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@laismazzini Cadeia de Valor O termo Cadeia de Valor, ou Value Chain, teve sua primeira abordagem em Porter (1986), que atribuiu elementos-chave para uma vantagem competitiva dentro das organizações. O modelo apresentado subdivide os elementos em atividades primárias, que são as essenciais para o atendimento das necessidades dos clientes, e atividades de apoio, que, como o próprio nome sugere, serve para auxiliar a execução das atividades primárias. As atividades primárias contemplam: • Logística de Entrada (Inbound): envolve o processo de abastecimento da empresa, por meio do fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matérias-primas até a entrada na fábrica. • Operações (Produção): dizem respeito à transformação das entradas por meio de recursos produtivos, gerando saídas (produtos e serviços). • Logística de Saída (Outbound): envolve a distribuição dos produtos acabados (PA) para a rede distribuição e/ou clientes. • Marketing e Vendas: envolve a comercialização dos produtos e/ ou serviços que a empresa desenvolveu e produziu. • Serviço de Pós-Vendas: serve de suporte ao usuário durante o ciclo de vida do produto. As atividades de apoio são: • Infraestrutura da Empresa: como a empresa estará estruturada fisicamente para dar suporte às atividades primárias. • Administração de Recursos Humanos: garante a capacitação e desenvolvimento das pessoas que estarão envolvidas nos processos. @laismazzini • Desenvolvimento Tecnológico: estudo e aplicação de tecnologias aderentes aos processos, buscando as melhores técnicas para melhores resultados. • Aquisição: realização de compra e/ou negociação para disponibilizar os recursos necessários no momento ideal. Podemos verificar certa similaridade com a definição da cadeia de suprimentos, tendo que envolve um processo desde a matéria-prima, passando pela transformação, distribuição e pelo suporte ao cliente. E somente terá valor aquilo que o cliente estiver disposto a pagar por aquilo que a empresa oferece. Alguns autores descrevem cadeia de suprimentos sendo a somatória ou integração de diversas cadeias de valor (PIRES, 2011). [...] a gestão das relações a montante e a jusante com fornecedores e clientes, a fim de entregar ao cliente valor superior ao menor custo para toda a cadeia de suprimentos” (CHRISTOPHER, 2012, p. 15-16). Para Christopher (2012), para o cliente o valor significa a diferença entre os benefícios percebidos de uma transação e os custos totais incorridos. Essa diferença pode ser representada pela Equação 4.1: A vantagem competitiva é a relação custo-benefício oferecida pela empresa que seja mais atraente à de outras empresas que atuam no mesmo segmento do mercado. A logística tem a capacidade de atuar tanto no denominador quanto no numerador (CHRISTOPHER, 2012). Vejamos a Equação 4.2: Vejamos uma breve descrição de cada elemento desta equação: • Qualidade: funcionalidade, desempenho e a especificação técnica da oferta. • Serviço: disponibilidade, suporte e compromisso com o cliente. • Custo: custos de transação do cliente, incluindo preço e custos derivados do ciclo de vida. • Tempo: tempo necessário para responder às exigências do cliente. Vamos ver outro exemplo (Figura 4.2), agora relacionando custos e lucros na cadeia de suprimentos. @laismazzini A Figura, apresentada por Taylor em seu livro, exemplifica que uma atuação na redução de custos no decorrer da cadeia de suprimentos é mais vantajosa que o aumento de vendas. Uma redução de custos no valor de 5% dá um retorno idêntico ao de um aumento de vendas de 50%. Isso não significa que não devemos atuar em vendas (até porque é uma das atividades da cadeia de valor), mas que atuação na melhoria e, consequentemente, custos gera maior retorno (proporcionalmente ao investido). Vejamos a Figura 4.3, a seguir, que demonstra um exemplo dos benefícios para os consumidores dessas cadeias de suprimentos. No exemplo da Figura 4.3, podemos ver que a somatória dos melhores elos da cadeia gerará um melhor resultado para o cliente. O exemplo é financeiro, mas poderia ser utilizado em outra variável, por exemplo no tempo, e teríamos um resultado similar. Veja que o Fabricante A tem o custo de $90, que, se somado ao custo do Distribuidor, que é de $20, mais o do Varejista, que é de $10, teremos no total um custo de $135 para o cliente. Este valor é menor que qualquer outra formação / cadeia de suprimentos, evidenciando maior competitividade. No ano de 1996, foi criado o Conselho de Cadeia de Suprimentos, ou Supply Chain Council (SCC), com a finalidade de analisar e indicar, de maneira coerente, quais seriam as melhores práticas na cadeia de suprimentos para as empresas associadas a esta entidade sem fins lucrativos. Este modelo ou metodologia buscava averiguar quais as melhores soluções e práticas (incluindo evidências matemáticas), que consequentemente trariam melhores resultados. @laismazzini O modelo utilizado para esta prática recebeu o nome de modelo SCOR (Supply Chain Operations Reference Model ou, em português, Modelo de Referência para as Operações da Cadeia de Suprimentos). É um modelo destinado a representar, analisar e configurar cadeias de suprimentos por meio de uma abordagem de processos. Sua utilização e seu desenvolvimento foram baseados em cinco processos de maior grandeza ou importância dentro das cadeias: planejar, adquirir, produzir, entregar e retornar. Temos que identificar o desempenho da cadeia, ele é evidenciado tanto em atributos internos (obviamente mensuram os recursos internos) quanto externos (que pode ser o atendimento ao cliente). Ela mostrará a você quais são os pontos que deverão receber mais atenção e poderão sofrer alterações ou melhorias, tornando, assim, a cadeia de suprimentos mais eficiente, otimizando recursos e mão de obra. Outro ponto de extrema importância no atual cenário econômico e das relações humanas é o caso da Sustentabilidade dentro e fora das cadeias de valores que visa redes de suprimentos balanceadas, construídas a partir de complementaridade entre processos produtivos em que resíduos de alguns processos são insumos de outros, obtendo um balanço energético favorável, ciclos um pouco mais fechados e equilibrados com agregação de valor nos dois sentidos. A ideia é considerar o ciclo de vida da indústria, e não só de seus produtos, enfatizando suas externalidades tanto econômicas quanto sociais e ecológicas (LALT, 2004). Esta nova vertente vem agregando valor para os consumidores, pois exige uma cadeia que gere menos danos ao meio ambiente e à sociedade como um todo. Mas como já aprendemos que o ganho será maior quando trabalharmos em cadeias, e não mais como empresas isoladas, é preciso pensar nessa vertente no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Já existe um @laismazzini modelo formalizado dele que considera as questões ambientais, é o Green SCOR, que além das questões do modelo tradicional do SCOR traz uma vertente ambiental. Referência: Gerenciamento da cadeia de suprimentos - Leonardo Ferreira Paula Regina Branco Carnacchioni Clério de Vietro Ricardo Scavariello Franciscato.
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