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CLÍNICA MÉDICA CM7 Pneumonias Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) Fisiopatologia · Microaspiração, inalação, disseminação hematogênica (usuários de drogas EV – associada a endocardite), extensão direta (ar-condicionado – Legionella) Diagnóstico · Clínica + raio-x de tórax (PA e perfil) · Lobar (consolidação alveolar extensa), broncopneumonia (multifocal) · USG de tórax · TC de tórax Clínica · Apresentação típica: início hiperagudo; febre alta com calafrios, estado geral, tosse produtiva, dispneia progressiva, dor torácica pleurítica (piora à inspiração), crepitações, FTV, broncofonia · Agente mais comum: pneumococo · Raio-x: consolidação alveolar localizada, que pode evoluir a pneumonia lobar · Apresentação atípica: início subagudo; febre baixa, tosse arrastada (seca e/ou menos produtiva), exame respiratório pobre · Agente mais comum: Mycoplasma · Raio-x: infiltrado intersticial ou broncopneumonia (exceto Legionella) Consolidação Derrame pleural Som bronquial Ø murmúrio vesicular frêmito toracovocal Ø frêmito toracovocal Submacicez à percussão Submacicez à percussão Broncofonia Egofonia Pectorilóquia - Agentes típicos · Respondem a beta-lactâmicos; coram pelo gram · S. pneumoniae mais comum · Diplococo gram + · Diagnóstico: antígeno urinário · Raio-x: pneumonia lobar · Pode causar: derrame pleural, pneumonia redonda (pseudotumor) · Maior risco de resistência: ATB há < 3 meses, comorbidades ou imunossupressão · Tratamento: beta-lactâmico · Haemophilus influenzae · Cocobacilo gram – · Idoso, DPOC (agente mais comum na DPOC) · Klebsiella pneumoniae · Bastonete gram – · Quadro grave em etilistas e diabéticos · Pode causar pneumonia do lobo pesado (lobo superior com incisura abaulada) e pneumonia necrosante · S. aureus · Cocos gram + em cachos · Geralmente em pacientes com fator de risco (cateter venoso profundo, uso de drogas EV · Quadro grave em RN, lactentes, pós-influenza, usuários de drogas EV, fibrose cística, bronquiectasias · Pode causar: pneumatocele (complicação: piopneumotórax), derrame pleural, pneumonia necrosante (< 2 cm) ou abscesso (≥ 2 cm) · Moraxella catarrhalis · Diplococo gram – · DPOC (maior a chance quanto mais tempo de corticoide) · Pseudomonas · Gram – · Quadro grave em fibrose cística, bronquiectasia, neutropênicos, corticoide Agentes atípicos · Não respondem a beta-lactâmicos e não coram pelo gram · Mycoplasma pneumoniae · Sem parede celular · Síndrome gripal miringite bolhosa; anemia hemolítica ( BI); Fenômeno de Raynaud; Sd. Steven-Johnson; Sd. Guillain-Barré · Tratamento: macrolídeo · Legionella · Bacilo gram - · Ar-condicionado · Quadro típico grave · Sinal de Faget (febre + FC /normal) · Diarreia, dor abdominal, hiponatremia (SIADH), transaminases · Diagnóstico: antígeno urinário · Tratamento: macrolídeo · Chlamydia pneumoniae · Quadro leve (febre, tosse, sintomas de IVAS) · Tratamento: macrolídeo · Vírus influenza · Febre + tosse seca + fadiga + “algias” · Síndrome respiratória aguda grave (SRAG) síndrome gripal + dispneia/desconforto, satO2, piora da doença de base, PA · Diagnóstico: swab nasofaríngeo + PCR · Tratamento: Oseltamivir (para SRAG ou risco) · Quando buscar agente etiológico? Quadro refratário, internados, graves, UTI · Como? Escarro (exame direto e cultura), hemocultura, antígeno urinário (pneumococo e Legionella), testes moleculares Prognóstico · Procalcitonina (quanto maior, mais grave e mais provavelmente bacteriano) · Proteína C reativa Determinar local de tratamento · CURB-65 (ambulatório x hospital) · Confusão mental · Ureia ≥ 43 (ou 50) · FR ≥ 30 · Baixa PA (PAS < 90 ou PAD ≤ 60) · ≥ 65 anos · 0-1: ambulatorial · ≥ 2: internação · ≥ 3: UTI · Atenção primária: CRB-65 ≥ 1: internação · IDSA/ATS (enfermaria x UTI) · Critérios maiores: necessidade de VM, choque séptico · Critérios menores: CURB, Tax < 36ºC, relação P/F ≤ 250, pneumonia multilobar, leucócitos < 4.000, plaquetas < 100.000 · UTI: 1 maior ou 3 menores Tratamento ambulatorial · PAC de baixa gravidade em tratamento ambulatorial: monoterapia 5 dias · Não usar Eritromicina em monoterapia em > 65 anos (ineficaz contra H. influenzae) · Não usar fluorquinolonas em pacientes hígidos sem risco para Pneumococo resistente para não induzir resistência · Beta-lactâmico de escolha: Amoxicilina +/- Clavulanato Tratamento hospitalar · Enfermaria: tratar por 7-10 dias; · Para pacientes com contraindicação às quinolonas e macrolídeos: beta-lactâmico + Doxiciclina · Uma opção de beta-lactâmico seria Ampicilina/Sulbactam · UTI: tratar por 7-14 dias; · Sempre cobrir S. pneumoniae e Legionella · Não usar quinolona monoterapia para pneumonia grave · Para alérgicos a penicilina: quinolona respiratória + Aztreonam · Pensar em Pseudomonas: presença da bactéria, bronquiectasia, fibrose cística, DPOC grave com exacerbações frequentes e uso prévio de ATB/CTC Complicação: derrame pleural · MV abolido + parábola de Damoiseau (Rx) · Toracocentese diagnóstica (se: derrame > 5 cm de altura no perfil ou Lawrell (decúbito lateral) > 1 cm) análise do líquido: · Derrame simples: exsudato estéril (≥ 1): · Proteína pleural/proteína sérica > 0,5 · LDH pleural/LDH sérica > 0,6 · LDH pleural > 2/3 do limite superior do soro (> 200) · Derrame complicado: exsudato contaminado (≥ 1): CLÍNICA MÉDICA CM7 · · Bacterioscopia (+) · pH < 7,2 · Glicose < 40-60 · LDH > 1000 · · Empiema: exsudato purulento · Conduta: · Derrame simples: manter ATB (a toracocentese também é terapêutica) · Derrame complicado/empiema: ATB + drenagem em selo d’água · Se não melhorar: reavaliar ATB e drenagem PA + infusão intrapleural de trombolíticos novo dreno pleuroscopia (toracoscopia) + lise de aderências Complicação: abscesso pulmonar · Cavitações < 2 cm ou abscesso pulmonar (cavidades ≥ 2 cm com nível hidroaéreo) · Fator de risco: macroaspiração (polimicrobiana; cuidado com anaeróbios) · Se horas de evolução = pneumonite química (Síndrome de Mendelson) suporte! · Pneumonia por anaeróbios: · Fatores de risco: dentes em mau estado + microaspiração (alcoolismo, consciência, distúrbios da deglutição) · Parte posterior do lobo superior D ou parte superior do lobo inferior · Clínica: evolução mais lenta, secreção fétida · Conduta: Clindamicina OU Amoxicilina + Clavulanato por 3 semanas · Cirurgia: sem resposta em 7-10 dias ou abscesso > 6-8 cm · Pode evoluir a bronquiectasia Pneumonias hospitalares · Hospitalar: ≥ 48 horas da admissão hospitalar · Associada a ventilação mecânica: > 48h do início da VM · Fator de risco: IOT/VM Diagnóstico · Infiltrado pulmonar novo ou progressivo + 2 sinais de infecção: · · T ≥ 38ºC · Leucócitos < 4.000 ou > 10.000 · Secreção purulenta · Piora da oxigenação Agentes · Gram negativos entéricos (Pseudomonas aeruginosa) e S. aureus (gram positivo) · Atenção com MRSA e gram negativo multidroga resistente (MDR) · Sempre investigar o agente · Pneumonia hospitalar tardia: · ESBL+ (Enterobacter, Klebsiella, Serratia) carbapenêmicos (Imipenem, Meropenem, Ertapenem) · Acinetobacter carbapenêmicos e Polimixina B · MRSA Vancomicina, Linezolida · Stenotrophomonas maltophilia Sulfamatoxazol + Trimetoprim Conduta Tratamento · ATB de base: Cefepime ou Piperacilina-Tazobactam ou Imipenem/Meropenem ou Aztreonam · Risco GN MDR (fibrose cística ou bronquiectasias): · + Aminoglicosídeo ou Ciprofloxacino/Levofloxacino ou Aztreonam · Risco MRSA (> 20% na unidade ou desconhecido): · + Vancomicina ou Linezolida · Alto risco MDR, VM + choque séptico ou ATB EV há < 90 dias ou ≥ 5 dias internamento ou SDRA: · Um de cada grupo acima (ex.: Cefepime + Levofloxacino + Vancomicina) · ATB e dose dependem do paciente, da microbiota, da disponibilidade, da colonização ou isolamento prévio · Duração: ≥ 7 dias, com resposta em 48-72h, sempre avaliando culturas Prevenção · Elevar cabeceira da cama a 45º · Interromper diariamente a sedação · Aspirar as vias aéreas de forma asséptica PONTOS IMPORTANTES · Pneumatocele: · Paciente imunocompetente: S. aureus · Paciente imunodeprimido: pneumocistose· Pneumonia hospitalar: Cefepime ou Pipe-Tazo ou Imipenem/Meropenem · Risco gram negativo MDR: associar Aminoglicosídeo ou Cipro/Levofloxacino ou Aztreonam · Risco MRSA: associar Vanco ou Linezolida · VM + ATB EV nos últimos 90 dias ou diálise ou choque séptico ou SDRA ou ≥ 5 dias de internação: associar um de cada grupo CONCEITOS MATADORES · CADERNO DE ERROS · Paciente com empiema com dreno não apresenta melhora radiológica, sem reexpansão pulmonar e com espessamento pleural importante = empiema em fase de organização conduta: TC de tórax para planejamento cx (decorticação – remoção cx da carapaça que envolve o pulmão)
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