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Extensão e Comunicação Rural

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Prévia do material em texto

Indaial – 2022
RuRal
Prof. Antônio Moreira Barroso Neto
Prof.ª Nathalia Thayna Farias Cavalcanti
1a Edição
ExtEnsão E ComuniCação
Impresso por:
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Prof. Antônio Moreira Barroso Neto
Prof.ª Nathalia Thayna Farias Cavalcanti
Revisão, Diagramação e Produção:
 Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
N469e
Neto, Antônio Moreira Barroso
Extensão e comunicação rural. / Antônio Moreira Barroso Neto; 
Nathalia Thayna Farias Cavalcanti. – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
137 p.; il.
ISBN 978-85-515-0499-4
1. Extensão rural. – Brasil I. Cavalcanti, Nathalia Thayna Farias. II. 
Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 630
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Extensão e comunicação 
rural. Sabemos a importância do agronegócio para o nosso país, no âmbito da agricultura 
patronal ou familiar. Vemos que esse setor é responsável pela geração de riquezas para 
o Brasil e, sem dúvida, para cada família que compõe a atividade agropecuária. Nesse 
contexto, levar informações para o campo de forma assertiva é papel fundamental do 
técnico, sendo ele o facilitador do processo de aprendizagem no campo. Dessa forma, 
a extensão rural é o elo entre a pesquisa científica e o agricultor. Nesse processo – 
por vivermos em uma sociedade da informação, em meio a constantes mudanças e 
avanços na ciência e tecnologia –, a comunicação ocupa um espaço de crescimento 
contínuo e ajuda a disseminar a informação, pelo uso de ferramentas que auxiliam no 
processo participativo de mudança no campo. 
Como veremos, os conceitos práticos da comunicação no Brasil estão 
vinculados ao processo evolutivo da extensão rural no país. O desenvolvimento rural 
e a comunicação estão, portanto, interligados, tendo em vista que a comunicação é 
utilizada pelos agricultores para tomada de decisão sobre como produzir; pelo Estado 
para definição das políticas agrárias; e pelas empresas para basear suas decisões e 
fluxos para compra de determinado insumo ou equipamento. Então, a comunicação é o 
processo norteador para uma extensão rural efetiva e participativa. 
Por meio de leitura, mediação, dialogicidade e dicas práticas em relação ao assunto, 
será possível aproximá-lo mais do que vem a ser a extensão e comunicação rural.
Para que isso se torne possível, os conteúdos estão distribuídos em três 
unidades, subdivididas em tópicos e subtópicos. Cada tópico abordará algumas questões 
fundamentais para a compreensão do nosso tema: extensão e comunicação rural. Ao 
final de cada tópico haverá um resumo, que o auxiliará na aquisição do conhecimento, e 
a autoatividade, elaborada a fim de que você possa verificar o seu aprendizado.
Na Unidade 1, apresentaremos o conceito e o valor da comunicação na extensão 
rural do Brasil. Traremos para discussão a contextualização da realidade rural brasileira, 
mostrando como a extensão rural tem papel fundamental no desenvolvimento do 
setor agropecuário. Serão apresentadas as principais fases históricas da extensão e 
comunicação rural no Brasil e sua organização durante os anos como política pública 
para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. 
Na Unidade 2, continuaremos focando o tema nos princípios da comunicação 
e difusão de inovações no meio rural. Apresentaremos a comunicação no processo de 
transformação rural, com as diferentes fases do processo de comunicação que auxiliam 
na formação da comunicação para difusão de novas tecnologias. Aprenderemos os 
diferentes métodos de extensão para comunicação participativa e aprendizado dialógico. 
APRESENTAÇÃO
GIO
Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico 
como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará 
você a entender melhor o que são essas informações 
adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
E, para finalizar, na Unidade 3, abordaremos as principais metodologias 
participativas e os processos de mobilização da comunidade rural, com foco nas ações 
dinamizadoras e nas tecnologias que auxiliam no processo de comunicação. 
Bons estudos!
Prof. Antônio Moreira Barroso Neto.
Prof.ª Nathalia Thayna Farias Cavalcanti
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse 
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade 
para aprimorar os seus estudos.
QR CODE
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - COMUNICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E MOBILIZAÇÃO NO 
 DESENVOLVIMENTO RURAL ........................................................................... 1
TÓPICO 1 - IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO E EXTENSÃO RURAL NA 
 FORMAÇÃO PROFISSIONAL ...............................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA REALIDADE RURAL BRASILEIRA ...........................................4
3 IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO RURAL ...............................................................................9
4 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIATÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (PNATER) ......11
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 16
TÓPICO 2 - ORIGEM DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL .................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 19
2 COMUNICAÇÃO RURAL NO BRASIL: HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO ....................... 20
3 FASES DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL...................................................................... 22
4 ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL ..............................27
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 30
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 31
TÓPICO 3 - O VALOR DA COMUNICAÇÃO NA EXTENSÃO RURAL .................................... 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 33
2 SURGIMENTO DOS ESTUDOS DA COMUNICAÇÃO RURAL NO BRASIL ........................ 33
3 COMUNICAÇÃO E O PROBLEMA DE DIFUSÃO DE TECNOLOGIA .................................. 34
4 COMUNICAÇÃO E OS DIFERENTES ENFOQUES DA EXTENSÃO RURAL ...................... 35
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................37
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 42
UNIDADE 2 — PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇÃO E DIFUSÃO DE INOVAÇÕES ................... 45
TÓPICO 1 — ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ...........47
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................47
2 FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO ..........................................................................................47
3 FORMAS DA COMUNICAÇÃO ........................................................................................... 50
4 COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO ............................................. 53
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................57
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 58
TÓPICO 2 - A COMUNICAÇÃO E A REALIDADE RURAL ...................................................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 61
2 O PAPEL DO COMUNICADOR RURAL ............................................................................... 61
3 PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO RURAL........................................................................ 64
4 O FUTURO DA COMUNICAÇÃO RURAL ............................................................................67
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................70
TÓPICO 3 - COMUNICAÇÃO E DIFUSÃO DE INOVAÇÕES ...................................................73
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................73
2 A TEORIA DA DIFUSÃO E ADOÇÃO DE INOVAÇÕES E SUA APLICAÇÃO ........................73
3 MÉTODOS DE EXTENSÃO RURAL E COMUNICAÇÃO RURAL .........................................76
3.1 INDIVIDUAIS ......................................................................................................................................... 76
3.2 GRUPAIS .............................................................................................................................................. 77
3.3 MASSAIS ..............................................................................................................................................78
4 POTENCIALIDADES E LIMITES DA AÇÃO DIFUSIONISTA NA PROMOÇÃO 
 DO DESENVOLVIMENTO RURAL.......................................................................................79
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................81
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 85
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................87
UNIDADE 3 — METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS DE CAPACITAÇÃO E 
 MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE RURAL .................................................... 91
TÓPICO 1 — O PAPEL DOS MÉTODOS PARTICIPATIVOS NO PROCESSO 
 DE PARTICIPAÇÃO POPULAR ........................................................................ 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 93
2 MODELO DIFUSIONISTA E PARTICIPATIVO: POTENCIALIDADES E LIMITES ............... 93
3 PRINCÍPIO METODOLÓGICO DO ENFOQUE PARTICIPATIVO ..........................................96
4 OS NÍVEIS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR ....................................................................... 98
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................102
TÓPICO 2 - AÇÕES DINAMIZADORAS NO ENFOQUE PARTICIPATIVO ............................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................105
2 TÉCNICAS DE MODERAÇÃO PARA TRABALHO COM GRUPOS ....................................105
3 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO..............................................................107
4 TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA .......... 115
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 118
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 119
TÓPICO 3 - NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO APLICADAS À EXTENSÃO RURAL ....... 121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 121
2 EVOLUÇÃO RECENTE DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO ...................................... 121
3 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA UMA COMUNICAÇÃO
 PARTICIPATIVA ..............................................................................................................123
4 NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO: EVOLUÇÃO X POTENCIALIDADES .........126
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................128
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................130
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................131
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................133
1
UNIDADE 1 - 
COMUNICAÇÃO, CAPACITAÇÃO 
E MOBILIZAÇÃO NO 
DESENVOLVIMENTO RURAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os fundamentos teóricos da extensão rural;
• familiarizar-se com o propósito essencial do processo educativo para a extensão rural;
• entender como surgiu a extensão rural no Brasil;
• compreender a evolução da Ater desde o seu início;
• identificar a filosofia que orienta a Ater.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO E EXTENSÃO RURAL NA FORMAÇÃO
PROFISSIONAL 
TÓPICO 2 – ORIGEM DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL 
TÓPICO 3 – O VALOR DA COMUNICAÇÃO NA EXTENSÃO RURAL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO E EXTENSÃO 
RURAL NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
1 INTRODUÇÃO
Para iniciar nosso estudo, alguns questionamentos são pertinentes. Qual é a 
realidade rural brasileira? O que é a extensão rural? Qual é a sua importância para o país? 
Como a comunicação está vinculada a esse processo “rural”?
Para que possamos compreender e refletir sobre essas questões e todos os 
aspectos inerentes à comunicação e extensão rural, é necessário conhecer a realidade 
brasileira com base nas questões sociais e econômicas que permeiam o meio rural. 
Sabemos que o Brasil é um país de muitos contrastes quando nos referimos ao 
meio rural, com concentração de renda nas mãos de poucos grandes produtores 
que compõem esse cenário. Além disso, verificamos que o emprego tecnológico nas 
propriedades rurais brasileiras é diferente em todos os aspectos quando comparamos 
pequenos e grandes produtores. Essa realidade se deve às diferentes formas de acesso 
à informação que garantem a aplicação de técnicas mais sofisticadas. 
Nesse processo de acesso à informação, a comunicação é um fator fundamental 
para alcançar o desenvolvimento na produção agropecuária, sendo a extensão rural 
um elo importante para a inovação no meio rural. Sua função é conectar os resultados 
das pesquisas com a aplicação dos novos conhecimentos e tecnologias por parte dos 
produtores rurais. Dessa forma, a extensão rural, disponibiliza conhecimentos para que 
os agricultores sejam capazes de aprimorar suas práticas de produção. 
Nesse processo de aprimoramento da produção, o desenvolvimento rural e 
a comunicação estão interligados, dentro dos diferentes modelos de comunicação. 
Assim, a comunicação pode ser utilizada como veículo de mudança social, superando 
as contradições presentes na estrutura social. Assim, como um processo social, a 
comunicação implica na transferência de tecnologia e de conhecimento técnico entre 
instituições e unidades produtivas.
Acadêmico, buscando responder a esses questionamentos, no Tópico 1, 
abordaremos a Contextualização da realidade rural brasileira; a Importância da extensão 
rural e a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER).
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA REALIDADE RURAL 
BRASILEIRA
A fim de compreendermos a importância da extensão rural e do processo de comu-
nicação para mudanças no campo, precisamos entender o cenário do meio rural brasileiro. 
Segundo dados do Censo agropecuário de 2017, o meio rural brasileiro é composto 
por 5.073.324 estabelecimentos, perfazendo uma área total de 351.289.816 hectares. 
Quanto à utilização das terras, 45% da área total dos estabelecimentos rurais são 
compostos por pastagem, 29% por floresta, 18% por lavoura e 8% por outras finalidades. 
Isso demonstra a diversidade de produtores e de culturas agropecuárias exploradas no 
extenso território brasileiro, um grande desafio para a extensão rural (IBGE, 2019).
De acordo com dados do Censo demográfico de 2010 (IBGE, 2010, [s. p.]), a maior 
parte da população brasileira, 84,36%, vive em áreas urbanas. Já 15,64% dos brasileiros vivem 
em áreas rurais; as regiões com maiores percentagens de pessoas habitando a zona rural são 
a Região Nordeste (26,87%) e a Região Norte (26,47%), como apresentado na Tabela 1. 
TABELA 1 – CENSO DEMOGRÁFICO 2010 – POPULAÇÃO URBANA E RURAL
FONTE: Adaptada de IBGE (2010, [s. p.]).
Censo Demográfico 2010 - População urbana e rural
Urbana % Rural % Total
BRASIL 160.925.792 84,36 29.830.007 15,64 190.755.799
Região Norte 11.664.509 73,53 4.199.945 26,47 15.864.454
Região Nordeste 38.821.246 73,13 14.260.704 26,87 53.081.950
Região Sudeste 74.696.178 92,95 5.668.232 7,05 80.364.410
Região Sul 23.260.896 84,93 4.125.995 15,07 27.386.891
Região Centro - Oeste 12.482.963 88,80 1.575.131 11,2 14.058.094
A redução da população rural no Brasil se deu historicamente a partir das 
décadas de 1970 e 1980 com o intenso processo de êxodo rural, como apresentado na 
figura 1. Entre os principais motivos dessa redução está a mecanização da produção 
agrícola (devido ao momento de investimento e crescimento na agricultura patronal 
na região Centro-Oeste), que ocasionou o deslocamento de trabalhadores do campo 
para as cidades em busca de oportunidades de trabalho. Isso gerou um intenso 
processo de metropolização (população urbana ultrapassando os limites das cidades) 
e, consequentemente, um intenso processo de urbanização e desenvolvimento de 
grandes centros urbanos. Essa situação resultou em grandes impactos no meio rural, 
devido à redução de mão de obra e à perda da identidade rural brasileira. 
5
Que tal conhecer de forma mais aprofundada todos os problemas que 
permeiam o êxodo rural no Brasil? Ao estudar a importância da extensão 
rural no cenário do agronegócio brasileiro é interessante sabermos quais 
motivos contribuem para o êxodo rural. Alguns questionamentos precisam 
ser respondidos. Qual é o efeito da concentração da produção no êxodo 
rural? Qual é a influência do êxodo no crescimento das cidades? Para isso, 
recomendamos o artigo da Revista de Política Agrícola intitulado “Êxodo e sua 
Contribuição à Urbanização de 1950 a 2010”: https://bit.ly/3D8Eilr.
DICA
FIGURA 1 – DESENVOLVIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL E URBANA
FONTE: O autor, baseado em IBGE (2010).
Segundo Alves, Souza e Marra (2011), a contribuição do êxodo rural foi expressiva 
de 1960 a 1980. No entanto, nos anos de 2000 a 2010, foi responsável por apenas 3,5% 
de toda a urbanização. Uma das principais causas apontadas para o êxodo rural é a 
concentração de produção. Em torno de 9,7% do total dos estabelecimentos contribuiu 
com 86,4% do valor bruto da produção. E 70,7% de todos os estabelecimentos foram 
responsáveis por apenas 3,4% daquele valor. Estima-se que 11 milhões de pessoas 
vivem em situação de pobreza, de acordo com o IBGE (2010).
Quanto à administração dos estabelecimentos no espaço rural brasileiro, este 
é formado por 81% de homens na administração e 18,7% de mulheres, o que mostra a 
baixa participação feminina no cenário rural brasileiro, como apresentado na Figura 2. 
6
FIGURA 2 – SEXO NA ADMINISTRAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS RURAIS (2017)
FIGURA 3 – CLASSES DE IDADE DO PRODUTOR (2017)
FONTE: IBGE (2019, [s. p..]).
FONTE: IBGE (2019, [s. p.]).
Quando nos referimos à idade dos produtores, percebemos que a maior parte 
dos produtores estão entre 35 e 64 anos, tanto do sexo masculino como feminino, como 
apresentado na Figura 3. 
Quanto à renda bruta per capita do meio rural brasileiro, percebemos que 
o Brasil é um país de contrastes, apresentando uma renda bruta per capita muito 
variada, com concentração de renda nas mãos de poucos produtores que têm 
acesso à informação e à tecnologia. Isso pode ser constatado pelas informações de 
escolaridade da comunidaderural. 
7
FIGURA 4 – NÍVEL DE INSTRUÇÃO DO PRODUTOR (2017)
FONTE: IBGE (2019 [s. p.]).
Você conhece a sigla IBGE? Sabe seu significado? Precisamos conhecê-la 
para entender melhor o nosso conteúdo. IBGE é o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística, uma instituição pública da administração federal 
brasileira criada em 1934 e instalada em 1936 com o nome de Instituto 
Nacional de Estatística. Seu fundador e grande incentivador foi o estatístico 
Mário Augusto Teixeira de Freitas. O nome atual data de 1938 e a sede do 
IBGE está localizada na cidade do Rio de Janeiro.
NOTA
Ao falarmos em desenvolvimento no campo, um dos principais entraves é a 
baixa escolaridade. Segundo dados do Censo agropecuário de 2017 (IBGE, 2019), cerca 
de 66% frequentaram até o ensino fundamental e apenas 2% têm ensino superior. 
No entanto, esse fator tem sofrido mudanças nos últimos anos: a baixa escolaridade 
vem caindo de 75% para 70% para produtores rurais com apenas ensino fundamental 
incompleto. Há também melhorias nos percentuais de produtores com fundamental 
completo, ensino médio completo e com curso superior, como mostra a Figura 4. Os 
resultados mostram que os produtores estão tendo mais acesso à informação, o que 
pode auxiliar no desenvolvimento do meio rural. 
Percebemos que diversos fatores contribuem para uma redução da população 
rural e queda nos índices de produção no campo, inviabilizando a atividade. Dentre 
esses fatores, a falta de informação para um desenvolvimento econômico e social é o 
principal. A pouca renda gerada, a vida nada fácil no campo e o pouco lazer são fatores 
que levam ao desestímulo do produtor rural pelo campo. Devido à falta de informações 
8
técnicas e de novas tecnologias, os resultados econômicos ficam escassos, o que acaba 
por competir com os atrativos das zonas urbanas. De acordo com o Censo agropecuário 
de 2017, 82,6% dos produtores rurais possuem remuneração menor do que 2,0 salários-
mínimos mensais; 12% entre 2,0 e 5,0 salários e somente 5% conseguem obter renda 
superior a 5,0 salários-mínimos mensais (IBGE, 2019).
Você sabe o que é o Censo Agropecuário? O censo agropecuário é uma 
das variedades de censos realizados no Brasil e que, de modo específico, 
investiga as informações sobre os estabelecimentos agropecuários brasileiros 
e as atividades agropecuárias neles desenvolvidas. O primeiro Censo 
Agropecuário foi realizado no ano de 1920, como parte do recenseamento 
geral. Na década de 1930, no entanto, o censo não ocorreu devido à 
instabilidade política do país. Nas décadas seguintes, até 1970, foi realizado 
em intervalos de dez anos, posteriormente sendo realizado em intervalos 
de cinco anos. Para saber mais e verificar os resultados do último censo, 
recomendamos o site oficial: https://bit.ly/3NflghY.
DICA
Para que possamos entender o ambiente rural brasileiro, é interessante 
compreendermos como as novas tecnologias da informação estão entrando nas casas 
dos produtores. Dentre as principais tecnologias que podemos citar, temos a internet. O 
crescimento mais acelerado da utilização da internet nos domicílios da área rural contribuiu 
para reduzir a grande diferença em relação à área urbana. De 2018 para 2019, o percentual 
de domicílios em que a internet era utilizada passou de 83,8% para 86,7%, em área urbana; 
e aumentou de 49,2% para 55,6%, em área rural (IBGE, 2019). Milanez et al. (2020) afirmam 
que a conectividade à internet é um fator fundamental para o desenvolvimento da atividade 
agropecuária, pois possibilita elevação da produtividade, redução de custos e consequente 
incremento de competitividade devido ao acesso a informações que ajudam nas atividades 
diárias no campo. Dessa forma, o negócio rural poderá ir além da porteira. 
9
FIGURA 5 – DOMICÍLIOS COM ACESSO À INTERNET (2019)
FONTE: IBGE (2019, p. 6).
Todas as situações apresentadas são alavancadas devido à falta de ações fortes 
para o desenvolvimento do produtor rural e promoção social da família, o que leva ao 
empobrecimento do produtor, mostrando que se faz necessária uma assistência técnica 
especializada que possa levar informações e mudança nos aspectos socioeconômicos. 
3 IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO RURAL
Como vimos no tópico anterior, a realidade rural brasileira apresenta uma série de 
entraves que podem comprometer o progresso do setor agropecuário. Dos principais pontos 
observados, temos a redução da população rural e a baixa escolaridade no campo. Ao associar 
tais pontos com a pouca tecnologia e o baixo acesso à informação, temos um cenário caótico 
no que tange à aplicação de práticas mais avançadas e sustentáveis de produção. Dessa 
forma, faz-se necessário um ambiente que proporcione o fornecimento de comunicação de 
forma assertiva para melhoria do ambiente rural. Para essa mudança no campo, a extensão 
rural é um fator fundamental como elo entre o produtor rural e as novas tecnologias que lhe 
proporcionem melhores rendimentos, maiores lucros e melhoria nas condições sociais. 
Antes de falarmos como a extensão rural se aplica nesse panorama, é preciso 
sabermos o que é a extensão rural. Primeiro, devemos compreender que o termo 
extensão rural não é autoexplicativo, apresentando diferentes definições a depender 
da óptica do leitor. Assim, o termo extensão rural pode ser conceituado de três formas 
diferentes: como processo, como instituição e como política.
10
Segundo Peixoto (2008), a extensão rural pode ser compreendida como 
processo, em sentido literal, o ato de estender, levando conhecimentos de uma fonte 
geradora para o receptor final, o produtor rural. Contudo, como processo, em um sentido 
amplo, atualmente, extensão rural pode ser entendida como um processo educativo de 
comunicação de qualquer natureza, técnica ou não.
Segundo Peixoto (2008), a extensão ainda pode ter uma definição como 
instituição, quando ela desempenha um papel nos estados para o processo de 
desenvolvimento de pequenos produtores. Dessa forma, há a referência às instituições 
estaduais que prestam o serviço de Ater, instituições, as quais veremos no próximo tópico. 
Por último, a extensão rural pode ter uma definição como política pública, 
nesse caso, referimo-nos às políticas de extensão rural, traçadas pelos governos (fede-
ral, estaduais ou municipais) ao longo do tempo, que podem ser executadas por institui-
ções públicas e privadas. Essa definição será apresentada no subtópico adiante sobre a 
Política Nacional de Assistência Técnica.
Você conhece a diferença entre extensão rural e assistência técnica? Nos 
últimos anos, a sigla Ater – Assistência Técnica e Extensão Rural – vem sendo 
usada de forma ampla pelas organizações públicas e privadas como um 
termo genérico, dando a falsa impressão de que tais noções são sinônimas 
e intercambiáveis entre si. De forma muito clara, poder-se-ia dizer que o 
trabalho da extensão rural suplanta os limites da assistência técnica. Assim, 
enquanto a assistência técnica se volta a questões de ordem prática, como 
oferecer soluções e orientações pontuais, restritas à esfera tecnológica 
do estabelecimento rural, a extensão rural contempla objetivos de caráter 
social, espacial, ambiental e de longo prazo (CALDAS; ANJOS, 2021).
NOTA
Tomando por base os diversos aspectos da definição do que é extensão rural, 
podemos compreender a importância desta para o desenvolvimento do meio rural brasileiro. 
A extensão rural é um elo importante da cadeia de inovação na agropecuária. Segundo 
Alves, Santana e Contini (2016), a extensão rural tem sua importância por disponibilizar 
conhecimentos para que os agricultores constituam sua tecnologia de produção. No 
entanto, alguns questionamentos sobre a extensão rural precisam ser feitos dentro da 
definição da palavra extensão. Se extensão deriva do verbo estender que significa abranger 
ou levar, o que devemos levar? Para quem iremos levar? Por que vamos fazer isso?
Caldas e Anjos (2021) afirmam que esses questionamentos refletem a própria 
natureza de uma prática diretamenterelacionada às ciências agrárias, ambientais, 
humanas e sociais. Na perspectiva social e humana, se a extensão é somente levar 
alguma informação, tecnologia ou conhecimento a algum produtor, seguida de uma 
metodologia, outros questionamentos podem ser feitos. Esse produtor pediu essa nova 
11
tecnologia? A quem serve essa nova tecnologia? Como ela será disponibilizada? Quais 
são os benefícios? Será que a nova tecnologia é melhor que a situação atual? Há uma 
comunicação entre o produtor e o portador da nova tecnologia? Esses questionamentos 
são norteadores no processo de comunicação e extensão rural, pois darão uma visão 
ao futuro extensionista sobre como se comunicar com o produtor para que haja um 
intercâmbio de mão dupla entre os agentes da comunicação. 
Veremos mais sobre esses questionamentos nos próximos tópicos, 
compreendendo o fator comunicação no âmbito de uma extensão rural participativa 
para o processo de desenvolvimento rural. 
4 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E 
EXTENSÃO RURAL (PNATER)
Nesse subtópico, veremos a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão 
Rural (PNATER), assim, será possível avaliarmos de forma mais detalhada a importância 
dessa política no que tange a extensão rural no Brasil e compreendermos como a 
extensão rural vista como política pública se aplica em prol de um desenvolvimento 
sustentável do meio rural. 
Antes de explicarmos a PNATER propriamente dita, devemos entender como 
a extensão rural como política pública se estabelece no Brasil, até que percebamos a 
importância de cada agente nessa política pública que busca levar desenvolvimento ao 
meio rural brasileiro. Para isso, precisamos nos situar nos principais instrumentos legais 
que definem os responsáveis pela assistência técnica e extensão rural. 
O principal instrumento legal que descreve a base para uma política agrícola no 
país é a Constituição de 1988 (BRASIL, 1988). Por meio dela é estabelecido que a política 
agrícola do país será construída de forma participativa entre os diferentes atores do 
meio “rural” brasileiro. De acordo com o artigo 187, da Constituição Federal:
 
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da 
lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo 
produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de 
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em 
conta, especialmente:
I – os instrumentos creditícios e fiscais;
II – os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia 
de comercialização;
III – o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV – a assistência técnica e extensão rural;
V – o seguro agrícola;
VI – o cooperativismo;
VII – a eletrificação rural e irrigação;
VIII – a habitação para o trabalhador rural (BRASIL, 1988, grifo nosso).
12
Dessa forma, a Constituição já estabelece como será construída a política 
agrícola do país, levando em consideração a assistência técnica e extensão rural como 
uma de suas premissas-base. Percebemos, então, que, na Constituição brasileira, a 
extensão rural é um fator-chave para o desenvolvimento rural brasileiro. 
Outro instrumento legal, anterior à PNATER, que estabelece a construção de uma 
política agrícola com bases na assistência técnica e extensão rural é a Lei n. 8.171/1991 (BRASIL, 
1991), que dispõe sobre a política agrícola. Essa lei estabelece, em seu artigo 4º, as ações e os 
instrumentos da política agrícola, em que estão contempladas as seguintes ações:
I – planejamento agrícola;
II – pesquisa agrícola tecnológica;
III – assistência técnica e extensão rural;
IV – proteção do meio ambiente, conservação e recuperação dos 
recursos naturais;
V – defesa da agropecuária;
VI – informação agrícola;
VII – produção, comercialização, abastecimento e armazenagem;
VIII – associativismo e cooperativismo;
IX – formação profissional e educação rural;
X – investimentos públicos e privados;
XI – crédito rural;
XII – garantia da atividade agropecuária;
XIII – seguro agrícola;
XIV – tributação e incentivos fiscais;
XV – irrigação e drenagem;
XVI – habitação rural;
XVII – eletrificação rural;
XVIII – mecanização agrícola;
XIX – crédito fundiário (BRASIL, 1991, grifo nosso).
Após, compreendermos os dois instrumentos legais anteriores à PNATER 
e como eles estabeleceram as bases para sua estruturação, é o momento de nos 
aprofundarmos no principal instrumento legal que estabelece as políticas públicas para 
a assistência técnica e extensão rural. 
A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) foi instituída 
em 2010 pela Lei n. 12.188/2010 (BRASIL, 2010), sob a orientação do Programa Nacional de 
Assistência Técnica e Extensão Rural (PRONATER), alicerçada nos princípios do desenvolvimento 
sustentável, com a inclusão da diversidade de categorias e atividades da agricultura familiar. 
A Lei n. 12.188, de 11 de janeiro de 2010, institui a Política Nacional de 
Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER), estabelecendo os princípios 
e objetivos dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) além 
de criar o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na 
Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (PRONATER).
IMPORTANTE
13
A PNATER é um marco na extensão rural brasileira, pois estabelece as 
finalidades e ações de Assistência Técnica (Ater). A PNATER embasa sua finalidade na 
construção de processos capazes de contribuir para criação e execução de estratégias 
para o desenvolvimento sustentável. Seu princípio está centrado na expansão e 
no fortalecimento da agricultura familiar, por meio de metodologias educativas e 
participativas voltadas para soluções locais, que viabilizam condições para o exercício 
da cidadania e melhoria da qualidade de vida. 
Para isso, a PNATER deve seguir os seguintes princípios de acordo com a Lei n. 
12.188, de 11 de janeiro de 2010, em seu artigo 3º: 
 
I – desenvolvimento rural sustentável, compatível com a utilização ade-
quada dos recursos naturais e com a preservação do meio ambiente; 
II – gratuidade, qualidade e acessibilidade aos serviços de 
assistência técnica e extensão rural; 
III – adoção de metodologia participativa, com enfoque multidisci-
plinar, interdisciplinar e intercultural, buscando a construção da 
cidadania e a democratização da gestão da política pública; 
IV – adoção dos princípios da agricultura de base ecológica como 
enfoque preferencial para o desenvolvimento de sistemas de 
produção sustentáveis; 
V – equidade nas relações de gênero, geração, raça e etnia; e 
VI – contribuição para a segurança e soberania alimentar e nutricional. 
(BRASIL, 2010)
Na Lei n. 12.188, de 11 de janeiro de 2010, que cria a PNATER, a Assistência 
Técnica e Extensão Rural – ATER é definida como um serviço de educação 
não formal, de caráter continuado, que promove processos de gestão da 
produção, beneficiamento e comercialização das atividades e serviços 
agropecuários e não agropecuários, incluindo as atividades agroextrativistas, 
florestais e artesanais.
NOTA
Pela PNATER, houve um processo que vem revigorando a Ater, por meio de 
um trabalho em rede, com participação de instituições estaduais de Ater, movimentos 
sociais, organizações não governamentais, prefeituras, sindicatos, universidades 
e escolas técnicas, com uma visão local dos processos educacionais com efetivo 
controle da sociedade beneficiária. Dessa forma, organismos governamentais e não 
governamentais devem trabalhar de forma conjunta para o estabelecimento de visão 
holística do processo, englobando a segurança alimentar, unidades familiares e a busca 
por uma visão mais sustentável do desenvolvimento rural. 
14
Você sabe o que é a DAP? A Declaração de Aptidão ao Programa Nacional 
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) é um cadastro utilizado para 
identificar e qualificar as Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA) da 
agricultura familiar e suas formas associativas organizadas em pessoas jurídicas.
A DAP é um cadastro que permite o acesso doagricultor familiar às políticas 
públicas de incentivo à produção e à geração de renda. O documento consta 
de dados pessoais do proprietário ou posseiro da terra, além de produtivos 
do imóvel rural e da renda da família. A DAP é um instrumento que permite 
ao agriculto acessar uma linha de crédito do Pronaf, auxiliando no custeio ou 
investimento de um empreendimento de cunho familiar (DECLARAÇÃO, 2019).
INTERESSANTE
Assim, a PNATER se estabelece como uma “ponte” entre uma matriz tecnológica 
e um novo processo para o desenvolvimento de estilos de agricultura mais sustentáveis, 
buscando uma transição progressiva para processos ecologicamente mais equilibrados 
com as relações naturais. Nesse sistema mais sustentável, busca-se um investimento 
sério e comprometido com a pesquisa, uma vez que o conhecimento deve ser mais 
dinamizado nos processos mais sustentáveis de produção. Esse processo relaciona-se 
com o resgate dos conhecimentos populares para uma inserção e aplicação de técnicas 
que pensem o local (WAGNER; SANTOS; VELA, 2011). 
15
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A redução da população rural no Brasil se deu historicamente a partir das décadas de 1970 
e 1980 com o intenso processo de êxodo rural. Entre os principais motivos que levaram 
à redução da população rural está a mecanização da produção agrícola que expulsou 
trabalhadores do campo para as cidades em busca de oportunidades de trabalho.
• O êxodo rural gerou um intenso processo de metropolização (população urbana 
ultrapassando os limites das cidades), intenso processo de urbanização e 
desenvolvimento de grandes centros urbanos e grandes impactos no meio rural, 
devido à redução de mão de obra e à perda da identidade rural brasileira.
• A extensão rural pode ser compreendida como processo – ato de estender, levar ou 
transmitir conhecimentos de uma fonte geradora ao receptor final, o público rural; 
como instituição – quando desempenha um papel nos estados para o processo de 
desenvolvimento de pequenos produtores –; e, como política pública – isto é, as 
políticas de extensão rural traçadas pelos governos (federal, estaduais ou municipais).
• Os princípios da PNATER são: I – desenvolvimento rural sustentável, compatível 
com a utilização adequada dos recursos naturais e com a preservação do meio 
ambiente; II – gratuidade, qualidade e acessibilidade aos serviços de assistência 
técnica e extensão rural; III – adoção de metodologia participativa, com enfoque 
multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural, buscando a construção da cidadania 
e a democratização da gestão da política pública; IV – adoção dos princípios da 
agricultura de base ecológica como enfoque preferencial para o desenvolvimento de 
sistemas de produção sustentáveis; V – equidade nas relações de gênero, geração, 
raça e etnia; e VI – contribuição para a segurança e soberania alimentar e nutricional.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 Segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 
2010), a partir de 1970 observou-se um grande movimento migratório das populações 
da zona rural em direção aos centros urbanos. Sobre as razões desse êxodo rural tão 
elevado, assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Sinopse do Censo Demo-
gráfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3qy1VPw. Acesso em: 18 dez. 2021.
a) ( ) Condições como incentivo à migração por parte dos governantes dos grandes 
centros urbanos.
b) ( ) Condições de infraestrutura, como estradas, comunicação, saúde e educação.
c) ( ) Características relativas ao solo, relevo, clima, intensidade de chuvas e 
temperatura da região.
d) ( ) Condições de produção, como alta produtividade, mão de obra barata e acessível 
e boa gestão técnica.
2 As ações extensionistas estão registradas na história da Antiguidade, o termo teve origem 
na extensão praticada em universidades inglesas e se consolidou como uma forma ins-
titucionalizada com a participação de universidades americanas. Contemporaneamente, 
o termo extensão rural pode ser entendido de três formas diferentes: como processo, 
como instituição e como política. Com base no exposto, analise as sentenças a seguir:
I- A extensão rural pode ser definida como organização, uma vez que há diversas 
atividades realizadas por instituições federais como a Ater. 
II- A extensão rural significa instituição e pode ser definida como o ato de intervenção 
público como meio de redistribuição de renda.
III- A extensão rural, como processo, significa, em sentido literal, o ato de estender, levar 
ou transmitir conhecimentos da fonte geradora ao receptor final, o público rural.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar 
e Reforma Agrária (PNATER) é uma política pública voltada para a melhoria das 
condições de vida da população rural. Com base nos objetivos da PNATER, classifique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
AUTOATIVIDADE
17
( ) Adoção de metodologia participativa, com enfoque multidisciplinar, interdisciplinar 
e intercultural, buscando a construção da cidadania e a democratização da gestão 
da política pública. 
( ) Assessorar as diversas fases das atividades econômicas, a gestão de negócios, 
sua organização, produção, inserção no mercado e abastecimento, observando as 
peculiaridades das diferentes cadeias produtivas.
( ) Desenvolvimento rural sustentável, compatível com a utilização adequada dos 
recursos naturais e com a preservação do meio ambiente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 As práticas extensionistas no meio rural foram institucionalizadas no país há mais 
de 50 anos. Atualmente, o tema da extensão rural está em constante discussão, no 
meio acadêmico, entre os formuladores de políticas públicas, e entre extensionistas. 
Há diversos estudos, no Brasil e no exterior, relacionados aos aspectos históricos, 
modelos e sistemas, metodologia de ação, formas de organização e casos diversos. 
Entretanto, aparentemente há carência de estudos sobre a regulação dessa atividade. 
Disserte sobre a importância da extensão rural no Brasil.
 
5 A Lei n. 12.188, de 11 de janeiro de 2010, instituiu a Política Nacional de Assistência 
Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária – PNATER e 
o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar 
e na Reforma Agrária – PRONATER. Nessa proposta, ficou estabelecida a prioridade 
na destinação dos recursos financeiros da PNATER para o apoio às entidades e aos 
órgãos públicos e oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural – Ater. Nesse 
contexto, disserte sobre os princípios que fundamentam essa lei.
18
19
ORIGEM DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, a extensão rural é a base para o desenvolvimento 
do meio rural. A Constituição de 1988 definiu que a extensão rural deve ser levada em 
consideração na construção da política agrícola do Brasil. 
Percebemos que o agronegócio brasileiro tem se estabelecido cada vez 
mais como líder no contexto internacional graças ao arsenal tecnológico e à gestão 
competente de seus agricultores. Isso tem levado ao surgimento de grandes empresas 
agrícolas, altamente tecnificadas. Por outro lado, esse crescimento não foi estabelecido 
no agronegócio brasileiro de forma igualitária pela grande maioria dos produtores rurais, 
os quais ficaram à mercê desse processo tecnológico para sua inserção no mercado. 
Nos últimos anos, o meio rural brasileiro foi marcado por grandes mudanças e trans-
formações, pois o produtor teve que se adequarem curto espaço de tempo a uma nova rea-
lidade, na qual a agricultura de subsistência deu lugar a uma agricultura tecnificada e conec-
tada com as metodologias de gestão. Dessa forma, o conhecimento se tornou uma “arma” 
fundamental para a continuidade da atividade agropecuária em seu pleno desenvolvimento. 
Esse avanço tornou-se mais relevante a partir da criação da Empresa Brasileira 
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 26 de abril de 1973. Mas, antes deste marco, 
a extensão rural já criava raízes em suas diferentes modalidades pelo Brasil, na busca 
da transformação da condição brasileira de importador para exportador de alimentos. 
Nesses diferentes processos, a extensão rural estruturou-se em diferentes aspectos 
socioeconômicos que foram sendo moldados até chegarmos ao modelo atual. 
Tendo em vista esses aspectos, as empresas rurais brasileiras estão buscando 
a profissionalização por meio da implementação dos processos de gestão. Em virtude 
dessa realidade, a comunicação tem ocupado um espaço cada vez mais decisório para 
o pleno desenvolvimento do ambiente rural brasileiro, tendo em vista as mudanças 
enfrentadas em um mundo cada vez mais tecnológico e pautado na informação. 
Assim, alguns questionamentos norteadores serão feitos neste tópico para uma 
melhor compreensão do estado atual da comunicação rural. Quais foram os precursores 
dessa comunicação no meio rural? Como ela foi estabelecida? Qual era e é sua finalidade? 
Como as relações entre difusor e receptor se estabelecem? 
Essas e outras questões nos permitirão compreender o desenvolvimento e as 
transformações da comunicação e extensão rural no Brasil. 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
20
2 COMUNICAÇÃO RURAL NO BRASIL: HISTÓRIA E 
DESENVOLVIMENTO
Em uma perspectiva ampla, a comunicação pode ser vista como intercâmbio de 
mensagens para superar barreiras, por meio de uma influência mútua que supere contradições 
presentes na estrutura social. Dessa forma, a comunicação é o elo e, quando bem utilizada, 
poderá proporcionar mudanças no contexto social, levando ao desenvolvimento. 
Assim, a comunicação pode ser considerada um processo social e tem larga 
importância como uma ferramenta fundamental para o processo de extensão rural. Isso 
se deve ao fato de que a comunicação rural está interligada ao desenvolvimento rural, 
sendo utilizada pelos agricultores para tomada de decisões sobre a forma de produção. 
Tendo em vista sua importância, como a comunicação rural chegou ao Brasil? Como 
se fez como processo para o desenvolvimento rural? Quais são as fases da comunicação rural?
A comunicação rural no Brasil está vinculada à extensão rural, a qual se divide em 
três ciclos de desenvolvimento: humanismo assistencialista, difusionismo produtivista 
e humanismo crítico. 
A primeira fase da comunicação rural está situada entre 1948 e 1962 e se caracteriza 
como a fase do humanismo assistencialista. No Brasil, esse modelo ganha proporções 
a partir da década de 1950, ocorrendo simultaneamente com a origem da prática da 
extensão rural. O principal objetivo era difundir pacotes tecnológicos que pudessem 
levar à modernização das áreas rurais. O tripé norteador foi pesquisa, ensino e extensão. 
O modelo foi adaptado pelo Sistema Brasileiro de Extensão Rural para incrementar a 
produtividade agrícola e, como consequência, proporcionar melhor qualidade de vida às 
comunidades e às famílias pobres, por meio de estratégias puramente assistencialistas. 
Esse processo é marcado pelo pós-Segunda Guerra Mundial, com o fortalecimento 
dos Estados Unidos como potência mundial, assim influenciando os países para um processo 
de modernização agrícola, como um dos braços da reconstrução das estruturas globais pós-
guerra. Gonçalez (2007) afirma que nesse período surge a revolução verde, no âmbito da 
produção vegetal e animal, tendo como objetivo oferecer, aos países em desenvolvimento, 
avanços tecnológicos, como modernas técnicas de cultivo, utilização de fertilizantes químicos, 
defensivos agrícolas e pesquisas para seleção de sementes. Em todos esses aspectos, o 
objetivo era o aumento da produtividade para se fazer frente ao cenário de fome. 
De 1960 a 1980, surge a fase do difusionismo produtivista. Nessa fase, a comuni-
cação rural brasileira estava baseada, integralmente, no extensionismo, no funcionalismo e no 
difusionismo de inovações, aos moldes dos Estados Unidos. Esse modelo, apesar de alguns 
sucessos, não gerou bons resultados no Brasil como ocorreu em seu país de origem (Estados 
Unidos). Algumas particularidades da agropecuária brasileira não foram levadas em conside-
ração, pois careciam de uma comunicação mais participativa e dialógica. 
21
Nesse período, surge a metodologia pedagógica para extensão rural proposta 
pelo professor Seaman Knapp, o pai da metodologia de extensão na América do Norte. 
Nesta metodologia, o agente de extensão rural tinha a missão de ajudar os agricultores e 
ajudar a si próprio. Segundo ele, isso se concretizava no princípio de que o homem pode 
duvidar do que ouve, pode duvidar do que vê, só não pode duvidar do que faz. Assim, 
origina-se o princípio pedagógico do “aprender a fazer, fazendo”. Dessa forma, sempre 
é recomendável usar técnicas de demonstração de métodos ou resultados quando se 
pretende introduzir uma tecnologia. Não basta ao técnico conhecer as tecnologias se 
não souber como “repassá-las” para os produtores.
Você sabe o que é comunicação dialógica e difusionista? A comunicação dialógica é uma 
interação em que cada pessoa envolvida desempenha o papel de locutor e ouvinte. Em outras 
palavras, é uma comunicação onde todos têm a chance de se expressar. A compreensão 
mútua e a empatia são marcas da comunicação dialógica. Existe uma profunda preocupação e 
respeito pelo outro e pela relação entre eles nesse tipo de comunicação. 
A comunicação difusionista vem do termo difusionismo. Esse termo é empregado 
para designar várias linhas teórico-metodológicas, de orientação funcionalista, 
surgidas nos Estados Unidos. Essa forma de comunicação atende aos diversos 
segmentos sociais e às diversas modalidades de comunicação (administrativa, 
científica, governamental, mercadológica, social e para transferência de 
tecnologia). A comunicação difusionista pode ser agrupada em dois focos de 
atuação: a comunicação institucional e a comunicação mercadológica, ambas 
exercidas pelos profissionais de comunicação. Essa modalidade de comunicação 
tem como objetivo o apoio ao processo de transferência de tecnologias a toda a 
cadeia produtiva, coordenado pelos pesquisadores e técnicos (PEREIRA, 2013).
INTERESSANTE
A partir dos anos 1970, outro ponto chegou ao debate em torno da comunicação 
rural: começou-se a questionar o caráter unidirecional e persuasivo do modelo 
difusionista, colocando-se como alternativa uma comunicação com base no diálogo. 
Esse debate se estendeu até a década de 1980, com embates entre os apoiadores da 
comunicação difusionista e os da comunicação dialógica. É nesse momento que surge 
a fase do humanismo crítico.
Segundo Rogers (1995), o modelo difusionista é o processo pelo qual uma 
inovação tecnológica é comunicada para vários membros de um sistema social de 
forma profissional. Esse método de comunicação visa apenas transmitir a informação 
de cima para baixo para a população rural, tornando-a uma mera receptora das 
políticas governamentais para o desenvolvimento rural. Esse processo trata-se de 
uma comunicação persuasiva, na qual o agricultor e sua família não fazem parte da 
transformação da sua realidade. 
22
Para conhecer mais sobre a história do desenvolvimento da agropecuária 
brasileira e como houve a participação da extensão rural nesse 
processo, veja a plataforma da Embrapa: https://bit.ly/3qzLnXs. Explore 
o desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro, sua história e 
perspectivas futuras. Além disso, aproveite para conhecer os novos 
desafios que o extensionista terá que enfrentar no campo.
DICA
A partir dos anos 1990, o modelo de comunicaçãodialógica começou a se 
estabelecer com metodologias comunicativas de abordagem que tornavam o agricultor 
um agente do processo de comunicação. Esse novo modelo de comunicação tornou-
se mais forte na extensão rural prestada pelas ONGs em detrimento das organizações 
oficiais de assistência técnica e extensão rural, pois estas ainda estavam passando pelo 
processo de mudança dos meios de comunicação. 
Atualmente, o modelo empregado pelo governo federal para a comunicação e 
extensão rural no Brasil é embasado em ações educativas, com ênfase na pedagogia 
da prática, com apropriação coletiva do conhecimento. Essa comunicação participativa 
está destacada como princípio da PNATER, a qual estabelece que deve haver a adoção de 
metodologia participativa, com enfoque multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural, 
buscando a construção da cidadania e a democratização da gestão da política pública. 
3 FASES DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL
No subtópico anterior, apresentamos o histórico da comunicação rural no Brasil, 
vimos que a comunicação rural se confunde com a extensão rural, logo alguns pontos serão 
comuns para compreender este subtópico. Aqui, apresentaremos as fases da extensão rural 
de forma a complementar a compreensão do histórico da comunicação rural no Brasil, com 
foco nas instituições que auxiliaram o processo de estruturação da extensão rural no Brasil. 
Antes dos principais marcos da extensão rural no Brasil no pós-Segunda Guerra, 
o Brasil já se colocava como pioneiro para o fomento ao desenvolvimento da agricultura 
e exploração das terras, principalmente com a grande chegada de imigrantes europeus. 
Em meados do século XIX, o governo imperial do Brasil, na figura do imperador D. Pedro 
II já propunha alguns decretos para o fomento da extensão rural e políticas agrícolas, 
mesmo que de forma rudimentar (se comparado com o período atual). Em 1859 e 1860 
foram criados quatro institutos imperiais de agricultura que possuíam, principalmente, 
atribuições de pesquisa e ensino agropecuário, mas também de difusão de informações:
• Decreto nº. 2.500 de 1/11/1859 – criou o Imperial Instituto Baiano de Agricultura.
• Decreto nº. 2.516 de 22/12/1859 – criou o Imperial Instituto Pernambucano de Agricultura.
23
• Decreto nº. 2.521 de 20/1/1860 – criou o Imperial Instituto de Agricultura Sergipano.
• Decreto nº. 2.607 de 30/6/1860 – criou o Imperial Instituto Fluminense de Agricultura.
Os decretos que estabeleciam a criação dos institutos imperiais tinham como 
foco a realização de exposições, concursos e a publicação de periódicos com 
os resultados das pesquisas, estratégias essas que são métodos de extensão 
e meio de comunicação. Naquela época se estabelecia um serviço de extensão 
rural rudimentar, o qual tinha agricultores profissionais como modelo. Como 
exemplo, podemos citar o Decreto nº 2.681, de 3 de novembro de 1860: 
https://bit.ly/3D9Je9P, que criou Imperial Instituto Fluminense de Agricultura.
INTERESSANTE
Após o golpe militar republicano, as incipientes estruturas de políticas públicas e 
instituições de extensão rural que estavam se formando durante o Império do Brasil foram 
esvaziadas, sendo resgatadas apenas em 1906 pelo presidente Affonso Penna, com a re-
criação do Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio. A partir de 1910, o 
então presidente Nilo Peçanha regulamenta a criação do ensino agronômico que dá origem 
à Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, instalada no Distrito Federal (então no 
Rio de Janeiro). A partir desse momento são criadas as fazendas-modelo que eram apresen-
tação de áreas demonstrativas para auxiliar os agricultores no processo de extensão rural.
QUADRO 1 – DECRETOS PRESIDENCIAIS PARA CRIAÇÃO DE CAMPOS DE DEMONSTRAÇÃO E FAZENDAS MODELO
Decreto presidencial Objeto do decreto
Decreto n. 9.333 - de 17 de janeiro de 1912
Fazenda Modelo de Criação na fazenda de 
Santa Monica, município de Valença, estado 
do Rio de Janeiro
Decreto n. 9.613 - de 13 de junho de 1912
Campos de Demonstração na fazenda Alta-Mi-
ra, município da Villa do Conde, estado da Bahia
Decreto n. 9.868 - de 13 de novembro de 1912
Fazenda Modelo de Criação no município de 
Uberaba, estado de Minas Gerais
Decreto n. 10.075 - de 19 de fevereiro de 1913
Fazenda Modelo de Criação no município de 
Caxias, no estado do Maranhão
Decreto n. 11.875 - de 12 de janeiro de 1916
Fazenda Modelo de Criação na ilha de 
Marajó, estado do Pará
Decreto n. 11.876 - de 12 de janeiro de 1916
Fazenda Modelo de Criação no município de 
Ponta Grossa, estado do Paraná
Decreto n. 11.882 - de 12 de janeiro de 1916
Fazenda Modelo de Criação, no estado de 
Pernambuco
FONTE: Peixoto (2008, p. 15).
24
Após a Segunda Guerra Mundial, um novo modelo de extensão se estabelece 
aos moldes e influências estadunidenses. O principal marco para extensão rural no Brasil 
se inicia em 1948 com a parceria entre o governo do estado de São Paulo (na gestão de 
Ademar de Barros) e o então vice-presidente dos Estados Unidos, Nelson Rockefeller, 
membro de uma das famílias mais ricas do mundo com influências no campo político, 
empresarial, filantrópico e financeiro. O então vice-presidente acabara de fundar a 
Associação Internacional Americana (American International Association) destinada a 
ajudar o desenvolvimento econômico e social da América Latina. A proposta chegou ao 
Brasil pelo estado de São Paulo, com o apoio financeiro para fundar o primeiro Serviço 
de Extensão Rural institucional no Brasil, com o objetivo de contribuir para “elevar o nível 
de vida das famílias rurais”, mediante o aumento da produtividade agropecuária.
No entanto, a proposta não foi aceita pelo governador Ademar de Barros, tendo 
em vista que este não teria o poder de indicar o dirigente do programa de extensão rural 
que seria estruturado, cabendo à associação de Nelson Rockefeller indicar o dirigente 
que ficaria sob orientação de um nome americano. Por isso, o estado de São Paulo 
recusou ser o estado pioneiro de um serviço de extensão rural brasileiro. 
Com a recusa do estado de São Paulo, Nelson Rockefeller dirigiu-se ao estado de 
Minas Gerais na pessoa do então governador Milton Campos, o qual aceitou prontamente 
a proposta nas exigências americanas, e foi fundada a primeira instituição de extensão 
rural do Brasil. Nascia então a Associação de Crédito e Assistência Rural, a Acar, uma 
associação civil, sem fins lucrativos, de direito privado, incumbida de fundar e executar um 
Serviço de Extensão Rural destinado a “elevar o nível de vida das famílias rurais mineiras”.
Esse período é marcado pelo processo de comunicação humanista 
assistencialista, pois as iniciativas lideradas pelos extensionistas rurais voltavam-se 
tanto a questões de ordem técnica (agronômica) quanto à esfera doméstica. Enquanto 
agrônomos orientavam produtores sobre o uso dos insumos modernos, as extensionistas 
mulheres, formadas especialmente em pedagogia, economia doméstica, enfermagem 
etc., voltavam-se a aspectos ligados à puericultura (cuidado das crianças), melhoria das 
condições dos lares (água, construção de fossa séptica etc.), proteção de nascentes e 
acesso à água potável, combate a verminoses e doenças. 
Após as influências de Nelson Rockefeller e dos interesses americanos, 
foram criadas várias Acars pelo país, como apresentado no quadro abaixo. Devido à 
aproximação do então presidente Juscelino Kubitschek de Nelson Rockefeller, em 1956 
surge a Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (ABCAR).
QUADRO 2 – EVOLUÇÃO DO SISTEMA BRASILEIRO DE EXTENSÃO RURAL (1948-1974)
1948 ACAR-MG
1954 ANCAR (CE, PE, BA)
1955 ASCAR-RS, ANCAR (RN, PB) 
25
FONTE: Peixoto (2008, p.19).
1956 ABCAR, ACARESC
1957 ACAR-ES
1958 ACAR-RJ
1959 ACAR-GO, ACARPA
1962
transformação dos programas estaduais da ANCAR em associações 
autônomas, a primeira em SE
1963 ANCARS: autonomia de RN, AL, MA E BA
1964 ANCARS: autonomia de PE, PB e CE
1965 ACAR-Pará, ACAR-MT
1966 ANCAR-PI, ACAR-AM
1967ACAR-DF
1968 ACAR-AC
1971 ACAR-RO
1972 ACAR-RR
1974 ACAR-AP
Segundo Caldas e Anjos (2021), nesse período, as associações de extensão rural 
trabalhavam em prol do que veio a se chamar “crédito rural supervisionado”, por meio do 
qual o extensionista orientava o crédito de custeio e investimento em uma determinada 
atividade. Esse modelo encontrou algumas dificuldades na década de 1960, devido ao 
receio dos agentes financeiros em financiar pequenos e médios produtores, além da 
fraca capilaridade da rede bancária pelo país. 
Em meados da década de 1960, surge a fase difusionista produtivista, de 
1964 a 1989, considerada o auge da extensão rural brasileira. Essa fase é marcada pela 
institucionalização do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), que acontece em 1965, 
em pleno regime militar. Nessa época, as práticas extensionistas são direcionadas ao 
aumento de produção, aos moldes da Revolução Verde. Alguns pontos marcaram essa 
fase, como a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1973, 
e a criação da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater), em 
1975. Esse foi o período da implementação dos chamados “pacotes tecnológicos”, os quais 
eram desenvolvidos pelas pesquisas da Embrapa e difundidos pela Embrater por meio das 
Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) espalhadas pelo Brasil. Essa 
fase durou até final da década de 1980, quando houve a desestruturação das Emater 
pelo país, após o fechamento da Embrater na década de 1990. Muitos estados ficaram 
responsáveis pela assistência técnica, não havendo mais a figura central do governo 
federal que era feita pela Embrater. Dessa forma, muitas instituições foram esvaziadas ou 
fechadas, havendo o sucateamento da estrutura de Ater pelo país. 
26
FIGURA 6 – O SISTEMA DE PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
FONTE: Caldas e Anjos (2021, p. 83).
Após a década de 1990, a extensão rural entra na fase de colapso, não havendo 
uma estruturação do sistema nacional de assistência técnica por parte do governo federal, 
apesar de a Constituição de 1988 colocar a assistência técnica como base para formação 
da política agrícola do país. Mesmo com o sucateamento do sistema de Ater público, 
em 1994 é criado o Provap (Programa de Valorização da Pequena Propriedade Rural) e 
dois anos depois é criado o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura 
Familiar), com objetivo de financiar o custeio e investimento de agricultores familiares.
Você sabe o que foi a Revolução Verde? A Revolução Verde, coordenada 
pelo engenheiro-agrônomo Norman Borlaug, passou a ser muito 
difundida depois da II Grande Guerra Mundial (1939-1945). Tratava-
se de um novo pacote tecnológico baseado em mecanização agrícola, 
agroquímicos (fertilizantes e defensivos) e sementes melhoradas. Essa 
inovação ficou conhecida por melhorar a produção agrícola e aumentar a 
produção de alimentos a partir das décadas de 1960 e 1970. Para saber 
mais, acesse: https://bit.ly/3usd1GO.
DICA
27
Somente nos anos 2000 há um resgate da Ater como política pública, pela 
aprovação, em 2004, da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural 
(PNATER), a qual estabelece que a extensão rural esteja voltada prioritariamente 
para agricultores familiares, assentados, quilombolas, pescadores artesanais e povos 
indígenas (como vimos no tópico anterior).
Em 2014, por intermédio do Decreto n. 8.252 é instituída a Agência Nacional de 
Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER), com intuito de auxiliar na coordenação 
de ações a nível nacional. 
4 ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E 
EXTENSÃO RURAL
Como estudamos no subtópico anterior (Fases da extensão rural no Brasil), a 
primeira instituição a se estabelecer foi a Associação de Crédito e Assistência Rural (Acar), 
que deu bases para criação da Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão 
Rural (Abcar). Em seguida (década de 1970), surgiam a Embrater e Ematers. Mas como estão 
as organizações que cuidam da assistência técnica hoje? Quais são os atores da Ater?
Após a descentralização do serviço de extensão rural, com o fim da Embrater, 
muitos estados extinguiram suas organizações de assistência técnica ou as 
reformularam. No reestabelecimento das Ater no Brasil, temos a Agência Nacional de 
Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER).
A Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER), pessoa 
jurídica de direito privado sem fins lucrativos, de interesse coletivo e de utilidade pública, 
foi instituída pelo Decreto n. 8.252, de 26 de maio de 2014 e estas são suas finalidades:
• Promover, estimular, coordenar e implementar programas de assistência técnica e exten-
são rural, com vistas à inovação tecnológica, com enfoque econômico, ambiental e social.
• Promover a integração do sistema de pesquisa agropecuária e do sistema de 
assistência técnica e extensão rural, levando as novas tecnologias para o campo.
• Apoiar a utilização de tecnologias sociais e os saberes tradicionais pelo público 
previsto no artigo 3° do Decreto n. 8.252, de 26 de maio de 2014.
• Credenciar e acreditar prestadoras (pessoas físicas e jurídicas) de serviços de 
assistência técnica e extensão rural.
• Promover capacitação continuada para a qualificação de profissionais de assistência 
técnica e extensão rural com foco no desenvolvimento rural sustentável.
• Contratar serviços de assistência técnica e extensão.
• Articular-se com os órgãos públicos e pessoas jurídicas de direito público e privado, 
para cumprimentos dos objetivos da extensão rural para o país.
• Colaborar e contribuir com os estados e municípios em prol da implantação e 
operação de mecanismo com objetivos afins aos da ANATER.
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• Monitorar e avaliar os resultados da aplicação dos projetos de assistência técnica e 
extensão rural dos seus prestadores de serviços e conveniados.
• Contribuir para o fortalecimento e ampliação dos serviços de assistência técnica e extensão 
rural para o público previsto no artigo 3° do Decreto n. 8.252, de 26 de maio de 2014.
• Articular com os órgãos públicos estaduais de extensão rural a compatibilização, 
a atuação em cada unidade da federação, ampliando a cobertura da prestação de 
serviços aos agricultores.
Você conhece a história da ANATER e suas ações? Recomendamos este vídeo: 
https://bit.ly/3uomeA2. Além disso, recomendamos o site: https://www.anater.
org/. No site e no vídeo, você conhecerá um pouco sobre as ações da ANATER 
e sua história, além de conhecer as principais notícias sobre Ater no Brasil.
DICA
Além da ANATER, temos a Asbraer, uma associação de entidades de Ater 
formada por um conjunto de organizações de Ater estaduais que buscam ações 
conjuntas para fortalecimento de políticas públicas em prol da Ater estadual e nacional. 
As organizações estaduais associadas à Associação Brasileira das Entidades Estaduais 
de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) estão representadas na Figura 7. 
FIGURA 7 – ENTIDADES PARTICIPANTES DO SISTEMA NACIONAL DE ATER
FONTE: ASBRAER ([2017]).
29
Na figura, percebemos a relevância da capilaridade dos sistemas de extensão 
rural estaduais que ainda estão presentes no país. Como apresentado na imagem, 
a maior parte das Emater foram fechadas ou mudaram de foco nos estados após a 
extinção da Embrater. Essa situação reflete a descentralização e a desestabilização do 
serviço de Ater no país na década de 1990. 
Você conhece a história da Asbraer e os principais dados estatísticos sobre 
Ater no Brasil e nos estados? Acesse a plataforma da Asbraer: https://bit.
ly/3Ld3yKo, e se aprofunde sobre a Ater no Brasil e sua atuação.
DICA
Segundo dados da Asbraer (2017), há mais de 12 mil extensionistas atendendo 
2.062.256 beneficiários espalhados nas cinco regiões brasileiras. Os estados com maior 
número de extensionistas são Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Ceará. Assim, 
vemos que o desenvolvimento do agronegócio nacional está atrelado às diferentespolíticas 
públicas federais, estaduais ou municipais que levam a assistência técnica e extensão rural 
aos diferentes cantos do Brasil através dos profissionais da assistência técnica. 
O termo agronegócio – também chamado de agribusiness ou agrobusi-
ness, foi idealizado por John Davis e Ray Goldberg em 1957. Para eles, 
setores que lidam com as atividades relacionadas à agricultura não podem 
ser considerados isoladamente, mas devem ser considerados correlacionados 
em um sistema econômico, o qual se denominou agronegócio. 
Dessa forma, agronegócio seria o conjunto de negócios relacionados à 
agricultura, estendendo-se à pecuária, dentro do ponto de vista das relações 
econômicas. Assim toda a cadeia produtiva e de suprimentos faz parte desse 
sistema que gera valor independentemente do tamanho do produtor. 
Portanto, o agronegócio pode ser compreendido como a soma total das 
operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações 
de produção na unidade de produção, do armazenamento, do processamento 
e da distribuição dos produtos agrícolas e dos itens produzidos por meio deles 
(DAVIS; GOLDBERG, 1957).
INTERESSANTE
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A comunicação rural no Brasil está vinculada à extensão rural, a qual se divide 
em três ciclos de desenvolvimento: humanismo assistencialista, difusionismo 
produtivista e humanismo crítico.
• A primeira fase da comunicação rural, de 1948 a 1962, caracteriza-se como a fase 
do humanismo assistencialista. Esse modelo de comunicação rural se inicia, no 
Brasil, no começo da década de 1950, ocorrendo simultaneamente com a origem da 
prática da extensão rural. O principal objetivo era difundir pacotes que pudessem 
levar à modernização tecnológica das áreas rurais. O tripé norteador foi pesquisa, 
ensino e extensão. O modelo foi adaptado pelo Sistema Brasileiro de Extensão Rural 
para incrementar a produtividade agrícola e, como consequência, proporcionar 
melhor qualidade de vida para comunidades e famílias pobres, por meio de um 
trabalho puramente assistencialista;
• A primeira instituição de extensão rural do Brasil foi a Associação de Crédito e Assistência 
Rural, a Acar, nascida em Minas Gerais em 1948, devido à influência de Nelson Rockefeller. 
Tratava-se de uma associação civil, sem fins lucrativos, de direito privado, incumbida 
de fundar e executar um Serviço de Extensão Rural, destinado a “elevar o nível de 
vida das famílias rurais mineiras”. Em 1955, houve a aproximação do então presidente 
Juscelino Kubitschek de Nelson Rockefeller, que culminou, em 1956, com o surgimento 
da Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Abcar).
• Após a descentralização do serviço de extensão rural, com o fim da Embrater, muitos 
estados extinguiram suas organizações de assistência técnica ou as reformularam. 
No reestabelecimento das Ater no Brasil, temos a Agência Nacional de Assistência 
Técnica e Extensão Rural (ANATER).
31
1 Segundo Olinger (1996), o desenvolvimento rural e a comunicação estão conectados. 
Isso ocorre porque a comunicação é usada pelos agricultores na tomada de decisões 
no que diz respeito à produção e à convivência. É também utilizada pelo Estado para 
definir suas medidas de política agrária e pelas empresas para basear suas decisões nas 
informações sobre necessidade de insumos e equipamentos e de disponibilidade de 
produtos para alimentação e agroindústria. De acordo com o modelo de comunicação 
sugerido por Bordenave (1983), assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: OLINGER, G. Ascenção e decadência da extensão rural no Brasil. Florianópolis: EPAGRI, 1996. 
a) ( ) Considera que a escolha de um modelo de comunicação em um país deve levar em 
consideração a evolução política, social e financeira do local do país a ser alcançado.
b) ( ) Sugere que, com a introdução de tecnologias de informação no meio rural, a 
escolha de um modelo de comunicação depende de instrumentos políticos e 
ferramentas metodológicas.
c) ( ) Considera que a escolha de um modelo de comunicação em detrimento de outro 
ocorre conforme as prioridades determinadas pelo modelo de desenvolvimento 
adotado pelo país.
d) ( ) Sugere que as condições de organização dos agricultores, a política agrária e financeira 
são fundamentais para a adoção do modelo ideal de comunicação em um país.
2 A extensão rural no Brasil surgiu com o objetivo de superar o atraso na agricultura, 
servindo para que o homem rural entrasse em uma dinâmica de produzir mais, 
com melhor qualidade e maior rendimento. Tratava-se de um modelo com raízes 
“difusionistas”, que visava divulgar, impor ou estender um conceito, sem levar em 
conta as experiências e os objetivos das pessoas atendidas. Dentro desse processo 
difusionista, a extensão rural no brasil, passou por três fases de evolução. Considerando 
as características desse processo evolutivo, analise as sentenças a seguir:
I- Humanismo assistencialista: pequenos agricultores; família rural; orientação 
pedagógica baseada em “ensinar a fazer, fazendo”; cria grupos de agricultores e 
jovens rurais; estimula a organização e o associativismo rural autônomos.
II- Difusionismo crítico: pequenos e médios produtores; família rural; orientação 
pedagógica dialógica, problematizadora.
III- Humanismo produtivista: pequenos, médios e grandes produtores; família rural; 
orientação dialógica baseada em diálogos produtivos; estimula a população a formar 
pequenos grupos de produtores.
AUTOATIVIDADE
32
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentenças II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Dentro do sistema cooperativista, entende-se por Organizações Rurais os sindicatos 
(patronais e de trabalhadores) e as associações de produtores ou criadores. Pode-se 
citar como exemplo de serviço de Ater o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 
(Senar). Esse serviço faz parte das organizações rurais sindicais, voltado à capacitação 
de mão de obra. De acordo com o estabelecido pela PNATER para as organizações 
prestadoras de serviço, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) As organizações rurais contratam seu próprio staff de extensão e proveem serviços 
gratuitos aos membros. 
( ) ONGs contratam staff técnico de serviços pagos financiados pelos agricultores.
( ) No setor privado, companhias privadas proveem alguns serviços de extensão com 
taxas gratuitas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A trajetória do serviço de extensão rural no Brasil engloba três momentos distintos 
quanto à orientação filosófica e ao modelo operacional predominantes em cada 
um deles, que são coerentes com as formas de intervenção do Estado e as 
macrodefinições políticas dos seus planos de desenvolvimento. Disserte sobre estes 
períodos, destacando as peculiaridades de cada um deles.
5 Observa-se diversidade de modelos de provisão e financiamento dos serviços de 
Ater. Nessa proposta, a relação entre os produtores e os consumidores se torna mais 
próxima, pois há uma modificação na atitude e uma maior atenção no aspecto relativo 
à qualidade e na forma de produção. Nesse contexto, disserte a respeito das opções 
para a provisão e financiamento de serviços pluralísticos de extensão, ressaltando a 
fonte de financiamento do serviço e o provedor.
33
TÓPICO 3 - 
O VALOR DA COMUNICAÇÃO NA EXTENSÃO 
RURAL
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, estudamos o histórico da comunicação rural e como esta se 
desenvolveu no país, identificamos três fases da comunicação rural que se entrelaçam 
com a história da extensão rural no Brasil, as quais são humanismo assistencialista, 
difusionismo produtivista e humanismo crítico.
Compreender o histórico da comunicação e como ela se desenvolveu no país 
é fator fundamental

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