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1 | P á g i n a 2 | P á g i n a Sumário Volume 01 – Síndromes Sexualmente Transmissíveis...............................................................03 Volume 02 – Neoplasias Ginecológicas I (Mama e Ovário).........................................................10 Volume 02 – Neoplasias Ginecológicas II (Endométrio, Colo Uterino e Vulva).........................20 Volume 03 – Ciclo Menstrual, Distopia Genital, Incontinência Urinária....................................25 Volume 04 – Amenorreia e Infertilidade.......................................................................................30 Volume 05 – Anticoncepção e Sangramentos Ginecológicos Benignos..................................34 Especial – Climatério e Osteoporose...........................................................................................38 3 | P á g i n a Volume 01 – Síndromes Sexualmente Transmissíveis Grandes Grupos Corrimento Vaginal Corrimento Uretral Úlcera Genital Corrimento Vaginal Alto – Vulvovaginites e cervicite Baixo – Doença inflamatória pélvica (DIP), presença de manifestações abdominais Vulvovaginites Passos na Investigação Primeiro passo na investigação das vulvovaginites é o exame especular O segundo passo é a microscopia direta (à fresco). Por fim o teste do pH e o teste das aminas (KOH 10%). As vulvovaginites incluem: vaginose bacteriana, candidíase, tricomoníase e vulvovaginites inespecíficas. Vaginose Odor fétido Candidíase Inflamação sem cheiro Tricomoníase Inflamação com odor fétido Vaginose Bacteriana Agente Causada pela Gardnerella vaginalis, por um desequilíbrio na flora com aumento na população de anaeróbios. Diagnóstico O diagnóstico padrão-ouro pelo Ministério da Saúde é o Nugent (gram) – “nojento” Seu diagnóstico exige 3 de 4 critérios de Amsel (mais utilizado) Critérios de Amsel 3 de 4 critérios p/ diagnóstico 1) Corrimento branco-acinzentado, fino, homogêneo 2) pH vaginal > 4,5 3) Teste das aminas (Whiff test +) – hidróxido de K a 10% 4) Exame à fresco: Clue cells (células-alvo/chave) Tratamento Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias o Evitar álcool (até 24h após) → efeito antabuse (dissulfiram) o Pode ser usado em gestante sintomática. 2ª Opção o Metronidazol gel 0,75%, um aplicador cheio (5g), via vaginal por 5 dias o Clindamicina 300mg VO 12/12h por 7 dias (opção no 1º trimestre de gestação de acordo com MS) Observações Não há necessidade de tratar o parceiro Somente o encontro de Gardnerella no preventivo → não tratar se não houver sintomas! Importante: apenas células-alvo sem outros critérios significa presença de Gardnerella sem Vaginose 4 | P á g i n a Candidíase Agente: Candida albicans, obs.: muito associado com a diabetes Diagnóstico Prurido, corrimento branco aderido (em nata), pH < 4,5, pseudo-hifas (hidróxido de potássio 10%) O pH da candidíase é tão ácido quanto a vagina normal. Tratamento (MS 2015) Creme imidazólico local (miconazol ou clotrimazol) 7 – 14 noites ou Nistatina 14 noites ou Fluconazol 150mg VO (na recorrência é a primeira escolha – que significa 4 ou mais episódios por ano) – 1 cp dias 1, 4 e 7 e após 1 cp/semana por 6 meses Vaginite por Candida. Pseudo-hifas Candidíase Vulvovaginal Complicada – quando há doença recorrente ou devido a outras espécies de cândidas que não albicans ou, ainda, alterações na resposta imunológica do hospedeiro por quaisquer razões. Nesse caso, não se deve tratar com dose única ou esquemas curtos, sendo mais adequado um esquema vaginal de 7 a 14 dias ou múltiplas doses de fluconazol VO Tricomoníase (IST) Agente: Trichomonas vaginalis Diagnóstico Corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso, pH > 5, colo em framboesa, protozoário flagelado móvel Tratamento (MS 2015) Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias (MS) ou Metronidazol 2g VO dose única Observações Tratar o parceiro com metronidazol 2g VO dose única Rastrear outras DSTs; Trichomonas no preventivo → tratar. Explicar o efeito dissulfiram por conta do metronidazol. Corrimento bolhoso Colo em framboesa Trichomonas vaginalis Vulvovaginites Corrimento Exames pH e KOH Tratamento Vaginose Acinzentado, homogêneo Clue-cells pH > 4,5 KOH (+) Metronidazol Candidíase Branco, nata, aderido Pseudo-hifas, esporos pH < 4,5 KOH (-) Imidazólicos, fluconazol Tricomoníase Amarelo-esverdeado, bolhoso Protozoário móvel pH > 4,5 KOH (+) Metronidazol 5 | P á g i n a Vulvovaginites Inespecíficas Epidemiologia É a mais comum na infância → falha na higiene, uso de fraldas... Sem agente específico! Diagnóstico Exclusão: exame físico, exame à fresco e EPF Tratamento Medidas de higiene, modificação do vestuário, banhos de assento, tratar verminoses (SOS) Diagnóstico Diferencial com Candidíase Vaginose Citolítica (“Cândida sem bicho”) Vaginose Atrófica (“Tricomoníase sem bicho”) Leucorreia branca Prurido pH < 4,5 Sem patógenos à microscopia Aumento de lactobacilos e citólise Corrimento amarelo Prurido pH > 5 Sem patógenos à microscopia Aumento de polimorfonuclear e de células basais e parabasais Tratamento Ducha vaginal com bicarbonato Estrogênio tópico (promestrieno) Cervicites Agente: Neisseria gonorreai (Gonococo) e Clamídia. Fatores de risco Transmissão sexual (maior número de parceiros, atividade sexual precoce, não uso de preservativo) Diagnóstico Corrimento cervical Colo hiperemiado, friável, Sinusorragia e dispareunia Tratamento: Ceftriaxone 500mg IM + Azitromicina 1g VO. Ceftriaxone 500 mg IM ou Ciprofloxacino 500mg VO (Gonococo) + Azitromicina 1g VO ou Doxiciclina VO 7 dias (Clamídia) o Preferir Azitromicina por ser dose única! o MS ainda recomenda Ciprofloxacino, mas não funciona bem com gonococo Observações Convocar parceiro e rastrear outras DSTs Complicação: evolução para DIP Bartolinite Agente: Gonococo, Clamídia, E. coli e outros Quadro clínico: muita dor na glândula de Bartolin Tratamento: Drenagem, marsupialização (abre e inverte, não sutura) ou bartolinectomia 6 | P á g i n a Doença Inflamatória Pélvica Agentes: iniciais – Gonococo e Clamídia, depois fica polimicrobiano Diagnóstico 3 Critérios Maiores + 1 Critérios Menores OU 1 Critérios Elaborados Maiores (mínimos) Menores (adicionais) Elaborados - Dor hipogástrica - Dor anexial - Dor a mobilização do colo - Cervicite - Febre - Leucocitose - Aumento VHS/PCR - Endometrite na biópsia - Abscesso tubo-ovariano ou fundo de saco - DIP na laparoscopia Tratamento da DIP Ambulatorial Hospitalar MONIF 1 MONIF > 1 Não complicada Sempre reavaliar em 48 – 72h Gestantes, imunocomprometidos, sem melhora após 72h Dip Como Medicar? Ceftriaxone 500mg IM dose única + Doxiciclina 100mg 12/12h VO 14d + Metronidazol 500 mg VO 12/12h 14d Ceftriaxone 1g EV por 14 d + Doxiciclina 100mg 12/12h VO 14d + Metronidazol 400 mg EV 12/12h 14d Opção: Clindamicina EV + Gentamicina EV Melhora em 48-72h → esquema VO + Rastreamento de outras ISTs Classificação de Monif Tratamento Estágio 1 Sem peritonite Ambulatorial Estágio 2 Com peritonite Hospitalar Estágio 3 Oclusão de trompa Abscesso tubo-ovariano Hospitalar Estágio 4 Abscesso > 10 cm ou roto Hospitalar (cirúrgico) Complicações Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (aderências peri-hepáticas, em porta de violino) Outras: dispareunia, infertilidade e gravidez ectópicaAlgo a mais – infecção por Gonococo pode ser diagnosticada a partir de cultura em meio seletivo de Thayer-Martin Corrimento Uretral Uretrite = Cervicite Exceção: gram disponível? Pode avaliar na uretrite. Se vier diplococo gram negativo intracelular – Gonococo e Clamídia (Ceftriaxona + Azitromicina ou Ciprofloxacino + Doxiciclina) Se não tiver diplococo gram negativo – Clamídia (Azitromicina) Observações Rastrear parceiro Rastrear outras ISTs. 7 | P á g i n a Úlceras Genitais Herpes / Cancro mole / Linfogranuloma / Sífilis / Donovanose Mnemônico – Lesão Sem dor (L de Linfogranuloma, S de sífilis e D de donovanose) Cancro Mole Agente: Haemophilus ducreyi Diagnóstico Múltiplas úlceras, dolorosas, fundo sujo, adenopatia que fistuliza para 1 orifício Tratamento Azitromicina 1g dose única VO ou Ceftriaxone 500mg IM Herpes Agente: Herpes simplex Diagnóstico Vesículas e úlceras dolorosas com fundo limpo; Adenopatia dolorosa que não fistuliza Tratamento Aciclovir 400mg 3x/dia por 7-10 dias (na primeira vez) por 5 dias (recorrência) Sintomático (analgésicos / limpeza local) Supressivo por 6 meses se ≥ 6 episódios/ano Lesão herpética ativa no Trabalho de parto é igual a cesariana (indicação absoluta) Sífilis Agente: Treponema pallidum Formas clínicas 1) Primária Cancro duro: úlcera única, indolor que some Múltiplas Úlceras? Sim – herpes (fundo limpo), cancro mole (fundo sujo) ou Donovanose. Não – Linfogranuloma ou sífilis Doloroso? Sim - herpes ou cancro Não - sífilis, donovanose ou linfogranuloma Fistulização linfonodos? Sim - cancro (único), linfogranuloma (bico de regador) Não - sífilis, donovanose ou herpes 8 | P á g i n a 2) Secundária Condiloma plano, roséola, sifílides, madarose, cutâneo-mucosa não ulcerada, alopecia 3) Terciária Goma sifilítica (ulcerada), tabes dorsalis, aneurisma aórtico e artropatia de Charcot Diagnóstico Laboratorial Teste treponêmico (teste rápido): positiva 1º - Faz cicatriz sorológica Não treponêmico (VDRL): positiva 1-3 semanas. MS: Recomenda solicitar os 2 testes para o diagnóstico Padrão-ouro na sífilis 1ª é Campo Escuro (o treponêmico e o não treponêmico pode vir negativo) Controle de cura com VDRL trimestral na não gestante Diagnóstico VDRL FTA Abs Interpretação - - Não é sífilis ou é “janela imunológica” - + Sífilis precoce ou curada + - Falso-positivo + + Sífilis não tratada ou tratada recentemente Gestante (MS) Ideal pedir FTA-Abs se VDRL < 1:8 Controle de cura mensal com VDRL na gestante. Se um teste positivar, iniciar o tratamento e depois confirmar com um segundo teste. Se o primeiro for o VDRL o segundo deve ser treponêmico, e assim vice-versa Tratamento: Penicilina Benzatina (opção – Doxiciclina 100 mg de 12/12h por 14 dias) Primária / Secundária / Latente recente: 1 x 2,4 milhões UI IM Terciária / duração indeterminada / Latente tardia (>2anos): 3 doses x 2,4 milhões UI IM Controle de cura: VDRL mensal (obstetrícia) e Trimestral (ginecologia) Alérgicos: tentar primeiro a dessensibilização na gestação o Ineficaz: estearato de eritromicina Tratamento Inadequadamente tratado o Incompleto ou com outra droga o Iniciado há < 30 dias do parto Observação – Rastreio do parceiro e de outras ISTs Reação de Jarisch-Herxheimer Ocorrer nas primeiras 24h de terapia em 50 a 75% dos paceintes Febre, calafrios, mialgia, cefaleia, hipotensão, exantema e exacerbação das lesões cutâneas Decorre da eliminação de grandes cargas de Ag treponêmicos na circulação, ↑[ ] espiroquetemia 9 | P á g i n a Linfogranuloma Venéreo Agente: Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 Diagnóstico Pápula / úlcera indolor, adenopatia dolorosa Fistuliza em “Bico de regador” (linFLORgranuloma) Cultura em meio de McCoy ou de HeLa 299 Tratamento Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14 a 21 dias Donovanose Agente: Callymatobacterium (Klebsiella) granulomatis Diagnóstico Úlcera profunda, indolor e crônica Biópsia com corpúsculo de Donovan (parece CA por isso pede biópsia) Tratamento Azitromicina 1g VO 1x/semana 3 ciclos ou Doxiciclina 100mg VO 12/12h 21 dias (ou até desaparecer a lesão) Violência Sexual Atendimento Não exigir BO Situação de notificação compulsória Notificar / Exames / Profilaxia DSTs – menor de 18 anos notifica para conselho tutelar também Contracepção Levonorgestrel (P) 1,5mg VO (dose única) se não faz nenhum método de alta eficácia Ideal → em 72h, mas pode-se fazer em até 5 dias Profilaxia DSTs Virais (até 72h) o HIV: Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir por 28 dias o HBV: vacina + Imunoglobulina se não tiver histórico de vacinação. Não virais o Penicilina benzatina 2,4 milhões UI IM (sífilis) o Ceftriaxone 500mg IM (Gonococo, Cancro mole) o Azitromicina 1 g VO dose única (cancro mole, donovanose) o Metronidazol 2g VO dose única (interfere com profilaxia antirretroviral – pode ser feito em um segundo momento apenas para pegar tricomonas) Úlcera < 4 semanas sem Laboratório Sem vesícula Tratar sífilis/cancro Com vesícula Tratar herpes genital 10 | P á g i n a Volume 02 – Neoplasias Ginecológicas I Mama Derrame Papilar (Descarga papilar ou Telorragia) Definição Corresponde à saída de secreção pela papila. Em algumas fontes, o termo descarga papilar é definido como a saída de secreção pela papila fora do ciclo gravídico-puerperal e do período de lactação. Epidemiologia 7 – 10% das queixas nos ambulatórios de mastologia 95% tem causa benigna Classificação Fisiológica Patológica Descarga provocada Multiductal Bilateral Multicolorida Esporádica Descarga espontânea Uniductal Unilateral Aquosa/sanguinolenta Profusa e persistente Lácteo (Galactorreia) Multicolor (verde, amarelo ou marrom) Sanguíneo/Serosanguíneo Hiperprolactinemia (gestação – pode ser sanguinolento também, prolactinoma, medicamentosa – dopamina) Alteração funcional benigna da mama (seroesverdeado), Ectasia ductal (amarelo- esverdeado espesso). Maior causa de descarga sanguinolenta é o papiloma intraductal (Sanguinolento 50% e serossanguinolento 50%), mas pode ser câncer (água de rocha ou sanguinolento). Tem que investigar! Principais causas de derrame papilar Tratado de Mastologia: 1º papiloma intraductal, 2º AFBM e Ectasia ductal e 3º carcinoma in situ Berek e Novak’s Gynecology: 1º papiloma intraductal e 2º carcinoma intraductal Diagnóstico Anamnese: investigar uso de fármacos, identificar fatores de risco para CA de mama Exame físico: é realmente derrame? É espontâneo ou provocado? Coloração? Nódulo? Gatilho? Fisiológica Galactorreia Patológica Não requer investigação Não requer tratamento Farmacológica: suspender droga Microadenomas TTO: Bromocriptina/Cabergolina Macroadenomas TTO: cirúrgico Ressecar o ducto Quando Investigar? Se descarga patológica Espontâneo, uniductal, unilateral, água de rocha ou sangue ↓ Ressecar o ducto Citologia negativa não vai mudar nada pra mim, vou ter que fazer a ressecção do mesmo jeito 11 | P á g i n a Nódulo Palpável Epidemiologia A descoberta de um tumor palpável na mama é um dos episódios mais assustadores na vida de uma mulher. 80% de todos os nódulos da mama são benignos. Definição Lesões que podem ser identificados em três dimensões (largura, comprimento e profundidade). Achado assimétrico quando comparado com a outra mama. Características de Benignidade x Malignidade Benignidade Malignidade Móveis, consistência fibroelástica, contornos regulares e margens definidas. Aderidos, consistência endurecida ou pétrea, contornos irregulares e margens indefinidas, descarga sanguinolentaou em água de rocha, retração de pele e/ou mamilar, invasão de pele ou da parede torácica Diagnóstico Anamnese – identificar fatores de isco para CA de mama Exame físico – é um nódulo? Quanto tempo? Aumentou? História de aspiração ou biópsia? Idade? Como prosseguir diante de um nódulo papável? Móvel x Aderido / Regular x Irregular / Fibroelástico x Pétreo ↓ PAAF (punção aspirativa com agulha fina) Líquido Amarelo esverdeado e após sem lesão residual (fica mais tranquilo) ↓ Imagem Pra ver se saiu tudo, se tem lesão residual, retorno Mais de duas recidivas, liquido sanguinolento, massa residual ou nódulo sólido (dá mais medo) ↓ Imagem (possivelmente vai fazer biópsia) USG Indicações: Mamografia inconclusiva (Birads 0), duvida se o nódulo é sólido ou cístico, avaliação de nódulo em jovem (fica um borrão branco) e gestante Sugere Benignidade Sugere Malignidade Nódulo anecoico (bolinha preta), Homogêneo, Bem delimitado, Reforço acústico posterior Misto, Heterogêneo, Mal delimitado, Sombra acústica posterior, diâmetro vertical > Lateral Ressonância Indicações: prótese, múltiplas cirurgias, Birads 0 Desvantagem: não mostra lesões < 2 mm ou microcalcificação (Não faz rastreio do CA de mama) Mamografia Incidências: Mediolateral oblíqua (aparece o peitoral), craniocaudal (parte mais branca é a parte externa). Quadrante superior externo é onde mais aparece o CA de mama Bi-rads Conclusão Conduta Bi-rads 0 Mamografia inconclusiva (ex.: densa) Compressão melhor, USG ou RNM Bi-rads 1 Nenhuma alteração (só mama) Repetir de acordo com a idade Bi-rads 2 Alterações benignas (regular, homogêneo, calcificações grosseiras) Repetir de acordo com a idade Bi-rads 3 Duvidosa (provável benigna) Repetir em 6 meses Bi-rads 4 e 5 Suspeita/Fortemente suspeita (espiculado, microcalcificações pleomórficas agrupada) Biópsia BI-RADS 3 deve ser acompanhado por 3 anos (6/6m no 1º ano e depois anual). Se após 3 anos a lesão continuar como benigna = BI-RADS 2. Biópsia Ambulatorial Core biopsy (punção por agulha grossa) e Mamotomia (disparo único, menos disponível) Biópsia Cirúrgico Se você acha que é um falso negativo na biópsia ambulatorial, você vai e faz a biópsia cirúrgica. Que pode ser Incisional (retira parte do tumor e lesões maiores – não tira tudo) ou excisional (retira todo o tumor em lesões menores) Lesão Impalpável = vai retirar com margem a partir da Estereotaxia (marcação pré cirúrgica) 12 | P á g i n a Patologias Benignas Fibroadenoma (estroma hipocelular) É o nódulo sólido benigno mais comum. Fibroelástico, assintomático Ocorre mais em mulheres jovens (20 – 35 anos) Tendência: mulheres com mais de 35 anos e maior que 3,5-4,0 cm é melhor tirar, mesmo achando que é fibroadenoma. Mas pode ser um tumor filoides. USG: hiperecoico, delimitado, diâmetro laterolateral > vertical, reforço acústico. Mamografia: calcificação em pipoca (BIRADS 2) Tumor Filoides (estroma hipercelular) Parece um fibroadenoma que cresce rápido ou em idades mais avançadas 20% maligniza. Grande necessidade de exérese com margem grande. Pois pode der recidiva local. Esteatonecrose Nódulo após algum trauma. Incide em mamas volumosas, radioterapia, mamoplastia AFBM Adensamento, Cisto e Mastalgia (Exame físico, PAAF e USG – jovem) Abscesso subareolar recidivante Tabagista de 35 – 50 anos. Parece um câncer. Acontece uma descamação córnea do areolopapilar, onde o epitélio entra por dentro da mucosa. Tratamento: drenagem cirúrgica Ectasia Ductal Dilatação dos ductos terminais que culmina com acumulo de secreção, apresentando uma descarga amerelada-esverdiada. Mais em idosas. Tratamento: retirada do ducto terminal Eczema Areolar Dermatite do complexo areolopapilar. Responde bem a corticoide, bilateral, evolução centrípeta e lesão pruriginosa. Faz diagnóstico diferencial com doença de Paget Papiloma Intraductal Descarga papilar sanguinolenta ou serossanguinolento. Quando se manifesta como nódulo ele é único. Mulheres de 30 – 50 anos. Mastalgia Queixas Dor mamária, Ingurgitamento e aumento da sensibilidade Classificação Cíclica Ocorrência varia com o ciclo menstrual (fase lútea tardia – fase pré-menstrual) Início na 3ª década Bilateral e difusa Dor em peso e hipersensível Exame físico inespecífico Acíclica Não tem associação com o ciclo menstrual 4ª década Unilateral e localizada, mas pode ser bilateral (atletas) Queimação e pontada Pode apresentar alterações Extramamária Acha que vem na mama, mas não é Causas Alteração funcional benigna da mama Ectasia, adenose esclerosante, mastite Síndrome de Tietze – inflamação da articulação costocondral Doença de Mondor – tromboflebite de veias superficiais do tórax e da parte superior do abdome Nevralgia intercostal Contratura muscular Fatores Predisponentes Estresse – liberação de serotonina, diminui dopamina, aumenta prolactina, causa a dor mamária Tabagismo, Retenção hídrica, Ingestão de cafeína ou metilxantinas, Atividades diárias Uso de medicamentos: antidepressivos e ansiolíticos Definição da Intensidade Leve – Não interfere na qualidade de vida (sono, relações sexuais) e nas atividades diárias (trabalho) Moderada – Interfere na qualidade de vida, mas não nas atividades diárias Grave – Interfere na qualidade de vida e nas atividades diárias Avaliação Diagnóstico Anamnese + Exame físico + Exames de imagem (Rx, mamografia, USG - jovens) Tratamento Conduta expectante. Orientação: esclarecimento de que se trata de doença benigna + sustentação mecânica da mama. Avaliar tratamento medicamentoso: sintomas > 6 meses, alteração das atividades diárias e/ou da qualidade de vida. Tratamento medicamentoso: nenhum dos fármacos cura a Mastalgia, eles aumentam o período de remissão. Tamoxifeno (mais eficaz – reservado para Mastalgia grave, pode causar CA de endométrio) ou Danazol (único liberado pelo FDA, também para casos graves) 13 | P á g i n a Alterações Funcionais Benignas das Mamas Termos em Desuso (sinônimos) Displasias mamárias, doenças fibrocística, mastopatia fibrocística Definição da AFBM Termo que envolve três espectros clínicos que se associam em graus variados: dor mamária cíclica adensamento e cistos (tríade clínica) Espectros Clínico Mastalgia – dor mamária cíclica Adensamento – área de endurecimento, localizado (bidimensionais) Cistos – etapa involutiva do nódulo mamário Obs.: Manifestações clínicas de um processo fisiológico comum, que podem estar associadas em diferentes graus. Não é receita de bolo a tríade com mesmos graus de afecção. Abordagem Diagnóstica 1ª passo – anamnese (Dor mamária cíclica e história de cistos) + exame físico (inespecífico para dor, tumor mais nas regiões centrais, tumor móvel, firme-elástico, indolor, espessamentos mamários, descarga papilar seroesverdeada, multiductal, bilateral – não faz parte da tríade) 2ª passo – ultrassonografia das mamas (Anecóica, bem delimitada, diâmetro latero-lateral maior que o vertical, reforço acústico posterior, sombra lateral, capsula ecogênica) Abordagem Terapêutica Mastalgia Adensamentos Cistos Excluir câncer, Tranquilizar e orientar, medicar o mínimo Excluir câncer, não requerem tratamento Excluir câncer PAAF (indicações: dor e cistos volumosos), acompanhamento com USG Tratamento cirúrgico (indicado em cistos complexos e exclusão de cistos com várias recidivas que apresentam massa residual pós-punção ou cujo líquido seja sanguinolento 14 | P á g i n a Câncer de Mama Definição Proliferação maligna das células epiteliais que margeiam os ductos ou os lóbulos Como se dá esta proliferação incontrolável de células anormais? Alterações genéticas (hereditátias, adiquiridas por exposição a fatores ambientais, adquiridas por exposiçãoa fatores fisiológicos). Mudança no crescimento celular ou na morte celular programada Aspectos Genéticos do CA de Mama Genes Supressores: inibem o crescimento celular, quando sofrem mutação eles não freiam o crescimento excessivo – p53, BRCA1 e BRCA2 Protoncogenes: se eu tenho uma mutação eu tenho um estímulo celular, ocorrendo multiplicações excessivas podendo evoluir para malignidade – C-ER-B2 Epidemiologia Maior causa de morte por câncer em mulheres (sul e sudeste apresentam as maiores taxas) Número estimado de casos novos de CA de mama para o Brasil é superior a 57 mil. Acomete homens em 1% dos casos Grave problema de saúde pública Faz jus a grande investimentos em pesquisas, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento História Natural do CA de Mama Epitélio normal que em algum momento tem um gatilho para que apresente um maior número de mitoses de crescimento celular (hiperplasia), dando origem a um epitélio típico, que em algum momento começa a promover uma linha celular de epitélio atípico. Que progride para um carcinoma intraductal (in situ) ou intralobular (in situ). Que finaliza em um carcinoma invasor. Obs.: não se sabe se todos os CA passam por todos os estágios. Fatores de risco Idade > 40 anos, história familiar, mutação BRCA, Fatores relacionados ao estrógeno: nuliparidade, menarca precoce, menopausa tardia ou seja menacme prolongado, primiparidade idosa, dieta rica em gordura, CA in situ, sexo feminino 99%) e hiperplasia atípica Sem Risco Aumentado para CA de mama Ectasia ductal, fibroadenoma, cistos, AFBM, mastite, fibrose, hamartoma, adenose não esclerosante, metaplasia apócrina/escamosa (NÃO SÃO LESÕES PROLIFERATIVAS) Rastreamento Mamografia bienal de 50 a 69 anos 2015 o ministério da saúde contraindicou autoexame e exame clínico passou a benefício incerto FEBRASGO diz: mulheres de baixo risco faz mamografia anual de 40 a 69 anos. Mulheres alto risco (mutações do BRCA1/BRCA2, hiperplasia atípica) vão fazer mamografia antes dos 40 anos (≥35 anos) Tipo Histológico Ductal infiltrante é o tipo invasor mais comum. Lobular infiltrante tendência bilateralidade e multicêntrico (prognóstico pior), pequeno, sólido. Carcinoma inflamatório é localmente avançado (casca de laranja – T4). Pior prognóstico. Metastatização precoce Doença de Paget tem que diferenciar de eczema benigno. No Paget tem destruição do complexo aureolo papilar e descamação unilateral. De evolução lenta, não é pruriginosa. Sem resposta aos corticoides. Medular – pacientes mais jovens. Mutação do BRCA1 Tubular – pacientes idosas. Bom prognóstico Mucinoso – pacientes idosas. Bom prognóstico Papilífero – pós-menopausa, associado ao derrame papilar sanguinolento Imuno-histoquímica Receptor hormonal (no tratamento eu bloqueio estrogênio para diminui a chance de recidiva) Superexpressão de HER (tem relação com pior prognóstico) e Ki-67 Estadiamento T0 – sem tumor N0 – não invade linfonodos M0 – sem metástase Tis – lesão in situ N1 – ipisilateral axilar móvel T1 – Tumor até 2 cm N2 – ipisilateral axilar fixa T2 – tumor de 2 a 5 cm N3 – mamária interna ipisilateral M1 – Metástase à distância T3 – tumor > 5 cm T4 – Tu invasivo ou CA inflamatório 15 | P á g i n a Tratamento Tipos de cirurgias Conservadora Mastectomia radical Avaliar a relação tumor/mama (até 3,5 cm / corresponda < 20% da mama) Segmentectomia/Quadrantectomia Contraindicação Doença multicêntrica, relação mama/tumor ruim, impossibilidade de RT pós-operatória e gestação (relativa) Doença multicêntrica, relação mama/tumor ruim, impossibilidade de RT pós-operatória e gestação (relativa), > 20% da mama, esclerodermia, lúpus. Simples: sem esvaziamento axilar. Tira mama e pele Halsted: linfonodo, mama, pele, peitoral maior e menor Patey: tira linfonodo, mama, pele e peitoral menor Madden: tira linfonodo, mama e a pele (Mais feita) Tem que fazer a avaliação dos linfonodos em todas as vezes Esvaziamento completo x linfonodo sentinela Linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo a drenar a área do tumor. O linfonodo mais corado é o que eu vou tirar e mandar para o patologista. Se ele for negativo vai evitar a dissecção axilar radical Se vier positivo, faz o esvaziamento completo (clássico) Contraindicação: não fazer linfonodo sentinela em axila clinicamente positiva Complicação do esvaziamento radical: escápula alada por lesão do torácico longo que é responsável pelo músculo serratil anterior, não estabiliza mais a escápula. Quimioterapia Adjuvante Quando? Tumores > 1 cm Linfonodo positivo (≥N1) Metástase hematogênica (M1) Quimioterapia Neoadjuvante Antes da cirurgia para reduzir tumor Radioterapia Adjuvante Cirurgia conservadora Axila muito acometida Tumores > 4cm Hormonioterapia Na hora da histoquímica percebemos que ela é receptor estrogênio positivo usar tamoxifeno (antagonista para mama, mas agonista para endométrio – pode dar CA de endométrio, faz USGTV anual para avaliar espessamento do endométrio, Reduz o risco de recidiva) ou inibidores de aromatase por 5 anos Terapia Alvo Dirigida - Trastuzumabe Usado para pacientes com superexpressão HER2 (pior prognóstico e agressivo) Diminui efeitos adversos 16 | P á g i n a Câncer de Ovário Fatores de Risco História familiar (aumenta em 3x) – principal fator identificável Idade (±60 anos) Mutação do BRCA (CA mama/ovário) Dieta rica em gordura Menacme longo (menarca precoce <11 anos, menopausa tardia) Nuliparidade (nem engravidou para dar uma pausa para o ovário) Indutores de ovulação (bota mais ainda o ovário para funcionar) Obesidade Tabagismo (carcinoma mucinoso) Fatores ambientais (asbesto e carbonato de cálcio) Fatores de Proteção Amamentação Uso de anovulatórios (contraceptivos orais) Laqueadura tubária (nova reestruturação angiogênica) Ooforectomia profilática Diagnóstico História Clínica e USG suspeita S – Sólido U – USG doppler com índice de resistência baixo (< 0,4) S – Septada (septo grosso) P – Papilas E – Espessamento de parede I – Irregular T – Tamanho > 8cm A – Antes/Após menacme e Ascite Critérios de Sassone Pontuação Estrutura Espessura Septo Ecogenicidade 1 Lisa Fina < 3mm Sem septos Anecóica 2 Irregular Espessa > 3mm Fino < 3mm Hipoecoica 3 Papilaridade Maioria sólida Espesso > 3mm Hipoecoica central 4 Maioria sólida ------------------------ ------------------------ Hipoecoica mista 5 ------------------------ ------------------------ ------------------------ Hiperecoica Somatório > 9 – Alta suspeita de malignidade CA 125 Principal marcador para CA de ovário, mas pode estar negativo e ser, estar positivo e não ser Portanto, não tem rastreio para CA de ovário. Pode estar elevado em casos de DIP, mioma, gravidez. É bom para completar uma avaliação tumoral, ferramenta a mais no seguimento pós tratamento. Outros Marcadores CEA – carcinoma embrionário mucinoso CA19.9 – mucinoso Alfafetoproteina – carcinoma embrionário e de seio endodérmico hCG – carcinoma embrionário e coriocarcinoma LDH – germinativos Histopatológico é que dá o diagnóstico definitivo (suspeita = cirurgia: laparotomia, lavado, biópsia, omentectomia, histerec, anexec, linfadenec) Rastreamento Não está indicado em população de baixo risco É feito a partir dos 30 – 35 anos para pacientes com síndrome de Lynch II e 5 – 10 anos antes da idade do primeiro diagnóstico de câncer associado à síndrome de Lynch em qualquer membro da família Semestral/anual – dosagem de CA125 e USG transvaginal Anual – exame pélvico e dopplerfluxometria Tem suspeita = cirurgia 17 | P á g i n a Tumores Benignos Não Neoplásicos Cistos funcionais (folicular/corpo lúteo/tecaluteínos), endometriomas, abscesso tubo-ovariano, ovários policísticos Neoplásicos (Proliferativos) Tumoresde Células Germinativas (Teratoma císto benigno ou Cisto Dermoide – cabelo, dente, cartilagem ou Teratoma maduro), cistadenoma seroso, cistoadenoma mucinoso. Tumores Sólidos Benignos Fibroma, Tumor de Brenner (alguns livros didáticos o classificam como tumores epiteliais neoplásicos), Luteoma da Gravidez Tumores Funcionantes Feminilizantes (Tecomas, Tumores de células hilares, gonodoblastomas), Virilizantes, Struma ovaril Tumores Limítrofes Hiperplasia epitelial com pseudoestratificação em tufo cribiforma e micropapilar, atipia nuclear e aumento da atividade mitótica, grupos celulares isolados, Ausência de invasão verdadeira estroma, ou seja, sem destruição tecidual Síndromes de Meigs – tumor sólido de ovário + ascite + derrame pleural Massa Anexial por Frequência e Faixa Etária Infância Tumores de células germinativas, cistos funcional Adolescência Cisto funcional, Gravidez ectópica, Teratoma cístico benigno ou outro tumor de células germinativas, Tumor ovariano epitelial Menacme Cisto funcional, Gravidez ectópica, Tumor ovariano epitelial Perimenopausa Cisto funcional, Tumor ovariano epitelial Pós-menopausa Cisto funcional, Tumor ovariano Maligno ou Benigno Conduta Expectante – cistos simples (funcionais) na pré-menopausa Cirurgia nos benignos – preferencialmente videolaparoscópica, conservadora (ooforoplastia) quando? Massa sólida ou complexas ou suspeitas em qualquer idade Cistos na pós-menopausa (especialmente quando > 5 cm) 18 | P á g i n a Tumores Malignos Característica Clínica Assintomático nas fases iniciais Diagnóstico precoce difícil Alta morbiletalidade (diagnóstico tardio) Quarta neoplasia ginecológica em frequência Tumor Epitelial Adenocarcinoma Seroso é o mais comum, bilaterias e apresentam corpos psamomatosos. Adenocarcinoma mucinoso, é o que apresenta maior volume, seu conteúdo é gelatinoso, que quando extravasa pode formar aderências nas alças intestinais (pseudomixoma) Cistoadenocarcinoma endometrioide – associação com a endometriose Tumor de células claras – pior prognóstico Tumor de Brenner – Pode levar a síndrome de Meigs (Ascite + Derrame pleural) Germinativo Disgerminoma – germinativo maligno mais comum (principal tumor de ovário em crianças) Teratoma imaturo – pseudopuberdade precoce, células mais indiferenciadas, mais do ponto de vista fetal – mais maligno Carcinoma embrionário – pacientes jovens, Alfafetoproteina, hCG, CEA Tumor de seio endodérmico – apresentam corpúsculo de Shiller-duval Coriocarcinoma – hCG, pacientes jovens Struma ovarii – metástase 50% vem do tecido tireoidiano Cordão Sexual Androblastoma – androgênio (hipertrofia muscular, aumento do clitóris, virilização súbita) Krukenberg – metástase para o ovário (Anel de sinete), sitio primário mais comum é o estomago (mau prognóstico) Teca-Granulosa – puberdade precoce, CA endométrio, Corpúsculo de Carl-Exner Sertoli-Leydig – virilização, androstenediano, testosterona Tecoma e Fibroma – mais comum para dar síndrome de Meigs Tratamento Laparotomia – diagnóstico, estadiamento e tratamento (lavado peritoneal + biópsia peritoneais + histerectomia total + anexectomia bilateral + omentectomia infracólica + ressecar implantes e linfonodos Mulher em Idade fértil IA (apenas em um ovário) e G1 (bem diferenciado) Avaliar salpingo-ooforectomia unilateral até a mulher engravidar Estadiamento (todos estadiamentos ginecológicos são cirúrgicos, exceto colo) IA Apenas um ovário IB Bilateral IC Cápsula rota ou citologia + II Acometimento da pelve III Acometimento do abdome IV Metástase fora do abdome Quimioterapia Adjuvante é feita para ≥ IC ou em Tumores indiferenciados (G3) A maioria vai fazer QT, pois não tem rastreio para o CA de ovário, estando em estágios avançados Vias de Disseminação do Câncer de Ovário Transcelômica Mais comum e mais precoce Esfoliação das células do ovário que se implantam na cavidade peritoneal Continuidade Comprometimento capsular facilita a disseminação direta (trompas, ovário contralateral e peritônio pélvico) Linfática É comum, mas tardia. Linfonodos paraórticos, pélvicos e inguinais Hematogênica Rara. Ocorre em estágios avançados da doença 19 | P á g i n a Tumor Produtor de Esteroides (Tumor da Granulosa) Conceito Os tumores da granulosa, por produzirem estrógenos, podem levar à hiperplasia endometrial e câncer de endométrio, além de doença fibrocística da mama. Não podemos esquecer os efeitos benéficos dos estrógenos, como melhora do trofismo vaginal Clínica Pós-menopausa, Estrogênio aumentado, sangramento, dor na mama (Mastalgia – alteração funcional) Conduta Abordagem de tumoração ovariana na pós-menopausa é sempre cirúrgica O estudo de congelação da peça durante a cirurgia define a conduta subsequente No diagnóstico de tumor da granulosa, e dada idade da paciente, a cirurgia fundamental para o tratamento do câncer de ovário está indicada Cuidados: toda cirurgia anexial tem que ter um patologista junto para fazer uma biópsia de congelação, para ver se a cirurgia terminou ali ou precisa se estender mais. Características Histopatológica Corpúsculo de Carl-Exner 20 | P á g i n a Volume 02 – Neoplasias Ginecológicas II (Endométrio, Colo Uterino e Vulva) Câncer de Colo de Útero Fatores de Risco HPV 16 e 18 (são os mais oncogênicos, sendo o 16 “O” mais oncogênico) Fatores para DST (múltiplos parceiros, não usa preservativo, já teve DST,) Tabagismo Baixa imunidade Anamnese + Exame Físico Estágios avançados: dor, corrimento, sangramento (Não é aqui que queremos fazer o diagnóstico) Rastreio Colpocitologia (queremos fazer o diagnóstico aqui, numa fase precoce, altamente controlável) Quando Colher? Entre 25 a 64 anos, após a sexarca... 1x/ano, após 2 negativos, a cada 3 anos Obs.: mesmo tendo iniciado a vida sexual antes dos 25 anos, não precisa fazer, só após os 25 anos Situações especiais Gestante – Tudo igual, colhe até na endocérvice HIV – após a sexarca em qualquer idade já começa a colher. Vai colher de 6/6 meses no primeiro ano. Se negativo passa a fazer anual. HIV com CD4 < 200 – manter de 6/6 meses até corrigir Virgem – Não colher preventivo (Não rastreio porque este câncer está associado 99,9% com o HPV). Como colher? Coleta ectocervical e Endocervical (nome, data, prontuário) Como conduzir? Lesão Intraepitelial de baixo grau (LIE-BG ou LSIL) Repetir o preventivo Em 6 meses se ≥ 25 anos Em 3 anos se < 25 anos Se 2 resultados LIE-BG Colposcopia Atipia Escamosa Celular indeterminada (ASC-US) Repetir o preventivo 6 meses (≥ 30 anos) 12 meses (25 – 29 anos) 3 anos (< 25 anos) Se 2 resultados ASC-US Colposcopia Atipia Escamosa Celular com alto potencial neopláscio (ASC-H) Colposcopia Atipia Glandular Cervical (AGC ou AGUS) Colposcopia + avaliando o canal porque é onde tem glândula (epitélio colunar), se mais de 35 anos, olhar até o endométrio. Lesão Intraepitelial de alto grau (LIE-AG ou HSIL) Colposcopia Atipia de Origem Indefinida (AOI) Colposcopia (eu nem sei o que é) HIV positivo com LIE-BG ou ASC-US Colposcopia Se macroscopicamente já parece câncer Colposcopia Coilocitose, discariose e disceratose Achados citológicos compatíveis com o efeito citopático do HPV, não tem manifestação de CA. Não indica necessidade de colposcoia, nem repetir coleta 21 | P á g i n a Colposcopia + biópsia (Diagnóstico) Dois líquidos que usamos (testes para delimitar a área da biópsia) Ácido acético – procura a área com grande atividade proteica (fica acetobranca), ou seja, local de grandeproliferação celular. Lugol (teste de Schiller) – avalia a área com muito a ou pouca quantidade de glicogênio. Uma área com pouco glicogênio fica iodo negativa e sabemos que o epitélio escamoso (ectocérvice) é rico em glicogênio e o normal é o iodo corar bem. Se vier negativo é área suspeita (Teste de Schiller positivo quando iodo negativo) Detalhe – Na gestante eu só faço a biópsia se suspeita de invasão Olha a tabela para saber se tem suspeita de invasão Achado mais suspeito – Vasos atípicos Colposcopia Insatisfatória É aquela que eu não visualizei a JEC (junção escamo-colunar), ponto mais crítico (local de maior risco de câncer de colo) Como conseguir a amostra correta o Abrir mais o espéculo o Espéculo endocervical (pinça pequena) e olha para ver se não tem nada o Para mulheres mais velhas pode passar Estrogênio para deixar a JEC mais exposta Avaliação do Canal Endocervical Quando há necessidade Na AGC/AGUS tem que avaliar o canal Faz um escovado Endocervical (recomendado pelo ministério da saúde) ou curetagem do canal Endocervical ou histeroscopia Resultados da Biópsia (Histologia) – NIC ou Câncer NIC I (Lesões Intraepiteliais) Não é câncer, mas dependendo o tipo de NIC aumenta a chance de evoluir para câncer. NIC I – não estou preocupado com câncer, acompanho por 2 anos. Mas se continua vindo como NIC I nestes 2 anos, eu vou destruir a lesão (Crioterapia ou Cauterização) ≥ NIC II – pode ser câncer, tem que tirar um pedaço maior o Exérese (CAF) quando... Você visualiza os limites, a JEC e Não suspeita de invasão o Cone ou EZT tipo II quando...Suspeita de invasão, Não vê limite da lesão e JEC Câncer Cervical CA de colo mais comum é o epidermoide (escamoso ou espinocelular), o 2º o adenocarcinoma (HPV 18) Estadiamento 2018 + Tratamento Estádio 0 Carcinoma in situ O Cone é diagnóstico e tratamento Estádio 1 1A1: < 3 mm Padrão: histerectomia tipo 1 Deseja engravidar: cone é suficiente 1A2: 3 – 5 mm Padrão: histerectomia tipo 2 + linfadenectomia pélvica 1B1: ≥ 5 mm – 2 cm Padrão: Wertheim-Meigs (histerectomia total + retirada dos paramétrios e uterossacros + terço superior da vagina + linfadenectomia pélvica) Anexectomia não é obrigatória 1B2: ≥ 2 cm – 4 cm 1B3: ≥ 4 cm Wertheim-Meigs ou Quimiorradioterapia Estádio 2 2A1: Parte superior da vagina ≤ 4cm 2A2: Parte superior da vagina > 4 cm Quimiorradioterapia 2B: Invade paramétrio Estádio 3 3A: 1/3 inferior da vagina 3B: Parede pélvica/hidronefrose 3C1: Linfonodo pélvico 3C2: Linfonodo para-aórtico Estádio 4 4A: Bexiga e reto 4B: Metástase à distância Obs.: pacientes até 24 anos na vigência de exame citopatológico (que não deveria ser feito) com diagnóstico de HSIL devem ser encaminhadas para a colposcopia. Na presença de achado maior, deve-se realizar a biópsia. Se ela revelar NIC III, o seguimento citológico e colposcópico semestral por 2 anos é recomendado nas mulheres até 20 anos 22 | P á g i n a Condiloma Acuminado HPV 6 e 11 Forma benigna Tratamento o Cautério/laser – principalmente em lesões extensas o Químico (ácido tricloroacético) – principalmente em gestantes o Imunomoduladores – tem baixo sucesso o Cirúrgico – para lesões grandes Câncer de Vulva Fatores de Risco HPV Tabagismo Linfogranulomas venérios – Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 Baixo nível socioeconômico Promiscuidade sexual Imunossupressão crônica Síndrome Metabólica (Obesidade, Diabetes e Hipertensão) Diagnóstico O mais comum é o prurido crônico com irritação vulvar permanente (70%), muito inespecífico. Ai a lesão vai aumentando, cronificando. Exames – teste de Collins e biópsia Tipo – mais comum é o escamoso (é o epitélio que recobre vulva, vagina e colo), 2º melanoma Local mais comum – grandes lábios Disseminação – linfática (na gineco exceto o ovário que é transcelômica), com menor frequência por extensão direta para estruturas adjacentes e hematogênica Tratamento Em regra geral: > 2 cm vulvectomia Até 2 cm pode ressecar com margem Diagnósticos Diferenciais Líquen Escleroso o Lesão branca mais comum da vulva. Exemplo em questão – pápulas atróficas esbranquiçadas, que coalescem em determinadas regiões com formação de placas de porcelana e distorcem a anatomia normal o Pode acontecer em qualquer idade, embora seja mais comum em mulheres na pós- menopausa. o Os sintomas incluem prurido, dispareunia e queimação. A superfície é pálida, com um padrão brilhante, enrugado, frequentemente com fissuras e escoriação. A lesão tende a ser simétrica e normalmente se estende até as regiões perineal e perianal. o O diagnóstico é confirmado por estudo histopatológico de biópsia dirigida da lesão o Tratamento: corticoide tópico de alta potência, como o propionato de clobetasol a 0,05% o Seguimento: observar a lesão semestralmente Melanoma o Segunda malignidade mais comum da vulva o Estadiamento: Clark, Breslow e Chung o Tratamento: cirúrgico com ampla margem dependendo do estadiamento 23 | P á g i n a Câncer de Endométrio Fatores de Risco Ação estrogênica sem proteção da progesterona (progesterona protege o endométrio) Obesidade (produz estrogênio no t. adiposo – principal Fator de Risco) ainda mais pós-menopausa > 60 anos Nuliparidade Branca Anovulação crônica Mecacme longo (hormônio dependente, quanto mais estrógeno, mais aumenta o risco) Diabetes Hiperplasia Câncer do “americano” Tamoxifeno Síndrome de Lynch II Fatores de Proteção Multiparidade Tabagismo Contracepção com progesterona Diagnóstico Clínica e USG o Sangramento peri ou pós-menopausa – 95% das mulheres com diagnóstico de câncer de endométrio possuem algum sinal ou sintoma da doença, sendo os mais comuns, sangramento ou corrimento genital o Endométrio > 4 mm sem terapia hormonal o Endométrio > 8 mm com terapia hormonal o Colpocitologia pode ser suspeita para CA endométrio se resultado com célula endometrial após a menopausa (> 10 dias da DUM) Na suspeita realizar a biópsia com... o Cureta de Novak (falso negativo frequente) – Ambulatório o Curetagem fracionada – Centro cirúrgico o Histeroscopia com biópsia (biópsia sob visualização direta) Resultados (Hiperplasia endometrial ou câncer de endométrio) Hiperplasia Endometrial (Procede 80% dos CA endométrio) Tratamento Tipos de Hiperplasia segundo a OMS (risco de Malignização) Tipos de Hiperplasia segundo o International Endometrial Group Simples sem atipia (1%) Complexa sem atipia (3%) Benigna ou sem atipia Progesterona (+ utilizado) Histerectomia se pós- menopausa com falha no tratamento clínico (exceção) Simples com atipia (8%) Complexa com atipia (29%) Neoplasia intraepitelial endometrial (NIE) ou atípica Histerectomia é de eleição na presença de atipia Progesterona se desejo de engravidar (exceção) Câncer de Endométrio (Endometrioide é o mais comum, de bom prognóstico) CA de células claras e seroso papilar são mais agressivos, mas menos comuns Estadiamento e Tratamento (Laparotomia) Lavado + histerectomia total abdominal + anexectomia + linfadenectomia Consegue fazer o estadiamento Estádio 1 1A (até metade do meiométrio) e 1B (mais da metade) + glandular endocervical Estádio 2 Estroma cervical Estádio 3 Anexos, vagina, paramétrio e linfonodos Estádio 4 Bexiga, intestino e à distância Dai eu consigo saber ser vai pra QT ou RT RT se ≥ 50% invasão miometrial (≥1B) e QT se metástase 24 | P á g i n a Guia de Sangramento da Mulher Sangramento em Jovens Obstétrico Infecção HPV Disfuncional Sangramento Pós-Menopausa Atrofia – USG endométrio fino (30%) Terapia hormonal – desde que ela use (30%) CA endométrico – USG endométrioespesso + fatore de risco (15%) o Endométrio > 4 mm sem terapia hormonal o Endométrio > 8 mm com terapia hormonal o Colpocitologia pode ser suspeita para CA endométrio se resultado com célula endometrial após a menopauda 25 | P á g i n a Volume 03 – Ciclo Menstrual, Distopia Genital e Incontinência Urinária Incontinência Urinária Perda Urinária Bexiga Hiperativa Urgência miccional, polaciúria, noctúria... São contrações do detrusor durante o enchimento vesical (laudo urodinâmico) Incontinência de Esforço Tosse, espirro, esforço...É a perda de urina pela uretra, quando a pressão vesical é maior que a pressão uretral, na ausência de contrações do detrusor Fístula (vesico ou ureterovaginal) História de cirurgia pélvica, radioterapia Transbordamento Muito tempo sem urinar. Lesões neurológicas, diabetes Continência Urinária Depende do controle do sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático). Onde eu tenho o receptor alfa no colo vesical para fechar o esfíncter (adrenalina), receptor beta adrenérgico no músculo detrusor para relaxar e receptores muscarínico (M3) no detrusor, para a acetilcolina contrai-lo. O SN somático faz o controle neuromuscular externo (assoalho pélvico e esfíncter uretral externo) Simpático – encher a bexiga (armazenamento) – noradrenalina Parassimpático – esvaziar a bexiga – acetilcolina Anamnese Idade, doenças sistêmicas (DPOC, DM, neurológicas), infecção urinária, obesidade, história obstétrica (número de partos) – não adianta fazer cesárea para diminuir casos de incontinência urinária, medicação em uso, cirurgias prévias. Bexiga Hiperativa x Incontinência de Esforço Exames Complementares Urina tipo I e Urinocultura (ITU pode levar à perda urinária) Hematúria sem ITU, mais de 50 anos e tabagista – fazer cistoscopia (pensar em CA de Bexiga) Mobilidade do colo vesical (menos utilizado) – Teste do cotonete com ângulo > 30º e USG Teste de Bonney – coloca o dedo parando ou não a perda Padrão ouro – Urodinâmica (videourodinâmica) Não são todos que vão necessitar de urodinâmica (guarda para quem precisa) Quando fazer Urodinâmica Incontinência urinária de esforço sem perda no exame físico Incontinência urinária mista (esforço e hiperativa) Falha no tratamento clínico (vi a perda ao esforço, tratei e não melhorou) Antes de cirurgia Prolapsos grandes em parede anterior (mascaram a incontinência urinária) Urodinâmica 1. Fluxometria (fluxo máximo > 15 ml/s) Fluxo livre, máximo, volume (pedir para ela fazer o xixi) 2.Cistometria Vamos encher a bexiga da paciente e comparar os dois transdutores, na bexiga e no reto. Queremos observar se ela perde urina, tem dor, desejo miccional na fase de enchimento Não pode haver na fase de enchimento: atividade do detrusor, perda de urina ou dor 3.Estudo miccional Avaliação da obstrução de fluxo (mais válido para os homens) Resultados Curva da Pressão Vesical Curva da Pressão Abdominal Pressão detrusora = Pressão vesical – Pressão Abdominal 26 | P á g i n a Incontinência de Esforço Análise da Urodinâmica Curva da Pressão Vesical igual à da Pressão Abdominal + Fluxo (perda urinária) Que pode ser dividida entre hipermobilidade vesical ou Defeito esfincteriano Para sabermos qual das duas, dependemos da pressão de perda ao esforço (PPE) Sem influência do músculo detrusor PPE > 90 cm H2O = Hipermobilidade vesical (precisa de muita força para ter fluxo) PPE < 60 cm H2O = Defeito Esfincteriano (não precisa de muita força para ter fluxo) Tratamento Clínico – diminuir o peso (obesidade é fator de risco), fisioterapia (Kegel, biofeedback) Farmacológico (melhor não) – duloxetina e agonistas alfa-adrenérgicos (aumento de AVE) Cirúrgico: Hipermobilidade (padrão já foi cirurgia de Burch, hoje o padrão ouro é o Sling) Defeito esfincteriano (fisioterapia, padrão ouro Sling/TVT/TOT) Usa mais TVT se tiver uma cistocele junto. TOT não precisa de cistoscopia pós operatório (menor risco) Bexiga Hiperativa (Urgência) Análise da Urodinâmica Aumento da pressão vesical sem aumento da pressão abdominal, portanto que fez isso foi o musculo detrusor (laudo etiológico: contração não inibida do detrusor) + perda urinária Antes de encher a bexiga o detrusor já quer esvaziar Tratamento Gerais: diminuir o peso, cafeína e tabagismo Estimular a fisioterapia: cinesioterapia e eletroestimulação Medicamentoso: anticolinérgicos (Oxibutinina/Tolterodina/Darifenacina/Solifenacina) Segunda linha: imipramina Novidade: Mirabregona – agonista beta adrenérgico (relaxa o musculo detrusor) Não pode anticolinérgico: quem tem glaucoma de ângulo fechado, arritmias, gestação e lactação Incontinência Mista Associação de incontinência urinária de esforço e hiperatividade do detrusor Diagnóstico: urodinâmica Tratamento: primeiro componente da hiperatividade Tratamento cirúrgico para incontinência apenas se persistir a perda Síndrome da Bexiga Dolorosa Urgência e polaciúria + dor à distensão vesical que alivia ao esvaziar Diagnóstico de exclusão Úlcera de Hunner – petéquias quando começa a encher a bexiga Anatomia do Assoalho Pélvico Aparelho de suspensão (ligamentos) Anteriores – pubovesicuterinos Laterais – cardinais ou paramétrios Posteriores – uterossacros Aparelho de sustentação (músculos) Diafragma pélvico (músculo levantador do ânus – ileococcígea, pubococcígea e puborretal) e coccígeo Diafragma urogenital (músculos transversos superficial e profundo do períneo) Fáscia endopélvica 27 | P á g i n a Distopias Ginecológicas Prolapso apicais (uterino, de cúpula), vaginal anterior e vaginal posterior Descolamento de um órgão de seu posicionamento e/ou localização habitual Um dos tipos de distopia é o prolapso genital Prolapso: é definido como todo deslocamento caudal dos órgãos pélvicos (uretra, bexiga, alças intestinais e reto) através da vagina, podendo ocorrer em diferentes graus Prolapso Uterino Medida do colo Alongamento Hipertrófico do Colo Prolapso Uterino Só um colo longo (cervicometria) Tratamento: amputação parcial do colo Colo de tamanho normal com prolapso do fundo de saco. Tratamento: histerectomia Prolapso Uterino Verdadeiro Sintomáticos: histerectomia vaginal total com reconstrução do assoalho pélvico ou Manchester (ex.: nulíparas) – estágios III e IV (grande) Manchester para Manter o útero (também para colo hipertrófico) Sintomáticos com alto risco cirúrgico: fisioterapia e uso de pessários Prolapso de Cúpula (Elitrocele) Pós-histerectomia Fatores predisponentes: técnica inadequada, hematomas, infecções, obesidade Tratamento: Fixar cúpula vaginal ao promontório (sacrocolpopexia) ou colpocleise (cirurgia de Le Fort) Registrar no prontuário: contraindicar vida sexual ativa Prolapso Vaginal Anterior – Cistocele ou uretrocele Etiologia: defeito central ou de distensão. Lesão da fáscia vesicovaginal Vagina perde a rugosidade, mas mantém sulcos anterolaterais Clínica: peso na pelve, dor, bola na vagina, sintomas urinários, disfunção Realização do estudo urodinâmico Conduta: colporrafia (colpoperineoplastia) anterior – correção da fáscia pubovesicuterina. Prolapso Vaginal Posterior – Retocele Etiologia: adelgaçamento da fáscia retovaginal e dos seus pontos de fixação às margens laterais dos músculos elevadores do ânus ou lesão do centro tendíneo do períneo (elemento de suporte acessório para os órgãos do assoalho) Conduta: colporrafia posterior (sutura da fáscia retovaginal) Ruptura – colpoperineoplastia Prolapso Vaginal Posterior – Enterocele Tipos: congênitas, Pulsão, Tração ou Iatrogênica Exame físico: manobra do tampão vaginal e toque retal Conduta: via vaginal Culdoplastia de McCall Via abdominal cirurgia de MuschowitzClassificação POP-Q Aa e Ba – Parede anterior Ap e Bp – Parede posterior C – Colo ou cúpula (tamanho do colo = C – D) D – Fundo de são de Douglas Dx ou D- – mulher histerectomizada (o C vai ser de cúpula) CVT – comprimento vaginal total Números negativos (Dentro da vagina) Números positivos (Além do hímen) 0 é a carúncula himenal Exemplo 1: Aa -3; Ba -3, C -7, Ap -3, Bp -3 e D -8 (tudo dentro da vagina – prolapso de nada) Exemplo 2: Aa +2; Ba +3, C +5, Ap +1, Bp +2 e DX e CVT 8 cm (prolapso de cúpula, parede ant e post) Estágio I: < -1 Estágio II: entre -1 e +1 (<+2) Estágio III: ≥ +2 mas não total Estágio IV: total 28 | P á g i n a Ciclo Menstrual Definição Conjunto de eventos endócrinos interdependentes do eixo HHO Que leva a produção de hormônios e alterações morfológicas em diversos órgãos Culminando na ovulação e preparo do útero para um possível processo de implantação embrionária Conceitos fundamentais GnRH – hormônio liberador de gonadotrofinas FSH – hormônio folículo estimulante (aumento no início do ciclo para recrutamento folicular) LH – hormônio luteinizante (pico no meio do ciclo para deflagrar a ovulação) Estrogênio, Androgênio e Progesterona (pró-gestação) Granulosa – produção de estrogênios Teca – produção de androgênios Teoria das 2 células / 2 gonadotrofinas Teca – androgênios são formados a partir do colesterol pela ação do LH Androstenediona e testosterona passam para a granulosa e sofrem a aromatização pelas enzimas e pelo estimulo do FSH, formando estrona e estradiol Ciclo Endócrino GnRH (hormônio liberado de gonodotrofina) – liberado de forma pulsátil pelo hipotálamo para atuar na hipófise, através dos sistemas canaliculares (tanicitos), estimulando a produção de FSH e LH 1ª fase (folicular) os pulsos são frequentes e de baixa amplitude 2ª fase (fase lútea) os pulsos são menos frequentes e de alta amplitude Pulsos frequentes e de baixa amplitude estimula a hipófise a produzir FSH – fase folicular, que vai estimular a esteroidogênese (produz estrogênio) e foliculogênese, junto com a produção de inibina B. Assim, o corpo sabe que o folículo está crescendo e que não precisa mais ficar estimulando para recrutar e maturar, por isso temos a inibição do FSH, estrogênio e inibina B. Quando o estrogênio e a inibina estão altos (os folículos já foram estimulados) faz um feedback negativo e faz o pico de LH (responsável pela ovulação) Pulsos menos frequentes de alta amplitude estimula a hipófise a produzir LH – Fase lútea, na qual temos a inibição FSH, que vai estimular a liberação de LH, para que libera o ovulo. A mulher ovula e se prepara para uma possível gestação, aumenta a concentração de progesterona e aumenta a vascularização para preparar o endométrio. Este aumento de progesterona vai inibir a o LH. Obs.: se fecundar o HCG vai manter o LH, mantendo o estrógeno Ciclo ovariano 1ª fase – Folicular (FSH) Recrutamento de vários folículos até que um rompe. Seleção folicular dominante (o que vai romper é o que mais tem receptor de FSH, assim é mais estimulado). Elevação do estrogênio e inibina B: inibem o FSH. 2ª Fase – ovulatória Fase ovulatória – pico de estradiol leva ao pico de LH. O pico de LH ocorre 34 (32 – 36) horas após o início do crescimento de LH 11 (10 – 12) horas antes da ovulação. 29 | P á g i n a 3ª fase – lútea (LH e Progesterona) Folículo que rompe agora é chamado de corpo lúteo. Característica: aumento de progesterona e inibina A Tem duração fixa de 14 dias. A elevação de progesterona inibe a liberação de LH, dai tem a regressão do corpo lúteo, pois não tem o HCG para manter a progesterona, temos então a queda de estrogênio, progesterona e inibina A. Obs.: mulheres que desenvolvem o folículo rapidamente apresentam ciclos menores. Mulheres que desenvolvem o folículo lentamente, tem ciclo maior. Obs.: o aumento de FSH para um novo recrutamento começa no final do ciclo anterior e não tem HCG, dai o corpo já vê que não vem bebe (progesterona baixa). Ciclo Uterino Proliferativa Possui grande número de glândulas, células estromais e células vasculares endoteliais. A síntese de DNA é intensa e a atividade mitótica é elevada (estrogênio) Secretora Caracteriza-se pela atuação da progesterona produzida pelo corpo lúteo em contraposição à ação estrogênica. Ocorre a diminuição do número de receptores estrogênicos endometriais Menstrual Caracteriza-se por uma ruptura irregular do endométrio Esta sequência de eventos ocorre devido ao término da vida funcional do corpo lúteo, o que ocasiona a redução da produção de estrogênio e progesterona. A diminuição dos níveis desses hormônios leva a reações vasomotoras, perda decidual e à menstruação Efeitos do Ciclo Menstrual em outros Órgãos Colo uterino Muco cervical (filância) – fase folicular com predomínio a ação estrogênica + cristalização. Na fase lútea com predomínio da progesterona tem-se um muco espesso sem filância e sem cristalização Epitélio vaginal Folicular (proliferação), lútea (descamação) Endométrio Folicular (proliferação, vasos retilíneos), lútea (secretora, vasos espiralados) A dopamina e as endorfinas têm efeito inibitório sobre a secreção do GnRH. A influência do estresse sobre o ciclo menstrual é mediada, principalmente, via secreção de endorfinas O recrutamento folicular ocorre no final da fase lútea do ciclo anterior e está relacionado com a diminuição dos níveis de inibina A e estradiol, que permitirá a elevação do FSH 30 | P á g i n a Volume 04 – Amenorreia e Infertilidade Lembrando do Ciclo Menstrual Hipotálamo GnRH (liberação pulsátil) hipófise FSH Ovário estrogênio e inibida B feedback negativo sobre o FSH pico de LH libera o óvulo aumento de progesterona feedback negativo com o LH corpo lúteo formado repete o ciclo. Amenorreia Amenorreia Primária Amenorreia Secundária Ausência de menstruação aos 14 anos associada à falha no desenvolvimento sexual (ausência de características sexuais secundárias) ou ausência de menstruação aos 16 anos, mesmo com desenvolvimento sexual normal. Ausência de menstruação por 6 meses ou pelo período equivalente a três ciclos consecutivos. Amenorreia Secundária – Fluxograma de Investigação 1º passo – dosagem de beta-hCG o Excluir Gestação 2º passo – Dosar Prolactina e TSH (descartar hiperprolactinemia e hipotireoidismo) o Tem que pedir os dois juntos, pois o hipotireoidismo é uma causa de hiperprolactinemia o Primeiro tem que tratar a tireoide. o Hiperprolactinemia Prolactinoma Clínica: prolactina alta (>100-200), descarga láctea, diplopia, cefaleia. Diagnóstico: RNM de sela túrcica Tratamento: inicial é clínico com agonistas dopaminérgicos (inibe a prolactina) como: cabergolina (melhor) ou bromocriptina (+ efeito colateral) Medicamentos Antagonista de dopamina (fenotiazinas, metoclopramida - plasil) Neuroléptico (Haloperidol) Tricíclico (amitriptilina) e inibidores da receptação de serotonina (fluoxetina) Outros: benzodiazepínicos, ranitidina, metildopa, verapamil. Outras Gestação, Lactação, Estimulação mamária, Lesão torácica, IRA 3º passo – Teste da Progesterona (avalia os níveis de estrogênio e trato de saída) o Medroxiprogesterona 10 mg por 5-10 dias o Teste positivo (houve sangramento) Anovulação, estrógenos normais e trato de saída pérvio (Ex.: SOP) o Teste negativo (não sangrou) Mas é problema do que? Estrogênio baixo? Lesão endometrial? Obstrução? Indicar teste do estrogênio + progesterona 4º passo – Teste do estrogênio + progesterona (avalia o endométrio e o trato de saída) o Avaliar o compartimento 1 o Estrogênio + progesterona por 21 dias o Teste positivo (sangrouem até 7 dias) Causa ovariana, hipófise ou hipotalâmica, solicitar dosagem FSH o Teste negativo (não sangrou em até 7 dias) Causa uterina ou endometrial (compartimento 1) Causas do compartimento 1 (uterovaginal) Síndome de Asherman (amenorreia após lesão endometrial – aborto, curetagem). O diagnóstico é feito por histeroscopia (sinéquias, aderências) Hiperplasia Adrenal Congênita (aumenta os androgênios, pode ser amenorreia primária, secundária ou genitália ambígua – pseudo- hermafroditismo feminino) a maior causa é por deficiência da 21-hidroxilase. Causa o aumento da 17-OH-progesterona e androgênios Útero septado – reabsorção incompleta das paredes adjacentes dos ductos de Muler Útero Bicorno – fusão incompleta dos ductos de Muller Útero Didelfo – falha completa da fusão de dois ductos de Muller (paramesonéfrico) 31 | P á g i n a 5º passo – Dosagem de FSH se sangrou (problema ovariano ou central) o FSH elevado (>20) – origem ovariana Causas de Compartimento 2 (Gonadal) Insuficiência Ovariana Prematura (amenorreia secundária) – esgotamento folicular < 40 anos. Se acima de 40 é insuficiência ovariana prematura Síndrome de Savage (amenorreia primária ou secundária) – resistência às gonadotrofinas. Diagnóstico definitivo: biópsia (não se faz – o TTO é o mesmo) Tratamento: terapia hormonal o FSH baixo ou normal (< 5) – origem hipofisária ou hipotalâmica. Indicar exame de Neuroimagem ou realizar teste de GnRH 6º passo – Teste do GnRH (hipofisária ou hipotalâmica) o Sem elevação de gonadotrofina – origem hipofisária Causas de Compartimento 3 (hipofisárias) Prolactinoma Síndrome de Sheehan – necrose hipofisária pós-parto (atonia uterina, acretismo) o Elevação do LH e/ou FSH – origem hipotalâmica Causas de Compartimento 4 (Hipotalâmica) Craniofaringioma Síndrome de Kallman – tríade: amenorreia primária + anosmia + infantilismo sexual Estresse, anorexia e exercícios (mulher atleta) Amenorreia Primária Quando investigar? Amenorreia + 14 anos sem caracteres sexual ou 16 anos com caracteres sexuais Exame físico Estigma de Turner, hímen imperfurado... Fluxograma Caracteres sexuais secundários presentes? Não Sim LH e FSH altos LH e FSH baixos Avaliação uterovaginal (compartimento 1) Fazer cariótipo Suspeita de disgenesia Gonadal (ex.: Turner) Teste GnRH (6º passo) Hipófise ou hipotálamo Ex.: síndrome de Roktansky e Morris Hímen imperfurado Síndrome de Turner Definição Cariótipo 45XO Clínica É a disgenesia Gonadal mais comum Pescoço alado, tórax em escudo, baixa estatura Síndrome de Rokitansky (46XX e ovário) Síndrome de Morris (46XY e testículo) Agenesia Mulleriana Defeito do receptor de andrógenos Clínica: amenorreia primária com característica sexual secundário sem útero, vagina curta e pelo normal Clínica: amenorreia primária com mama pequena, sem útero, vagina curta, mas sem pelos Obs.: Tem que tirar o testículo (disgerminoma) Pseudo-hermafroditismo masculino 32 | P á g i n a Síndrome de Ovários Policísticos ou Anovulação Crônica Hiperandrogênica Epidemiologia 5 – 10% de casos entre mulheres, sendo a maior causa de hiperandrogenismo. Patogênese Resistência insulínica – diminui a produção da proteína transportadora de hormônio sexual (SHBG), aumento de estrogênio e androgênios em frações livres. Além do aumento do IGF1 que vai aumentar ainda mais androgênios e estrogênios. Levando a anovulação (inibição do FSH – não recruta folículo) Muito estrogênio – risco de câncer de endométrio (não tem progesterona para proteger) Clínica Irregularidade menstrual Acne, seborreia, alopecia frontal Acantose nigricans Infertilidade Hirsutismo (Escala de Ferriman ≥ 8) – hiperandrogenismo Obesidade (central) Hipertensão arterial Laboratório Excluir outras doenças – TSH, prolactina, 17-OH-progesterona, cortisol Prova SOP: SHBG diminuída e FSH normal ou baixo (LH > FSH, testosterona e estrona elevados) SDHE elevado pensar em adrenal (>700 pedir TC ou RNM pensar em neoplasia de suprarrenal) Diagnóstico – Critérios de Rotterdam (2 dos 3) Ovários policísticos à USG (12 ou mais folículos) – roda de Leme Oligo ou Anovulação Sinas Clínicos de hiperandrogenismo Tratamento Atividade física + Dieta + Diminuição do Peso + Controle da glicemia – metformina (que não tem controle glicêmico mesmo com atividade física) Tratar hirsutismo – estético, anticoncepcional hormonal com ciproterona Controle do ciclo – anticoncepcional hormonal ou progesterona Gestação – indutores de ovulação (clomifeno) Repercussões Obesidade, infertilidade, abortamento, DM, doença cardiovascular, CA de endométrio (hiperplasia) Infertilidade Definição Ausência de gravidez após um ano de atividade sexual regular (2 a 4 vezes por semana), sem proteção ‘Principais Causas Fator Masculino, Fator Tuboperitoneal ou Anovulação Investigação do Casal Infértil Idade da mulher < 35 anos – aguardar até 1 ano >35 anos – investigação imediata ou após 6 meses Frequência de relações (no mínimo de 2 a 4 relações) Avaliação Básica Hormônios (FSH, progesterona, TSH e prolactina), USG-TV, Histerossalpingografia, espermograma (investigar o casal – sempre sempre sempre) Avaliação Avançada Vídeo (laparoscopia/Histeroscopia) Fator Masculina Espermograma Volume ≥ 1,5 ml pH entre 7,2 e 8,0 Concentração > 15 milhões/ml Número total de espermatozoides > 39 milhões por ejaculado Motilidade 32% (A+B) ou >40% (A+B+C) Morfologia > 30% de formas ovais (critério da OMS) e > 4% (morfologia estrita de Kruger) vitalidade maior que 58% 33 | P á g i n a Avaliação Espermograma normal – não repete mais (exclui o homem da investigação) Espermograma anormal – repetir após 3 meses Azoospermia – ausência de espermatozoides Oligozoospermia – menos de 20 milhões de espermatozoides Astenozoospermia – alterações na motilidade Avaliação do Fator Ovariano Avalia por biópsia de endométrio (desuso, muito invasivo) Hoje fazemos a dosagem da progesterona (na fase lútea – 21º e 24º dia para ver o aumento) Dosagem de FSH – avaliar reserva ovarina (boa se 3º dia < 10) Opção: hormônio antimulleriano (pode dosar em qualquer fase do ciclo) UST – TV seriada – documenta ovulação e programa coito ou intervenção (conta folículos) Contagem de folículos entra como valor prognóstico na reprodução assistida Avaliação do Fator Tuboperitoneal Histerossalpingografia: exame inicial para trompa (Prova de Cotte positivo – trompa pérvia) Laparoscopia (padrão-ouro para doença tubária e peritoneal): quando Prova de Cotte negativa Avaliação do Fator Uterino UST-TV e histerossalpingografia Se alterado – fazer histeroscopia (padrão-ouro para cavidade endometrial) Tratamento Masculino – maioria FIV (fertilização in vitro) Fator ovariano – indução com clomifeno 50 – 150mg ou FIV Fator tuboperitoneal – laparoscopia (retirar aderências, endometriose, salpingoplastia) Fator uterino – histeroscopia (retirada de pólipos, septos...) Quando indicar a inseminação intrauterina? Mais barato! Antes da FIV se... Infertilidade sem causa aparente Só masculino leve (> 5 milhões de espermatozoides normais) FIV FIV com micromanipulação de gametas (ICSI) – a melhor (insemina dentro do óvulo) Para que ocorra a diferenciação sexual em um feto do sexo masculino, inicialmente é necessária a presença de um gene presente no segmento SRY do braço curto do cromossomo Y. esta região irá produzir o fator determinante testicular (TDF) que fará o processo de diferenciação gonadal de forma ativa, estimulando o crescimento das células de Sertoli, onde estarão as células germinativas. As células de Sertoli, então, passam a produzir o fator inibidor mulleriano, que irá inibir o desenvolvimento dos ductos de Muller, que seriam responsáveis peladiferenciação da genitália interna feminina, e permite o crescimento e diferenciação dos ductos de Wolff, que darão origem ao epidídimo, à culo depende da presença do TDF. Os androgênios produzidos pelas células de Leydig participam na diferenciação da genitália interna e externa masculina atuando nos dutos de Wolff, mas também atuando diretamente na genitália externa, principalmente pela ação da di-hidrotestosterona. Exemplo: histerossalpingografia com Cotte positivo bilateralmente e tuba esquerda fixa e eleva – a conduta é videolaparoscopia!!! 34 | P á g i n a Volume 05 – Anticoncepção e Sangramentos Ginecológicos Benignos Sangramento Uterino Anormal Estruturais (PALM) Não Estruturais (COEIN) Pólipo Adenomiose Leiomioma Maligna Coagulopatia Ovulatória Endometriais Iatrogênicas Não classificada Avaliar a Causa Conforme a Faixa Etária Período Neonatal (pequeno, escuro, com fezes) o Privação de estrogênio materno (clampeamento do cordão) Infância o Corpo estranho, infecção inespecífica (corrimento), trauma (queda a cavaleiro) o Tem que passar na cabeça a possibilidade de abuso sempre o Excluir neoplasia (sarcoma botroide, sarcoma de vagina, não é comum, mais uma hipótese) Adolescência o Anovulação (imaturidade do eixo HHO) – disfuncional o Sangramento na gestação o Excluir infecção (IST), SOP, coagulopatia (Ex.: PTI e VW) Adultas o Anovulação o Sangramento na gestação o Excluir neoplasias (mioma, pólipos, CA), infecções (IST) Pós-menopausa o Atrofia de endométrio (30%) o Terapia hormonal (30%) o Excluir CA de endométrio Continuando a Investigação 1º exame é o especular o Sinusiorragia (pós-coito)? Cervicite, CA de colo, lesão vaginal... o Menacme? Sexualmente ativa sem contraceptivo eficaz = pedir beta-hCG o Medicamento? Escape do contraceptivo? Terapia hormonal na pós-menopausa? o Intrauterino? Avaliar USG transvaginal USG transvaginal – Endométrio suspeito após menopausa: o Com terapia hormonal > 8 mm o Sem terapia hormonal > 4 – 5 mm Avaliação endometrial + biópsia (histeroscopia é o padrão-ouro) Manejo no Sangramento Uterino Anormal Agudo Excluir gravidez e ver estabilidade Tratamento medicamentoso – estrogênio equinos conjugados (EEC) 1,25 mg VO de 6/6h por 3 semanas + Acetato de medroxiprogesterona (AMP) por 10 dias o Opção: ACO (30-35 mcg de etinil estradiol) – 1 cp 3x/dia por 48h (mínimo) ou até parar de sangrar e após, 1cp/dia por 3 a 6 semanas o ACO + Ácido Tranexâmico – 2 a 3 g/dia VO (casos graves pode fazer EV) Pólipo Cervical – sinusiorragia (dor pós coito) Endometrial – maioria assintomáticos (USG sugere, Histeroscopia confirma) Tratamento – polipectomia histeroscópica 35 | P á g i n a Mioma Definição Leiomiomas são tumores benignos monoclonal formados por fibras musculares lisas do útero com estroma de tecido conjuntivo em proporção variáveis. Podem ser únicos ou múltiplos. Três vezes mais comuns nas mulheres de raça negra Menos de 50% dos miomas uterinos são sintomáticos Pobres em receptores de progesterona Ricos em receptores de estrogênio Classificação Maioria assintomática Subseroso – camada de fora (no máximo uma compressão de estruturas adjacentes) Intramural – na parede uterina (causa de sangramento uterino anormal) Submucoso – camada de dentro (causa de sangramento uterino anormal) Classificação da FIGO Submucoso 0 (pediculado), 1 e 2 Intramural 3 e 4 Subseroso 5, 6 e 7 (pediculado) “parasita” Mioma 8 que está fora Diagnóstico Nódulo hipoecoico ao USG transvaginal RM se for ter tratamento por embolização ou miomectomia para preservação Tratamento Assintomático – não tratar Sintomático o Sintoma leve/moderado – acompanha (Clínico) o Sintoma intenso e nulípara – miomectomia (se tiver muitos miomas – pode virar histerec) o Sintoma intenso e multípara – histerectomia (mas se só for submucoso – miomectomia) Remédio Trata Mioma? Não – chega a diminuir, mas tem muito efeito colateral (análogo de GnRH – diminui o tumor e diminui a anemia antes de operar) – bom para diminuir antes da cirurgia (preparo cirúrgico). No máximo por 6 meses... Quando Usar Embolização? Se múltiplos, mas não para pediculados Degenerações Ocorrem degenerações em dois terços dos casos Hialina – é a mais comum Necrose asséptica (rubra ou degeneração vermelha) – dor na gestação (“Abdome agudo”) Sarcomatosa – mioma cresce após a menopausa (entendeu? Não faz sentido! É hormônio dependente) Obs.: o tabagismo está relacionado com a redução na incidência dos miomas uterinos História de perda urinária + urinando pouco + histerectomia total = fistula vesicovaginal Mioma uterino calcificado = tranquilizar a paciente Dismenorreia Secundária Hipóteses Adenomiose x Endometriose Obs.: Primária é a cólica desde a primeira menstruação sem piora 36 | P á g i n a 1.Adenomiose Definição Tecido endometrial no miométrio clínica Sangramento uterino anormal, útero em bola de canhão (aumento do útero), dismenorreia secundária “fluxo menstrual aumentado compatível com a fase do ciclo e aumento do volume abdominal” Exame USG – ajuda pouca (na maioria vem normal, pedimos mais para afastar outras causas) Ressonância Magnética – camada de junção mio-endometrial > 12 mm = Adenomiose Padrão-ouro: histopatológico (histerectomia) Tratamento Definitivo – histerectomia Opção – DIU progesterona, ablação endométrio Regride após a menopausa... 2.Endometriose Definição Endométrio (glândulas e estroma) fora do útero. Local mais comum: ovariana Outros locais menos frequente: pulmão, homens... Teorias Refluxo menstrual, metaplasia celômica, disseminação linfática, deficiência imunológica e iatrogênica Diagnóstico Clínico – história de dismenorreia secundária, dispareunia e infertilidade (algumas são assintomáticas) Exame físico – nódulo ao toque vaginal / retal, útero fixo, doloroso e massa anexial, dor cíclica (menstruação) USG simples – bom para avaliar endometrioma (ainda mais no ovário) USG com preparo intestinal – ajuda a ver até endometriose em outros lugares Nenhum exame exclui endometriose Ressonância – limitação: implante pequeno Padrão-ouro – Laparoscopia (tratamento sem efeito) Atividade das lesões – vermelha preta branca Não há correlação direta: extensão das lesões x intensidade da dor... O melhor método diagnóstico para lesões peritoneais de endometriose é a videolaparoscopia No seguimento da terapêutica da endometriose pélvica a melhor época para a dosagem de CA125 é, em ralação ao ciclo menstrual, entre os dias 1 a 3 Tratamento Dor – inicialmente clínico (ACO, progesterona, análogo GnRH, inibidores da aromatase, gastrinoma) Endometrioma – melhor tratamento é cistectomia (tirar com a cápsula) Infertilidade – clínico não resolve (desfazer as aderências) Endometriose mínima/leve – laparoscopia (diagnóstica e terapêutica) Endometriose severa – FIV (fertilização in vitro) Risco Menacme longo, primiparidade tardia, nuliparidade, história familiar, branca, malformações uterinas, excesso álcool e café? Obs.: mulher branca, mais endometriose. Mulher negra, mais miomatose Obs: Endometriose peritoneal profunda = acometimento peritoneal, com focos penetrando mais do > 5 mm Obs.: Porção intestinal mais acometida por focos de endometriose é o retossigmoide 37 | P á g i n a Anticoncepcional Comportamentais Tabelinha, curva térmica (progesterona aumenta a temperatura 0,3ºC), muco cervical Barreira Condom (camisinha) e diafragma: alta taxa de falha Camisinha é ruim como contraceptivo, mas importante para proteção contra ISTs Categorias para o uso das medicações com segurança ou não Categoria 1 Pode usar Categoria 2 Pode usar com cautela Categoria 3 Contraindicação
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