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11 - Poder Executivo

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Aula 11
Direito Constitucional 
 (Curso Regular)
Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas, Nelma Fontana
02 de Março de 2022
Bons estudos -Bons Estudos
 
 
 
 
Sumário 
Sistema Presidencialista de Governo ................................................................................................................. 2 
Presidente da República..................................................................................................................................... 5 
1 – Eleição e mandato .................................................................................................................................... 5 
2 – Impedimento e vacância .......................................................................................................................... 8 
3 – Atribuições .............................................................................................................................................. 11 
4 – Da Responsabilidade .............................................................................................................................. 20 
Vice-presidente da República .......................................................................................................................... 32 
Ministros de Estado.......................................................................................................................................... 32 
Órgãos Consultivos ........................................................................................................................................... 35 
1 – Conselho da República ........................................................................................................................... 35 
2 – Conselho de Defesa Nacional ................................................................................................................. 37 
Resumo ............................................................................................................................................................. 39 
Destaques da Legislação .................................................................................................................................. 41 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 47 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 48 
Lista de Questões ........................................................................................................................................... 125 
Gabarito.......................................................................................................................................................... 158 
 
 
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2 
 
Poder Executivo 
SISTEMA PRESIDENCIALISTA DE GOVERNO 
Sistema de governo é o que define as atribuições do Poder Executivo e do Poder legislativo, bem como o 
modo pelo qual se relacionam. Presidencialismo, parlamentarismo e semipresidencialismo são os sistemas 
de governo encontrados no mundo. 
A atual Constituição brasileira definiu o presidencialismo como sistema de governo. Entretanto, o modelo 
parlamentarista já foi adotado no país por dois períodos: um no Segundo Reinado (1847) e outro após a 
renúncia de Jânio Quadros, de 1961 a 1963. 
No período imperial, Dom Pedro II atuou como Chefe de Estado, mas detinha também o poder de indicar o 
Chefe de Governo (o primeiro Ministro), que era membro do partido com maioria no Parlamento. A 
escolha dos demais ministros também estava subordinada a Pedro II. O Imperador exercia ainda o Poder 
Moderador, que lhe dava a prerrogativa de dissolver a Câmara a qualquer momento, de maneira que se 
fosse derrotado nas eleições, poderia simplesmente dissolver a Câmara e convocar novas eleições. Nota-se, 
então, que o poder decisório estava mesmo nas mãos de Dom Pedro II, razão pela qual esse modelo 
brasileiro foi chamado de "parlamenstarismo às avessas". 
Em 1889, Dom Pedro II foi deposto e a República foi proclamada. Nessa época, o Brasil passou a adotar o 
sistema presidencialista de Governo, presente também nas Constituições de 1891, 1934, 1946, 1967/69 e 
na atual Constituição, promulgada em 1988. 
Em agosto de 1961, o Presidente Jânio Quadros renunciou, fato que levou o Vice-presidente da República 
(João Goulart) a sucedê-lo, mesmo a contragosto das Forças Armadas e de alguns setores da sociedade, 
porque havia o receio de que ocorresse uma invasão comunista no país. 
Com o propósito de evitar que os militares tomassem o poder, o Congresso Nacional, em 02/09/1961, 
aprovou o sistema parlamentarista de governo, que diminuiu as atribuições do Presidente da República. 
Em 1963, foi feito um plebiscito, para consultar o povo sobre a continuidade do modelo parlamentarista, 
mas a opção popular foi pelo presidencialismo. A partir daí, o sistema presidencialista de governo 
permaneceu até os dias de hoje. 
Vale citar o disposto no artigo 2º do ADCT da Constituição Federal de 1988, que marcou um novo 
plebiscito para 1993, para mais uma vez consultar o povo a respeito dos sistemas presidencialista e 
parlamentarista. A escolha popular foi pela continuidade do modelo presidencialista. 
Agora, o que é representa cada sistema de governo? 
O sistema parlamentarista surgiu na Inglaterra, no século XVIII, e tem como características primordiais o 
exercício do Poder Executivo por duas distintas pessoas (o Chefe de Estado e o Chefe de Governo); a 
interdependência entre Executivo e Legislativo e o mandato por prazo incerto do Chefe de Governo. 
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3 
 
Chefe de Estado é aquele que exerce funções estritamente protocolares, simbólicas, atribuídas ao 
Presidente (se República) ou ao Monarca (se Monarquia). É aquele que trata dos negócios externos do país, 
que cuida das questões diplomáticas. 
Por outro lado, o Chefe de Governo é quem gerencia os negócios internos do país, que elabora e executa 
os planos de governo. Essa função é exercida, normalmente, pelo Primeiro-Ministro, escolhido pelo 
Parlamento. 
Como, em regra, quem escolhe o Chefe de Governo é o partido que obteve mais votos na eleição do 
Parlamento, dentre os seus próprios membros, o Primeiro-Ministro conta com o apoio do Legislativo para 
ser mantido no cargo, o que torna a relação do Executivo e do Legislativo mais harmoniosa. Daí falar-se em 
interdependência entre Executivo e Legislativo e mandato incerto do Chefe de Governo. 
No sistema presidencialista de governo, criado pelos Estados Unidos, em 1787, as chefias de Governo, de 
Estado e da Administração Pública são reunidas em só pessoa: o Presidente da República. Além de chefia 
monocrática, o chefe do Executivo tem mandato por prazo certo (dia de início e dia de fim previamente 
determinados) e não se subordina ao Legislativo, embora a sua atuação dependa de leis. 
O sistema presidencialista de governo adotado pelo Brasil é denominado por parte da doutrina de 
"presidencialismo de coalização", cujo ponto de relevo está na relação entre Executivo e Legislativo, uma 
vez que as coalizações partidárias, as escolhas dos Presidentes da Câmara e do Senado e as competências 
atribuídas ao Presidente da República no processo legislativo ditam o trabalho dos Poderes. 
Nota-se, então, que no sistema presidencialista de governo, há uma concentração de funções executivas na 
figura do Presidente da República e uma separação de Poderes mais rigorosa do que a que se dá no 
modelo parlamentarista.A chefia do Executivo no sistema presidencialista é unipessoal. Os Ministros de Estado apenas auxiliam o 
Presidente da República no exercício de suas atribuições e são por ele livremente nomeados e exonerados. 
Os Poderes Executivo e Legislativo atuam com independência, o que possibilita que o Presidente da 
República governe mesmo que não tenha a maioria no Congresso Nacional. Por outro lado, não tem o 
Executivo a prerrogativa de dissolver o Legislativo, como ocorre no modelo parlamentarista, e nem o 
Legislativo a atribuição de retirar o Presidente do cargo, salvo pela prática de crime de responsabilidade. 
Outra diferença entre os sistemas de governo importante para ser destacada é o fato de que no 
presidencialismo o Presidente presta contas diretamente ao povo (dever de responsabilidade), enquanto 
que no parlamentarismo a prestação de contas é feita ao Parlamento. 
Em síntese, as principais características do presidencialismo são: 
✓ A chefia monocrática: o Poder Executivo é exercido por uma só pessoa, que acumula as funções de 
chefe de Estado e de chefe de Governo. 
✓ Independência entre os Poderes Executivo e Legislativo. 
✓ Responsabilidade: dever de prestar contas. 
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✓ Mandato por prazo certo. 
 
No Brasil, o Presidente da República, além de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração 
Pública, é também chefe das Forças Armadas (artigo 84, XIII, da CF). Esse acúmulo de atribuições gera, na 
doutrina, duras críticas ao modelo, ao ponto de José Afonso da Silva se referir ao presidencialismo como 
uma forma de absolutismo travestida de sistema de governo. 
 
O sistema semipresidencialista de governo é o que mescla um pouco dos modelos anteriores. Nesse 
sistema, o Executivo é pluripessoal, contando com um chefe de Estado e um Chefe de Governo. 
A chefia de Estado é exercida pelo Presidente da República, que é eleito pelo povo, para mandato certo, a 
quem compete nomear o Chefe de Governo e até dissolver o Parlamento. Nota-se que o Chefe de Estado 
não exerce apenas atribuição simbólica, como no modelo parlamentarista. Atua no processo legislativo, no 
controle de constitucionalidade, no desenvolvimento de políticas externas e comanda as Forças Armadas. 
O Chefe de Governo exerce também a chefia da Administração Pública e sua nomeação e permanência no 
cargo dependem da aprovação do Parlamento. 
Vamos comparar: 
Presidencialismo Parlamentarismo Semipresidencialismo 
Chefia monocrática Chefia dual Chefia dual 
O Presidente é eleito pelo povo e 
acumula as funções de Chefe de 
Estado, Chefe de Governo e 
Chefe da Administração Pública. 
O Chefe de Estado pode ser o 
Presidente ou um Monarca. 
Exerce papel simbólico. 
O Chefe de Governo é escolhido 
pelo Parlamento. 
O Chefe de Estado é o Presidente, 
eleito pelo povo para mandato 
certo. Não tem função simbólica. 
Pode dissolver o Parlamento. 
O Chefe de Governo é nomeado 
pelo Presidente, com a provação 
do Legislativo. 
Mandato por prazo certo Mandato do Chefe de Governo é 
incerto 
Mandato do Chefe de Governo é 
incerto 
Independência entre os Poderes Interdependência entre Executivo 
e Legislativo 
Interdependência entre Executivo 
e Legislativo 
Chefe de Estado
Chefe de Governo
Chefe da Administração Pública
Chefe das Forças Armadas
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PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
O Poder Executivo da União é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de 
Estado. 
O Poder Executivo é exercido mediante estrutura unipessoal, uma vez que o Presidente da República 
acumula as funções de Chefe de Estado, Chefe de Governo, Chefe da Administração Pública e Chefe das 
Forças Armadas. 
Aos Ministros de Estado cabe o relevante papel de auxiliares do seu titular na condução dos assuntos de 
governo. São nomeados e exonerados livremente pelo Presidente, dentre cidadãos brasileiros com mais de 
21 anos de idade. 
O mandato do Presidente da República é de quatro anos, vedada a reeleição para terceiro mandato 
consecutivo. O início do mandato se dá em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. 
Estados, Distrito Federal e Municípios seguem a mesma estrutura de organização: o Executivo é exercido 
pelo Governador, auxiliado pelos Secretários de Estado (no caso de Estados e Distrito Federal) e pelo 
Prefeito, auxiliado pelos Secretários de Governo (no caso de Município). 
Governadores e Prefeitos atuam como Chefes de Governo e Chefes da Administração Pública em seus 
respectivos entes federativos. Os Governadores, ainda, exercem o Comando das Polícias Militares e dos 
Corpos de Bombeiros Militares. 
 
É preciso lembrar: os Governadores de Territórios não são eleitos pelo 
povo. São nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do 
Senado Federal. 
 
1 – ELEIÇÃO E MANDATO 
A eleição para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República requer a observância dos seguintes 
requisitos: a) ser brasileiro nato; b) possuir idade mínima de 35 anos de idade; c) estar filiado a partido 
político; d) estar no gozo dos direitos políticos. 
Presidente e Vice-Presidente da República são eleitos, simultaneamente, no primeiro domingo de 
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano 
anterior ao do término do mandato presidencial vigente. 
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Note que a eleição do Presidente da República importa também a do Vice-Presidente com ele registrado. 
Note que os dois são eleitos, recebem a mesma quantidade de votos, embora não precisem pertencer ao 
mesmo partido político. 
A eleição é majoritária de dois turnos. Explico: a dupla com maioria absoluta de votos válidos é a eleita. 
Entretanto, se nenhum candidato obtiver a maioria dos votos, excluídos brancos e nulos, no primeiro 
turno, acontecerá o segundo turno, com as duas duplas mais votadas no primeiro turno. No segundo turno, 
a dupla que alcançar a maioria dos votos válidos será considerada eleita, ainda que a diferença seja 
mínima. 
O sistema eleitoral majoritário de dois turnos também é aplicado para eleição de Governadores e Prefeitos 
de municípios com mais de duzentos mil eleitores. Agora, cuidado! Nos municípios com até duzentos mil 
eleitores, a eleição é majoritária simples, isto é, aquele que obtiver a maioria dos votos será eleito (não 
precisa atingir a maioria absolta de votos válidos). 
As eleições para Presidente e Governadores são concomitantes. Já a eleição para Prefeito acontece dois 
anos após as eleições em nível nacional e estadual. 
Exemplifiquemos: 
1. Eleições municipais 
O Município Céu Azul tem 10 mil eleitores 
Candidato Votação Conclusão 
João 2.500 votos João foi o candidato eleito, mesmo com uma 
pequena diferença de votos em relação ao 
candidato José, pois a eleição é majoritária 
simples, em razão da quantidade de eleitores do 
município: o candidato mais votado é eleito em 
um só turno de votação. 
 
José 2.490 votos 
Antônio 1.800 votos 
Geraldo 1.500 votos 
Brancos e nulos 1.710 votos 
 
O Município Lua Nova tem 250 mil eleitores 
Candidato Votação Conclusão 
Maria 95.000 votos Observe: 220 mil são os votos válidos. Os votos 
brancos e nulos devem ser excluídos. 
Para que Maria fosse eleita no primeiro turno, 
precisaria ter recebido, pelo menos, 110.001 
votos (maioria absoluta de votos válidos), pois a 
eleição é majoritária em dois turnos. 
Como nenhum candidato obteve a votação 
Ana 70.000 votos 
Lúcia 35.000 votos 
Carlos20.000 votos 
Brancos e nulos 30.000 votos 
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mínima, deverá ocorrer o segundo turno com as 
duas candidatas mais votadas no primeiro turno: 
Maria e Ana. 
No segundo turno, será eleita a candidata de 
maior votação. 
 
2. Eleição nacional 
O exemplo será utilizado tomando por parâmetro o Presidente da República, mas também se aplica a 
Governadores. 
Eleição nacional (Presidente e Vice-Presidente da República) 
Candidato Votação Conclusão 
João 45 milhões de votos No exemplo, 128 milhões é o total de votos, 
sendo 103 milhões o número de votos válidos. 
Para ser eleito no primeiro turno, João precisaria 
ter recebido, pelo menos, 64 milhões e um votos. 
Como isso não ocorreu, será feito o segundo 
turno com os dois candidatos de maior votação: 
João e Ana. 
Ana 35 milhões de votos 
José 18 milhões de votos 
Maria 5 milhões de votos 
Brancos e nulos 25 milhões de votos 
Considerando o exemplo acima, se no segundo turno, os mesmos 128 milhões de votos fossem registrados, 
sendo a quantidade de votos válidos a de 85 milhões de votos, seria eleito o candidato que obtivesse, pelo 
menos, 42 milhões, 50o mil e um votos (maioria absoluta de votos válidos). 
Observe que a quantidade de votos brancos e nulos deve ser desprezada. Assim, se, por exemplo, 100 
milhões de votos fossem brancos e nulos, seria eleito o candidato que obtivesse, pelo menos, a maioria dos 
votos válidos (28 milhões : 2 +1 = 14 milhões e um votos). 
Imaginemos agora que houvesse um empate. O critério utilizado para desempate seria a idade, isto é, o 
desempate seria em favor do mais idoso. 
Outro ponto a ser analisado é o caso de morte, desistência ou impedimento legal de candidato, antes de 
realizado o segundo turno. Nesse caso, deve ser convocado dentre os remanescentes, o de maior votação. 
No exemplo citado, se antes de realizado o segundo turno, João falecesse, Ana concorreria com José, o 
próximo candidato mais votado no primeiro turno. Não há que falar, nesse caso, do Vice de João, porque 
os dois são eleitos, de maneira que se a candidatura de um ficar prejudicada, ficará prejudicada também a 
do outro. 
 
Posse 
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O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse do dia 1º de janeiro do ano posterior ao da 
eleição, em sessão conjunta do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e 
cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a 
integridade e a independência do Brasil (artigo 78 da CF). 
Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de 
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. A competência para declarar o cargo 
vago é do Congresso Nacional. 
Observe: se o Presidente, injustificadamente, não comparecer, no prazo de dez dias da data marcada para 
a posse, o cargo dele será declarado vago e então o Vice o sucederá. Caso seja o Vice a perder o prazo para 
a posse, o cargo dele será declarado vago e o Presidente não terá Vice. 
 
2 – IMPEDIMENTO E VACÂNCIA 
Compete ao Vice-Presidente da República substituir o Presidente, nos casos de impedimento, e sucedê-lo 
nos casos de vacância. 
Há diferença entre impedimento e vacância? Entre substituição e sucessão? Sim. 
O impedimento ocorre em situações temporárias, nos casos em que o cargo de Presidente fica 
momentaneamente desocupado. Por outro lado, a vacância se dá em situações definitivas. Nessa linha, 
substituir é assumir temporariamente a Presidência e suceder é assumir com definitividade, tornar-se o 
Presidente. 
Vejamos as hipóteses: 
Impedimento (o Vice substitui) Vacância (o Vice sucede) 
✓ Afastamento imposto pelo Congresso 
Nacional, por até 180 dias, para que o 
Presidente responda a processo por crime 
comum ou de responsabilidade; 
✓ Viagem; 
✓ Licença médica; 
✓ Licença para períodos de descanso. 
✓ Perda do cargo por sentença transitada em 
julgado; 
✓ Impeachment (perda do cargo por crime de 
responsabilidade); 
✓ Deixar de tomar posse, injustificadamente, 
dez dias após a data marcada (1º de 
janeiro); 
✓ Sair do país, sem a licença do Congresso 
Nacional, por mais de 15 dias; 
✓ Falecimento; 
✓ Renúncia. 
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9 
 
 
 
O artigo 83 da Constituição Federal dispõe que o Presidente e o Vice-
Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, 
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda 
do cargo. 
Para o STF, em decorrência do princípio da simetria, a Constituição estadual 
deve estabelecer sanção para o afastamento do governador ou do vice-
governador do Estado sem a devida licença da Assembleia Legislativa (ADI 
3.647). Entretanto, a exigência de autorização do Legislativo para a saída do 
Governador e do Vice, em prazo inferior ao definido pela Constituição 
Federal, é inconstitucional (ADI 307/CE). Assim, deve prevalecer o mesmo 
regramento constitucional: prazo superior a 15 dias. 
Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão 
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do 
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (artigo 80 da CF), nessa ordem. 
Quem primeiro substitui o Presidente é o Vice-Presidente. Se não puder, assumirá primeiro o Presidente da 
Câmara, porque é representante do povo. Não podendo também este, assumirá o Presidente do Senado. 
Caso também não possa fazer a substituição, assumirá o Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
O Supremo Tribunal Federal, na ADPF 402 MC, entendeu que se os substitutos eventuais do Presidente da 
República (o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Presidente do 
Supremo Tribunal Federal) forem réus em processo criminal, não poderão fazer a substituição do Chefe 
do Executivo, uma vez que o próprio titular quando se torna réu, fica afastado do cargo por um período de 
até 180 dias. Perceba: o fato de responder a ação penal não tira a prerrogativa de exercício das demais 
atribuições dos Presidentes da Câmara, do Senado e do STF. Tira somente a condição de exercício interino 
da Presidência da República. 
Observe: somente o Vice-Presidente sucede o Presidente da República com definitividade. Os demais 
somente assumem a Presidência da República quando também o Vice não pode assumir. Em caso de 
vacância dos dois cargos (Presidente e Vice), os Presidentes da Câmara, do Senado e do STF sucedem o 
Presidente da República tão somente até que ocorra nova eleição. 
A eleição, no caso, seria extemporânea (fora do período fixado pela CF - 1º domingo de outubro). Se a 
vacância dos dois cargos ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á eleição noventa dias depois 
de aberta a última vaga. Entretanto, se a vacância dos dois cargos ocorrer nos últimos dois anos do 
período presidencial, a eleição será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na 
forma da lei. Em qualquer dos casos, os eleitos apenas completarão o período de seus antecessores, isto é, 
exercerão mandato tampão. 
Vamos organizar o pensamento: 
1. Linha de substituição do Presidente da República: 
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2. Eleição extemporânea decorrente davacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
República: 
Data das vacâncias Tipo da eleição Data da eleição 
2 primeiros anos do mandato Direta 90 dias após a última vaga 
2 últimos anos do mandato Indireta 30 dias após a última vaga 
 
O dispositivo constitucional que dispõe sobre os substitutos eventuais do Presidente e do Vice no caso 
de dupla vacância não é de reprodução obrigatória, de modo que a Lei Orgânica do Município pode 
estabelecer regramento diferente para a substituição do Prefeito e do Vice. Esse é o posicionamento do 
STF, uma vez que a disciplina acerca da sucessão e da substituição da chefia do Poder Executivo 
municipal põe-se no âmbito da autonomia política do Município, por tratar tão somente de assunto de 
interesse local, não havendo dever de observância do modelo federal (RE 655.647 AgR). 
Exemplo: É possível que sejam substitutos do Prefeito e do Vice o Presidente da Câmara de Vereadores; 
o 1º Vice; o 2º Vice; o 1º Secretário. 
Vale lembrar que o STF já decidiu que não é compatível com a Constituição Federal dispositivo de Lei 
Orgânica que atribui ao Juiz de Direito da Comarca a prerrogativa para substituir o Prefeito, por se tratar 
de autoridade estadual. 
 
(2019/MPE-SC/Promotor de Justiça) Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, 
nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias 
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
Gabarito: Certa. 
1º
• Vice-Presidente da República
2º
• Presidente da Câmara dos Deputados
3º
• Presidente do Senado Federal
4º
• Presidente do Supremo Tribunal Federal
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Comentário: O artigo 81 da Constituição Federal assevera que vagando os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será 
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
 
3 – ATRIBUIÇÕES 
O artigo 84 da Constituição Federal enumera, em rol exemplificativo, as atribuições do Presidente da 
República. A enumeração não exaustiva está definida no próprio artigo, no inciso XXVII, segundo o qual 
compete privativamente ao Presidente da República "exercer outras atribuições previstas na Constituição. 
Como já mencionado anteriormente, o Presidente da República acumula os papéis de Chefe de Estado, 
Chefe de Governo, Chefe da Administração Pública e Chefe das Forças Armadas. Para fins didáticos, 
elencaremos as atribuições do Chefe do Executivo a partir dessa classificação, mas cabe dizer que sobre o 
assunto há alguma divergência doutrinária. Explico: há competência descrita pela doutrina ora como sendo 
no papel de Chefe de Governo ora como sendo no papel de Chefe da Administração Pública; ora como 
Chefe de Estado, ora como Chefe das Forças Armadas. 
 
Chefe de Estado (o Presidente representa o Brasil em suas relações internacionais) 
Compete privativamente ao Presidente da República: 
✓ manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos (inciso 
VII); 
A acreditação é o ato formal por meio do qual se recebe o representante diplomático. Receber 
o representante diplomático é acreditar que os atos que ele exerce são para o seu Estado. 
No exercício da competência para manter relações com estados estrangeiros, o Presidente da República 
decide sobre a concessão de asilo político (Ext. 493), extradição (Rcl 11.243) e expulsão (HC 101.528). 
✓ celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional 
(inciso VIII); 
Compete ao Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais, mas a entrada 
no ordenamento jurídico de tais atos depende da aprovação do Congresso Nacional, por meio de decreto 
legislativo (artigo 49, I, da CF). Após o referendo do Congresso Nacional, o Chefe do Executivo promulga os 
atos, por meio de decreto, e somente depois dessa fase, passam a produzir efeitos no ordenamento 
jurídico brasileiro. 
Com efeito, a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna 
decorrem de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: 
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a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados, 
acordos ou atos internacionais e a do presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de 
direito internacional, também dispõe da competência para promulgá-los mediante decreto. 
✓ nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos 
Tribunais Superiores (inciso XIV, primeira parte), nomear magistrados para os tribunais regionais 
do trabalho e regionais eleitorais (inciso XVI) e nomear, observado o disposto no art. 73, os 
Ministros do Tribunal de Contas da União (inciso XV); 
As competências acima descritas são classificadas por José Afonso da Silva (2005) e por Marcelo Novelino 
(2015) como sendo de Chefe de Estado, em razão de fazerem parte de outros Poderes. Há divergência 
sobre o assunto. 
✓ declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou 
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas 
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional (inciso XIX); 
✓ celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional (inciso XX); 
Para que o Presidente da República declare a guerra ou celebre a paz, é necessário ter a autorização do 
Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo (artigo 49, II, da CF). 
Nos casos citados, o Presidente da República também atua como Chefe das Forças Armadas. 
✓ conferir condecorações e distinções honoríficas (inciso XXI); 
Trata-se de uma honraria, de uma recompensa moral, conferida ao brasileiro ou estrangeiro que realizou 
algum feito digno de reconhecimento por parte do Estado brasileiro. Por meio de ordens honoríficas, o 
Presidente da República outorgada insígnias para condecorar aquele que é merecedor da distinção. 
✓ permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo 
território nacional ou nele permaneçam temporariamente (inciso XXII). 
No ponto, o Presidente atua como Chefe de Estado e como Chefe das Forças Armadas. 
 
Chefe de Governo (o Presidente gerencia os negócios internos de natureza política) 
Compete privativamente ao Presidente da República: 
✓ nomear e exonerar os Ministros de Estado (inciso I); 
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Os ministros de Estado são livremente nomeados e exonerados pelo Presidente da República, dentre 
cidadãos brasileiros maiores de 21 anos. 
✓ iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição (inciso III); 
No processo legislativo, o Presidente da República propõe emendas à Constituição, projetos de lei, edita 
medidas provisórias e pede autorização para criar leis delegadas. Não há participação do Executivo na 
criação de decretos legislativos e de resoluções. 
✓ sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para 
sua fiel execução (inciso IV); vetar projetos de lei, total ou parcialmente (inciso V); 
Compete ao Presidente da República sancionar ou vetar projetos de lei (ordinária ou complementar) e os 
projetos de lei de conversão (MP modificada). Não há sanção e nem veto no processo legislativodas 
emendas à Constituição Federal. 
A promulgação das leis é feita preferencialmente pelo Presidente da República. Entretanto, se deixar de 
agir, no prazo de 48 horas, caberá ao Presidente do Senado fazer a promulgação. Aquele que promulga é o 
que o que encaminha a lei à promulgação. 
O Presidente da República exerce as suas funções constitucionais administrativas por meio de decretos, 
nos termos do artigo 84, IV, que confere ao Chefe do Executivo a competência para expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução. Trata-se do poder regulamentar do Chefe do Executivo. 
A finalidade dos regulamentos é a de produzir as disposições operacionais uniformizadoras necessárias à 
execução de lei cuja aplicação demande atuação da Administração Pública. O regulamento deve se limitar à 
fiel execução da lei, sem inovar a ordem jurídica. O seu objetivo deve ser o de tornar a lei exercitável e não 
de interpretar a lei. 
Vale dizer que nem toda lei é passível de regulamentação. Só o são aquelas em que há espaço para uma 
atuação administrativa, como acontece com as leis previdenciárias, administrativas e tributárias. As leis 
autoexecutáveis, as processuais, civis e penais não dependem de regulamentação. 
Agora, se a interpretação administrativa da lei, que vier a consubstanciar-se em decreto executivo, divergir 
do sentido e do conteúdo da norma legal que o ato secundário pretendeu regulamentar, a questão 
caracterizará, sempre, típica crise de legalidade, e não de inconstitucionalidade, de maneira que é inviável 
a utilização do mecanismo processual da fiscalização normativa abstrata (ação direta de 
inconstitucionalidade), porque o caso seria de inconstitucionalidade reflexa, cuja apreciação não se 
revela possível em sede jurisdicional concentrada (ADI 996 MC). 
Por outro lado, caso o Presidente da República exorbite do poder regulamentar, o Congresso Nacional, por 
meio de decreto legislativo, poderá sustar o decreto do Executivo (artigo 49, V, da CF). Dito de outra forma, 
se o Presidente inovar a ordem jurídica ao editar um decreto, poderá o Congresso Nacional, a fim de 
garantir a separação de Poderes, por meio de decreto legislativo, retirar, com efeitos ex nunc, a validade do 
ato do Executivo. O Legislativo não declara o decreto inconstitucional, apenas tira a sua aplicação. Daí falar-
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se em efeito ex nunc e não em efeito retroativo, uma vez que o decreto não está sendo declarado 
inconstitucional. 
✓ decretar o estado de defesa e o estado de sítio (inciso IX); 
O Presidente da República pode decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, 
em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente 
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza (artigo 136 da 
CF). O decreto precisa ser referendado pelo Congresso Nacional (artigo 49, IV, da CF). 
Na hipótese de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia 
de medida tomada durante o estado de defesa ou ainda na hipótese de declaração de estado de guerra ou 
resposta a agressão armada estrangeira, poderá o Presidente da República solicitar ao Congresso Nacional 
permissão para decretar o estado de sítio (artigo 137 da CF). 
Perceba: O Congresso Nacional autoriza o estado de sítio e aprova o estado de defesa. 
✓ decretar e executar a intervenção federal (inciso X); 
Compete ao Presidente da República, nos casos previstos no artigo 34 da Constituição Federal, decretar a 
intervenção federal nos Estados e no Distrito Federal. O Decreto deve ser submetido à aprovação do 
Congresso Nacional. 
✓ remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão 
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias (inciso 
XI); 
 
✓ conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei 
(inciso XII); 
Indulto é perdão coletivo concedido pelo Presidente da República a condenados em processo criminal. A 
graça é um perdão individual. A comutação de penas é a substituição de uma pena mais gravosa por uma 
mais branda. 
Terrorismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e os crimes hediondos não admitem o 
indulto e nem a comutação de penas (artigo 5º, inciso XLIII, da CF). 
O STF, na ADI 5.874, julgou válido o Decreto 9.246/2017 (Michel Temer), que concedeu indulto natalino e 
fez a comutação de penas a, dentre outros, condenados por corrupção e crimes contra a Administração 
Pública. Na ocasião, o Tribunal entendeu que o indulto não faz parte da doutrina penal e não é instrumento 
consentâneo à política criminal. É legítimo mecanismo de freios e contrapesos para coibir excessos e 
permitir maior equilíbrio na Justiça criminal, razão pela qual é plenamente compatível com a cláusula de 
separação de Poderes. 
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Indulto, graça e comutação de penas são atos da competência privativa do Presidente da República e 
resultam, observadas as vedações constitucionais, da discricionariedade do Chefe do Executivo, de sua 
vontade subjetiva. Assim, embora os atos de clemência possam ser revistos pelo Judiciário, a análise é de 
legalidade e não de conveniência e oportunidade. Não cabe ao Judiciário legislar e nem substituir o 
subjetivismo do Presidente da República. 
✓ exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes 
são privativos (inciso XIII); 
O Presidente da República, nesse caso, age tanto como Chefe de Governo quanto como Chefe das Forças 
Armadas. 
✓ nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII (inciso XVII) e convocar e 
presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (inciso XVIII); 
Para Marcelo Novelino (2015), embora a competência para convocar e presidir o Conselho da República 
seja de Chefe de Governo, presidir e convocar o Conselho de Defesa Nacional é competência de Chefe de 
Estado, porque o órgão se pronuncia a respeito de assuntos relacionados à soberania nacional e à defesa 
do Estado democrático. 
✓ enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as 
propostas de orçamento previstos nesta Constituição; 
 
✓ prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão 
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior (inciso XXIV); 
A Competência do Presidente para, anualmente, prestar contas ao Congresso Nacional é tanto como Chefe 
de Governo quanto como Chefe da Administração Pública. Se o Presidente da República deixar correr o 
prazo de sessenta dias sem manifestação, caberá à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas 
(artigo 51, II, da CF). 
Compete ao Congresso Nacional julgar as contas do Chefe do Executivo (artigo 49, IX). 
Sistematizando, temos: 
1. O Presidente, anualmente, deve prestar suas contas ao Congresso Nacional, no prazo de 60 dias, a 
contar da abertura da sessão legislativa. 
2. Se o Presidente perder o prazo, a Câmara dos Deputados fará a tomada de contas. 
3. O TCU aprecia as contas e emite parecer. 
4. O Congresso Nacional julga as contas do Presidente da República. 
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✓ editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62(XXVI). 
 
✓ propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional 
previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição (XXVIII). 
 
A Emenda à Constituição 109/2021, acrescentou o inciso XXVIII ao artigo 84 da CF/88, de modo que nas 
hipóteses previstas no artigo 167, poderá o Presidente da República propor ao Congresso Nacional que 
decrete estado de calamidade pública. Cuidado! Cabe ao Congresso Nacional (e não Presidente da 
República) decretar o estado de calamidade pública. 
 
Chefe da Administração Pública (o Presidente exerce funções de natureza administrativa) 
Compete privativamente ao Presidente da República: 
✓ exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal 
(inciso II); 
 
✓ dispor, mediante decreto, sobre (inciso VI): 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de 
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
 
A Emenda Constitucional 32/2001 criou decretos que não se destinam à regulamentação das leis, como 
estudado no inciso IV do artigo 84 da Constituição, mas à inovação do ordenamento jurídico, com força de 
lei, com valor de espécie primária. São os chamados decretos autônomos, até então não admitidos no 
ordenamento jurídico brasileiro. 
Diz-se autônomo o decreto porque não está vinculado a uma lei, porque não tem o propósito de 
regulamentar a lei, mas de criar direitos, garantias e vedações. Esse decreto tem a abstração e a 
generalidade de uma lei, embora não passe por processo legislativo e resulte unicamente da vontade 
unilateral do Presidente da República. 
O decreto autônomo é excepcional e só pode ser feito nas hipóteses taxativamente enumeradas na 
Constituição Federal. São elas: 
1. organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; 
2. extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
A criação e a extinção de órgãos públicos dependem de lei, cuja iniciativa é privativa do Presidente da 
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República, no âmbito do Executivo, evidentemente. Nesse sentido, o STF, na ADI 6.121, aprovou a 
seguinte tese: 
 "Considerado o princípio da separação dos poderes, conflita com a Constituição Federal a extinção, por 
ato unilateralmente editado pelo Chefe do Executivo, de órgãos colegiados que, contando com menção em 
lei em sentido formal, viabilizem a participação popular na condução das políticas públicas – mesmo 
quando ausente expressa ‘indicação de suas competências ou dos membros que o compõem’.” 
Cargos públicos, em regra, só podem ser extintos por lei. Se estiverem vagos, poderão ser extintos por 
decreto. 
Os decretos autônomos podem ser questionados ao Supremo Tribunal Federal por meio de ação direta 
de inconstitucionalidade, porque embora não sejam formalmente leis, têm força de lei, são dotados de 
abstração e de coercibilidade. 
Cuidado para não confundir o decreto regulamentar (inciso IV) com o decreto autônomo (inciso VI)! 
Vejamos as diferenças: 
Decreto regulamentar Decreto autônomo 
Espécie infralegal. Espécie primária. 
Não admite questionamento na via 
concentrada. 
Admite questionamento na via 
concentrada. 
Está vinculado a uma lei. Está vinculado à Constituição Federal. 
Não inova o ordenamento jurídico. Inova o ordenamento jurídico. 
Previsto em norma originária da CF. Criado por Emenda. 
O PR o utiliza para cumprir as suas 
funções administrativas 
constitucionais. 
 
Só pode ser editado nos casos 
previstos taxativamente na 
Constituição Federal. 
 
 
 
(2019/NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba – PR/Procurador) Durante o processo constituinte, foram intensas 
as discussões sobre a questão da regulamentação de leis no Brasil. Finalmente, prevaleceu a posição de 
autores como Celso Antônio Bandeira de Mello (2016). Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. 
A) A posição que prevaleceu na redação originária da Constituição de 1988 implicava a previsão exclusiva 
de regulamentos autônomos. 
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B) A Constituição de 1988, em sua redação atual, não trata mais do assunto referente à regulamentação de 
leis mediante regulamentos. 
C) A posição que prevaleceu na redação originária da Constituição de 1988, embora implicasse a previsão 
de regulamentos autônomos, também aceitava os regulamentos executivos. 
D) A atual redação constitucional prevê duas hipóteses de regulamentação por decreto pelo Presidente da 
República que não estavam presentes na redação original, sendo uma delas a extinção de funções ou 
cargos públicos, quando vagos. 
E) A redação original da Constituição era dúbia quando afirmava que cabia ao Presidente expedir decretos 
e regulamentos, restando dúvidas no texto se tal competência era apenas para a execução de leis. 
Gabarito: D 
Comentários: a Constituição Federal promulgada em 1988, ao instituir o Estado democrático de Direito, 
consagrou o princípio da legalidade e extirpou a figura do decreto-lei. 
Os decretos do Executivo foram contemplados no texto constitucional apenas como espécies normativas 
infralegais, nos termos do artigo 84, IV, sem o poder de inovação do ordenamento jurídico. 
Em setembro de 2001, foi promulgada a EC/32, que alterou a redação do inciso VI do artigo 84, para 
permitir que o Presidente da República, como Chefe da Administração Pública, pudesse agir mais 
rapidamente, por decreto, sem a dependência de lei. Surgiram, então, os chamados decretos autônomos, 
assim denominados porque não estão vinculados às leis e têm a mesma prerrogativa legal de inovar o 
ordenamento jurídico brasileiro. 
As hipóteses de edição dos decretos autônomos são excepcionais e estão pontuadas expressamente na 
Constituição Federal: organização e funcionamento da Administração Pública, desde que não implique 
aumento de despesa e nem criação ou extinção de órgãos públicos federais; extinguir cargos ou funções 
públicas, quando vagos. 
 
✓ nomear o Advogado-Geral da União (inciso XVI, segunda parte); 
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente 
da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada 
(Artigo 131, § 1º, da CF). 
✓ prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei (inciso XXV); 
A competência do Presidente da República para prover os cargos públicos federais, na forma da lei, alcança 
também a competência para promover o desprovimento dos cargos, embora a informação não conste 
expressamente no texto constitucional. Da mesma forma, a competência para extinção dos cargos alcança, 
na forma da lei, a criação. 
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Vale reforçar que os cargos públicos, quando vagos, poderão ser extintos por decreto do Presidente da 
República, conforme já pontuado no inciso VI do artigo 84 da Constituição Federal. 
 
Competências delegáveis 
Algumas competências do Presidente da República poderão ser por ele delegadas aos Ministros de Estado, 
ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União (parágrafo único do artigo 84 da 
Constituição Federal). São elas: 
1. O disposto no inciso VI: “dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criaçãoou extinção de órgãos 
públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.” 
2. O que consta no inciso XII: “conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos 
instituídos em lei.” 
3. A primeira parte do inciso XXV: prover os cargos públicos federais, na forma da lei. 
Qualquer das três atribuições poderá ser delegada a qualquer das três autoridades citadas (Ministros de 
Estado, PGR e AGU). A delegação se dará a critério discricionário do Presidente da República. 
A respeito da competência contida no inciso XXV, é preciso ter cuidado, porque recai apenas sob o 
provimento do cargo e não sobre a extinção (prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da 
lei). 
Agora, como já fora dito anteriormente, a competência do Presidente da República para prover os cargos 
públicos alcança também o desprovimento, de forma que quando o Chefe do Executivo delega o 
provimento, delega também o desprovimento. Nesses termos, poderia um Ministro de Estado, tendo 
recebido a delegação do Presidente da República, nomear e exonerar servidor público; nomear e demitir 
servidor público; prover e desprover cargos públicos federais. 
Outro cuidado: não pode o Presidente delegar a competência para extinção dos cargos públicos federais, 
salvo se estiverem vagos, porque essa competência está contida no inciso VI e é delegável. 
Ora, qual a diferença entre os dois incisos (VI e XXV)? No inciso VI, o Presidente atua por decreto e no 
inciso XXV, na forma da lei. A extinção de cargos públicos do VI (cargos vagos) é delegável, a do inciso 
XXV, não. 
 
As competências do Presidente da República, simetricamente, no que couber, são também exercidas 
por Governadores e Prefeitos, inclusive para criação de decretos autônomos, nas mesmas hipóteses 
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enumeradas pela Constituição Federal. 
 
4 – DA RESPONSABILIDADE 
O Presidente da República, no exercício do mandato, poderá ser responsabilizado tanto por crime comum 
quanto por crime de responsabilidade (artigos 85 e 86 da CF). 
Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, diferente do que se aplica aos demais agentes 
políticos, o Presidente da República não se submete à responsabilidade civil pelos atos de improbidade 
administrativa, mas tão somente a um único regime sancionatório decorrente da responsabilização 
político-administrativa por crime de responsabilidade. 
Cuidado! Para o Tribunal, os outros agentes políticos, inclusive governadores e prefeitos, encontram-se 
sujeitos a um duplo regime sancionatório, e se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de 
improbidade administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de 
responsabilidade (STF. Pet. 3240). 
Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas definidas por lei federal (Lei 
1.079/1950) puníveis com perda do cargo e com inabilitação para o exercício de qualquer função pública. 
Os crimes comuns são aqueles definidos por leis federais e podem ser praticados por qualquer pessoa, 
independentemente de exercer ou não cargo ou função pública. 
Analisemos cada uma dessas situações: 
4.1. Crimes de responsabilidade 
O Presidente da República pratica crime de responsabilidade quando os seus atos atentam contra a 
Constituição Federal (artigo 85, caput, da CF). Não por caso, no momento da posse, o Presidente jura 
cumprir a Lei Maior. A traição aos pressupostos constitucionais acarreta a sua responsabilização e pode 
gerar a perda do cargo. 
O parágrafo único do artigo 85 da Constituição Federal assevera que os crimes de responsabilidade serão 
definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. A Lei 1.079/1950 dispõe 
sobre a matéria. Embora muito anterior à Constituição Federal, a maioria de seus dispositivos foi 
recepcionada pela atual Constituição, dada a compatibilidade material com o novo texto constitucional. 
São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República atentam contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes 
constitucionais das unidades da Federação; 
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III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Além dos casos citados no artigo 85 da Constituição Federal, o artigo 4º da Lei 1.079/1950 ainda incluiu a 
guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos. Essas condutas são especificadas pela Lei dos Crimes de 
Responsabilidades. A Constituição Federal elenca apenas um exemplificativo de condutas. 
Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, a definição das condutas típicas configuradoras do 
crime de responsabilidade e o estabelecimento de regras que disciplinem o processo e julgamento dos 
agentes políticos federais, estaduais ou municipais envolvidos são da competência legislativa privativa da 
União e devem ser tratados em lei nacional especial. Nessa linha, foi editada a Súmula Vinculante 46: 
"A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas 
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da 
União." 
Não é demais enfatizar: Estados, Distrito Federal e Municípios não têm competência para legislar sobre 
crime de responsabilidade. Assim, a Lei 1.079/1950 também se aplica aos Governadores. Aos prefeitos, é 
aplicado o Decreto-Lei 201/1967. 
Para o Supremo Tribunal Federal, a aplicação subsidiária do Regimento Interno da Câmara dos Deputados 
e do Senado Federal ao processamento e julgamento do crime de responsabilidade não viola a reserva 
de lei especial imposta pela Constituição Federal, desde que, evidentemente, as normas regimentais 
sejam compatíveis com os preceitos legais e constitucionais pertinentes, limitando-se a disciplinar 
questões interna corporis (ADPF 378 MC). 
A competência para processar e julgar o Presidente da República por crime de responsabilidade é do 
Senado Federal. Entretanto, cabe à Câmara dos Deputados admitir, por dois terços de seus membros, a 
acusação. Assim, o pedido de impeachment é feito à Câmara dos Deputados, que autorizará ou não o 
processo. Se não autorizar, o pedido será arquivado. Se autorizar, seguirá ao Senado. 
Qualquer cidadão poderá denunciar o Presidente da República, por crime de responsabilidade, perante a 
Câmara dos Deputados. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer 
motivo, deixado definitivamente o cargo. 
Cabe ao Presidente da Câmara dos Deputados apreciar o pedido de impeachment e tomar a decisão de 
receber ou não a denúncia, a partir da análise do preenchimento das formalidades extrínsecas, da 
legitimidade do denunciante e do denunciado e da narrativa feita, de maneira que poderá promover a 
imediata rejeição da petição por inépcia ou falta de justa causa. Nessa fase, não se fala de exercício de 
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contraditório e nem de ampla defesa, tendo em vista que o Presidente da República ainda não está na 
condição de acusado. Da decisão que admite ou não a denúncia, não cabe ao recurso (STF. MS 26.062 
AgR). 
Recebida a denúncia, será lida no expediente da sessão seguinte e despachada a uma comissão especial 
eleita, da qual participam, observada a respectiva proporção, representantes dos partidos paraopinar 
sobre o seu objeto. A partir dessa etapa, o Presidente da República já ostenta a condição de acusado e 
passa a ter direito de contraditório e ampla defesa, sob risco de nulidade do procedimento (STF. MS 
21.564/DF). 
 A comissão especial, após as diligências que julgar necessárias, emitirá parecer sobre a denúncia. Esse 
parecer será submetido à discussão única do Plenário e será votado nominalmente, com o quórum de 
maioria simples. Se o parecer for rejeitado, será arquivado. Se aprovado, o denunciado receberá cópia, 
para promover a devida contestação e indicar os meios de prova que pretende produzir. 
Na sequência, a comissão especial determinará as diligências requeridas, ou que julgar convenientes, e 
realizará as sessões necessárias para a tomada do depoimento das testemunhas de ambas as partes, 
podendo ouvir o denunciante e o denunciado. Findas essas diligências, a comissão especial proferirá 
parecer sobre a procedência ou improcedência da denúncia. 
O Plenário fará duas discussões a respeito do parecer e, em seguida, promoverá a votação nominal. Se a 
denúncia for julgada procedente, por dois terços da Câmara dos Deputados, em votação nominal aberta, 
será encaminhada ao Senado. Se julgada improcedente, será arquivada. 
Atenção! O Supremo Tribunal Federal entende que a renúncia ao cargo, apresentada na sessão de 
julgamento, quando já iniciado este, não paralisa o processo de impeachment (MS 21.689). 
Observe: na Câmara dos Deputados, ocorre apenas a admissibilidade da acusação, a partir da edição de 
um juízo político, em que a Casa verifica se a acusação é consistente, se tem ela base em alegações e 
fundamentos plausíveis, ou se a notícia do fato reprovável tem razoável procedência. O processo e o 
julgamento do Presidente por crime de responsabilidade é da competência do Senado. 
 A admissão da acusação pela Câmara dos Deputados não vincula o Senado, que possui competência para 
decidir se o processo será ou não instaurado. Note: a Câmara dos Deputados autoriza o processo de 
impeachment, mas o juízo de instauração quem faz é o Senado, em votação nominal aberta, com quórum 
de maioria simples. Não admitida a acusação, será arquivada. Uma vez admitida a acusação, será 
formalizado o processo. 
Após a instauração do processo pelo Senado Federal, o Presidente da República ficará suspenso de suas 
funções. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o seu 
afastamento, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
Observe: o Presidente da República só ficará afastado de suas funções se o processo for formalizado pelo 
Senado. O afastamento não se dá após a autorização da Câmara dos Deputados, porque como o Senado 
não está vinculado à admissão da Câmara, é possível que o processo nem venha a ser formalizado. 
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Uma vez formalizado o processo, sua condução será feita pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, 
que assumirá, apenas no processo de impeachment, a presidência dos trabalhos. Vale dizer que o 
Presidente do Supremo Tribunal Federal não tem poder decisório, ele não vota, não julga. Apenas conduz 
os trabalhos e garante o cumprimento do devido processo legal. 
No Senado, novamente, terá o Presidente da República o direito ao contraditório e à ampla defesa. Após a 
instrução do processo e findos os debates, o Plenário, em votação nominal, julgará o Presidente. O quórum 
necessário para condenação é o de dois terços de seus membros 
Se o julgamento for absolutório, produzirá, desde logo, todos os efeitos em favor do acusado, que 
retornará ao exercício do mandato. No caso de condenação, o Presidente da República sofrerá a perda do 
cargo. O Senado também deverá fixar a inabilitação do condenado para o exercício de qualquer função 
pública por oito anos; e no caso de haver crime comum, encaminhará os autos ao Ministério Público para 
oferecimento de denúncia. 
A sentença deve ser lavrada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, mas constará de Resolução do 
Senado, assinada pelos senadores que funcionarem como juízes, transcrita na ata da sessão e, dentro 
desta, publicada no Diário Oficial e no Diário do Congresso Nacional. 
A decisão do Senado é irrecorrível, uma vez que não há órgão no Legislativo superior ao Senado para o 
qual se possa recorrer. Não cabe ao Judiciário, que não tem competência sobre a matéria, invadir o campo 
de atuação do Senado, para desfazer a sua decisão. A irrecorribilidade da decisão é quanto ao mérito, 
porque, evidentemente, a infringência ao devido processo legal durante o processo e o julgamento do 
impeachment poderá ser questionada ao Supremo Tribunal Federal. 
Na hipótese de condenação, conforme previsto no artigo 52, parágrafo único, da Constituição Federal, as 
penas aplicadas são: perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, 
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 
Em que pese o fato de o texto constitucional fixar a perda do cargo com inabilitação por oito anos, o 
Senado Federal, em 2016, no julgamento da ex-Presidente Dilma Rousseff, fez duas votações distintas, uma 
para decidir sobre a perda do cargo e outra para decidir sobre a inabilitação. O resultado foi pela aplicação 
apenas da primeira penalidade, razão pela qual Dilma disputou, em 2018, a uma vaga no Senado Federal. 
 
(TRF - 3ª REGIÃO/Juiz Federal Substituto) Em relação ao Presidente da República é INCORRETO afirmar: 
A) O processo por crime de responsabilidade é levado a efeito pelo Senado Federal , mas sob a presidência 
do Presidente do Supremo Tribunal Federal/STF. 
B) Os crimes de responsabilidade que lhe forem imputados serão objeto de acusação e processo nos 
termos da lei que trata da improbidade administrativa. 
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C) Ficará suspenso de suas funções se for recebida denúncia criminal ou queixa-crime contra ele pelo 
Supremo Tribunal Federal/STF. 
D) Após a instauração do processo por crime de responsabilidade, ficará suspenso de suas funções. 
Gabarito: B 
Comentários: 
A) Certo. A competência para processar e julgar o Presidente da República, por crime de responsabilidade, 
é do Senado Federal (artigo 86 da CF). Cabe ao Presidente do STF conduzir a sessão de julgamento, sem 
poder de voto (artigo 52, parágrafo único, da CF). 
B) Errado. O Presidente da República não se submete à responsabilização civil por improbidade 
administrativa, uma vez que os atos de improbidade são crimes de responsabilidade. Esse é o 
posicionamento do STF, como se verifica na Pet. 3.240. 
C) Certo. A competência para julgar o Presidente da República por crime comum é do STF. Uma vez 
recebida a denúncia/queixa e formalizado o processo, o Presidente será afastado de suas funções por até 
180 dias (artigo 86, §§ 1º e 2º, da CF). 
D) Certo. Da mesma forma como ocorre no crime comum, como já citado no item anterior, no crime de 
responsabilidade, o Presidente também fica afastado de suas atribuições por prazo limite de 180 dias. 
 
4.2. Crimes comuns 
4.2.1. Prerrogativa de foro 
A competência para processar e julgar o Presidente da República, por crime comum, é do Supremo 
Tribunal Federal. O Tribunal apenas poderá analisar o recebimento da denúncia ou da queixa após 
autorização da Câmara dos Deputados, por decisão de dois terços de seus membros. 
A competência do Supremo Tribunal Federal para julgar o Presidente da República alcança as infrações 
penais de um modo geral, de modo que inclui os crimes eleitorais, os crimes dolosos contra a vida e até 
mesmo as contravenções penais (Reclamação 511/PB). 
A prerrogativa de foro, evidentemente, apenas contemplaas ações penais. As ações civis contra o 
Presidente, como por exemplo, ações populares, ações civis públicas, dentre outras, não são da 
competência do Supremo Tribunal Federal. 
O STF possui competência originária para processar pedido de explicações formulado com apoio no art. 
144 do CP, quando deduzido contra a presidente da República (Pet 5.146). 
 
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4.2.2. Imunidade 
Diferente do que se aplica a Deputados e Senadores, o Presidente da República não tem imunidade 
material, isto é, não tem inviolabilidade por manifestação de opinião e nem de palavras. Dessa forma, 
poderá vir a responder civilmente (perante juízo de primeiro grau) e penalmente (perante o STF) por 
manifestação de opiniões e de palavras. 
O atual Presidente da República já foi submetido à interpelação judicial, como previsto no artigo 144 do 
Código Penal, para querendo, explicar melhor sobre o quis dizer quando se referiu ao pai do Presidente da 
OAB ("eu sei como o pai de Felipe Santa Cruz desapareceu."). A ex-Presidente Dilma, para explicar o que 
significa dizer que "o processo de impeachment foi golpe de Estado. Os ex-Presidentes Lula e Fernando 
Henrique também já foram alvos de pedidos de explicações. 
Com efeito, ainda que as palavras e opiniões tenham relação com o mandato, o Presidente da República 
poderá ser responsabilizado civil e penalmente, uma vez que não possui inviolabilidade material. 
Por outro lado, o Presidente da República possui a chamada imunidade formal (ou processual), dividida em 
três possibilidades: 1) prisão; 2) processo e 3) autorização da Câmara para ser julgado. 
Analisemos: 
1. Prisão 
O § 3º do artigo 86 da Constituição Federal dispõe que o Presidente da República não estará sujeito à 
prisão, nas infrações comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória. A proteção constitucional 
impede que o Chefe do Executivo venha a ser preso em flagrante, ainda que por crime inafiançável, ou que 
seja submetido às demais prisões cautelares, independentemente do motivo. 
A única prisão aplicável ao Presidente da República é a decorrente de sentença judicial condenatória 
proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
2. Processo 
O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções (artigo 86, § 4º, da CF). 
Durante o mandato, o Presidente só poderá ser processado e julgado por crimes que tenham sido 
praticados em razão do cargo, isto é, crime comum praticado no exercício da Presidência (in officio) ou em 
razão dele (propter officium). 
Considere algumas hipóteses: 
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1. João praticou conduta tipificada como crime de roubo. Tempos depois, foi eleito e empossado 
Presidente da República. Durante o mandato, João não poderá ser processado e nem julgado pelo crime. 
Se já existir ação penal, ficará suspensa até a finalização do mandato, suspendendo-se também a 
prescrição. Conclusão: o Presidente, enquanto estiver no cargo, não poderá ser responsabilizado por 
condutas anteriores ao seu mandato. Quando deixar de ser o Presidente, responderá perante juízo de 
primeiro grau. 
2. João, o Presidente da República, caminhava pela orla do Lago Paranoá, quando foi surpreendido por um 
transeunte. Assustado, sacou de sua arma e fez seis disparos, atingindo o transeunte e uma criança que 
passava pelo local. Os dois atingidos morreram. O Presidente, durante o mandato, não poderá responder 
pelos homicídios, porque os atos não estão relacionados ao cargo. João, tão logo deixe o cargo, responderá 
pelos crimes perante a Justiça Comum. 
3. O Presidente da República editou medida provisória que beneficiou a sociedade empresarial XX, em 
detrimento de interesse público. Como paga, recebeu uma grande soma em dinheiro. O Presidente poderá 
responder, durante o mandato, pelos atos de corrupção. Conclusão: a conduta delitiva está relacionada ao 
cargo de Presidente e ele poderá ser processado e julgado durante o mandato. 
Com efeito, a Constituição Federal não dá ao Presidente da República imunidade penal, mas imunidade 
temporária à persecução penal. Não há a garantia de irresponsabilidade por crimes não funcionais 
praticados no curso do mandato, mas apenas que, por tais crimes, não poderá ser responsabilizado, 
enquanto não cessar a investidura na Presidência. 
A cláusula de exclusão inscrita nesse preceito da Carta Federal, ao inibir a atividade do poder público, em 
sede judicial, alcança apenas as infrações penais comuns. A imunidade do Presidente da República não o 
isenta de ser responsabilizado civilmente, nem por infrações político-administrativas e nem por 
procedimentos destinados a apurar, para efeitos estritamente fiscais, a sua responsabilidade tributária. 
 
3. Autorização para ser julgado 
O Presidente da República não pode ser processado e nem julgado pelo Supremo Tribunal Federal, nas 
infrações penais comuns, sem a autorização da Câmara dos Deputados, por decisão de dois terços de 
seus membros. 
Com efeito, para que o Supremo Tribunal Federal possa fazer análise da denúncia feita pelo Procurador-
Geral da República, nas ações penais públicas, ou de queixa-crime feita pela vítima, nas ações penais 
privadas, será necessário ter primeiro a autorização da Câmara dos Deputados. 
Note: denúncia ou queixa serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal. O Tribunal pedirá à Câmara 
autorização para dar sequência à persecução criminal. A autorização depende de decisão de dois terços da 
Casa (342 votos). Não atingida a votação, o STF não terá autorização sequer para analisar a 
denúncia/queixa, ficando sobrestada. Quando finalizar o mandato, a denúncia/queixa será analisada pelo 
juízo de primeira instância. Vale dizer que a prescrição fica suspensa. Por outro lado, se a Câmara autorizar 
o processo, o STF não estará vinculado, de maneira que, como acontece em qualquer ação penal, o 
Tribunal fará o juízo de admissibilidade, recebendo ou não a denúncia/queixa. 
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Vamos ilustrar: Considere que o Presidente da República tenha praticado um crime comum durante o 
mandato, em razão do cargo (do contrário, não poderá ser responsabilizado enquanto for o Presidente). 
Como seria o Processo? 
 
Cabe ressaltar que o STF, na Reclamação 511/PB, entendeu que a instauração de inquérito policial não 
está condicionada à autorização da Câmara dos Deputados, desde que as medidas pré-processuais sejam 
adotadas no âmbito de procedimento investigatório em curso perante o próprio Tribunal, único órgão 
competente para ordenar providências necessárias à obtenção de dados probatórios essenciais à 
demonstração da prática delitiva, inclusive para decretar a quebra de sigilo bancário. 
Nos termos dos parágrafos 1º e 2º do artigo 86 da Constituição Federal, o Presidente ficará suspenso de 
suas funções, nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo 
Tribunal Federal. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará 
o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
Se o Presidente da República for julgado e condenado, o trânsito em julgado da decisão provocará a 
suspensão dos direitos políticos, enquanto perdurarem os efeitos da condenação (artigo 15, III, da CF), e, 
consequentemente, o Presidente perderá o mandato. No caso de condenação, poderá ser preso (aliás, essa 
é a única chance de prender o Presidente da República).Denúncia/
queixa
STF Câmara
Não 
autoriza
Sobresta
Autoriza
2/3
STF
Rejeita 
Admite
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1. A imunidade formal tem por finalidade tutelar o exercício regular do cargo de 
Presidente da República, razão pela qual não é extensível a codenunciados que não se 
encontram investidos em tais funções. Assim, se a Câmara não autorizar o processo 
contra o Presidente, os autos deverão ser desmembrados em relação aos àqueles que 
não são detentores de imunidade (STF. Inquérito 4.483 AgR). 
2. O Vice-Presidente da República, embora tenha foro por prerrogativa de função, não 
tem imunidade formal quanto à prisão e quanto ao processo. 
3. Governadores e Prefeitos não têm imunidade formal. Os Estados-membros não 
podem reproduzir em suas próprias constituições o conteúdo normativo dos preceitos 
inscritos no art. 86, §§ 3º e 4º, da Carta Federal (prisão e irresponsabilidade 
temporária), pois as prerrogativas contempladas nesses preceitos da Lei Fundamental, 
por serem unicamente compatíveis com a condição institucional de chefe de Estado, 
são apenas extensíveis ao presidente da República (ADI 978). 
4. O STF, na ADI 4.764/AC, revistou a sua jurisprudência, e passou a entender incabível 
dispositivo de Constituição estadual que condiciona a análise do STJ de denúncia ou 
queixa-crime contra Governador à prévia autorização da Assembleia Legislativa. O 
Tribunal apontou a falta de previsão da proteção na Constituição Federal e ofensa a 
princípio republicano. Foi formulada a seguinte tese: 
"É vedado às unidades federativas instituírem normas que condicionem a 
instauração de ação penal contra governador, por crime comum, à previa 
autorização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça dispor, 
fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive 
afastamento do cargo” 
5. Governadores e Prefeitos têm foro por prerrogativa de função. Os Governadores, 
por crime comum, são processados e julgados pelo STJ. Os Prefeitos, por crime 
comum, são julgados pelo Tribunal de Justiça, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral e da Justiça Federal. 
A pena pode ser
privativa de
liberdade.
Maioria simples
A instrução segue o
curso regular da
ação penal.
O STF recebe a
denúncia/queixa.
O PR fica afastado do
cargo por até 180
dias.
Ação Penal Julgamento
Absolvição Volta ao cargo
Condenação
Perda do cargo;
Prisão.
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(2019/Instituto Acesso/PC-ES/Delegado de Polícia) A Constituição da República Federativa do Brasil 
define as condutas consideradas como crime de responsabilidade se praticadas pelo Presidente da 
República no âmbito das suas funções. Em relação aos crimes de responsabilidade cometidos pelo 
Presidente da República, NÃO é correto afirmar que 
A) o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções. 
B) é crime de responsabilidade o ato do Presidente da República que atente contra a Constituição Federal 
e, especialmente, contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. 
C) Ao Senado compete decidir se deve receber ou não a denúncia cujo prosseguimento foi autorizado pela 
Câmara. 
D) Não há direito à defesa prévia antes da avaliação da denúncia pelo Presidente da Câmara. 
E) o Presidente ficará suspenso de suas funções nos crimes de responsabilidade, após a instauração do 
processo pela Câmara dos Deputados. 
Gabarito: E 
Comentários: 
A) Certo. O Presidente da República tem imunidade formal que assegura a irresponsabilidade temporária 
durante o Mandato (artigo 86, § 3º, da CF). 
B) Certo. Nos termos do artigo 85 da Constituição Federal, é crime de responsabilidade o ato do Presidente 
da República que atenta contra a Constituição Federal e, especialmente, contra o exercício dos direitos 
políticos, individuais e sociais. 
C) Certo. A autorização da Câmara dos Deputados para que o Presidente seja julgado não vincula o Senado, 
que fará também o seu juízo político e tomará a decisão de formalizar ou não o processo por crime de 
responsabilidade. 
D) Certo. Antes de o Presidente da Câmara avaliar a denúncia, o Presidente ainda não ostenta a condição 
de denunciado, razão pela qual não se fala de contraditório e nem de ampla defesa. 
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E) Errado. No crime de responsabilidade, o Presidente da República só será suspenso de suas funções após 
a instauração do processo pelo Senado Federal. 
 
 
(2018/UEG/PC-GO/Delegado de Polícia) Em relação ao Poder Executivo, segundo a Constituição (CRFB) e 
o Supremo Tribunal Federal (STF), 
A) o Presidente da República pode decretar guerra e delegar aos Ministros de Estado a atribuição de 
decretar e executar intervenção federal. 
B) os Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal perdem a 
Chefia de Poder tão logo se tornem réus criminais perante o STF, em virtude da potencial assunção da 
Presidência da República. 
C) o Presidente da Câmara dos Deputados, por estar na linha sucessória da Presidência da República, não 
pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
D) o Presidente da República pode expedir “decretos autônomos” e delegar aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União a atribuição de conceder indulto e comutar 
penas. 
E) o Governador do Estado só pode ser processado criminalmente pelo Superior Tribunal de Justiça após 
prévia autorização da Assembleia Legislativa local nos casos em que a Constituição Estadual assim o exigir. 
 
Gabarito: D 
Comentários: 
A) Errado. Compete ao Presidente da República declarar a guerra, mediante autorização do Congresso 
Nacional, e decretar a intervenção Federal. Essas competências são indelegáveis (artigo 84 da CF). 
B) Errado. Os Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal 
não perdem a Chefia de Poder quando se tornem réus criminais, apenas ficam impedidos, segundo o STF, 
de substituírem o Presidente da República, uma vez que este fica afastado do cargo quando se torna réu 
em processo criminal. 
C) Errado. A imunidade formal do Presidente da República, prevista nos parágrafos 3º e 4º da Constituição 
Federal, não se estende a nenhuma outra autoridade. 
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D) Certo. Nos termos do artigo 84, VI, da Constituição Federal, pode o Presidente da República expedir 
decretos autônomos. 
E) Errado. Governador não tem imunidade formal, razão pela qual é inconstitucional dispositivo de 
Constituição estadual que condiciona a análise da denúncia, por parte do STJ, à prévia autorização da 
Assembleia Legislativa. 
 
 
(2018/FCC/DPE-RS/Defensor Público) Sobre o Poder Executivo, é correto afirmar que 
A) qualquer cidadão pode denunciar o Presidente da República pela prática de crime de responsabilidade, 
sendo ele submetido a julgamento perante o Senado Federal caso a Câmara dos Deputados, por três 
quintos dos seus membros, admita a acusação. 
B) compete privativamente ao Presidente da República, dentre outras atribuições previstas no artigo 84 da 
Constituição Federal, cujo rol é taxativo, dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da 
administração federal, quando

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