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Medidas de Proteção ao Idoso no Estatuto do Idoso

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Prévia do material em texto

Direito dos Idosos
e das Pessoas
com Deficiência
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Estatuto do Idoso – 2ª Parte
• Medidas de Proteção
• Política de Atendimento ao Idoso
• Entidades de Atendimento ao Idoso
• Garantia De Acesso à Justiça
• A Defesa Coletiva dos Direitos dos Idosos
• Infrações Praticadas contra os Idosos
 · Pouco adiantaria se o Estatuto do Idoso estipulasse diversos direitos 
dos idosos e não criasse formas de torná-los mais efetivos.
 · Infelizmente, nem sempre os direitos das pessoas em geral são 
espontaneamente respeitados pelos demais, sendo essa situação ainda 
mais grave quando envolve um grupo tão vulnerável como os idosos.
 · Tornar mais presentes esses direitos em nossas relações com os 
idosos, o Estatuto criou diversos mecanismos para que eles se-
jam implementados, tais como a possibilidade de serem adotadas 
medidas de proteção e a impetração de ações judiciais coletivas.
 · Além disso, condutas mais graves podem caracterizar infrações admi-
nistrativas e crimes.
 · Em razão da importância desses mecanismos, eles serão o objeto de 
estudo desta Unidade!
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Medidas de Proteção
E se os direitos previstos no Estatuto do Idoso não forem respeitados?
Buscando dar maior efetividade aos direitos dos idosos, o Estatuto do Idoso 
estabeleceu mecanismos que buscam ampliar medidas fiscalizatórias, envolver 
Órgãos Públicos e a sociedade em ações para que esses direitos sejam respeitados, 
bem como criou infrações administrativas e penais que devem ser aplicadas nas 
situações mais graves.
Entre esses mecanismos, temos as chamadas medidas de proteção, que devem 
ser aplicadas sempre que os direitos dos idosos, reconhecidos pelo Estatuto, 
estiverem ameaçados ou efetivamente violados:
 » Por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
 » Por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;
 » Em razão de sua condição pessoal.
As medidas de proteção criadas pelo Estatuto podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, ou seja, pode ser aplicada uma única medida ou várias, sempre 
levando em consideração as particularidades da situação.
Na sua aplicação, essas medidas devem considerar os fins sociais a que se 
destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. O Estatuto não 
estabelece todas as medidas de proteção que podem ser aplicadas, havendo relação 
somente exemplificativa.
Se os direitos dos idosos estiverem sendo ameaçados ou efetivamente violados, 
o Ministério Público ou o Poder Judiciário (a requerimento do Ministério Público), 
poderá determinar, entre outras, as seguintes medidas de proteção:
 » Encaminhamento do idoso à sua família ou ao seu curador, mediante termo 
de responsabilidade;
 » Orientação, apoio e acompanhamento temporários ao idoso afetado;
 » Requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar 
ou domiciliar;
 » Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e 
tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio 
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
 » Abrigo em entidade;
 » Abrigo temporário.
8
9
Política de Atendimento ao Idoso
A criação da Política Nacional do Idoso é anterior ao Estatuto do Idoso, sendo 
estabelecida, inicialmente, pela Lei n.º 8.842/94, que também criou o Conselho 
Nacional do Idoso e estabeleceu a criação de conselhos semelhantes nos estados, 
Distrito Federal e municípios, sendo as disposições dessa Lei renovadas e ampliadas 
pelo Estatuto.
A política de atendimento ao idoso é realizada por meio do conjunto articulado 
de ações governamentais e não governamentais da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios.
O Artigo 47 do Estatuto estabelece as linhas de ação dessa política de atendimento:
Estatuto do Idoso
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
I. políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro 
de 1994;
II. políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para 
aqueles que necessitarem;
III. serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de 
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV. serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por 
idosos abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V. proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;
VI. mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos 
segmentos da sociedade no atendimento do idoso.
Entidades de Atendimento ao Idoso
As entidades de atendimento ao idoso, públicas ou privadas, desempenham 
importante papel na Política de Atendimento ao Idoso, razão pela qual estão sujeitas 
a diversas normas que objetivam que os direitos dos idosos sejam plenamente 
respeitados quando, de qualquer forma, estejam sendo assistidos por essas entidades.
São elas, por exemplo, que operacionalizam as medidas de proteção de abrigo 
temporário ou de abrigo em entidade.
As entidades governamentais ou não governamentais de assistência ao idoso 
devem realizar a inscrição dos programas que irão desenvolver:
 » Na Vigilância Sanitária;
 » No Conselho Municipal da Pessoa Idosa e, em sua falta, junto ao Conselho 
Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa.
9
UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Na realização de suas atividades com os idosos, as entidades de atendimento 
devem oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, 
higiene, salubridade e segurança.
Para atuarem, as entidades de atendimento ao idoso devem estar regularmente 
constituídas, sendo que os objetivos indicados no seu Estatuto devem ser compatíveis 
com os princípios indicados no Estatuto do Idoso. Além disso, quando da inscrição 
de seus programas, deve haver a demonstração da idoneidade de seus dirigentes.
As entidades de atendimento são obrigadas a celebrar contrato escrito de prestação 
de serviço com o idoso, especificando o tipo de atendimento, as obrigaçõesda 
entidade e as prestações decorrentes do contrato, com os respectivos preços, se 
for o caso (Artigo 50).
Também são obrigações dessas entidades, previstas no Artigo 50 do Estatuto:
 » Observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
 » Fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
 » Oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
 » Oferecer atendimento personalizado;
 » Diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
 » Oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
 » Proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
 » Promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
 » Propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com 
suas crenças;
 » Proceder o estudo social e pessoal de cada caso;
 » Comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso 
portador de doenças infectocontagiosas;
 » Providenciar ou solicitar que o ministério público requisite os documentos neces-
sários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da Lei;
 » Fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;
 » Manter arquivo de anotações nos quais constem data e circunstâncias do 
atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, 
relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas 
alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a 
individualização do atendimento;
 » Comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação 
de abandono moral ou material por parte dos familiares;
 » Manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
10
11
A não observância das obrigações estabelecidas no Artigo 50 do Estatuto irá 
caracterizar a infração administrativa prevista em seu Artigo 56.
Quando a entidade de atendimento ao idoso for filantrópica ou sem fins lucrativos, 
terá direito à assistência judiciária gratuita prestada pelo Estado.
Entidades de Atendimento que Desenvolvem Programas
de Institucionalização de Longa Permanência
Se a entidade de atendimento desenvolver programas de institucionalização de 
longa permanência (os antigos “asilos de idosos”), deverá atuar para que o idoso 
preserve seus vínculos familiares, bem como deve realizar ações que busquem a 
participação do idoso em atividades comunitárias. Para tanto, é importante que 
haja a manutenção do idoso na mesma unidade, salvo casos de força maior.
Outro princípio que essas entidades devem respeitar se refere ao direito do idoso 
de preservar sua identidade, bem como de que lhe seja oferecido um ambiente de 
respeito e dignidade.
Nessas entidades é importante que haja a plena observância dos direitos do idoso, 
pois essa longa permanência na instituição costuma torná-los especialmente vulneráveis.
Fiscalização das Entidades de Atendimento
Sem prejuízo da competência de outros Órgãos Públicos, estabelece o Estatuto 
do Idoso que as entidades governamentais e não governamentais de atendimento 
ao idoso devem ser fiscalizadas:
 » Pelos Conselhos do Idoso;
 » Pelo Ministério Público;
 » Pela Vigilância Sanitária.
Objetivando dar maior transparência na gestão financeira das entidades de 
atendimento, deve ser dada publicidade das prestações de contas dos recursos 
públicos e privados recebidos.
Caso sejam verificados desvios na atuação da entidade de atendimento, se ela 
for governamental, podem ser aplicadas as seguintes sanções:
 » Advertência;
 » Afastamento provisório de seus dirigentes;
 » Afastamento definitivo de seus dirigentes;
 » Fechamento de unidade ou interdição de programa.
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UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Já se a entidade for não governamental, ela estará sujeita às seguintes sanções:
 » Advertência;
 » Multa;
 » Suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
 » Interdição de unidade ou suspensão de programa;
 » Proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
O papel dos dirigentes dessas entidades de atendimento é destacado pelo 
Estatuto, sendo que eles podem ser responsabilizados civil e criminalmente, sem 
prejuízo de eventual responsabilização administrativa da entidade que representam.
Estatuto do Idoso
Art. 49 [...]
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento 
ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em de-
trimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
A sanção de afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a 
suspensão do programa pode ser aplicada se for constatado que houve o desrespeito 
aos direitos dos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao programa.
Já a suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas deve ocorrer 
quando for verificada a sua má aplicação ou o desvio de finalidade na utilização 
desses recursos.
Se ficar caracterizado que a entidade praticou infração que coloca em risco 
os direitos assegurados aos idosos, deverá ocorrer a comunicação dos fatos ao 
Ministério Público, para as providências cabíveis, o que pode incluir a adoção de 
medidas para que haja a suspensão das atividades, a dissolução da entidade e a 
proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
Quando da aplicação das penalidades às entidades, devem ser consideradas a 
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o 
idoso, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.
Garantia De Acesso à Justiça
Para garantir que os idosos tenham maior acesso à Justiça, o Estatuto estabelece 
uma série de mecanismos que buscam dar maior agilidade aos processos judiciais 
que envolvem idosos, dando, dessa forma, maior efetividade aos seus direitos.
Um desses mecanismos é a possibilidade de serem criadas varas judiciais especializadas 
e exclusivas para os processos que tenham como interessados os idosos.
12
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Tramitação Prioritária de Processos que Envolvem Idosos
Em muitas situações os direitos dos idosos não são espontaneamente respeitados, 
sendo que, nesses casos pode ser necessário que ele ingresse com uma ação judicial 
buscando a tutela jurisdicional.
Ocorre, contudo, que os processos judiciais podem se arrastar por anos e até 
décadas, muito embora a Constituição Federal tenha estipulado entre os direitos 
fundamentais o Princípio da Razoável Duração dos Processos.
Constituição Federal
Art. 5.º [...]
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados 
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
sua tramitação.
Essa demora para a finalização dos processos é particularmente perversa no 
caso dos idosos, não sendo incomum que eles se encerrem quando o autor já 
faleceu há vários anos.
Tentando minorar essa situação, o Estatuto criou a necessidade de que os 
processos que envolvam idosos (como partes ou intervenientes) devam ter 
tramitação prioritária, em qualquer instância.
Estatuto do Idoso
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e 
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure 
como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos, em qualquer instância.
[...]
Além do Estatuto do Idoso, essa regra de prioridade também é determinada pelo 
Código de Processo Civil.
Código de Processo Civil
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, 
os procedimentos judiciais:
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim 
compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 
7.713, de 22 de dezembro de 1988;
[...]
Para obter essa prioridade de tramitação, o interessado, fazendo prova de sua 
idade, requererá o benefício ao juiz competente que determinará as providências 
a serem cumpridas, inclusive com a identificação dessacircunstância nos autos, de 
forma visível.
13
UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Se após a concessão do benefício ao idoso interessado ocorrer seu falecimento, 
essa tramitação prioritária não será retirada, estendendo-se em favor do cônjuge 
supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, se ele for maior de 
60 anos.
Essa prioridade de tramitação não se aplica somente aos processos judiciais, pois 
também deve ocorrer nos processos e procedimentos da Administração Pública, 
empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, bem como 
garante aos idosos o atendimento preferencial junto à Defensoria Pública da União, 
dos estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
O atendimento prioritário aos idosos deve incluir o fácil acesso aos assen-
tos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e com 
caracteres legíveis.
A Defesa Coletiva dos Direitos dos Idosos
O idoso que, individualmente, não tem seus direitos respeitados pode ingressar 
com ações judiciais para que essa situação se reverta. 
Contudo, também pode ocorrer a defesa coletiva dos direitos dos idosos, sempre 
que ficar caracterizada a existência dos chamados direitos difusos, direitos coletivos 
ou direitos individuais homogêneos. Nesses casos, o que se busca não é a tutela de 
direitos de um único idoso, mas de um grupo de idosos ou a totalidade deles.
É o que ocorreria, por exemplo, na situação a seguir:
No município X, há uma única Empresa de ônibus intermunicipal que serve 
os moradores; em especial, aqueles que desejam chegar à Capital. Ocorre que 
essa Empresa cria uma série de dificuldades para que os idosos tenham acesso à 
gratuidade de dois assentos por ônibus e no desconto para os demais passageiros 
dessa categoria – direitos esses estabelecidos no Artigo 40 do Estatuto do Idoso.
Os idosos que buscam esse serviço sempre recebem a informação da Empresa de 
que os dois assentos gratuitos já foram vendidos, havendo séria suspeita de que, na 
verdade, isso não ocorreu.
Em relação ao desconto que deve ser dado aos demais idosos, a Empresa criou uma 
taxa de seguro especial para os idosos que estabeleceu uma cobrança diferenciada 
que, praticamente, invalidou o menor valor que a Lei determina.
Nesse caso, cada um dos idosos prejudicados pode, individualmente, ingressar com 
uma ação judicial?
Observe que, qualquer idoso, individualmente, poderia ingressar com uma 
ação judicial para que os direitos estabelecidos pelo Artigo 40 do Estatuto sejam 
respeitados; contudo, nesse caso, a decisão judicial somente se aplicaria para os 
idosos que individualmente ingressaram com a ação e obtiveram a tutela judicial 
(tutela individual).
14
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Em relação aos demais idosos a empresa continuaria a adotar as mes-
mas práticas!
Em situações como essas, em especial, são atingidos os idosos:
 » Que são moradores do município X e que frequentemente utilizam as linhas 
de transporte;
 » Que são moradores do município X e que esporadicamente utilizam as linhas 
de transporte;
 » Que são moradores do município X e que, ainda que não utilizem os serviços 
da Empresa de transporte coletivo, um dia poderão fazê-lo;
 » Que, mesmo não sendo moradores no município X, um dia podem ir a esse local, 
por exemplo, para visitar familiares e poderão utilizar os serviços dessa Empresa.
Como podemos ver, há várias situações que indicam que a ação indevida da 
Empresa de transporte coletivo não afeta direitos de apenas um idoso individualmente 
considerado, mas todos os idosos, ainda que não utilizem, no momento, os serviços 
da Empresa.
Situações como essas é que indicam a necessidade de ações coletivas para a 
defesa de todo esse grupo vulnerável (tutela coletiva).
Quem pode ingressar com essas ações judiciais para a defesa coletiva 
dos idosos? 
A resposta a essa questão está no Artigo 81 do Estatuto, cuja redação é a seguinte:
Estatuto do Idoso
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, 
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, 
concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e 
que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos 
da pessoa idosa, dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia 
autorização estatutária.
[...]
Dessa forma, todos esses legitimados podem ingressar com ações judiciais sempre 
que ficar caracterizado que os direitos dos idosos, em especial aqueles estabelecidos 
no Estatuto, não estão sendo respeitados. Esse desrespeito pode ocorrer em razão 
de ações ou omissões do Poder Público, da família ou da sociedade.
15
UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Também ficará caracterizada a possibilidade de se buscar a atuação do Poder 
Judiciário sempre que os serviços de que o idoso necessita para a sua manutenção 
com dignidade estiverem sendo prestados de forma insatisfatória.
Infrações Praticadas contra os Idosos
O desrespeito aos direitos dos idosos se caracteriza como condutas ilícitas e 
pode gerar ações judiciais para que os autores dessas práticas sejam compelidos a 
observar o estabelecido em Lei. 
Algumas dessas condutas podem caracterizar a prática de infrações administrativas 
previstas no Estatuto do Idoso e outras, as mais graves violações, caracterizam-se 
como crimes.
Infrações Administrativas contra os Idosos
As infrações administrativas expressamente previstas no Estatuto dos Idosos 
estão relacionadas nos Artigos 56 a 58. 
A aplicação das sanções administrativas expressamente previstas no Estatuto do 
Idoso não afasta a possibilidade de serem aplicadas sanções semelhantes previstas 
em outras leis como, por exemplo, em normas atinentes à Vigilância Sanitária e a 
serviços de atendimento à Saúde.
As infrações administrativas previstas no Estatuto do Idoso são as seguintes:
Estatuto do Idoso
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações 
do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil 
reais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdi-
ção do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa 
permanência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, 
a expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimen-
to de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à autoridade 
competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil 
reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade 
no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) 
e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
16
17
Os Crimes praticados contra os Idosos
Quando falamos em crimes praticados contra idosos não podemos esquecer que 
eles estão abrangidos por situações gerais em que a proteção penal é estabelecida 
em benefício de todas as pessoas. Assim, qualquer pessoa, idosa ou não, pode ser 
vítima (sujeito passivo) de um crime de roubo (Artigo 157 do Código Penal).
Há, porém, certas situações específicas em que:
 » A vítima do crime (sujeito passivo) somente pode ser o idoso;
 » Alguns crimes, quando praticados contra idosos, possuem maior sanção 
penal (pena);
 » A prática de crimes contra idosos sempre irá caracterizar circunstância 
agravante em todas as infrações penais.
 » Vamos ver cada uma dessas situações.
Crimes que, quando praticados contra idosos, possuem maior sanção
O Código Penal estabelece em certos crimes circunstâncias queaumentam a 
pena estabelecida, quando praticados contra idosos.
É o que ocorre, por exemplo, no homicídio e no abandono de incapaz.
Código Penal
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
[...]
§ 4º [...] Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou 
maior de 60 (sessenta) anos.
Código Penal
Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância 
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 3º - As penas cominadas neste Artigo aumentam-se de um terço:
[...]
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
17
UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Agravante nos Crimes Praticados contra Idosos
Dentro da sistemática do Código Penal, o juiz, ao aplicar a pena relativa a crimes 
praticados contra idosos, deve considerar a circunstância agravante prevista na alínea 
“h” do seu Artigo 61, o que poderá aumentar a pena a ser aplicada ao réu.
Código Penal
Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não 
constituem ou qualificam o crime:
[...]
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
Crimes próprios contra os idosos
O Estatuto do Idoso prevê, nos seus Artigos 96 a 108, crimes que têm como 
vítimas (sujeitos passivos) idosos, sendo que, para facilitar a compreensão, podemos 
agrupá-los da seguinte forma:
• Crimes em que o idoso é discriminado, humilhado ou não é respeitado 
seu direito de prioridade de atendimento:
Estatuto do Idoso
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso 
a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar 
ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da 
cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou 
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar 
sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) 
ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar 
assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução 
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura 
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informa-
ções ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
18
19
• Crimes relativos à omissão nos cuidados com os idosos:
Estatuto do Idoso
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo 
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar 
ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses 
casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta 
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, 
do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou 
privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a 
fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
• Crimes relacionados ao patrimônio do idoso ou à sua representação 
para prática de atos da vida civil:
Estatuto do Idoso
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer 
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abriga-
do, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, 
proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com 
objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar 
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou 
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento 
de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
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UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Por fim, é importante destacar que os crimes previstos no Estatuto do Idoso são 
classificados como crimes de Ação Penal Pública Incondicionada. Assim, indepen-
dentemente da vontade de quem quer que seja, deverá ocorrer a sua apuração. 
Dessa forma, por exemplo, se o filho do idoso praticar contra ele um desses 
crimes, mesmo que a vítima não queira que haja processo, deverá ocorrer a 
apuração do ocorrido.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Violência Financeira contra Idoso é crime
A Violência Financeira contra as Pessoas Idosas pode ser considerada como qualquer prática 
que visa à apropriação ilícita do patrimônio de uma pessoa idosa e pode ser realizada por fami-
liares, profissionais e instituições....
https://goo.gl/MxBvnX
 Vídeos
Maus Tratos contra Idosos no Brasil têm números impressionantes
Reportagem do G1: “Maus tratos contra idosos no Brasil têm números impressionantes: 
Negligência e violência psicológica é o teor da maior parte das denúncias.
https://goo.gl/IAd209
 Leitura
Estatuto do Idoso, Lei n.º 10.741/03
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.
https://goo.gl/bLddT
Registros de abandono e violência contra idosos crescem 16,4% no país
Reportagem da Folha de São Paulo: Registros de abandono e violência contra idosos crescem 
16,4% no país.
https://goo.gl/QCcP5N
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UNIDADE Estatuto do Idoso – 2ª Parte
Referências
ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito 
Constitucional. 18.ed. São Paulo: Verbatim, 2014.
BULOS, Uadi Lâmmego. Curso de Direito Constitucional. 9.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2015.
LEMBO, Cláudio. A pessoa: seus direitos. Barueri: Manole, 2007.
MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria geral, comentários 
aos Arts. 1º ao 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, doutrina e juris-
prudência. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2003 (Coleção Temas Jurídicos).
PINHEIRO, Naide Maria (org.). Estatuto do idoso comentado. Campinas: Ser-
vanda, 2012.
SARLET. Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais 
na Constituição Federal de 1988. 3.ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.
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