendem a perder temperatura e líquidos com grande 
facilidade, ficando mais propensos às complicações e infecções. 
Independentemente da extensão e da profundidade, todo tipo de queimadura 
requer atendimento médico após a prestação dos primeiros socorros. 
(HAUBERT, 2018) 
As queimaduras são classificadas de acordo com suas gravidades. Uma 
queimadura de primeiro grau envolve apenas a epiderme. Ela é caracterizada 
por dor moderada e eritema (vermelhidão), mas sem bolhas. As funções da pele 
permanecem intactas. O uso imediato de água fria corrente pode diminuir a dor 
e o dano causado por uma queimadurade primeiro grau. Geralmente, a 
cicatrização de uma queimadura de primeiro grau ocorre entre três a 6 dias e 
 
45 
 
pode ser acompanhada por descamação. Um exemplo de uma queimadura de 
primeiro grau é uma queimadura solar leve. (TORTORA, 2016) 
Uma queimadura de segundo grau destrói a epiderme e parte da derme. 
Algumas funções da pele são perdidas. Em uma queimadura de segundo grau, 
ocorrem vermelhidão, formação de bolha, edema e dor. Em uma bolha, a 
epiderme se separa da derme por causa do acúmulo de líquido tecidual entre 
elas. As estruturas associadas, como folículos pilosos, glândulas sebáceas e 
glândulas sudoríferas, em geral não são afetadas. Se não houver infecção, as 
queimaduras de segundo grau se curam sem enxerto de pele em cerca de 3 a 4 
semanas, mas podem ocorrer cicatrizes. As queimaduras de primeiro e segundo 
graus são chamadas coletivamente como queimaduras de espessura parcial. 
(TORTORA, 2016) 
 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
As queimaduras podem ser classificadas da seguinte maneira: 
Quanto à profundidade: (HAUBERT, 2018) 
1º grau: tipo de queimadura que atinge a epiderme, a camada superficial 
da pele. Apresenta lesões hiperemiadas e sem bolhas, com discreto edema e 
dor no local. 
 2º grau: tipo de queimadura que atinge a epiderme e parte da derme, 
primeira e segunda camadas da pele. Apresenta bolhas, e a dor é acentuada. 
 
46 
 
 
Fonte: concursosdasaude.com.br 
 
3º grau: tipo de queimadura que atinge todas as camadas da pele, 
músculos e ossos. Apresenta necrose da pele, a qual fica com cor esbranquiçada 
ou escura. A dor é ausente, devido à sua profundidade, lesando todas as 
terminações nervosas responsáveis pela condução da sensação de dor. 
 
 
Fonte: concursosdasaude.com.br 
 
4º grau: as queimaduras de quarto grau são aquelas que acometem não 
somente todas as camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, 
os músculos, os ossos ou os órgãos internos. 
 
47 
 
 
Fonte: blog.concursosdasaude.com.br 
 
 
 
Quanto à extensão: (HAUBERT, 2018) 
A extensão de uma queimadura é representada em percentagem da área 
corporal queimada. Sua gravidade será determinada pela profundidade, a 
extensão e a área afetada. 
Leves ou pequeno queimado: quando as queimaduras atingem menos 
de 10% da superfície corporal, ou queimaduras de segundo grau com menos de 
 
48 
 
15% da superfície corporal atingida, ou de terceiro grau com menos de 2% da 
superfície corporal atingida. 
Médias ou médio queimado: quando as queimaduras atingem de 10 a 
20% da superfície corporal, ou queimaduras de primeiro grau que tenham 
atingido mais de 50% da superfície corporal, ou de segundo grau com mais de 
20% da superfície corporal atingida, ou de terceiro grau que tenham atingido até 
10% da superfície corporal, sem chegarem a face, mãos e pés. 
Graves ou grande queimado: quando as queimaduras atingem mais de 
20% da área corporal, ou se causarem complicação por lesão do trato 
respiratório, ou queimaduras de terceiro grau em face, mãos e pés, ou de 
segundo grau que tenham atingido mais de 30% da superfície corporal. 
 
49 
 
 
Fonte: blog.concursosdasaude.com.br 
 
 
 
50 
 
PHTLS: é um programa de formação contínua que aborda e padroniza as 
intervenções dos operacionais em ambiente pré-hospitalar à vítima de trauma. 
Este programa de formação é revisto a cada quatro anos e a sua qualidade e 
excelência é reconhecida em todo o mundo. 
 
A lesão aos tecidos da pele que estão em contato direto com o agente 
agressor compreende o efeito local de uma queimadura. Entretanto, geralmente 
os efeitos sistêmicos de uma grande queimadura constituem o maior risco à vida. 
Os efeitos sistêmicos de uma queimadura podem incluir: (TORTORA, 2016) 
 Uma grande perda de água, plasma e proteínas plasmáticas, 
causando choque; 
 Infecções bacterianas; 
 Redução da circulação sanguínea; 
 Diminuição da produção de urina; 
 Diminuição das respostas imunes. 
 
A seriedade de uma queimadura é determinada por sua profundidade e 
pela extensão da área envolvida, bem como De acordo com a classificação da 
Associação Norte americana de Queimaduras para as lesões causadas por 
queimaduras, uma queimadura extensa inclui queimaduras de terceiro grau em 
10% da área de superfície corporal; ou uma queimadura de segundo grau em 
25% da área de superfície corporal ou qualquer queimadura de terceiro grau na 
face, nas mãos, nos pés ou no períneo (que inclui as regiões anal e urogenital). 
Quando a área queimada excede 70%, mais de metade das vítimas morrem. Um 
modo rápido para estimar a área superficial afetada por uma queimadura em um 
adulto é a regra dos nove. (TORTORA, 2019) 
 Conte 9% se as superfícies anterior e posterior da cabeça e do 
pescoço forem afetadas. 
 Conte 9% para as superfícies anterior e posterior de cada membro 
superior (total de 18% para ambos os membros superiores). 
 Conte quatro vezes nove, ou 36%, para as superfícies anterior e 
posterior do tronco, incluindo as nádegas. 
 
51 
 
 Conte 9% para a superfície anterior e 9% para a superfície posterior 
de cada membro inferior até as nádegas (total de 36% para ambos 
os membros inferiores). 
 Conte 1% para o períneo. 
 
 
Fonte: msdmanuals.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CECHINEL, L.R. Anatomofisiologia da pele. [S. l.], p. 1-14. 2018 
HAUBERT, M. Queimaduras. [S. l.], p. 1-13. Jun. 2018 
FASSHEBER, D.M. Câncer de pele. [S. l.], p. 1-16, jan. 2018. 
FASSHEBER, D.M. Fisiologia da pele. [S. l.], p. 1-17, jan. 2018. 
LOPES, F. Introdução e fundamentos da estética e cosmética. [S. l.], p. 1-13, 
set. 2017. 
MARIEB, E. N. Anatomia & fisiologia [n.>curso eletrônico] / Eliane N. Marieb, 
Hatja Hoehn; tradução Maria Flávia Marques ... [et al.]. - 3. ed. - Dados 
eletrônicos - Porto Alegre: Artrned, 2008. 
MATIELLO, A.A. Anatomia e fisiologia do sistema tegumentar. [S. l.], p. 1-24. 
2020. 
MATIELLO, A.A. Classificação da pele: biótipos. [S. l.], p. 1-23. 2020. 
MONTANARI, T. Sistema Tegumentar. Disponível em: 
https://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/11Tegumen.pdf. Acesso em dez. 2020. 
MOORE, K. L. Anatomia orientada para a clínica / Keith L. Moore, Arthur F. 
Dalley, Anne M.R. Agur; tradução Claudia Lucia Caetano de Araujo. - 7. ed. - Rio 
de Janeiro: Koogan, 2014. 
SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia. Câncer da pele. Disponível em: 
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-
pele/64/. Acesso em: dez. 2020. 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan 
Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

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