Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Gestão da cadeia 
de suprimentos
Bianca Simões de Campos Almeida
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771)
Almeida, Bianca Simões de Campos
 Gestão da cadeia de suprimentos / Bianca Simões de Campos 
Almeida. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2021. (Série 
Universitária)
	 Bibliografia.
 e-ISBN 978-65-5536-933-5 (ePub/2021)
 e-ISBN 978-65-5536-934-2 (PDF/2021)
	 1.	 Logística	 :	 Distribuição	 de	 produtos 2.	 Logística	 empresarial 
3.	 Gerenciamento	 da	 cadeia	 de	 suprimentos 4.	 Supply	 Chain	
Management I.	Título. II.	Série.
21-1413t CDD – 658.78
 BISAC BUS116000
 BUS078000
Índice para catálogo sistemático
1. Logística : Distribuição de produtos 658.78
M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
GESTÃO DA CADEIA 
DE SUPRIMENTOS
Bianca Simões de Campos Almeida
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor do Departamento Regional
Luiz Francisco de A. Salgado
Superintendente Universitário e de Desenvolvimento
Luiz Carlos Dourado
M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
Editora Senac São Paulo
Conselho Editorial
Luiz Francisco de A. Salgado 
Luiz Carlos Dourado 
Darcio	Sayad	Maia 
Lucila Mara Sbrana Sciotti 
Luís	Américo	Tousi	Botelho
Gerente/Publisher
Luís	Américo	Tousi	Botelho	(luis.tbotelho@sp.senac.br)
Coordenação Editorial/Prospecção
Dolores	Crisci	Manzano	(dolores.cmanzano@sp.senac.br)
Administrativo
grupoedsadministrativo@sp.senac.br	
Comercial
comercial@editorasenacsp.com.br
Acompanhamento Pedagógico
Otacília da Paz Pereira
Designer Educacional
Janaina Nascimento Menezes da Silva
Revisão Técnica
Ana Paula Morais Boteon de Lima
Colaboração
Josivaldo Petronilo da Silva
Preparação e Revisão de Texto
Camila Lins
Projeto Gráfico
Alexandre Lemes da Silva 
Emília Corrêa Abreu
Capa
Antonio Carlos De Angelis
Editoração Eletrônica
Michel	Iuiti	Navarro	Moreno
Ilustrações
Michel	Iuiti	Navarro	Moreno
Imagens
Adobe	Stock	Photos
E-pub
Ricardo Diana
Proibida a reprodução sem autorização expressa.
Todos	os	direitos	desta	edição	reservados	à
Editora Senac São Paulo
Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar 
Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP
Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP
Tel.	(11)	2187-4450	–	Fax	(11)	2187-4486
E-mail:	editora@sp.senac.br	
Home	page:	http://www.livrariasenac.com.br
© Editora Senac São Paulo, 2021
Capítulo 1
Introdução ao gerenciamento da 
cadeia de suprimentos, 7
1	Definição	de	supply	chain	
management, 8
2 Questões fundamentais da gestão 
da	cadeia	de	suprimentos, 10
3 Objetivo da cadeia de 
suprimentos, 17
4 Planejamento da cadeia 
de	suprimentos, 18
Considerações	finais, 21
Referências, 22
Capítulo 2
Alinhamento estratégico da 
cadeia de suprimentos, 23
1	Conhecendo	o	cliente, 24
2	Conhecendo	a	cadeia	de	
suprimentos, 29
3	Realizando	o	alinhamento	
estratégico, 33
Considerações	finais, 36
Referências, 37
Capítulo 3
Operações de fabricação e 
distribuição em cadeias de 
suprimentos, 39
1	Gerenciamento	do	fluxo	
de produção na cadeia de 
suprimentos, 40
2 Estratégias de produção 
na	cadeia	de	suprimentos, 42
3 A fronteira push-pull, 47
Considerações	finais, 49
Referências, 49
Capítulo 4
Utilizando a tecnologia da 
informação e comunicação, 51
1	Relevância	e	uso	da	informação, 52
2	Tecnologias	aplicadas	à	gestão	da	
cadeia	de	suprimentos, 58
Considerações	finais, 60
Referências, 60
Capítulo 5
Estratégias de localização, 63
1 Evolução dos estudos de 
localização	industrial, 64
2 Fundamentos da localização 
espacial	de	empresas, 68
3 Decisões de localização espacial 
de	empresas, 70
4 Métodos para a determinação 
da	localização, 73
Considerações	finais, 78
Referências, 79
Capítulo 6
Estratégias logísticas, 81
1 Estratégias logísticas para 
suprimentos, 82
2 Estratégias logísticas para 
embalagens, 87
3 Estratégias logísticas para 
armazenagem, 89
4 Estratégias logísticas para 
distribuição	e	transporte, 92
5 Estratégias logísticas para 
planejamento, 94
6 Estratégias logísticas para suporte 
ao planejamento (tecnologia da 
informação), 96
Considerações	finais, 98
Referências, 98
Sumário
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
6 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.Capítulo 7
Custos logísticos e 
gerenciamento de riscos na 
cadeia de suprimentos, 101
1	Definição	de	custo	logístico, 102
2	Análise	de	trade-off, 103
3 Custos logísticos totais na logística 
integrada, 106
4	Gestão	financeira	no	projeto	da	
cadeia	de	suprimentos, 110
5 Riscos na cadeia de 
suprimentos, 113
6 Estratégias de mitigação e 
contingenciamento na cadeia 
de	suprimentos, 115
Considerações	finais, 116
Referências, 117
Capítulo 8
Custeio baseado em atividades e 
curva ABC, 119
1	O	que	é	activity-based	costing	
(ABC)?, 120
2 Como funcionam os direcionadores 
de	custos?, 122
3	Curva	ABC, 126
Considerações	finais, 129
Referências, 129
Sobre a autora, 131
7
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 1
Introdução ao 
gerenciamento 
da cadeia de 
suprimentos
Neste	 capítulo	 iremos	apresentar	 a	definição	de	 supply	 chain	ma-
nagement, ou cadeia de suprimentos, e tratar de sua importância tanto 
para	a	empresa	como	para	o	cliente	final.	Vamos	abordar	suas	questões	
fundamentais, tratando de produção, estoque, localização e informação 
e também do gerenciamento estratégico. Ademais, compreenderemos 
o objetivo de uma cadeia de suprimentos e a extrema necessidade de 
planejamento das operações.
8 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
1 Definição de supply chain management
Para	uma	melhor	definição	de	supply	chain	management	(SCM),	pre-
cisamos entender conceitualmente esse termo.
Em resumo, o gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve os 
elos e processos necessários para a obtenção de recursos.
De	acordo	 com	Chopra	 e	Meindl	 (2002),	 a	 cadeia	 de	 suprimentos	
engloba todos os estágios envolvidos,de forma direta ou indireta, no 
atendimento	de	um	cliente.	Ela	 traz	dinamismo	e	opera	em	um	fluxo	
constante	de	 informações,	produtos	e	dinheiro	(fundos)	entre	os	dife-
rentes estágios. Cada estágio da cadeia de suprimentos executa dife-
rentes processos e interage com outros estágios da cadeia.
Em paralelo, Marien (1998 apud	NOVAES,	2007)	complementa	a	de-
finição	anterior	com	o	conceito	adotado	pelo	Fórum	SCM,	realizado	na	
Ohio	University:	“SCM	é	a	integração	dos	processos	industriais	e	comer-
ciais,	partindo	do	consumidor	final	e	indo	até	os	fornecedores	iniciais,	
gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o 
cliente”.
NA PRÁTICA 
Para melhor compreensão desse conceito, podemos trazer um exemplo 
do nosso dia a dia.
Suponha que você precisa ir a uma reunião amanhã e descobre que sua 
calça preferida está danificada, de modo que você necessita urgente-
mente adquirir outra. A supply chain inicia a partir da sua necessidade 
por essa peça de roupa.
O próximo elemento da cadeia é a loja em que você irá comprar a roupa; 
antes, temos a saída do produto do estoque para a prateleira; ainda an-
tes, a saída do fabricante ou do centro de distribuição para esse estoque 
e o transporte utilizado para a entrega dos produtos ou da matéria-prima 
até esse fabricante ou distribuidor.
9Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
A loja que está vendendo a calça disponibiliza o produto na prateleira 
com seu devido preço, e você, ao adquiri-lo, transfere fundos para a loja. 
Em paralelo, a loja reverte esses fundos para o ponto de venda e para os 
fornecedores para reabastecimento do estoque.
 
Na	figura	1,	é	possível	observar	como	funciona	esse	processo	e	po-
deremos	discutir	melhor	todo	esse	processo.
Figura 1 – Fluxo da cadeia de suprimentos de uma calça
Cliente que quer
comprar a calça 
Disponibilização para
o cliente do varejo 
Estoque da loja
de varejo 
Centro de
distribuição 
Indústria 
Confecção de
 vestuários 
Indústria 
Embalagens
plásticas 
Indústria 
química
(exemplo: petróleo)
Atacadista
Indústria 
têxtil
Produtor de
algodão
Transferência de fundos do
cliente para a loja de varejo 
Fundos adquiridos
pela loja de varejo 
Fonte:	adaptado	de	Chopra	e	Meindl	(2002).
Podemos	identificar,	a	partir	da	figura	1,	que	o	real	motivo	de	exis-
tir	a	supply	chain	é	a	premissa	de	atender	da	melhor	forma	possível	
às	necessidades	do	cliente,	gerando	lucros.	Segundo	Chopra	e	Meindl	
(2002, p. 5):
10 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.O	 termo	 “cadeia	 de	 suprimento”	 representa	 produtos	 ou	 supri-
mentos que se deslocam ao longo da seguinte cadeia: fornece-
dores, fabricantes, distribuidores, lojistas e clientes. É importante 
visualizar	os	fluxos	de	informações,	monetário	e	de	produtos	em	
ambos os sentidos dessa cadeia. O termo também infere que 
apenas um responsável é envolvido em cada estágio. Na realida-
de, um fabricante pode receber material de diversos fornecedores 
e depois abastecer diversos distribuidores. Portanto, a maioria 
das cadeias de suprimento é, na verdade, composta por redes. 
Seria	mais	correto	utilizar	um	termo	como	“rede	de	suprimento”	
para descrever a estrutura da maioria das cadeias de suprimento. 
(CHOPRA; MEINDL, 2002, p. 5)
PARA SABER MAIS 
Para compreender melhor, de forma simples e resumida, o que é supply 
chain e como ela pode fazer toda a diferença em qualquer tipo de negócio, 
assista ao vídeo “O que é supply chain? (O que é cadeia de suprimen-
tos?)”, disponível no canal do Blog Abri Minha Empresa, no YouTube.
 
2 Questões fundamentais da gestão 
da cadeia de suprimentos
A gestão da cadeia de suprimentos possui um elo em todas as eta-
pas	do	processo.	 Esses	 elos	 também	podem	ser	 chamados	de	 fato-
res-chave	de	desempenho.	Neste	tópico	trataremos	de	forma	simples	
e direta de cada um deles. É importante compreender que o gerencia-
mento	da	cadeia	de	suprimentos	envolve	o	 controle	dos	fluxos	entre	
os estágios da cadeia para maximizar a lucratividade total (CHOPRA; 
MEINDL, 2002).
Outro	ponto	 importante	a	ser	abordado	serão	as	dificuldades	e	os	
entraves que os gestores enfrentam no projeto, no planejamento e na 
operação da cadeia de suprimentos.
11Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Idealmente, quando existe um projeto bem desenvolvido e com ges-
tão de todas as áreas envolvidas, a cadeia de suprimentos atenderá ao 
cliente	final	(que	é	o	seu	objetivo)	da	melhor	forma	possível,	no	tempo	
necessário,	com	o	melhor	custo	ao	consumidor	e	o	maior	lucro.
Figura 2 – Fatores-chave da cadeia de suprimentos
Produção Estoque Localização Transporte Informação
1 2 3 4 5
1 – Produção
Quando falamos de produção na cadeia de suprimentos, para con-
seguirmos obter os parâmetros de forma adequada, não podemos fo-
car apenas na capacidade de produção de uma fábrica e no tempo de 
execução em si, mas entender o desenvolvimento do projeto como algo 
maior,	unificado	e	com	fluxo	de	funcionamento	de	alto	desempenho.
PARA PENSAR 
Podemos refletir com um trecho de Ballou (1992, p. 23):
Nenhuma firma de produção ou serviços pode operar sem 
executar atividades logísticas em algum grau. Portanto, 
todos que desejam subir na carreira executiva precisam 
ter alguma compreensão dos problemas logísticos e saber 
como tratá-los.
Já parou para imaginar como definir uma estratégia de produção eficaz?
 
Perceba que entender a produção dessa forma torna a perspectiva 
sobre ela simplesmente mais abrangente. Notou que, para uma tomada 
de decisão sobre a produção, é necessário observar exatamente os de-
mais aspectos envolvidos?
12 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.Agora que entendemos a produção como algo muito maior do que 
o	chão	fabril,	vamos	compreendê-la	como	um	processo	sistêmico	de	
entradas (inputs, em inglês), que fazem parte de um processo de trans-
formação e que geram as saídas (outputs, em inglês), as quais podem 
ser produtos e/ou serviços e resíduos/lixo, conforme apresentado na 
figura	3.
Figura 3 – Visão sistêmica
Entradas
(mão de obra, matérias-
-primas, máquinas)
Processo de
transformação
Logística reversa
Saídas
(produtos, serviços
e resíduos)
Fonte: adaptado de Pires (2016).
Segundo Pires (2016), o processo logístico faz parte do sistema pro-
dutivo, no qual temos a entrada dos recursos a serem transformados 
dentro	do	ciclo	de	distribuição	dos	materiais	e,	por	fim,	o	escoamento	
das saídas, quando é preciso lidar com outros pontos externos, como 
o descarte de resíduos ou produtos com defeito, que voltarão ao início 
do	fluxo.
Nesse processo, temos a cadeia de suprimentos e distribuição, que 
envolve	a	aquisição	de	recursos,	o	processamento	e	a	chegada	ao	con-
sumidor, bem como uma série de atividades que ocorrem nointerior da 
empresa e que se conectam.
2 – Estoque
De	acordo	com	Chopra	e	Meindl	(2002),	o	estoque	nada	mais	é	do	
que os produtos acabados, em processamento ou a matéria-prima den-
tro de uma cadeia de suprimentos. Ele é um fator de extrema impor-
tância, pois um nível de estoque adequado poderá atender ao cliente 
13Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
imediatamente, porém, quando muito alto, pode gerar custos extras, 
sendo,	assim,	menos	eficiente.
3 – Localização (instalações)
Chopra	e	Meindl	 (2002)	definem	a	 localização	como	o	espaço	em	
que	o	estoque	é	armazenado,	montado	ou	fabricado,	sendo	que	há	dois	
tipos de instalação: onde o produto está sendo produzido e onde está 
sendo	armazenado.	A	definição	dos	locais	de	instalação	influencia	dire-
tamente a cadeia de suprimentos.
A localização deve ser analisada para facilitar tanto a aquisição de 
insumos quanto a distribuição e movimentação de produtos acaba-
dos.	Essa	decisão	terá	ligação	direta	com	a	eficiência	e	a	responsivi-
dade	da	firma.
4	–	Transporte
O transporte é o conector da cadeia de suprimentos. Ele será respon-
sável pela movimentação do estoque de um ponto a outro. O transporte 
pode ser único ou multimodal (combinação de dois ou mais modais). 
Por exemplo: aéreo com rodoviário, ou marítimo com ferroviário, e as-
sim por diante. 
Na	figura	4,	temos	uma	representação	da	participação	do	transporte	
na cadeia de suprimentos.
Figura 4 – Transporte
MANUFATURA VAREJISTA
Transporte Transporte Transporte Transporte
CENTRO DE
DISTRIBUIÇÃO
Fonte: adaptado de Novaes (2007).
No Brasil, o modal de transporte mais utilizado é o rodoviário, a des-
peito da necessidade de uma manutenção mais adequada de sua infra-
estrutura, que infelizmente possui baixa qualidade, elevando os custos 
de frete.
14 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.Na	figura	5,	é	apresentado	um	esquema	que	representa	a	distribui-
ção do sistema logístico brasileiro.
Gráfico 1 – Distribuição do sistema logístico brasileiro
65%
15%
11%
5% 4%
0%
Rodoviário
Ferroviário
Cabotagem
Hidroviário
Dutoviário
Aeroviário
Fonte: adaptado de EPL (2016).
Mesmo	que	atualmente	o	Brasil	tenha	maior	investimento	aplicado	
no	modal	rodoviário	e	ainda	assim	ele	não	tenha	o	valor	mais	baixo	do	
mercado, devemos sempre analisar a necessidade da empresa e do 
cliente	para	a	definição	do	transporte.
De acordo com Ballou (1992), as características dos produtos a se-
rem transportados, bem como os prazos e as necessidades do consu-
midor, ditam quais são os modais mais apropriados para a movimenta-
ção de cada carga em questão.
NA PRÁTICA 
Vamos tratar de uma situação comum e entender variações para a me-
lhor decisão de transporte.
Uma empresa possui um pedido com prazo de entrega de 30 dias. 
Essa mesma empresa possui contrato com fornecedores na China e 
nos Estados Unidos. O valor de venda do fornecedor da China é de US$ 
75.000,00 e gerará uma redução de 25% no valor de compra do produto 
em comparação com o preço dos Estados Unidos: US$ 100.000,00.
15Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Nesse momento precisamos analisar os cenários de prazo de entrega 
e custo de transporte, lembrando que ambos os fornecedores possuem 
os produtos a pronta entrega.
Para estimativa de frete, nos baseamos em uma mercadoria com peso 
bruto de 800 kg e 3,3750 CBM.
Tabela 1 – Estimativa de custos e prazos de cada operação
EMBARQUE CHINA – VALORES EM USD
Etapas do processo Aéreo
Seair – marítimo + 
aéreo (multimodal)
Marítimo 
Transit time (tempo do 
transporte internacional)
12 dias 26 dias 35 dias
Frete internacional $ 10.000,00 $ 6.000,00 $ 500,00 
Custo de taxas de destino $ 200,00 $ 300,00 $ 600,00 
Valor de armazenagem $ 600,00 $ 600,00 $ 3.000,00 
Frete rodoviário brasileiro $ 400,00 $ 390,00 $ 400,00 
Total $ 11.200,00 $ 7.290,00 $ 4.500,00
EMBARQUE ESTADOS UNIDOS – VALORES EM USD
Etapas do processo Aéreo
Seair – marítimo + 
aéreo (multimodal)
Marítimo 
Transit time (tempo do 
transporte internacional)
3 dias Não se aplica 20 dias
Frete internacional $ 2.000,00 $ – $ 250,00 
Custo de taxas de destino $ 200,00 $ – $ 600,00 
Valor de armazenagem $ 600,00 $ – $ 3.000,00 
Frete rodoviário brasileiro $ 400,00 $ – $ 400,00 
Total $ 3.200,00 $ – $ 4.250,00 
16 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.Quando iniciamos o estudo de valor logístico e prazo para chegada no 
Brasil, com a disponibilização na fábrica, podemos identificar alguns 
pontos importantes.
A diferença do valor do produto do fornecedor chinês foi de US$ 
25.000,00, um número bem significativo. Porém, podemos observar, 
nos custos logísticos, que, primeiramente, não há tempo hábil para uti-
lizarmos o transporte marítimo, assim, ele já será descartado. Ainda 
observando o embarque da China, temos mais duas opções: embarque 
aéreo ou multimodal. No caso do embarque multimodal, o prazo ficará 
extremamente apertado, pois temos que considerar que, após a chega-
da da mercadoria, ainda haverá os processos de entrada no estoque do 
fornecedor e de emissão de documentos fiscais de venda, para somente 
depois haver a entrega ao cliente. Portanto, importando do fornecedor 
chinês, a melhor opção para atender ao prazo do cliente com folga e não 
correr o risco de ter possíveis atrasos é o embarque aéreo, embora o 
valor seja muito mais elevado do que o das outras duas opções.
Quando partimos para a análise do fornecedor dos Estados Unidos, no-
tamos que o valor dos custos e prazos são muito mais baixos e convi-
dativos, mas ainda assim a diferença de US$ 25.000,00 do fornecedor 
chinês resulta em maior vantagem.
Valor da mercadoria chinesa + despesas de transporte aéreo: US$ 
86.200,00
Valor da mercadoria norte-americana + despesas de transporte aéreo: 
US$ 103.200,00
 
5 – Informação
A informação é a parte mais importante da cadeia de suprimentos. 
É a partir dela que a gestão acontece e se desenvolve de maneira mais 
clara	e	precisa.	Uma	falha	na	comunicação	pode	gerar	grandes	prejuí-
zos	para	a	empresa.	Para	Chopra	e	Meindl	(2002),	a	informação	se	defi-
ne da seguinte forma:
Consiste em dados ou análises a respeito de estoque, transporte, 
instalações e clientes, que fazem parte da cadeia de suprimento. 
A	informação	é	potencialmente	o	maior	fator-chave	de	desempe-
nho	da	cadeiade	suprimento,	pois	afeta	diretamente	cada	um	dos	
17Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
demais	fatores-chave.	A	informação	propicia	ao	gerenciamento	a	
oportunidade de tornar as cadeias de suprimento mais responsi-
vas	e	eficientes.	(CHOPRA;	MEINDL,	2002,	p.	50)
Quando uma empresa obtém informação de demanda, nível de esto-
que, tempo de produção, etc., ela poderá se programar em toda a cadeia 
de suprimentos, negociando com fornecedores de matéria-prima, trans-
portadores, armazéns terceirizados, entre outras bases necessárias, e 
assim terá maior assertividade nas tomadas de decisão, reduzindo cus-
tos e atendendo a todos os prazos.
Atualmente	existem	diversos	softwares	de	controle	e	disponibiliza-
ção	de	informação	que	auxiliam	toda	a	cadeia	de	suprimentos.	Nos	pró-
ximos	capítulos,	abordaremos	de	maneira	mais	detalhada	as	tecnolo-
gias dos sistemas de informação.
3 Objetivo da cadeia de suprimentos
O grande objetivo da cadeia de suprimentos é o lucro gerado no 
processo. Quando falamos sobre lucro, não é considerado apenas o 
custo	final	do	produto	ao	consumidor	final,	e	sim	a	subtração	entre	o	
valor total da operação dentro da cadeia de suprimentos e o valor total 
de venda.
Quanto	mais	bem	planejada	a	operação,	maior	 será	a	 eficiência	 e	
maior será o lucro para a empresa, levando ao sucesso e ao alcance 
dos objetivos.
De	acordo	com	Chopra	e	Meindl	(2002),	o	objetivo	de	toda	cadeia	de	
suprimentos é maximizar o valor global gerado, e seu sucesso deve ser 
mensurado em termos de lucratividade na cadeia inteira, e não em um 
estágio isolado.
Quando demos o exemplo do cliente que precisava de uma calça, 
você pôde notar que o cliente é o objetivo a ser alcançado e a única 
18 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.fonte de receita real. Ao analisarmos esse exemplo, notamos que esse 
cliente	é	o	único	com	fluxo	de	caixa	positivo;	os	demais	custos	são	pa-
gos com parte da receita gerada por esse mesmo cliente.
Chopra	e	Meindl	 (2002)	explicam	a	 importância	do	gerenciamento	
adequado	desses	fluxos:
Essa transferência de caixa aumenta os custos da cadeia de su-
primento.	Todos	os	fluxos	de	 informação,	produtos	e	 fundos	ge-
ram custos dentro da cadeia. Portanto, o gerenciamento adequado 
desses	fluxos	é	a	chave	para	o	sucesso	da	cadeia	de	suprimento.	
O gerenciamento da cadeia de suprimento envolve o controle dos 
fluxos	entre	os	estágios	da	cadeia	para	maximizar	a	lucratividade	
total. (CHOPRA; MEINDL, 2002, p. 6)
PARA SABER MAIS 
Para se aprofundar nos objetivos da cadeia de suprimentos, leia o artigo 
de Rhebeka Santos sobre o case da Dell Computers, intitulado “Cadeia 
de suprimentos voltada para o cliente: um estudo de caso da Dell Inc.”.
 
Toda	e	qualquer	estratégia	de	supply	chain	 relaciona-se	aos	cinco	
elos	mencionados	neste	capítulo,	não	apresentando	um	fim,	e	sim	um	
constante	fluxo	que	necessita	de	análise	e	planejamento.
4 Planejamento da cadeia de suprimentos
Para	que	possa	ser	executado	o	melhor	planejamento	da	cadeia	de	
suprimentos, inicialmente são elaborados e discutidos os principais 
pontos do projeto a ser desenvolvido; posteriormente, foca-se nos fato-
res-chaves	relacionados	ao	planejamento	estratégico.
19Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Chopra	e	Meindl	(2002)	definem	a	fase	de	planejamento	da	seguin-
te forma:
Como	 resultado	dessa	 fase	 de	 planejamento,	 as	 empresas	 defi-
nem um conjunto de políticas operacionais que lideram as ope-
rações de curto prazo. Para as decisões tomadas durante essa 
fase,	a	configuração	da	cadeia	de	suprimento,	determinada	na	fase	
estratégica,	 é	 fixa.	 Essa	 configuração	 estabelece	 restrições	 den-
tro das quais cada planejamento deve ser realizado. As empresas 
iniciam a fase de planejamento com uma previsão de demanda 
para	o	ano	seguinte	(ou	um	período	de	execução	semelhante)	em	
diferentes mercados. O planejamento inclui decisões sobre quais 
mercados deverão ser supridos e de que locais, sobre a construção 
dos estoques, a terceirização da fabricação, as políticas de reabas-
tecimento e estocagem a serem seguidas, as políticas que serão 
desempenhadas	em	relação	a	locais	de	reserva,	no	caso	de	incapa-
cidade de atender a um pedido, e a periodicidade e dimensão das 
campanhas	de	marketing.	(CHOPRA;	MEINDL,	2002,	p.	7)
É importante ressaltar que qualquer ponta solta dentro de um pla-
nejamento	estratégico	poderá	gerar	falha	no	processo	como	um	todo,	
assim, é necessário que sejam observados e levantados os pontos de 
incerteza da operação, como possíveis atrasos, variação cambial, au-
mento de valor de matéria-prima, oscilação ou mudança na demanda 
no decorrer do projeto. É fundamental que existam períodos de revisão 
para	a	tomada	de	decisões	estratégicas	e	alinhamento.
Para termos um panorama mais aprofundado do tema, de acordo 
com	Bowersox	et al. (2013), existem três fatores que orientam um pla-
nejamento	eficaz:	visibilidade	da	cadeia	de	suprimentos;	consideração	
simultânea de recursos; e utilização de recursos.
A visibilidade está relacionada aos recursos e materiais constantes 
na cadeia. Por exemplo, deve-se saber a quantidade de produtos em 
estoque para que possa ser feita a reposição de acordo com a necessi-
dade de produção ou demanda (atuando sobre as necessidades), além 
da localização de cada item no estoque. Para isso, é necessário obter 
um sistema de informação.
20 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.A consideração simultânea de recursos é o segundo fator, que consi-
dera	a	combinação	entre	“demanda,	capacidade,	requisitos	de	materiais	
e restrições da cadeia de suprimentos” (BOWERSOX et al., 2013, p. 126). 
Em outras palavras, essa consideração simultânea abrange nada mais 
do que os requisitos de qualidade exigidos pelo cliente: prazo de entre-
ga, qualidade e quantidade do produto e localização.
Quando se mencionam as restrições da cadeia de suprimentos, po-
de-se entendê-las como as restrições físicas de produção e instalações. 
Um	gerenciamento	eficaz	deve	levar	em	consideração	tanto	os	recursos	
quanto as restrições; sendo assim, é necessária uma análise de custos 
funcionais que poderão gerar a redução de custos totais.
O fator recursos é de extrema importância e deve ser coordenado 
e mensurado, pois poderá ser aumentado ou diminuído no decorrer do 
projeto.	Todos	os	 recursos	 devem	sempre	 ser	 utilizados	 de	maneira	
racional para maximizar a produção e ao mesmo tempo minimizar 
os custos.
Mais	 à	 frente	 falaremos	mais	 a	 fundo	 das	 estratégias	 logísticas 
para planejamento.
NA PRÁTICA 
Vamos entender melhor a importância do planejamento da cadeia de 
suprimentos, tendo como base o consumidor.
Suponha que você fez a compra de uma cadeira para seu home office. O 
anúncio prometiaentregar o produto em 24 horas. Você notou que o pro-
duto custava 10% a mais do que em outro fornecedor, porém o fator que 
fez com que você fizesse sua escolha foi exatamente o prazo de entrega.
Após realizar a compra, você se programou para receber o produto no 
dia seguinte, mas infelizmente o horário comercial se encerrou e nada 
foi entregue.
Você consegue imaginar o tamanho da sua decepção com a empresa 
da qual adquiriu o produto? Quão descontente você ficou? O que você 
faria nesse momento?
21Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Essa empresa cometeu uma grave falha em um dos elos da cadeia de 
suprimentos (o transporte), o que pode ter acontecido exatamente pela 
falta de planejamento entre oferta e demanda.
Quando a empresa anunciou o produto com prazo de entrega de 24 ho-
ras, porém com valor mais alto do que o do concorrente, ela imaginou 
que conseguiria ter mais lucro otimizando transporte, mas naquele mo-
mento a necessidade de materiais para home office era tão alta e tão ur-
gente que a demanda pelo prazo foi maior do que a demanda pelo valor.
Nesse case, podemos observar uma falha no planejamento da empresa, 
amparados por um dos fatores de orientação de planejamento: conside-
ração simultânea de recursos e restrições.
 
Considerações finais
Com base na leitura deste capítulo, conseguimos entender quão im-
portante é a gestão da cadeia de suprimentos para obter uma maior 
excelência	no	atendimento	ao	cliente	final.	Por	mais	simples	que	possa	
parecer,	ela	desempenha	um	papel	estratégico,	gerando	maior	competi-
tividade para as empresas.
Pudemos	também	identificar	seu	conceito	e	seus	objetivos	e	perce-
ber	que,	com	um	bom	planejamento,	podemos	evitar	falhas	no	proces-
so, minimizando perda de receita para a empresa e entregando maior 
valor ao cliente.
PARA PENSAR 
Quando você for a uma loja adquirir um produto, nacional ou importa-
do, imagine todo o processo de gestão envolvido para que ele esteja 
disponível para você naquele momento. Você ficaria frustrado se não 
conseguisse achá-lo em um momento de necessidade?
 
22 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
Referências
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial, transportes, administração de ma-
teriais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1992.
BOWERSOX, Donald J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. Porto 
Alegre: Bookman, 2013
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
EMPRESA	DE	PLANEJAMENTO	E	LOGÍSTICA	(EPL).	Plano Nacional de Logística 
Integrada (2015-2035).	 Brasília,	 DF,	 2016.	 Disponível	 em:	 https://www.gov.
br/agricultura/pt-br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/documentos/
camaras-tematicas/infraestrutura-e-logistica/anos-anteriores/plano-nacional-
de-logistica-integrada-pnli-51.pdf. Acesso em: 28 mar. 2021.
MARIEN,	 E.	 J.	 Reverse	 logistics	 as	 competitive	 strategy. Supply Chain 
Management Review, v. 2, 1998.
NOVAES,	Antonio	Galvão.	Logística e gerenciamento da cadeia de distribui-
ção: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
O QUE É SUPPLY CHAIN? (O que é cadeia de suprimentos?). [S. l.: s. n.], 2020. 
1	vídeo	(7	min).	Publicado	pelo	canal	Blog	Abri	Minha	Empresa.	Disponível	em:	
https://www.youtube.com/watch?v=Q_uafLixVWY.	Acesso	em:	26	mar.	2021.
PIRES, Silvio Roberto Ignacio. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, 
estratégias, práticas e casos. São Paulo: Atlas, 2016.
SANTOS,	Rhebeka.	A	cadeia	de	suprimentos	voltada	para	o	cliente:	um	estudo	
de caso da Dell Inc. Administradores.com,	17	abr.	2019.	Disponível	em:	https://
administradores.com.br/artigos/cadeia-de-suprimentos-voltada-para-o-
cliente-um-estudo-de-caso-da-dell-inc. Acesso em: 28 mar. 2021.
23 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 2 
Alinhamento 
estratégico 
da cadeia de 
suprimentos 
Neste capítulo entenderemos a importância do alinhamento estraté-
gico, no que diz respeito tanto às estratégias competitivas quanto aos 
objetivos que devem ser definidos dentro da empresa. 
Chopra e Meindl (2016) esclarecem que esse alinhamento se refere 
à consistência entre as prioridades do cliente, que a estratégia compe-
titiva busca satisfazer, e as capacidades que a estratégia da cadeia de 
suprimentos visa construir, devendo ser considerados três tópicos: 1 – 
Alinhamento das estratégias competitiva e funcional, que darão suporte 
à empresa; 2 – As funções na empresa que deverão estruturar proces-
sos e recursos para execução das estratégias; 3 – O projeto da cadeia 
de suprimentos, para que possa dar suporte à estratégia da cadeia de 
suprimentos. 
24 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
Em suma, é necessário que todos os pontos sejam interligados e 
conversem entre si. Estudaremos alguns casos, na prática, que de-
monstrarão a importância do alinhamento estratégico e os pontos de 
alerta que devem ser considerados. 
Abordaremos, mais detalhadamente, as três etapas para se obter 
um alinhamento estratégico: 1 – Conhecer o cliente; 2 – Conhecer a 
cadeia de suprimentos; 3 – Realizar o alinhamento estratégico propria-
mente dito. 
Para Chopra e Meindl (2016), essas três etapas são definidas da se-
guinte forma: 1 – Entender a incerteza do cliente e da cadeia de su-
primentos; 2 – Entender as capacidades da cadeia de suprimentos; 3 
– Conseguir o alinhamento estratégico. 
1 Conhecendo o cliente 
Como já abordado no capítulo anterior, o foco principal da cadeia de 
suprimentos é o cliente. Para que a empresa possa elaborar sua estraté-
gia, desde a criação do produto, a definição do preço e do local em que 
irá disponibilizar o produto, até o prazo de entrega, etc., é de extrema 
importância a análise de perfil, das necessidades e do poder aquisitivo 
do cliente. Assim, com o público definido, a estratégia poderá ser mais 
eficiente e assertiva. 
Quando a empresa inicia o estudo do perfil do cliente, ela precisa iden-
tificar todas as suas necessidades dentro do segmento em que atua. 
NA PRÁTICA 
Um exemplo que podemos utilizar é o de uma empresa que fornece 
soluções para segurança de rede. Para simplificar, vamos chamá-la de 
Security Company. Imagine que a Security Company está fazendo um 
estudo do seu cliente, e a partir disso começará o levantamento de di-
versos pontos para identificar as necessidades a serem atendidas. 
25 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Security Company inicialmente identifica que possui capacidade de 
atender empresasde médio e grande porte. 
A empresa de médio porte necessita de um projeto de baixo custo, po-
rém com qualidade, bem definido e que atenda a suas expectativas. 
Nesse perfil, não há urgência e, consequentemente, há extensão de tem-
po para o desenvolvimento do projeto e a aquisição dos produtos, tanto 
nacionais quanto internacionais. 
A empresa de grande porte precisará de um projeto ágil, com aplicação 
imediata e produtos disponíveis a pronta entrega. 
Com essas informações, podemos inferir que o projeto da empresa mé-
dia possui abertura para redução de custos dos produtos, pois não há 
necessidade de aquisição imediata e é possível obtê-los por encomen-
da, o que gera maior poder de negociação com os fornecedores e redu-
ção no custo de transporte (como não há urgência, não será necessário 
um caminhão dedicado, por exemplo). 
Já no projeto da empresa de grande porte, o custo com transporte e 
aquisição dos produtos será mais alto, pois há urgência. 
Para cada perfil de cliente, o alinhamento estratégico terá foco em ne-
cessidades particulares. 
Agora imagine que, ao fechar um projeto com a empresa de grande porte, 
a Security Company queira reduzir o custo de transporte e resolva utili-
zar uma transportadora com baixa frota, incapaz de atendê-los em curto 
prazo. Imagine um cliente como a Samsung, por exemplo, uma empresa 
multinacional que necessita de uma segurança de rede extremamente 
tecnológica e eficaz, deixando toda a sua base em risco por não ter o 
projeto com os produtos necessários para implantação dentro do prazo 
definido previamente. É possível compreender quão insatisfeito ficará o 
cliente por não receber o projeto e os produtos no prazo esperado? 

De acordo com Chopra e Meindl (2016), as particularidades dos 
clientes em diferentes segmentos variam. Dentre os aspectos envolvi-
dos, estão: 
• Quantidade de produtos necessários em cada lote: um pedido 
urgente para consertar uma máquina na linha de produção prova-
velmente será pequeno; já um pedido para montar uma nova linha 
de produção será grande. 
26 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.• Tempo de resposta que os clientes podem tolerar: o tempo de 
um pedido emergencial será curto; já o tempo de um pedido regu-
lar será mais moroso. 
• Variedade dos produtos necessários: em uma urgência, o cliente 
poderá desejar que um único fornecedor disponha de todos os 
produtos que ele deseja; já para um pedido regular, ele poderá ad-
quirir os produtos separadamente. 
• Nível de serviço exigido: quando um cliente efetua um pedido 
emergencial, ele busca um alto nível de atendimento e disponibili-
dade de produtos, podendo recorrer a outro fornecedor caso não 
seja atendido. Um cliente regular1 não terá esse grau de exigência 
elevado. 
• Preço do produto: o cliente que efetua um pedido emergencial 
geralmente não é sensível ao preço do produto, porém o cliente 
regular poderá ser. 
• Taxa desejada de inovação do produto: os clientes que buscam 
produtos exclusivos podem ter um grau maior de exigência à ino-
vação do que um cliente que procura baixo custo. 
De acordo com Chopra e Meindl (2016), quando analisamos todas 
as categorias, podemos imaginar que cada uma delas possui sua de-
vida importância de modo isolado, porém, cada necessidade do cliente 
pode ser traduzida para a métrica da incerteza de demanda implícita, 
que nada mais é do que a incerteza de demanda das necessidades im-
postas sobre a cadeia de suprimentos para satisfazer as necessidades 
do cliente. 
Devemos ressaltar que a incerteza de demanda é diferente da incer-
teza de demanda implícita. A incerteza de demanda se refere à incerteza 
de demanda para um produto, já a incerteza de demanda implícita está 
1 Trata-se de um cliente que compra de forma programada. Não se refere diretamente ao pedido em si. 
27 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
ligada à incerteza de demanda imposta sobre a cadeia de suprimentos 
para satisfazer as necessidades do cliente. 
Chopra e Meindl (2016) explicam esse evento da seguinte forma: 
Uma empresa que fornece apenas pedidos emergenciais de um pro-
duto enfrentará uma incerteza de demanda implícita mais alta que 
aquela que fornece o mesmo produto com tempo de execução longo, 
pois a segunda tem oportunidade para atender os pedidos uniforme-
mente durante o tempo de execução. (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 23) 
A incerteza de demanda e as incertezas das necessidades do cliente 
a que a cadeia de suprimentos busca atender afetam diretamente a in-
certeza de demanda implícita. 
NA PRÁTICA 
Compreenderemos na prática como a necessidade do cliente impacta 
diretamente a incerteza de demanda implícita. 
Um novo televisor de última geração foi lançado no mercado. Ele pos-
sui uma tecnologia exclusiva e novas funcionalidades que não estavam 
disponíveis nos modelos atuais. Por se tratar de um produto exclusivo, a 
indústria faz uma previsão de demanda para atender seus clientes, que 
não está ligada diretamente à incerteza de demanda implícita. 
Após seu lançamento, a empresa percebe que o televisor foi um suces-
so e os clientes começam a ter exigências específicas, como: maior 
agilidade na entrega, possibilidade de adquirir os produtos em outros 
pontos de venda ou até mesmo variação do produto ofertado. 
Todas essas condições causam aumento da incerteza de demanda 
implícita, pois, além das novas exigências dos clientes, a empresa 
teve baixa em seu estoque, precisando realinhar suas estratégias para 
atender às expectativas dos clientes, o que impacta diretamente a ca-
deia de suprimentos. 

O quadro 1 nos ajuda a entender como as necessidades dos clien-
tes podem influenciar a incerteza de demanda implícita. 
28 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
Quadro 1 – Impacto das necessidades dos clientes sobre a incerteza de demanda implícita 
NECESSIDADE DO CLIENTE CAUSA INCERTEZA NA DEMANDA IMPLÍCITA PARA... 
Aumento da variação da quantidade exigida 
... aumentar, pois uma maior variação na quantidade 
exigida implica maior variação na demanda 
Redução do tempo de espera 
... aumentar, pois exige menos tempo para reagir 
aos pedidos 
Aumento da variação de produtos exigidos 
... aumentar, pois a demanda por produtos torna-se 
menos previsível 
Aumento do número de canais pelos quais os 
produtos podem ser adquiridos 
... aumentar, pois a demanda total do cliente por 
canal torna-se menos previsível 
Aumento da taxa de inovação 
... aumentar, pois novos produtos costumam ter 
demanda mais incerta 
Aumento do nível de serviço exigido 
... aumentar, pois a empresa precisa lidar com picos 
incomuns de demanda 
Fonte: adaptado de Lee (2002) (apud Chopra e Meindl, 2016). 
Além do impacto causado pelas necessidades do cliente, a incerteza 
de demanda implícita pode estar ligada a outras características de ofer-
ta e demanda do produto. Um produto usual, como os de alimentação 
básica, não sofrerá alterações significativas em relação à oferta e de-manda, pois terá uma previsão mais assertiva, assim, apresentará uma 
baixa incerteza de demanda implícita; já um produto novo no mercado, 
cuja demanda será variável, podendo ter excesso ou baixa de estoque, 
nesse caso terá alta incerteza de demanda implícita. 
É importante identificar também a maturidade do produto ofertado: 
quanto mais novo o produto, maior o impacto na cadeia de suprimen-
tos, pois ele estará em constante transformação e poderá sofrer atra-
sos na entrega; já um produto com maior maturidade terá uma grande 
possibilidade de seguir seu cronograma, gerando menor impacto, com 
baixa incerteza de oferta. 
29 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
No quadro 2, podemos compreender como as fontes de oferta im-
pactam a incerteza de oferta: 
Quadro 2 – Impacto da capacidade da fonte de oferta sobre a incerteza de oferta 
CAPACIDADE DA FONTE DE OFERTA FAZ COM QUE A INCERTEZA NA OFERTA... 
Interrupções frequentes ... aumente 
Resultados imprevisíveis e baixos ... aumente 
Má qualidade ... aumente 
Capacidade de oferta limitada ... aumente 
Capacidade de oferta inflexível ... aumente 
Processo de produção em evolução ... aumente 
Fonte: adaptado de Lee (2002) (apud Chopra e Meindl, 2016). 
PARA PENSAR 
Convidamos você a refletir sobre o impacto da capacidade de oferta 
sobre a incerteza de oferta. Identifique um produto novo no mercado 
que você gostaria muito de adquirir. A partir desse pensamento, imagine 
que, ao adquirir o produto, você detecte falhas no funcionamento, ou 
mesmo não encontre o produto disponível para ser adquirido em nenhu-
ma loja física ou digital. 
Como você se sentiria como consumidor? 

2 Conhecendo a cadeia de suprimentos 
Para que possamos conhecer a cadeia de suprimentos, iremos iden-
tificar sua capacidade, bem como entender como ela pode atender me-
lhor à demanda em um ambiente tão incerto. 
30 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com Chopra e Meindl (2016), existem características em 
uma cadeia de suprimentos que influenciam sua responsividade e efi-
ciência. A seguir listaremos algumas competências que interferem na 
responsividade da cadeia de suprimentos: 
• responder à ampla gama de quantidades solicitadas; 
• atender com tempo de execução curto; 
• lidar com grande variedade de produtos; 
• criar produtos altamente inovadores; 
• atender a um alto nível de serviço; 
• manipular a incerteza de oferta. 
Quanto mais dessas características a cadeia de suprimentos apre-
senta, mais responsiva ela é. Porém, devemos considerar que quanto 
maior a responsividade, maior o custo agregado. Quando nós levan-
tamos o ponto de que quanto maior a responsividade, maior o custo, 
chegamos à eficiência da cadeia de suprimentos, que é influenciada di-
retamente pela alta responsividade. Quanto maior o custo da operação, 
menor será a eficiência. 
A fronteira eficiente de custo-responsividade demonstra as métricas 
e os limites estabelecidos entre responsividade e eficiência. Dificilmente 
uma empresa consegue alcançar o perfeito equilíbrio. Chopra e Meindl 
(2016) explicam esse ponto: 
A fronteira eficiente de custo-responsividade é a curva, que mos-
tra o menor custo possível para determinado nível de responsivi-
dade. Ele é definido com base na tecnologia existente; nem toda 
empresa é capaz de operar na fronteira eficiente, que representa 
o desempenho de custo-responsividade das melhores cadeias 
de suprimentos. Uma empresa que não está na fronteira eficiente 
pode melhorar sua responsividade e seu desempenho de custo ao 
atingi-la. De outro lado, uma empresa na fronteira eficiente só pode 
melhorar sua responsividade aumentando o custo e tornando-se 
31 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
menos eficiente. Então ela precisa fazer uma escolha entre eficiên-
cia e responsividade. Naturalmente, as empresas na fronteira efi-
ciente também estão melhorando continuamente seus processos 
e mudando a tecnologia para deslocar a própria fronteira eficiente. 
(CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 26 e 27) 
Figura 1 – Fronteira eficiente de custo-responsividade 
Responsividade 
Alta 
Baixa 
BaixoAlto 
Custo 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). 
Figura 2 – O espectro da responsividade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Altamente 
eficiente 
Usinas de aço 
integradas 
Semanas ou 
meses de 
cronograma 
de produção 
antecipado, com 
pouca variedade 
ou flexibilidade 
Moderadamente 
eficiente 
Trajes Hanes 
Um fabricante 
tradicional que 
produz para 
estocar, com 
tempo de espera 
de fabricação de 
várias semanas 
Moderadamente 
responsiva 
A maior parte 
da produção 
automotiva 
Entrega grande 
variedade de 
produtos em 
algumas semanas 
Altamente 
responsiva 
Seven-Eleven 
Japan 
Muda o mix de 
mercadorias 
por local e por 
hora do dia 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). 
32 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
. 
 
 
 
 
 
 
 
NA PRÁTICA 
Para compreendermos melhor essa fronteira entre a responsividade e 
a eficiência, bem como a dificuldade que as empresas encontram para 
conseguir o equilíbrio, trataremos de uma situação que atualmente 
acontece muito. 
Quando fazemos pesquisas de produtos na internet, como móveis, po-
demos encontrar grandes ofertas em diversos sites – neles existe a 
possibilidade de pequenas indústrias se cadastrarem para efetuar ven-
das como associadas. 
Essas pequenas empresas, geralmente, possuem produção própria e 
em baixa escala. A estratégia dessas indústrias, pequenas e pouco co-
nhecidas no mercado, é conseguir ofertar um produto razoável com bai-
xíssimo custo, obtendo, assim, grande eficiência, já que são reduzidos 
todos os custos da sua cadeia de suprimentos. 
Os custos começam a ser reduzidos na linha de produção, já que se 
inicia a produção do bem apenas quando existe uma compra efetuada. 
Essa produção, por sua vez, em alguns casos, poderá ser feita por meio 
de terceirização, evitando maiores custos com mão de obra, pois, caso 
não haja uma quantidade significativa de pedidos, não haverá custos 
adicionais nesse quesito. 
A indústria também poderá reduzir custos no transporte rodoviário para 
entrega desse material, custos de aluguel (já que não terá necessidade 
de um ambiente maior para comportar o estoque) e assim por diante. 
Essas indústrias podem demorar até 60 dias para efetuar a entrega de 
um produto vendido, e fica a cargo do cliente decidir se o prazo solicita-
do atenderá às suas expectativas. 
Analisando esse modelo de negócio, podemos perceber que essa indús-
tria possui alta eficiência, porém praticamente nenhuma responsividade. 
Para esse modelo de indústria, traçar uma estratégia para aumentar a 
responsividade e conseguir mantera eficiência é quase impossível, pois 
qualquer custo adicional na cadeia de suprimentos reduzirá sua eficiência. 
Quando nos voltamos para uma empresa altamente responsiva, será 
muito mais fácil encontrar o equilíbrio. Imagine um outro modelo de ne-
gócio, a Loja B, por exemplo, que também vende móveis, possui uma 
loja virtual e tem ótimos preços. Supondo que eles queiram ser ainda 
mais eficientes, vamos analisar o que poderiam fazer. 
A Loja B atende todo o Brasil, com média de entrega dos produtos (de-
pendendo da região do cliente) de 2 a 6 dias úteis (em torno de 90% 
mais rápido do que a pequena indústria), opção de frete grátis para al-
33 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
guns produtos e várias lojas físicas. Nesse cenário, ela pode, dentro da 
sua própria linha de produção, buscar recursos para redução de custos: 
disponibilizar a opção de retirada do produto que foi vendido on-line em 
loja física; em virtude do alto fluxo de entregas, terceirizar suas entre-
gas com transportadora especializada, negociando o frete; entre outras 
possibilidades. Por mais que algumas opções de aumento de eficiência 
possam reduzir a responsividade, a empresa terá uma redução mínima 
comparada à perda de eficiência que sofrerá a pequena indústria. 

3 Realizando o alinhamento estratégico 
Chopra e Meindl (2016) assim explicam essa terceira e última etapa 
do alinhamento estratégico: 
Depois de mapear o nível de incerteza implícita e entender a po-
sição da cadeia de suprimentos no espectro de responsividade, a 
terceira e última etapa é garantir que o grau de responsividade da 
cadeia seja coerente com a incerteza implícita. O objetivo é visar 
tanto a alta responsividade para uma cadeia de suprimentos que 
enfrenta alta incerteza implícita quanto a eficiência para uma ca-
deia de suprimentos que enfrenta baixa incerteza implícita. (CHO-
PRA; MEINDL, 2016, p. 27) 
NA PRÁTICA 
Vamos voltar ao exemplo utilizado anteriormente com a pequena indús-
tria e a Loja B. 
A Loja B é uma grande empresa, que visa a um atendimento rápido e efi-
caz, com grande variedade de produtos, alto nível de estoque, além de en-
trega muito mais rápida. Assim, a demanda de clientes pode ser caracte-
rizada como alta incerteza implícita. Se a Loja B reduzisse a variedade de 
produtos e aumentasse drasticamente o tempo de entrega para se tornar 
mais eficiente, ela poderia perder um grande número de clientes. Nesse 
caso, a necessidade de ser responsiva é muito mais importante. 
Por outro lado, se a pequena indústria de móveis que possui baixa in-
34 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
certeza implícita aumentar sua responsividade, disponibilizando mais 
mão de obra, aumentando seu estoque e oferecendo uma entrega muito 
mais ágil, também perderá clientes, pois o valor do seu produto ficará 
muito mais alto. 
Podemos concluir que quanto maior a incerteza implícita, maior a ne-
cessidade de ter responsividade na cadeia de suprimentos. 

Na figura 3, compreenderemos como esse relacionamento é repre-
sentado pela zona de alinhamento estratégico. Chopra e Meindl (2016) 
complementam que, para um alto nível de desempenho, as empresas 
devem mover sua estratégia competitiva (e a incerteza implícita resul-
tante) e a estratégia da cadeia de suprimentos (e a responsividade re-
sultante) em direção à zona de alinhamento estratégico. 
Figura 3 – Encontrando a zona de alinhamento estratégico 
Cadeia de 
suprimentos 
responsiva 
Espectro de 
responsividade 
Cadeia de 
suprimentos 
eficiente 
Demanda Demanda 
certa incerta 
Zo
na
 de
 al
inh
am
en
to 
es
tra
tég
ico
 
Espectro 
da incerteza 
implícita 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016, p. 28). 
35 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com Chopra e Meindl (2016), o próximo passo para con-
seguir o alinhamento estratégico é designar diferentes papéis a cada 
estágio da cadeia de suprimentos, lembrando que cada estágio poderá 
ter um nível diferente. 
Uma empresa que comercializa grande variedade de produtos, po-
rém padronizados, com estoque em nível suficiente para atender seus 
clientes, contando com fornecedores que atendem à demanda de ma-
neira eficaz, poderá não só ter redução da incerteza implícita, como 
também da incerteza enfrentada na cadeia de suprimentos, obtendo 
alta responsividade, pois conseguirá negociar com todos os fornece-
dores da cadeia de suprimentos. Seus fornecedores, mesmo quando 
pequenos, terão pedidos programados, poderão atender com prazo es-
tabelecido, com custo reduzido e eficiência, o que levará ao alcance, 
portanto, do equilíbrio necessário. 
Já uma empresa que revende produtos com baixo nível de estoque 
consegue ser mais eficaz, porém não consegue uma cadeia de supri-
mentos responsiva, pois toda a incerteza implícita estará sobre os om-
bros dos fabricantes e fornecedores, e eles deverão ser flexíveis e mui-
tas vezes atender a pedidos de urgência, de modo que se tornarão mais 
responsivos para atender aos pedidos. 
Portanto, podemos identificar que eficiência e responsividade podem 
atingir todos os estágios da cadeia de suprimentos, sendo necessários 
planejamento e alinhamento para que cada nível supra a demanda con-
forme o previsto. 
IMPORTANTE 
O passo final para obter alinhamento estratégico é combinar a responsi-
vidade da cadeia de suprimentos e a incerteza implícita de demanda e 
oferta. O projeto da cadeia de suprimentos e de todas as estratégias fun-
cionais dentro da empresa também precisa dar suporte ao nível de res-
ponsividade da cadeia de suprimentos (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 29). 

36 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 3 – Comparação de cadeias de suprimentos eficientes e responsivas 
CADEIAS DE SUPRIMENTOS 
EFICIENTES 
CADEIAS DE SUPRIMENTOS 
RESPONSIVAS 
Objetivo principal Suprir demanda ao menor custo 
Responder rapidamente à 
demanda 
Estratégia de projeto do produto 
Maximizar o desempenho ao 
mínimo de custo do produto 
Criar modularidade para permitir 
postergação de diferenciação do 
produto 
Estratégia de preço 
Reduzir margens, porque o preço 
é um fator principal para o cliente 
Trabalhar com margens maiores, 
porque o preço não é um fator 
principal para o cliente 
Estratégia de manufatura 
Reduzir custos por meio de alta 
utilização 
Manter flexibilidade de 
capacidade como segurança 
contra incerteza da demanda/ 
oferta 
Estratégia de estoque 
Minimizar estoque para reduzir 
custo 
Manter estoque de segurança 
para lidar com a incerteza da 
demanda/oferta 
Estratégia de tempo esperado 
(pelo cliente) 
Reduzir, mas não em detrimento 
de custos 
Reduzir agressivamente, 
mesmo que os custossejam 
significativos 
Estratégia de fornecedor 
Selecionar com base em custo e 
qualidade 
Selecionar com base em 
velocidade, flexibilidade, 
confiabilidade e qualidade 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016) e Fisher (1997). 
Considerações finais 
Neste capítulo pudemos compreender a importância do alinhamen-
to estratégico e como ele está ligado à responsividade e à eficiência da 
empresa, bem como identificar a incerteza de demanda implícita e seu 
impacto na cadeia de suprimentos. 
37 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
Analisamos também exemplos na prática de como o equilíbrio entre 
eficiência e responsividade é importante. 
PARA PENSAR 
Pense em um produto que você adquire com frequência. Tente iden-
tificar todos os níveis na cadeia de suprimentos para que ele chegue 
até você. Agora pense em cada etapa, identifique os pontos em que a 
empresa que fornece o produto poderia melhorar dentro da cadeia de 
suprimentos e os pontos a que ela atende com perfeição. 
Ao fim do processo, verifique se eles possuem baixa ou alta incerteza 
implícita e se são responsivos ou eficientes. 

Referências 
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operações. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2016. 
FISHER, M. L. Qual é a cadeia de suprimentos certa para o seu produto? Harvard 
Business Review, mar./abr. 1997. 
39 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 3 
Operações de 
fabricação e 
distribuição 
em cadeias de 
suprimentos 
Neste capítulo serão apresentados os principais elementos que 
compõem as operações de fabricação e distribuição ao longo da cadeia 
de suprimentos. 
Para isso, precisamos inicialmente compreender o ciclo dessa ca-
deia. Entender os elementos que o compõem possibilitará um melhor 
gerenciamento do fluxo de produção em cadeia de suprimentos, e dis-
cutiremos a importância de sua integração e as possíveis consequên-
cias quando essa integração não ocorre. 
De acordo com Chopra e Meindl (2016), na visão cíclica da cadeia de 
suprimentos, os processos são divididos em uma série de ciclos, cada 
um realizado na interface entre dois estágios sucessivos. 
40 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Gerenciamento do fluxo de produção
na cadeia de suprimentos 
Ballou (1992) explica como o fluxo de produtos ou produção influen-
cia a logística de uma organização, sendo que existem atividades que 
muitas vezes não estão sob o controle de determinados setores: 
No ato de garantir o fluxo de produtos numa organização, os pro-
fissionais de logística podem ter necessidade de coordenar seus 
esforços com atividades que não estão totalmente sob seu contro-
le. A aquisição, suprimento, obtenção, ou qualquer que seja o título 
dado, é basicamente uma função de compras. A programação da 
produção é tradicionalmente uma responsabilidade da manufatura 
ou operação. Apesar disso, a administração destas áreas pode ter 
impacto significativo nos objetivos logísticos e está mais e mais 
tornando-se parte das responsabilidades do pessoal de logística. 
Por isso, estes devem preocupar-se com aqueles aspectos da aqui-
sição e da programação da produção que podem afetar o fluxo de 
materiais. (BALLOU, 1992, p. 236) 
Tendo em vista todas as influências que uma organização pode so-
frer na fabricação de um produto, entraremos no âmbito do gerencia-
mento do fluxo de produção. De acordo com Ballou (1992), as principais 
questões abordadas para execução da produção dentro de uma indús-
tria são: quando, onde e quanto produzir. 
NA PRÁTICA 
Para entendermos os pontos críticos do fluxo de produção e a importân-
cia da sua gestão, utilizaremos como exemplo uma indústria de equipa-
mentos de teste de placas de circuito impresso. 
Essa indústria desenvolve, sob encomenda, equipamentos que pos-
suem a funcionalidade de testar placas de circuito impresso, sendo que 
todos são feitos sob medida para cada cliente, pois cada pedido pos-
sui uma especificação de montagem exclusiva, de acordo com o lote 
de placas que serão testadas. Neste exemplo, a maior preocupação da 
41 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
indústria é a aquisição de insumos para produção do equipamento no 
menor tempo possível e com melhor custo. 
Geralmente, nesse modelo de indústria, os insumos básicos para pro-
dução já estão em estoque, como: a base do equipamento, o esqueleto 
para montagem das peças, as agulhas e os receptáculos para leitura da 
placa, etc., porém a aquisição de alguns insumos específicos é neces-
sária, pois trata-se de um produto exclusivo e montado especificamente 
para cada cliente. 
Nesse cenário, podemos identificar os fatores críticos da dinâmica do 
fluxo de materiais. De acordo com Ballou (2002), há quatro fatores: en-
tradas, lista de materiais, tempo de carência (lead time) e custos. 
A indústria possui estimativa de demanda tanto da entrada quanto da 
saída de insumos básicos em um período e sempre verifica o que tem 
em estoque para que consiga identificar as necessidades de aquisição. 
Isso gera menor impacto quando o pedido do cliente entra. Os engenhei-
ros fazem a lista de materiais em períodos predefinidos, para que pos-
sam seguir com a aquisição de insumos para estoque, e o responsável 
pela aquisição é o setor de compras. 
Além do controle de estoque e da programação para aquisição de insu-
mos, é alocado, para cada pedido, o tempo na linha de produção (tempo 
de carência), reduzindo, assim, possíveis custos extras. Quando ocor-
rem problemas na produção ou a ausência de itens necessários para 
o processo produtivo, eles terão custos maiores do que o previsto ou 
serão compensados por outra área. Como a empresa possui boa parte 
dos itens em estoque, a tendência é que não haja atraso na entrega do 
produto, pois os itens que faltam na produção (que são específicos do 
pedido do cliente) podem ser adquiridos enquanto o processo produtivo 
está em andamento. 

PARA PENSAR 
Já imaginou uma indústria sem nenhum gerenciamento de fluxo de pro-
dução e quanto isso pode custar? 

2 Estratégias de produção na cadeia de 
suprimentos 
Para que possamos falar sobre as estratégias de produção na ca-
deia de suprimentos, precisamos inicialmente demonstrar em que es-
tágio nos encontramos e que aspectos infl uenciam o ciclo da cadeia de 
suprimentos. 
Na fi gura 1, apresentamos como os processos são divididos e como 
cada um está integrado aos quatro ciclos da cadeia. 
Figura 1 – Ciclo de processos na cadeia de suprimentos 
Cliente Revendedor Distribuidor Fabricante Fornecedor 
Ciclo Ciclo Ciclo Ciclo 
de pedido de de de 
do cliente reposição produção aquisição 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). 
Como já colocamos, de acordo com Chopra e Meindl (2016), cada 
ciclo ocorre na interface entre dois estágios sucessivos da cadeia de 
suprimentos,sendo que nem toda interface terá os quatro ciclos com-
pletamente separados. 
No caso de uma loja revendedora de produtos de terceiros, por 
exemplo, haverá os quatro ciclos; já uma indústria que produz e vende 
diretamente ao cliente fi nal não terá o revendedor nem o distribuidor. A 
disposição da visão cíclica na cadeia de suprimentos é extremamente 
importante, tanto para decisões operacionais quanto para ajustes de 
sistema de informação. 
Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
. 
42 
43 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
Chopra e Meindl (2002) explicam a interface entre os ciclos. O ciclo 
de pedido do cliente envolve as interfaces entre cliente e revendedor e 
seus processos relacionados. Inicia-se a partir da necessidade de um 
cliente por um produto e do recebimento desse pedido pela empresa. 
Já o ciclo de reposição ocorre na interface entre o revendedor e o distri-
buidor, envolvendo a reposição de estoque do revendedor. A diferença 
entre o ciclo do pedido do cliente e o do reabastecimento é que este 
é motivado pelo revendedor, e não diretamente pelo cliente final. O ci-
clo de aquisição ocorre na interface entre o distribuidor e o fabricante, 
envolvendo a reposição de estoque do distribuidor. Nesse caso, ele é 
acionado pelos pedidos dos clientes. 
Por último, daremos foco ao ciclo de produção e seu fluxo. O ciclo 
de produção envolve dois estágios da cadeia de suprimentos, que se 
referem ao distribuidor e ao fornecedor, englobando todo o processo 
de reabastecimento no distribuidor. Esse ciclo pode ser acionado tanto 
pelo pedido do cliente quanto pela projeção de pedidos em determinado 
período. 
De acordo com Chopra e Meindl (2002), os processos envolvidos 
nesse ciclo englobam quatro estágios: 
• chegada do pedido do distribuidor, varejista ou cliente; 
• programação para a produção; 
• fabricação e transporte; 
• recebimento pelo distribuidor, pelo varejista ou pelo cliente. 
44 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.Figura 2 – Ciclo de produção 
Chegada do 
pedido do 
distribuidor 
Programação 
para produção 
Fabricação 
e transporteRecebimento 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2002). 
Quando o pedido chega ao fabricante, inicia-se a produção do item 
ou a separação do produto para entrega. Cada indústria possui um ou 
mais modos de atender a esse pedido. Existe a indústria que moverá 
sua linha de produção após a chegada do pedido e aquela que terá esto-
que para atendimento da demanda de acordo com previsões, de modo 
que a venda será compatível com itens de seu estoque. 
Para que os pedidos possam ser atendidos dentro do prazo estipu-
lado e ao menor custo possível, é necessário que a empresa programe 
sua produção. Essa programação poderá ser de acordo com a deman-
da de pedidos ou com a demanda prevista para aquele período, tendo 
ligação direta com o modelo adotado pela indústria. 
Após essa etapa de programação, iremos para a fabricação e o 
transporte, que nada mais é do que produzir com o menor custo possí-
vel e entregar dentro do prazo prometido para o cliente, o qual, por sua 
45 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
vez, receberá o produto do distribuidor, completando essa etapa, que se 
reiniciará com um novo pedido. 
A estratégia de produção deve ser elaborada de acordo com o perfil 
da indústria e principalmente com o perfil do cliente. Para isso, deverá ser 
desenvolvida uma base estrutural contendo as principais informações de 
ambos para análise e decisão. Assim, a demanda poderá ser definida. 
NA PRÁTICA 
Para entendermos melhor como é aplicada a estratégia de produção em 
uma empresa, abordaremos um modelo fictício de microempresa. 
Nosso case é o de uma pequena lanchonete que produz os próprios sal-
gados para vender diretamente ao cliente. Inicialmente, podemos supor 
que é muito mais simples ter uma estratégia de produção para atender à 
cadeia de suprimentos, simplesmente por ser um pequeno negócio que 
comercializa um produto, teoricamente, comum. 
A lanchonete tem como foco produzir salgados gourmet, apostando 
em ingredientes de alta qualidade e diversificados. Visa oferecer sabor 
como diferencial no mercado, tendo como objetivo atingir clientes de 
alto padrão de uma região nobre da cidade. 
Sua linha de produção trabalha seis horas por dia, porém presta atendi-
mento ao público durante o horário comercial. Buscando maior controle 
de seu estoque (que é perecível), a empresa possui um sistema de con-
trole de entrada e saída de insumos, e também é elaborada, diariamente, 
uma lista dos insumos necessários. A empresa consegue atender em 
torno de trezentos clientes por dia, considerando que cada cliente con-
sume dois produtos. 
Após reunião entre os sócios, foi levantada a possibilidade de também 
atenderem-se clientes de poder aquisitivo mais baixo, na mesma região 
em que a lanchonete está instalada. 
Para entender como analisar essa nova estrutura, como deverá ser a 
estratégia de produção para maximização dos lucros e as complica-
ções que poderão aparecer no processo, precisamos analisar o perfil 
dos clientes: 
• Cliente 1 – Esse cliente já é consumidor dos produtos da lancho-
nete, possui alto grau de exigência em relação à qualidade do 
46 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
produto, ao ambiente e ao atendimento, mas não se preocupa tanto 
com o preço. 
• Cliente 2 – Esse cliente ainda não conhece os produtos da lancho-
nete e busca um produto bom, porém com preço baixo. Não visa 
tanto ao luxo do ambiente, mas deseja um preço convidativo. 
Para que a lanchonete consiga atender ao perfil do cliente 2, será neces-
sária uma adequação de todo o escopo da empresa, incluindo a criação 
de produtos para atender a esse público. Nesse caso, haverá alta incer-
teza implícita, redução da eficiência e possível aumento da demanda, 
gerando impacto no fluxo de produção. Pelo fato de a lanchonete estar 
em um local privilegiado, há grandes possibilidades de não atingir esse 
novo público. 
Por mais que o risco para atender ao novo perfil pareça inviável, os só-
cios resolveram elaborar uma nova estratégia de produção, objetivando 
atender públicos diversos, maximizando os lucros sem reduzir drastica-
mente a eficiência. 
A empresa optou por desenvolver um novo produto – de qualidade, mascom insumos mais populares e custos mais reduzidos. Investiu em um 
equipamento que auxilia a linha de produção e, com isso, conseguiu pro-
duzir o dobro de salgados no mesmo tempo (seis horas), sem que os 
custos de mão de obra aumentassem. 
Porém, a estratégia de venda passou a ser outra. O novo produto é con-
gelado e vendido embalado, de modo que o cliente finaliza seu preparo 
em casa, isentando a empresa da necessidade de uma unidade física 
em outro bairro e viabilizando o alcance do novo público por meio do 
serviço de delivery (em que o cliente arca com os custos do frete). 
Com esse estudo de caso, podemos compreender a importância da 
análise da indústria e da identificação do público-alvo para o desen-
volvimento da estratégia de produção e como as empresas avaliam as 
possibilidades de um novo projeto para atendimento da demanda. 

47 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA SABER MAIS 
Para se aprofundar no tema da estratégia de produção nas cadeias de 
suprimentos, acesse o estudo intitulado “O papel da estratégia da pro-
dução no alinhamento dinâmico das cadeias de suprimento”, de Bozutti, 
Nogueira e Costa, apresentado no XXXII Encontro Nacional de Engenha-
ria de Produção (Enegep), realizado em 2012. O artigo está disponível 
no site da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro). 
E, para complementar o assunto, acesse o vídeo intitulado “Estratégias 
de produção”, da série Gestão da Produção, disponível no canal Produ-
zindo, no YouTube. 

3 A fronteira push-pull 
Chopra e Meindl (2016) definem o termo “push-pull” (empurrar-pu-
xar) da seguinte forma: 
Todos os processos da cadeia de suprimento recaem em uma 
das duas categorias, dependendo do tempo de sua execução em 
relação à demanda do consumidor final. Nos processos puxar, a 
execução é iniciada em resposta aos pedidos dos clientes. Em pro-
cessos tipo empurrar a execução é iniciada em antecipação aos 
pedidos dos clientes com base em uma previsão. Os processos do 
tipo puxar também podem ser chamados de processos reativos, 
porque reagem à demanda do cliente; já os do tipo empurrar po-
dem ser chamados de processos especulativos, pois respondem à 
demanda especulada (ou prevista), em vez de demanda real. (CHO-
PRA; MEINDL, 2016, p. 10) 
A fronteira push-pull separa os processos do tipo empurrar dos pro-
cessos do tipo puxar. Os processos puxados estão em um ambiente 
incerto, pois não há conhecimento da demanda; já os processos do tipo 
empurrados possuem uma demanda definida. Geralmente o processo 
do tipo puxar é o futuro processo de empurrar. 
48 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
Figura 3 – Visão push-pull da cadeia de suprimentos 
Fronteira 
push-pull 
PuxarEmpurrar Chegada do pedido 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). 
PARA SABER MAIS 
Para saber mais sobre push-pull, assista ao vídeo “Cadeia de suprimen-
to: pull e push”, disponível no canal do Instituto Montanari, no YouTube. 

NA PRÁTICA 
Uma indústria especializada em partes e peças de equipamentos mé-
dicos que atende grandes hospitais é um ótimo exemplo de aplicação 
do processo empurrar. Não há possibilidade de um hospital que preci-
sa consertar um equipamento com urgência aguardar a produção de 
uma peça, pois existem pessoas doentes que necessitam de exames 
ou até mesmo de suporte de vida. Nesse caso, a indústria deve efetuar 
um estudo da demanda dentro de um período específico, preparando-se, 
assim, para atender aos pedidos imediatamente. 
Se essa mesma indústria utilizasse o processo puxar, aguardando a 
entrada do pedido para atender à demanda do cliente, poderia gerar 
grandes problemas, não só para o cliente, mas para toda a cadeia de 
suprimentos. 
Vamos supor que essa indústria receba o pedido de uma peça para o 
conserto de um equipamento para suporte de vida, porém não possua 
estoque para atender à demanda do cliente; nesse momento, terá que 
acionar toda a cadeia de suprimentos e precisará de um planejamento 
49 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
estratégico consistente e coordenação para aquisição das peças para 
produção. 
Ao receber o pedido, a indústria precisa enviá-lo ao seu fornecedor. Nes-
se caso, e para atender ao cliente final, o fornecedor precisará traba-
lhar com o processo empurrar (prevendo a demanda) para que consiga 
atender aos pedidos dentro do prazo. Caso o fornecedor de insumos 
também não preveja a sua demanda, poderá ocorrer a falta de insumos 
e atraso na linha de produção da indústria. 
É importante ressaltar que, para esse caso, a melhor estratégia é utilizar 
o processo empurrar, porém cada empresa ou indústria precisa estudar e 
avaliar seu público para a melhor decisão quanto ao processo produtivo. 

Considerações finais 
Neste capítulo, compreendemos a importância de uma empresa 
ou indústria apresentar estratégias consistentes de fluxo de produção, 
bem como de buscar o autoconhecimento por meio de seu público-alvo 
e de desenvolver dinâmicas específicas para cada produto ofertado no 
mercado. 
Discutimos também o impacto que pode ocorrer na cadeia de supri-
mentos quando uma empresa não identifica o processo de produção 
adequado dentro dos parâmetros push-pull. 
Referências 
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial, transportes, administração de ma-
teriais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1992. 
BOZUTTI, Daniel; NOGUEIRA, Edemilson; COSTA, Miguel. O papel da estraté-
gia da produção no alinhamento dinâmico das cadeias de suprimento. In: 
ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 32., 2012, Bento 
Gonçalves. Bento Gonçalves: Abepro, 2012. Disponível em: http://www.abepro. 
http://www.abepro
50 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
org.br/biblioteca/enegep2012_tn_stp_163_950_19604.pdf. Acesso em: 23 abr. 
2021. 
CADEIA DE SUPRIMENTO: pull e push. [S. l.; s. n.], 2017. 1 vídeo (5 min 49 s). 
Publicado pelo canal Instituto Montanari. Disponível em: https://www.youtube. 
com/watch?v=WUELdN6Mj7s. Acesso em: 23 abr. 2021. 
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. 
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operações. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2016. 
ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO. [S. l.; s. n.], 2020. 1 vídeo (7 min). Publicado 
pelo canal Produzindo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v= 
gvFAxR17hKM. Acesso em: 13 maio 2021. 
NOVAES, Antonio G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: es-
tratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
https://www.youtube.com/watch?vhttps://www.youtube
51 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
Capítulo 4 
Utilizando a 
tecnologia da
informação e 
comunicação 
Neste capítulo compreenderemos a importância do uso da informa-
ção na cadeia de suprimentos e o impacto que a ausência dela pode 
causar em uma empresa, bem como os possíveis prejuízos. 
Apresentaremos as tecnologias utilizadas na cadeia de suprimen-
tos e discutiremos a importância de um sistema integrado que possi-
bilite acesso e visualização em tempo real, dentro da operação fabril, 
por fornecedores e envolvidos em toda a cadeia. 
52 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
1 Relevância e uso da informação 
Para que possamos entender a relevância e o uso da informação, 
precisamos conhecer sua definição. Chopra e Meindl (2016) definem 
informação da seguinte maneira: 
Informação consiste em dados e análise referentes a instalações, 
estoque, transporte, custos, preços e clientes por toda a cadeia de 
suprimentos. A informação é potencialmente o maior fator-chave 
de desempenho da cadeia, pois afeta diretamente cada um dos 
demais fatores. (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 46) 
Novaes (2007) ressalta que o uso da informação é de extrema im-
portância, e a troca de informações entre empresas, clientes e fornece-
dores pode ser realizada tanto a partir de chamadas telefônicas quanto 
a partir de um sistema integrado para acompanhamento e inserção de 
dados. Atualmente, os sistemas de informação são ligados a toda a ca-
deia de suprimentos, têm conexão com todas as áreas da empresa e 
são cruciais para a realização da estratégia. 
A informação compõe os fatores-chave (abordados no capítulo 1) 
que complementam o alinhamento estratégico (abordado no capítulo 
2), os quais se integram para um maior equilíbrio entre responsividade 
e eficiência. 
Na figura 1, observa-se como a informação está conectada aos fa-
tores-chave da cadeia de suprimentos. As setas azuis indicam as cone-
xões dos fatores entre si, e as setas vermelhas, o papel da informação 
em relação a esses fatores. 
53 Utilizando a tecnologia da informação e comunicação
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
Figura 1 – Papel da informação na cadeia de suprimentos 
Localização 
Informação 
Estoque 
Produção 
Transporte 
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). 
NA PRÁTICA 
Uma empresa que não possui um fluxo de informações definido poderá 
ter grandes problemas em toda a cadeia de suprimentos. 
Imagine uma indústria de produtos alimentícios. Essa indústria precisa 
dispor de diversos insumos para cada produto que é ofertado ao consu-
midor final. Cada produto possui uma receita específica e não pode, em 
nenhuma hipótese, apresentar diferença de sabor entre os lotes, man-
tendo, assim, a padronização e a qualidade. 
Se não houver informações exatas em relação ao estoque de insumos, 
ao iniciar a produção, poderá ser percebida, por exemplo, a falta de al-
gum condimento para o preparo de determinado produto. Nesse instan-
te, a indústria deverá contatar o fornecedor para que o item seja reposto. 
Porém, além de haver grandes chances de a empresa não conseguir 
obter o condimento para dar continuidade imediata à produção, ainda 
poderá pagar um alto valor por ele, por se tratar de um pedido urgente, o 
que irá reduzir significativamente a sua eficiência. 

PARA SABER MAIS 
Para saber mais sobre o fluxo de informações, assista ao vídeo “O fluxo 
de informações e o impacto na cadeia de suprimentos”, disponível no 
canal O Mundo da Logística, no YouTube. 

54 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
Uma vez compreendida a importância da informação, discutiremos 
os componentes de decisão de informação. 
De acordo com Chopra e Meindl (2016), existem diversos compo-
nentes de decisão de informação, porém alguns são mais importantes: 
empurrar versus puxar, coordenação e compartilhamento de informa-
ção, planejamento de vendas e operações, métricas relacionadas à in-
formação e tecnologias capacitadoras. Abordaremos, de modo simpli-
ficado, esses aspectos, considerando o tema das tecnologias de forma 
mais aprofundada no próximo tópico. 
Em relação ao empurrar/puxar (push/pull), é necessário determinar 
tanto o modelo de sistema quanto a troca de informação de maneira 
distinta, pois as informações internas e as transmitidas em toda a ca-
deia deverão acompanhar as suas características. 
NA PRÁTICA 
Uma pequena indústria que comercializa produtos apenas por enco-
menda (pull, ou puxar) precisa trabalhar a informação de modo que, 
quando entrar um pedido, possam ser disponibilizados, de forma rápida 
e imediata, todos os dados necessários aos envolvidos na cadeia, evi-
tando, assim, possíveis atrasos no prazo de entrega. 
Suponha que uma indústria de produtos para decoração de festas infan-
tis recebe um pedido que precisa ser preparado imediatamente. Para 
cada encomenda, são necessários produtos comuns e outros exclusi-
vos (de acordo com a necessidade do cliente). Como estamos falando 
de uma pequena empresa, ela ainda não adquiriu um sistema de tecno-
logia de informação capaz de controlar o estoque de insumos, sejam 
eles standard ou específicos. 
Após a recepção do pedido, o setor de compras iniciou o processo para 
aquisição do material necessário para o projeto, porém o vendedor ano-
tou incorretamente algum item e/ou o setor de compras deixou de so-
licitar algo. 
55 Utilizando a tecnologia da informação e comunicação
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
Os problemas relacionados a uma informação incorreta e à recepção 
de dados podem gerar prejuízos, pois provavelmente a falta do insumo 
somente será percebida quando a produção for iniciada. Assim o pe-
dido deverá ser enviado em caráter de urgência ao fornecedor, o que 
irá elevar o valor do insumo e do transporte e possivelmente atrasará a 
entrega de todo o projeto. 
No caso de uma indústria que opera com processo (push, ou empurrar), 
existe uma previsão da demanda para determinado período e as infor-
mações relacionadas ao estoque e à produção devem ser definidas com 
antecedência e com a maior exatidão possível. As informações que a 
indústria fornecerá e receberá entre períodos específicos darão maior 
assertividade a todo o processo. 
Uma indústria que produz medicamentos, por exemplo, possui um cro-
nograma de produção semestral de uma demanda específica para esse 
período, porém, se houver um surto de gripe e os medicamentos para 
esse fim tiverem baixa de estoque em apenas três meses, o sistema 
emitirá um alerta de baixa que automaticamente irá enviar a informação 
ao setor de compra de insumos, fornecedorese toda a operação, pos-
sibilitando que a estratégia para a reposição de estoque seja executada 
sem maiores transtornos no fornecimento desse produto. 
Se a indústria não receber a informação de baixa de estoque pelo sis-
tema ou pelo setor responsável por esse gerenciamento, poderá haver 
falta de produtos no mercado, o que gerará perda de vendas e maiores 
custos para a indústria e para o consumidor final, além de sobrecarre-
gar toda a cadeia de suprimentos para atendimento emergencial de sua 
linha de produção. 

Outro componente de extrema importância é a coordenação e o com-
partilhamento de informações junto aos fornecedores de toda a cadeia 
de suprimentos, como notamos no exemplo das indústrias de decora-
ção de festas infantis e de medicamentos (processo push/pull). É ne-
cessário efetuar a programação com os fornecedores para previsão de 
futuros pedidos (push), bem como transmitir a informação de produtos 
necessários para um bem sob encomenda (pull). Esse gerenciamento 
de informações poderá evitar perdas e assim gerar maior lucratividade. 
56 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
Chopra e Meindl (2016) definem o planejamento de vendas e opera-
ções (PVO) da seguinte forma: 
Planejamento de vendas e operações (PVO) é o processo de cria-
ção de um plano de oferta geral (produção e estoques) para atender 
o nível previsto de demanda (vendas). O processo de PVO começa 
com vendas e marketing para comunicar as suas necessidades à 
cadeia de suprimentos, que, por sua vez, comunica-se com vendas 
e marketing se as necessidades puderem ser cumpridas e a que 
custo. (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 56) 
Esse modelo de planejamento visa integrar todos os setores de uma 
empresa para maior alinhamento estratégico, incluindo na comunica-
ção desde o setor de vendas até o setor de recursos humanos. A empre-
sa deve estar totalmente integrada e alinhada à demanda e ao escopo 
proposto, gerando maior equilíbrio entre seus setores, possibilitando 
que o plano de vendas e operações se torne parte fundamental desse 
planejamento. 
PARA SABER MAIS 
Para compreender melhor o PVO, ou S&OP (sales and operations plan-
ning), assista ao vídeo “Planejamento – S&OP”, disponível no canal Ge-
log – Movidos pela Logística!, no YouTube. 

O acompanhamento de métricas relacionadas à informação (que 
são as medidas utilizadas para quantificar as informações fornecidas, 
por exemplo, por um software) usualmente exige um gestor responsá-
vel para avaliar os dados fornecidos, viabilizando, assim, maior asserti-
vidade nas estratégias da empresa e a antecipação de possíveis proble-
mas dentro das estratégias e demandas propostas. 
De acordo com Chopra e Meindl (2016), as métricas relacionadas à 
informação que influenciam a cadeia de suprimentos são: horizonte de 
previsão, frequência de atualização, erro de previsão, fatores sazonais, 
57 Utilizando a tecnologia da informação e comunicação
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
variância do plano, razão entre variabilidade da demanda e variabilidade 
do pedido. 
Chopra e Meindl (2016, p. 57) explicam o horizonte de previsão da 
seguinte maneira: “Horizonte de previsão identifica até que ponto antes 
do evento real uma previsão é feita. Horizonte de previsão deve ser igual 
ao tempo de execução da decisão que é controlada pela previsão”. 
A frequência de atualização é a frequência de atualização de previ-
são. Por exemplo, se uma empresa prevê uma demanda semestralmen-
te, antes desse período de previsão e até mesmo no período pós-previ-
são (que será parte da previsão posterior), são efetuadas atualizações 
para que ações possam ser tomadas naquele período, evitando con-
tratempos. Nesse contexto, se a empresa prevê, dentro de seis meses, 
produzir 5.000 peças e acontece um problema em sua linha de produ-
ção que poderá reduzir esse número para 4.000, uma ação poderá ser 
tomada antecipadamente para que a empresa siga seu plano de 5.000 
peças sem maiores prejuízos. Essa frequência é determinada de forma 
que ações como essa possam ser realizadas e é definida por cada em-
presa dentro de seu escopo. Já o erro de previsão nada mais é do que 
a variação que pode ocorrer no estoque ou na demanda, que irá medir 
quanto de excesso ou falta apresenta o estoque atual. 
Os fatores sazonais são as métricas de estoque sob a demanda mé-
dia, que podem estar abaixo ou acima da previsão anual. 
A variância do plano é a identificação entre a produção e o estoque 
previsto, bem como o que efetivamente está sendo produzido naquele 
momento. 
Chopra e Meindl (2016, p. 57) explicam a razão entre variabilidade 
da demanda e variabilidade do pedido da seguinte maneira: “Mede o 
desvio-padrão da demanda recebida e os pedidos de suprimentos que 
foram feitos. Uma razão menor que a unidade potencialmente indica a 
existência do efeito chicote”. 
58 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 2 Tecnologias aplicadas à gestão da cadeia 
de suprimentos 
Existem diversas tecnologias voltadas à cadeia de suprimentos, e 
cada empresa decidirá, de acordo com suas necessidades, qual delas 
melhor se adequará à gestão de sua cadeia. 
Uma dessas tecnologias é o intercâmbio eletrônico de dados (EDI 
– electronic data interchange). Novaes (2007) explica que esse siste-
ma é destinado à troca de informações entre empresas participantes 
de um mesmo núcleo, com definição prévia das informações forneci-
das por ambos. A ideia é agilizar e controlar os pedidos que tradicio-
nalmente eram feitos em papel. O EDI possibilita o controle da cadeia 
de suprimentos em comunicação com todos os setores envolvidos: 
clientes, instituições financeiras, fornecedores e prestadores de servi-
ços. Devemos salientar que o EDI é um sistema operacionalizado por 
meio de rede exclusiva, ou VAN (value-added networks), assim, é mais 
seguro. Porém, o custo de sua implementação é extremamente alto, 
além de seu funcionamento exigir um alto investimento em relação à 
infraestrutura. Isso explica o fato de ele não apresentar larga utilização 
como outros sistemas via internet, por exemplo. 
Chopra e Meindl (2016) explicam a funcionalidade do software ERP 
(enterprise resourse planning), que busca integração e visibilidade glo-
bal em toda a cadeia de suprimentos, visando transmitir informações 
entre diversas áreas, como estoque, entrada de pedidos, fornecedores, 
etc. Como essa visibilidade é em tempo real, o ERP, em conjunto com 
a internet, fornece informações mais precisas e possibilita rápida ação 
em relação às estratégias desenvolvidas pela empresa. 
De acordo com Chopra e Meindl (2016), o software de gerenciamento 
da cadeia de suprimento (supply chain management – SCM) acrescen-
ta um nível mais alto aos sistemas ERP: o ERP fornece as informações 
59 Utilizando a tecnologia da informação e comunicação
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
para o sistema de SCM, que dispõe de ferramentas analíticas, auxilian-
do nas decisões da empresa. 
PARA SABER MAIS 
Para compreender e se aprofundar mais no mercado mundial de 
softwares de gestão da cadeia de abastecimento, leia o artigo: “Cin-
co maiores fornecedores de software para SCM”, disponível no site 
Computer World. 

Com o avanço tecnológico, foi desenvolvida a radio frequency identi-
fication (RFDI), que é uma etiqueta que oferece rastreabilidade, podendo 
ser utilizada, por exemplo, tanto na linha de produção quanto nos veícu-
los que efetuam entrega de produtos. 
Figura 2 – RFDI 
Essa tecnologia auxilia na entrada de produtos em estoque e no con-
trole de entrada e saída de veículos, elimina a contagem manual de itens 
e colabora para o armazenamento de produtos. Atualmente, todo esse 
controle tem a possibilidade de ser feito em tempo real, por meio de 
aplicativos para celular, melhorando ainda mais a visibilidade e o fluxo 
de informações. O mundo está mudando e a cada dia a tecnologia vem 
avançando de acordo com as necessidades apresentadas. 
60 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
. 
 
 
PARA SABER MAIS 
Para entender melhor as influências atuais e necessidades do avanço 
tecnológico na cadeia de suprimentos, acesse o artigo “Cinco tecnolo-
gias essenciais à cadeia de suprimentos do amanhã”, disponível no site 
da revista Mundo Logística. 

Considerações finais 
Neste capítulo pudemos compreender quão prejudicial pode ser a 
falta de informação. Discutimos também a funcionalidade do uso de in-
formações e sua eficácia para atendimento das estratégias da empresa. 
Compreendemos a importância das tecnologias aplicadas à gestão 
da cadeia de suprimentos, conhecemos os softwares mais utilizados 
para essa gestão e falamos sobre a necessidade de evolução constante 
em relação ao controle e à disponibilização de informações. 
Referências 
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operações. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2016. 
CINCO MAIORES fornecedores de software para SCM. Computer World, 20 set. 
2017. Disponível em: https://www.computerworld.com.pt/2017/09/20/cinco-
maiores-fornecedores-de-software-para-scm/. Acesso em: 16 maio 2021. 
CINCO TECNOLOGIAS essenciais à cadeia de suprimentos do amanhã. Mundo 
Logística, 3 set. 2020. Disponível em: https://revistamundologistica.com.br/ 
noticias/cinco-tecnologias-essenciais-a-cadeia-de-suprimentos-do-amanha. 
Acesso em: 2 maio 2021. 
NOVAES, Antonio G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: es-
tratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
https://revistamundologistica.com.br
https://www.computerworld.com.pt/2017/09/20/cinco
61 Utilizando a tecnologia da informação e comunicação
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
O FLUXO DE INFORMAÇÕES e o impacto na cadeia de suprimentos. [S. l.: s. n.], 
2020. 1 vídeo (6 min). Publicado no canal O Mundo da Logística. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=K38OYB_RwUM. Acesso em: 2 maio 2021. 
PLANEJAMENTO – S&OP. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (3 min). Publicado no canal 
Gelog – Movidos pela Logística!. Disponível em: https://www.youtube.com/ 
watch?v=q12qPAjHctA. Acesso em: 2 maio 2021. 
https://www.youtube.com
https://www.youtube.com/watch?v=K38OYB_RwUM
63 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 5 
Estratégias de 
localização 
Neste capítulo compreenderemos a importância da estratégia de 
localização, bem como da análise de dados e fatores que influenciam 
diretamente o desempenho e o sucesso das empresas. 
Discutiremos a evolução dos estudos direcionados à localização das 
empresas e suas principais teorias, e será possível desenvolver a capa-
cidade de análise de acordo com as necessidades apresentadas por 
cada empresa, individualmente. 
64 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
Analisaremos, na prática, o impacto provocado pela localização em 
toda a cadeia de suprimentos e as possíveis soluções considerando 
esse aspecto. 
1 Evolução dos estudos de localização 
industrial 
Para entendermos a evolução dos estudos de localização industrial, 
iniciaremos abordando a evolução da indústria como um todo, até o 
momento em que se identificou a importância dos estudos direciona-
dos à localização industrial. 
Durante muitos séculos, as atividades industriais se resumiam ape-
nas ao artesanato. A partir da Revolução Industrial, em meados do sé-
culo XVIII, a indústria passou a receber mais atenção e começou a se 
desenvolver rumo à modernidade; as empresas começaram a adquirir 
máquinas para a substituição de parte do trabalho “braçal”. Diante dis-
so, tornou-se de extrema importância sua localização para obtenção de 
matéria-prima. Essa localização partia da premissa de facilitação tan-
to da recepção de matéria-prima quanto de distribuição dos produtos 
acabados. 
Em 1755, Richard Cantillon inicia uma análise das relações inter-re-
gionais, trazendo estudos direcionados às várias áreas de povoamento 
(aldeias, cidades e capitais), sua situação, dimensão e zona de atraca-
ção (lugares específicos para carga e descarga de insumos e mercado-
rias). Notou-se que a necessidade de os povoamentos desenvolverem 
seus produtos relacionava-se à economia no transporte e à distância 
entre os centros, assim, iniciou-se o desenvolvimento dos centros de 
comércio, entre as capitais, as cidades e o campo. As principais indús-
trias arcavam com o transporte para aquisição de matéria-prima e, após 
a transformação (manufatura), agregavam valor aos produtos a partir 
da industrialização, retornando-os ao consumidor das cidades e do 
65 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
campo, de modo que a determinante do preço do produto acabava por 
ser a área urbana. 
Em 1826, houve um estudo publicado por Von Thünen fundamen-
tado na teoria de localização agrícola. Esse estudo lançava luz sobre a 
dificuldade de transporte agrícola para as grandes metrópoles e sobre a 
distribuição de produtores agrícolas em pontos estratégicos para o es-
coamento de matéria-prima, já que naquela época os transportes apre-
sentavam alto valor e morosidade na entrega. Devemos ressaltar que 
até os dias atuais esse modelo de escoamento é utilizado na estratégia 
de localização das indústrias. 
Von Thünen (1910) traz o esquema teórico dos círculos concêntri-
cos. Ele pressupõe um espaço isolado onde se iniciará uma nova colo-
nização que será igualmente fértil em toda a sua extensão, com ótima 
comunicação entre os povos e espaços deindustrialização e comércio. 
As estruturas se localizariam de modo que fossem reduzidos os 
custos de transporte, sendo as zonas de culturas definidas em círculos 
concêntricos em torno da cidade. A partir de seus estudos, Von Thünen 
desenvolveu o esquema que apresentamos a seguir. 
A primeira zona corresponde à periferia da cidade, que é destinada 
à cultura de leguminosas e laticínios, que apresentam um custo maior 
de transporte. A segunda zona destina-se à silvicultura, pela grande 
necessidade de madeira e pelo fato de seu transporte ser complexo e 
mais caro. Os três círculos subsequentes são destinados aos cereais, 
tanto por conta das necessidades de produção quanto pelo valor do 
transporte, que irá se dissolver no valor final do produto. O último cír-
culo destina-se à pastorícia.1 
1 A pastorícia  é um ramo da  agricultura  que envolve a criação de  gado, a  pecuária, ou seja, refere-se à 
criação, manutenção e utilização de animais como camelos, cabras, vacas, iaques, lhamas e ovelhas. Pode 
ser móvel, quando os rebanhos são conduzidos em busca de pastos e água. 
66 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.Figura 1 – Esquema teórico dos círculos concêntricos 
Cidade 
Cultura de leguminosas e laticínios 
Silvicultura 
Cereais 
Cereais 
Cereais 
Pastorícia 
Fonte: adaptado de Ramos (2000). 
A partir de 1909, Alfred Weber nos trouxe a teoria da localização in-
dustrial, tal como Von Thünen nos trouxe a teoria da localização agrí-
cola, porém estendendo-a para uma teoria da evolução das estruturas 
locais e regionais. 
Weber (1909) analisa os fatores que poderiam influenciar a locali-
zação das indústrias, separando os três principais: ponto mínimo de 
custos de transporte; distorção do trabalho; forças de aglomeração ou 
desaglomeração. 
O ponto mínimo de custos de transporte é determinado pela localiza-
ção, pelo peso e pela distância, e a decisão de localização será tomada 
diretamente pelos responsáveis da empresa. O que minimizará esses 
custos é o “triângulo de localização”, que é formado pelas linhas entre as 
67 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
fontes de matéria-prima e os centros de consumo. Os índices de mate-
riais podem ser calculados pela seguinte fórmula (RAMOS, 2000, p. 22): 
Número de unidades de peso das matérias-primas localizadas 
Número de unidades de peso dos produtos finais 
Se o resultado for superior à unidade do produto, a matéria-prima 
será predominante, no entanto, se o resultado for inferior, o que pre-
dominará será o valor do produto; podem ocorrer algumas alterações 
quando consideramos os custos de mão de obra. 
Podemos utilizar como exemplo a seguinte situação: 
- Unidade de peso da matéria prima: 15 kg 
- Unidade de peso do produto acabado: 25 kg 
Sendo assim: 
15 
= 0,6
25 
Como o resultado foi inferior a 1 unidade, o produto acabado, nesse 
caso, será predominante para as decisões de localização. 
A distorção do trabalho refere-se aos locais que possuem mão de 
obra mais vantajosa. Quanto mais baixo for o custo de mão de obra em 
uma localização, mais essa localização atrairá as indústrias. 
As forças de aglomeração ou desaglomeração são determinadas 
pelos agrupamentos ou desagrupamentos das empresas em virtude de 
condições e preços mais favoráveis. Quando uma localização apresen-
ta extrema aglomeração de empresas, tende a não possuir mais espaço 
para novas instalações, levando à busca por novos locais e gerando a 
desaglomeração. 
Weber contribuiu muito com sua teoria e exerceu grande influência 
em vários países do mundo. Trata-se de uma teoria de transformação 
68 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
de estruturas locais e regionais, que abrange fatores econômicos, de-
mográficos, históricos e geográficos (RAMOS, 2000). 
2 Fundamentos da localização espacial de 
empresas 
Após compreendermos a evolução das teorias de localização, tanto 
a agrícola como a industrial, entenderemos a evolução dessas teorias 
quanto à localização espacial das empresas. 
Predöhl (1928) efetuou a junção da teoria agrícola e industrial apli-
cando o princípio da substituição a uma escala microeconômica. Nesse 
cenário, produção e localização tornam-se um único problema, e toda 
mudança de localização carregará consigo a necessidade de substitui-
ção de fatores produtivos localizados em diferentes pontos, em função 
dos seus preços relativos, da qualidade e dos custos comparados do 
transporte (RAMOS, 2000). Diferentemente do método clássico, que 
pondera apenas um ponto, esse novo modelo introduz a variável es-
pacial, e a substituição poderá ser definida como uma mudança de 
localização. 
Villar e Nóbrega Júnior (2014) salientam a complexidade das deci-
sões para a localização, que, com o passar do tempo, passaram a se 
basear em dois tipos de dados – qualitativos e quantitativos. Nos apro-
fundaremos na decisão de localização a partir do próximo tópico. 
Podemos concluir que a localização espacial é algo maior, que ne-
cessita de análises mais profundas e considerações específicas para 
cada empresa, não havendo uma fórmula exata para sua definição, ca-
bendo uma análise detalhada das informações reunidas para posterior 
tomada de decisão. 
69 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
PARA SABER MAIS 
Para ampliar os seus conhecimentos sobre a localização espacial e en-
tender a distribuição das indústrias no Brasil, assista ao vídeo “A distri-
buição espacial da indústria no Brasil”, disponível no canal Descomplica, 
no YouTube. 

Nesse mesmo contexto, vale ressaltar de maneira simplificada a im-
portância do projeto de rede na cadeia de suprimentos, que nos traz a 
base da localização/instalações. 
De acordo com Chopra e Meindl (2016, p. 108), as decisões de proje-
to de rede da cadeia de suprimentos incluem a atribuição do papel das 
instalações, a localização das instalações relacionadas à manufatura, 
ao armazenamento e ao transporte e a alocação de capacidade e de 
mercados de suprimentos. As decisões dos projetos são classificadas 
da seguinte forma: 
• Papel das instalações: as instalações têm individualmente pa-
péis a serem desempenhados dentro da cadeia de suprimentos. 
As decisões relacionadas às instalações poderão contribuir ou 
não ao longo de toda cadeia, e seu posicionamento será atribuído 
à decisão dos projetos que ela irá desempenhar. 
• Localização das instalações: a tomada de decisão para locali-
zação das instalações é de extrema importância, pois qualquer 
necessidade de mudança pode gerar altos custos. Uma boa deci-
são de localização pode contribuir para o equilíbrio entre respon-
sividade e eficiência. 
• Alocação da capacidade: a alocação de capacidade pode gerar 
grandes lucros ou grandes prejuízos. Alocar um espaço muito ex-
tenso em uma única área pode gerarprejuízos e má utilização, 
70 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
. 
 
 
assim como um espaço muito pequeno poderá não apresentar 
a capacidade necessária para a empresa. 
• Alocação de mercado de suprimentos: a alocação de mercado 
de suprimentos tem alto impacto na produção, no transporte e 
no estoque em toda a cadeia de suprimentos para a satisfação 
da demanda do cliente. Geralmente a alocação de mercado de 
suprimentos só pode ser alterada se as instalações forem flexí-
veis para receber suprimentos de diferentes fontes e atender a 
diversos mercados. 
3 Decisões de localização espacial de 
empresas 
Como abordado anteriormente, existem inúmeras questões e proble-
mas relacionados à decisão acerca da melhor localização das empre-
sas. Assim, os dados usados para essa decisão foram classificados em 
dois tipos: qualitativos e quantitativos. 
De acordo com Villar e Nóbrega Júnior (2014), os dados qualitativos 
são definidos de maneira subjetiva (qualidade de vida; clima); já os da-
dos quantitativos são dados numéricos, que podem ser mensurados 
por cálculos (preços; salários). 
Os modelos de decisão mais utilizados são: 
• Qualitativos: modelo de ponderação qualitativa. 
• Quantitativos: modelo de centro de gravidade, modelo de com-
paração de custos e métodos do momento. 
Os métodos qualitativos precisam de análise de ambiente, cultura 
e nível de serviço. Por exemplo, uma empresa que destina seus pro-
dutos a um público com alto poder aquisitivo definirá sua localização 
próxima a esse público e investirá alto no atendimento ao cliente, na 
71 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
qualidade e na experiência proporcionada, mesmo que isso eleve o cus-
to do produto. 
Os métodos quantitativos necessitam de grande sofisticação em 
sistemas, tecnologias, programação linear e técnicas de simulação para 
assim mensurar todos os dados necessários. 
As técnicas analíticas identificam os centros de gravidade da rede 
logística, destinando-se à decisão de localização de uma única fábrica. 
O centro de gravidade considera o centro do peso ou da distância, ou 
o centro combinado do peso-distância, ou até mesmo o centro peso-
-tempo-distância, sempre buscando a melhor localização com o menor 
custo possível. Para a localização de múltiplas instalações, devem ser 
usadas técnicas de programação linear ou de simulação. 
O modelo de comparação de custos nada mais é do que a compa-
ração de todos os custos levantados entre peso, distância e tempo em 
relação a cada localização estudada, aumentando, assim, as possibili-
dades de decisão entre as alternativas. 
Já o método do momento é mais simples e intuitivo. Consiste na 
utilização da fórmula: 
Momento = somatório (custo unitário de transporte + quantidade + 
distância) 
O melhor centro será aquele que possuir a menor soma de momentos. 
Villar e Nóbrega Júnior (2014) deixam claro quão complexa é a deci-
são de localização: 
Infelizmente não há uma solução científica e inequívoca para a lo-
calização de uma empresa, mas apenas uma solução prática: o 
teste da tentativa e do erro. Portanto, as tentativas de Weber e dos 
outros estudiosos em busca de uma sistemática para a teoria da 
localização estavam condenadas ao insucesso. (VILLAR; NÓBRE-
GA JÚNIOR, 2014, p. 30) 
72 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
Isso não determina que as técnicas de localização são impossíveis, 
mas, sim, que é necessária a aplicação de diversas técnicas para che-
gar a uma definição e que a não utilização destas poderá levar a empre-
sa ao completo fracasso. 
Villar e Nóbrega Júnior (2014) apresentam as três etapas que devem 
ser analisadas pelas empresas na decisão de localização: 1 – reunião 
dos materiais necessários à produção; 2 – beneficiamento/transforma-
ção dos materiais; e 3 – distribuição e venda dos produtos. 
As etapas 1 e 3 estão relacionadas diretamente ao transporte; já a 
etapa 2 influencia os custos de transformação. Assim, pelo ponto de 
vista econômico, a localização é decidida considerando os custos de 
transporte, beneficiamento ou transformação. 
Villar e Nóbrega Júnior (2014) demonstram a base que utilizaremos 
para o cálculo e a análise de localização: 
CT = (Ctr + CP) 
Em que: 
CT = Custo total 
Ctr = Custo de transporte 
Cp = Custo de processamento 
Sendo assim, para a definição da melhor localização, deve ser consi-
derada a maior diferença entre custos (matéria-prima, transporte, mão 
de obra, etc.) e benefícios (proximidade dos fornecedores, clientes; agi-
lidade no recebimento de insumos e na entrega do produto ao cliente). 
A grande questão é que a localização deve permitir alta rentabilidade ou 
custo unitário mínimo. 
73 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
4 Métodos para a determinação da localização 
Como já mencionado, diversos são os métodos para a determinação 
da localização, porém trataremos aqui dos principais fatores, que Villar 
e Nóbrega Júnior (2014) descrevem da seguinte forma: 
• Fatores locacionais: são forças de atração física que atuam de 
dois modos distintos: 1 – orientando as indústrias para um ponto 
geográfico onde a composição dos custos seja mais vantajosa; 
2 – aglomerando ou dispersando a atividade industrial dentro do 
espaço geográfico. 
• Fatores gerais: são aqueles que possuem influência direta na 
distribuição espacial das indústrias e estão divididos em: fatores 
regionais, que incluem os custos de transporte, mão de obra e 
energia; e fatores técnicos, que se referem a fatores aglomera-
tivos2 e desaglomerativos,3 que envolvem as economias e dese-
conomias de escala, economias e deseconomias externas e de 
aglomeração. 
• Fatores especiais: são os que influenciam a distribuição espa-
cial de algumas indústrias. São eles: disponibilidades relativas a 
recursos de água, clima, terra e serviços; e resíduos industriais. 
• Fatores motivacionais: tangíveis e intangíveis. Os fatores tangí-
veis são os recursos de capital e de crédito, incentivos governa-
mentais, recursos de capital e taxas. Já os fatores intangíveis são 
os fatores sociais, a atitude da comunidade; miscelâneas (fatores 
2 A aglomeração pode ser definida como os ganhos econômicos advindos da concentração geográfica das 
atividades produtivas. 
3 A desaglomeração pode ser caracterizada como o processo contrário à atração de novos investidores às 
áreas industriais e econômicas. 
74 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
.©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
psicológicos como apego à comunidade, fidelidade e tradição 
empresarial da família, etc.). 
Dando continuidade à determinação das localizações, abordaremos 
os tipos de orientação locacional. Villar e Nóbrega Júnior (2014) tra-
zem indicações de como é feito o cálculo para definição de localização 
industrial. 
Considerando a fórmula: CT = Ctr + Cp: 
• Se Ctr for maior do que Cp, a localização da indústria será orienta-
da pelas variações geográficas nos custos de transporte. 
• Caso Cp seja maior do que Ctr, a localização da empresa será 
orientada pelas variações geográficas nos custos do processo 
industrial. 
• Se Cp for igual a Ctr, a localização da indústria será orientada pe-
las variações geográficas em outros custos. 
Como o Ctr pode ser composto por Ctrl (custo de transporte de ma-
teriais) e CTr2 (custo de transporte dos produtos) e, por sua vez, o Cp 
pode ser composto por Cpl (custos de mão de obra) e CP2 (custos de 
energia), conclui-se que há quatro tipos de orientação industrial: 
• Matérias-primas: as matérias-primas são de extrema importân-
cia para a indústria, pois é a partir delas que se inicia o processo 
de transformação. É importante analisar a distância dos fornece-
dores, se isso poderá ou não gerar impactos negativos e se o cus-
to de transporte será mais alto, além de realizar a programação 
para aquisição, que deve ser feita com grande antecedência para 
evitar contratempos na linha de produção. 
• Mercado dos produtos: muitas empresas, por necessidade de 
maior comercialização dos produtos, visam se instalar perto de 
lugares em que haja uma quantidade maior de consumidores. 
75 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
• Mão de obra: as indústrias priorizam localidades com grande 
oferta de mão de obra qualificada, porém com baixo custo, ele-
vando, assim, os lucros e reduzindo os custos com salários. 
• Energia: a disponibilidade energética é de grande importância, 
pois as indústrias que se localizam onde há baixa disponibilidade 
energética tendem a ter um número menor de investidores, em 
virtude dos riscos que podem ser ocasionados por perdas na li-
nha de produção. 
Atualmente, podemos considerar mais alguns fatores, como: incenti-
vos fiscais, redes de serviços, ciência e tecnologia. 
Um dos fatores que mais influenciam a localização das indústrias 
é o transporte. Em relação a esse item, devem ser analisados os se-
guintes pontos: frete, insumos utilizados e características dos produtos 
industriais. 
O custo de transporte é calculado pelo peso/volume-dimensões, dis-
tância e tarifas. Vários fatores além dos mencionados também devem 
ser analisados, como o tipo de produto e se este necessita de veículos 
especiais, já que isso também terá influência sobre o valor do frete. 
NA PRÁTICA 
Para melhor contextualizar a influência direta do transporte na decisão 
de localização e sua extrema importância, vamos analisar uma indústria 
de laticínios. 
Inicialmente, é necessário analisar onde o seu principal fornecedor (pe-
cuária leiteira) está instalado/localizado, pois a produção dependerá em 
grande parte dele, muito embora sejam necessários também outros in-
sumos, desde a embalagem até os insumos para fermentação. 
O transporte do leite é especial, pois depende de veículos específicos, 
credenciais e certificações solicitadas por órgãos anuentes, como An-
visa e Ministério da Agricultura. Em geral, os fretes são mais altos e, 
dependendo da distância, os custos poderão aumentar consideravel-
mente, gerando prejuízos à indústria. 
76 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
Os insumos secundários não perecíveis muitas vezes possuem valores 
de transporte mais baixos, pois não necessitam de tratamento especial. 
No entanto, o peso, as dimensões e a distância ainda devem ser con-
siderados, para que se busque o menor preço e a melhor localização, 
objetivando a redução de custos de transporte e de produção. 
Precisamos também analisar os pontos de venda do produto, como ele 
será distribuído e ofertado ao consumidor final, bem como o prazo de 
validade para consumo. 
Por exemplo, uma indústria de laticínios localizada no interior de São 
Paulo que fornece iogurte para um supermercado na capital, além de 
precisar medir a distância e os custos para entrega, precisa se preocu-
par em disponibilizar os produtos dentro do período de validade. Ideal-
mente, esse modelo de indústria poderá localizar-se próximo o suficien-
te do seu principal e mais complexo fornecedor, porém com fácil acesso 
às principais vias destinadas ao seu consumidor final. Poderá também 
possuir centros de distribuição próprios ou terceirizados para manter a 
qualidade do produto e reduzir seus custos de deslocamento. 
Com isso, podemos compreender como o transporte influencia os cus-
tos de produção, distribuição e, principalmente, a decisão de localização 
industrial, que tanto pode maximizar os lucros como gerar prejuízos. 

Chopra e Meindl (2016) nos trazem o modelo para a decisão de pro-
jeto de rede, que auxilia na determinação da localização. Na figura 2, ve-
remos que esse modelo é composto por quatro fases relacionadas à ca-
deia de suprimentos, sendo de extrema importância a análise de todos 
os pontos para uma melhor determinação da localização. As fases são: 
77 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
• Fase I: consiste em definir estratégia/projeto da cadeia de supri-
mentos, o que envolve determinar os estágios da cadeia de supri-
mentos e se cada função será realizada internamente ou se será 
terceirizada. Inicia-se com a definição clara de uma estratégia 
voltada às necessidades do cliente, depois com a estratégia da 
cadeia específica, dando suporte à estratégia competitiva; logo, 
é necessário verificar a localização e analisar a expansão global 
considerando o que a empresa dispõe de capital. 
• Fase II: o objetivo dessa fase é identificar a localização das ins-
talações, bem como seus papéis potenciais e a estimativa de ca-
pacidade. O passo seguinte é determinar as economias de escala 
para maior redução de custos; depois, é necessário realizar a aná-
lise de demanda, riscos, variações de câmbio, todos os requisitos 
para produção e possíveis incentivos fiscais, sendo também de 
extrema importância a verificação de possíveis concorrentes pró-
ximos à sua localização. 
• Fase III: consiste em selecionar um conjunto de locais desejáveis 
em potencial, analisando-os e verificando qual o mais vantajoso, 
considerando toda a cadeia de suprimentos. 
• Fase IV: consiste em realizar a escolha da localização, conside-
rando todos os fatores anteriores, buscando a maximização de 
lucros e o atendimento da demanda. 
78 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo.Figura 3 – Modelo para decisão de projeto de rede 
ESTRATÉGIA 
COMPETITIVA 
TECNOLOGIAS DE 
PRODUÇÃO 
Custo, impacto da 
escala/escopo, suporte 
exigido, flexibilidade 
RESTRIÇÕES INTERNAS 
Capital, estratégia de 
crescimento, 
rede existente 
FASE I 
Estratégia de 
cadeia de 
suprimentos 
COMPETIÇÃO 
GLOBAL 
FASE II 
Configuração de 
instalação regional 
FASE III 
Locais 
desejáveis 
FASE IV 
Escolhas 
de local 
TARIFAS E 
INCENTIVOS FISCAIS 
DEMANDA REGIONAL 
Tamanho, crescimento, 
homogeneidade, 
especificações locaisAMBIENTE COMPETITIVO 
FATOR DE AGREGAÇÃO 
E CUSTOS LOGÍSTICOS 
POLÍTICA, TAXA DE 
CÂMBIO E RISCO DE 
DEMANDA 
MÉTODOS DE PRODUÇÃO 
Habilidades necessárias, 
tempo de resposta 
INFRAESTRUTURA 
DISPONÍVEL 
CUSTOS DE FATORES 
Mão de obra, materiais, 
fatores específicos do local 
CUSTOS LOGÍSTICOS 
Transporte, estoque, 
coordenação 
Fonte: Chopra e Meindl (2016, p. 115). 
Considerações finais 
Com a leitura deste capítulo, pudemos compreender a importância 
das estratégias de localização e os impactos que elas podem gerar na 
79 Estratégias de localização
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
indústria, bem como conhecer os principais conceitos e algumas ferra-
mentas valiosas para a tomada de decisão. 
PARA PENSAR 
Imagine-se como um empreendedor. Crie um produto e desenvolva uma 
estratégia locacional. Como você poderia se instalar? Qual seria o fator 
que mais influenciaria sua decisão de localização? Como você poderia 
maximizar seus lucros com a escolha correta da localização? 

Referências 
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL das indústrias no Brasil. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo 
(7 min 34 s). Publicado pelo canal Descomplica. Disponível em: https://www. 
youtube.com/watch?v=ewxVG5D4LEU. Acesso em: 20 maio 2021. 
CANTILLON, Richard. Essai sur la nature du commerce en general. 
Londres: Fletcher Giles, 1755. Disponível em: https://books.google.com.br/ 
books?id=6007AAAAcAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_ 
summary_r#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 1o out. 2021. 
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operações. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. 
FATORES DE LOCALIZAÇÃO industrial. Infopédia, Porto, 2021. Disponível 
em: https://www.infopedia.pt/$fatores-de-localizacao-industrial. Acesso em: 19 
maio 2021. 
PENA, Rodolfo F. Alves. Fatores locacionais na indústria. Disponível em: https:// 
www.preparaenem.com/geografia/fatores-locacionais-industria.htm. Acesso 
em: 21 maio 2021. 
PREDÖHL, Andreas. Das Standortsproblem in der Wirtschsftstheorie. Weltwirts 
Archiv, v. 21, 1925. 
www.preparaenem.com/geografia/fatores-locacionais-industria.htm
https://www.infopedia.pt/$fatores-de-localizacao-industrial
https://books.google.com.br
https://www
80 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
. PREDÖHL, Andreas. The theory of location in its relation to general economics. 
Journal of Political Economy, v. 36, 1928. 
PREDÖHL, Andreas. Zur Frage Einer Allgemein Standortstheorie. Zeitschrift für 
Volkswirtschaft und Sozialpolitik, v .5, 1927. 
RAMOS, Rui António Rodrigues. Localização industrial: um modelo espacial 
para o noroeste de Portugal. 2000. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – 
Universidade do Minho, Braga, 2000. 
VILLAR, Antônio de Melo; NÓBREGA JÚNIOR, Claudio Lins. Planejamento das 
instalações empresariais. João Pessoa: Editora da UFPB, 2014. 
VON THÜNEN, Johann Heinrich. Der isolierte Staat in Beziehung auf 
Landwirtschaf und Nationalökonomie. Jena: Verlag von Gustav Fischer, 
1910. Disponível em: https://www.biodiversitylibrary.org/item/71595#page/1/ 
mode/1up. Acesso em: 1o out. 2021. 
WEBER, Alfred. Ueber den Standort der Industrie: part. I – Reine Theorie des 
Standorts. Tübingen: Verlag von J. C. B. Mohr (Paul Siebeck), 1909. 
https://www.biodiversitylibrary.org/item/71595#page/1
81 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 6 
Estratégias 
logísticas 
Neste capítulo discutiremos as diversas estratégias logísticas para o 
melhor desenvolvimento da cadeia de suprimentos. 
Entenderemos a importância da logística de suprimentos, embala-
gens, armazenagem, distribuição e transporte, planejamento e suporte 
para planejamento, possibilitando gerar maior assertividade no alinha-
mento estratégico da cadeia de suprimentos. 
82 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
Cada tópico estudado será de extrema importância para o desenvol-
vimento eficiente de estratégias logísticas, com foco na excelência no 
atendimento ao cliente. 
1 Estratégias logísticas para suprimentos 
De acordo com Ballou (1992), no ínicio do desenvolvimento concei-
tual da logística empresarial, os estudos eram direcionados à “distribui-
ção física”, assim, houve negligência em relação aos suprimentos por 
dois motivos: o primeiro diz respeito à tendência de os custos de movi-
mentação de suprimentos dentro das empresas serem muito menores 
do que os de distribuição, de modo que os custos mais elevados obtive-
ram maior atenção; já o segundo motivo está relacionado à determina-
ção do local dos suprimentos dentro do escopo logístico, mesmo que 
façam parte e afetem diretamente o fluxo de produtos e informação e, 
consequentemente, o desempenho logístico. 
Ballou (1992) nos explica sobre o canal de suprimentos: 
Da mesma forma que existe um canal de distribuição para os flu-
xos de produtos e informações na distribuição física, há um canal 
semelhante no suprimento físico. As atividades identificadas no 
canal de suprimento podem ser consideradas fundamentais para 
administração de materiais, pois elas afetam principalmente a eco-
nomia e a eficácia do movimento de materiais. As tarefas mais im-
portantes são (1) inicialização e transmissão das ordens (pedidos) 
de compras, (2) transporte dos carregamentos até o local da fábri-
ca e (3) manutenção dos estoques na planta. (BALLOU, 1992, p. 59) 
O principal objetivo da estratégia de suprimentos é atender de ma-
neira eficiente a linha de produção e os setores administrativos da em-
presa. Os clientes do setor que administra os suprimentos são os cola-
boradores e os outros departamentos da empresa. 
83 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
NA PRÁTICA 
Para entendermos a influência da estratégia de suprimentos na empre-
sa e, consequentemente, sua importância no fluxo de produção e ativi-
dades administrativas, analisaremos seu impacto em um case. 
Consideraremos uma indústria automobilística. Em sua linha de pro-
dução, existem diversos equipamentos e, para que haja eficiência e os 
processos sejam otimizados,é necessário que tudo funcione correta-
mente. 
Existe o setor de administração de materiais, que cuida dos suprimen-
tos necessários para a manutenção dos equipamentos, da matéria-pri-
ma para produção, da reposição de materiais básicos de escritório e de 
tudo que é preciso para o funcionamento dos setores, como peças de 
reposição de máquinas, papel e cartuchos para impressoras, grampos, 
clipes, etc. 
Em certo momento, uma das máquinas apresentou falha de funciona-
mento. A equipe técnica de manutenção constatou a necessidade de 
substituição de peças para a resolução do problema, porém o setor de 
administração de materiais não havia concluído o pedido para o distri-
buidor conforme o cronograma, de modo que foi necessário manter a 
máquina parada até que a reposição fosse feita. 
Manter um equipamento parado, por um dia ou vários, pode gerar gran-
des prejuízos para a empresa e paralisação de parte da linha de produ-
ção. Quando ocorre esse tipo de falha, o prejuízo pode ir além da produ-
ção programada, gerando, por exemplo, aumento de horas extras para 
funcionários, atraso na entrega dos pedidos para os clientes, entre outras 
consequências. 

O ciclo de suprimentos se inicia a partir do pedido pelo setor de com-
pras, que poderá ser responsável ou não pelo transporte; após a recep-
ção e verificação do produto, ele é direcionado ao estoque, e será neces-
sário o controle desse estoque para que não haja falta de suprimentos. 
 
 
 
 
Figura 1 – Ciclo de suprimentos 
Manutenção de estoque 
Transporte 
Pedido 
Além das questões abordadas em relação aos principais pontos do 
ciclo de suprimentos, é importante ressaltarmos que existem outros se-
tores que influenciam essa cadeia, como: embalagem, armazenagem, 
manuseio e manutenção de informações. Falaremos desses outros 
pontos de maneira mais detalhada nos próximos tópicos. 
Vale frisar que, mesmo existindo alto nível de controle de estoque, 
é necessário analisar o que pode resultar da administração inadequa-
da dos suprimentos, por exemplo, alto custo de transporte ou estoque 
excessivo. 
Ballou (1992) explica claramente a importância da administração de 
materiais: 
Boa administração de materiais significa coordenar a movimen-
tação de suprimentos com as exigências de operação. Isto signi-
fica aplicar o conceito de custo total às atividades de suprimento 
Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
. 
84 
85 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
de modo a tirar vantagem da oposição das curvas de custo. Ou 
seja, o objetivo da administração de materiais deve ser prover o 
material certo, no local de operação certo, no instante correto e 
em condição utilizável ao custo mínimo. No geral, a administra-
ção de suprimento é semelhante à administração da distribuição 
física. Afinal de contas, a distribuição de uma firma é o suprimen-
to de outra! Eles diferem na forma com que a demanda pelo fluxo 
de produtos é gerada e a importância relativa de cada atividade. 
(BALLOU, 1992, p. 61) 
É de extrema importância entendermos a necessidade de alinhamen-
to entre a produção e o setor responsável pelos suprimentos, bem como 
que, diferentemente de outras áreas da empresa, o setor de suprimen-
tos tende a preocupar-se diretamente com a produção, os materiais ne-
cessários para o funcionamento da empresa, o controle de estoque e o 
valor de transporte para aquisição dos bens; também diferentemente de 
outras áreas dentro da empresa, o setor de suprimentos não tem bens. 
Além disso, ele não tem ligação direta com os setores de marketing e 
estratégia de vendas. Isso acontece porque não é responsabilidade do 
setor de suprimentos fazer previsões de demanda, embora ele deman-
de informações do marketing e da produção para aquisição dos insu-
mos que manterão a produção em determinado período. 
De acordo com Ballou (1992), os suprimentos podem ser providen-
ciados de duas formas: 1 – suprimentos para produção; 2 – suprimen-
tos para estoque. 
Para compreendermos melhor as vantagens de cada um desses 
métodos, vamos primeiramente analisar a programação de produção. 
Inicialmente, é preciso obter a média de produtos que deverão ser pro-
duzidos para o atendimento das vendas em um período específico; 
depois, o setor responsável pela produção efetuará o levantamento de 
todos os suprimentos necessários em estoque e emitirá um pedido de 
compra para o setor de suprimentos. Esse pedido poderá conter tanto 
os suprimentos que a empresa precisa ter em estoque quanto os que 
precisa para uso imediato (peças críticas e não críticas), o que será ava-
liado pelo programador. 
86 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
Para decidir se a melhor estratégia é o pedido de suprimentos sob 
encomenda ou de suprimentos para estoque, é importante observar al-
gumas características. Ballou (1992) lista alguns aspectos fundamen-
tais para definir os itens que devem estar contidos no estoque: 
• o suprimento deve ser comprado em quantidades maiores ou 
iguais a um lote mínimo; 
• o suprimento deve ser de valor relativamente baixo; 
• o suprimento deve poder ser usado numa larga variedade de mo-
delos ou produtos; 
• o suprimento deve ter tabelas de fretes ou requisitos de manuseio 
que facilitem a compra em grandes lotes; 
• deve haver algum grau de incerteza na entrega ou na continuida-
de do suprimento. 
• a tabela de preços do fornecedor deve ter descontos por volume; 
• deve haver economia em comprar o suprimento juntamente com 
outros itens. 
Observar a real necessidade e os custos de ter determinados itens 
em estoque é primordial, pois um item com valor extremante alto e que 
possui produção limitada, por exemplo, poderá aumentar os custos de 
estoque, e a melhor estratégia nesse caso será emitir o pedido quando 
houver necessidade de produção (por encomenda), reduzindo investi-
mentos em estoque “parado”. 
O principal objetivo da estratégia de suprimentos é ter o material ne-
cessário no momento certo, evitando possíveis atrasos e prejuízos. 
87 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Estratégias logísticas para embalagens 
As embalagens são fundamentais para o acondicionamento e trans-
porte de produtos. Quando a empresa possui estratégias específicas para 
embalar seus produtos, reduz fortemente os riscos de avarias até o ponto 
de chegada ao cliente. Todos os produtos necessitam de análise para 
um bom acondicionamento; a única exceção são os produtos a granel, 
que usualmente são transportados diretamente em baús ou caçambas 
de caminhões, como também em contêineres, no caso de exportação. 
Ballou (1992) descreve alguns objetivos da embalagem dos produtos: 
• facilitar manuseio e armazenagem; 
• promover uma melhor utilização do equipamento de transporte; 
• protegero produto; 
• promover a venda do produto; 
• alterar a densidade do produto; 
• facilitar o uso do produto; 
• prover valor de reutilização para o consumidor. 
Para a logística, nem todos os objetivos listados são atingidos, po-
rém alterar o peso e as dimensões do produto pode reduzir conside-
ravelmente os custos logísticos, sendo as principais características a 
serem avaliadas para a definição da melhor estratégia de embalagem. 
Por outro lado, a embalagem para transporte pode tanto reduzir como 
aumentar consideravelmente o custo logístico. 
NA PRÁTICA 
Uma indústria que comercializa televisores precisa estudar de maneira 
assertiva sua embalagem. 
88 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o televisor é embalado para transporte, precisa de proteções 
ao seu redor e acondicionamento resistente para que não chegue dani-
ficado ao cliente. Também é preciso considerar o acondicionamento no 
armazém da indústria e do distribuidor. 
Para ter segurança extrema, a TV poderia ser embalada em uma caixa 
de madeira, com isopores para proteção, porém o peso e as dimen-
sões seriam muito maiores do que os de uma caixa de papelão, por 
exemplo. Idealmente, a indústria deverá definir a embalagem mais 
leve e com as dimensões mais adequadas, sem com isso prejudicar 
o produto. 

Em geral, existem três tipos de embalagem: primária, secundária e 
terciária. 
A embalagem primária protege o produto e possui design elaborado 
para atender ao cliente final. A embalagem secundária protege a em-
balagem primária, e a embalagem terciária é utilizada para transporte. 
Alguns exemplos são apresentados na figura 2: 
Figura 2 – Embalagens primárias, secundárias e terciárias 
Embalagens primárias Embalagens secundárias Embalagens terciárias 
PARA SABER MAIS 
Para saber mais sobre a estratégia logística para embalagens, assis-
ta ao vídeo “Embalagens em logística”, disponível no canal de Gleice 
Avelar, no YouTube. 

89 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
3 Estratégias logísticas para armazenagem 
A armazenagem é parte essencial das estratégias logísticas, pois 
corresponde a uma grande parcela dos custos logísticos da empresa. 
Idealmente, devemos nos atentar ao uso, às alternativas e aos custos 
do espaço físico para armazenagem (BALLOU, 1992). 
Existem empresas que optam pelo espaço físico para estoque e ar-
mazenagem e outras que preferem terceirizar esse serviço, utilizando 
fornecedores especializados. Essa decisão deve ser analisada de acor-
do com a necessidade de cada empresa. Salientamos que o dimensio-
namento do local deve ser adequado às necessidades, levando em con-
sideração o pico de pedidos em temporadas específicas. 
Para que uma empresa não precise de local para armazenamento, 
seu processo produtivo deve ser sob encomenda, com todas as entre-
gas dentro do prazo, insumos entregues diariamente, uma perfeita pre-
visão de oferta e demanda. Isso, no entanto, é quase impossível. 
Levando em consideração os custos de armazenamento, dependen-
do da estratégia de localização, o alto custo de armazenagem pode ser 
compensado pelo transporte e pela produção. 
NA PRÁTICA 
Para compreendermos como o modelo de empresa influencia direta-
mente o armazenamento, utilizaremos como exemplo uma importadora. 
A fictícia Comercial Importadora/Exportadora é uma empresa especiali-
zada em comercialização de produtos importados ou exportados, mas 
não efetua o processo de industrialização, sendo apenas uma interme-
diária. Sua atuação consiste em importar/exportar produtos prontos 
para consumo de maneira direta, adquirindo os bens e revendendo-os. 
A empresa definiu por estratégia ficar próxima dos principais fornecedo-
res, porém com vias de fácil acesso à capital e ao interior. O custo para 
manter seu armazém é relativamente alto, no entanto, a facilidade de 
acesso e a proximidade de fornecedores, clientes e aeroportos fazem 
90 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
com que seu custo de transporte seja drasticamente menor se compa-
rado ao de uma localização mais distante e com menor custo. Essa re-
dução faz com que o custo de armazenamento compense, e não apenas 
em relação ao custo de transporte, mas também ao tempo de entrega 
aos clientes, otimizando a operação e aumentando a responsividade. 
Como estratégia de ampliação, a empresa decidiu iniciar importações 
por Santa Catarina, já que há incentivo fiscal e uma parcela considerável 
de clientes instalados nesse estado. Porém, para que a empresa tivesse 
acesso ao benefício, fez-se necessária a abertura de uma filial no local. 
Nesse momento, houve vários questionamentos quanto à localização, 
ao armazenamento e à produção. Após verificação de possíveis insta-
lações, foi constatado que, para haver retorno financeiro com essa ope-
ração, seria totalmente ineficiente manter um armazém no estado de 
Santa Catarina, já que a linha de produção e distribuição em São Paulo 
atendia de forma eficiente todo o Brasil. 
Com base nessa constatação, a empresa fez análises e cotações com 
diversos coworkings próximos ao porto e ao aeroporto de Navegantes e 
Itajaí (SC) e conheceu diversas empresas especializadas em armazena-
gem e distribuição. Assim, após efetuar um levantamento de todos os 
custos, decidiu pela melhor opção para a operação. 
As importações de produtos acabados (prontos para venda e que não 
necessitam de processo produtivo) serão feitas por Santa Catarina. 
Após a nacionalização do produto no porto ou aeroporto, todo o lote 
será encaminhado para uma empresa especializada em armazenagem 
e distribuição, que possui um sistema integrado de informação para a 
movimentação dos produtos, gerando maior visibilidade e controle. Eles 
serão responsáveis por coletar o produto, levar para o armazém, abrir 
as embalagens terciárias, conferir os itens, recepcionar os pedidos de 
venda e notas de saída, bem como por realizar a entrega ao cliente. 
Esse modelo de armazenagem reduziu drasticamente o custo que a 
empresa teria para manter uma filial em outro estado e, acima de tudo, 
reduziu seu custo com impostos, gerando maior lucro. 

De acordo com Ballou (1992, p. 155), existem quatro razões básicas 
para uma organização utilizar espaço físico de armazenagem. Elas são: 
(1) reduzir custos de transporte e produção; (2) coordenar suprimento e 
91 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
demanda; (3) auxiliar o processo de produção; e (4) auxiliar o processo 
de marketing: 
• Reduzir custos de transporte e produção: reduzindo os custos 
de transporte e produção, consequentemente haverá redução no 
valor do produto. 
• Coordenar suprimento e demanda: a coordenação de suprimen-
to e demanda de produtos de temporada requer atenção. São 
exemplosdesses produtos: panetones, aquecedores de ambien-
te (inverno) ou aparelhos de ar-condicionado (verão). É preciso 
ter um certo nível de estoque para atender à demanda sem gerar 
prejuízos. 
• Auxiliar o processo de produção: ter suprimentos em estoque 
para dispor deles no momento necessário para manufatura é de 
extrema importância. Outro ponto importante são as indústrias 
de produtos que necessitam de certa maturidade, como produto-
res de laticínios, vinhos, cervejas etc., pois é necessário um maior 
tempo para a finalização do processo produtivo. 
• Auxiliar o processo de marketing: é importante que os produ-
tos estejam disponíveis para o atendimento ágil dos pedidos dos 
clientes, o que facilita o trabalho de vendas. 
Devemos entender que a armazenagem possui funções específi-
cas. Uma delas é o abrigo de produtos, que nada mais é do que a 
guarda dos estoques. A consolidação é a junção de lotes para atingir 
determinado ponto, seja para o distribuidor ou o cliente. Ela ajuda a 
reduzir os custos de transporte, pois as taxas que seriam distribuídas 
em um único item serão dissolvidas em uma entrega maior. Podemos 
citar também a transferência e o transbordo, que, diferentemente da 
consolidação, têm a função de separar as mercadorias para entrega 
dos produtos em diferentes locais, bem como utilizar modais de trans-
porte mais baratos para destinos específicos, e o agrupamento, que é 
92 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a junção de diversos itens que estão localizados em depósitos diferen-
tes para envio unificado ao cliente. 
PARA SABER MAIS 
Para compreender melhor a armazenagem na logística, assista ao ví-
deo “Armazenagem de mercadorias na logística”, disponível no Canal de 
Logística Escola e Vídeos de Treinamento, no YouTube. 

4 Estratégias logísticas para distribuição e 
transporte 
O transporte e a distribuição possuem extrema relevância no escopo 
logístico, pois geralmente seus custos são elevados e têm impacto dire-
to no valor do produto ofertado. 
Como falamos nos capítulos anteriores, há diversos modais de 
transporte, cada um com valor e tempo de trânsito específicos. A estra-
tégia de transporte e distribuição dependerá de diversos fatores, levan-
do sempre em consideração a estratégia empresarial, sua posição entre 
responsividade e eficiência, localização, etc. 
Ballou (1992) descreve de maneira clara o objetivo da distribuição: 
A distribuição física preocupa-se principalmente com bens acaba-
dos ou semiacabados, ou seja, com mercadorias que a companhia 
oferece para vender e que não planeja executar processamentos 
posteriores. Desde o instante em que a produção é finalizada até o 
momento no qual o comprador toma posse dela, as mercadorias 
são responsabilidade da logística, que deve mantê-las no depósito 
da fábrica e transportá-las até depósitos locais ou diretamente ao 
cliente. O profissional de logística deve preocupar-se em garantir 
a disponibilidade dos produtos requeridos pelos clientes à medi-
da que eles desejem e se isto pode ser feito a um custo razoável. 
(BALLOU, 1992, p. 40) 
93 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
Há três formas básicas de a estratégia de distribuição ser configu-
rada: entrega direta a partir de estoques das fábricas; entrega direta a 
partir de vendedores ou da linha de produção; e entrega utilizando um 
sistema de depósito. Todas elas sofrem influência do sistema de trans-
porte, e os principais fatores para definição do transporte são: (1) custo; 
(2) tempo médio de entrega; (3) tempo de trânsito e sua variação; e (4) 
perdas e danos (BALLOU, 1992, p. 121): 
• Custos: como falamos anteriormente, cada modal de transporte 
possui um custo específico, por exemplo, o transporte aéreo tem 
valor mais alto do que o ferroviário. A definição do modal mais 
adequado para o tipo de produto deve ser estudada para que im-
pacte o mínimo possível no valor final, sem com isso prejudicar o 
atendimento do prazo de entrega estipulado. 
• Tempo médio de entrega: existem médias de tempo entre mo-
dais utilizados e distância. É importante analisar quais modais se-
rão utilizados e quanto tempo levarão até a chegada ao destino. 
Esse tempo determinará a escolha para que os pedidos sejam 
atendidos dentro do prazo, por exemplo. 
• Tempo de trânsito e sua variação: o tempo de trânsito pode va-
riar. Quando calculado o tempo de um ponto a outro, deve ser 
considerado o tempo de movimentação para carga e descarga, 
bem como o tempo de transbordo entre modais. 
• Perdas e danos: é de extrema importância a seleção do trans-
portador para evitar perdas e danos na mercadoria. Cada produto 
necessita de um cuidado específico. Imagine o prejuízo que seria 
se um item que precisa de refrigeração fosse transportado em 
temperatura ambiente por um erro na escolha do veículo. 
Como podemos observar em nosso cotidiano, alguns produtos pos-
suem valor mais elevado em uma loja de conveniência quando compa-
ramos com o valor pelo qual é vendido em um atacado. 
94 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
Isso se deve aos custos com distribuição e transporte. Mesmo quan-
do as estratégias estão bem definidas, isso acontece pela distribuição 
em massa ou fracionada. 
Se existe uma ordem de compra de um grande lote de um mesmo 
produto para o atacadista, o custo de transporte tende a diminuir quan-
do dissolvido no custo do produto. 
Hoje em dia é muito comum que o cliente pague pelo transporte, seja 
ele embutido no preço do produto (quando o cliente compra em loja 
física), ou quando paga o transporte por aquisição via e-commerce ou 
simplesmente quando uma loja compra o produto para revenda. 
É papel da indústria se preocupar com a facilitação de distribuição 
dos produtos, tornando mais convidativa a aquisição do bem pelo clien-
te. De nada adianta possuir uma ótima localização para aquisição de in-
sumos e produção se houver dificuldade de acesso no ato de distribuir. 
PARA SABER MAIS 
Para compreender melhor a distribuição e o transporte, assista ao vídeo 
“Distribuição física e transportes; aprenda a gerenciar de forma eficaz 
sua estrutura de transportes!”, disponível no canal do Instituto de Desen-
volvimento Logístico (Idel), no YouTube. 

5 Estratégias logísticas para planejamento 
O planejamento estratégico é extremamente abrangente, pois con-
siste em montar um sistema logístico, com armazéns, rotas de trans-
porte, níveis de estoque e procedimentos para processar pedidos 
(BALLOU, 1992). 
95 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
Para que uma empresa consiga efetivar seu planejamento estratégi-
co, é necessário que se questione sobre diversos fatores: qual será mi-
nha localização? Onde estão localizados meus fornecedores e clientes? 
Asinstalações são de fácil acesso? Qual será meu nível de estoque? 
Como irei processar meus pedidos? Quais rotas de transporte irei utili-
zar para aquisição de insumos e distribuição? 
Todos esses questionamentos envolvem custos, e a definição inicial 
deverá ser feita em relação à localização, que normalmente envolve dois 
dados: os dados geográficos (espacial) e os dados temporais (tempo). 
Os dados espaciais dizem respeito à localização da empresa, que 
deve ser definida também considerando o tempo e os custos de produ-
ção e transporte para aquisição de insumos e distribuição física. 
Os dados temporais, diferentemente dos espaciais, têm como foco 
o tempo do ciclo dos pedidos, sendo o controle de estoques seu pon-
to-chave. Esses dados lidam com controle de inventários e métodos al-
ternativos de transporte, determinando o melhor plano para o gerencia-
mento de estoques, bem como para a transmissão e o processamento 
de pedidos. Em resumo, são responsáveis por planejar a operação diá-
ria do sistema logístico. 
Muitas empresas definem como estratégia possuir armazéns em lo-
calidades diferentes para atender à sua demanda. Nesse caso, o nível 
de estoque em cada armazém é definido de acordo com o fluxo de pe-
didos previsto para certa região, de modo que é possível responder aos 
pedidos de maneira mais rápida e eficiente. 
A estrutura de planejamento é dividida em três níveis: estratégico, 
tático e operacional. 
• Planejamento estratégico: o planejamento estratégico é desti-
nado às decisões sobre a logística da empresa, principalmente 
as de longo prazo e baseadas em sua missão. Posteriormente 
96 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
essa estratégia é passada para a empresa desenvolver o plane-
jamento tático. 
• Planejamento tático: nada mais é do que a conversão do planeja-
mento estratégico em ações, que usualmente são divididas entre 
os gestores da empresa em seus diversos setores, de modo que 
assim seja possível chegar ao que a alta diretoria deseja. 
• Planejamento operacional: consiste na execução das tarefas, 
quando os gestores passam para a operação. 
A partir dessas etapas, é tarefa do planejamento logístico fazer todo 
o fluxo e o levantamento de custos, com base nas soluções esperadas 
pela empresa. Esse planejamento vai desde a aquisição de matéria-pri-
ma até a entrega ao consumidor. 
O planejamento logístico é dividido em três etapas: logística de entra-
da, logística interna e logística de saída. A logística de entrada relaciona-
-se à aquisição dos insumos necessários para a produção, envolvendo 
transporte. A logística interna diz respeito à movimentação de insumos, 
produtos acabados, estoque e armazenagem dentro da empresa. E a 
logística de saída é a distribuição do produto acabado, que envolve a 
embalagem, a expedição, a manutenção e o transporte. 
6 Estratégias logísticas para suporte ao 
planejamento (tecnologia da informação) 
De acordo com Ballou (1992), há diversos sistemas no mercado vol-
tados para a logística e que auxiliam em seu planejamento. Os dados 
que esses sistemas fornecem dão apoio à tomada de decisões para um 
melhor planejamento estratégico. Dentre os dados fornecidos estão: 
• Código geográfico: usualmente a logística costuma processar 
seus dados a partir de informações geográficas. Por esse motivo, 
97 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
todos os dados de clientes, fornecedores e depósitos estão amar-
rados à localização. 
Mesmo os primórdios utilizavam diversos tipos de codificação. Os 
códigos mais comuns em logística são (1) coordenadas lineares 
simples ou malha, (2) códigos postais (como o ZlP americano) e 
(3) coordenadas de latitude-longitude. Uma codificação linear sim-
ples é feita com a colocação de uma malha retangular sobre um 
mapa, permitindo a identificação de qualquer local por uma coor-
denada vertical e outra horizontal. (BALLOU, 1992, p. 290) 
A função do sistema é converter as informações obtidas em da-
dos numéricos e informações utilizáveis. 
• Previsão: os sistemas buscam dados de pedidos e movimenta-
ções efetuadas pela empresa em um período específico para con-
vertê-los em previsões de demanda, as quais serão usadas junto 
às estratégias da empresa. 
• Análise estatística: os sistemas estatísticos convertem os da-
dos para posteriores análises. Por exemplo, o sistema que possui 
informações de frete para diversas localizações poderá oferecer 
dados estatísticos que servirão de base para um frete futuro e 
que ainda não apresenta cotação. 
O sistema de informação encerra seu papel através de saídas, que 
são os relatórios informativos e os relatórios de ação. Os relatórios in-
formativos contêm os dados de que a equipe de logística necessita para 
efetuar a ação. Já os relatórios de ação contêm as informações envia-
das via sistema para a execução de alguma tarefa, como ordens de re-
posição de estoque, solicitação de separação de pedido, agendamento 
da coleta para transporte, entre outras. 
Atualmente, há diversas opções de softwares no mercado. Os tipos 
mais comuns são o transportation management system (TMS) e o 
98 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
warehouse management system (WMS), que podem ser utilizados de 
maneira integrada. 
O TMS é direcionado a transportadores e empresas com frota pró-
pria, sendo responsável por otimizar e flexibilizar rotas, reduzir custos 
a partir do aperfeiçoamento da entrega, controlar custos e gerar a vi-
sualização de entregas pendentes e orçamentos. O WMS destina-se à 
gestão de armazenagem e estoques e possibilita um maior controle do 
espaço no armazém, aumentando a possibilidade de redução de custos 
gerada pela otimização desse espaço. 
Considerações finais 
Neste capítulo, pudemos compreender a importância das estratégias 
logísticas, por meio das quais buscamos a excelência no atendimento 
ao cliente, sempre visando minimizar os custos operacionais e, ao mes-
mo tempo, obter o melhor valor do produto e lucros para a empresa. 
Referências 
ARMAZENAGEM de mercadorias na logística. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (6 min 
18 s). Publicado pelo Canal de Logística Escola e Vídeos de Treinamento. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Bk3X_HYxIs4. Acesso em: 
28 maio 2021. 
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial, transportes, administração de ma-
teriais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1992. 
DISTRIBUIÇÃO física e transportes; aprenda a gerenciar de forma eficaz sua 
estrutura de transportes! [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (14 min 16 s). Publicado 
pelo canal Idel – Instituto de Desenvolvimento Logístico. Disponível em: https:// 
www.youtube.com/watch?v=jeWjq_LDdvw. Acesso em: 28 maio 2021. 
www.youtube.com/watch?v=jeWjq_LDdvw
https://www.youtube.com/watch?v=Bk3X_HYxIs4
99 Estratégias logísticas
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penasda Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
EMBALAGENS em logística. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (5 min 23 s). Publicado 
pelo canal Gleice Avelar. Disponível em: https://www.youtube.com/ 
watch?v=Pyv2V9ku7jA. Acesso em: 27 maio 2021. 
PLANEJAMENTO logístico: o que é e como realizar? Portogente, 6 nov. 2016. 
Disponível em: https://portogente.com.br/portopedia/91494-planejamento-
logistico-o-que-e-e-como-realizar. Acesso em: 28 maio 2021. 
https://portogente.com.br/portopedia/91494-planejamento
https://www.youtube.com
101 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 7 
Custos logísticos e 
gerenciamento de 
riscos na cadeia de 
suprimentos 
Neste capítulo compreenderemos como o custo logístico é elabo-
rado e aplicado na logística integrada, bem como quais são as análi-
ses necessárias para definir as melhores estratégias para a cadeia de 
suprimentos. 
Traremos conceitos da análise financeira e entenderemos como é 
feito o levantamento de custos e lucros, além do impacto da gestão 
financeira na cadeia de suprimentos e vice-versa. 
102 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
Também trataremos dos riscos ligados à cadeia de suprimentos e 
das estratégias para mitigação e contingenciamento em cadeias de 
suprimento. 
1 Definição de custo logístico 
A definição de custo logístico abrange todos os custos envolvidos 
entre instalações, estoque e transporte. Qualquer alteração dentro do 
projeto e/ou nas estratégias da cadeia de suprimentos poderá gerar 
impacto direto no custo logístico. Para um melhor entendimento, po-
demos apontar como exemplos as alterações para a abertura de novas 
filiais, a alteração de fornecedores e suas localizações, a readequação 
dos modais de transportes utilizados, do peso e das dimensões da mer-
cadoria para transporte, do nível de estoque, dos valores de insumos 
para produção, etc. O custo logístico é um dos que mais impactam a 
cadeia de suprimentos, ficando atrás apenas dos custos de mercadoria, 
que, por consequência, também sofrerão impacto do custo logístico. 
Chopra e Meindl (2016) nos explicam os custos logísticos e de 
instalações: 
Custos de logística e instalação contraídos dentro de uma cadeia 
de suprimentos mudam à medida que são alterados o número 
de instalações, seu local e alocação de capacidade. As empresas 
precisam considerar custos de estoque, transporte e instalação ao 
projetar suas redes de cadeia de suprimentos. (CHOPRA; MEINDL, 
2016, p. 114) 
Além dos custos mencionados por Chopra e Meindl (2016), é im-
portante ressaltar que, quando falamos de estoque e transporte, deve-
mos considerar também os custos de transformação do produto. Isso 
se faz necessário pois, como citado anteriormente, tanto o transporte 
quanto a capacidade de estoque serão influenciados pelo peso e pelas 
dimensões do produto, que possuem relação direta com as decisões 
103 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
referentes à industrialização e às embalagens utilizadas para acondi-
cionamento da mercadoria acabada (embalagens primária, secundária 
e terciária). 
2 Análise de trade-off 
De acordo com Ballou (1992), trade-off nada mais é do que a “com-
pensação nos custos”, além disso: 
O conceito de compensação de custos é fundamental para a ad-
ministração da distribuição física. Sem ele, esta administração pro-
vavelmente não seria praticada tal como ela é hoje. O conceito de 
compensação de custos reconhece que os modelos de custos das 
várias atividades da firma por vezes exibem características que co-
locam essas atividades em conflito econômico entre si. (BALLOU, 
1992, p. 44) 
Como o autor menciona, o trade-off tem relação direta com a distri-
buição física da empresa. Na figura 1, podemos observar como as três 
atividades logísticas primárias, em função do número de instalações, 
influenciam a distribuição física. É possível notar que, quando ocorre 
um aumento no quantitativo de depósitos, o custo de transporte dimi-
nui. Isso se deve a carregamentos mais pesados e de alta dimensão 
que poderão ser efetuados para os armazéns ou centros de distribuição 
com redução nos custos de transporte; assim, quando for efetuada a 
entrada para o cliente, a distância percorrida será consideravelmente 
mais baixa, o que novamente reduz os custos de transporte. 
Porém, devemos nos atentar aos conflitos, pois quanto mais reduzi-
do o custo de transporte, maior o valor de estoque e o processamento 
de pedidos. Os custos de estoque tendem a aumentar pois demanda-se 
um maior nível de disponibilidade, e cada estoque novo traz consigo um 
novo ponto de processamento de pedidos. 
104 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
Sendo assim, para que a empresa possa abrir novos depósitos/ins-
talações, é necessário realizar uma análise identificando se haverá ba-
lanceamento de custos ou compensação, gerando redução nos custos 
de distribuição. 
Figura 1 – Compensação de custos para determinação do total de depósitos 
em um sistema de distribuição 
Custo total (soma dos custos de 
transporte, estoques e 
processamento de pedido) 
Custo de transporte 
Custo de processamento 
de pedido 
Custo de 
estoque 
Total de armazéns no sistema de distribuição 
Fonte: Ballou (1992, p. 44). 
Para compreendermos melhor como o trade-off funciona, analise-
mos como uma empresa decide obter novas instalações com o objetivo 
de minimizar os custos logísticos. 
Uma indústria que possui filiais em três estados do Brasil efetuou um 
estudo dos custos logísticos e percebeu um alto valor no transporte para 
algumas regiões, tendo em vista que atende todo o território nacional. 
Com o objetivo de reduzir o alto custo de transporte, analisou a pos-
sibilidade de abertura de mais uma filial, que estaria localizada no esta-
do com maior número de pedidos, conforme vemos na tabela 1: 
105 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
Tabela 1 – Estudo de custos proporcionais com a abertura de nova filial e sem a abertura da nova filial 
CUSTOS 
PROPORÇÃO DE CUSTOS 
COM A ABERTURA DE 
NOVA FILIAL 
PROPORÇÃO DE CUSTOS 
SEM A ABERTURA DE 
NOVA FILIAL 
Custo de transporte 30% do custo logístico 60% do custo logístico 
Custo de estoque 50% do custo logístico 30% do custo logístico 
Custo com processamento do pedido 20% do custo logístico 10% do custo logístico 
Podemos notar que, sem a abertura da nova filial, a empresa apresen-
ta um custo de transporte muito mais alto. Paralelamente, os custos de 
estoque e processamento de pedidosestão com proporções menores. 
É claro que a porcentagem não é toda a informação de que necessi-
tamos para análise, já que o aumento em porcentagem do custo de es-
toque para a nova filial será proporcional à redução dos demais custos. 
Assim, para um melhor entendimento, vamos dar seguimento à análise 
mencionando valores: 
Tabela 2 – Comparativo de custos mensais com a abertura de uma nova filial e 
sem a abertura de uma nova filial 
FILIAL 1 CUSTOS (MÊS) COM A ABERTURA DE NOVA FILIAL 
CUSTOS (MÊS) SEM A 
ABERTURA DE NOVA FILIAL 
Transporte R$ 150.000,00 R$ 420.000,00 
Estoque R$ 250.000,00 R$ 210.000,00 
Processamento do pedido R$ 100.000,00 R$ 70.000,00 
Total R$ 500.000,00 R$ 700.000,00 
Como mencionado, os custos com a abertura de uma nova filial re-
duziram muito (R$ 200.000,00), pois, mesmo com o aumento do custo 
de estoque e de processamento de pedidos, houve compensação com 
a redução dos custos de transporte. 
106 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
É preciso lembrar que, como colocado anteriormente, a redução de 
custos no total da operação não é uma regra; a depender da localiza-
ção em que a empresa abrirá a nova filial, ela poderá obter prejuízo em 
vez de lucro. Caso a empresa opte pela abertura de uma segunda filial, 
localizada, por exemplo, em um ponto com alto custo de instalações, 
a redução no transporte pode não compensar. Na tabela 3, podemos 
constatar como isso funciona: 
Tabela 3 – Custos mensais com a abertura de uma segunda filial 
FILIAL 2 CUSTOS (MÊS) PARA A ABERTURA DE UMA SEGUNDA FILIAL 
Transporte R$ 150.000,00 
Estoque R$ 500.000,00 
Processamento de pedidos R$ 150.000,00 
Total R$ 800.000,00 
Nesse caso, a empresa conseguiu a mesma redução de custos do 
exemplo anterior, porém os custos para manter o estoque em outro es-
tado dobraram de valor, além de o custo de processamento de pedidos 
ter aumentado. Em suma, o total da operação elevou-se consideravel-
mente, de modo que a redução no transporte não compensou. 
3 Custos logísticos totais na logística 
integrada 
Ballou (1992) conceitua custos logísticos totais da seguinte forma: 
Os conceitos de custo total e compensação de custos caminham 
lado a lado. O conceito do custo total reconhece que os custos in-
dividuais exibem comportamentos conflitantes, devendo ser exa-
minados coletivamente e balanceados no ótimo. Como mostrado 
na figura 1, o custo total para determinado número de armazéns 
é a soma dos três custos, formando a curva do custo total. Note 
107 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
que o ponto de custo total mínimo não fica no mesmo lugar onde 
o custo de transporte é mínimo ou que os custos de estoque ou 
processamento de pedidos são mínimos. Pelo contrário, o ponto 
de mínimo custo fica num lugar intermediário entre eles. Reconhe-
ceu-se que administrar transportes, estoques e processamento 
de pedidos conjuntamente poderia levar a substanciais reduções 
no custo quando comparado com a administração destas ativida-
des em separado. A ideia do custo total foi importante para decidir 
quais atividades da firma deveriam ser agrupadas conjuntamente 
e chamadas de distribuição física. Além do mais, providenciou o 
argumento básico para o gerenciamento coletivo das funções lo-
gísticas. (BALLOU, 1992, p. 45) 
A partir da definição de Ballou (1992), conseguimos compreender 
que o custo logístico total diz respeito à análise de custos individuais 
e de comportamentos conflitantes. Para que essa questão fique mais 
clara, traremos exemplos em relação à escolha do modal de transporte. 
A análise do modal de transporte é fundamental para conseguirmos 
identificar a melhor opção considerando custo, tempo e custos logísti-
cos totais. 
A título de ilustração, utilizaremos como exemplo a mesma indústria 
do tópico anterior, analisando a opção de abertura de uma nova filial 
(1) conforme os dados da tabela 2: transporte: R$ 150.000,00; esto-
que: R$ 250.000,00; processamento de pedidos: R$ 100.000,00; e total: 
R$ 500.000,00. Vamos entender como foi encontrado o custo total de 
transporte de R$ 150.000,00 e qual o modal escolhido como sendo o 
mais vantajoso. 
A empresa optou pela abertura de uma filial no estado em que se 
encontra a maior parcela de seus clientes, porém existem clientes relati-
vamente mais distantes. Entendemos que o modal utilizado poderá ser 
aéreo ou rodoviário, pois os demais, nesse caso, não ofereceriam gran-
de praticidade, já que a empresa está próxima dos clientes e distante de 
portos e ferrovias. Na tabela 4, podemos verificar como a análise dos 
modais foi feita: 
108 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
Tabela 4 – Comparativo para a melhor decisão de custo total – Modal de transporte 
MODAL AÉREO MODAL RODOVIÁRIO 
Transporte R$ 190.000,00 R$ 150.000,00 
Estoque R$ 220.000,00 R$ 250.000,00 
Processamento de pedidos R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 
Total R$ 510.000,00 R$ 500.000,00 
Fonte: adaptado de Ballou (1992). 
Conforme a tabela 4, o custo do transporte aéreo é R$ 40.000,00 
mais alto do que o rodoviário; em contrapartida, o custo de estoque 
obteve redução de R$ 30.000,00. Como o modal aéreo é consideravel-
mente mais rápido, reduzindo o tempo de entrega em até três dias, con-
sequentemente, houve redução no custo de estoque, pois o seu nível 
diminuiu de forma mais rápida. 
Do outro lado, temos o transporte rodoviário, que tem o custo mais 
baixo, porém é um transporte mais moroso e exige que a empresa dis-
ponha de um nível maior de estoque para suprir eventuais necessidades 
durante o processo de entrega. Mesmo com o custo de estoque mais 
alto, é possível notar que o custo total do transporte rodoviário ficou me-
nor, levando, assim, a indústria a fazer essa opção, pois ela terá capa-
cidade de aumentar o fluxo de pedidos, mas eles não necessariamente 
aumentarão, já que isso dependerá do crescimento das vendas. Outro 
ponto importante é que consideramos uma redução significativa entre 
um modal e outro e focamos no custo. 
É preciso ressaltar que o exemplo colocado relaciona-se ao trans-
porte, porém devemos considerar tudo o que envolve a logística da em-
presa. Os principais custos são: estoque e armazenagem; embalagem; 
transportes e fretes; logística tributária; tecnologia; operações de distri-
buição; tecnologia; e custos humanos. 
109 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
• Estoque e armazenagem: esse custo é baseado no nível de esto-
que/armazenamento de que a empresa necessita. Quanto maior 
o espaço para acondicionar os produtos, maior será ocusto. 
• Embalagem: a embalagem não possui apenas a função de cau-
sar boa impressão ao cliente, ela também protege o produto. 
A escolha da embalagem é de extrema importância para a redu-
ção de custos. A empresa deve analisar a qualidade da embala-
gem para evitar danos ao produto, assim como suas dimensões, 
tendo, dessa forma, a possibilidade de diminuir custos de arma-
zenamento e transporte. 
• Transportes e fretes: como abordamos no exemplo da abertura 
da nova filial, a empresa deve analisar profundamente sua neces-
sidade. A escolha correta do modal de transporte poderá reduzir 
consideravelmente os custos, porém a escolha incorreta trará 
prejuízos. 
• Logística tributária: no Brasil, os tributos incidentes na logística 
são conhecidos por serem bem complexos. Idealmente, a empre-
sa precisa conhecer todos os tributos incidentes em toda a ca-
deia, analisando possíveis reduções ou isenções. 
• Tecnologia: a tecnologia atualmente é de extrema importância. 
Cada vez mais, ela vem auxiliando as empresas em diversas 
áreas da logística, possibilitando saber em tempo real, por exem-
plo, onde está o caminhão com os produtos em transporte, o nível 
de estoque, o fluxo de pedidos, etc. Toda tecnologia tem um cus-
to, e a escolha de um software que atenda à demanda da empre-
sa por um preço justo é muito importante. 
• Operações de distribuição: os custos operacionais envolvem o 
todo da empresa. Esses custos são divididos em fixos e variáveis. 
Os custos fixos são aqueles que a empresa deve se programar 
para pagar todos os meses, como aluguel, água, luz, telefone, in-
ternet, salários, etc. Os variáveis são os que podem aumentar ou 
110 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
diminuir, existir ou não em determinado período, a exemplo da 
manutenção de máquinas utilizadas na industrialização. 
• Custo humano: é necessário que haja pessoas capacitadas para 
o funcionamento adequado de toda a logística envolvida em uma 
empresa. Algumas empresas buscam investir em treinamen-
tos e bons salários para que possam ter profissionais cada vez 
melhores. 
4 Gestão financeira no projeto da cadeia
de suprimentos 
A gestão financeira é parte primordial da cadeia de suprimentos. 
Com base nela, podemos identificar o desempenho das estratégias e 
projetos, analisando a diminuição ou o aumento dos lucros esperados. 
Neste tópico, abordaremos os métodos utilizados por empresas 
para a análise de retorno de investimentos, a alavancagem financeira e 
o cálculo e a verificação de giro financeiro. 
Inicialmente, falaremos a respeito do retorno de investimento. 
Começaremos pelo ROI (return on investment, ou retorno sobre investi-
mento), um dos mais importantes indicativos econômicos. Trata-se de 
um cálculo que demonstra o quanto a empresa perdeu ou ganhou atra-
vés de uma taxa de retorno. 
O ROI serve para mensurar o retorno de qualquer tipo de investimen-
to, seja este uma máquina, uma pesquisa tecnológica ou uma nova car-
teira de investimentos. Ele auxilia a decisão da empresa de manter ou 
não esse investimento. 
O cálculo do ROI se inicia com a subtração entre o valor que a em-
presa ganhou e o valor investido. Depois, divide-se o resultado da sub-
tração pelo valor investido. A fórmula ficará assim: 
111 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
ROI = (Ganho obtido – Investimento) / Investimento 
Para um melhor entendimento, vamos a um exemplo. 
Uma empresa compra uma máquina para a sua cadeia de produção 
no valor de R$ 150.000,00. Com a compra dessa máquina, obtém um 
ganho de R$ 500.000,00. Diante disso, o ROI será: 
(500.000 – 150.000) / 150.000 = 2,33 
Isso quer dizer que a máquina adquirida obteve um retorno duas ve-
zes maior do que o valor investido em sua aquisição. Como usualmente 
o ROI é demonstrado através de porcentagem, o valor final é multiplica-
do por 100. Sendo assim, o ROI do nosso exemplo será de 233%. 
Devemos ressaltar que o valor investido deve ter absolutamente to-
dos os custos agregados, o que inclui: instalação da máquina, logística 
envolvida para receber a máquina na empresa, algum acessório para 
otimizar a funcionalidade, etc. Também deve estar agregado todo valor 
recebido através dela, pois somente assim será possível obter um cál-
culo preciso. 
Outro ponto a ser considerado é que o resultado apresentado pelo 
cálculo do ROI pode ser negativo, assim, a empresa poderá identificar a 
porcentagem de prejuízo daquele investimento. 
Agora seguimos com outro indicador, o ROE (return on equity, ou re-
torno sobre o patrimônio líquido), citado por Chopra e Meindl (2016, p. 
42): 
Resultado líquido
ROE = 
Patrimônio líquido 
De acordo com os autores (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 42), enquanto 
o ROE mede o retorno de investimento feito pelos acionistas da empre-
sa, o retorno sobre os ativos, ROA (return on assets), mede o retorno 
ganho em cada dólar/real investido em ativos pela empresa. 
112 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
Lucro líquido × 100 
ROA = 
Ativos 
A diferença entre o ROE e o ROA é chamada de retorno sobre alavan-
cagem financeira, ou ROFL. Chopra e Meindl (2016, p. 26) explicam que 
o ROFL capta a quantidade de ROE que pode ser atribuída à alavanca-
gem financeira (como contas a pagar e débito). Assim, uma proporção 
importante que define a alavancagem financeira é o giro de contas a 
pagar, ou APT (accounts payable turnover). 
Custos de mercadorias vendidas 
APT = 
Contas a pagar 
Algumas empresas podem mover fundos para outros setores bus-
cando aumentar seus lucros. Por exemplo, é possível pegar os fundos 
destinados ao pagamento de fornecedores em certo período para finan-
ciar as suas próprias operações, visando à elevação de lucros. Nesse 
caso, a empresa pode aumentar o seu ROA a partir do crescimento da 
margem de lucro e/ou do aumento no giro de ativos. É de extrema im-
portância ressaltar que um giro financeiro mais alto não corresponde 
necessariamente a lucros mais altos. A margem de lucro pode crescer 
aplicando-se a redução de custos e aumentando-se o preço do produto 
(dentro do que o mercado oferece e do que é aceitável aos olhos do 
consumidor). Por exemplo, uma indústria que tem grande margem de 
lucro sobre os produtos (pois possui grande aceitabilidade pelos clien-
tes), mas tem alto custo de transporte, precisa, muitas vezes, rever sua 
operação para balancear os lucros de maneira efetiva, pois seu giro de 
ativos não corresponderá necessariamente a uma maior lucratividade. 
Para Chopra e Meindl (2016, p. 43), os principais giros de ativos são: 
o giro de contas a receber (ART – accounts receivable turnover); o giro 
de estoque (INVT – inventory turnover); e o giro de propriedade, instala-
ção e equipamentos (PPET – property, plant, and equipment turnover). 
Eles são definidos pelas expressões a seguir: 
113 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educaçãoa Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
Custos de 
Receita de mercadorias Receitas de 
vendas vendidas vendas 
ART = INVT = PPET = 
Contas a Estoques PP&E1 
receber 
Outra métrica importante é o ciclo cash-to-cash (C2C), que busca 
mensurar o tempo médio entre a saída (pagamento de despesas) e a en-
trada do dinheiro (recebimento de receitas) (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 
44). A seguir, demonstramos como é feita essa análise: 
C2C = – Pagáveis por semana (1/APT) + Semanas em estoque 
(1/INVT) + Recebíveis por semana (1/ART) 
Devemos apontar também dois fatores importantes que não estão 
tecnicamente ligados à gestão financeira, mas possuem impacto signi-
ficativo no desempenho financeiro: as remarcações e as vendas perdi-
das. Chopra e Meindl (2016) nos explicam esses dois fatores: 
Remarcações representam os descontos necessários para con-
vencer os clientes a comprar a sobra de estoque. Demonstrações 
financeiras mostram apenas a receita recebida das vendas, não as 
que “poderiam” ter sido recebidas. (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 44) 
Uma empresa que possui excesso de estoque, por exemplo, poderá 
aplicar descontos significativos para reduzir o seu nível de estoque, pre-
judicando o desempenho financeiro. Quanto menor for a necessidade 
de promover descontos, por manter-se o nível adequado de estoque, 
maior será o desempenho financeiro da empresa. 
5 Riscos na cadeia de suprimentos 
De acordo com Ballou (1992), além de todas as considerações abor-
dadas para a análise, o projeto e a definição de estratégias da cadeia de 
1 PP&E: sigla em inglês para property, plant and equipment, ou seja, o imobilizado de uma companhia. 
114 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
suprimentos, é necessária a análise dos riscos envolvidos nessa cadeia. 
Usualmente, são avaliadas duas dimensões que possuem ligação direta 
com os riscos que uma empresa enfrenta em uma cadeia de suprimen-
tos: responsabilidades legais e contingências. 
As responsabilidades legais estão ligadas diretamente às leis, regu-
lamentações e direitos do consumidor. Essas questões precisam ser 
avaliadas pela empresa, pois podem levar a processos judiciais e a mul-
tas altíssimas, o que aumenta os custos e causa prejuízo social, redu-
zindo, assim, por exemplo, o fluxo de vendas. 
As contingências estão relacionadas à paralisação da produção por 
motivos maiores, como greves, desastres naturais, defeitos em produtos, 
etc. É importante considerar o quanto as contingências impactam dire-
tamente a empresa e, consequentemente, a cadeia de suprimentos, de 
modo que elas devem ser levadas em conta no projeto de toda a cadeia. 
Além das reponsabilidades legais e das contingências, temos mais 
alguns riscos de extrema importância e que devem ser considerados: 
riscos econômicos, riscos políticos, riscos de planejamento, riscos geo-
gráficos e competidores: 
• Riscos econômicos: esse tipo de risco pode ser um dos princi-
pais, e é muito importante que a empresa se prepare para dimi-
nuir seu impacto. Os riscos econômicos envolvem, por exemplo, 
as taxas de câmbio, os impostos, as taxas de juros e a perda de 
clientes e fornecedores. 
• Riscos políticos: esse tipo de risco afeta diretamente a empresa, 
pois questões políticas podem gerar grandes instabilidades e re-
sultar em perda de mercado consumidor. 
• Riscos de planejamento: quando a empresa desenvolve seu pla-
nejamento, é importante que analise todos os pontos, efetue pes-
quisa de mercado, entenda o mercado consumidor, etc. Qualquer 
115 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
falha no planejamento poderá gerar prejuízos em toda a cadeia 
de suprimentos. 
• Riscos geográficos: os riscos geográficos, basicamente, são um 
tipo de risco de contingenciamento e estão ligados a desastres 
naturais, fatores climáticos, etc. 
• Competidores: o mercado se torna cada vez mais exigente, as-
sim, a concorrência é mais forte, e isso se torna um fator de ris-
co. A empresa deve estudar muito bem o mercado e conhecer 
os seus concorrentes para desenvolver estratégias e um planeja-
mento assertivo. 
6 Estratégias de mitigação e 
contingenciamento na cadeia de suprimentos 
Estratégias de mitigação e contingenciamento em cadeias de supri-
mentos nada mais são do que “o que podemos fazer para reduzir ou 
eliminar impactos causados pelos riscos na cadeia de suprimentos”. 
Trata-se de uma antecipação feita estrategicamente com o objetivo de 
reduzir o impacto causado pelos riscos. 
No que diz respeito aos riscos sobre as responsabilidades legais, 
por exemplo, é de extrema importância estar atento a todas as leis e 
regulamentações relacionadas à produção e ao produto ofertado ao 
consumidor. Se a empresa industrializa produtos perecíveis com neces-
sidade de refrigeração, por exemplo, e, por um erro no armazenamento 
e transporte, houver alteração na integridade do produto, depois de to-
mar conhecimento do problema, a empresa precisa efetuar uma ação 
imediata para retirada do lote antes que ele chegue ao consumidor final. 
Isso se faz necessário para evitar possíveis problemas de saúde aos 
indivíduos, além de processos judiciais por não ter havido uma ação 
antecipada de correção do ocorrido. 
116 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
Outro exemplo é o fornecimento de produtos defeituosos ao mer-
cado. A maior parte das empresas realiza testes de qualidade de lotes 
produzidos para distribuição ao consumidor final, porém falhas podem 
acabar não sendo identificadas no momento desse teste. No entanto, 
ao ocorrer essa identificação, a retirada do lote de circulação também 
se faz necessária para minimizar prejuízos judiciais. 
Outro ponto importante é que a empresa possua todas as certifica-
ções necessárias para o funcionamento da indústria, bem como exija 
certificações de seus fornecedores, planejando sua cadeia de supri-
mentos de forma segura, tanto para o melhor funcionamento da própria 
empresa quanto para a segurança do cliente. 
Pensando nos riscos contingenciais, a empresa pode mitigá-los ape-
nas com previsões, conhecendo, por exemplo, a localidade na qual está 
instalada (lugares com riscos de enchentes, terremotos, etc.) e também 
dispondo de uma reserva de fundos para a resolução de possíveis de-
sastres. Quando a empresa possui fundos para riscos de contingencia-
mento, ela pode minimizar os prejuízos de um desastre ambiental, por 
exemplo. Suponha que uma empresa localizada em uma região de risco 
sofre um alagamento e perde parte do seu maquinário. Esses fundos de 
reserva darão segurança para a aquisição de novas máquinas, resultan-
do em menor impacto em sua produção. 
Considerações finais 
Neste capítulo, pudemos discutir o impacto da gestão financeira na 
cadeia de suprimentos, além das análises necessárias para a definição 
de custos logísticose os riscos envolvidos em toda a cadeia. 
117 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
Referências 
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial, transportes, administração de 
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1992. 
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operações. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2016. 
RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS (ROI): o que é e como calcular. André 
Bona, 28 jun. 2019. Disponível em: https://andrebona.com.br/retorno-sobre-
investimento-roi-o-que-e-e-como-calcular/. Acesso em: 17 jun. 2021. 
TIRE SUAS DÚVIDAS sobre a gestão de risco da cadeia de suprimentos. Prestex, 
18 jul. 2018. Disponível em: https://www.prestex.com.br/blog/gestao-de-risco-
da-cadeia-de-suprimentos/. Acesso em: 17 jun. 2021. 
https://www.prestex.com.br/blog/gestao-de-risco
https://andrebona.com.br/retorno-sobre
119 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
Capítulo 8 
Custeio baseado 
em atividades e 
curva ABC 
Neste capítulo compreenderemos como funciona o custeio baseado 
em atividades (ABC), bem como seu conceito, suas aplicações e seus 
recursos. 
Abordaremos a funcionalidade dos direcionadores de custos e a apli-
cação do método ABC em logística, demonstrando na prática como são 
classificados os produtos e as entradas financeiras na curva ABC. 
120 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
1 O que é activity-based costing (ABC)? 
De acordo com Novaes (2007), o método de custeio ABC, ou activi-
ty-based costing (em português, “custos baseados em atividades”), diz 
respeito ao aprofundamento de custos da empresa e da cadeia de supri-
mentos. Entende-se que os custos da empresa são gerados a partir das 
atividades nela desenvolvidas. Essas atividades são as tarefas que a 
empresa precisa efetuar para disponibilizar seus produtos no mercado. 
O principal objetivo do custeio ABC é alocar custos que reflitam a di-
nâmica operacional da empresa. Os recursos da empresa são utilizados 
para gerar produtos e/ou serviços destinados ao cliente e apresentam 
três estágios: 
• consumo de recursos pelas atividades; 
• relacionamento das atividades com os diversos produtos ou 
serviços; 
• alocação dos custos aos clientes que consomem os produtos ou 
serviços. 
Qualquer ação comercial da empresa sempre é pensada para o 
atendimento ao cliente. As atividades são originárias de um evento, que 
gerará uma transação (NOVAES, 2007). Os eventos indicarão as ações 
de uma empresa, seja a manufatura de produtos ou a prestação de 
serviços. 
Na parte prática do capítulo, utilizaremos uma mesma empresa 
como exemplo, assim deixaremos mais evidente o método de custeio 
ABC e teremos uma base para entender suas aplicações. Nosso mode-
lo será uma empresa especializada em projetos e industrialização de 
móveis planejados. 
121 Custeio baseado em atividades e curva ABC
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
Essa empresa trabalha tanto com a prestação de serviços para pro-
jetos quanto com a execução destes, industrializando os móveis sob 
medida para seus clientes. Dispõe de transporte próprio e também 
terceirizado. 
Suponha que a empresa vá executar um grande projeto e, para esse 
caso, precise contratar transporte terceirizado para entregar os móveis 
ao cliente (isso é um evento). Em certo momento, a empresa entrará em 
contato com o transportador para o agendamento da coleta e da entre-
ga ao cliente e informará os dados da mercadoria: peso, dimensões, etc. 
(isso é uma transação). O transportador enviará o veículo para coleta, 
que chegará às instalações da empresa e coletará a mercadoria para 
realizar a entrega (isso é a atividade). Esse processo está descrito na 
figura 1. 
Figura 1 – Evento, transação e atividade 
Evento Transação Atividade 
Solicitação de coleta 
de carga pela 
empresa de móveis 
Coleta do 
transportador com 
destino ao cliente 
Agendamento de 
coleta na planta 
da empresa 
Fonte: adaptado de Novaes (2007). 
De acordo com Novaes (2007, p. 343), as relações entre recursos 
e atividades e entre atividades e objetos, nesse processo, podem ser 
entendidas como um corte vertical que cruza com o corte horizontal, 
respectivamente. 
PARA SABER MAIS 
Para compreender melhor o método de custeio ABC, assista ao vídeo 
“Contabilidade de custos – Método de custeio ABC”, disponível no canal 
do Prof. Renato Medeiros, no YouTube. 

122 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
2 Como funcionam os direcionadores 
de custos? 
Iniciaremos esse tópico abordando as atividades na interseção dos 
dois cortes (corte vertical: relação entre recursos e atividades; corte 
horizontal: relação entre objetos e atividades), conforme demonstra a 
figura 2. 
Figura 2 – Atividades na interseção dos dois cortes 
Fonte: Nakagawa (1994 apud NOVAES, 2007, p. 344). 
Novaes (2007) menciona a relação das atividades considerando os 
direcionadores de custo: 
As atividades de uma empresa consomem recursos físicos e ope-
racionais de vários tipos. A relação entre recursos e atividades é 
comandada por direcionadores de recursos (resource drivers). 
As atividades podem ser relacionadas, de forma direta ou indireta, 
com custos. 
Evento Transação 
Recursos 
Direcionador 
de recursos 
Medidas de Atividades 
desempenho 
Direcionador 
de atividades 
Objetos de processo 
123 Custeio baseado em atividades e curva ABC
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
Os objetos das ações da empresa podem ser relacionados às ati-
vidades através dos direcionadores de atividades (activity drivers). 
(NOVAES, 2007, p. 344) 
Os registros contábeis podem ser entendidos em duas dimensões: 
• Categoria de custo: refere-se à depreciação de máquinas, a salá-
rios, obrigações trabalhistas, etc. 
• Unidades organizacionais: referem-se, por exemplo, à divisão de 
salários por setor, seja administrativo, seja operacional. 
A figura 3 apresenta a estrutura departamental versus a estrutura 
por processos, que nos dará base para uma melhor compreensão dos 
direcionadores de custos.
 Figura 3 – Estrutura departamental versus estrutura por processos 
Recebimento 
do pedido 
Verificação 
do cliente 
Pós-venda 
Coleta 
da carga 
Entrega Cobrança 
Sequência 
do processo 
Vendas Operações Financeiro 
Fonte: Novaes (2007, p. 345). 
124 Gestão da cadeia de suprimentos Mate
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.Na figura 3, é possível analisar de forma simplificada os três depar-
tamentos de uma empresa prestadora de serviços logísticos: vendas, 
operações e setor financeiro. No enfoque ABC, procura-se definir um 
processo, isto é, uma sequência lógica de atividades, associando-as a 
custos: salários, depreciação de veículos, consumo de combustível, etc. 
Uma vez completada essa análise preliminar, buscamos as relações en-
tre os recursos utilizados e as atividades. 
Utilizando o exemplo do tópico anterior (empresa especializada em 
projetos e industrialização de móveis planejados), vamos buscar com-
preender, na figura 4, como os recursos serão ligados às atividades. 
Figura 4 – Relação entre recursos e atividades 
Recurso 1 Recurso 2 Recurso 3 
Atividade 1 Atividade 2 
Mão de obra 
Combustível Veículos 
carga e descarga 
Carregamento do Entrega dos 
produtos aos clientes veículo na doca 
Fonte: adaptado de Novaes (2007, p. 346). 
Vale lembrar que até o momento não utilizamos o cálculo de custos 
para a decisão da melhor operação ou ordem; isso será feito após a 
definição dos direcionadores. 
De acordo com Novaes (2007), existem três direcionadores de 
custos: 
125 Custeio baseado em atividades e curva ABC
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
• direcionadores de transação;
• direcionadores de duração;
• direcionadores de intensidade.
Os direcionadores de transação estão associados ao quantitativo de 
operações efetuadas repetidamente, por exemplo, o número de peças 
produzidas em determinado período, o número de carregamentos efe-
tuados diariamente, etc. 
Os direcionadores de duração estão relacionados ao tempo de du-
ração de cada atividade: o tempo de carregamento de produtos para 
transporte ou para confecção de uma ou mil peças. 
Os direcionadores de intensidade referem-se à quantidade de re-
cursos para a realização de determinada atividade. Esse direcionador 
é muito utilizado para atividades específicas, que exigem maior com-
plexidade, e ajuda a calcular os custos para execução, utilizando dados 
de homens/hora para a produção de determinado produto, controle de 
qualidade, etc. 
Uma vez estabelecidas as atividades e seus custos, é necessário alo-
cá-los em seus objetos, que são os produtos e serviços ofertados aos 
diversos clientes. Isso pode ser definido como direcionadores de ativi-
dades, que possibilitam o rateio dos custos entre os diversos objetos 
considerados. 
Uma empresa que possui três pedidos distintos, mas pode entregar 
as mercadorias de modo fracionado, poderá efetuar o rateio do frete en-
tre as entregas por meio de um direcionador de atividade definido pelo 
tempo total de parada (tempo médio de parada × número de visitas). 
Na figura 5, Novaes (2007) nos mostra como isso funciona: 
126 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
. 
 
 
Figura 5 – Alocação de atividades aos objetos 
Atividade 
Direcionador 
Cliente 1 Cliente 2 
Entrega ao cliente 
Cliente 3 Objeto 
Tempo de parada versus número de visitas 
Fonte: Novaes (2007, p. 349). 
3 Curva ABC 
Ballou (1992, p. 97) explica que a curva ABC visa ao planejamento 
do suprimento e à distribuição física de qualquer firma; é a soma dos 
planos individuais dos produtos. A maioria das empresas fabrica muitos 
produtos, que estão em diferentes pontos de seu ciclo de vida e com 
variados graus de sucesso comercial. Em qualquer período, isso cria um 
fenômeno chamado de curva ABC, ou curva de Pareto, ou curva 80-20,1 
denominação que indica que 80% das vendas provêm de 20% dos itens 
da linha de produto. Mesmo essa proporção sendo variável entre as em-
presas, essa base é muito útil e valiosa para o planejamento logístico. 
1 O princípio da curva ABC, ou 80-20, foi observado por Vilfredo Pareto, na Itália, em 1897, num estudo de 
renda e riqueza. Ele notou que uma grande porcentagem da renda total (80%) se concentrava nas mãos de 
uma pequena parcela da população (20%). O princípio geral encontrou larga aplicação na administração de 
empresas (BALLOU, 1992, p. 97). 
127 Custeio baseado em atividades e curva ABC
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerando a indústria de projetos e móveis planejados, supondo 
que possua dez produtos diferentes, desde mesas de cabeceira a gran-
des armários de cozinha, a proporção seria mais ou menos a seguinte: 
Tabela 1 – Classificação ABC da indústria de projetos e móveis planejados 
CLASSIFICAÇÃO 
DO PRODUTO POR 
FATURAMENTO 
PRODUTO 
MÉDIA DE 
UNIDADES 
VENDIDAS AO MÊS 
VALOR 
UNITÁRIO 
VALOR TOTAL 
MENSAL 
% FATURAMENTO 
MENSAL 
1 
ARMÁRIO DE 
COZINHA 
3 R$ 8.000 R$ 24.000 35,28% 
2 
GUARDA-
-ROUPAS 
3 R$ 5.000 R$ 15.000 22,05% 
3 
PAINEL DE 
TELEVISÃO 
10 R$ 1.000 R$ 10.000 14,70% 
4 MESA 12 R$ 800 R$ 9.600 14,11% 
5 
MESA DE 
CENTRO 
12 R$ 300 R$ 3.600 5,29% 
6 CADEIRAS 48 R$ 50 R$ 2.400 3,53% 
7 PRATELEIRAS 52 R$ 35 R$ 1.820 2,68% 
8 
MESA DE 
CABECEIRA 
30 R$ 25 R$ 750 1,10% 
9 
SUPORTE 
PARA 
CONTROLE 
REMOTO 
30 R$ 15 R$ 450 0,66% 
10 
SUPORTE 
PARA COPOS 
40 R$ 10 R$ 400 0,59% 
TOTAIS – 240 R$ 15.235 R$ 68.020 100,00% 
(cont.) 
128 Gestão da cadeia de suprimentos Ma
te
ria
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 d
a 
Re
de
 S
en
ac
 E
AD
, d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, s
ob
 a
s 
pe
na
s 
da
 L
ei
. ©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
DO PRODUTO POR 
FATURAMENTO 
PRODUTO 
% ACUMULADO EM 
FATURAMENTO AO 
MÊS 
% ITENS % ACUMULADO EM ITENS CONCEITO 
1 
ARMÁRIO DE 
COZINHA 
35,28% 1,25% 1,00% A 
2 
GUARDA-
-ROUPAS 
57,34% 1,25% 2,50% A 
3 
PAINEL DE 
TELEVISÃO 
72,04% 4,17% 6,67% A 
4 MESA 86,15% 5,00% 11,67% A 
5 
MESA DE 
CENTRO 
91,44% 5,00% 16,67% B 
6 CADEIRAS 94,97% 20,00% 36,67% B 
7 PRATELEIRAS 97,65% 21,67% 58,33% B 
8 
MESA DE 
CABECEIRA 
98,75% 12,50% 70,83% C 
9 
SUPORTE 
PARA 
CONTROLE 
REMOTO 
99,41% 12,50% 83,33% C 
10 
SUPORTE 
PARA COPOS 
100,00% 16,67% 100,00% C 
TOTAIS – – 100,00% – – 
Fonte adaptado de Ballou (1992). 
Como podemos notar, no grupo A temos 86,15% do faturamento da 
empresa em 11,67% dos produtos vendidos; no grupo B, 11,5% de fa-
turamento em 46,67% de produtos vendidos; e, no grupo C, 2,35% do 
faturamento em 41,67% de produtos vendidos. 
Com esses dados, o planejamento logístico pode definir o mode-
lo de distribuição – por exemplo, o grupo A pode receber distribuição 
129 Custeio baseado em atividades e curva ABC
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital,sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
extensiva, disponibilizando produtos em diversos pontos de venda e 
investindo fortemente em vendedores; o grupo B pode ter estratégia in-
termediária de distribuição, que consiste em disponibilizar os itens em 
pontos variados, como varejistas, internet, entre outros, não sendo ne-
cessário manter apenas a venda direta pela empresa; e o grupo C pode 
ser distribuído de um depósito central, por exemplo, demandando baixo 
nível de estoque. 
Ballou (1992, p. 99) complementa que o conceito da curva ABC, com 
sua decorrente classificação de produtos, resulta em uma lógica ba-
seada no nível de vendas para decidir quais produtos devem receber 
diferentes níveis de tratamento logístico. 
Considerações finais 
Neste capítulo abordamos a importância da análise do custeio 
baseado em atividades, sua aplicação e estrutura para obtenção da 
melhor estratégia logística. 
Identificamos a aplicação do método ABC em logística e consegui-
mos entender a importância de sua utilização para o melhor planeja-
mento logístico e distribuição. 
Referências 
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial, transportes, administração de 
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1992. 
CONTABILIDADE de custos – Método do custeio ABC. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo 
(6 min 47 s). Publicado pelo canal Prof. Renato Medeiros. Disponível em: https:// 
www.youtube.com/watch?v=Z2wDTkNmVyI. Acesso em: 6 jun. 2021. 
NOVAES, Antonio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: 
estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
www.youtube.com/watch?v=Z2wDTkNmVyI
131 
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Sobre a autora 
Bianca Simões de Campos Almeida tem formação técnica em 
comércio exterior e MBA em gestão comercial. Com experiência na 
área de comércio exterior e logística internacional há quase 15 anos, 
atua com foco em treinamentos presenciais para importadores e ex-
portadores, projetos logísticos door-to-door, consultoria e desemba-
raço aduaneiro. 
	GES_CAD_SUP_01_ACE_2021.pdf
	GES_CAD_SUP_02_ACE_2021.pdf
	GES_CAD_SUP_03_ACE_2021.pdf
	GES_CAD_SUP_04_ACE_2021.pdf
	GES_CAD_SUP_05_ACE_2021.pdf
	GES_CAD_SUP_06_ACE_2021.pdf
	GES_CAD_SUP_07_ACE_2021.pdf
	GES_CAD_SUP_08_ACE_2021.pdf

Mais conteúdos dessa disciplina