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AULA 5 - DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Doenças Mamárias Benignas- Diagnóstico: Sintomatologia Exame clínico Ultrassonografia (exame operador dependente) e mamografia Outros exames de imagem Citologia e anatomia- patológica Doenças Mamárias Benignas: Nódulos mamários (Fibroadenoma, Hamartomas, - 70% dos casos) Cistos mamários Descarga mamilar (Ectasia Ductal, Papiloma...) Mastalgia (Cíclica, Acíclica) Inflamações e Infecções Anormalidades do desenvolvimento mamário Nódulos Mamários: Fibroadenoma Adenoma Adenose (simpleseesclerosante) Lipoma Hamartoma Tumor Filodes Outras neoplasias (menos comuns) Fibroadenoma: Neoplasia benigna da mama com proliferação de tecido epitelial e estromal, não vira câncer não interessa o tamanho não interessa se cresce! A > para de crescer com aproximadamente 2 cm. Iisso se deve ao não suporte vascular – limitando o crescimento. Cada vez que crescer mais - necrosa – calcifica – portanto é comum áreas de calcificação nos fibroadenomas. 90% dos casos são isolados e 10% múltiplos nódulos; Etiologia duvidosa com padrão de resposta promotora a esteroides sexuais; Fibroadenoma complexo (apresenta associação histológica com adenose, microcistos, metaplasia apócrina) – Variável marcadora de risco = RR para câncer 3,1 (15% dos casos). O que é uma lesão marcadora de risco? Significa que esta mama ou a a paciente tem predisposição genética ou ambiental com chance >2X em relação a população normal quanto a desenvolver qualquer outro tipo de câncer. Fibroadenoma gigante – forma incomum (2 a 4%) com diâmetro acima de 5 cm. – 95% deles param de crescer com 3 cm se maior que isso retiro já que pode por exemplo alterar a morfologia da mama. Fibroadenoma Gigante Juvenil (23 cm de diâmetro) Clínica: ↑ocorre entre 18 e 30 anos Nódulo bem delimitado, móvel, macrolubulado, consistência fibroelástica Ultrassonografia: Nódulo de limites precisos, ovalado ou macrolobulado, homogêneo*, hipoecoico = BI-RADS 3 Mamografia (achado ocasional em mulheres > 40 anos) Nódulo bem delimitado, macrolubulado, formato de pipoca com (BI-RADS 2) ou sem (BI-RADS 3) macrocalcificações Exame indireto = radiodensidade do nódulo semelhante à do parênquima (sobreposição) Fibroadenoma Exames de Imagem Ultrassonografia: • Nódulo ovalado • Regular hipoecoico homogêneo e não tem sombra • Limites precisos Fibroadenoma Exames de Imagem Mamografia: • Nódulo macrolubulado • Limites precisos • Densidadesemelhante • ao parênquima • Macrocalcificações Cresceu – necrosou devido ao infarto – calcificou. O que estiver calcificado já parou de crescer não preciso tirar. Fibroadenoma -Tratamento: Diagnóstico é essencialmente clínico e ultrassonográfico Mamografia apenas acima de 40anos de idade (diagnóstico diferencia l com CA) Em caso de macro calcificação (BI-RADS 2) = acompanhamento de rotina para idade BI-RADS3=repetição semestral de ultrassonografia por 2 anos, avaliar se houve mudança de forma, se ficou espiculado por ex. Indicação cirúrgica: Tumores maiores que 2 a 3 cm Aspecto duvidoso na imagem e/ou alteração do padrão no seguimento (BI-RADS 4- A ou maior). Adenoma Mamário: Proliferação exclusiva do tecido epitelial com ausência ou mínimo componente estromal so tenho conteúdo epitelial. No fibroademona tenho tec. Conjuntivo nesse não! Não tem nenhum marcador de risco. Diagnóstico diferencial com fibroadenoma em geral é histológico! Como já dito não tenho tec. Conjuntivo. Mesmas características clínicas e ultrassonográficas dos fibroadenomas Predomina em mulheres jovens com 3 apresentações: Adenomatubular Adenoma da lactante (associado à gestação/amamentação) Adenoma de mamilo (mulheres mais idosas –40 a 50 anos = diagnóstico diferencial com CA). Adenose da Mama: Proliferação de tecido epitelial com padrão acinar Achado clínico mais comum é de alteração mamográfica com microcalcificações Eventualmente forma nódulos Divisão de aspectos histológicos relevantes: Adenoses variadas (simples, florida, tubular, microglandular) –sem risco associado ao CA Adenose esclerosante – marcadora de risco aumentado ao câncer de mama (RR 1,5 a 2,0) Pico de incidência entre 30-40 anos = recomendação de seguimento para paciente de risco Glandulas e calcificações Lipoma e Hamartoma: Lesões benignas com nódulos bem delimitados (eventualmente de grande volume) Lipoma – consistência amolecida em relação ao parênquima Hamartoma (fibroadenolipoma)–palpação limitada pela consistência parecida ou idêntica ao parênquima mamário = em geral achado de imagem (“breast in a breast”) Para ambas neoplasias não há necessidade cirúrgica em função da benignidade ,com exceção(muito eventual)de questões estéticas Hamartoma (mama na mama) e lipoma (abaixo) Tumor Filodes: Tumor misto com componente epitelial e mesenquimal (predominante) de comportamento histológico variável, endurecido irregular! Benignas (mais comuns) –até 4 mitoses, baixa celularidade e leve pleomorfismo (variações entre células diferentes) Comportamento incerto (borderline) –5 a 9 mitoses, moderada celularidade e pleomorfismo Maligno ->10 mitoses, alta celularidade e pleomorfismo agressivas Predomínio em mulheres de etnia negra na 4ª e 5ª décadas de vida Alto índice de recidiva indo das formas benignas (8%) a malignas (23%) –cuidado cirúrgico com margens – preciso retirar 1 cm da borda. Como saber se é esse tumor? Não sei no ultrassom sempre virá birads grave, retiro e mando para anatomopatológico. Micronodulações ↑ risco, macronodulações ↓ risco Cisto Mamário: Doença comum da mama (10% das mulheres) –pico de incidência de 35 a 50 anos (diferente do fibroadenoma) Classificação: Volume: microcistos (< 3mm) ou macrocistos(>3mm) Quantidade: únicos ou múltiplos Perfil de recidivas e novos cistos em pacientes com diagnóstico prévio Clinicamente aparecem como nodulações (podem ser súbitas) muitas vezes dolorosas ,bem delimitadas, com mobilidade variável (volume e inflamação peri- cística) Macrocisto são decorrentes de obstrução ductal e retenção de secreção fisiológica. – Fazem parte odo processo de envelhecimento natural da mama. Processo de atrofia. Epitélio ductal se oblitera e atrofia acumulando gotas de liquido. Ultrassonografia: Lesões circunscritas (em geral arredondadas) anecoicas – mancha preta - com reforço acústico posterior e paredes finas –BI-RADS 2; Microcistos agrupados (cada um<2mm) –sendo bilaterais ou mais de um foco (BI-RADS 2) e sendo foco único (BI-RADS 3) Cistos complicados – conteúdo espesso homogêneo (BI-RADS 3) – risco de 0,3% Cistos complexos–parede ou septos espessos, áreas sólidas no interior e heterogeneidade (BI-RADS 4) – risco de 23 a 31% Mamografia: imagem circunscrita inespecífica (BI RADS 0) indica US complementar Vasos no interior carcinoma intracístico e vegetação Conduta clínica: Cistos simples sem sintomas –seguimento de rotina Cisto simples sintomático – PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina) Conteúdo citrino – seguimento controle (recidiva) Massa palpável residual– mamografia e exérese Conteúdo hemático–para a punção e faz exérese Cisto complexo –exérese cirúrgica com margem de segurança (importante remover íntegro) Descarga Mamilar Galactorreia (bilateral aspecto lácteo = origem endocrinológica) – se nas duas mamas distúrbio hormonal Ectasia ductal Papiloma intraductal Carcinoma intraductal (in situ) Carcinoma invasor da mama –5% dos fluxos papilares Descarga mamilar Fisiológica: saída à expressão,multiductal,bilatera L, multicolorida Patológica: saída espontânea,uniductal, unilateral, aquoso ou sanguinolento Fluxo aquoso (água mineral ou “água de rocha”) –45% câncer Fluxo sanguíneo(vivo)–24% câncer Fluxo sero-sanguinolento – 12% câncer – faço ressecção Fluxo seroso–7%câncer Ectasia Ductal (Mastite Periductal) Inflamação periductal obstrutiva com acúmulo de secreção e contaminação produzindo infecção recorrente (Mastite Periareolar Recidivante) Aumento progressivo com idade(principalmente após 40 anos) Risco relativo fortemente aumentado em tabagistas (RR –9,0) 9X+ - alteração da elasticidade, flacidez e infecção por gram negativo podendo inverter o mamilo devido a inflação. Contaminação predomina por anaeróbios e secundariamente por Gram + Clinicamente apresenta descarga mucopurulenta (amarela ou esverdeada) com hiperemia que pode evoluir para abscesso e fistulização (em geral na transição da pele areolar e pele normal), inversão mamilar em casos crônicos (fibrose e retração) – não tenhp como diferenciar do CA por exames. Ectasia Ductal (Mastite Periductal): Os dados clínicos são típicos do quadro, com exames complementares usados para descartar diagnósticos diferenciais (incluindo CA) Ultrassonografia revela dilatação de ductos terminais e eventualmente fibrose com aumento de ecogenicidade periareolar Tratamento da fase aguda: • Clindamicina 600mg8/8h *(+ caro) ou Cefalexina 500 mg 6/6 h + Metronidazol 500 mg 12/12 h .Uso cefa + metro por 7 a 10 dias e se recidivante uso por 14 Indicação de abandono do tabagismo (redução de risco de recidivas) Em recidivas frequentes – tratamento cirúrgico com exérese de ductos terminais. Duração dos tratamentos = 7 a 10 dias Papiloma Intraductal: Ao redor de 30% de todas as descargas mamilares Descarga muitas vezes sanguinolenta (variando de sangue vivo a sero- sanguinolento) Diagnóstico diferencial com carcinoma intraductal da mama (in situ) e carcinoma invasor Clinicamente apresenta com descarga espontânea uniductal unilateral em geral mulheres de 30 a 50 anos (pode ocorrer em outras idades) Na quase totalidade dos casos é indolor, sem sinais inflamatórios associados, podendo eventualmente formar massas palpáveis periareolares –provoca muita ansiedade nas pacientes pelo aspecto da secreção Papiloma Intraductal: Na maioria dos casos é uma lesão única Tratamento: exérese da unidade mamária comprometida para análise histológica e diagnóstico diferencial com carcinoma (OBS: formas in situ somente serão diferenciadas pelo AP) Variável em jovens=Papilomatose - (Papiloma Múltiplo Periférico) e Papiloma Juvenil –em geral forma massa palpável –alta associação com câncer de mama no futuro. É um marcador de risco para CA. Conduta para ambas as formas clínicas=exérese cirúrgica Acompanhamento rigoroso de risco para CA Usar papel para≠ a cor Mastalgia: Dor mamária de causas múltiplas (de acordo com faixa etária) Paciente faz associação errônea com o câncer de mama– Apenas 5% dos CA tem dor Em adolescentes e adultas jovens em geral está associada ao estímulo cíclico fisiológico dos esteroides sexuais na mama Outras causas de dor mamária verdadeira incluem cistos, mastites, tromboflebite e outras apresentações menos frequentes Em mulheres acima de 40 anos há um predomínio de fatores extra- mamários na origem da dor Mastalgia Cíclica (de acordo com ciclo hormonal) Acomete até 60% das mulheres em alguma fase da vida (Mansel, 1990) Intensidade variável, inclusive em função de fatores emocionais Ação de estrógeno e progesterona(principalmente) no epitélio ductal e alveolar da mama Edema estromal associado–algumas mulheres com aumento real d e circunferência torácica Início da dor entre 1 a 2 sem. Antes da menstruação – 2ª fase do ciclo 15% têm formas severas incapacitantes Além da ação hormonal fisiológica, questiona-se o papel de desvios da normalidade e distúrbios endócrinos na etiologia dos quadros mais severos – destaque para alterações de prolactina Tratamento visa redução do stress associado à dor com orientação sólida sobre a origem benigna do quadro = 70% de controle dos casos (Mansel, 1990) Medidas gerais: atividade física, padrão de sutiã, relaxamento, analgésicos simples Casos severos:anti- inflamatóriotópico3x/dia; tamoxifeno10mg/dia Medidas com efeito placebo: vitaminasBeE, ac. Gama linolênico, restrições alimentares Mastalgia Acíclica: Padrões álgicos da mama não relacionados ao ciclo menstrual Diagnóstico diferencial com as doenças mamárias que cursam com dor –investigação com ultrassonografia e/ou mamografia Múltiplas causas não mamárias na origem da dor, em especial após os 40 anos: Neurites intercostais–desvios de coluna,osteofitos,vícios posturais – palpar espaços intercostais compressão com dor pode ser musc ou coluna Fibromialgia e outras doenças musculares da parede torácica Artroses e artrites costocondrais (S. Tietze) Herpes zoster e outras doenças neuronais periféricas que acometam a parede torácica – faço o 2ª-º tempo da palpação para diferencia da dor muscular. Inflamações e Infecções da Mama: Quadros específicos em etiologia e terapia Mastites: Puerperais Não-puerperais (APAR, tuberculose mamária, blastomicose, outras) Processos inflamatórios: Mastite granulomatosa idiopática Doença de Mondor– tromboflebite de veias superficiais do tórax Desenvolvimento Mamário: Transtornos do desenvolvimento da mama em número, simetria ou posição Politelia –muitas vezes confundidas com “manchas congênitas” na linha mamária Polimastia –comum, acometendo entre 5 e 10% das mulheres com desenvolvimento de parênquima acessório além da área mamária principal (sítio mais comum é axila) Hipomastia– subdesenvolvimento da mama(congênitoouiatrogênic o) Amastia –ausência completa da mama e do mamilo, podendo ser uni ou bilateral Síndrome de Poland – amastia unilateral associada a agenesia de mm. peitoral maior homolateral Mamas axilares supranumerárias confirmadas por mamografia Desenvolvimento Mamário: Hipertrofia virginal: aumento excessivo das mamas na puberdade – tratamento estético Hipertrofia: muitas vezes de aspecto pessoal, fortemente associada à obesidade Hipotrofia: excluindo-se as doenças congênitas é de aspecto constitucional – tratamento estético de inclusão (prótese) Assimetria: muito comum haver pequenas diferenças em volume e posicionamento de mama, aréola e mamilos Casos severos–tratamento estético adequado Adolescentes –importante aguardar completo desenvolvimento das mamas (corrige muitas vezes naturalmente) Risco Relativo das Neoplasias Benignas da Mama Risco abaixo de 1 – tem efeito protetor!
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