2 avaliação VANESSA - 2 unidade 9 ano- parte objetiva

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2ª avaliação 9° ano
aplicação: 28/07
valor- 4,0
Assuntos: Compreensão e interpretação de textos
Orações subordinadas (substantivas, adverbiais e adjetivas)
pronome relativo
Regência verbal
O Alienista
Professora Vanessa Pontes
PARTE OBJETIVA
INSTRUÇÕES
1. Esta avaliação consta de 15 (quinze) questões objetivas e 02 (duas) questões abertas. Confira o seu exemplar 
2. Nas questões objetivas só existe uma opção correta para cada questão.
3. Leia, com atenção, os textos e as imagens. A interpretação faz parte da avaliação.
4. Seja organizado(a): procure fazer uma letra legível e evite rasuras. Caso erre a escrita de uma palavra, passe um traço em cima dela e continue o texto ao lado (Ex.: “dado fato…”).
5. Não é permitido o uso de qualquer tipo de corretor.
6. Tenha muita atenção ao marcar o QUADRO DE RESPOSTA, pois ele não pode conter rasuras, nem marcações duplas na mesma linha: caso ocorra rasuras, o aluno não deverá, em hipótese alguma, apagar a marcação incorreta.
7. Use caneta esferográfica transparente de tinta azul ou preta para marcar o QUADRO DE RESPOSTA, preenchendo o quadro com (x).
8. Marque a resposta em sua prova, depois passe para o QUADRO DE RESPOSTA com toda atenção, não esquecendo de assiná-lo.
9. Você terá 100 minutos para responder essa avaliação. Não tenha pressa, saiba administrar o tempo.
10. O tempo mínimo para a entrega da avaliação ao fiscal será de 45 minutos, após o seu início.
11. É proibido o uso de aparelhos celulares, Smartwatch, Ipad, Ipod e similares.
Boa prova!
O texto 01 servirá de base às questões de 01 a 08.
Texto 01
Além do bastidor
 
Começou com linha verde. Não sabia o que bordar, mas tinha certeza do verde, verde brilhante.
Capim. Foi isso que apareceu depois dos primeiros pontos. Um capim alto, com as pontas dobradas como se olhasse para alguma coisa.
Olha para as flores, pensou ela, e escolheu uma meada vermelha.
Assim, aos poucos, sem risco, um jardim foi aparecendo no bastidor. Obedecia às suas mãos, obedecia ao seu próprio jeito, e surgia como se no orvalho da noite fizesse a sua brotação.
Toda manhã a menina corria para o bastidor, olhava, sorria, e acrescentava mais um pássaro, uma abelha, um grilo escondido atrás de uma haste.
O sol brilhava no bordado da menina.
E era tão lindo o jardim que ela começou a gostar dele mais do que de qualquer outra coisa.
Foi no dia da árvore. A árvore estava pronta, parecia não faltar nada. Mas a menina sabia que tinha chegado a hora de acrescentar os frutos. Bordou uma fruta roxa, brilhante, como ela mesma nunca tinha visto. E outra, e outra, até a árvore ficar carregada, até a árvore ficar rica, e sua boca se encher do desejo daquela fruta nunca provada.
A menina não soube como aconteceu. Quando viu já estava a cavalo do galho mais alto da árvore, catando as frutas e limpando o caldo que lhe escorria da boca.
Na certa, tinha sido pela linha, pensou na hora de voltar para casa. Olhou, a última fruta ainda não estava pronta, tocou no ponto que acabava em fio. E lá estava ela, de volta na sua casa.
Agora que tinha aprendido o caminho, todo dia a menina descia para o bordado. Escolhia primeiro aquilo que gostaria de ver, uma borboleta, um louva-deus. Bordava com cuidado, depois descia pela linha para as costas do inseto, e voava com ele, e pousava nas flores, e ria e brincava e deitava na grama.
O bordado já estava quase pronto. Pouco pano se via entre os fios coloridos. Breve, estaria terminado.
Faltava uma garça, pensou ela. E escolheu uma meada branca matizada de rosa. Teceu seus pontos com cuidado, sabendo, enquanto lançava a agulha, como seriam macias as penas e doce o bico. Depois desceu ao encontro da nova amiga.
Foi assim, de pé ao lado da garça, que a irmã mais velha a viu ao debruçar-se sobre o bastidor. Era só o que não estava bordado. E o risco era tão bonito, que a irmã pegou a agulha, a cesta de linhas, e começou a bordar.
Bordou os cabelos, e o vento não mexeu mais neles. Bordou a saia, e as pregas se fixaram. Bordou as mãos, para sempre paradas no pescoço da garça. Quis bordar os pés, mas estavam escondidos pela grama. Quis bordar o rosto, mas estava escondido pela sombra. Então bordou a fita dos cabelos, arrematou o ponto e, com muito cuidado, cortou a linha.
COLASANTI, Marina. Além do bastidor. In: Uma ideia toda azul. Rio de Janeiro: Nórdica, 1979. p. 17-9.
	Vocabulário
Bastidor - caixilho de madeira, de formas variadas, no qual se prende e se estica o tecido sobre o qual se borda, pinta etc.
QUESTÃO 01
Com relação ao conto de Marina Colasanti, é correto o que se afirma em
A) está preocupado, apenas, em traçar o caminho de uma menina que não tem nome, nem endereço, nem é descrita fisicamente.
B) o bastidor é uma figura do mundo imaginário e sugere que o mundo da imaginação apresente-se em espaço não delimitado. 
C) o texto propõe uma leitura limitada ao concreto, ao mundo real, ao espaço marcado pelo bastidor de bordar. 
D) a palavra “além” ( presente no título do conto) propõe ao interlocutor a leitura não só do que se deve fazer no bastidor (mundo real), mas também sugere essa percepção fora dele (em outro mundo).
QUESTÃO 02
Que efeito de sentido as repetições em “depois descia pela linha para as costas do inseto, e voava com ele, e pousava nas flores, e ria e brincava e deitava na grama.” criam no texto? 
A) Estabelecem a ideia de que tudo é estático, não possuem flexibilidade. 
B) São movimentos que avançam aos poucos, propondo lentidão, pois o tempo não termina e, por isso, tudo se repete. 
C) Imprimem ideia de prosseguimento nas ações, propondo um ritmo de um tempo que flui continuamente.
D) Ampliam a expectativa sobre a ideia a ser desenvolvida, mas tornam o texto mais lento e circular com repetições desnecessárias. 
QUESTÃO 03
Indique em qual trecho não se pode afirmar que o fragmento transcrito foi usado em sentido conotativo.
A) “a irmã pegou a agulha, a cesta de linhas, e começou a bordar.”
B) “e surgia como se no orvalho da noite se fizesse a brotação.” 
C) “descia pela linha para as costas do inseto, e voava com ele.” 
D) “Quando viu, já estava a cavalo do galho mais alto da árvore, catando as frutas e limpando o caldo que lhe escorria da boca.” 
 
QUESTÃO 04
Sobre a oração destacada em “E o risco era tão bonito QUE A IRMÃ PEGOU A AGULHA, A CESTA DE LINHAS”, é correto afirmar que ela
A) introduz as intenções e pontos de vista do enunciador do conteúdo da oração principal.
B) desempenha função própria do advérbio e assinala a consequência natural em relação à oração principal.
C) possui a mesma função que o nome é capaz de exercer, por isso é subordinada substantiva.
D) é introduzida por um pronome relativo, que delimita o significado de seu antecedente, e tem função de adjetivo.
QUESTÃO 05
No período “Teceu seus pontos com cuidado, sabendo, ENQUANTO lançava a agulha, como seriam macias as penas e doce o bico.”, o termo, em destaque, pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido original de simultaneidade do texto, por
A) quando.
B) à medida que.
C) como.
D) conforme.
QUESTÃO 06
Marina Colasanti apresenta uma simbologia atribuída ao ato de bordar que representa o
A) ritual de passagem da menina que vive entre os dois mundos: o real e o ideal.
B) mundo imaginário que se apresenta em espaço não delimitado.
C) mundo idealizado pela menina que busca, em sua fuga, encontrá-lo. 
D) ritual de trabalho do mundo real em que não há espaço para imaginação e fantasias. 
QUESTÃO 07
Os períodos a seguir foram retirados do texto “além do bastidor”. Assinale a alternativa em que a oração subordinada possui valor de substantivo.
A) “Foi isso que apareceu depois dos primeiros pontos”
B) “a menina sabia que tinha chegado a hora”
C) “o risco era tão bonito que a irmã pegou a agulha”
D) “era tão lindo o jardim que ela começou a gostar dele”
QUESTÃO 08
Releia o fragmento “Tocou no ponto que acabava em fio.” Assinale, dentre as alternativas, o elemento desse mesmo trecho a que se refere o elemento coesivo em destaque.
A) tocou.
B) acabava.
C)ponto.
D) fio.
O texto 02 servirá de base às questões de 09 a 13.
Texto 02
O empreendedorismo feminino vai salvar o planeta 
	E se eu te contar que as mudanças climáticas afetam mais algumas pessoas do que outras? De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), as mulheres são quatro vezes mais impactadas por esses efeitos, devido a razões socioculturais e econômicas. Atualmente, 70% da população que vive em pobreza extrema é feminina, aproximadamente 900 milhões de mulheres. E a solução pode estar mais próxima do que imaginamos: apostar nas lideranças femininas. 
	A escritora Lindsey Jean Schueman apontou as razões principais que podem fazer de nós a solução para a crise climática. Além de sermos as mais impactadas (econômica e fisicamente), somos líderes melhores em tempos incertos, porque pensamos mais no coletivo. Outro ponto citado é a facilidade feminina em criar conexões (network) e buscar soluções inovadoras. 
	Transformando conhecimento em ação, as mulheres se consolidam como dínamos econômicos – companhias de capital de risco fundadas por nós superam em faturamento as dos homens em 63%. Também buscamos pela igualdade de oportunidades, afinal, recebemos apenas 2% do investimento masculino, e não podemos nos esquecer do nosso lado visionário – o Acordo de Paris, em 2015, foi encabeçado por 30 ‘leoas’. 
Recentemente, tivemos a Convenção Anual da ONU Mulheres Brasil, em Nova York, que focou em ações de inclusão financeira e digitalização para mulheres, além da UN Women CSW67, maior encontro anual de equidade de gênero. Tive a oportunidade de participar do painel Fashion Impact Fund, que abordou a inserção de meninas negras na indústria da moda sustentável e ouvir Tamburai Chirume, co fundadora da ‘The African Academy of Fashion’ e Ngozi Okaro, diretora da ‘Custom Collaborative’. 
	Presenciar a atuação de empreendedoras internacionais de variados gêneros, raças e etnias me faz acreditar que ganhamos poder quando unimos e compartilhamos ideias, projetos, resultados e iniciativas. Mas não acho justa a tarefa de liderar o projeto de salvar o mundo. O caminho é convocar a todos, dividir as tarefas e atuar em prol de um futuro próspero. O que aconteceu na ONU provou que, quando mulheres empreendedoras recebem apoio, o mundo inteiro ganha.
Janine Bitencourt. Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/espaco-doleitor/2023/03/29/interna_espaco-do-leitor,1474810/oempreendedorismo-feminino-vai-salvar-o-planeta.shtml.
QUESTÃO 09
Após a leitura do texto, pode-se afirmar que o tema central apresentado trata do/da
A) feminismo vai salvar o planeta. 
B) possibilidade de educar mulheres para serem grandes empreendedoras. 
C) envolvimento industrial diante das questões climáticas que se apresentam mundialmente. 
D) relevância do papel feminino na busca por resultados favoráveis diante de uma crise global. 
QUESTÃO 10
Considerando as relações de regência observadas de acordo com a norma padrão da língua portuguesa, assinale a afirmativa correta. 
A) Caso a forma verbal, em “apontou as razões principais”, fosse substituído por “indicou”, a regência verbal exigiria a ocorrência de crase.
B) Em “O caminho é convocar a todos”, caso “todos” fosse substituído por “todas”, a escrita correta seria “O caminho é convocar à todas”.
C) Houve falha quanto à regência em “devido a razões socioculturais e econômicas” com o propósito de tornar o texto mais acessível ao leitor. 
D) Em “Também buscamos pela igualdade de oportunidades”, a forma verbal “buscamos” é transitiva direta, o que demonstra que houve desvio da regência.
QUESTÃO 11
Ao dizer que [...] “o Acordo de Paris foi encabeçado por 30 ‘leoas’.”, o enunciado utiliza
A) o sentido denotativo da palavra “leoa” com o propósito de esclarecer a importância do papel feminino no evento citado. 
B) uma linguagem simbólica, metafórica, cujo objetivo é expressar o sentimento de liderança demonstrado por um grupo específico. 
C) expressão equivalente a intelectuais, porém de um impacto maior para o leitor ao utilizar a linguagem figurada. 
D) uma comparação explícita entre “mães” e “leoas”, de modo a ultrapassar os limites do significado habitual das palavras utilizadas. 
QUESTÃO 12
Sobre a oração destacada em “Tive a oportunidade de participar do painel Fashion Impact Fund, que abordou a inserção de meninas negras na indústria da moda sustentável…”, podemos afirmar que
A) é introduzida por um pronome relativo, que retoma o antecedente e tem valor de adjetivo.
B) inicia com uma conjunção integrante e desempenha o papel de sujeito em relação à oração principal.
C) desempenha função própria do advérbio, sendo introduzida por uma conjunção subordinativa e informa a consequência em relação à oração principal.
D) é introduzida por uma conjunção integrante e exerce a função de predicativo do sujeito em relação à oração principal. 
QUESTÃO 13
Releia o fragmento “não podemos nos esquecer do nosso lado visionário”. A oração poderia ser reescrita corretamente como na alternativa
A) não podemos esquecer do nosso lado visionário.
B) não podemos nos esquecer nosso lado visionário.
C) não podemos esquecer o nosso lado visionário.
D) não podemos nos esquecer o lado visionário.
QUESTÃO 14
Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede.
 “... Trata-se de coisa mais, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas de uma experiência que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente...”
(Machado de Assis, In: O Alienista)
O trecho acima, se contextualizado com o restante da obra, evidencia a/ o/um
A) ênfase de Machado ao espírito da ciência da época, que o autor faz questão de, não somente reforçar, como também enaltecer, afinal, vivia-se o século das ciências: o XIX.
B) trecho, como praticamente em toda a obra, deixa clara a ironia machadiana, que questiona as instituições da sociedade dos XIX, dentre elas, a Ciência.
C) diálogo entre Simão Bacamarte e o vigário da cidade a quem aquele confessa seus eficientes métodos medicinais de cura.
D) crítica do escritor ao comportamento dos agentes sanitários que, então, tentavam, a todo custo, sanear a cidade do Rio de Janeiro.
QUESTÃO 15
 Sobre o conto “O alienista”, que integra os Contos definitivos, de Machado de Assis, é incorreto afirmar, apenas, que
A) apresenta um narrador onisciente, neutro, que não emite juízos sobre o caráter e a ação das personagens.
B) traz, como protagonista, o doutor Simão Bacamarte, caricatura hilariante de médico e de ditador científico.
C) tem como desfecho o confinamento solitário do alienista, dentro do manicômio que fizera construir.
D) se constitui como um ponto de interrogação acerca das fronteiras entre normalidade e loucura.