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13 - FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

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Aula 13
Direito Constitucional 2022
Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas, Nelma Fontana
26 de Janeiro de 2022
Bons estudos -Bons Estudos
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3 
Ministério Público .............................................................................................................................................. 4 
1. Organização ............................................................................................................................................ 9 
2. Garantias do Ministério Público ............................................................................................................ 13 
3. Ingresso na carreira............................................................................................................................... 15 
4. Garantias e Vedações dos membros ..................................................................................................... 15 
4.1 Garantias ................................................................................................................................................................... 16 
4.2 Vedações................................................................................................................................................................... 16 
5. Atribuições ............................................................................................................................................. 17 
6. Conselho Nacional do Ministério Público .............................................................................................. 21 
6.1 Composição .............................................................................................................................................................. 22 
6.2 Atribuições ................................................................................................................................................................ 22 
Advocacia Pública ............................................................................................................................................. 24 
Advocacia Privada ............................................................................................................................................ 27 
Defensoria Pública ........................................................................................................................................... 30 
Organização .................................................................................................................................................................... 30 
Princípios institucionais da Defensoria Pública .............................................................................................................. 31 
Garantias da Defensoria Pública ..................................................................................................................................... 32 
Resumo ............................................................................................................................................................. 32 
Destaques da Legislação .................................................................................................................................. 34 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 38 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 39 
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Lista de Questões ........................................................................................................................................... 100 
Gabarito.......................................................................................................................................................... 127 
 
 
 
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FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
No Capítulo IV, do Título IV da Constituição Federal, foram alocadas as chamadas "Funções 
essenciais à Justiça". São elas: o Ministério Público (artigos 127 a 130-A); a Advocacia Pública (131 
e 132); a Advocacia (133) e a Defensoria Pública (134). 
Nenhuma dessas instituições, órgãos ou pessoas integra o Poder Judiciário, mas todos exercem as suas 
atividades junto ao Judiciário, para que mediante provocação, o Poder saia da inércia e preste o exercício da 
jurisdição. 
 
Ministério Público 
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. É 
organizado em Ministério Público Estadual e da União, sendo que este último se divide em Ministério Público 
Federal, do Trabalho, Militar e do Distrito Federal e Territórios. 
Advocacia Pública 
A Advocacia-Geral da União é a instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente. É papel da 
AGU, ainda, prestar consultoria e assessoramento jurídico ao Poder Executivo. Nos Estados, a advocacia 
pública é exercida pela Procuradoria-Geral do Estado. 
Advocacia 
O advogado é indispensável à administração da justiça, pois tem a capacidade de postular em juízo, sendo 
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão. 
Defensoria Pública 
Funções 
Essenciais 
à Justiça
Advocacia 
Pública
Advocacia
Defensoria 
Pública
Ministério 
Público
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A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, 
como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a 
promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos 
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados. Há a Defensoria Pública da União e a 
Defensoria Pública de cada Estado e do Distrito Federal. 
Abordaremos a seguir cada uma dessas funções. 
 
(2018/IDECAN/IPC – ES/Procurador Previdenciário I) De acordo com a Constituição Federal, são 
Funções Essenciais à Justiça: 
A) O Poder Judiciário e o Ministério Público. 
B) O Ministério Público e a Defensoria Pública. 
C) O Poder Judiciário e a Advocacia Pública. 
D) O Ministério Público e os Tribunais de Contas. 
Gabarito: B 
Comentário: 
Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia Pública e Advocacia são as funções essenciais à 
Justiça. 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Nos termos do artigo 127 da Constituição Federal, o Ministério Público é instituição permanente, essencial 
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
O Ministério Público (MP), por ocasião da Carta de 1967, esteve inserido na estrutura do Poder Judiciário. 
Após a Emenda 1/1969, foi alocado na estrutura do Poder Executivo. A atual Constituição, de modo 
diferente, classificou o Ministério Público como uma das funções essenciais à Justiça, embora suas 
atividades não estejam vinculadas apenas à esfera jurisdicional. 
Com efeito, o MP não integra nenhum dos Poderes do Estado, embora exerça uma série de atividades 
administrativas. Também não é um quarto Poder do Estado, embora tenha garantia de independência, 
autonomia funcional e orçamentopróprio. Trata-se de instituição constitucional, de atuação autônoma e 
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independente, destinada a fiscalizar o cumprimento da Constituição e das leis, a fim de resguardar a ordem 
democrática e os direitos fundamentais. 
Diz-se "instituição permanente", porque o Ministério Público não pode ser extinto e nem sofrer mitigação 
de suas atribuições nem mesmo por emenda à Constituição, consubstanciando, assim, verdadeira cláusula 
pétrea da Constituição, uma limitação material ao poder reformador. Não fosse o Ministério Público 
permanente e independente, não conseguiria exercer o seu papel de defensor da ordem jurídica, uma vez 
que poderia ser extinto por aqueles a quem investiga, poderia ser limitado em suas investigações e até 
mesmo transformado em mero executor de ordens e defensor de interesses políticos. 
A Constituição Federal, entre tantas atribuições deferidas ao Ministério Público, confiou-lhe a defesa da 
ordem jurídica e do regime democrático, incumbência diretamente ligada à noção de Estado Democrático 
de Direito, fundamento da República Federativa do Brasil. Sendo assim, pode-se dizer que o vínculo entre o 
Ministério Público e o Estado Democrático de Direito é estreito ao ponto de se concluir que afrontar a 
instituição é também afrontar a essência da Constituição, que é a democracia. 
Quanto à defesa de interesses sociais e individuais indisponíveis, conclui-se que o Ministério Público atua em 
defesa da sociedade, para garantir direitos coletivos como saúde, educação, segurança pública, assistência 
social, dentre outros. 
É também papel do Parquet defender direitos individuais indisponíveis, tanto de pessoas vulneráveis como 
idosos e crianças, quanto interesses de todo e qualquer indivíduo que possua um bem indisponível, como é 
a vida por exemplo. Nesse sentido, os tribunais têm entendido que o direito à vida e à saúde são direitos 
individuais indisponíveis, motivo pelo qual o Ministério Público é parte legítima para ajuizar ação civil pública 
visando o fornecimento de medicamentos de uso contínuo. 
Assim, temos: 
 
Conforme disposto no § 1º do artigo 127 da Constituição Federal, são princípios institucionais 
do Ministério Público: 
a unidade 
M
in
is
té
ri
o
 P
ú
b
lic
o Finalidade: defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.
Classificação: função essencial à Justiça não subordinada a nenhum dos poderes – Executivo,
Legislativo e Judiciário
Permanente: não pode ser extinto ou ter as atribuições repassadas a outra instituição.
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Os membros de cada ramo do Ministério Público integram um só órgão, sob direção de um mesmo 
procurador. Trata-se de unidade funcional, uma vez que dentro do Ministério Público Federal, por exemplo, 
cada membro atua como MPF, como instituição. Por outro lado, não se fala de unidade orgânica, porque o 
MP está organizado em Ministério Público da União (MPF, MPDFT, MPM, MPT) e Ministério Público dos 
Estados. 
Os membros do Parquet não devem ser considerados em sua individualidade, mas como integrantes de uma 
só instituição, sujeitos administrativamente a uma única chefia. A unidade deve ser considerada em cada 
Ministério Público, de modo que membro de determinado ramo não pode exercer as atribuições que são de 
outro ramo. 
Com efeito, o STF, na ADPF 482, considerou inválida a transferência de membro de Ministério Público 
Estadual para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, porque além de ferir a necessidade de 
concurso público para provimento de cargo público em carreira diversa, ainda trouxe entendimento 
equivocado acerca da unidade, sendo certo que só existe unidade dentro de cada Ministério Público. 
É por força do princípio da unidade que o Ministério Público Federal poderá atuar junto aos Tribunais 
Superiores, nas ações ajuizadas pelo Ministério Público Estadual. Entretanto, cabe dizer que o Supremo 
Tribunal Federal, no RE 985.392, com repercussão geral reconhecida, fixou que os Ministérios Públicos dos 
Estados e do Distrito Federal têm legitimidade para propor e atuar em recursos e meios de impugnação de 
decisões judiciais em trâmite no STF e no STJ, oriundos de processos de sua atribuição, sem prejuízo da 
atuação do MPF. 
 
a indivisibilidade 
Os membros do Ministério Público não ficam vinculados aos processos em que atuam, de forma que 
podem ser substituídos uns pelos outros, conforme o regramento legal. 
Nota-se que a indivisibilidade é uma decorrência da unidade, pois sendo o Ministério Público uno, não pode 
ser subdividido em outros órgãos autônomos; antes, todos os membros integram um mesmo órgão, todos 
são o Ministério Público. 
Com efeito, os atos processuais devem ser atribuídos ao Parquet como instituição e não ao agente que o 
praticou. Assim, um membro pode se fazer representar por outro, sem nenhum prejuízo para o processo e 
sem implicar em descontinuidade da atividade Evidentemente, do mesmo modo da unidade, a 
indivisibilidade deve ser considerada em cada ramo do Ministério Público. 
Vale ressaltar, ainda, que a indivisibilidade não é incompatível com o princípio do promotor natural e com a 
formação de grupos especiais de tarefa. 
a independência funcional 
No exercício de suas atribuições constitucionalmente estabelecidas, cada membro do MP atua com 
liberdade de consciência, de maneira que nem mesmo dentro da instituição haverá a sujeição funcional de 
um membro em relação ao outro, uma vez que a relação de hierarquia dentro do Ministério Público é 
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meramente administrativa (e não funcional). Se, por exemplo, o promotor, ao analisar um fato, entender 
que não há crime e não oferecer denúncia, não poderá o Procurador-Geral de Justiça obrigá-lo a agir, pois a 
subordinação entre eles é apenas administrativa e não funcional. 
Em decorrência dos princípios institucionais da unidade e da indivisibilidade, nas situações em que houver a 
divergência interna entre órgãos do Ministério Público, segundo o Supremo Tribunal Federal, caberá ao 
próprio Ministério Público (e não ao Judiciário) identificar e afirmar as atribuições investigativas de cada um 
dos seus órgãos em face do caso concreto, devendo prevalecer, à luz do princípio federativo, a 
manifestação do Procurador-Geral da República (Pet. 4.863). Agora, se o desentendimento acontecer 
dentro do próprio MPE, caberá ao PGJ apresentar a solução. 
Com efeito, o conflito de atribuições entre membros do MP deverá ser resolvido da seguinte forma: 
MPF 
 
MPE 
 
PGR 
MPU (ramo 1) 
 
MPU (ramo 2) 
 
PGR 
MPF 
 
MPF 
 
PGR (recurso) 
MPE (Estado Z) 
 
MPE (Estado Z) 
 
PGJ 
MPE (Estado Z) MPE (estado Y) 
 
PGR 
 
 
 
(2020/CESPE/MPE-CE/Promotor de Justiça) Um membro do Ministério Público que atua em tribunal 
de justiça discorda do decidido em um acórdão da corte e pretende recorrer. Percebe, contudo, que 
o tribunal acolhera integralmente o que fora preconizado para o caso pelo promotor com atuação 
no primeiro grau. 
Nesse caso, o membro do Parquet 
A) não poderá recorrer, devido a preclusão processual lógica. 
B) não poderá recorrer, devido ao princípio institucional da unidade do Ministério Público. 
C) não poderá recorrer, devido ao princípio institucional da indivisibilidade do Ministério Público. 
D) poderá recorrer, devido ao princípio institucional da independência funcional. 
E) poderá recorrer, por ocupar posição hierárquica superior em relação ao promotor com atuação 
no primeiro grau. 
Gabarito: D 
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Comentário: 
Cada membro do Ministério Público tem liberdade para interpretar os fatos narrados no processo. 
Independentemente de o promotor, na primeira instância, ter se posicionado de uma forma, aquele 
que atua junto ao Tribunal, ao interpretar o caso, poderá ter entendimento exatamente diverso, 
razão pela qual poderá recorrer da decisão, uma vez que é princípio institucional do Ministério 
Público a independência funcional. 
 
 
(2018/Quadrix/CRM-PR/Advogado) Conjugados os princípios da indivisibilidade, da unidade e da 
independência funcional, cabe ao próprio Ministério Público dirimir eventuais conflitos de 
atribuições investigatórias entre seus membros. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: segundo orientação do STF, em razão da independência funcional, os conflitos de 
atribuições investigatórias entre os seus membros devem ser resolvidos pelo próprio Ministério 
Público (Pet. 4.863). 
 
Existe o princípio do promotor natural? 
Há na doutrina alguma divergência a respeito do assunto, notadamente em razão de oscilação 
de posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria. Entretanto, o posicionamento 
majoritário é o de que o postulado do promotor natural é compatível com a Constituição Federal 
de 1988, especialmente com as garantias constitucionais conferidas ao Parquet. 
Por força do princípio do promotor natural, as atribuições do Ministério Público devem ser 
previamente fixadas por lei, por critérios abstratos, a fim de que o acusado exerça o direito de 
ter o seu caso examinado por um órgão independente. O grande propósito do postulado é o de 
abolir a figura do promotor ad hoc, isto é, a nomeação casuística de promotores de Justiça ou de 
procuradores da República. 
Com efeito, o legislador constituinte, ao proceder ao fortalecimento institucional do Ministério 
Público, buscou alcançar duplo objetivo: 
a) instituir, em favor de qualquer pessoa, a garantia de não sofrer arbitrária persecução penal 
instaurada por membro do Ministério Público designado ad hoc; 
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b) tornar mais intensas as prerrogativas de independência funcional e de inamovibilidade dos 
integrantes do parquet. 
O promotor natural é, na verdade, um princípio constitucional implícito que decorre do princípio 
do juiz natural, previsto no artigo 5º, inciso LIII, da Constituição Federal. Do mesmo modo que 
ninguém poderá ser julgado senão pela autoridade competente, ninguém será acusado senão 
por órgão previamente definido por lei. 
O Supremo Tribunal Federal, no HC 67.759-2, declarou a nulidade do julgamento em que a 
atuação em plenário foi de um Promotor de Justiça estranho à Comarca e ao feito, sem regular 
designação e estando a titular da Promotoria em pleno exercício de suas funções, por ofensa ao 
princípio do promotor natural. Na mesma linha, declarou a inconstitucionalidade de Provimento 
da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Santa Catarina que permitia a nomeação, pelo juiz 
da Comarca, de bacharel em direito alheio aos quadros do Ministério Público, para funcionar 
como órgão acusatório penal, em razão de clara ofensa ao princípio do promotor natural e a 
exclusividade da promoção da ação penal pública pelo Ministério Público (ADI 2.958). 
Destarte, depreende-se do promotor natural que: 
1) o órgão de acusação deve ser previamente criado por lei, pois praticada a infração, é preciso 
saber qual órgão do Ministério Público deverá agir, bem como quais são as suas atribuições; 
2) o órgão deve ser imparcial, de forma que o Estado não poderá indicar acusadores para atuação 
em casos específicos; 
3) os membros do Ministério Público têm garantias constitucionais semelhantes aos dos 
magistrados: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio. 
 
1. ORGANIZAÇÃO 
Conforme disposição do artigo 128 da Constituição Federal, o Ministério Público abrange: 
I - o Ministério Público da União (MPU), que compreende: 
a) o Ministério Público Federal (MPF); 
b) o Ministério Público do Trabalho (MPT); 
c) o Ministério Público Militar (MPM); 
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT); 
II - os Ministérios Públicos dos Estados (MPE). 
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Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público (artigo 128, § 5º, 
da CF/88). 
Extrai-se da interpretação do art. 128, § 5º, da Constituição, que cabe ao chefe de cada Ministério Público 
(MPU e MPE) a iniciativa de lei complementar que disponha sobre organização, atribuições e estatuto de 
cada instituição individualmente considerada. Essas legislações, entretanto, deverão observar os 
regramentos gerais definidos pela Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei 8.625/1993). Assim, 
coexistem dois regimes de organização: 1) a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº 8.625/1993), 
que fixa as normas gerais tanto para o MPU quanto para o MPE e 2) a Lei Orgânica do Ministério Público da 
União (LC 75/1993), de inciativa do Procurador-Geral da República, e a Lei Orgânica do Estado, que delimita, 
em lei complementar de iniciativa do Procurador-Geral de Justiça, a organização, atribuições e estatuto de 
cada Ministério Público. 
O Supremo Tribunal Federal, na ADI 5.505, entendeu que como a Lei 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do 
Ministério Público - LONMP) não pormenoriza a atuação dos Procuradores-Gerais de Justiça, as leis orgânicas 
dos Ministérios Públicos estaduais podem, validamente, ampliar ou densificar tais atribuições. 
PGR 
O chefe do Ministério Público da União é o Procurador-Geral da República (PGR), nomeado pelo Presidente 
da República, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal. 
Os requisitos para o cargo são: 1) integrar a carreira; 2) possuir mais de 35 anos de idade. Cumpridos os 
requisitos, o Presidente da República faz a livre indicação de um nome. O indicado deverá ser previamente 
aprovado, por voto secreto, após arguição pública, pelo Senado Federal, pela maioria absoluta de seus 
membros. 
Perceba: a Constituição Federal não exige que o indicado integre lista tríplice elaborada pelo 
próprio MP, embora esse procedimento tenha sido adotado por alguns anos, a partir de um 
acordo firmado ente o Executivo e o parquet. 
M
P
MPU
MPF
MPT
MPM
MPDFT
MPE
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O mandato do Procurador-Geral da República é de dois anos. A recondução é permitida (várias), mas para 
cada uma delas, o procedimento de escolha deverá se repetir (o Presidente da República indicar e o Senado 
aprovar). 
Caso, antes do término do mandato, o Presidente da República queira fazer a destituição do Procurador-
Geral da República, deverá ser previamente autorizado pela maioria absoluta do Senado Federal. 
Cabe lembrar que o PGR, por crime de responsabilidade, é julgado pelo Senado Federal, de modo 
que poderá, após o devido processo legal, ser destituído do cargo (sofrer o impeachment). 
Como já enumerado, o Ministério Público da União é compreende o Ministério Público Federal (MPF), o 
Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Militar (MPM) e o Ministério Público do Distrito 
Federal e Territórios (MPDFT). O PGR é o chefe do Ministério Público da União, mas não chefia todos os 
ramos do parquet. Apenas o MPF é chefiado pelo PGR. O MPT e o MPM têm Procurador-Geral próprio, 
nomeado pelo PGR, na forma prescrita em lei complementar (Procurador-Geraldo Trabalho e Procurador-
Geral Militar). 
O chefe do MPDFT é o Procurador-Geral de Justiça, escolhido da seguinte forma: 1) o MPDFT formará lista 
tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva; 2) O Presidente da República, dentre os 
integrantes da lista, fará a escolha e a nomeação de um deles. O mandato é de dois anos e só é permitida 
uma única recondução, para a qual o procedimento de escolha deverá ser repetido. 
Perceba: 1) não há a aprovação do Senado; 2) não é o PGR que escolhe o PGJ do Distrito Federal 
e Territórios; 3) o PGJ não é escolhido pelo Governador do Distrito Federal, mas pelo Presidente 
da República, já que o MPDFT integra a estrutura da União e não do Distrito Federal 
propriamente. 
O Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios poderá ser destituído por deliberação da 
maioria absoluta do Senado, na forma da lei complementar respectiva. 
PGJ 
Os Ministérios Públicos dos Estados são chefiados, cada qual, pelo seu respectivo Procurador-Geral de 
Justiça. Cabe ao próprio MPE elaborar lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, 
para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Governador, para mandato de dois anos, 
permitida uma única recondução. 
Note: o processo de escolha do PGJ é diferente do processo de escolha do PGR. Três pontos 
devem ser ressaltados: 1) o PGJ é escolhido dentre os integrantes de uma lista tríplice; 2) no 
processo de escolha do PGJ não há a aprovação da Assembleia Legislativa; 3) só se admite uma 
única recondução. 
Os Procuradores-Gerais nos Estados poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta da 
Assembleia Legislativa, na forma da lei complementar respectiva. 
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Observa-se que não há a participação da Assembleia Legislativa no processo de escolha do PGJ, inclusive o 
Supremo Tribunal Federal já declarou a inconstitucionalidade de dispositivo de Constituição Estadual que 
condiciona a nomeação do PGJ à aprovação da Assembleia Legislativa, uma vez que o procedimento é fixado 
pela Constituição Federal (ADI 1.506). Entretanto, a destituição do chefe do Procurador-Geral de Justiça é 
feita pelo Legislativo estadual. 
O processo de escolha do PGJ está definido na Constituição Federal, de maneira que é inconstitucional 
norma de Constituição Estadual que cria outros requisitos para o cargo, como por exemplo, a exigência de 
vitaliciedade (ADI 5.653). Para o STF, o modo de investidura do Procurador-Geral de Justiça constitui 
garantia de independência e autogoverno, visando à proteção da Sociedade e à defesa intransigente do 
regime democrático. A regulamentação do assunto, nos termos do artigo 128, § 5º, da CF/88, deve ser feita 
por lei complementar estadual, de iniciativa da própria Instituição (e não por emenda à Constituição 
Estadual). A Constituição Federal consagrou os requisitos básicos para a escolha do Procurador-Geral de 
Justiça, bem como a existência de mandato por tempo certo, impossibilitando sua demissão ad nutum, 
garantindo-lhe a imparcialidade necessária para o pleno exercício da autonomia administrativa da 
Instituição, sem possibilidade de ingerências externas. 
 
(2019/CESPE/PGM-Campo Grande/ Procurador) Em observância ao princípio da simetria, a 
nomeação do Procurador-Geral de Justiça de Estado está condicionada à prévia aprovação pela 
Assembleia Legislativa estadual. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: o procedimento de escolha do PGJ está definido no texto da Constituição Federal e não 
consta a necessidade de que a indicação do Governador seja submetida à aprovação da Assembleia 
Legislativa (artigo 128, § 4º). Cabe ao MPE elaborar lista tríplice, dentre integrantes da carreira, para 
que destes o Governador nomeie um. 
 
Ministério Público junto aos Tribunais de Contas 
A Constituição Federal trata, no artigo 130, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas 
(MPTC). Sem maiores detalhes no texto constitucional a respeito do tema, ficou a dúvida: seria 
o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União mais um ramo do Ministério Público 
da União? O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Estados é um ramo do Ministério 
Público do Estado? 
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Após grande confusão a respeito do assunto, o Supremo Tribunal Federal pacificou a questão 
(ADI 892/RS): o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não integra o Ministério Público 
Comum, nem o da União, cujos ramos foram enumerados pela Constituição Federal em rol 
taxativo (MPT, MPF, MPM, MPDFT), nem o Ministério Público dos Estados. O Ministério Público 
junto ao Tribunal de Contas é instituição especial, de modelo jurídico heterônomo fixado pela 
Constituição Federal. 
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas está vinculado administrativamente ao Tribunal 
de Contas, de modo que é atribuição do próprio Tribunal a iniciativa de lei (nesse caso, a lei é 
ordinária) sobre sua organização, estrutura interna, criação de cargos e funcionamento. 
Em decorrência do fato de o MPTC ser classificado como instituição especial, membros do 
Ministério Público Comum não podem exercer perante as Cortes de Contas as atribuições 
daquele Ministério Público (ADI 328). De igual modo, os membros do Ministério Público junto ao 
Tribunal de Contas não têm legitimidade processual extraordinária e independente do Ministério 
Público Comum, sendo as suas atribuições limitadas ao controle externo (Rcl-AgR 24.156/DF). 
Os membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas têm, por garantia 
constitucional, os membros direitos, vedações e forma de investidura dos membros do 
Ministério Público Comum. 
 
2. GARANTIAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
A Constituição Federal assegura ao Ministério Público autonomia funcional, administrativa e financeira. 
Autonomia funcional não é exatamente o mesmo que independência funcional (autonomia institucional), 
embora haja semelhança. A autonomia institucional é o gênero de que é espécie a autonomia funcional. 
A independência funcional, como já dito anteriormente, é princípio institucional do Ministério Público e diz 
respeito ao seu proceder, considerando a sua estrutura interna, sem a interferência de um membro sobre 
outro. 
A autonomia funcional, por outro lado, tem natureza externa e está relacionada à independência em 
relação aos demais Poderes e órgãos da Administração Pública. O limitador da atuação do parquet é apenas 
o ordenamento jurídico. Dito de outra forma, o Ministério público somente se subordina à Constituição e às 
leis e não está subordinado a nenhum dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). 
A autonomia administrativa autoriza o Ministério Público, observado o disposto no artigo 169 da 
Constituição Federal quanto às limitações de despesa com pessoal ativo e inativo, a propor ao Legislativo a 
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de 
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira. No exercício dessa autonomia, o MP 
organiza a sua folha de pagamento, adquire bens, celebra contratos, promove licitações, contrata serviços. 
Cabe, ainda, ao parquet elaborar o seu regimento interno, para definir a sua organização e funcionamento. 
O STF, na ADI 1.757, decidiu que a iniciativa legislativa prevista no art. 127, § 2º, da Constituição 
para a criação de cargos e serviços auxiliares, a política remuneratória e os planos de carreira do 
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Ministério Público é privativa do Procurador-Geral de Justiça, no âmbito estadual, e do PGR, na 
esferafederal. 
Por outro lado, o STF entendeu que não há reserva de iniciativa para a deflagração do processo 
legislativo sobre aposentadoria compulsória por idade dos membros do Ministério Público (ADI 
5.490). 
Por último, a autonomia financeira é o que permite o Ministério Público elaborar sua proposta orçamentária 
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Não se trata de poder de iniciativa em 
relação à lei orçamentária, que é da competência privativa do Presidente da República, mas de apresentar 
uma proposta ao Executivo, a fim de que conste no orçamento geral que será encaminhado ao Legislativo. 
Considerando a estrutura da União, a iniciativa das leis orçamentárias é privativa do Presidente da República 
(artigo 165, caput, da CF), sendo que o projeto de lei orçamentária deve ser encaminhado ao Congresso 
Nacional até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para a sanção até o 
encerramento da sessão legislativa (artigo 35, III, do ADCT). No âmbito dos Estados, a iniciativa é do 
Governador e o projeto deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa. 
Não obstante a inciativa seja privativa do Chefe do Executivo, o Ministério Público elaborará a sua proposta 
orçamentária dentro dos limites estipulados na lei de diretrizes orçamentárias. Note: o primeiro aspecto da 
autonomia financeira do MP é o encaminhamento ao Executivo de suas propostas orçamentárias. 
Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido 
na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites 
contidos na LDO e estipulados conjuntamente com os demais Poderes. Perceba aqui o segundo aspecto da 
autonomia financeira: ainda que o Ministério Público perca o prazo para mandar a sua proposta, será 
respeitada a sua autonomia ao se considerar os valores contidos na lei vigente. 
Caso a proposta orçamentária seja encaminhada em desacordo com os limites estipulados na lei de diretrizes 
orçamentárias, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual e, em seguida, mandará o projeto ao Congresso Nacional para apreciação. 
Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção 
de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se 
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. 
A autonomia financeira do Ministério Público contempla também a execução concreta do orçamento, sem 
a interferência de outro Poder. Nota-se, aqui, o terceiro aspecto da autonomia financeira do parquet. 
 
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, NA ACO 1.936 AGR, ENTENDEU QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO, 
EMBORA NÃO DETENHA PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, É ÓRGÃO VOCACIONADO À 
PRESERVAÇÃO DOS VALORES CONSTITUCIONAIS, DOTADO DE AUTONOMIA FINANCEIRA, 
ADMINISTRATIVA E INSTITUCIONAL QUE LHE CONFEREM A CAPACIDADE ATIVA PARA A TUTELA DA 
SOCIEDADE E DE SEUS PRÓPRIOS INTERESSES EM JUÍZO, SENDO DESCABIDA A ATUAÇÃO DA UNIÃO EM 
DEFESA DESSA INSTITUIÇÃO. 
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3. INGRESSO NA CARREIRA 
Nos termos do artigo 129 da Constituição Federal, o ingresso na carreira do Ministério Público é feito por 
meio de concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil 
em sua realização, observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. 
Os requisitos para o ingresso na carreira são: 1) o bacharelado em Direito; 2) três anos, no mínimo, de 
atividade jurídica. 
Nos termos da Resolução 40/2009, com recente alteração trazida pela Resolução 206/2019, regulamenta o 
conceito de atividade jurídica para ingresso nas carreiras do Ministério Público. Segundo a regulamentação, 
a atividade jurídica é somente aquela exercida após a conclusão do curso de Direito. Sua comprovação 
deverá ser feita no ato da inscrição definitiva do concurso (e não na posse). 
Considera-se atividade jurídica: 
- O efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, com a participação anual mínima em cinco 
atos privativos de advogado, em causas ou questões distintas; 
- O exercício de cargo, emprego ou função, inclusive de magistério superior, que exija a utilização 
preponderante de conhecimentos jurídicos; 
- O exercício de função de conciliador em tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, 
anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, assim como o exercício de mediação ou de 
arbitragem na composição de litígios, pelo período mínimo de dezesseis horas mensais e durante 
um ano; 
- O exercício, por bacharel em Direito, de serviço voluntário em órgãos públicos que exija a 
prática reiterada de atos que demandem a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos, 
pelo período mínimo de dezesseis horas mensais e durante um ano. 
- Também serão considerados atividade jurídica, desde que integralmente concluídos com 
aprovação, os cursos de pós-graduação em Direito ministrados pelas Escolas do Ministério 
Público, da Magistratura e da Ordem dos Advogados do Brasil, bem como os cursos de pós-
graduação reconhecidos, autorizados ou supervisionados pelo Ministério da Educação ou pelo 
órgão competente. 
 
4. GARANTIAS E VEDAÇÕES DOS MEMBROS 
Nos termos do § 5º do artigo 128 da Constituição Federal, leis complementares da União e dos Estados, cuja 
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o 
estatuto de cada Ministério Público. Entretanto, o próprio texto constitucional fixou aos membros do 
Parquet algumas garantias e algumas vedações. 
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As garantias têm a finalidade de assegurar a independência do Ministério Público no exercício de suas 
atribuições. As vedações, por sua vez, atuam como garantias de imparcialidade. Analisemos. 
 4.1 Garantias 
São garantias constitucionais dos membros do Ministério Público: 
a) vitaliciedade: assegura que a perda do cargo do membro do Ministério Público que já adquiriu a 
vitaliciedade só se dará por sentença judicial transitada em julgado, isto é, não poderá ocorrer, como no caso 
de servidores públicos, por processo administrativo. 
A vitaliciedade é adquirida após dois anos de exercício. Antes de finalizar o "estágio probatório" (2 anos), a 
perda do cargo do membro do MP poderá ocorrer por decisão do Conselho Superior, mas após esse período, 
somente por sentença judicial transitada em julgado. 
b) inamovibilidade: membros do Ministério Público não podem ser removidos de seus cargos 
compulsoriamente, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente 
do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa. 
O Conselho Nacional do Ministério Público também pode determinar a remoção e a disponibilidade, após 
regular processo, de membro do Ministério Público (artigo 130A, § 2º, III, da CF/88). 
c) irredutibilidade de subsídio: assegura o valor nominal dos subsídios, isto é, a garantia de que o montante 
não sofrerá reduções. Entretanto, a irredutibilidade de subsídio não assegura o valor real, o poder aquisitivo. 
 
4.2 Vedações 
É vedado aos membros do Ministério Público: 
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas 
processuais; 
b) exercer a advocacia; 
O exercício da advocacia é vedado aos membros do Ministério Público, ainda que em causa 
própria. 
Nos termos do artigo 128, § 6º, da CF/88, após a aposentadoria ou a exoneração, poderãoexercer a advocacia. Entretanto, do mesmo modo que se aplica aos magistrados, para o exercício 
da advocacia no juízo ou no Tribunal em que atuavam, deverão aguardar tempo mínimo de três 
anos (quarentena de saída). 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
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A Lei em questão é a 8.625/1993, que veda o exercício do comércio ou a participação em 
sociedade comercial, exceto como quotista ou acionista (44, III). 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de 
magistério; 
Observe que a vedação aplicada aos membros do MP não é tão ampla quanto a que se destina 
aos magistrados, uma vez que estes não podem acumular com a magistratura nenhum outro 
cargo ou função (nem público e nem privado), exceto o magistério (artigo 95, parágrafo único, I, 
da CF/88). 
Os membros do Ministério Público, por sua vez, não podem acumular cargos e empregos 
públicos, exceto o magistério. 
e) exercer atividade político-partidária; 
Diferentemente do que se aplica aos magistrados, os membros do Ministério Público só 
passaram a ser proibidos de exercer atividade político-partidária após a Emenda à Constituição 
45/2004. A partir da modificação constitucional, membros do MP foram absolutamente 
proibidos de exercer atividade político-partidária, que já alcança a filiação a partidos políticos e , 
consequentemente, causa inelegibilidade. 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades 
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 
 
5. ATRIBUIÇÕES 
O artigo 129 da Constituição Federal enumera em rol exemplificativo as funções institucionais do Ministério 
Público. Diz-se exemplificativo porque o Parquet pode exercer outras funções que lhe forem conferidas, 
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria 
jurídica de entidades públicas (IX). 
A Lei 13.300/2016, por exemplo, deu ao Ministério Público a prerrogativa de impetrar mandado de injunção 
coletivo. Na mesma linha, o Supremo Tribunal Federal, no RE 631.111, em que se discutiu se o Ministério 
Público tinha legitimidade para defender contratantes do seguro obrigatório DPVAT (referente à indenização 
de vítimas de acidentes de trânsito), admitiu a legitimação do MP para promover a tutela coletiva de 
direitos individuais homogêneos, mesmo os de natureza disponível, quando estes se enquadrem como 
subespécie de direitos coletivos indisponíveis e desde que haja relevância social. Foi formulada a seguinte 
tese: 
"Com fundamento no art. 127 da Constituição Federal, o Ministério Público está legitimado a 
promover a tutela coletiva de direitos individuais homogêneos, mesmo de natureza disponível, 
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quando a lesão a tais direitos, visualizada em seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, 
transcender a esfera de interesses puramente particulares, passando a comprometer 
relevantes interesses sociais." 
As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir 
na Comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição (artigo 129, § 2º, da CF/88). 
Vale recordar: juízes também devem residir na Comarca em que atuam, salvo por autorização 
do tribunal (artigo 93, VII, da CF/88). 
A atual Carta Constitucional ampliou significativamente as atribuições do Ministério Público, incumbindo-lhe 
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Suas 
funções institucionais vão desde atribuições administrativas, à atuação como dominis litis e custos legis. 
Destaca-se, também, a atuação do Parquet nas ações de controle de constitucionalidade. 
 
(2019/MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal 
Federal, com fundamento no art. 127 da Constituição Federal, o Ministério Público está legitimado 
a promover a tutela coletiva de direitos individuais homogêneos, mesmo de natureza disponível, 
quando a lesão a tais direitos, visualizada em seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, 
transcender a esfera de interesses puramente particulares, passando a comprometer relevantes 
interesses sociais. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: O item retrata a tese de repercussão geral formulada no RE 631.111: "Com fundamento 
no art. 127 da Constituição Federal, o Ministério Público está legitimado a promover a tutela coletiva 
de direitos individuais homogêneos, mesmo de natureza disponível, quando a lesão a tais direitos, 
visualizada em seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, transcender a esfera de interesses 
puramente particulares, passando a comprometer relevantes interesses sociais." 
 
São funções institucionais do Ministério Público (artigo 129 da CF/88): 
1. promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei (I e VIII); 
A norma constitucional que dá ao Ministério Público a prerrogativa de promover, privativamente, a ação 
penal pública é de eficácia contida, de forma que tem aplicabilidade direta e imediata, ficando a cargo da 
lei apenas a fixação do procedimento a ser seguido. 
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A respeito da ação penal pública, cabe ao Ministério Público dar a última palavra sobre sua deflagração ou 
não, exceto nos casos em que houver inércia do órgão ministerial, pois nesse caso o ofendido poderá 
ingressar com a ação penal subsidiária da pública, nos termos do artigo 5º, inciso LIX, da CF/88. 
Vale ressaltar, entretanto, que o Supremo Tribunal Federal entendeu que a decisão judicial de rejeição de 
denúncia, impronúncia de réu, de absolvição sumária ou de trancamento de ação penal por falta de justa 
causa não viola a cláusula constitucional de monopólio do poder de iniciativa do Ministério Público em 
matéria de persecução penal e tampouco transgride o postulado do juiz natural nos procedimentos penais 
inerentes ao tribunal do júri (RE 593.443). 
O inciso VIII do artigo 129 da Constituição Federal legitima, ainda, o Ministério Público a requisitar 
diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas 
manifestações processuais. 
Por outro lado, o órgão ministerial, na qualidade de titular da ação penal pública, pode oferecer denúncia 
diretamente, sem que tenha havido a instauração prévia de inquérito policial, desde que, de pronto, já 
seja possível identificar a materialidade do crime e os indícios de autoria. 
Quanto à possibilidade de a investigação ser promovida pelo próprio MP (e não pela polícia judiciária), o 
Supremo Tribunal Federal decidiu que o Parquet dispõe de legitimidade, por autoridade própria, para 
promover a investigação de natureza penal (RE 593.727/MG). Foi formulada a seguinte tese de 
repercussão geral: 
“O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e 
por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e 
garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do 
Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de 
jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em 
nosso País, os Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, 
XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de 
Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados 
(Súmula Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituição”.2. zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos 
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia 
(II); 
Quanto aos serviços de relevância pública, convém reforçar que saúde é tanto direito social 
quanto individual indisponível, de modo que o tema está inserido no âmbito de legitimação do 
Ministério Público para a propositura de ação em sua defesa. 
3. promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e 
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (III); 
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O Ministério Público tem legitimidade para intentar o inquérito civil e a ação civil pública em 
defesa de direitos transindividuais, de titularidade coletiva. São eles: 
a) direito difuso: é o que abrange um número indeterminado de pessoas, unidas em razão das 
mesmas circunstâncias fáticas. São direitos transindividuais, de natureza indivisível, cujos 
titulares são pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. Exemplos: meio 
ambiente; patrimônio histórico e cultural da humanidade; moralidade administrativa. 
b) direito coletivo (stricto sensu): é aquele que pertence a grupos ou categorias de pessoas 
determináveis, unidas por uma relação jurídica base. Exemplo: interesses ligados a membros de 
um sindicato, ou associação, ou partido político. 
c) direitos individuais homogêneos indisponíveis: decorrentes de origem comum. Podem ser 
exercidos em juízo individualmente ou a título coletivo. Exemplos: direitos de vulneráveis; direito 
à saúde. 
d) direitos individuais homogêneos disponíveis, mas de interesse social. Exemplo: seguro 
DPVAT; danos causados aos investidores no mercado de valores mobiliários; planos econômicos. 
Com efeito, nos termos da jurisprudência do STF, poderá o Ministério Público promover a ação 
civil pública para requerer: I) a declaração de ilegalidade de reajuste de mensalidade escolar; II) 
a redução de preço de passagem em transporte coletivo; III) a declaração de abuso na cobrança 
de juros em cartão de credito; IV) o tratamento de esgoto jogado em águas fluviais; V) direitos 
sociais relacionados ao FGTS; VI) a anulação de ato administrativo de aposentadoria que importe 
em lesão ao patrimônio público. 
Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal não admitiu a legitimidade do Ministério Público para 
impugnar, por meio de ação civil pública, taxa de iluminação pública do Município, uma vez que 
não se enquadra na hipótese de direito difuso, mas de interesse de sujeitos passivos de obrigação 
tributária cuja impugnação só pode ser feita por eles próprios (RE 213.631). Noutra 
oportunidade, o Tribunal mais uma vez, reconheceu a ilegitimidade ativa ad causam do 
Ministério Público para, em ação civil pública, deduzir pretensão relativa à matéria tributária 
(ARE 694.294 RG). 
O § 1º do artigo 129 esclarece que a legitimação do Ministério Público para as ações civis não 
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, obedecido o disposto na Constituição e na lei. 
 
(2018/CESPE/Polícia Federal/Delegado de Polícia Federal) Segundo o STF, o MP não possui 
legitimidade para propor ação civil pública em matéria tributária em defesa de contribuintes. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: O item aborda o posicionamento do Supremo Tribunal Federal firmado no ARE 694.294 
RG, segundo o qual o Ministério Público não tem legitimidade para, em ação civil pública, deduzir 
pretensão relativa à matéria tributária. 
4. promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da 
União e dos Estados, nos casos previstos na Constituição (IV); 
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O Procurador-Geral da República tem legitimidade para propor ação direta de 
inconstitucionalidade em face de lei ou ato normativo federal ou estadual; ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão; ação declaratória de constitucionalidade em face de lei ou 
ato normativo federal (artigo 103,VI, da CF/88); arguição de descumprimento de preceito 
fundamental (Lei 9.882/1999) e representação interventiva em defesa de princípios 
constitucionais sensíveis (artigo 36, III, da CF/88). Nos Estados, as ações de controle concentrado 
de constitucionalidade e a representação interventiva estadual por inconstitucionalidade de lei 
municipal são propostas pelo Procurador-Geral de Justiça. 
No STF, a representação do Ministério Público da União é feita pelo Procurador-Geral da 
República, independente do caso, de modo que o Procurador-Geral do Ministério Público Militar 
e o Procurador-Geral do Ministério Público do Trabalho não oficiam perante o STF. Essa é a 
interpretação do § 1º do artigo 103 da Constituição Federal, segundo o qual o PGR deverá ser 
previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e nos processos de competência do 
Supremo Tribunal Federal. 
Agora, é preciso ficar claro que a representação dos Ministérios Públicos Estaduais perante o STF 
é feita pelo próprio MPE. A legitimidade processual do PGR para atuar diretamente no STF diz 
respeito somente à representação do MPU e não do MPE. 
5. defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas (V); 
6. expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando 
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva (VI); 
7. exercer o controle externo da atividade policial, na forma das leis complementares da União 
e dos Estados que definem a organização, atribuições e estatuto de cada Ministério Público 
(VII). 
O controle externo da atividade policial é técnico (ou operacional) e não administrativo-
disciplinar. Diz respeito ao campo da investigação criminal, ao controle da qualidade da 
investigação. Assim, o MP tem livre acesso aos estabelecimentos policiais e prisionais e a 
documentos relativos à atividade-fim da polícia; pode requisitar a instauração de inquérito 
policial; a correção de ilegalidade ou de omissão, dentre outras ações. 
O controle externo não é subordinação das polícias ao Ministério Público, é somente a 
fiscalização da atividade operacional das polícias, é função correicional extraordinária. 
6. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
A Emenda à Constituição 45/2004 criou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para controlar a 
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e o cumprimento dos deveres funcionais de seus 
membros. 
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6.1 Composição 
O CNMP compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a 
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma 
recondução. São eles: 
✓ o Procurador-Geral da República; 
 
✓ quatro membros do Ministério Público da União: um do MPT, um do MPDFT, um do MPM e um do 
MPF, indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei; 
 
✓ três membros do Ministério Público dos Estados, indicados pelos MPEs, na forma da lei. 
 
✓ dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; 
 
✓ dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
 
✓ dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados 
e outro pelo Senado Federal. 
O Procurador-Geral da Republica é o presidente do CNMP. 
O Corregedor Nacional será escolhido pelo próprio CNMP, em votação secreta, dentre os membros do 
Ministério Público que o integram, vedada a recondução. 
Cabe ao Corregedor Nacional, além das atribuições que lheforem conferidas pela lei, as seguintes: 
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do 
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; 
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral; 
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar 
servidores de órgãos do Ministério Público. 
O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, embora não faça parte do CNMP, 
oficiará junto ao Conselho. 
6.2 Atribuições 
O Conselho Nacional do Ministério Público é órgão meramente administrativo, cuja atribuição adstringe-se 
ao controle da legitimidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério 
Público federal e estadual, razão pela qual, segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, não 
possui competência para efetuar controle de constitucionalidade de lei (MS 27.744). 
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Compete ao CNMP o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do 
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe: 
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos 
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
II zelar pela observância do artigo 37 da Constituição Federal (dispõe sobre a Administração 
Pública) e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos 
praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo 
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao 
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; 
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da 
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência 
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, 
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, 
assegurada ampla defesa (a EC 103/2019 aboliu a aposentadoria compulsória como sanção 
disciplinar); 
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do 
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano; 
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do 
Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista 
no art. 84, XI (mensagem enviada pelo Presidente da República ao Congresso Nacional por 
ocasião da abertura da Sessão Legislativa, para expor a situação do país e pedir as providências 
necessárias). 
 
O § 5º do artigo 103A da Constituição Federal dispõe que leis da União e dos Estados criarão 
ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de 
qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus 
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. 
 
(2020/CESPE/MPE-CE/Promotor de Justiça) Segundo a CF, o Conselho Nacional do Ministério Público 
(CNMP) 
A) conta obrigatoriamente com advogados públicos e juízes na sua composição. 
B) é competente para exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério 
Público. 
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C) pode rever, desde que mediante provocação, processos disciplinares de membros do Ministério 
Público. 
D) escolherá, em votação secreta, um corregedor nacional, dentre todos os membros integrantes do 
CNMP. 
E) é presidido pelo corregedor nacional do Ministério Público. 
Gabarito: B 
Comentários: 
A) Errada. De fato, o CNMP é composto de dois juízes indicados um pelo Supremo Tribunal Federal 
e outro pelo Superior Tribunal de Justiça. Entretanto, os dois advogados que o compõem não 
precisam ser públicos. 
B) Certo. Nos termos do artigo 130A, § 2º, da Constituição Federal, compete ao CNMP § o controle 
da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres 
funcionais de seus membros. 
C) Errado. Uma das atribuições do CNMP é rever, de ofício ou mediante provocação, os processos 
disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um 
ano (IV, § 2º, artigo 130A, da CF/88). 
d) Errado. O Corregedor Nacional será escolhido pelos próprios membros do Conselho, mas apenas 
dentre os membros do Ministério Público (artigo 130A, § 2º, da CF/88). 
e) Errado. O CNMP é presidido pelo Procurador-Geral da República (artigo 130A, I, da CF/88). 
 
ADVOCACIA PÚBLICA 
A advocacia pública foi contemplada na Constituição Federal de 1988, no Capítulo das Funções Essenciais à 
Justiça (artigos 131 e 132), para representar os entes federativos, judicial e extrajudicialmente, e para 
desempenhar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
Na vigência da Constituição anterior, o Ministério Público também exercia a função de advocacia da União. 
A atual Constituição acabou com a dupla função do Parquet e criou a advocacia pública para o exercício das 
atribuições representação do ente político em juízo e no âmbito administrativo. 
A qualificação da advocacia, seja pública ou privada, como função essencial à Justiça é inteiramente 
acertada, uma vez que os conflitos de interesses devem ser levados ao Judiciário, necessariamente, por meio 
de advogado, que é quem tem a capacidade para postular em juízo em favor da correta interpretação da lei. 
O advogado atua como intermediário entre a parte e o Estado-juiz, cabendo-lhe fundamentar os pedidos e 
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instruir o processo, razão pela qual sua função é considerada como serviço público (artigo 2º da Lei 
8.906/1994). 
O advogado público está sujeito ao Estatuto da Advocacia e vinculado à Ordem dos Advogados do Brasil, 
embora também preste um serviço público com vínculo estatutário e tenha ingressado na carreira por 
concurso público. 
O advogado público, diferente do advogado privado, ao agir como intermediário entre a parte e o juiz, não 
defende o interesse privado, mas o interesse público. Frise-se: o interesse público e não interesse de 
autoridade pública. Assim, embora a advocacia pública esteja integrada à Administração Pública e esta seja 
organizada por meio da coordenação e da subordinação entre órgãos, suas atividades não se subordinam ao 
interesse da autoridade a que administrativamente está integrada, mas ao interesse público. Essa é a razão 
de o acesso à carreira exigir concurso público e de o advogado público possuir estabilidade. 
Outra diferença entre o advogado público e o privado é a de que o advogado público não precisa de 
instrumento de mandato (procuração) para agir. 
No âmbito da União, a advocacia pública é exercida pela Advocacia-Geral da União (AGU), diretamente ou 
através de órgão vinculado. A AGU exerce duas distintas funções: 
1. Representação judicial e extrajudicial da União, compreendidos aqui o Executivo, o Legislativo e o 
Judiciário; 
2. Prestação de consultoria e assessoramento jurídico ao Poder Executivo, nos termos da lei complementar 
que regulamenta a carreira. 
Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o fato de o advogado público emitir 
parecer jurídico para subsidiar a tomada de decisão de administradores públicos não é suficiente 
para autorizar a sua responsabilização solidária pela prática do ato administrativo, salvo na 
hipótese de erro grave, de erro grosseiro, oude ato ou omissão praticados com culpa (Rcl. 5.133). 
Cabe dizer que, na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União, 
por determinação constitucional, é feita pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, 
observado o disposto em lei (artigo 131, § 2º). 
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União. Compete ao Presidente da República 
nomear dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, aquele 
que chefiará a advocacia pública. 
Perceba: o AGU não tem que pertencer aos quadros da advocacia pública. Basta ser advogado, 
ter mais de 35 anos, saber jurídico e reputação ilibada. Preenchidos os requisitos, o Presidente 
da República livremente nomeará alguém. Não há mandato. O cargo é de livre nomeação e de 
livre exoneração do Presidente da República. 
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O Advogado-Geral da União tem status de Ministro de Estado e detém, inclusive, foro por prerrogativa de 
função. Por crime comum, é processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal e, por crime de 
responsabilidade, pelo Senado Federal. 
Nos Estados e no Distrito Federal, a advocacia pública é exercida pela Procuradoria do Estado (PGE) ou do 
Distrito Federal (PGDF). A PGE e a PGDF, de igual modo, representam os respectivos entes judicial e 
extrajudicialmente e prestam consultoria e assessoramento jurídico ao Executivo. 
O Supremo Tribunal Federal entendeu que a atividade de assessoramento jurídico ao Executivo não pode 
ser prestada por ocupante de cargo em comissão, uma vez que o ingresso na carreira da advocacia pública 
estadual (ou distrital) também é feito por concurso (ADI 4.261/RO). 
Nos termos do artigo 132 da Constituição Federal, a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, 
incluídas suas autarquias e fundações, deve ser feita exclusivamente pela PGE. Com a entrada em vigor da 
atual Constituição, conforme orienta o artigo 69 do ADCT, as consultorias jurídicas já existentes quando da 
promulgação da Carta foram mantidas, mas a partir de então ficou proibida a criação de órgãos jurídicos 
distintos da Procuradoria-Geral do Estado (ADI 145/CE). 
 
1. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de legislação estadual que deu à 
Procuradoria-Geral do Estado competência para controlar os serviços jurídicos de empresas 
públicas e sociedades de economia mista, uma vez que a Constituição Federal apenas confere às 
procuradorias dos Estados a prerrogativa para atuar em favor da Administração Pública direta, 
autárquica e fundacional (ADI 3.536). 
2. Ainda de acordo com o STF, as universidades estaduais também podem criar e organizar 
procuradorias jurídicas, em razão de sua autonomia didático-científica, administrativa, financeira 
e patrimonial (art. 207, caput, CF/88). Tais órgãos jurídicos exercem um papel fundamental na 
defesa dos interesses das universidades, inclusive em face dos próprios Estados-membros que as 
constituíram. Portanto, em razão da autonomia universitária e seguindo a lógica da 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria, a existência dessas procuradorias não 
viola o art. 132 da Constituição (ADI 5.215). 
A Constituição Federal nada dispôs sobre o processo de escolha do Procurador-Geral do Estado (nem do 
Distrito Federal), razão pela qual, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a matéria está 
inserida no âmbito da autonomia estadual (ou distrital). Entretanto, o dispositivo estadual não poderá retirar 
do Governador a prerrogativa para nomear e exonerar livremente o chefe da Procuradoria-Geral do Estado 
(ADI 2.682). 
Outro silêncio do texto constitucional foi quanto aos Municípios. É verdade que o Código de 
Processo Civil faz referência a procuradores municipais (artigo 75, III), mas a omissão da Carta 
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Constitucional a respeito do tema tem gerado muitas discrepâncias, ao ponto de uma grande 
maioria de Municípios ainda não terem regulamentado o assunto, o que faz com que, na prática, 
comissionados exerçam papel de advogado público. 
O ingresso nas classes iniciais das carreiras de advocacia pública é feito por meio de concurso público de 
provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases. 
Após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após 
relatório circunstanciado das corregedorias, os procuradores adquirem a estabilidade. 
 
 
(2019/Quadrix/CREA-TO/Advogado) O exercício da atividade de representação judicial e de 
consultoria jurídica no âmbito dos Estados e do Distrito Federal é de competência exclusiva dos 
respectivos procuradores do Estado e do Distrito Federal, não sendo vedada, mesmo após o advento 
da Constituição Federal de 1988 (CF), a criação de procuradorias autárquicas para a representação e 
a consultoria jurídica das autarquias estaduais ou do Distrito Federal. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: Nos termos do artigo 132 da Constituição Federal, o exercício da atividade de 
representação judicial e de consultoria jurídica no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, incluindo 
autarquias e fundações, é de competência exclusiva da Procuradoria-Geral do Estado. 
 
ADVOCACIA PRIVADA 
Nem todo bacharel em Direito é advogado. Alcança-se a qualificação de bacharel em direito mediante 
conclusão do curso respectivo e colação de grau. Por outro lado, para ser advogado é necessário ser 
submetido a uma avaliação (Exame de Ordem), conseguir uma pontuação mínima e estar inscrito na Ordem 
dos Advogados do Brasil. Para o Supremo Tribunal Federal, o Exame de Ordem é compatível com a 
Constituição Federal (artigo 5º, inciso XIII), no ponto que remete às qualificações previstas em lei. 
A Constituição Federal reservou um artigo (133) para tratar do advogado particular. Segundo o dispositivo, 
o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no 
exercício da profissão, nos limites da lei. 
Do artigo 133 da CF/88, extrai-se: 
1) o princípio da indispensabilidade do advogado 
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O advogado é o profissional habilitado para postular em juízo, motivo pelo qual a Constituição prescreve que 
é indispensável à administração da Justiça. Assim, em regra, as petições judiciais precisam ser subscritas 
por advogado. Entretanto, há casos excepcionais prescritos em lei, em que a obrigatoriedade de assistência 
advocatícia foi afastada, como nos casos de impetração de habeas corpus, proposição de reclamação 
trabalhista e atuação na primeira instância de juizados especiais federais cíveis. 
Cuidado! O STF entendeu que nos juizados especiais federais criminais, em garantia da ampla 
defesa, o réu precisa ser assistido por advogado, de modo que o artigo 10 da Lei 10.259/2001 
não pode ser aplicado aos Juizados especiais federais criminais. 
 No âmbito administrativo, embora a parte tenha direito a uma defesa técnica, a regra é a dispensabilidade 
do advogado, tendo o assunto, inclusive, sido objeto de súmula vinculante: 
"A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a 
Constituição." (Súmula Vinculante 5). 
 
2) a imunidade do advogado 
O advogado é inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Os atos 
praticados pelo advogado no patrocínio técnico da causa, respeitados os limites fixados por lei, ainda que 
expressem críticas duras, veementes e severas, mesmo se dirigidas ao magistrado, não podem ser 
qualificados como transgressões ao patrimôniomoral de qualquer dos sujeitos processuais, uma vez que 
o animus defendendi importa em descaracterização do elemento subjetivo inerente aos crimes contra a 
honra. 
É prerrogativa indisponível do advogado o exercício do poder-dever de questionar, de fiscalizar, de criticar e 
de buscar a correção de abusos cometidos por órgãos públicos e por agentes e autoridades do Estado, 
inclusive magistrados. O respeito às prerrogativas profissionais do advogado constitui garantia da própria 
sociedade e das pessoas em geral, uma vez que desempenha papel essencial na proteção e defesa dos 
direitos e liberdades fundamentais. 
Com efeito, várias são as prerrogativas do advogado. Abaixo, segue a enumeração das principais, conforme 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: 
1. O advogado tem o direito de ter acesso às provas já documentadas em autos de inquérito 
policial, inclusive os que tramitam em sigilo: “É direito do defensor, no interesse do representado, 
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito 
de defesa.” (Súmula Vinculante 14). 
2. Na ADI 1.127, o STF reconheceu a constitucionalidade das seguintes prerrogativas: 
a) A inviolabilidade do escritório ou do local de trabalho é consectário da inviolabilidade 
assegurada ao advogado no exercício profissional. 
b) A presença de representante da OAB em caso de prisão em flagrante de advogado constitui 
garantia da inviolabilidade da atuação profissional. 
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c) A prisão do advogado em sala de estado-maior é garantia suficiente para que fique 
provisoriamente detido em condições compatíveis com o seu múnus público. 
d) A sustentação oral pelo advogado, após o voto do relator, afronta o devido processo legal, 
além de poder causar tumulto processual, uma vez que o contraditório se estabelece entre as 
partes. 
e) A imunidade profissional do advogado não compreende o desacato, pois conflita com a 
autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional. 
f) O múnus constitucional exercido pelo advogado justifica a garantia de somente ser preso em 
flagrante e na hipótese de crime inafiançável. 
3. Nos termos do art. 4º da Lei 8.906/1994, são nulos todos os atos privativos de advogado 
praticados por pessoa não inscrita na OAB (RHC 104.270 QO). 
4. O INSS não pode impor aos advogados, no mister da profissão, a obtenção de ficha de 
atendimento (RE 277. 065). 
5. O sigilo profissional constitucionalmente determinado não exclui a possibilidade de 
cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de advocacia. O local de trabalho 
do advogado, desde que este seja investigado, pode ser alvo de busca e apreensão, observando-
se os limites impostos pela autoridade judicial. Tratando-se de local onde existem documentos 
que dizem respeito a outros sujeitos não investigados, é indispensável a especificação do âmbito 
de abrangência da medida, que não poderá ser executada sobre a esfera de direitos de não 
investigados (HC 91.610). 
 
Qual a natureza jurídica da OAB? 
Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, a OAB é serviço público independente e 
não uma entidade da Administração Pública Indireta da União. A OAB se enquadra numa 
categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no Direito brasileiro (ADI 
3.026/DF). 
A OAB (Conselho Federal e Seccionais) não ostenta a roupagem de associação, pessoa jurídica de 
direito privado, mas sim de autarquia corporativista federal, razão pela qual “compete à Justiça 
Federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil, quer mediante o 
Conselho Federal, quer seccional, figure na relação processual.” (RE 595.332/PR) 
Não se sujeita à exigência de licitação para contratação de obras e serviços; não depende de 
concurso para contratação de pessoal; não sofre o controle do TCU; não está voltada a finalidades 
exclusivamente profissionais (RE 595.332/PR). 
 
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DEFENSORIA PÚBLICA 
A Constituição Federal de 1988 inovou ao criar uma instituição que pudesse prestar consultoria jurídica e 
atuar em defesa dos necessitados: a Defensoria Pública. Antes da Carta Constitucional, o atendimento aos 
menos favorecidos era feito por advogados dativos, membros do Ministério Público ou órgãos do Executivo, 
como, por exemplo, as Procuradorias de Assistência Judiciária. 
Na vigência da CF/88, a assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos 
passou a ser garantia individual, cláusula pétrea da Constituição. A Defensoria Pública foi criada, então, para 
dar plena aplicabilidade a esse dispositivo, para assegurar direitos e liberdades de que são titulares pessoas 
hipossuficientes. 
Nos termos do artigo da Constituição Federal, a Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à 
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, 
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, 
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados. 
Vale destacar: 
1) a Defensoria Pública é instituição permanente e não pode ser extinta nem mesmo por 
emenda à Constituição, uma vez que a sua principal finalidade é assegurar a assistência judicial 
e extrajudicial aos desamparados; 
2) faz parte das atribuições da Defensoria Pública e dos direitos dos necessitados a orientação 
jurídica e não apenas a atuação contenciosa; 
3) a atuação da Defensoria Pública não é apenas no âmbito judicial, mas também extrajudicial. 
A Defensoria Pública, segundo o STF, também tem Legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública em 
defesa de interesses transindividuais (coletivos stricto sensu e difusos) e individuais homogêneos, não 
havendo exclusividade do Ministério Público para a proposição da ação. (ADI 3.943). 
Decidiu, ainda, o STF que a Defensoria Pública, do mesmo modo do Ministério Público, tem a garantia de 
estar em juízo para defesa de suas prerrogativas e funções institucionais, não se mostrando necessário, 
nessa hipótese, que sua representação judicial fique a cargo da Advocacia-Geral da União (SL 866 AgR). 
Organização 
Nos termos do artigo 24, XIII, da Constituição Federal, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal, 
legislar concorrentemente sobre a Defensoria Pública. Cabe à União fixar as normas gerais e cabe aos 
Estados e o Distrito Federal legislar sobre normas específicas. 
Lei Complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e 
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados (artigo 134, § 1º, da CF/88). 
A Defensoria Pública é classificada em Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública dos Estados 
(DPE), Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e Defensoria Pública de Territórios. Não há previsão 
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constitucional de Defensorias Públicas Municipais. Nos municípios há somente núcleos da Defensoria 
Pública, tanto federais quanto estaduais. 
A Emenda Constitucional nº 69/2012 transferiu a competência para organizar e manter a Defensoria Pública 
do Distrito Federal da União para o próprio Distrito Federal. O art. 2º da EC nº 69/2012 determina que, sem 
prejuízo dos preceitos estabelecidos na Lei Orgânica do Distrito Federal, aplicam-se à Defensoria Pública do 
Distrito Federal os mesmos princípios e regras que, nos termos da Constituição Federal, regem as 
Defensorias

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