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AULA 2 A dinâmica das decisões financeiras

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DISCIPLINA: 
GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E 
TESOURARIA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Kessyane Novaes Horbucz 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, querido aluno, dando sequência ao estudo da disciplina de Gestão 
de Fluxo de Caixa e Tesouraria, a atividade mais importante dentro da 
administração financeira é a tomada de decisão, pois de nada vale elaborar 
extensos relatórios, gráficos complexos e calcular vários tipos de indicadores 
financeiros sem a competência de analisar todos esses elementos e avaliar qual 
a melhor decisão para sua empresa. 
Dessa maneira, a dinâmica da decisão financeira se pauta em dois 
propósitos: o de investimento (onde, como, quanto e quando irei aplicar os 
recursos?) E o de financiamento (quanto, até quando necessito de recursos?), 
dois grandes propósitos decisórios de uma empresa que são integrados às 
variáveis de risco, ao retorno e aos custos das operações financeiras. 
O objetivo principal é ampliar o conhecimento com foco na tomada de 
decisão, apresentando termos técnicos e algumas ferramentas que são 
importantes para esse processo decisório 
CONTEXTUALIZANDO 
As decisões financeiras de empresas inseridas em economias em 
desenvolvimento requerem uma reflexão mais crítica de seus aspectos 
conflitantes, exigindo uma adaptação à realidade dos negócios. O processo de 
tomada de decisões reflete a essência do conceito de administração. 
Para Assaf Neto (2007), administrar é decidir, e a continuidade de 
qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus 
administradores nos vários níveis organizacionais. E essas decisões, por sua 
vez, são tomadas com os dados e as informações viabilizados pela 
contabilidade, levantados pelo comportamento do mercado e desempenho 
interno da empresa. 
No entanto, esse processo decisório é essencial ao sucesso de toda 
empresa, e vem assumindo complexidade e risco cada vez maiores na economia 
brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência 
de poupança a longo prazo, intervenções frequentes nas regras da economia, 
entre outros aspectos vêm exigindo uma capacidade mais analítica e 
questionadora das unidades decisórias. (Assaf Neto, 2007) 
Conceitos financeiros consagrados em outros ambientes costumam 
encontrar enormes dificuldades de adaptação em nossa realidade empresarial, 
 
 
3 
demandando um conjunto de ajustes e reflexões nem sempre seguidos pelo 
mercado. 
PESQUISE 
Como podemos realizar uma boa administração financeira? Quais são os 
elementos que constituem as decisões financeiras? Como ocorrem as relações 
empresas x mercado? 
 
TEMA 1 – A DINÂMICA DAS DECISÕES FINANCEIRAS 
Como vimos, administrar é um processo de tomada de decisões. Segundo 
Ross (2002), a continuidade das organizações depende da decisão correta e 
esta deve ser feita baseada em dados e informações, sejam elas fornecidas pela 
contabilidade e outros setores da empresa, ou pelo ambiente no qual a empresa 
está inserida. Fatores como desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de 
mercado, inflação, riscos financeiros e mudanças no mercado tornam esse 
processo de decisão algo nada fácil. 
A dinâmica das decisões financeiras envolve: 
 planejamento financeiro – necessidades de expansão, desajustes 
futuros e rentabilidade sobre os investimentos; 
 controle financeiro – análise e correção de desvios entre previsto e 
realizado; 
 administração de ativos – melhor estrutura dos investimentos em 
termos de risco e retorno; 
 administração de passivos – gerenciamento de composição de 
financiamento. 
O foco principal se dá por conta das decisões de investimento e das 
decisões de financiamento. Retomando, investimentos são atividades 
executadas em decorrência das aplicações de recursos. As atividades de 
investimento costumam ser classificadas no Balanço Patrimonial, na conta de 
investimentos, por exemplo: compras de máquinas e equipamento, aplicações 
financeiras de curto e longo prazo. 
Já o financiamento reflete as decisões tomadas diante das atividades 
operacionais e de investimentos. As contas de financiamento costumam ser 
classificadas no passivo financeiro (circulante ou ELP) e no Patrimônio Líquido. 
Exemplos: captação de empréstimos bancários, integralização de capital da 
 
 
4 
empresa, etc., ou seja, “o que se deseja fazer é definir e alcançar uma estrutura 
ideal em termos de fontes de recursos, dada a composição dos investimentos” 
(Sanvicente, 1987, p. 16). 
Decisão de investimento, também chamado de administração da estrutura 
de ativos, constitui a etapa em que o administrador financeiro determina a 
combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da 
empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A 
composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes 
e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o 
administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo 
de Ativo Circulante. (Ross, 2002) 
De acordo com Pereira Filho (2014), o gestor deverá também decidir quais 
são os melhores Ativos Permanentes a adquirir e saber quando os ativos 
existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou 
liquidados. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é 
uma tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras 
das empresas e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a 
longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões, como a 
Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), Valor Presente Líquido 
(VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). 
É na administração da estrutura dos ativos que o gestor deve fazer os 
seguintes questionamentos: onde, como, quanto e por quanto tempo irei aplicar 
meus recursos? 
Já a decisão de investimento ou administração da estrutura do passivo 
relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as 
fontes de recursos. Conforme Gitman (2010), dois enfoques sustentam essa 
atividade do administrador financeiro: 
 A decisão de qual a composição mais apropriada entre 
financiamento a curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante 
importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. 
 O juízo de quais fontes individuais de financiamento, a curto ou a 
longo prazo, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa 
natureza exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus 
custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de 
Capital é uma medida eficaz para esse tipo de decisão. 
 
 
5 
As questões que o gestor deve fazer na administração da estrutura do 
passivo se pauta em: como, quanto, por quais taxas e com quem irei financiar 
os meus recursos? 
Porém, como saber se o investimento e o financiamento realizados darão 
o meu retorno esperado? Qual ou quais os riscos que podem ocorrer? Veremos 
essas questões no tema a seguir. 
 
TEMA 2 – RISCO X RETORNO 
Para compreender melhor essa aula, vamos conceituar risco e retorno. 
Risco é a volatilidade de retornos associado a um determinado ativo. Como 
normalmente estamos preocupados com a possibilidade de um prejuízo, 
tentamos medir com precisão a volatilidade do retorno que pode causar esse 
prejuízo. 
No entanto, volatilidade, segundo o dicionário, é a qualidade do que sofre 
constantes mudanças; característica do que é volátil, do que não é firme, daquilo 
que muda constantemente ou se vaporiza. Em finanças, entendemos como uma 
oscilação entre os valores dos ativos. 
Por exemplo, se você realiza uma aplicação de renda fixa que promete 
juros de R$ 50 daqui a 30 dias, não está correndo risco de volatilidade do retorno. 
O resultado possível é um só. Não existe volatilidade de retorno associada à sua 
aplicação. Imagineagora que o gerente do banco lhe oferece uma aplicação que 
promete juros no intervalo de R$ 0 a R$ 100. Ou seja, você pode ganhar qualquer 
valor entre R$0 e R$ 100. Esse investimento é mais arriscado em virtude da 
elevada volatilidade de retorno. Volatilidade de retornos aqui significa que você 
pode ganhar qualquer valor entre R$ 0 e R$ 100. 
Em suma, o risco pode ser definido como uma medida de incerteza 
associada aos retornos esperados de investimento. 
Já o retorno é a expectativa de uma rentabilidade, ou seja, quanto irei 
ganhar ao investir em determinado ativo. 
Dessa maneira, devemos ficar atento a alguns tipos de risco e tentar ao 
máximo prevê-los e nos prepararmos para eles. Seguem os principais tipos de 
riscos, conforme Pereira Filho (2014). 
 
 
6 
 Risco de mercado – é associado às variações de rentabilidade 
dos ativos decorrendo das condições da economia, que podem fazer os juros, o 
câmbio e os preços das ações variarem, influenciando seu investimento. 
Um exemplo é quando são expostas notícias sobre empresas de capital 
aberto, pois, se essa notícia for negativa, automaticamente os preços das ações 
reduzem. 
 Risco de crédito – esse risco ocorre quando há o chamado 
popularmente de “calote”, ou seja, quando não há o pagamento da parte 
devedora para a parte credora, o que vai fazer com o que o credor não receba o 
esperado, e os impactos dessa ação podem chegar a uma falência. 
 Risco de liquidez – está relacionado com a facilidade de você 
negociar um ativo, ou seja, o quanto você conseguirá transformar um ativo em 
dinheiro o mais rápido possível. No entanto, às vezes você precisa ceder e 
reduzir o valor solicitado para fechar a negociação, sendo essa perda computada 
como risco de liquidez. 
 Risco legal – são questões legais que podem ocasionar algum 
transtorno para uma ou mais partes da relação. Podem existir cláusulas jurídicas 
que impeçam ou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, 
permitindo ao devedor ou tomador não honrar as obrigações assumidas. 
 Risco operacional – quando há a possibilidade de ocorrerem 
falhas e poderão ser provenientes de problemas nos equipamentos, falhas 
humanas má administração, fraudes, entre outros. 
Além disso, de acordo com Sanvicente (2012), existem riscos que envolve 
a área empresarial, sendo eles: 
Risco econômico – também denominado de risco empresarial, está 
relacionado às eventualidades que afetam o resultado de uma empresa, ou seja, 
a possibilidade de a empresa não atingir os resultados esperados. 
Risco financeiro – é resultado da instabilidade do resultado, ocorre 
quando uma empresa não possui a capacidade de honrar seus compromissos 
financeiros no prazo acordado. 
Na prática, encontramos no mercado diversos ativos e, com isso, há de 
se esperar que os riscos sejam também diferentes, dessa maneira, quanto maior 
for o risco de um investimento, maior deverá ser o seu retorno esperado. 
 
 
 
7 
 
 
TEMA 3 – RELAÇÃO COM OS MERCADOS 
Empresas bem-sucedidas têm uma necessidade constante de fundos. Um 
dos principais atores envolvidos nesse processo de canalização de fundos são 
as instituições financeiras. 
As instituições financeiras, conforme Gitman (2010), agem como 
intermediários, canalizando as poupanças de pessoas físicas, empresas e 
órgãos governamentais para empréstimos e investimentos. Muitas instituições 
financeiras remuneram direta ou indiretamente seus depositantes com juros 
sobre os recursos depositados, e outras prestam serviços em troca de tarifas. 
A poupança que os clientes individuais depositam nas instituições 
financeiras fornece grande parte dos recursos de que dispõem. Esses clientes 
não apenas proporcionam recursos às instituições financeiras, como também os 
demandam dela sob a forma de empréstimo. No entanto, as pessoas físicas são 
ofertantes líquidos para as instituições financeiras: poupam mais do que tomam 
emprestado. (Gitman, 2010) 
No caso das empresas que depositam seus recursos nas instituições 
financeiras, elas também tomam empréstimos, porém são demandantes líquidos 
de fundos: tomam mais dinheiro do que poupam. (Gitman, 2010) 
Em resumo, todo o processo descrito até agora pode ser dito da seguinte 
forma: as relações financeiras são estabelecidas sempre que um agente 
econômico é capaz de transferir o comando de recursos financeiros para 
terceiros contra o reconhecimento de uma obrigação (dívida, expressa em um 
contrato ou título) e seus serviços por parte do beneficiário. A mais simples forma 
de relação financeira é o crédito: um agente empresta dinheiro a outro, por um 
prazo determinado, e é remunerado pelo pagamento de juros futuro. (Carvalho, 
2015) 
Nesse processo, existem dois agentes principais: os agentes 
superavitários (credores) e os agentes deficitários (devedores). 
Segundo Gitman (2010), os agentes superavitários, também chamados 
de poupadores, veem-se às voltas com excesso de renda corrente sobre seus 
gastos planejados e, portanto, demandam formas de acumulação de riqueza. 
 
 
8 
São demandantes de ativos financeiros e ofertantes de poupança financeira – 
recursos para uso imediato de terceiros. 
Já os agentes deficitários, tomadores, pretendem gastar mais que sua 
renda corrente, demandando financiamento de seus gastos excedentes. Trocam 
parte de sua renda futura pela antecipação de recursos financeiros. Esses 
agentes são demandantes de poupança financeira e emitem obrigações, um 
passivo financeiro a ser saldado no futuro. (Gitman, 2010) 
Vistos esses conceitos, no Brasil, quem são os atores do sistema 
financeiro nacional? 
Conforme Ferreira (2014), o Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um 
conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que tem como 
objetivo regulamentar, fiscalizar e executar as operações relacionadas à gestão 
da moeda e do crédito. 
O SFN possui uma estrutura padrão dividida em dois subsistemas. 
Subsistema Normativo: capaz de regular e fiscalizar o mercado financeiro. 
Os órgãos e instituições especiais que o compõem são: 
 Conselho Monetário Nacional (CMN); 
 Banco Central (BACEN); 
 Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
(PREVIC); 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); 
 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES); 
 Caixa Econômica Federal (CEF); 
 Banco do Brasil (BB). 
Subsistema Operativo: sistema composto por todas as instituições que 
trabalham na intermediação financeira e na realização da transferência de 
recursos entre fornecedores e tomadores de recursos por meio de regras bem 
definidas. 
 Compõem esse subsistema: 
 Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE); 
 Cooperativas de Crédito; Bancos de Investimentos; 
 Sociedades Corretoras; 
 Sociedades de Crédito Imobiliário; 
 
 
9 
 Bancos Cooperativos etc. 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2016. 
 
O sistema financeiro nacional é constituído por várias instituições e 
órgãos que zelam pelo bom funcionamento das operações financeiras, 
viabilizando o trânsito de recursos financeiros entre empresas e investidores. 
(Ferreira, 2014) 
Dessa maneira, seu principal objetivo é o de estabelecer uma ligação 
entre os agentes do mercado financeiro influenciando na maior eficiência nas 
operações. 
 
TEMA 4 – RELAÇÃO COM A CONTABILIDADE 
Como vimos na aula anterior, as atividades de finanças (tesoureiro) e 
contabilidade (controller) são intimamente relacionadas e, via de regra, 
sobrepõem-se. Na verdade, muitas vezes é difícil diferenciar a administração 
financeira da contabilidade. 
No entanto, em empresas de pequeno porte, o controller com frequência 
executa a função financeira e, nas maiores, muitos controllers estão diretamente 
envolvidos com diversas atividades financeiras. Existem, porém, duas diferenças 
 
 
10 
básicas entre finanças e contabilidade: ênfase nosfluxos de caixa e a tomada 
de decisões. (Gitman, 2010) 
No que diz respeito à ênfase nos fluxos de caixa, Gitman (2010) afirma 
que a função principal dos controllers é desenvolver e relatar dados para 
mensurar o desempenho da empresa, avaliar situações financeiras, atender aos 
requisitos dos reguladores de títulos e apresentar relatórios, além de registrar e 
pagar impostos. Usando determinados princípios padronizados e geralmente 
aceitos, os controllers preparam demonstrações financeiras que reconhecem as 
receitas no momento da venda e as despesas no momento em que são 
incorridas, abordagem conhecida como regime de competências. 
Já o administrador financeiro enfatiza os fluxos de caixa, as entradas e 
saídas de dinheiro. Ele mantém a empresa solvente, planejando os fluxos de 
caixa necessários para que ela honre suas obrigações e adquira os ativos 
necessários para realizar suas metas, o chamado regime de caixa. O 
administrador financeiro aplica esse regime de caixa para reconhecer as receitas 
e despesas apenas quando das entradas e saídas efetivas de caixa. 
Independentemente de seus lucros ou prejuízos, cada empresa precisa ter fluxo 
de caixa suficiente para atender as suas obrigações à medida que se tornem 
devidas. (Gitman, 2010) 
A segunda grande diferença entre finanças e contabilidade tem a ver com 
a tomada de decisões. Os controllers dedicam maior parte dos seus esforços 
para coletar e apresentar os dados financeiros. Já os administradores 
financeiros, por sua vez, avaliam as demonstrações contábeis, desenvolvem 
mais dados e tomam decisões a partir da análise marginal resultante. É claro 
que isso não quer dizer que os controllers jamais tomem decisões, ou que os 
administradores financeiros jamais coletem dados. Apenas que o foco principal 
de suas atividades é bastante diferente. (Gitman, 2010) 
Como já vimos, além do envolvimento constante com a análise e o 
planejamento financeiros, o administrador financeiro também toma decisões de 
investimento e de financiamento. Segundo Gitman (2010), as decisões de 
investimento determinam as combinações e os tipos de ativos que a empresa 
possui. Já as decisões de financiamento determinam a combinação e os tipos 
de financiamento usados. 
Para compreender melhor, observe a figura a seguir, em que é 
apresentado um balanço patrimonial. Vale ressaltar que as decisões são 
 
 
11 
efetivamente tomadas com base nos efeitos do fluxo de caixa sobre o valor geral 
da empresa. 
 
Balanço patrimonial 
Ativo circulante Passivo circulante 
Ativo não circulante 
Dívidas de longo prazo e 
patrimônio líquido 
 
 
 
 
 
Após compreendida essa relação das finanças com a contabilidade, 
vamos partir para o último tema, o qual trata do disponível, que são os recursos 
financeiros que se encontram à disposição imediata da entidade. 
 
TEMA 5 – O DISPONÍVEL 
O disponível compõe o grupo dos ativos circulantes, ou seja, são os 
recursos financeiros disponíveis para a empresa, os quais, 
geralmente, ela deixa sob a guarda de instituições financeiras. 
O ativo faz parte das contas patrimoniais e compreende o conjunto de 
bens e direitos da organização, possuindo valores econômicos e podendo ser 
convertido em dinheiro. É parte positiva da posição patrimonial e identifica onde 
os recursos foram aplicados, além de representar os benefícios presentes e 
futuros da empresa. 
A finalidade de uma empresa é o lucro, e o ativo é a aplicação de bens e 
direitos de modo a produzir lucro. Para que algo seja considerado um ativo, é 
necessário que ele cumpra quatro requisitos: constituir bem ou direito para a 
empresa, ser de propriedade, posse ou controle da sociedade, ser mensurável 
monetariamente e trazer benefícios (ou expectativa de benefícios) para a 
Tomada de decisões de 
investimento 
Tomada de decisões de 
financiamento 
 
 
12 
empresa. O dinheiro é o ativo por excelência, pois é o meio de troca da economia 
e sua liquidez é plena. 
As contas desse grupo não se encerram com a apuração do resultado do 
exercício e podem ser debitadas ou creditadas, sendo o saldo 
sempre devedor (com exceção das contas redutoras do ativo). 
Conforme Athar (2005), o ativo se divide em duas partes: ativo circulante 
e ativo não circulante. 
 Ativo Circulante: contempla o grupo de contas do ativo com maior 
liquidez. São contas que estão constantemente em giro, movimento, circulação. 
Nesse grupo, são registrados os bens e direitos que a empresa consegue 
transformar em dinheiro até o final do exercício seguinte, ou seja, no curto 
prazo. 
Por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de 
dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2015, 
deverá classificar no curto prazo (ativo circulante) todos os valores realizáveis 
até 31 de dezembro de 2016. 
Após compreendido o ativo circulante, voltamos ao disponível, que 
pertence a esse grupo de ativos. 
O disponível compreende valores existentes em caixa e bancos, assim 
como as aplicações de curtíssimo prazo e liquidez absoluta. Significa o que está 
disponível para a empresa, podendo ser utilizado a qualquer momento e para 
qualquer fim. As contas desse grupo estão a todo instante sendo movimentadas 
(entra e sai dinheiro). São exemplos de disponível: 
 caixa – dinheiro em espécie na empresa; 
 conta em banco – nessa conta são registrados os recursos 
depositados em contas-correntes de livre movimentação. As contas de livre 
movimentação são as contas bancárias cujo saldo pode ser sacado 
imediatamente pelo cliente, no todo ou em parte. 
 aplicações financeiras – a curto prazo, representam os 
investimentos efetuados pela empresa em títulos de liquidação imediata (que 
sejam prontamente conversíveis em dinheiro). Ou seja, são investimentos por 
um curto período, pois, assim que a empresa necessitar do dinheiro, ela pode se 
desfazer da aplicação e usá-lo. São feitas pelas entidades com o objetivo de 
obter recursos financeiros, normalmente sendo realizadas junto a 
estabelecimentos bancários (as empresas em geral efetuam essas aplicações 
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_ativo8.php
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_ativo8.php
 
 
13 
por obter boas taxas remuneratórias, por excesso de recursos monetários, por 
obrigações contratuais ou por falta de opção de negócios). 
 Depósitos bancários à vista – para cheques e/ou transferências que 
entrarão na conta da empresa a curto prazo. 
Em resumo, os recursos do disponível são utilizados para compra de bens 
do imobilizado, que podem ser vendidos eventualmente. As sobras de caixa são 
aplicadas temporariamente no mercado financeiro para maximizar os recursos 
financeiros, gerando receitas que são deduzidas das despesas geradas pelos 
financiamentos bancários de curto e longo prazos. (Hoji, 2001) 
Com isso, existe uma ferramenta – o fluxo de caixa – que exerce a função 
de acompanhar o saldo do disponível e a tesouraria, e, ao acompanhar essas 
movimentações, auxilia o gestor na tomada de decisão, inclusive no momento 
de transformar essa disponibilidade em reserva que irá compor o patrimônio 
líquido com a qual poderá contar posteriormente para a liquidação dos 
compromissos assumidos pela empresa. 
 
Leitura obrigatória 
Leia mais sobre o Sistema Financeiro Nacional no livro Finanças sem 
complicação, capítulo 5, páginas 173 a 211. 
 
Saiba mais 
 Assista ao vídeo e reflita sobre as seguintes perguntas: 
https://www.youtube.com/watch?v=ON0uDIfcrLg 
 
 Como é o nome do movimento de entrada e saída de dinheiro de 
uma empresa? 
 Qual a relação do fluxo de caixa com o desempenho 
organizacional? 
 Qual o papel do gestor financeiro? Quais as suas principais 
atividades? 
 Qual a diferença entre o administrador financeiro e o contabilista? 
 Quais os cuidados que o administrador financeiro deve ter em 
relação ao mercado? 
 Quais os passos necessários pararealizar um investimento e um 
financeiro? 
https://www.youtube.com/watch?v=ON0uDIfcrLg
14 
 Quais as habilidades do gestor financeiro?
 Quais as funções do gestor financeiro?
TROCANDO IDEIAS 
Após apresentados os principais pontos a respeito da administração 
financeira, chegou a hora de dividir o seu entendimento a partir de tudo que foi 
abordado nesta rota, além de apresentar possíveis dúvidas e questionamentos 
que surgiram durante os estudos. Dessa forma, para iniciarmos as discussões, 
responda: 
 Quais as duas principais atividades do administrador financeiro
relacionado ao balanço patrimonial da empresa?
NA PRÁTICA 
Conseguindo manter o equilíbrio financeiro pessoal (finanças 
domésticas), fica mais fácil desenvolver hábitos que irão contribuir, sempre que 
necessário, para tomar decisões financeiras, tanto no âmbito pessoal quanto no 
profissional. 
Assista ao vídeo a seguir e identifique quais são os hábitos 
recomendados para se obter um bom equilíbrio financeiro. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Ep65y-eQxgE
FINALIZANDO 
Quando se aborda a tomada de decisão financeira dentro 
das organizações, é importante observar todos os setores da organização; 
um tomador de decisão necessita acompanhar todos os indicadores financeiros 
da empresa, delegando à sua equipe o monitoramento eficiente desses 
dados, sendo que uma omissão de dados ou algum dado lançado 
erroneamente modifica o cenário da organização. 
O controle deve ser constante, ou seja, uma rotina, pois, quanto mais 
controle houver em um curto espaço de tempo, menor será a dimensão dos 
problemas e mais fácil será saná-los rapidamente. 
Importa ao gestor financeiro decidir sobre as opções mais rentáveis de 
investimentos, sem se esquecer de observar os riscos dessas operações. 
https://www.youtube.com/watch?v=Ep65y-eQxgE
 
 
15 
Também é função do gestor financeiro optar pelas melhores opções de 
financiamento, analisando taxas e prazos. 
Seria contraditório estudar finanças sem entender a importância do 
mercado e dos bancos dentro dessa relação. Dentro do Sistema Financeiro 
Nacional (SFN), deparamos com o mercado financeiro, que é constituído de 
intermediadores financeiros que compõem os mercados de crédito, monetário, 
de capitais e cambial. 
Em administração financeira, existe outra relação tão importante quanto a 
relação com os mercados, que é a relação com a contabilidade. Em muitos 
momentos, torna-se difícil distinguir as finanças da contabilidade, pois é comum 
que as atividades dessas duas áreas sejam desempenhadas pelo mesmo 
indivíduo, tal como um diretor financeiro, um controller e até mesmo um contador. 
No entanto, esse processo decisório essencial ao sucesso de toda 
empresa vem assumindo complexidade e risco cada vez maiores na economia 
brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência 
de poupança a longo prazo, intervenções frequentes nas regras da economia, 
entre outros aspectos vêm exigindo uma capacidade mais analítica e 
questionadora. 
 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
ATHAR, R. A. Introdução à contabilidade. São Paulo: Prentice Hall, 
2005. 
CARVALHO, F. J. C. Economia monetária e financeira: teoria e política. 
3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 
FERREIRA, M. A. Sistema financeiro nacional: uma abordagem 
introdutória dos mecanismos das instituições financeiras. Curitiba: Intersaberes, 
2014. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São 
Paulo: Prentice Hall, 2010. 
MATERLANC, R. Avaliação de empresas: um guia para fusões & 
aquisições de valor. São Paulo: Prentice Hall, 2005. 
PEREIRA FILHO, V. Finanças. São Paulo: Pearson Education, 2014. 
ROSS, S. et al. Administração financeira: corporate finance. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
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