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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 2 ANATOMIA DO SISTEMA TEGUMENTAR ....................................... 5 2.1 Epiderme ..................................................................................... 7 2.2 Derme ........................................................................................ 13 2.3 Hipoderme ................................................................................. 14 2.4 Cor da pele ................................................................................ 15 3 ANEXOS DA PELE .......................................................................... 17 3.1 Folículo pilossebáceo (pelos) .................................................... 17 3.2 Pelos ......................................................................................... 19 3.3 Glândulas sebáceas .................................................................. 20 3.4 Glândulas sudoríferas ............................................................... 21 3.5 Unhas ........................................................................................ 22 4 FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR ...................................... 24 4.1 Proteção .................................................................................... 25 4.2 Regulação da temperatura corporal .......................................... 26 4.3 Sensibilidade Cutânea............................................................... 26 4.4 Excreção e absorção de substâncias ........................................ 27 4.5 Funções metabólicas................................................................. 27 4.6 Reservatório de sangue ............................................................ 27 5 TIPOS DE PELE .............................................................................. 29 5.1 A escala de Fitzpatrick: cor da pele e reatividade ao sol ........... 31 6 CICATRIZAÇÃO DA PELE .............................................................. 33 6.1 Cicatrização epidérmica ............................................................ 33 6.2 Cicatrização profunda................................................................ 34 7 PATOLOGIAS E DISTÚBIOS CUTÂNEOS ..................................... 37 3 7.1 Câncer de pele .......................................................................... 38 7.2 Queimaduras ............................................................................. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 52 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 ANATOMIA DO SISTEMA TEGUMENTAR Fonte: atosmedica.com.br O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos: pelos, unhas, glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias. O sistema tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-organismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial (tato, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite. (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2013; LOWE, ANDERSON, 2015; OVALLE, NAHIRNEY, 2008 apud MONTANARI, 2019) A pele, também conhecida como cútis, cobre a superfície externa do corpo e é o maior órgão do corpo em peso. Nos adultos, a pele cobre uma área de cerca de 2 m2 e pesa entre 4,5 a 5 kg, cerca de 7% do peso corporal total. Sua espessura varia de 0,5 mm nas pálpebras até 4,0 mm nos calcanhares. Na maior parte do corpo ela tem entre 1 e 2 mm de espessura. A pele é formada por duas partes principais. A parte superficial e mais fina, que é composta por tecido epitelial, é a epiderme. A parte mais profunda e espessa de tecido conjuntivo é 6 a derme. Enquanto a epiderme é avascular, a derme é vascularizada. (TORTORA, 2016) A pele (L. integumentum, revestimento) é facilmente acessível e é um dos melhores indicadores da saúde geral; por isso, é importante observá-la com atenção durante o exame físico. É incluída no diagnóstico diferencial de quase todas as doenças. A pele propicia: (MOORE, 2014) Proteção do corpo contra os efeitos ambientais, como escoriações, perda de líquido, substâncias prejudiciais, radiação ultravioleta e microrganismos invasores. Contenção das estruturas do corpo (p. ex., tecidos e órgãos) e de substâncias vitais (principalmente líquidos extracelulares), evitando a desidratação, que pode ser grave em caso de lesões cutâneas extensas (p. ex., queimaduras) Regulação do calor mediante a evaporação do suor e/ou a dilatação ou constrição dos vasos sanguíneos superficiais. Sensibilidade (p. ex., dor) por meio de nervos superficiais e suas terminações sensitivas. Síntese e armazenamento de vitamina D. A pele tem uma estrutura estratificada, é composta de três grandes camadas de tecidos: a epiderme (camada superior), a derme (camada intermediária) e a hipoderme ou tecido celular subcutâneo (camada profunda) (KIERSZENBAUM; TRES, 2016 apud CECHINEL,2018) 7 2.1 Epiderme Fonte: infoescola.com A epiderme é a camada mais superficial, formada basicamente por tecido epitelial estratificado córneo, além de ser avascularizada. Seu citoplasma é pouco a pouco substituído por queratina. Na sua estrutura, consideramos as células epiteliais. Está em contato direto com o meio externo, impermeabiliza a pele impedindo a entrada de substâncias, renova-se constantemente pela sua resistência e faz com que a camada córnea seja gradativamente eliminada e substituída por outras (FASSHEBER, 2018) A epiderme é um epitélio queratinizado — isto é, tem uma camada superficial córnea e resistente, que forma uma superfície externa protetora sobre a camada basal ou profunda, regenerativa e pigmentada. A epiderme não tem vasos sanguíneos nem linfáticos. A epiderme avascular é nutrida pela derme vascularizada subjacente. A derme é irrigada por artérias que entram em sua superfície profunda para formar um plexo cutâneo de artérias que se anastomosam. A pele também tem terminações nervosas aferentes sensíveis ao tato, irritação (dor) e temperatura. A maioria das terminações nervosas está situada na derme, mas algumas penetram a epiderme.(MOORE, 2014) As células que povoam a epiderme incluem os queratinócitos, os melanócitos, as células de Merkel e as células de Langerhans. As células mais 8 abundantes da epiderme são os queratinócitos, por isso serão considerados primeiro. A função principal dos quer atinócitos ("células de queratina") é produzir queratina, a proteína fibrosa queajuda a fornecer as propriedades protetoras da epiderme (do grego quera = córneo). (MARIEB, 2008) Fonte: TORTORA, 2016 Os queratinócitos, firmemente conectados entre si por desmossomos, se originam a partir de uma camada de células (o estrato basal) presentes na porção mais profunda da epiderme e que sofrem mitoses quase continuamente. Quando essas células são empurradas para cima pela produção de novas células abaixo delas, elas começam a produzir a queratina que por fim domina o conteúdo celular. No momento em que atingem a superfície livre da pele, os queratinócitos estão mortos, tomando-se estruturas escamosas que nada mais são do que envoltórios de membrana plasmática preenchidos por queratina. Milhões dessas células mortas descamam diariamente, fornecendo-nos uma epiderme totalmente nova a cada 25 a 45 dias. (MARIEB, 2008) 9 Cerca de 8% das células epidérmicas são melanócitos, que se desenvolvem a partir do ectoderma do embrião em desenvolvimento e que produzem o pigmento melanina. Suas projeções longas e delgadas se estendem entre os queratinócitos e transferem grânulos de melanina para eles. A melanina é um pigmento amarelo avermelhado ou castanho escuro que contribui para a cor da pele e absorve os raios ultravioleta (UV) perigosa. Uma vez dentro dos queratinócitos, os grânulos de melanina se agrupam, formando um véu protetor sobre o núcleo, no lado voltado para a superfície da pele. Desse modo, eles protegem o DNA nuclear do dano causado pelos raios UV. Embora seus grânulos de melanina protejam efetivamente os queratinócitos, os melanócitos em si são particularmente suscetíveis aos danos causados pelos raios UV. (TORTORA, 2016) As células de Langerhans, de formato estrelado, originam - se na medula óssea e migram para a epiderme. Também chamadas de células dendríticas da epiderme, elas são fagócitos que fagocitam substâncias estranhas e auxiliam na ativação do nosso sistema imunológico, como descrito posteriormente neste capítulo. Seus delgados prolongamentos estendem-se entre os queratinócitos circundantes, formando uma rede mais ou menos contínua. (MARIEB, 2008) As células de Merkel ocasionalmente estão presentes na junção entre a derme e a epiderme. Com o formato de um hemisfério espinhoso, cada célula de Merkel está intimamente associada com uma terminação nervosa sensorial em forma de disco. Esta combinação, chamada de disco de Merkel, funciona como um receptor sensorial para o tato. (MARIEB, 2008) 10 Fonte: todamateria.com.br Podem ser distinguidas quatro camadas (ou estratos) no epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da epiderme: o estrato basal, o estrato espinhoso, o estrato granuloso e o estrato córneo. Camada Basal A camada mais profunda da epiderme é a camada basal, composta por um único conjunto de queratinócitos cúbicos ou colunares. Algumas células dessa camada são células-tronco, que sofrem divisão celular para produzir continuamente novos queratinócitos. A queratina protege as camadas mais profundas contra lesões. A camada basal também é conhecida como camada germinativa, indicando seu papel na formação de novas células. (TORTORA, 2016) Camada Espinhosa 11 Abaixo da camada basal se encontra a camada espinhosa. Essa camada é composta principalmente por numerosos queratinócitos organizados em 8 a 10 camadas. As células nas camadas mais superficiais se tornam achatadas. Os queratinócitos na camada espinhosa, que são produzidos pelas células- tronco na camada basal, possuem as mesmas organelas das células da camada basal e algumas delas conservam a capacidade de se dividir. Os queratinócitos dessa camada produzem feixes mais grossos de queratina nos filamentos intermediários do que aquelas na camada basal. Embora elas sejam redondas e maiores no tecido vivo, as células da camada espinhosa se encolhem e se soltam quando preparadas para avaliações microscópicas, de modo que elas parecem estar cobertas por espinhos. Em cada projeção semelhante a um espinho, feixes de filamentos intermediários de queratina se inserem nos desmossomos, que unem firmemente as células umas às outras. Essa organização confere força e flexibilidade à pele. Também estão presentes na camada espinhosa macrófagos intraepidérmicos e projeções de melanócitos. (TORTORA, 2016) Camada Granulosa Aproximadamente no meio da epiderme se encontra a camada granulosa, que consiste entre três a cinco camadas de queratinócitos achatados sofrendo apoptose. Os núcleos e outras organelas dessas células começam a se degenerar conforme elas se afastam da fonte de nutrição (os vasos sanguíneos dérmicos). Uma característica importante das células nessa camada é a presença de grânulos escuros de uma proteína chamada de queratohialina, que une os filamentos intermediários de queratina. Também estão presentes nos queratinócitos os grânulos lamelares revestidos por membrana, que se fundem com a membrana plasmática e liberam uma secreção rica em lipídios. Essa secreção é depositada nos espaços entre as células da camada granulosa, da camada lúcida e da camada córnea. A secreção rica em lipídios age como impermeabilizante que repele a água, retardando a perda e a entrada de água e de material estranho. (TORTORA, 2016) Camada Córnea 12 A camada córnea consiste em cerca de 25 a 30 camadas de queratinócitos achatados e mortos, mas pode variar em espessura desde algumas células na pele fina até 50 ou mais camadas de células na pele espessa. As células são envelopes de queratina revestidos por membrana plasmática, extremamente finos e achatados, que não contêm mais um núcleo ou qualquer organela interna. Elas são o produto final do processo de diferenciação dos queratinócitos. As células em cada camada são sobrepostas como as escamas na pele de uma cobra. As camadas vizinhas de células também formam conexões fortes entre si. Nessa camada mais externa da epiderme, as células são continuamente perdidas e repostas por outras das camadas mais profundas. (TORTORA, 2016) Suas múltiplas camadas de células mortas ajudam a camada córnea a proteger as camadas mais profundas contra lesões e invasões microbianas. A exposição constante da pele ao atrito estimula o aumento da produção celular e da produção de queratina, resultando na formação de um calo, um espessamento anormal da camada córnea. (TORTORA, 2016) Fonte: Fassheber, 2018 13 2.2 Derme A derme (derm = pele), a segunda maior região da pele, é um tecido conjuntivo resistente e flexível. As células da derme são as células tipicamente encontradas em qualquer tecido conjuntivo propriamente dito: os fibroblastos, os macrófagos e, ocasionalmente, os mastócitos e os leucócitos. Sua matriz semifluida é densamente preenchida com fibras. A derme mantém o corpo inteiro unido, como uma malha justa (ou uma meia-calça). A derme é seu "couro", pois corresponde exatamente à porção da pele animal utilizada na confecção dos produtos de couro. (MARIEB, 2008) É uma camada densa de fibras colágenas e elásticas entrelaçadas. Essas fibras proporcionam o tônus cutâneo e são responsáveis pela resistência e firmeza da pele. A derme dos animais é retirada e curtida para produzir o couro. Embora os feixes de fibras colágenas na derme sigam em todas as direções para formar um tecido firme, semelhante ao feltro, em um local específico a maioria das fibras segue na mesma direção. O padrão predominante de fibras colágenas determina a tensão característica e as rugas na pele. (MOORE, 2014) Fonte: escolaeducacao.com.br A derme pode ser dividida em duas partes distintas: (FASSHEBER, 2018) 14 A derme superficial ou papilar que fica abaixo da epiderme e é ondulada, local onde predomina fibras colágenas e elásticas pequenas. Tem grande quantidade de substância gel composto de mucopolissacarídeos ácidos. Estãopresentes os vasos sanguíneos e linfáticos, pequenos nervos. A derme profunda ou reticular está abaixo da derme papilar. Constituída de feixes de colágenos mais grossos, ondulados e em posição horizontal, e elastina grossa. Fonte: FASSHEBER, 2018 2.3 Hipoderme A hipoderme ou tecido celular subcutâneo é a camada mais profunda da pele, de espessura variável, composta por tecido conjuntivo frouxo e também por tecido adiposo, ou seja, células repletas de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Funcionalmente, a hipoderme, além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e aos traumatismos externos, facilitando a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (BORGES; SCORZA, 2017 apud CECHINEL,2018). 15 Fonte: souenfermagem.com.br 2.4 Cor da pele Melanina, hemoglobina e caroteno são os três pigmentos que contribuem para uma grande variedade de tons de pele. A quantidade de melanina faz com que a cor da pele varie de amarelo claro até vermelho-amarronzado e preto. A diferença entre os dois tipos de melanina, a feomelanina (amarela a vermelha) e a eumelanina (marrom a preta) é mais aparente nos pelos. Os melanócitos, as células produtoras de melanina, são mais abundantes na epiderme do pênis, nos mamilos, na área ao redor dos mamilos (aréolas), na face e nos membros. Eles também são encontrados nas membranas mucosas. (TORTORA, 2016) 16 Fonte: minutosaudeestetica.com.br Como o número de melanócitos é aproximadamente o mesmo em todas as pessoas, as diferenças nos tons de pele se devem principalmente à quantidade de pigmento que os melanócitos produzem e transferem para os queratinócitos. Em algumas pessoas que são predispostas geneticamente, a melanina se acumula na forma de sardas (efélides). As sardas tipicamente são avermelhadas ou amarronzadas e tendem a ser mais visíveis no verão do que no inverno. (TORTORA, 2016) Conforme as pessoas envelhecem, podem aparecer manchas senis (melanose solar). Elas se parecem com sardas e sua cor varia desde marrom- claro até preto. Assim como as sardas, as manchas senis são acúmulos de melanina. Elas são mais escuras do que as sardas e se formam ao longo do tempo por causa da exposição à luz solar. As manchas senis não desaparecem durante os meses de inverno e são mais comuns em adultos com mais de 40 17 anos de idade. Uma área redonda, achatada ou em relevo que representa um crescimento localizado benigno de melanócitos e se desenvolve em geral na infância ou na adolescência é chamada de nevo ou verruga. (TORTORA, 2016) 3 ANEXOS DA PELE Fonte: clinicamaximus.com.br Juntamente com a pele, o sistema tegumentar inclui diversos derivados da epiderme. Esses anexos da pele incluem as unhas, as glândulas sudoríferas, as glândulas sebáceas, os folículos pilosos e os pelos. Cada um desses anexos exerce um papel único na manutenção da homeostase corporal. (MARIEB, 2008) 3.1 Folículo pilossebáceo (pelos) O folículo piloso é formado desde a 9ª semana gestacional até a 12ª, a partir de uma proliferação do estrato germinativo da epiderme que se estende para a derme, isto é, originam-se de uma invaginação da epiderme. O folículo piloso é visto externamente apenas pelas hastes e estão distribuídos por todo o corpo, exceto lábio, áreas palmoplantares, pontas e lados dos dedos, glande, prepúcio, pequenos lábio e clitóris. (FASSHEBER, 2018) 18 Embora a proteção que eles forneçam seja limitada, os pelos na cabeça protegem a pele das lesões e dos raios solares. Eles também diminuem a perda de calor pela cabeça. Sobrancelhas e cílios protegem os olhos contra partículas estranhas, assim como os pelos nas narinas e no meato acústico externo protegem essas estruturas. Receptores táteis (os plexos das raízes pilosas) associados aos folículos pilosos são ativados sempre que um pelo é movido, mesmo que levemente. Assim, os pelos também agem na percepção dos toques leves. (TORTORA, 2016) O folículo piloso é constituído por: bainhas radiculares interna e externa, derivadas da epiderme; membrana vítrea, que corresponde à membrana basal, e bainha dérmica, onde há condensação de fibras colágenas. (MONTANARI, 2019) Ele é constituído de estruturas como: infundíbulo, acrotriquio, istmo, segmento inferior, bulbo piloso e papila. Além de ter uma estrutura muscular acoplada, denominada músculo eretor do pelo, que está presente em toda a superfície da pele recoberta por pelos, também recebe inervação colinérgica e contrai-se em resposta à epinefrina, produzindo a piloereção. (FASSHEBER, 2018) Fonte: coladaweb.com 19 3.2 Pelos Crescimento dos pelos Fase Anágena: fase de crescimento capilar, de dois a seis anos. As células se dividem e queratinizam ativamente. O pelo está fixo dentro do folículo, alimenta-se de sangue e cresce. Se for puxado por epilação mecânica nessa fase, a pessoa experimenta um estímulo doloroso. Catágena: fase de regressão ou migração do pelo, em algumas semanas. Fase em que o pelo está em contato íntimo com as células germinativas. O crescimento já terminou e o pelo está queratinizado e implantado no fundo do folículo. É o período ideal para se realizar a depilação pois o pelo é arrancado com a bainha epitelial, deixando a mostra a camada germinativa para ser destruída pelo laser. Telógena: fase de descanso, período em que o pelo cai e o outro depósito se forma para o nascimento de um novo pelo, em algumas semanas. Fase em que o enfraquecimento da união entre a base do folículo e o pelo produz sua queda. Nesta fase, nasce um novo pelo dentro do folículo e, à medida que cresce, vai empurrando para fora o pelo velho. (FASSHEBER, 2018) Tipos de pelos Os folículos pilosos se desenvolvem cerca de 12 semanas após a fertilização. Em geral por volta do quinto mês do desenvolvimento, os folículos produzem pelos não pigmentados e muito finos (lanugem), que recobrem o corpo do feto. Antes do nascimento, a lanugem das sobrancelhas, dos cílios e da cabeça se solta e é substituída por pelos bastante pigmentados, longos e grossos chamados de pelos terminais. A lanugem do resto do corpo é substituída por velus, pelos claros, finos e curtos que são até difíceis de serem enxergados a olho nu. Durante a infância, o velus cobre a maior parte do corpo, com exceção dos pelos das sobrancelhas, dos cílios e da cabeça, que são pelos terminais. Em resposta aos hormônios (andrógenos) secretados durante a puberdade, pelos terminais substituem o velus nas axilas e nas regiões púbicas de meninos e meninas, além de substituir a penugem da face, dos membros e do tórax dos meninos, levando à formação de bigode, barba e cobrindo braços, pernas e tórax. Durante a vida adulta, cerca de 95% do pelo corporal nos homens é composto por pelos terminais e 5% por velus; nas mulheres, cerca de 35% dos pelos corporais é composto por pelos terminais e 65% por velus.(TORTORA,2016) Cor dos pelos 20 A cor dos pelos é influenciada principalmente pela quantidade e pelo tipo de melanina em suas células queratinizadas. A melanina é sintetizada por melanócitos espalhados na matriz do bulbo e passa para as células no córtex e na medula do pelo. Os pelos escuros contêm principalmente eumelanina (entre marrom e preto) ; pelos louros e ruivos contêm variantes da feomelanina (entre amarelo e vermelho). Os pelos se tornam cinza por causa do declínio progressivo na produção de melanina; os pelos cinza contêm poucos grânulos de melanina. Os pelos brancos são resultado da ausência de melanina e do acúmulo de bolhas de ar. A coloração do cabelo é um processo que adiciona ou que remove pigmentos. As tinturas temporárias cobrem a superfície dos fios de cabelo e, em geral, são removidas em duasou três lavagens. As tinturas semipermanentes penetram moderadamente nos fios de cabelo e são removidas entre cinco e 10 lavagens. As tintas permanentes penetram profundamente nos fios e não são lavadas, mas acabam sendo eliminadas conforme o cabelo cresce. (TORTORA,2016) 3.3 Glândulas sebáceas As glândulas sebáceas são glândulas alveolares ramificadas simples encontradas sobre toda a superfície do corpo, exceto nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Elas são pequenas no tronco e nos membros, mas muito grandes na face, no pescoço e na porção superior do tórax. Essas glândulas produzem uma secreção oleosa chamada de sebo. As células centrais dos alvéolos acumulam lipídeos até tomarem-se tão cheias que acabam estourando. (MARIEB, 2008) O sebo é uma secreção oleosa, com ácidos graxos, ésteres de cera e esqualeno, junto com os restos das células produtoras. Ele lubrifica a superfície da pele e do pelo, aumentando as características hidrofóbicas da queratina e protegendo o pelo. (MONTANARI, 2019) 21 Fonte: apelequehabitoblog.blogspot.com 3.4 Glândulas sudoríferas Há entre três a quatro milhões de glândulas sudoríferas no corpo. As células dessas glândulas liberam suor, ou perspiração, nos folículos pilosos ou na superfície da pele através de poros. As glândulas sudoríferas são divididas em dois tipos principais: écrinas e apócrinas, com base em sua estrutura e tipo de secreção. (TORTORA, 2016) As glândulas sudoríferas écrinas ("secretoras"), também chamadas de glândulas sudoríferas merócrinas, são as mais numerosas, sendo particularmente abundantes nas palmas, nas plantas dos pés e na testa. Cada glândula é tubular, enovelada e simples. A porção secretora enovelada fica situada na derme; o dueto estende- se e abre-se em um poro (por = canal) afunilado na superfície da pele. (MARIEB,2008) As glândulas sudoríferas apócrinas também são glândulas tubulares simples enoveladas, porém com ductos e lumens maiores do que as glândulas écrinas. Elas são encontradas principalmente na pele da axila da região inguinal, das aréolas (áreas pigmentadas em torno das papilas mamárias) e nas regiões com barba na face de homens adultos. (TORTORA, 2016) Em comparação com o suor écrino, o suor apócrino tem aspecto leitoso ou amarelado. O suor apócrino contém os mesmos componentes do suor écrino, além de lipídios e proteínas. O suor secretado das glândulas sudoríferas 22 apócrinas é inodoro. Entretanto, quando o suor apócrino interage com as bactérias na superfície da pele, as bactérias metabolizam seus componentes, fazendo com que o suor apócrino tenha um odor característico que é chamado frequentemente de odor corporal. As glândulas sudoríferas écrinas começam a funcionar logo após o nascimento, já as glândulas sudoríferas apócrinas começam a funcionar apenas na puberdade. (TORTORA, 2016) Fonte: tratamentosuorexcessivo.com.br As glândulas sudoríferas apócrinas, conjuntamente com as glândulas sudoríferas écrinas, são ativas durante a sudorese emocional. Além disso, as glândulas sudoríferas apócrinas secretam suor durante as atividades sexuais. Ao contrário das glândulas sudoríferas écrinas, as glândulas sudoríferas apócrinas não são ativas durante a sudorese termorreguladora e, portanto, não desempenham um papel na termorregulação. (TORTORA, 2016) 3.5 Unhas Uma unha é uma modificação escamosa da epiderme que forma uma evidente cobertura protetora sobre a superfície dorsal da porção distal de cada dedo das mãos e dos pés. (MARIEB, 2008) Os elementos existentes na unha são: lúmula, eponíquio, lâmina ungueal, leito ungueal e hiponíquio, que crescem de maneira contínua. As unhas são 23 formadas pela camada lúcida e córnea da epiderme. Em regra, exibem uma cor rosada em função da rede capilar que existe debaixo delas. (FASSHEBER, 2018) O corpo da unha é a porção visível da unha. Ele é comparável à camada córnea da epiderme da pele, exceto pelo fato de que suas células queratinizadas achatadas são preenchidas por um tipo mais rígido de queratina e não se soltam. Abaixo do corpo da unha se encontra uma região de epitélio e uma camada mais profunda de derme. A extremidade livre é a porção do corpo da unha que pode ultrapassar a extremidade distal do dedo. A extremidade livre é branca porque não há capilares subjacentes. (TORTORA, 2016) A raiz da unha é a porção da unha encerrada em uma dobra de pele. A área esbranquiçada com formato de crescente da extremidade proximal do corpo da unha é chamada de lúnula (pequena lua). Ela parece branca porque o tecido vascularizado subjacente não é aparente por causa de uma região espessa de epitélio nessa área. Abaixo da extremidade livre se encontra uma região espessa de camada córnea chamada de hiponíquio que une a unha à ponta do dedo. O leito da unha é a pele abaixo do corpo da unha que se estende da lúnula até o hiponíquio. A epiderme do leito da unha não possui camada granulosa. O eponíquio ou cutícula é uma banda estreita de epiderme que se estende a partir da margem lateral da parede da unha e adere a ela. Ele ocupa a borda proximal da unha e consiste em camada córnea. (TORTORA, 2016) Fonte: MARIEB, 2008 24 As unhas possuem uma variedade de funções: Elas protegem as porções distais dos dedos. Elas fornecem suporte e pressão contrária à superfície palmar dos dedos das mãos, aumentando a percepção de toque e de manipulação. Elas permitem apanhar e manipular pequenos objetos e podem ser utilizadas para coçar e arranhar o corpo de vários modos. 4 FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR Fonte: aminoapps.com A pele e seus anexos desempenham uma diversidade de funções, que influenciam no metabolismo corporal e evitam que fatores externos perturbem a homeostase. Por ter uma localização bastante superficial, o sistema tegumentar é mais vulnerável, exposto a microrganismos, abrasão, alterações de temperatura e substâncias químicas. (MATIELLO, 2020) A pele constitui pelo menos três tipos de barreiras: química, física e biológica. 25 Barreiras químicas: As barreiras químicas incluem as secreções da pele e a melanina. Apesar das bactérias serem abundantes na superfície da pele, o baixo pH das secreções desse órgão, chamado de manto ácido, retarda sua proliferação. Além disso, muitas bactérias são completamente eliminadas pelas substâncias bactericidas do sebo. As células da pele também secretam um antibiótico natural chamado de defensína humana, o qual literalmente abre poros na bactéria fazendo-a parecer uma peneira. (MARIEB, 2008) Barreiras físicas/mecânicas: As barreiras físicas ou mecânicas são fornecidas pela continuidade da pele e pela resistência de suas células queratinizadas. Como barreira física, a pele é certamente incrível. (MARIEB, 2008) Barreiras biológicas: As barreiras biológicas incluem as células de Langerhans (dendríticas) da epiderme, os macrófagos da derme e o próprio DNA. As células de Langerhans são elementos ativos do sistema imunológico. Para a resposta imunológica tornar-se ativada, as substâncias estranhas, ou antígenos, devem ser apresentadas para os leucócitos chamados de linfócitos. Os macrófagos da derme constituem uma segunda linha de defesa para eliminar vírus e bactérias que tenham conseguido penetrar a epiderme. Eles também atuam como células "apresentadoras" de antígenos. (MARIEB, 2008) 4.1 Proteção A pele proporciona barreiras química, física e biológica. A química é promovida pela presença de secreções da pele (como sebo) e melanina. Mesmo alguns tipos de bactérias sendo prevalentes na pele, o baixo ph do tecido tegumentar retarda a proliferação bacteriana (MARIEB; HOEHN, 2008 apud MATIELLO, 2020). A barreira física desempenha a função mecânica por continuidade da pele e por resistência imposta pelas células queratinizadas. A barreira biológica protege pela açãode células de defesa, que incluem macrófagos, células de Langerhans, além de alguns antígenos. As condições de hidratação da pele interferem na sua capacidade de proteção. Uma pele desidratada possui menor teor de óleo em sua composição e perde água com mais facilidade para o ambiente, ficando desprotegida e interferindo de maneira negativa no desempenho da função de barreira. Isso faz 26 com que haja predisposição à penetração de agentes alergênicos na pele, causando maior irritabilidade (KAMIZATO; BRITO, 2014 apud MATIELLO, 2020). 4.2 Regulação da temperatura corporal Enquanto a temperatura externa for menor do que a temperatura corporal, a superfície da pele perde calor para o ar e para os objetos mais frios do ambiente, da mesma forma que um radiador de carro perde calor para o ar e outras partes do motor próximas. Sob condições normais de repouso, e enquanto a temperatura ambiental estiver abaixo de 31 a 32ºC, as glândulas sudoríferas secretam continuamente quantidades imperceptíveis de suor (cerca de 500 mL [0,5 L) por dia). Quando a temperatura corporal se eleva, os vasos sanguíneos da derme dilatam-se e as glândulas sudoríferas são estimuladas, entrando em atividade secretora vigorosa. (MARIEB, 2008) O suor toma-se perceptível e pode ser responsável pela perda de até 12 L d e água corporal em um dia. A evaporação do suor a partir da superfície da pele dissipa o calor corporal e resfria o corpo com eficácia, evitando o superaquecimento. Quando o ambiente externo está frio, os vasos sanguíneos da derme sofrem constrição. Isso faz com que o sangue aquecido seja desviado da pele temporariamente e permite que a temperatura da pele diminua até o valor do ambiente externo. (MARIEB, 2008) 4.3 Sensibilidade Cutânea A sensibilidade cutânea é aquela que se origina na pele, incluindo a sensibilidade tátil – toque, pressão, vibração e cócegas – bem como sensibilidade térmica como calor e frio. Outra sensibilidade cutânea, a dor, em geral é um indício de lesão tecidual iminente ou real. Existe uma grande variedade de terminações nervosas e receptores distribuídos pela pele, incluindo os discos táteis da epiderme, os corpúsculos táteis na derme e os plexos das raízes pilosas ao redor de cada folículo piloso. (TORTORA, 2016) 27 4.4 Excreção e absorção de substâncias Em relação à excreção de substâncias, o sistema tegumentar permite a eliminação de pequenas quantidades de resíduos, como amônia, ureia e ácido úrico por meio do suor, mesmo que a maior parte desses resíduos seja eliminada pela urina. A sudorese intensa serve como uma via importante de perda de água e sal (TORTORA; DERRICKSON, 2017 apud MATIELLO, 2020). A absorção permite que substâncias possam adentrar no organismo através da pele. A pele possui uma propriedade de permeabilidade cutânea, ou seja, controla o entra e o que sai de sua estrutura. Kamizato e Brito (2014) explicam que esse comportamento permite a entrada de produtos através da epiderme e da derme, até que possam atingir a corrente sanguínea. Entretanto, essa propriedade é seletiva (permeabilidade seletiva), uma vez que apenas algumas substâncias conseguem adentrar pela pele, dependendo de características biológicas, físicas e químicas da substância. (apud MATIELLO, 2020). 4.5 Funções metabólicas Quando os raios solares atingem a pele, moléculas de colesterol modificadas que circulam pelos vasos sanguíneos dérmicos são convertidas no precursor da vitamina D e transportadas pelo sangue para outras partes do corpo, onde exercem vários papéis no metabolismo do cálcio. Por exemplo, o cálcio não pode ser absorvido pelo trato digestório sem a vitamina D. Além de sintetizar o precursor da vitamina D, a epiderme tem outras funções metabólicas biologicamente importantes, incluindo a colagenase, enzima que auxilia na renovação natural do colágeno (e evita rugas). (MARIEB, 2008) 4.6 Reservatório de sangue A derme abriga uma rede extensa de vasos sanguíneos que carregam 8 a 10% do fluxo sanguíneo total em um adulto em repouso. Quando outros órgãos, como os músculos em atividade vigorosa, necessitam de um suprimento sanguíneo maior, o sistema nervoso causa constrição dos vasos sanguíneos da 28 derme. Isso desvia mais sangue para dentro da circulação geral, tornando-o disponível para os músculos e outros órgãos. (TORTORA, 2016; MARIEB, 2008) Fonte: MATIELLO, 2020 29 5 TIPOS DE PELE Fonte: maisestetica2.wixsite.com A primeira classificação dos tipos de pele foi apresentada no início do século XX pela famosa cosmetóloga e empresária Helena Rubinstein, que classificou a pele em quatro tipos (I, II, III e IV), com base na quantidade de secreção sebácea encontrada. O sistema de classificação mais utilizado atualmente foi baseado no de Helena: também classifica a pele em quatro tipos e baseia-se na quantidade de conteúdo sebáceo encontrado nos tecidos (BORGES; SCORZA, 2016 apud MATIELLO, 2020) Segundo Draelos (2011) e Kede e Sabatovich (2004), a pele pode ser de três tipos: normal, oleosa ou seca. Cada um deles tem características especiais quanto aos níveis de hidratação e atividade de glândulas sebáceas, por exemplo. Além desses, existem outros tipos especiais de pele, como a mista, a acneica, a seborreica e a sensível. (apud LOPES, 2017) Tipo I — pele alípica: com uma aparência “esticada”, esse tipo de pele possui pouca produção de sebo pelas glândulas sebáceas. Além disso, é uma pele mais fina, mais frágil, com maior tendência à descamação e com pH mais ácido. Essas características tornam esse tipo mais predisposto ao surgimento de rugas e linhas de expressão. (MATIELLO, 2020) Tipo II — pele lipídica: também chamada de pele oleosa, a pele lipídica possui uma quantidade de sebo aumentada, associada a poros dilatados, sobretudo ao redor do nariz, na testa e no queixo. Assim, costuma ser brilhante e espessa, com textura áspera, e tem mais tendência a comedões, acne, 30 rosácea e telangiectasias (KEDE; SABOTOCIH, 2004 aúd MATIELLO, 2020). Possui um pH mais alcalino e, por isso, envelhece mais lentamente. Tipo III — pele normal: também chamada de pele eudérmica, é lisa, não brilhante e com pH próximo ao neutro. O teor hídrico dessa pele é alto, mas sem a presença de poros dilatados. Tem uma textura aveludada e sedosa, sendo mais comum em crianças de até 8 anos. Nesse tipo de pele, os orifícios pilos sebáceos são bem pouco visíveis (BORGES; SCORZA, 2016 apud MATIELLO, 2020) Tipo IV — pele mista: também chamada de pele combinada, possui características associadas dos demais tipos de pele. A região T (áreas do nariz, queixo e testa) possui grande quantidade de sebo e poros dilatados, dando um aspecto mais oleoso a essas regiões. Em contrapartida, a parte lateral da face apresenta pele alípica ou normal (BORGES; SCORZA, 2016 apud MATIELLO, 2020) Além dos quatro tipos de pele citados, é possível classificar a pele segundo aspectos relacionados a condições cutâneas transitórias, como acneica, sensível, desidratada, espessa e desvitalizada, por exemplo. (MATIELLO, 2020) 31 Pele acneica: possui as mesmas características da pele lipídica, sobretudo comedões, pápulas, pústulas, cistos e cicatrizes. Pele sensível: apresenta um aspecto mais frágil. É fina, de coloração avermelhada, com presença de telangiectasias. Pele desidratada: apresenta uma textura fina, hipotônica, descamativa, com desequilíbrio da camada córnea. Visualmente, é uma pele opaca, áspera ao tato, com presença de rugas superficiais (BORGES; SCORZA, 2016 apud MATIELLO, 2020) Essas rugas superficiais que aparecem na pele desidratada não são resultado de alterações dérmicas, mas falsas rugas, decorrentes apenas da desidratação tecidual. Pele espessa: apresenta um aspecto grosseiro, opaca e sem viço. Pele desvitalizada: de aspecto opaco,sem viço e flácida 5.1 A escala de Fitzpatrick: cor da pele e reatividade ao sol A escala de Fitzpatrick é a classificação numérica para a cor da pele humana. Segundo Fitzpatrick (1988) e Quevedo et al. (1975), a escala foi criada em 1975 por Thomas B. Fitzpatrick como forma de estimar a resposta de diferentes tipos de pele à luz ultravioleta (UV). (apud MATIELLO, 2020) Inicialmente, Fitzpatrick realizou um estudo no qual verificou três tipos de respostas a exposições solares: indivíduos que queimam facilmente e não se bronzeiam, indivíduos que queimam facilmente, mas conseguem se bronzear, e indivíduos que queimam moderadamente e bronzeiam facilmente. Essa classificação se tornou muito popular e foi adotada muito rapidamente. Nos dias de hoje, a escala foi aumentada para seis fototipos, de acordo com Sachdeva (2008). A classificação atual de Fitzpatrick se baseia não só na cor da pele, mas também na reatividade ao sol. Tipo I: sempre queima, nunca bronzeia; pele branca pálida; cabelo loiro ou vermelho; olhos azuis; sardas. Tipo II: geralmente queima, bronzeia minimamente; pele branca; cabelo loiro ou escuro. Tipo III: às vezes queima, bronzeia uniformemente; pele branca; qualquer cor do cabelo ou dos olhos. 32 Tipo IV: queima-se minimamente, sempre bronzeia; pele marrom moderada. Tipo V: muito raramente queima, bronzeia muito facilmente; pele marrom escura. Tipo VI: nunca queima, nunca bronzeia; pele negra. 33 6 CICATRIZAÇÃO DA PELE Fonte: cidadeverde.com Uma lesão na pele dispara uma sequência de eventos que reparam a pele, fazendo com que ela retorne à sua estrutura e função normais (ou próximas ao normal). Dois tipos de processos de cicatrização podem ocorrer, dependendo da profundidade da lesão. A cicatrização epidérmica ocorre nas lesões que afetam apenas a epiderme; a cicatrização profunda ocorre nas lesões que penetram na derme. 6.1 Cicatrização epidérmica Embora a porção central de uma ferida epidérmica possa se estender até a derme, as margens da ferida em geral envolvem apenas um dano leve às células epidérmicas superficiais. Tipos comuns de feridas epidérmicas incluem abrasões, em que uma porção da pele foi removida, e queimaduras pequenas. Em resposta a uma lesão epidérmica, as células basais da epiderme ao redor da ferida perdem o contato com a membrana basal. As células então aumentam e migram pela ferida. As células parecem migrar como uma camada até que as células avançando a partir de lados opostos da ferida se encontrem. Quando as células epidérmicas se encontram, elas param de migrar por causa 34 de uma resposta celular chamada de inibição por contato. A migração das células epidérmicas para completamente quando cada uma se encontra em contato finalmente com células epidérmicas em toda a extensão da lesão. Conforme as células epidérmicas basais migram, um hormônio chamado de fator de crescimento epidérmico estimula as células tronco basais a se dividirem e substitui aquelas que se moveram para a ferida. As células epidérmicas basais realocadas se dividem, formando uma nova camada, tornando desse modo a nova epiderme mais espessa. 6.2 Cicatrização profunda A cicatrização profunda ocorre quando uma lesão se estende até a derme e a tela subcutânea. Como várias camadas de tecido devem ser reparadas, o processo de cicatrização é mais complexo do que a cicatrização epidérmica. Além disso, como é formado um tecido cicatricial, o tecido cicatrizado perde algumas de suas funções normais. A cicatrização profunda ocorre em quatro fases: uma fase inflamatória, uma fase migratória, uma fase proliferativa e uma fase de maturação. Durante a fase inflamatória, um coágulo sanguíneo se forma na ferida e une frouxamente os seus limites. Como seu nome implica, essa fase da cicatrização profunda envolve inflamação, uma resposta vascular e celular que ajuda a eliminar microrganismos, material estranho e tecido morto em uma preparação para o reparo. A vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos associados à inflamação aumentam a chegada de células úteis. Elas incluem leucócitos fagocíticos chamados de neutrófilos; monócitos, que se desenvolvem em macrófagos que fagocitam microrganismos; e células mesenquimais, que se desenvolvem em fibroblastos. 35 Fonte: lenitamunhoz.wordpress.com As três fases que se seguem realizam o trabalho de reparo da ferida. Na fase migratória, o coágulo se torna uma crosta e células epiteliais migram abaixo dela, fechando a ferida. Os fibroblastos migram ao longo das redes de fibrina e começam a sintetizar tecido cicatricial (fibras colágenas e glicoproteínas) e os vasos sanguíneos danificados começam a crescer novamente. Durante essa fase, o tecido que preenche a ferida é chamado de tecido de granulação. A fase proliferativa é caracterizada pelo crescimento extenso de células epiteliais abaixo da crosta, pelo depósito de fibras colágenas pelos fibroblastos em padrão aleatório e a continuação do crescimento dos vasos sanguíneos. Finalmente, durante a fase de maturação, a crosta se solta uma vez que a epiderme tenha retornado à sua espessura normal. As fibras colágenas se tornam mais organizadas, o número de fibroblastos diminui e os vasos sanguíneos retornam ao normal. O processo de formação de tecido cicatricial é chamado de fibrose. Algumas vezes, é formado tanto tecido cicatricial durante o reparo da ferida que 36 o resultado é uma cicatriz elevada – aquela que é elevada acima da superfície epidérmica normal. Se essa cicatriz permanece dentro dos limites da ferida original, ela é uma cicatriz hipertrófica. Se ela se estende além dos limites na direção dos tecidos circunjacentes normais, é uma cicatriz queloide. O tecido cicatricial é diferente da pele normal porque as fibras colágenas estão organizadas mais densamente, ele tem elasticidade menor, menos vasos sanguíneos e pode conter ou não a mesma quantidade de pelos, glândulas cutâneas ou estruturas sensitivas. Por causa da organização das fibras colágenas e da escassez de vasos sanguíneos, as cicatrizes em geral têm cor mais clara que a pele normal. Fonte: br.pinterest.com 37 7 PATOLOGIAS E DISTÚBIOS CUTÂNEOS Fonte: msdmanuals.com A perda da homeostase de células ou órgãos do corpo revela-se sobre a pele. Ela pode desenvolver mais de 1.000 tipos de condições corporais e doenças. Os distúrbios mais comuns da pele são as infecções por bactérias, vírus ou fungos. Menos comuns, porém muito mais danosos para o bem-estar do corpo, são os cânceres de pele e as queimaduras. (MARIEB, 2008) 38 7.1 Câncer de pele Fonte: vejario.abril.com.br A exposição excessiva aos raios ultravioleta do sol ou de máquinas de bronzeamento artificial causa praticamente todos os um milhão de casos de câncer de pele diagnosticados anualmente nos EUA. Metade de todos os cânceres nos EUA são cânceres de pele. Existem três tipos comuns de câncer de pele. Os carcinomas basocelulares contribuem com cerca de 78% de todos os cânceres de pele. Os tumores surgem a partir de células na camada basal da epiderme e raramente formam metástases. (TORTORA, 2016) O câncer de pele, ou carcinoma, é uma doença que acontece em razão de um desenvolvimento anormal das células da pele, e elas multiplicam-se rapidamente até formarem um tumor (neoplasias). Os tumores podem ser benignos ou malignos. São benignos, na medida em que o crescimento é lento e se adapta bem ao corpo do hospedeiro, e suas células são idênticas ao do tecido de origem. Os malignos são aqueles de crescimento rápido e infiltrativos e suas células são diferentes das dos tecidos de origem, são capazes de invadir os tecidos vizinhos e os destroem por meio da metástase. (FASSHERBER,2018) O câncer se aplica às neoplasias malignas. É aquele que apresenta consistênciafirme, bordas irregulares, tem crescimento rápido, sagram com facilidade, se espalham e são difíceis de tratar, podendo levar à morte do paciente. (FASSHERBER,2018) 39 A maioria dos tumores que surgem na pele é benigna e não se espalha (não produz metástases) para outras áreas do corpo. (Uma verruga, um tumor causado por um vírus, é um exemplo.) Entretanto, alguns tumores de pele são malignos, ou cancerígenos, e invadem outras partes do corpo. A superexposição à radiação solar UV, o que danifica as bases do DNA. (MARIEB, 2008) Fonte: devpost.com As bases pirimídicas muitas vezes respondem a isso fusionando-se, formando lesões chamadas de dímeros. A radiação UV também parece inibir um gene supressor de tumor. Em alguns casos, entretanto, a irritação frequente da pele por infecções, substâncias químicas ou trauma físico parece ser um fator de predisposição. (MARIEB, 2008) Os carcinomas de células pavimentosas, que contribuem para cerca de 20% de todos os cânceres de pele, surgem a partir da camada espinhosa da epiderme e possuem uma tendência variável de formação de metástase. Os carcinomas das células pavimentosas e basais são conhecidos conjuntamente como câncer de pele não melanômico. (TORTORA, 2016) I. Carcinoma de células basais - CBC O carcinoma de células basais (ou basocelular) é o câncer de pele mais comum e menos maligno. Mais de 30% das pessoas brancas apresentam este câncer ao longo da vida. As células do estrato basal proliferam, invadindo a 40 derme e a hipoderme. As lesões desse câncer ocorrem com maior frequência nas áreas da face mais expostas ao sol, aparecendo como nódulos brilhantes e elevados (em forma de cúpula) que mais tarde desenvolvem uma úlcera central com as bordas peroladas. (FASSHEBER, 2018) É o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. (SBD, 2020) A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente. (SBD, 2020) Fonte: msdmanuals.com II. Carcinoma espinocelular – CEC O segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais 41 comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. (SBD, 2020) Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. (SBD, 2020) Fonte: drfelipecerci.com.br 42 III. Melanoma Fonte: scielo.br O melanoma, o câncer dos melanócitos, é o câncer de pele mais perigoso, pois é extremamente metastático e resistente à quimioterapia. Ele é responsável por apenas cerca de 5% dos cânceres de pele, mas sua incidência está aumentando rapidamente (de 3 a 8% por ano nos Estados Unidos). O melanoma pode começar em qualquer lugar onde exista pigmento. A maioria desses cânceres aparece espontaneamente. Cerca de um terço desenvolve-se a partir de sinais preexistentes. Ele normalmente aparece como urna mancha difusa de coloração marrom a preta que produz metástases rapidamente para os vasos linfáticos e sanguíneos adjacentes. (MARIEB, 2008) O risco de desenvolvimento de melanoma estimado ao longo da vida é de um em 75, o dobro do risco de apenas 20 anos atrás. Em parte, esse aumento se deve à depleção da camada de ozônio, que absorve uma parte da luz UV na porção alta da atmosfera. Porém, o principal motivo para esse aumento é que mais pessoas estão passando mais tempo sob o sol e em câmaras de bronzeamento. Os melanomas malignos podem formar metástase rapidamente e podem matar o indivíduo alguns meses após o diagnóstico. (TORTORA, 2016) A chave para um tratamento bem-sucedido de um melanoma maligno é a detecção precoce. Os sinais de alerta iniciais dos melanomas malignos são identificados pela sigla ABCDE é para assimetria. (TORTORA, 2016) 43 A é para assimetria: os melanomas malignos tendem a ser assimétricos. Isso significa que seus formatos são irregulares, como duas metades muito diferentes uma da outra. B é para borda: os melanomas malignos possuem bordas irregulares – entalhadas, endentadas, recortadas ou indistintas. C é para cor: os melanomas malignos possuem coloração desigual e podem conter várias cores. D é para diâmetro: as verrugas ordinárias normalmente têm menos de 6 mm, aproximadamente do tamanho de uma borracha sobre um lápis. E é para evolução: os melanomas malignos mudam de tamanho, formato e cor. Quando o melanoma maligno já tem as características A, B e C, ele em geral já tem mais de 6 mm. Entre os fatores de risco de câncer de pele encontram-se: (TORTORA, 2016) Tipo de pele. Indivíduos com pele clara e que nunca ficam bronzeados, mas sempre se queimam, possuem alto risco. Exposição ao sol. Pessoas que vivem em áreas com muitos dias ensolarados por ano e em altas altitudes (onde a luz ultravioleta é mais intensa) possuem um risco maior de desenvolvimento de câncer de pele. Da mesma maneira, pessoas cujas profissões envolvem atividades ao ar livre ou que tenham sofrido três ou mais queimaduras solares graves possuem um alto risco. Histórico familiar. A incidência de câncer de pele é maior em algumas famílias do que em outras. Idade. Os idosos estão mais propensos a desenvolver câncer de pele por causa do maior tempo de exposição à luz do sol. Estado imunológico. Indivíduos imunossuprimidos possuem maior incidência de câncer de pele. 44 Fonte: TORTORA, 2016 7.2 Queimaduras As queimaduras são uma ameaça devastadora para o corpo, principalmente devido aos seus efeitos sobre a pele. Uma queimadura é um tecido danificado causado por calor intenso, eletricidade, radiação ou certas substâncias químicas, todos os quais desnaturam as proteínas das células e causam morte celular nas áreas afetadas. (MARIEB, 2008) Além de ser o maior órgão do corpo humano, a pele é a barreira protetora contra infecções e perda de água e calor. Os queimados que possuem extensas lesões de pele afetada tendem a perder temperatura e líquidos com grande facilidade, ficando mais propensos às complicações e infecções. Independentemente da extensão e da profundidade, todo tipo de queimadura requer atendimento médico após a prestação dos primeiros socorros. (HAUBERT, 2018) As queimaduras são classificadas de acordo com suas gravidades. Uma queimadura de primeiro grau envolve apenas a epiderme. Ela é caracterizada por dor moderada e eritema (vermelhidão), mas sem bolhas. As funções da pele permanecem intactas. O uso imediato de água fria corrente pode diminuir a dor e o dano causado por uma queimadurade primeiro grau. Geralmente, a cicatrização de uma queimadura de primeiro grau ocorre entre três a 6 dias e 45 pode ser acompanhada por descamação. Um exemplo de uma queimadura de primeiro grau é uma queimadura solar leve. (TORTORA, 2016) Uma queimadura de segundo grau destrói a epiderme e parte da derme. Algumas funções da pele são perdidas. Em uma queimadura de segundo grau, ocorrem vermelhidão, formação de bolha, edema e dor. Em uma bolha, a epiderme se separa da derme por causa do acúmulo de líquido tecidual entre elas. As estruturas associadas, como folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríferas, em geral não são afetadas. Se não houver infecção, as queimaduras de segundo grau se curam sem enxerto de pele em cerca de 3 a 4 semanas, mas podem ocorrer cicatrizes. As queimaduras de primeiro e segundo graus são chamadas coletivamente como queimaduras de espessura parcial. (TORTORA, 2016) Fonte: TORTORA, 2016 As queimaduras podem ser classificadas da seguinte maneira: Quanto à profundidade: (HAUBERT, 2018) 1º grau: tipo de queimadura que atinge a epiderme, a camada superficial da pele. Apresenta lesões hiperemiadas e sem bolhas, com discreto edema e dor no local. 2º grau: tipo de queimadura que atinge a epiderme e parte da derme, primeira e segunda camadas da pele. Apresenta bolhas, e a dor é acentuada. 46 Fonte: concursosdasaude.com.br 3º grau: tipo de queimadura que atinge todas as camadas da pele, músculos e ossos. Apresenta necrose da pele, a qual fica com cor esbranquiçada ou escura. A dor é ausente, devido à sua profundidade, lesando todas as terminações nervosas responsáveis pela condução da sensação de dor. Fonte: concursosdasaude.com.br 4º grau: as queimaduras de quarto grau são aquelas que acometem não somente todas as camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, os músculos, os ossos ou os órgãos internos. 47 Fonte: blog.concursosdasaude.com.br Quanto à extensão: (HAUBERT, 2018) A extensão de uma queimadura é representada em percentagem da área corporal queimada. Sua gravidade será determinada pela profundidade, a extensão e a área afetada. Leves ou pequeno queimado: quando as queimaduras atingem menos de 10% da superfície corporal, ou queimaduras de segundo grau com menos de 48 15% da superfície corporal atingida, ou de terceiro grau com menos de 2% da superfície corporal atingida. Médias ou médio queimado: quando as queimaduras atingem de 10 a 20% da superfície corporal, ou queimaduras de primeiro grau que tenham atingido mais de 50% da superfície corporal, ou de segundo grau com mais de 20% da superfície corporal atingida, ou de terceiro grau que tenham atingido até 10% da superfície corporal, sem chegarem a face, mãos e pés. Graves ou grande queimado: quando as queimaduras atingem mais de 20% da área corporal, ou se causarem complicação por lesão do trato respiratório, ou queimaduras de terceiro grau em face, mãos e pés, ou de segundo grau que tenham atingido mais de 30% da superfície corporal. 49 Fonte: blog.concursosdasaude.com.br 50 PHTLS: é um programa de formação contínua que aborda e padroniza as intervenções dos operacionais em ambiente pré-hospitalar à vítima de trauma. Este programa de formação é revisto a cada quatro anos e a sua qualidade e excelência é reconhecida em todo o mundo. A lesão aos tecidos da pele que estão em contato direto com o agente agressor compreende o efeito local de uma queimadura. Entretanto, geralmente os efeitos sistêmicos de uma grande queimadura constituem o maior risco à vida. Os efeitos sistêmicos de uma queimadura podem incluir: (TORTORA, 2016) Uma grande perda de água, plasma e proteínas plasmáticas, causando choque; Infecções bacterianas; Redução da circulação sanguínea; Diminuição da produção de urina; Diminuição das respostas imunes. A seriedade de uma queimadura é determinada por sua profundidade e pela extensão da área envolvida, bem como De acordo com a classificação da Associação Norte americana de Queimaduras para as lesões causadas por queimaduras, uma queimadura extensa inclui queimaduras de terceiro grau em 10% da área de superfície corporal; ou uma queimadura de segundo grau em 25% da área de superfície corporal ou qualquer queimadura de terceiro grau na face, nas mãos, nos pés ou no períneo (que inclui as regiões anal e urogenital). Quando a área queimada excede 70%, mais de metade das vítimas morrem. Um modo rápido para estimar a área superficial afetada por uma queimadura em um adulto é a regra dos nove. (TORTORA, 2019) Conte 9% se as superfícies anterior e posterior da cabeça e do pescoço forem afetadas. Conte 9% para as superfícies anterior e posterior de cada membro superior (total de 18% para ambos os membros superiores). Conte quatro vezes nove, ou 36%, para as superfícies anterior e posterior do tronco, incluindo as nádegas. 51 Conte 9% para a superfície anterior e 9% para a superfície posterior de cada membro inferior até as nádegas (total de 36% para ambos os membros inferiores). Conte 1% para o períneo. Fonte: msdmanuals.com 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CECHINEL, L.R. Anatomofisiologia da pele. [S. l.], p. 1-14. 2018 HAUBERT, M. Queimaduras. [S. l.], p. 1-13. Jun. 2018 FASSHEBER, D.M. Câncer de pele. [S. l.], p. 1-16, jan. 2018. FASSHEBER, D.M. Fisiologia da pele. [S. l.], p. 1-17, jan. 2018. LOPES, F. Introdução e fundamentos da estética e cosmética. [S. l.], p. 1-13, set. 2017. MARIEB, E. N. Anatomia & fisiologia [n.>curso eletrônico] / Eliane N. Marieb, Hatja Hoehn; tradução Maria Flávia Marques ... [et al.]. - 3. ed. - Dados eletrônicos - Porto Alegre: Artrned, 2008. MATIELLO, A.A. Anatomia e fisiologia do sistema tegumentar. [S. l.], p. 1-24. 2020. MATIELLO, A.A. Classificação da pele: biótipos. [S. l.], p. 1-23. 2020. MONTANARI, T. Sistema Tegumentar. Disponível em: https://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/11Tegumen.pdf. Acesso em dez. 2020. MOORE, K. L. Anatomia orientada para a clínica / Keith L. Moore, Arthur F. Dalley, Anne M.R. Agur; tradução Claudia Lucia Caetano de Araujo. - 7. ed. - Rio de Janeiro: Koogan, 2014. SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia. Câncer da pele. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da- pele/64/. Acesso em: dez. 2020. TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
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