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SCM - Supply Chain Management 1 SCM - Supply Chain Management Professor Cristiano Olegário SCM - Supply Chain Management 1 Introdução a Logística 2 Histórico da logística 2 Conceito de logística 3 A missão da logística 3 O objetivo da logística 3 O papel da logística empresarial 3 A evolução da logística empresarial 4 Evolução da atuação da logística empresarial 5 As Transformações do comércio 5 Contextualização: comercialização 5 Surgimento dos armazéns 6 O Consumidor e suas necessidades 9 As interferências no ato da compra 9 A logística e suas interfaces 9 A transação comercial 10 Entendendo o processo evolutivo da oferta e demanda 12 Contexto histórico 12 O Comércio varejista no futuro 15 A mudança impulsionada pelo avanço tecnológico 15 O Futuro da logística empresarial 19 Canais de distribuição 19 Logística reversa 19 Cadeia de suprimentos no século XXI 20 Desmistificando a cadeia de suprimentos 20 Gestão integrada 21 Capacidade de resposta 22 Adiamento na cadeia de suprimentos 22 Sofisticação financeira 22 Redução do tempo ocioso 23 Giro de caixa 23 Fases de decisão na cadeia de suprimentos 23 Introdução 23 Estratégia ou projeto da cadeia de suprimentos 23 Planejamento da cadeia de suprimento 24 Operação da cadeia de suprimentos 24 Visão do processo de uma cadeia de suprimento 24 Visão cíclica 24 Visão de processos push/pull 25 Aquisição e processamento insumos 25 Qualidade para quem? 25 Amplitude da qualidade do produto 25 Gestão da qualidade total 26 Padrões de qualidade 26 A função compras 26 Estratégias em compras 27 Manufatura 27 Interfaces logísticas 28 Tecnologia da informação aplicada a SCM 29 O Sistema de informação 29 Tecnologia aplicada a comunicação 29 Sistema de informação na cadeia de suprimentos 31 Operações sistêmicas 31 O estoque na cadeia de suprimentos 32 Classificação ABC do estoque 33 Segmentação do estoque 34 Canais de distribuição 34 Introdução 34 Tipos de canais de distribuição 34 Canal vertical 34 Canal híbrido 35 Canal múltiplo 35 Propriedades dos canais 36 Bibliografia 36 SUMÁRIO SCM - Supply Chain Management 2 INTRODUÇÃO A LOGÍSTICA Caro aluno (a), Em nossa primeira aula será apresentado o uso da logística no contexto histórico da humanidade, apresentando sua origem, aplicabilidade e os fatores que colocaram a logística em lugar de destaque nas rodas de negócios empresariais no mundo contemporâneo. Boa aula! Histórico da Logística As atividades atribuídas o termo logística sempre estiveram presente nas ações humanas, pois desde a antiguidade o homem sempre teve necessidade de transportar e guardar seus pertences. Claro que essas atividades eram realizadas de formas empíricas e sem nenhum estudo racional para sua aplicabilidade. A palavra logística tem origem grega “logistikos”, tendo como derivado no latim “logisticus”, ambas com significados relacionados a cálculos e raciocínio no sentido matemático. De acordo com o dicionário Priberam da língua portuguesa a palavra logística significa: Logística s. f. 1. Antigo nome da parte da Álgebra que trata das quatro regras. 2. Lógica matemática; nome dado à lógica moderna como ciência combinatória. 3. [Militar] Parte da arte militar que trata do apoio às tropas no que diz respeito à alimentação, municiamento, saúde, transportes, etc. 4. Organização e gestão de meios e materiais para uma atividade...; para uma ação... ou para um evento. Na história antiga podemos encontrar o emprego da logística realizado por Alexandre o Grande rei da Macedônia por volta de 334 a.C. usando técnicas de abastecimento da tropa e utilização de locais estratégicos para armazenamento de suprimentos para reabastecer as necessidades de consumo de seu exército. A visão estratégica utilizada pelo rei garantiu-lhe muitas vitorias e a formação de um grande império. Ao longo dos anos os feitos de Alexandre o Grande, serviu de inspiração para muitos líderes, assim como podemos observar nas práticas militares utilizadas nas grandes guerras já presenciadas pela humanidade. Na Segunda Guerra Mundial, os Aliados liderados pelos EUA, perceberam que a eficácia no deslocamento das tropas e de todos os recursos necessários para a guerra poderia garantir a vitória, tendo em vista que a falta de suprimento delimitaria a tropa, e conseqüentemente viria a derrota. Dessa forma os Aliados adotaram os conceitos logísticos e passaram a usá-los como estratégia de guerra, seu ápice foi no dia D, onde foi realizada a maior operação logística que se conhece até hoje. Em um único dia foi desembarcado na França, na praia de Normandia, cerca 156.500 homens, que foram apoiados por mais ou menos 5.000 navios e 15.000 aviões. Cada homem carregava cerca de 30 kg de equipamentos, sem contar à movimentação necessária de alimentos, remédios, veículos, material de comunicação e outras necessidades. O sucesso dessa operação levou a vitória dos aliados e conseqüentemente a derrota da tríplice aliança, que considerava a logística como assunto de pouca importância, visando mais desenvolvimento de armamentos para a guerra. Figura 1 - Linhas de Suprimentos após a tomada de Omaha e Barragem de Balões. Fonte da imagem: http://www.mv-experience.com/info/index. php?option=com_content&view=article&id=100:dia-d-a-invasao- da-normandia-&catid=40:world-war-2&Itemid=57 SCM - Supply Chain Management 3 Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o conceito de logística passa ser utilizado no ambiente empresarial, no inicio utilizada apenas como atividade essencial para concretização das operações comerciais. E por muitos anos a logística foi vista como uma área de custos pelas empresas, as quais não viam na logística a possibilidade de maximização das receitas, oriundas de redução de custos operacionais. Conceito de Logística Ao pesquisar nas bibliografias existentes provavelmente você irá encontrar uma série de definições ou conceitos para as atividades logísticas, aqui iremos apresentar apenas dois conceitos, os quais entendemos, que já contempla a essência das atividades em sua definição. De acordo com o Council of Supply Chain Management Professionals norte-amerciano: Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Segundo a FIESP logística pode ser definida como: Logística é o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas e estoque durante a fabricação de produtos acabados, e as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o local de consumo, visando atender aos requisitos do cliente. A missão da Logística A missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição às estratégias da empresa. (Ronald H. Ballou, 1999). O Objetivo da Logística Assegurar a disponibilidade do produto correto, na quantidade solicitada, na condição desejada, no lugar certo, na hora marcada, para o consumidor certo, por um custo adequado ao serviço prestado. O Papel da Logística Empresarial Conforme visto anteriormente à logística desenvolve uma série de atividades, as quais podem contribuir de forma decisiva para a sobrevivência de uma empresa. Mas vamos esclarecer um assunto que infelizmente ainda impera no ambiente coorporativo, pois ainda encontramos muitos profissionais que acreditam que a logística se resume as atividades de transporte e armazenagem. Se você é um desses profissionais, vamos alinharas informações agora, para que você possa nos ajudar a disseminar o correto papel da logística. No ambiente empresarial a logística pode desenvolver as seguintes atividades: - Gerenciar o fluxo de informações relacionado às atividades complementares a logística. Ex. definir quais informações são necessárias para o start de uma ordem de separação, ou seja, quais serão os departamentos ou pessoas envolvidas neste fluxo de informação para execução da tarefa. - Desenvolver estudos de trafegabilidade para customização dos serviços de transporte. - Elaborar layout de armazenagem, respeitando os espaços necessários para movimentação de pessoas, veículos e carga. - Realizar estudos de melhores práticas logísticas visando à melhoria continua dos processos. - Racionalização da mão de obra e empregos de recursos materiais e financeiros para cada operação. - Aplicar políticas de aquisição de insumos e garantir a continuidade da operação. - Gerenciar os processos produtivos, focando qualidade na execução da produção para evitar perda desnecessária de insumos. SCM - Supply Chain Management 4 - Integralizar atividades de armazenagem através da adequação de sistemas de gerenciamento de estoque e distribuição de carga. - Elaborar indicadores de desempenho visando à qualidade e satisfação do cliente. A Evolução da Logística Empresarial A linha do tempo apresenta o foco de atuação das organizações desde a década de 1960 até 2000. Pode ser observada a maneira como as organizações eram administradas na busca frenética pela maximização dos resultados financeiros. (*) Na década de 1960, o foco as organizações era voltado para a especialização funcional, suas atividades eram concentradas por departamento, o que estimulava uma rivalidade interna com foco centralizado apenas nas metas departamentais. A visão de negócio das organizações era de curto prazo, não se tinham a preocupação com a perpetuação das negociações, ou fidelização do consumidor final. Com a entrada da década 1970, as organizações focam na integração interna dos departamentos, visando à * Linha do tempo desenvolvido pelo autor. redução de custos e tempos despendidos nas atividades da empresa. Mas ainda prevalecia na cultura organizacional a baixa visibilidade de desempenho operacional, ou seja, o foco ainda era na função e não na operação. Foi na década de 1980, que a organizações passam a incorporar em sua administração o uso do planejamento tático, objetivando melhores resultados, através do desenvolvimento de planejamentos de médios prazos. Neste período as organizações passam a dar atenção à eficiência operacional. Sua atuação no ambiente corporativo passa a ser desenvolvida tendo como preocupação básica a prestação de serviços a clientes reativos. Visando a manutenção de sua imagem perante seu segmento de atuação. Somente na década de 1990 é que as organizações passam a dar mais ênfase à estratégia, buscando técnicas administrativas que possibilitassem a identificação e analise das tendências de mercado. As empresas passam a disponibilizar altos investimentos financeiros para a integração de processos, através da implantação de sistemas integrados de gestão. A preocupação com a concorrência era regional, o que fazia a grande maioria das empresas desenvolverem estratégias locais. SCM - Supply Chain Management 5 A partir da década de 2000 as organizações passam a usar novos critérios nas negociações, criando novos canais de venda, impulsionados pela competição global. Neste período as organizações entendem que precisam desenvolver estratégias diferenciadas para conquistar e manter seus clientes, uma vez que a concorrência deixa de ser local e passa a ser global. O avanço tecnológico permite a integração total da cadeia de suprimentos, possibilitando a visibilidade dos processos em tempo real. Evolução da atuação da Logística Empresarial Como pode ser observado na tabela a cima, a logística passou por uma série de definições em suas atividades, as quais foram se adequando ao tempo e as necessidades empresarial de cada década. AS TRANSFORMAÇÕES DO COMÉRCIO Caro aluno (a), nesta aula será apresentado às fases de transição do comércio varejista, explanando contextos baseados no cenário americano e brasileiro. Assim você poderá entender os fatores que impulsionaram a transformação do comércio varejista no mundo. Então vamos começar? Boa aula. Período Ambiente Foco Industrial Foco Logístico 1960 Vendas Serviço Distribuição 1970 Investimento de capitais Lucratividade Produção 1980 Competição Qualidade Compra/ produção/ vendas 1990 Globalização, parcerias e ecologia Tempo Processo gerencial 2000 Globalização, parcerias e ecologia Tempo e espaço Flexibilidade e agilidade Contextualização: comercialização A necessidade de consumo sempre esteve presente na humanidade, pois desde os tempos mais remotos e nos lugares mais longínquos o homem já realizava a prática comercial. Neste momento você deve estar se questionando como o homem realizava a comercialização sem possuir o dinheiro que predomina nas práticas comerciais da atualidade. A comercialização só pode existir se houver a troca de bens ou serviços por dinheiro. Mas antes da invenção do dinheiro o homem utilizava do escambo para adquirir o bem ou serviço desejado. O comércio no escambo funcionava mais ou menos da seguinte forma: um agricultor que cultivava cenouras, depois de colhê-las sai ofertado-as pela redondeza em troca de outros produtos ou serviços necessários para a sua sobrevivência. Essa prática era muito comum no início do comércio moderno, onde as mercadorias eram intercambiadas em postos de trocas, num período de nossa história em que as moedas não possuíam credibilidade financeira para serem aceitas internacionalmente. Na linha do tempo a seguir você poderá conhecer alguns materiais que já foram utilizados como moeda nas operações comerciais. (*) Figura 2 - Escambo Fonte da imagem: http://www.brasilescola.com/imagens/historia/ escambo.jpg * Linha do tempo desenvolvido pelo autor, tendo como base dados extraídos da internet (sem fonte específica). SCM - Supply Chain Management 6 Surgimento dos Armazéns Os armazéns gerais surgiram num período em que a atividade predominante de colonização no oeste norte- americano era bastante intensa. Os pioneiros que se aventuravam na prática da colonização necessitavam de mercadorias para suprirem suas necessidades durante suas aventuras colonizadoras. Neste período surgem os primeiros armazéns gerais, sendo esses estabelecimentos comerciais localizados estrategicamente nos postos de entroncamento das caravanas e estações ferroviárias. Esses armazéns apresentavam algumas limitações comerciais, as quais podem ser destacadas as seguintes: a) As operações comerciais só eram realizadas no dinheiro; b) Os produtos ofertados compreendiam itens que iam de vestuário a alimentos não perecíveis, incluindo ferramentas, entre outros. c) A oferta de produtos era determinada pelo próprio comerciante, ou seja, esse ofertava o que ele acreditava que teria saída. d) Havia grandes limitações na variedade dos produtos ofertados (qualidade, marcas, etc.). Como a movimentação e comercialização nestes pontos eram intensas, ali logo foram surgindo às vilas, que posteriormente se transformaram em cidades. As quais necessitavam cada vez mais do comércio para sobreviver. Neste momento você deve estar se questionando, mas como era feita a logística de abastecimento nesses estabelecimentos comerciais? Para melhor entendimento deste questionamento vamos assistir a ilustração abaixo: Case: O Caixeiro-viajante Sinopse: o caixeiro viajante visita vários comerciantes para vender os produtos que serão comercializados em seus estabelecimentos. Caixeiro-viajante: Bom dia, Sr. Joaquim, como vai o senhor?Comerciante A: Vou bem, obrigado. Quais são as novidades? Caixeiro-viajante: Neste mês tenho ótimos produtos para lhe oferecer, tecido, calçados, condimentos, etc. Comerciante A: Desta vez vou facilitar sua vida, esta é a lista de produtos que preciso, tente entregar o quanto antes, já tenho quase tudo vendido. Caixeiro-viajante: Fique tranqüilo, estou quase no fim de minhas visitas, ainda tenho uma semana e mais cinco estabelecimentos para visitar. Antes de entregar todos os pedidos ao meu fornecedor. Caixeiro-viajante: seu pedido será entregue num prazo menor em relação a sua última compra. Em dois meses todos os seus pedidos estarão em sua loja. Comerciante A: Que ótima notícia, muito obrigado. Boa viagem. Caixeiro-viajante: Até logo. SCM - Supply Chain Management 7 Em outro estabelecimento comercial... Caixeiro-viajante: ótimo, já anotei o seu pedido, em breve suas mercadorias estarão em sua loja. Comerciante B: Foi um prazer fazer negocio com o senhor, até logo. Caixeiro-viajante: muito obrigado e até a próxima. Chegando em seu fornecedor o caixeiro-viajante .... Caixeiro-viajante: Bom dia, Sr. João, tudo bem? Fornecedor: bom dia, está tudo bem, graças a Deus. E as vendas como estão? Caixeiro-viajante: foram ótimas, aqui estão os pedidos de meus clientes, agora precisamos agilizar as mercadorias e priorizar as entregas. Será que conseguimos entregar no prazo prometido a meus clientes. Fornecedor: Qual foi o prazo negociado desta vez? Caixeiro-viajante: tive que reduzir um pouco, temos apenas dois meses para entregar todos os pedidos. Fornecedor: Ai, ai... deste jeito você me complica, mas vamos ver o que conseguimos. Os pedidos estão sendo separados e encaixotados para serem entregues aos clientes no prazo combinado... Dois meses depois... Caixeiro-viajante: bom dia, Sr. Manuel, aqui está suas mercadorias. Comerciante A: Que ótima noticia, minhas encomendas são para amanhã. Caixeiro-viajante: Ajustamos nos processos operacionais, assim conseguimos cumprir nossos prazos, e satisfazer nossos clientes. Vamos aproveitar já para fechar novos pedidos. Comerciante A: Claro, anote ai meu pedido. Desta vez vou precisar de... Como pode ser observado no case do caixeiro-viajante, a logística de abastecimento era bastante deficitária, apresentava problemas na comunicação entre fornecedores e clientes (falta de integração sistêmica), demora no prazo de entrega, etc. Além, dos aspectos apresentados, os estabelecimentos comerciais ainda sofriam com o vencimento de alguns produtos em suas prateleiras, uma vez que não era feito nenhum estudo para aquisição dos produtos, muito menos levar em consideração as necessidades de cada consumidor. Como conseqüência os custos de comercialização eram bastante elevados, mas ainda neste período devido à falta de concorrência e o pioneirismo deste período, os custos eram absorvidos facilmente pelos consumidores. Uma vez que estes não tinham outra opção para aquisição dos produtos desejados. Com o passar do tempo a comercialização realizada nos armazéns já não atendiam mais as necessidades da população, uma vez que estas passaram a procurar produtos mais sofisticados, principalmente nos segmentos de vestuário e artigos de decoração. No ano de 1872 nos Estados Unidos foi fundada a empresa Montgomery, a qual aproveitou a demanda latente no mercado e o sistema postal americano que recebia incentivos do governo para remessas postais destinadas a zonas rurais. Iniciou-se a comercialização de seus produtos por catálogos, esse sistema oferecia a empresa maior abrangência territorial de seus produtos e acesso a uma variedade de produtos aos seus clientes. Neste novo processo de comercialização as empresas passam a realizar a comercialização por catalogo, o qual possibilitou a centralização do estoque, o que trouxe a empresa: - Eliminação de intermediários para comercializar seus produtos. - Maior mix de produtos; - Agilidade e rapidez na distribuição de seus produtos. - Possibilidade de ofertar do produto a preços mais acessíveis. SCM - Supply Chain Management 8 Essa forma de comercialização também apresentava um gap, pois os clientes sentiam falta do contato físico com o produto, o que muitas vezes impossibilitava o fechamento de uma venda. Em resposta a essa carência surge às lojas de varejo, quais criam mecanismo de gestão buscando a satisfação constate do cliente. Porém nessa nova forma de comercialização ocorrem algumas irregularidades, tais como: - Cuidado com a devolução de produtos as lojas. - Distribuição física do produto. - Criar mecanismo que garanta a credibilidade do estabelecimento comercial. Depois das lojas de varejos, surgem as lojas especializadas, as quais exploram comercialmente um segmento especifico de mercado. Podemos citar como exemplo, lojas de decoração; lojas de vestuário infantil, etc. Com o desenvolvimento dos transportes, as lojas especializadas naturalmente se deslocaram para as regiões centrais. Fatores como a especialização, e maior diversificação da demanda foram fatores que impulsionaram nos EUA ao segmento farmacêutico. Estes segmentos passam ofertar outros produtos além dos remédios, surgindo assim a drugstore, o qual mantém a finalidade básica do negócio que é comercialização de remédios, mas passam a negociar outra linha de produtos de baixo valor, mas de maior giro. Seguindo as necessidades de consumo e a tendência evolutiva da demanda, ao final do século XX, uma nova forma configuração do comércio entra no cenário americano, que são as lojas de departamento, as quais ofertam uma série de produtos variados, em um único estabelecimento comercial divido por linhas de produtos. Essa nova configuração do comércio impulsionou adequações logísticas, para atender a demanda, forçando os comerciantes a se preocuparem com a especialização da mão de obra, construção de depósitos, adequação dos veículos ao tipo de produto comercializado, e conseqüentemente melhor nível de serviço ao cliente. Podemos observar ao longo da história do comércio que o surgimento dos supermercados ocorreu um pouco tarde, devido a fatores como: - Comercialização descentralizada de produtos ocorria em vendas; açougues e as padarias; - Predominava a venda fiada com anotações na caderneta; - Compras feitas em baixo volume, por falta de recursos tecnológicos para conservação dos alimentos adquiridos. - Acesso a recursos privilegiados como: geladeira e o automóvel. No Brasil somente no ano de 1950, com a entrada da indústria automobilística e a disseminação da geladeira no ambiente doméstico, tornou-se possível a implantação do supermercado na rede varejista. A primeira tentativa de criação de um supermercado no Brasil foi em 1948, mas somente em 1952 surgiu na rua da consolação o primeiro supermercado o Sirva-se, com vendas diversificadas de produtos e o conceito de auto-atendimento, o qual posteriormente foi incorporado ao grupo pão de açúcar inaugurado em 1959. Com a popularização do automóvel, a rede de supermercados torna-se o primeiro segmento de varejo a inaugurar lojas em áreas suburbanas e nos bairros, o que mais tarde se torna uma tendência para outros segmentos varejistas. O que acabou impulsionando o surgimento do shopping center visando atender as necessidades de consumidores mais exigentes. Outra evolução compreende a criação de lojas de descontos como as autlets, essas são operadas diretamente pelo fabricante, os quais passam a ter contato direto com o consumidor final, tendo a oportunidade de identificar os hábitos de consumo de seus clientes. Figura 3 - Investimento na indústria automobilística brasileira Fonte da imagem: www.projetosurbanos.com.br SCM - Supply Chain Management 9 De corrente das novas formas de fazer comercio atrelado à evolução tecnológica surge os varejossem lojas físicas, o e-commerce passa a ocupar um espaço significativo na comercialização dos mais variados produtos comercializados no comércio. Toda essa evolução força os empresários e repensar suas operações logísticas, uma vez que seus clientes tornam-se cada vez mais exigentes, e a concorrência mais acirrada. O CONSUMIDOR E SUAS NECESSIDADES Olá, caro aluno (a), nesta aula iremos entender as aflições que interferem na decisão do consumidor no momento de aquisição um bem. Boa aula! As Interferências no ato da compra Para melhor entendimento da dinâmica do comércio varejista, se faz necessário compreender que as relações interpessoais neste setor são estruturadas com base numa série de fatores de natureza econômica, social e tecnológica, as quais norteiam o comportamento dos consumidores, varejistas e fabricantes. Faz-se necessário compreender que o consumidor final é impulsionado a comprar produtos e serviços visando sempre em atender as necessidades de seu domicílio. Dessa forma as empresas precisam buscar mecanismo de aquisição de produtos que possibilita o repasse de uma variedade de produtos com preços bastante acessíveis. Os consumidores são impulsionados pelas seguintes necessidades e/ou expectativas quando precisam decidir o que comprar. - A obtenção de informações sobre o bem desejado. - Qualidade do produto. - Transferência de propriedade, cumprimento do prazo de entrega. - O atendimento de suas expectativas em relação ao bem adquirido, adequação ao uso. - Credibilidade na relação comercial, confiança e parceria. - Garantias da continuidade da relação, pós-venda. Dentro deste contexto a logística precisa ser trabalhada para garantir a satisfação do consumidor final, desenvolvendo atividades que vão de encontro com as necessidades e/ou expectativas de cada cliente. A Logística e suas interfaces A forma de fazer negócio no mundo contemporâneo passou por transformações significativas, impulsionadas por: - Avanço da tecnologia. - Disseminação da informação. - Entrada de novos atores no segmento varejista. - Mudança de perfil do consumidor, etc. Para acompanhar essas transformações impactantes ocorrido no comércio varejista, a logística teve que ser adaptada às necessidades atuais de negócios. O empreendedor teve que aprender a olhar a logística por outro ângulo, deixando de lado a visão equivocada de que a logística era apenas o departamento gerador de despesas. Com essa nova percepção, o empreendedor passou a enxergar na logística a grande oportunidade de melhorar seu sua atuação no mercado, e conseguir definitivamente agregar valor ao negócio e garantir a satisfação do cliente e manter a rentabilidade de seu empreendimento. Entre as possibilidades percebidas na logística para o beneficiamento dos processos de comercialização foram identificadas as seguintes ações: 1. Melhorar a atividade de armazenagem dos produtos, levando em consideração fatores como: características do produto; informações em tempo real; questões relacionadas à legislação fiscal (prática da movimentação usando PEPS ou UPES); maximização e otimização dos espaços de estocagem (uso da verticalização); etc. 2. Aplicação de recursos tecnológicos a favor da logística: adoção de sistemas como WMS (Warehouse Management System); TMS (Transportation Management Services); aplicação de sistemas de monitoramento e rastreamento de carga; utilização de etiquetas inteligentes com dispositivos RFID; leitor óptico; etc. SCM - Supply Chain Management 10 3. Desenvolvimento e aplicação de técnicas logísticas como: roteirização das entregas; consolidação de carga; Cross-docking; Milk run; etc. 4. A preocupação com a qualificação profissional dos colaboradores envolvidos nas atividades logísticas. 5. Tratamento do fluxo das informações envolvidas nas atividades empresariais, uma vez que são as informações que desencadeiam as ações que serão desenvolvidas, tais como: realização de entrega de pedidos; separação de materiais para posterior coleta; adequação dos volumes a serem transportados conforme solicitação do cliente; permitem a identificação de falhas nos processos; fornece feedback sobre os serviços realizados. Conforme as ações descritas acima, podemos concluir que a logística está ligada diretamente ao produto, e que ela deve garantir à disponibilidade do bem no momento desejado, proporcionado a gratificação ou prazer do consumidor ao usufruir dos benéficos do produto adquirido. Dessa forma possibilitando a construção de uma relação de confiança e parceria entre consumidor e varejista, proporcionado a continuidade do relacionamento com a finalização de uma operação comercial perfeita. A Transação Comercial Provavelmente você já deve ter se encontrado numa situação conflitante durante o processo de compra de um produto, tendo que lidar com situações de natureza psicológica, econômica e física. Podemos listar quatro elementos que exigem maior atenção do consumidor ao adquirir um produto: Figura 5: Comercialização Fonte da imagem: http://www.rozados.com.br/images/ComercializacaoLojasP.jpg 1. O capital necessário para o fechamento da transação. 2. Quanto tempo será necessário para obter informações que irão permitir maior avaliação do bem desejado. 3. Tensão e a incerteza relacionada ao quanto de energia será gasta na obtenção de maiores informações que irão garantir o bom negocio. 4. A preocupação com o transporte da mercadoria adquirida. Dentro deste contexto a logística pode contribuir para minimizar a preocupação com o transporte, uma vez negociado juntamente com o cliente a empresa terá melhor condições de realizar a entrega do produto, sendo transferida para empresa a preocupação com: - Garantir a entrega do produto dentro do prazo negociado. - Preservar a integridade física do produto. - Redução de gastos operacionais. - Buscar a satisfação do cliente. Agora, iremos analisar o lado do comerciante, o qual tem como foco principal alcançar a satisfação do cliente, sem deixar de lado a busca frenética pela redução de custos e a maximização de sua receita. Para isso se faz necessário o comerciante se atentar aos seguintes fatores: - Desenvolver mecanismos que garantam a obtenção de margem de rentabilidade que garante a sobrevivência e a expansão dos negócios. - Oferecer um mix de produtos. - Buscar sempre obter vantagens diferenciadas sobre seus concorrentes. - Ter a preocupação com a localização e o dimensionamento de seu estabelecimento prevendo a possibilidade de crescimento futuro da empresa. - Conhecer o mercado em qual está inserido, - Atentar-se aos avanços tecnológicos relacionados ao segmento de atuação. - Procurar obter o máximo de conhecimento das necessidades e anseios de seus conhecimentos. - Ficar atento as restrições governamentais e institucionais que podem prejudicar o negócio da empresa. SCM - Supply Chain Management 11 Os fatores listados acima devem ser respeitados pelo comerciante, uma vez que a não adequação dos processos desenvolvidos pela empresa podem comprometer a rentabilidade e sobrevivência do negocio. E para melhor compreensão do que estamos falando veja o case abaixo: Case: Descomplicando a logística O diretor de operações da empresa Gama Ltda. ao analisar os KPI’s – Key Perfomance indicators - (Indicador Chave de desempenho), referente ao primeiro semestre de 2011, constatou que empresa vem apresentando um desempenho operacional muito abaixo das expectativas de seus clientes. Diante de tal situação convocou sua equipe para uma reunião, tendo como objetivo identificar o que está acontecendo com a operação logística da empresa. Durante a reunião, foram apresentados os seguintes problemas: Gerente de Transportes: Sr. João atualmente a estamos trabalhando com um volume de entregas acima denossa capacidade, pois temos uma limitação de veículos, o problema de trafegabilidade, o que reduz o numero de veículos que podem ser utilizados para as entregas e coletas no centro expandido da cidade. Diretor: Sr. Guilherme Já falamos sobre isso na reunião do mês passado, ficou acordo que o senhor iria buscar mecanismo para resolver esse problema, o senhor não fez isso? Ger. Transporte (Guilherme): Até tentei Sr. João, mas estamos atolados de serviço e não tive como parar para buscar uma solução para o problema. Diretor: Mas o Sr. não pode simplesmente não fazer nada, pois tem que arrumar um tempo, se não o problema só vai piorar. Ger. Transporte: Ok, vou dar um jeito. Diretor: Isso, Sr. Guilherme de um jeito o quanto antes, mas quero ver uma proposta em minha mesa na próxima segunda-feira. E o Sra. Thainá, o que tem a dizer sobre as operações de armazenagem? Gerente de armazém (Thainá): Veja bem, Sr. João estamos usando o máximo da capacidade da área útil de armazenagem, e o giro de estoque do nosso principal cliente está muito alto. Estamos perdendo muito tempo em armazenar para logo em seguida o material ter que ser liberado. E sinceramente não sei o quê posso fazer para mudar essa situação. Diretor: Faça um seguinte procure ajuda a uma empresa especializa em operações de armazenagem, não podemos perder nossos clientes, por má gestão. Ger. Armazém (Thainá): Sim senhor vou fazer isso assim que a reunião acabar. Diretor: Ótimo. Mas antes da implantação da melhoria quero olhar a proposta. Ger. Armazém (Thainá): Fique tranqüilo vou achar uma solução e chamamos o Sr. para mostrar. Já fora da sala de reuniões, Thainá e Guilherme trocam idéias... Guilherme: Nossa Thainá precisamos de um milagre para resolver nossos problemas, caso contrário estamos perdidos. Thainá: Pois é Sr. Guilherme, precisamos mesmo... mas eu já sei vou ligar para um consultor de operações logísticas, tenho certeza que ele terá um ótima idéia para resolvermos nosso problema. Caro aluno (a) Sendo você o consultor procurado pela Sra. Thainá, qual seria sua proposta para resolver os problemas apresentados nos departamentos de transporte e armazenagem? Para lhe ajudar temos algumas sugestões abaixo, pense e marque a alternativa que irá efetivamente resolver os problemas apresentados. Boa sorte! SCM - Supply Chain Management 12 Solução para o Transporte Opção 1. Terceirizar o serviço de transporte, uma vez que os colaboradores não estão sabendo usar os recursos disponíveis. O que está comprometendo os prazos das entregas e coletas da empresa. Opção 2. Aplicar a técnica de consolidação de carga e roteirização, a primeira irá permitir o agrupamento de um numero significativo de volumes a serem entregues pelo mesmo veículo; e a segunda irá possibilitar a criação de um roteiro de entregas mais econômico, levando em consideração as restrições de cada lugar e a capacidade de carga de cada veículo. Opção 3. Realizar as entregas à medida que os produtos vão sendo vendidos, assim não haverá entregas atrasadas, e a empresa não terá mais que se preocupar com o problema de atraso. Resposta* Solução para a armazenagem Opção 1 Treinar os colaboradores envolvidos nos processos de recebimento, estocagem e separação, pois colaboradores qualificados garantes o cumprimento das tarefas a eles delegadas. Opção 2 Expor o problema para o cliente e solicitar que este reduza o volume de materiais enviados ao armazém, pois de nada adianta colocar em ordem se o cliente não respeitar a limitação de espaço apresentado pelo armazém. Opção 3 O ideal é liberar uma área próxima a expedição e orientar os demais colaboradores sobre os problemas ocorridos nos últimos meses, e passar a aplicar a técnica de cross-docking para esse cliente, apresentado os benefícios da operação para o mesmo. Assim seus problemas relacionados a atrasos na liberação de matérias estocados será resolvido, uma vez que o material não seguirá mais o fluxo normal de armazenagem. Resposta** ENTENDENDO O PROCESSO EVOLUTIVO DA OFERTA E DEMANDA Caro aluno (a), fico feliz em reencontrá-lo em mais uma aula. Espero que os assuntos já tratados até aqui, tenha feito você refletir sobre os desafios que o profissional de logística tem que administrar no dia-a-dia para alcançar a satisfação de seus clientes sem prejudicar a rentabilidade e a saúde financeira da empresa. Nesta aula, iremos entender como se deu o processo evolutivo relacionado ao desenvolvimento do perfil da demanda e oferta. Boa aula! Antes de entrar de cabeça no assunto proposto na aula, vamos fazer uma reflexão? Você já parou para pensar sobre os efeitos da oferta e da demanda nos processos logísticos desenvolvidos por uma empresa? Ops! Não responda agora, vamos estudar o conteúdo da aula, e ao término voltamos a nossa pergunta, tudo bem? Contexto histórico O processo de comercialização do varejo sempre teve como foco em atender as necessidades básicas focadas no domicílio. Todas as ações desenvolvidas pelas empresas de varejo visam conquistar a o consumidor final, situação essa que já constatamos nas aulas anteriores. Você se lembra? Quando pesquisamos nas bibliografias relacionadas ao processo evolutivo da oferta e demanda, identificamos * A resposta correta é a opção 2. ** A resposta correta é a opção 3. SCM - Supply Chain Management 13 que o referencial teórico tem como base a família padrão: Composta por pai, mãe e dois filhos em idade escolar. No período da Segunda Guerra Mundial, o governo americano realiza uma manobra de mobilização da população em grande escala, visando à produção de material bélico. Neste período a produção era realizada em grande escala, e para atender a necessidade a demanda foi adotado a seguinte estratégia: 1. Produzir produtos padronizados, sem a preocupação com os parâmetros de qualidade que conhecemos hoje. As indústrias americanas produziam de a todo vapor os mais variados produtos (aviões, tanques de guerra, jeeps, uniformes, materiais de primeiro socorros, etc.). 2. O volume produzido era impressionante, o que exigia o desenvolvimento de novas técnicas da administração da produção e elevados recursos financeiros. 3. Foram convocados todos os cidadãos americanos, homem e mulher que não foram para a guerra, foram treinados para trabalhar na produção dos insumos necessários a guerra. Claro que durante essa operação de guerra foram surgindo uma série de problemas de ordem produtiva, mas os mesmos serviram de base para a reinvenção da produção, buscando métodos mais baratos e ágeis na produção dos bens de consumo necessários a ocasião. Quando em 1945 é declarado oficialmente o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos saem vitoriosos, e com um parque industrial único, permitindo aos americanos utilizar os recursos disponíveis para suprirem as necessidades de consumo da população. O governo americano aproveita o espírito patriota que imperava no país, e convoca a população para atuar na indústria americana, visando assim, uma recessão na economia. A indústria americana se deparava com uma demanda latente por bens duráveis e produtos industrializados de consumo. A população comovida pela mobilização de guerra passa a trabalhar de forma exaustiva na indústria, objetivando o levantamento da economia do país. Ainda neste período o marketing era centrado na família padrão, e os produtos a principio produtos de forma padronizada sem nenhuma preocupação em ofertar produtos variados e com percepção de qualidade. Com o restabelecimento da economia e o padrão de vida americano crescendo, as indústrias passaram a mudar seus conceitos de oferta, buscando mecanismos para ofertar produtos variados, no inicio de forma moderada. Neste período também passa a ocorrer uma competição entre a indústria e o comércio, forçando uma evoluçãona sofisticação dos produtos ofertados. Essa situação também foi forçada pela mudança do perfil consumidor da população americana. As mudanças que podem ser observadas no pós- guerra, que mudaram o perfil do consumidor americano e conseqüentemente do restante do mundo são: a) A entrada da mulher no mercado de trabalho, impulsionada por necessidades econômicas e financeiras. b) Casais passam a ter filhos mais tarde, e em quantidade inferiores a seus antepassados; c) A expectativa de vida da população aumentou bastante nas últimas décadas. d) Surgimento de novos perfis de consumidor, provados por casais divorciados, solteiro morando sozinho. e) Mudança no mercado de trabalho, garantindo sucesso profissional e salários elevados para jovens talentos. f) A formação de novos grupos sociais, os quais apresentam hábitos de consumo mais sofisticados e diversificados. Como pode ser observado nas mudanças ocorridas no pós-guerra, tanto as indústrias quanto o comércio foram forçados a se reinventarem, tendo de ofertarem um mix de produtos ao mercado consumidor. Mudanças essas que podem ser observados no dias atuais, onde empresas produzem de forma customizada de acordo com as exigências de seu público alvo, Ou seja, a produção deixa de ser empurrada para ser puxada. Ocorre também alteração no horário de funcionamento das lojas e supermercados, uma vez que a procura por seus produtos passam ter maior concentração fora do horário comercial e aos finais de semana. Essa mudança atingiu seu ápice com a revolução tecnológica e a popularização do computador pessoal, ocorrida na década de 1980, tendo em vista a nova rotina da população, gerando a escassez do tempo disponível para ir aos estabelecimentos comerciais em horário SCM - Supply Chain Management 14 comercial. Surgem as lojas virtuais, ofertando um mix de produtos 24 horas por dia, sete dias por semana, e trezentos e sessenta e cinco dias por ano, possibilitando ao consumidor adquirir os produtos desejados a qualquer momento. Decorrente dessas mudanças o mercado varejista e os fabricantes necessitam cada vez mais, buscar informações que traduzam os hábitos e anseios de seus clientes. Ficando essa tarefa para o setor de marketing da empresa que precisa identificar as necessidades latentes e criar produtos e serviços visando suprir essas necessidades. Mas as empresas precisam entender que a resposta a esses diferentes tipos de demanda podem ser encontrada com o apoio da logística, que nem sempre era envolvida nas questões estratégicas das empresas. Vamos ilustrar isso com um exemplo: Se uma empresa tem a preocupação com a falta de produtos em suas prateleiras, ela precisa entender as oscilações na demanda desses produtos, e a partir daí desenvolver mecanismo para conciliar a logística de abastecimento ao período de maior procura. Dessa forma poderá desenvolver um trabalho em conjunto com todas as áreas da empresa envolvidas no processo, visando garantir a disponibilidade de seus produtos em sua prateleira. Nos dias atuais se faz necessário que a empresa passe a desenvolver suas operações de forma interligadas, as áreas de uma organização não podem mais competir entre si. Nos dias de hoje as áreas precisam entender que suas ações interferem nos negócios desenvolvidos por outras áreas e que todas buscam a rentabilidade da empresa que esta ligada incondicionalmente a satisfação de seu consumidor final. Case: A informação na logística é tudo, e o compartilhamento é muito mais. O gerente de uma empresa de alimentos negociou com uma grande emissora de televisão um espaço em horário privilegiado no canal aberto para gerar uma demanda para o seu produto “caldo de galinha”. Depois de todas as negocias e cuidados com a multiplicação das informações para as áreas envolvidas, vendas, logística, produção, etc. o diretor de marketing da empresa ficou aguardando a exibição de sua propaganda na tal emissora. Porém, duas semanas antes do dia de transmissão da promoção, o gerente da empresa de alimentos, recebe uma ligação do gerente de marketing da emissora, com uma proposta irrecusável. Este lhe anuncia que ouve uma desistência do anunciante que antecedia sua data de transmissão e foi lhe oferecido um desconto de 50% no valor do espaço para o mesmo dia da semana, porém com antecedência de 7 dias. O gerente da empresa de alimentos confiante que estava fazendo um grande negócio aceitou a proposta sem consultar os departamentos envolvidos para verificar se essa mudança na programação teria algum impacto prejudicial ao projeto. Chegando no dia da transmissão da promoção na TV, ocorre tudo conforme esperado, e o gerente de marketing da empresa fica super feliz, pois todo seu esforço seria recompensado com um aumento significativo das vendas do “caldo de galinha”. Mas para sua surpresa ele é chamado pelo diretor de operações da empresa é recebe a noticia de o anuncio surtiu um feito bastante positivo e que possibilitou o aumento das vendas de seu principal concorrente. Indignado o gerente questionou o diretor, como assim, o comercial foi feito de uma forma bastante persuasiva tenho certeza que as donas de casa foram comprar nosso produto nos supermercados. E o diretor lhe diz o seguinte: realmente foram, mas infelizmente nosso produto ainda não havia sido entregue a rede de supermercado, pois de acordo com a programação, a produção desse lote está ocorrendo esta semana, e a entrega programa para o próximo sábado para atender a demanda que seria gera também no próximo domingo. Será que o senhor consegue me explicar o que deu errado nesse projeto? Caro aluno (a), você se lembra da pergunta feita no início desta aula? Se não, por favor, leia a questão novamente apresentada no inicio da aula. Para melhor entendimento do questionamento feito e do case apresentado, iremos discutir sobre este assunto no chat, que será marcado posteriormente. Até breve, Abraços! SCM - Supply Chain Management 15 O COMÉRCIO VAREJISTA NO FUTURO Caro aluno (a), Provavelmente você já deve ter se perguntando inúmeras vezes a seguinte pergunta, “aonde este mundo vai parar?” Questionamento este impulsionado por conta dos acontecimentos ocorridos em nosso cotidiano, que muitas vezes nos leva a imaginar como será o mundo no futuro. Para melhor entendimento da evolução do comércio, nesta aula, iremos abordar as últimas divulgações feitas nos canais de comunicação de massa, sobre as tendências do comércio varejista. Boa aula! A mudança impulsionada pelo avanço tecnológico De acordo com dados publicados em março de 2011 pelo IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, o número de pessoas com acesso a internet chega aproximadamente a 73,9 milhões. A partir dessa informação podemos prever qual a tendência para o comércio num futuro não tão distante? Aquela forma tradicional de comercialização, onde o cliente saia batendo perna no comércio para buscar melhores condições de aquisição do bem almejando já não reflete mais a realidade das operações comerciais feita no país. Tão pouco a forma que os comerciantes disponibilizavam seus produtos para o consumidor, nas prateleiras das lojas físicas, isso também está mudando. Atualmente o consumidor pode encontrar facilmente o bem desejado disponível para aquisição, 24 horas por dia, 07 dias por semana e 365 dias do ano, sem sair de casa, fazendo uso da rede mundial de computadores (internet). Fazendo uso dessa tecnologia os estabelecimentos comerciais encontram uma nova forma de se comunicar com seu cliente e vender em grande escala, podendo ainda maximizar sua rentabilidade. Claro que para isso se faz necessário a adequação de uma série de recursos que possibilite a realização da compra. As empresas devem ajustar os recursos tecnológicos relacionados às seguintesatividades: - Fluxo e controle das informações trocadas entre cliente e fornecedor. - Agilidade no picking do produto. - Segurança. - Rastreabilidade do pedido e da mercadoria. - Gerenciamentos de transporte e armazenagem. - Outros. Vejamos agora uma tendência apresentada no setor supermercadista em uma região nobre da cidade de São Paulo: Microcomputador substitui carrinho no supermercado. Em 2002, a loja de supermercado Emporium São Paulo, localizada em Moema, implantou um sistema para reduzir o tempo gasto na realização das compras. O cliente quando entra na loja em vez de pegar um carrinho para colocar suas compras e depois entrar na fila, registrar tudo no caixa, e depois colocar na sacola e levar até o carro, ele pode optar em usar um Palm top (computador de mão). Com essa ferramenta tecnológica o consumidor passa pelos corredores e registra os produtos de seu interesse, depois passa no caixa, onde é descarregado seu pedido, efetua o pagamento e os produtos comprados são entregue em seu endereço. Fonte:www.venturinicomunicacao.com.br/clipping/ emporium_sp Reportagem escrita por Sandra Motta. Caro aluno (a), ao ler o texto acima sobre o caso do Emporium são Paulo, tente imaginar qual séria a estrutura física necessária para essa loja, caso todos os seus clientes aderissem ao novo método de compra. Pense também em qual seria a logística adequada para este tipo de operação. Até breve, abraços! Outra tendência no segmento varejista é a integração da TV com a internet, onde o consumidor poderá escolher entre as diversas ofertas mostradas na televisão e poderá realizar suas compras, efetuado seu pedido na rede pagando com cartão de crédito ou outra moeda digital. SCM - Supply Chain Management 16 Esse sistema requer a integração da internet com a TV, e o serviço dever ser a principio vinculado a TV e sua disseminação em nosso país vai depender da expansão da demanda. Uma situação favorável para a empresa do varejo que usa os recursos tecnológicos disponíveis é poder obter dados mais relevantes sobre seus consumidores e poder criar mecanismos que possam contribuir com o aumento das vendas. Ainda poderá fazer uso de técnicas como postponement visando uma demanda futura de um determinado bem. De acordo BALLOU (2001), postonement é um conceito onde as operações de distribuição e manufatura são finalizadas somente após o conhecimento da demanda por determinado produto. Vale apena ressaltar que utilizando dos recursos tecnológicos disponíveis o varejista poderá alcançar a satisfação do cliente com maior facilidade, uma vez que este poderá obter dados mais concretos do sobre seus clientes. Os dados poderão ser obtido por meio de cartões de eletrônicos de identificação, cartões de crédito, ou utilizando de etiquetas inteligentes RFID, as empresa varejistas poderão coletar informações preciosas e, ao mesmo tempo, os consumidores poderão transmitir suas necessidades e anseios aos comerciantes. Figura 6: Integração TV a cabo e a Internet Fonte da imagem: http://2.bp.blogspot.com/-EGt3H_NG0g0/TlGV78FDAkI/ AAAAAAAAFWM/Q3b3X_501FY/s1600/tv%2B%2Bcabo1.jpg Conforme observado por Novaes (2008), o perfil do consumidor está mudando devido a dois fatores relevantes, o primeiro está relacionados à mudança demográfica, onde a expectativa de vida aumentou em 16,% nas últimas duas décadas, segundo informação divulgada pelo IBGE em dezembro de 2010. Forçando o comércio varejista a buscar mecanismo que possibilite melhor adequação da oferta de produtos e serviço visando atender melhor a necessidade dos consumidores maduros, ACEVEDO (2007). Esse novo consumidor tende a mudar as opções de consumo, uma vez este apresenta renda menor e tendem a gastar mais com viagens, cuidados com a saúde e lazer. O segundo fator esta relacionado à questão socioeconômico, onde o consumidor de classes mais baixa, passa a representar uma fatia expressiva do consumo no varejo. Segundo dados publicados pelo Boston Consulting Group em 2002 esses consumidores representam 38,5%, a participação deste público força as empresas de varejo a ofertar um mix de produtos que vá de encontro com as necessidades de consumo deste público, essa adequação poderá possibilitar o aumento do market share das empresas que se adequarem a essa nova realizada. Neste cenário se faz necessário melhor entendimento do comportamento do consumidor, obrigando as empresas a obter mais informações sobre as necessidades, preferências e hábitos de compra, em um nível bastante individualizado. De acordo com Novaes (2008), existem quatro formas básicas de consumo que desafiarão os varejistas na presente década: 1. Consumo rotineiro: os varejistas terão o desafio de atender as necessidades abastecimento de consumidores que buscam adquirir os produtos consumidos no dia-a- dia em um único local, associando preço baixo, qualidade dos produtos ofertados e entregas mais eficientes de menor custo. 2. Consumo voltado para soluções específicas: para buscar a satisfação desses clientes o varejista deverá investir em relações interpessoais com seus clientes, para melhor entender suas necessidades pontuais de consumo. Podendo assim, oferta o produto ou serviço desejado no primeiro momento em que o cliente procurá-lo. SCM - Supply Chain Management 17 3. Consumo de auto-expressão: o desafio neste caso esta relacionado à adequação do produto e serviço ofertado para consumidores que são motivados pela satisfação de seu ego, desejos e não por necessidades, e não se importam em pagar preços elevados para adquirir o bem almejado. 4. Consumo com motivação de descobrimento: neste caso a impulsividade está presente, pois o consumidor irá consumir um produto quando este possibilitar a ele a sensação de triunfo. Sensação gerada por ter conseguido encontrar um produto novo ou raro por um preço bastante atraente, o qual não poderia deixar de comprar. As mudanças nos hábitos de consumo forçam as lojas de varejos desenvolverem posturas mais inteligentes, buscando novas tecnologias visando melhor utilização dos espaços disponíveis e a maximização da produtividade de seus colaboradores. Poderá ser observada uma tendência crescente na utilização de soluções logísticas na substituição de mão de obra na execução de tarefas corriqueiras. Nos dias atuais tornou-se comum encontramos empresas atuando nos segmentos virtuais denominados: - Business to Business – B2B: comércio eletrônico entre empresas, o qual substitui as transações físicas que envolvam as transações comerciais, por processos eletrônicos. - Business to Consumer – B2C: relações comerciais realizadas por empresas diretamente com o consumidor final, onde a transação comercial ocorre por meio eletrônico. Essa tendência de comércio foi impulsionada pela evolução tecnológica atrelada a escassez do tempo dos mais variados tipos de consumidores, os quais encontraram no comércio eletrônico a possibilidade de suprir a necessidade de tempo com a redução do custo de aquisição do produto desejado. Quando analisamos a história da humanidade, conseguimos perceber claramente a evolução da espécie abordada por Charles Darwin, não só em aspectos físicos, mas também em padrões de comportamento. Os quais foram moldados por uma sociedade impulsionada por necessidades diversas, as quais buscam no ambiente coorporativo recursos diversos para suprir tais necessidades. Paralelamente a essa evolução as empresas também acompanharam o ritmo da evolução social, e conseqüentemente as atividades desenvolvidas por essas organizações também passaram por reestruturação para acompanhar a mudanças exigidas por tais ambientes. Com a nossa logística não foi diferente, assim podemos destacar essa evolução em quatro fases distintas, conforme NOVAES (2008). O autor aponta como a primeira fase a atuaçãosegmentada da logística, onde os processos produtivos eram desenvolvidos com a finalidade de atender as necessidades latentes no mercado. Não havia a preocupação com a oferta de um mix de produtos, a produção seguia um esquema de padronização focando na produção em grande escala de um único produto. Para melhor compreensão, veja o exemplo abaixo: A indústria americana que passou a produzir no período de pós Segunda Guerra Mundial geladeiras padronizadas sem muitos recursos e apenas na cor branca. Nesta fase fica visível a individualidade nos processos logísticos, Não havia ainda os sofisticados sistemas de comunicação, situação que impactava em toda cadeia logística. Uma vez que as informações não ocorriam em tempo real, impossibilitando a visibilidade real dos itens em estoque, impactava na venda e distribuição dos produtos vendidos. Ilustração da situação relatada nesta fase. Quando um cliente entrava em uma loja pra comprar um determinado produto, e questionava o vendedor sobre a disponibilidade do item, este fica sem saber o que responder, pois nem ele tinha a informação precisa sobre a situação do estoque do estabelecimento em que ele trabalhava. Então ele levava o cliente até uma mesa de atendimento, olhava o catalogo e às vezes ligava no estoque para saber se tinha realmente o item disponível em estoque, o que muitas vezes não refletia a realidade e acaba gerando atrasos na entrega do item comprado. SCM - Supply Chain Management 18 Além do problema de comunicação apresentado nesta fase, também se encontrava uma perda bastante acentuada com o custo de instalação dos estoques, pois os produtos e demais insumos necessário no processo de comercialização da empresa ficam diluídos em vários estoques ao longo da cadeia. O foco principal nesta fase era apenas em adequar a quantidade de item ao pedido, e encontrar alternativas econômicas de transportes para atendimento das necessidades de movimentação e distribuição física. A segunda fase é caracterizada por uma integração rígida, neste período o consumidor passa a ser estimulado pelos profissionais de marketing a buscar produtos diferenciados. Essa situação força as organizações realizarem adequação da produção, buscando ferramentas para ajustar a oferta dos produtos de acordo com a demanda. Nesta fase fatores como a crise do petróleo contribui para a busca incansável pela redução de custos logísticos, uma vez que o transporte passa a representar um dos maiores custos no processo de comercialização, conseqüentemente encarecendo o produto final. As empresas passam a fazer uso dos diversos modais de transportes na tentativa de reduzir custos, outro fator que favorece na tentativa de reduzir custos é o emprego ainda sutil da informática. A realização das atividades empresariais ainda ocorria de forma individualiza, onde a produção tinha a liberdade de determinar o quê e quanto seria produzido, assim como a área de vendas negociava junto ao seu cliente sem se preocupar com a capacidade produtiva da empresa em atender seu pedido. Essas situações geravam desconfortos internos que refletiam na rentabilidade da empresa, pois em alguns momentos tinha-se sobra de item em estoque devido à produção excedente, e em outros, falta de produtos para atender as vendas fechadas sem o respeito da capacidade produtiva. Neste período as empresas passam a racionalizar os processos e fazer uso rotineiro do planejamento, visando melhor utilização e emprego dos recursos disponíveis. Passa-se a buscar a integração racionalizada da cadeia de suprimento, mas inda de forma rígida, uma vez que as correções não ocorriam de forma dinâmica e em tempo real. A integração flexível representa a terceira fase da logística, que compreende a inter-relação da empresa com os demais parceiros da cadeia logística, porém ocorrida de duas a duas. Neste período o fluxo de informações é marcado pelo uso intensivo do EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados), possibilitando que as organizações troquem informações via sistema, possibilitando maior agilidade dos processos e tomada de decisões mais pontuais em relação aos acontecimentos organizacionais. É nesta fase que a logística apresenta evolução significativa impulsionada pela tecnologia disponível, tais como: - Introdução do código de barras. - Utilização de troca de informações via EDI. - Leitor de código de barras. - Sistemas de gerenciamento de estoque Warehouse Management System (WMS). Fica nítida nesta fase a preocupação das empresas com a satisfação de seus clientes e de todos os intervenientes envolvidos na cadeia de distribuição. A preocupação continua pelo alcance do estoque zero, e melhora sistemática e continua dos processos, está atrelada a prática de qualidade desenvolvida pela metodologia japonesa denominada de Kaizen. E finalmente a quarta fase da logística caracterizada pela integração estratégica, onde ocorre de forma mais intensa a integração entre todos os agentes da cadeia de suprimentos. Onde se faz necessário o conhecimento mais amplo dos processos produtivos, maior aproximação do envolvidos na cadeia de suprimentos, sejam esses fornecedores ou clientes. A logística passa ser tratada de forma estratégica, desenvolvendo mecanismo para agregar valor aos produtos ofertados no mercado, possibilitando maior competitividade para a empresa, tornando-se um diferencial de cunho estratégico. Nesta fase pode-se encontrar o desenvolvimento de atividades como: - Postponement (postergação). - Adoção mais precisa da política Just in Time. - Surgimento de empresas virtuais, as agile enterprises: fabricantes de produtos de alto valor agregado (componentes eletrônicos), localizados estrategicamente a grandes aeroportos, atuando de forma ágil na ponta de marketing e de fornecedores. SCM - Supply Chain Management 19 - Preocupação constante com o impacto da logística ao meio ambiente. - Adoção do conceito de SCM – Supply chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. - Aplicação do ECR – Efficient Cosumer Response (Resposta Eficiente ao Consumidor). A quarta fase da logística apresenta fatores de grande destaque em relação às demais fase, as quais contribui de forma significativa para o alcance dos objetivos organizacionais, onde são destacados por Novaes (2008), os seguintes: - Atuação voltada para a satisfação total do consumidor final. - Desenvolvimento e parceria entre os agentes da cadeia de abastecimento. - Transparência nas relações comerciais. - Busca continua pela redução de custos e a maximização da eficiência. O FUTURO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL Caro aluno (a), Nesta última aula será feito uma breve abordagem das atividades empresariais que irão desafiar os empreendedores e gestores logísticos. Uma vez que essas atividades quando mal conduzidas podem diluir a rentabilidade da empresa, e possibilitar ainda perda significativa de clientes. Nos próximos módulos do curso os temas aqui abordados serão apresentados com maior riqueza de detalhes. Boa aula! Canais de Distribuição Conforme visto nas aulas anteriores, todas as ações realizadas pelos fabricantes e varejistas são voltadas para atender as necessidades do consumidor final. Uma das atividades de maior importância é a distribuição física de materiais, a qual é contemplada pela escolha do canal de distribuição que irá disponibilizar o produto pronto para aquisição no ponto de venda. Neste tipo de atividade o grande desafio do profissional de logística é fazer a escolha mais adequada, entre os canais de distribuição disponíveis a o tipo de público alvo e o produto. Quando a escolha é feita de forma inadequada poder acarretar no baixo volume de vendas do produto oferta, ou ainda gerar conflitos entre os envolvidos nos canais de distribuição envolvidos. Os canais de distribuição existentessão: Logística Reversa Neste cenário o grande desafio da logística empresarial é desenvolver mecanismos eficazes para recolher ou retirar do mercado produtos obsoletos, lixo, ou material de descarte. A logística reversa exige adequação coerente das atividades de transportes, as quais precisam conciliar entregas com coletas de mercadorias, visando a redução de custos operacional. Outro desafio da logística reversa refere-se à adequação das atividades de descarte de resíduos, as quais devem ser feitas respeitando política da empresa e indo de encontro às leis ambientais vigentes. Canal Vertical Este tipo de canal a responsabilidade pela distribuição física do produto é transferida entre os segmentos envolvidos da cadeia de distribuição. Ex. Indústria – Atacadista – Varejista – Consumidor final. Canal Híbrido Qualquer parte da estrutura das atividades pode ser executada por mais de um elemento da cadeia de suprimento, quebrando a estrutura rígida. Ex. No nível da indústria pode aparecer serviços intermediários antes do consumidor final (Depto de vendas; Distribuidor; Serviços de pós-venda). Canal Múltiplo Nesta estrutura o consumidor final encontra o produto disponível em qualquer uma das estruturas anteriores. Possibilitando maior amplitude do mercado consumidor. Ex. A indústria optar por ofertar seu produto tanto no atacado quando no varejo. SCM - Supply Chain Management 20 A logística reversa pode ser divida em: I. Logística de pós-venda: compreende o retorno de produtos que após a venda surge à necessidade de regressar a origem por – rejeição do cliente; apresentou defeito; etc. II. Logística de pós-consumo: refere-se aos produtos que – tornaram-se obsoletos após um determinado período de usos e agora precisam ser retirados do mercado; ou produtos que após um determinado tempo de uso regressam a origem para reparos ou descarte. As empresas atualmente são motivadas ou forças a pensar na logística reversa por causa de questões ambientais, governamentais, ou visibilidade de mercado. CADEIA DE SUPRIMENTOS NO SÉCULO XXI Caro aluno (a), Nesta aula iremos contextualizar a evolução da cadeia de abastecimento, apresentado os principais aspectos que impulsionaram essas transformações. Boa aula! Desmistificando a Cadeia de Suprimentos A cadeia de suprimento engloba todos os estágios envolvidos, direta ou diretamente, no atendimento de um pedido de um cliente. Não inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas todos aqueles que desenvolvem atividades ligadas direta ou indiretamente com o abastecimento da empresa, tendo como intervenientes: » Transportadoras. » Armazéns ou depósitos. » Varejistas. » Clientes. São Incluindo no processo todas as funções envolvidas no pedido do cliente, como desenvolvimento de novos produtos, marketing, operações, distribuição, finanças e o serviço de atendimento ao cliente, entre outras. Uma cadeia de suprimento é dinâmica e envolve um fluxo constante de informações, produtos e dinheiro entre os diferentes estágios. Cada estágio da cadeia de suprimento executa diferentes processos e interage com outros estágios da cadeia. O motivo principal para a existência de qualquer cadeia de suprimento é satisfazer as necessidades do cliente, em um processo gerador de lucros. As atividades da cadeia de suprimento iniciam-se no momento que é fechado o pedido de um cliente, e a partir daí se processa uma série de atividades para atender a necessidade deste cliente, terminando somente quando o cliente satisfeito paga pela compra realizada. O termo “cadeia de suprimentos” representa um fluxo de informações, produtos e insumos, que se deslocam ao longo da cadeia de abastecimento no seguinte fluxo: Fonte: Adaptado do livro: Gestão da Cadeia Suprimentos e Logística – BOWERSOX, CLOSS & COOPER. Pg. 6 SCM - Supply Chain Management 21 Na cadeia de suprimento o consumidor final é o centro das atenções, pois todo o processo é desenvolvido para atender as suas expectativas e necessidade. Para tanto se faz necessário a integração da cadeia para agregar valor ao fluxo de materiais dentro da cadeia logística. No século XX era comum o consumidor final aguardar um prazo de 15 a 30 dias para receber o produto comprando em uma loja. Situação essa que era gerada por uma série de interferências ocorrida ao longo da cadeia de logística, mesmo as empresas mantendo estoque de peças e produtos acabados para atender a demanda, ocorriam imprevistos que geravam faltas de estoque, atrasos nas entregas, devido, em parte, ao grande número de variações no produto. As operações comerciais realizadas nesse modelo prevaleceram por muito tempo, devido à falta de alternativa com serviços superiores. Mas em pleno século XXI, as empresas foram forças a mudar a forma de comercialização, buscando na tecnologia ferramentas para satisfazer as necessidades dos clientes, que já não aceitam mais as mesmas condições de entregar realizadas no século passado. A grande tendência com crescimento constante da era da informação, e a conectividade entre empresas continuará impulsionando uma nova ordem de relacionamento denominado de gestão da cadeia de suprimentos. As práticas desenvolvidas nessa nova realidade de mercado são: » Melhoria continua da prática de marketing. » Fabricação customizada voltada para a satisfação do cliente. » A função compras sendo desenvolvida de forma mais estratégica, visando o pronto atendimento no abastecimento da cadeia, acompanhado da redução de custos de obtenção. » Adequação da logística as necessidades do cliente. Com a grande onda da globalização as empresas buscam além fronteiras oportunidades mais competitivas de negócios, descentralizando sua produção, e conseqüentemente desenvolvendo uma logística mais elaborada para atender suas necessidades de comercialização e satisfazendo seu cliente com produtos de alta qualidade com preço menor, e realizando entregas dentro dos prazos acordados. Fazendo uso de tecnologia já se torna uma realidade a preparação e entrega de produtos em horários mais exatos. Hoje se tornou um compromisso constante nas organizações à busca pela melhora continua dos processos, visando à máxima satisfação de seus clientes. O mercado apresenta um novo perfil de cliente que foca no pedido perfeito, onde este não tem mais paciência para as desculpas fornecidas pelas empresas para justificar falhas no processo que acaba com o pedido perfeito. Gestão Integrada Uma das preocupações das organizações desde a revolução industrial sempre foi o alcance de melhores práticas, as quais irão garantir melhores resultados com baixo custo. Desde então a gerência tem atenção voltada para a especialização funcional, a estrutura organizacional foca em departamentos, condições essas que se acreditava ser a fórmula para o sucesso de qualquer empresa. Porém o que pode ser percebido é que o grande desafio hoje da gerência é conseguir integralizar a especialização funcional ao desenvolvimento de processo mais eficientes. Pois a especialização funcional somada ao individualismo departamental torna-se atualmente a pior combinação em gestão. Os esforços ao alcance dos objetivos organizacionais devem ser compartilhados entre os envolvidos visando o menor custo total principalmente no tratamento dos trade off que surgem constantemente na cadeia de abastecimento. A gestão integrada de processos busca identificar e alcançar o menor custo total, equilibrando as compensações que existem entre as funções. Tendo como foco o menor custo total do processo, que não necessariamente significa atingir o menor custo para cada função envolvida no processo. Segundo os autores BOWERSOX, CLOSS & COOPER (2007), para melhor adequação da gestão integrada se faz necessário a atenção a três fatores imprescindíveis presente na cadeiade suprimentos. a) Colaboração: se faz necessário a preocupação entre os envolvidos na cadeia de abastecimento na busca constante de mecanismo que permita a colaboração mútua entre si. Uma vez que todos da cadeia de suprimento têm como foco principal o consumidor final. SCM - Supply Chain Management 22 b) Extensão empresarial: importante que as empresas compartilhem informações e desenvolvam condições para realização de serviços em parcerias, desmistificando o paradigma da especialização de processos. c) Prestadores de serviços integrados: analisar a possibilidade de terceirização de processos secundários, possibilitado a empresa focar no seu core business, e delegando a outras atividades secundárias, mas estratégicas para a empresa. Ex. transporte e armazenagem. Capacidade de Resposta Para garantir melhor adequação da gestão integrada, é importante que a empresa esteja preparada para responder de forma coerente a interferências do mercado. Essa preparação pode garantir melhores resultado em sua atuação no mercado. Vamos analisar os dois tipos de negócios que podem ser desenvolvidos e os impactos de cada um: 1º) Modelo de negócio preventivo: as ações da organização são desenvolvidas com base em previsões, o que muitas vezes não reflete a realidade do negócio da empresa e pode acabar levando ao fracasso, ou baixa rentabilidade. Esse tipo de negócio induz ao individualismo empresarial. 2º) Modelo de negócio reativo: primeiramente a organização negocia com o mercado para posteriormente desenvolver atividades para atender as expectativas de seu cliente. Esse tipo de negócio possibilitado à parceria entre os envolvidos da cadeia logística. Adiamento na Cadeia de Suprimentos Atualmente as organizações devem ter a preocupação com os processos produtivos, mas também devem pensar na cadeia como um todo, uma vez que podem existir fatores que comprometam a sobrevivência da empresa. Situações de adiamento no processo logístico tornam- se cada vez mais comuns, pois o gestor precisa aplicar medidas paliativas em diferentes situações. Segue abaixo duas situações adiamento: a) Adiamento da produção: com base nos recursos tecnológicos disponíveis hoje a empresa tem condições de iniciar sua produção somente após a validação total de um pedido por um cliente. Assim lhe garantido melhor adequação e aproveitamento dos recursos disponíveis para produção. b) Adiamento geográfico: neste caso a empresa decide produzir antes da venda dos produtos, disponibilizando o mesmo, em estoques localizados estrategicamente para posterior atendimento as vendas realizadas. O risco de perda do produto será minimizada se a empresa conseguir manter a mesma demanda, e fazer uso da tecnologia da informação para melhor processamento dos pedidos, garantindo rapidez no atendimento e maior giro de estoque. Sofisticação Financeira O gerenciamento da cadeia de suprimento realizado de forma adequado irá possibilitar a empresa uma rápida conversão dos produtos estocado em dinheiro em caixa. Situação essa que pode ser beneficiada com adequações do estoque ao volume de vendas realizadas em determinado período. Quanto maior for o giro de estoque mais rápida será a conversão de caixa. No entanto se faz necessária adequação de processos de estocagem tais como: » Definição de um layout operacional coerente com as necessidades de espaço e movimentação da empresa. » Utilização de tecnologia da informação para garantir maior controle e agilidade na manipulação de dados. » Treinamento da mão de obra. » Aplicação da metodologia da Curva ABC para os itens estocados. Outro fator que contribui com a rapidez na transformação de caixa, e a utilização da tecnologia da informação para processamento de pedidos e realização de pagamentos e recebimentos on line via TEF (Transferência Eletrônica de Fundos), agilizando assim, o fluxo de mercadorias físicas e dinheiro entre os parceiros da cadeia de suprimentos. SCM - Supply Chain Management 23 Redução do Tempo Ocioso Uma organização que trabalho isoladamente acaba tendo que absorvem o tempo de ociosidade com maior freqüência, uma vez que nem sempre ela estará utilizando o máximo dos recursos disponíveis o tempo todo. Já na cadeia de suprimento o tempo ocioso tende ser minimizado, uma vez que a organização pode centralizar tal atividade com outra empresa que colabora com a cadeia de suprimentos. Giro de Caixa Ao optar pela terceirização de um processo, transferindo ele para um parceiro na cadeia de suprimento, a empresa está economizando o capital que a principio era gasto para manter a estrutura. O valor economizado poderá ser utilizado em outro projeto que até então era impossibilitado por falta de recursos financeiros. Para melhor entendimento, vamos exemplificar. Uma empresa ao optar pela terceirização dos serviços de armazenagem, ela não terá mais o custo fixo (Mao de obra; equipamentos de movimentação; luz; água; instalações; etc.), para manter esta área em sua estrutura organizacional. Além de ganhar em valor agregado pela oferta de serviço especializado ela terá um custo variável, que irá oscilar de acordo com a freqüência de uso. Dessa forma, ela poderá utilizar o valor disponível em caixa para outras finalidades. FASES DE DECISÃO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS Olá, caro aluno (a), Nesta aula iremos abordar aspectos relacionados à tomada de decisões na cadeia de suprimentos. E entender como elas podem contribuir no alcance dos objetivos organizacionais. Boa aula! Introdução Uma organização é constituída com o propósito final de obtenção de lucro, nenhum empreendedor aplica seu capital disponível na criação de uma empresa, sem ter a expectativa de ver a multiplicação do capital investido. Porém só o investimento monetário não é suficiente para obtenção da rentabilidade esperada, se faz necessário o gerenciamento dos recursos disponíveis. Logisticamente falando, o gerenciamento da cadeia de suprimento bem sucedido poderá trazer ao empreendedor a rentabilidade deseja, mas para tanto, será necessário tomar algumas decisões relacionadas ao fluxo de informações, produtos e valores monetários. Na visão do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos essas decisões são classificadas em três categorias: 1. Estratégia ou projeto da cadeia de suprimentos. 2. Planejamento da cadeia de suprimentos. 3. Operação da cadeia de suprimentos. Estratégia ou projeto da cadeia de suprimentos A estrutura da cadeia de suprimentos de uma empresa poderá ser definida com base nos seguintes critérios: » Desenhar a cadeia levando em consideração os processos que serão desenvolvidos em cada estágio. » Adequar à capacidade produtiva ao local disponível, prezando pela excelência na armazenagem. » Coerência entre horários de expedição e os meios de transportes utilizados. » Adotar sistema de informação coerente com os processos organizacionais. Durante o processo de implantação da infraestrutura necessária para o projeto da cadeia de abastecimento, é importante tomar decisões pensando a longo prazo, pois qualquer alteração posterior irá gerar custos altíssimos. Para evitar surpresar futuras no projeto é importante o envolvimento de pessoas chaves, as quais poderão contribuir na identificação de necessidades de longo prazo. SCM - Supply Chain Management 24 Planejamento da cadeia de suprimento Deve-se tomar muito cuidado com as decisões a serem tomadas nesta fase para configuração da cadeia de abastecimento, pois as mesmas irão fixar o projeto desta cadeia. Aqui as operações são de curto prazo orientadas por um conjunto de políticas operacionais. Onde a configuração irá estabelecer as restrições dentro das quais cada planejamento deverá ser executado, a previsão de demanda será à base do planejamento, o qual terá que contemplaros seguintes aspectos: » Adequação do estoque. » Fabricação, terceirizar ou não? » Definição de políticas estocagem e reabastecimento. » Dimensionamento das campanhas de marketing. » Políticas para tratamento de incapacidades de atender um pedido, reservas de espaço. As decisões devem ser tomadas com base nas incertezas do mercado como por exemplo. demanda; oscilação do câmbio e concorrentes. Operação da Cadeia de Suprimentos Deve ser definido qual o período de tempo operacional para cada tipo de pedido e cliente. Ocorrendo assim, a distribuição de pedidos individualizados para estoque ou produção, determinando as datas de atendimento, inventário de materiais, adequação do pedido ao meio de transporte, e demais ajustes necessários para o cumprimento dos acordos pré-estabelecidos entre cliente e fornecedor. Visão do processo de uma cadeia de suprimento Na cadeia de suprimentos são desenvolvidos uma série de processos os quais ocorrem em diversos estágios da cadeia e também internamente em cada um deles. Tendo a necessidade de um o perfeito entrosamento para atender as necessidades de um cliente na aquisição de um determinado produto. Os processos desenvolvidos podem ser visualizados de duas formas: primeira compreende a visão cíclica e a segunda refere-se à visão push / pull. Vamos entender as visões apresentadas: Visão Cíclica Essa denominação decorre de uma série de ciclos desenvolvidos ao longo da cadeia, sedo que cada um é realizado na interface entre dois estágios sucessivos de uma cadeia de suprimentos. Podemos assim, identificar os seguintes ciclos: a) Ciclo do pedido do cliente: este ciclo inicia com a interação entre cliente e varejista, incluindo todos os processos necessários para o atendimento do pedido. O objetivo principal deste ciclo é a satisfação do cliente final. b) Ciclo de reabastecimento: sua incidência se dá entre o varejista e o distribuidor, englobando todos os processos ligados ao reabastecimento dos estoques do varejista. Este ciclo visa à reposição de um item que pode vir faltar no estoque do varejista, em alguns caso o reabastecimento pode ser feito por um distribuidor que possui estoque de produtos acabados, em outros casos, o reabastecimento pode ser feito diretamente pela linha de produção do fabricante. c) Ciclo de fabricação: o processamento deste ciclo ocorre na interface entre distribuídos e fabricante, podendo também ser entre varejista e fabricante, visando o reabastecimento dos destoques tanto de um quando do outro. O ciclo de fabricação é acionado pelos pedidos dos clientes, pelos pedidos de reabastecimento de um varejista ou distribuidor, ou ainda pode ocorrer pela previsão de demanda dos clientes e pela disponibilidade atual de produtos nos estoque de produtos acabados do fabricante. d) Ciclo de suprimentos: neste ciclo a interface se dá entre fabricante e fornecedor, incluindo todos os processos necessários para garantir a disponibilidade dos insumos necessários para que a fabricação ocorra sem atrasos. Nos ciclos anteriores os envolvidos trabalham com a incerteza relacionada a demanda de clientes, neste ciclo o pedidos são realizados com precisão uma vez que o fabricante já tem a programação do que e quanto vai ser produtos para atender todos envolvidos na cadeia de suprimentos. SCM - Supply Chain Management 25 A divisão dos ciclos aqui apresentados nem sempre serão possível de serem identificados separadamente em toda cadeia de suprimentos, pois em alguns casos as atividades são agrupadas de acordo com critérios internos da organização. Visão de Processos Push/Pull Os processos produtivos desenvolvidos na cadeia de abastecimento são impulsionados duas ações, as quais são denominadas de: a) Produção empurrada – (PUSH): aqui encontramos a produção realizada pela empresa antes da demanda, desencadeada com base em uma previsão de demanda realizada pela empresa, e a partir daí inicia-se o processo produtivo, com expectativa de que todos os bens produzidos sejam consumidos. b) Produção puxada – (PULL): a empresa só inicia o processo produtivo de um bem quando já existe um lote vendido, ou seja, visa responder aos pedidos dos clientes. Neste caso, a empresa trabalha já com a receita prevista, uma vez que toda produção já está vendida. Como pode ser observado o ciclo produtivo pode ser estimulado por duas ações distintas, as quais devem ser analisadas pela empresa, pois tanto uma quanto a outra, vai exigir planejamento dos recursos disponíveis para o alcance dos objetivos da empresa. Caro aluno (a), Convido você a realizar uma breve pesquisa na empresa em que trabalha para identificar qual é o tipo de produção desenvolvida na preparação dos produtos ou serviços. Mesmo que você atue no segmento de serviço existe a possibilidade de identificação das ações de start do processo produtivo. Para melhor orientá-lo (a), em sua pesquisa levantamos o seguinte questionamento: As ações produtivas da empresa que você trabalha são desenvolvidas usando qual método PUSH ou PULL? Quais os reflexos dessa ação na cadeia produtiva da empresa? Colete os dados de sua pesquisa e reserve, pois iremos discutir os resultados no chat, que será marcado no decorrer do curso. Boa pesquisa! AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO INSUMOS Olá, caro aluno (a), Nesta aula iremos abordar a inter-relação das atividades de compras e manufatura com a cadeia de suprimentos. Analisando aspectos importantes para o atendimento das expectativas do cliente final, quanto à qualidade dos produtos almejados. Boa aula! Qualidade para quem? A percepção de qualidade de um produto é muito relativa, será? Vamos pensar um pouco. Quantas vezes você olhou um produto e disse nossa que qualidade, porém a pessoa ao seu lado solta a seguinte frase: qualidade, aonde? Só se for para você. Essa situação é mais comum do que pensamos, pois a qualidade é uma percepção de valores pessoais de cada individuo, e por conta disso as organizações precisam desenvolver critérios de produção para alcançar a percepção de qualidade de cada cliente. E essa tarefa não é nada fácil, principalmente quando falamos da cadeia de suprimentos que precisa garantir a pontualidade da entrega dos produtos, sem danos e com todas as características de serviço necessárias para atender as necessidades dos clientes. Amplitude da Qualidade do Produto Ao escolher um produto o consumidor irá tentar identificar dimensões que agregam qualidade ao mesmo, e as empresas devem ter conhecimento dessas dimensões para desenvolverem processo que contribuam com o alcance da satisfação dos clientes. SCM - Supply Chain Management 26 Gestão da Qualidade Total A política de qualidade de uma empresa deve ser desenvolvida com a finalidade absoluta de atender as necessidades de seus clientes, sejam esses internos ou externos. A logística quando bem gerenciada pode auxiliar a empresa na satisfação do seu cliente disponibilizando o item no momento desejado e nas condições acordada. A empresa pode fazer uso da filosofia que toma base à administração dos recursos voltada para atender as expectativas dos clientes em relação a todas as suas necessidades. Essa filosofia é a Gestão da Qualidade Total – GQT, a qual é fundamentada em: a) Envolvimento da alta gerência se comprometendo com as políticas desenvolvidas e apoiando os processos. b) Atividades desenvolvidas com foco no cliente. c) Aplicação clara da integração sistêmica dentro e fora da organização. d) Comprometimento com a melhoria continua. Dimensões Característica a ser observada Desempenho Se o executado pelo produto é o que corresponde na proposta de comercialização. Confiabilidade Corresponde a expectativa de vida útil do produto, se o mesmo vai funcionar efetivamente até o prazo anunciado pelo fabricante. Durabilidade Aspecto interligado a confiabilidadedo produto, uma vez que o cliente espera que o mesmo tenha vida útil duradoura, quando respeitado as orientações de manuseio do bem adquirido. Conformidade O produto atender exatamente as especificações do projeto. Atributos Analise das funcionalidades que o produto oferece. Estética O conjunto de materiais empregados na confecção do produto, o qual contribuir na valorização de seu visual. Capacidade de serviço Existência de assistência técnica para o produto adquirido. Qualidade percebida Baseada na analise que o cliente faz antes, durante e depois da aquisição do bem. Padrões de Qualidade A busca pela qualidade nos processos realizados na elaboração dos produtos que uma empresa oferta, não pode ser impulsionada por modismo coorporativo. É de extrema importância que a empresa tenha clareza do impacto da qualidade percebida por seus clientes na aquisição de seus produtos, uma vez que essa irá refletir na rentabilidade do capital investido. Para melhor emprego de práticas voltadas para o alcance de padrões globais de qualidade as organizações podem buscar auxilio a instituições internacionais que tem suas atividades empresariais voltadas para certificação de outras instituições que prezam pela qualidade de seus processos produtivos. Em 1946 foi criado a ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional para Padronização), qual designa uma série de normas técnicas para estabelecer um padrão de qualidade para organizações em geral. Qualquer empresa pode adotar os padrões ISO e receber a certificação ISO 9000 – conformidade com os padrões de qualidades e a ISO 14000 – conformidade com os padrões ambientais. No âmbito nacional o empreendedor poderá contar também com a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, fundada em 1940, e membro fundador da ISO, a qual representa no Brasil além de outras instituições como: IEC – International Eletrotechnical Comission; COPANT – Comissão Panamericana de Normas Técnicas e a AMN – Associação Mercosul de Normalização. Essas instituições auxiliam os empreendedores a melhorar a qualidade dos produtos ofertados, através do enquadramento das atividades desenvolvidas em suas empresas. Cabe a esses buscarem ajuda na adequação de seus processos para conquistar seus clientes e conseqüentemente aumentar sua participação de mercado. A Função Compras A área de compras de uma organização é a porta de entrada dos insumos e recursos necessários para a execução das atividades desenvolvidas na cadeia de suprimentos. SCM - Supply Chain Management 27 Não se pode pensar em aquisição de insumos e materiais intermediários pensando apenas na redução de custos atrelado ao preço do produto. Atualmente as atividades de compras precisam ser desenvolvidas de formar estratégica, buscando o menor custo de aquisição sem gerar gastos adicionais ao processo. Prezando pelo atendimento pontual das necessidades de abastecimento da cadeia produtiva, possibilitando o máximo de qualidade aos recursos adquiridos, gerando assim produtos que venham atender das expectativas de seus clientes. Dentro desta ótica a atividade da área de compras deve ser desenvolvida para garantir as seguintes situações: » Fornecimento contínuo de insumos, componentes ou peças, evitando assim, interromper ou forçar uma alteração no plano de produção, o que resultaria em custos inesperados. » Possibilitar a redução de investimentos em estoques, trabalhando com uma política de recebimento mais pontual, se possível adotar a política do Just in time. » Prezar pelo fornecimento de produtos que venha de encontro com política de qualidade adotada pela empresa. » Desenvolver fornecedores comprometidos e alinhados com o propósito da empresa. » Prezar pela redução do custo total de propriedade. Estratégias em Compras Fonte: http://www.guiametal.com.br/uploads/images/comprador.jpg Assim, como as demais áreas da organização a área de compras deve desenvolver estratégias eficazes para apoiar as operações da cadeia de suprimentos. Para isso se faz necessário prezar pelo bom relacionamento profissional entre compradores e vendedores. Através de política de bom relacionamento entre os envolvidos no processo de compras, pode desenvolver estratégias como: » Consolidação de volumes. » Integração operacional dos fornecedores. » Gestão de valor entre os envolvidos na cadeia de suprimentos. Manufatura Uma parcela significativa de empresas da cadeia de abastecimento está envolvida com produtos industriais. Suas atividades consistem na transformação de insumos em produtos acabados, agregando valor ao produto final. As exigências encontradas e os desafios logísticos necessários para integrar e apoiar as operações das cadeias de suprimentos industriais são: » Perspectivas da manufatura: relacionado ao mix de produtos que a empresa pode ofertar, aproveitando ao máximo os recursos já existentes. » Força da marca: desenvolver estratégias promocionais para promover a marcar e essa ganhar espaço no mercado, permitido assim a identificação da qualidade da empresa pela sua marca. » Volume: trabalhar com o conceito de economia de escala. » Variedade: possibilitar a oferta variada de produtos em tempo hábil, fazendo uso da economia de escopo – o que significa usar combinações variadas de recursos produtivos na fabricação de um mix de produtos. » Limitações: compreende o resultado obtido entre economia de escala e economia de escopo. Onde o volume e a variedade impulsionam as necessidades de apoio logístico. As três limitações que influenciam as operações de produção são: capacidade, equipamento e configuração/ alteração na produção. SCM - Supply Chain Management 28 Na tentativa de adequar a produção com as necessidades da empresa e a demanda do mercado, o gestor da cadeia de suprimentos pode fazer uso das estratégias de produção disponíveis, tais como: I. Make to plan – MTP (Produção sob planejamento). II. Make to order – MTO (Produção sob encomenda). III. Assemble to order – ATO (Montagem sob encomenda). IV. Make to stock – MTS (Produção para o estoque). Interfaces Logísticas O processo de aquisição de recursos materiais para a produção exige o desenvolvimento de estratégias e planejamento alinhados com as necessidades operacionais da empresa. Uma vez que esses recursos devem ser adquiridos e posicionados no momento exato para apoiar as operações manufatura. Para tanto os gestores logísticos buscam desenvolver ao máximo a cadeia de suprimentos, visando o maior entrosamento entres todos os componentes dessa cadeia. Podendo assim, aplicar técnicas para otimização dos recursos envolvidos na produção maximizando o tempo produtivo. A técnica mais utilizada nos últimos tempos é o Just in Time (JIT), o qual tem como objetivo coordenar as atividades logísticas permitindo que os insumos e componentes adquiridos cheguem ao local de manufatura ou montagem somente no momento em que serão utilizados na produção do produto. Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_dC__GkBbMyo/TNPq_5fW44I/ AAAAAAAAAPg/ivOJMak6Tik/s1600/Rede+Logistica.gif Neste tipo de operação o gestor precisa ter uma visão macro da cadeia de abastecimento para identificar e trabalhar os pontos de gargalos existentes, para que esse não venha prejudicar ou parar a produção. O JIT pode ser aplicado a qualquer um dos processos produtivos mencionado anteriormente, mas para ser eficaz é necessário ter uma programação de produção finalizada. Nos dias atuais é muito comum encontramos grandes indústrias fecharem parcerias com seus fornecedores, ao ponto de levarem estes para sua planta logística, ou seja, o fornecedor passa a ofertar os insumos e componentes próximo a linha de produção de seu cliente. Assim, a probabilidade de ocorrer falta de insumos passa a ser nula. Grandes organizações comatividades indústrias complexas fazem uso do Planejamento de Necessidades de Material o tão conhecido MRP – Materials Requirements Planning para facilitar a interface entre o fornecedor e o comprador. Este sistema possibilita: redução de estoque; maximização da capacidade industrial; coordenação do abastecimento através das atividades de compras e manufatura. É importante lembrar que para obter o máximo de aproveitamento do MRP empresa precisa investir em tecnologia de ponta, e profissionais capacitados para operar o sistema, uma vez que este lida com uma complexidade de informações pertinentes a produção. Para melhor desempenho. SCM - Supply Chain Management 29 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA A SCM Caro aluno (a), Esta aula será focada na tecnologia da informação aplicada a Cadeia de Suprimentos. Esperamos que ao término deste assunto, você passe a compreender importância da TI não só para a logística, mas também para o processo produtivo e gerencial de uma organização. Boa aula! O Sistema de Informação Por muitos anos as informações relacionadas as atividade logísticas foram menosprezados pelas organizações, esses não eram considerados relevantes para o sucesso e sobrevivência da empresa. Talvez essa situação tenha sido gerada por falta ou até mesmo ausência de sistemas que permitissem a coleta de dados em tempo hábil. Com o passar dos anos e a mudança no perfil do consumidor, as empresas passaram a perceber que a informação tornou-se uma ferramenta poderosa no mundo dos negócios. Uma vez que seus clientes passam cada vez mais, exigir informações em tempo real sobre sua operação seja esta logística, produtiva, ou de serviço. Hoje a informação tornou-se um ativo valiosíssimo para a empresa, quanto mais rápido e precisa ela for, melhor será a percepção de valor pelo cliente em relação ao serviço prestado. Neste contexto, percebe o quanto a internet contribui para o alcance desses objetivos, pois a integração de redes facilita a troca de informações em tempo real entre clientes e fornecedores. De acordo com BOWERSOX (2007), os sistemas de informação da cadeia de suprimentos (SCIS), integram as atividades logísticas através de quatro níveis funcionais, conforme segue: ERP – Planejamento dos Recursos Empresariais Conhecido como Data Warehouse, o ERP é um sistema integrado de gestão. Sistemas de Comunicação Permite a utilização de código de barras, RFID e transferência de informação via EDI Sistemas de Execução Permite a execução de atividades e trabalham em conjunto com o ERP. Sistemas de Planejamento Auxiliam no processo de tomada de decisões empresariais, podendo ser de nível estratégico ou tático. Fonte: Elaborado pelo autor com no livro de BOWERSOX Tecnologia Aplicada a Comunicação O compartilhamento de informações via sistema hoje permite que as organizações tomem decisões com base em dados reais, os quais refletem a realidade da organização no momento em que essa decisão será tomada. Graças aos avanços tecnológicos existe atualmente no mercado uma série de soluções sistêmicas, as quais possibilitam que as atividades logísticas sejam desenvolvidas com maior precisão. Entre as tecnologias existentes podemos destacar as seguintes: 1. Código de barras é o leitor ótico: desenvolvidos para facilitar a coleta e troca de informações logísticas, usando sistema de identificação (ID), possibilitando o rastreamento de produtos. O código de barras possibilita a gravação de informações relacionadas ao produto, essas informações posteriormente serão lida por um leitor ótico, que irá decodificar as informações contidas no código de barras. 2. Sincronização global de dados: com a utilização do EDI torna-se possível a troca de informações empresariais em grande escala entre computadores conectados a internet. Ocorre a troca segura de informações devido à utilização de padrões de comunicações exclusivos as empresas envolvidas na operação. SCM - Supply Chain Management 30 3. Extensible Markup Language: trata-se de uma linguagem de computação flexível, que facilita a transferência de informações entre uma ampla gama de aplicações e prontamente interpretável pelo seres humanos. A XML facilita a comunicação em rede e tem um custo bem mais baixo que o EDI, e ideal para empresas que operam com baixo volume de dados. 4. Satélite: possibilita a comunicação de longo alcance com uma velocidade favorável para troca de dados, podendo ser aplicada no rastreamento de um produto, veículo, etc. 5. Processamento de imagens: ferramenta que possibilita a transmissão e armazenamento de imagem, possibilitando maior agilidade em operações de distribuição física. Transmissão de documentos on line, possibilitando finalizar a baixa de uma entrega no sistema sem antes da documentação chegar até a empresa. Como pode ser observado, a tecnologia aplicada a comunicação trás uma série de benefícios para as operações logísticas, mas não podemos esquecer que a implantação de tais recursos vai exigir muito mais do que dinheiro da empresa. Ao optar pela escolha de um sistema integrado o empreendedor precisa realizar uma análise detalhada sobre suas reais necessidades, tanto operacionais quanto funcionais, para que o software escolhido não se torne um empecilho aos negócios da organização. Esse sistema deve oferecer soluções aos problemas sistêmicos apresentados antes de sua instalação e não trazer outro problemas. Para melhor adequação do ERP, se faz necessário o cumprimento das seguintes etapas: 1. Realizar um levantamento das necessidades sistêmicas e operacionais da organização. 2. Identificar as funcionalidades necessárias à customização do software. 3. Desenvolver a interface do sistema conforme as necessidades identificadas. 4. Envolver os colaboradores no processo de desenvolvimento do software. 5. Efetuar exaustivamente teste de homologação das funcionalidades desenvolvidas antes do sistema entrar em produção. 6. Se necessário realizar os ajustes antes da implantação. 7. Implantar após a validação de todas as funcionalidades, e adequado treinamento dos colaboradores que irão operacionalizar o sistema. 8. Acompanhar e validar diariamente as atividades desenvolvidas com o novo sistema. Com a incorporação do software e adequação de suas funcionalidades às operações da organização, esta poderá desfrutas de economia de escala. Uma vez que poderá racionalizar os recursos disponíveis do sistema para gerenciar de forma mais abrangente a cadeia de suprimentos. O ERP possibilita maior integração sistêmica tanto no ambiente interno quanto ao externo da organização. Sendo este sistema é composto por módulos ele oferece a possibilidade de fusão de processos e fornecedores aos principais clientes numa interface consistente e comum a empresa. Podemos dizer que a base do ERP é o Data Warehouse onde todas as informações são mantidas para facilitar o acesso a dados central e comum e consistentes por todos os módulos. Sendo este um banco de dados central onde ficam depositadas as informações relacionais para todo o sistema ERP. De acordo com BOVERSOX (2009), os principais dados para as operações logísticas são armazenados em oito arquivos, conforme segue: SCM - Supply Chain Management 31 Arquivo de clientes Informações descritivas de todos os clientes da empresa. Arquivo de produtos e preços Dados relacionados as característica dos produtos oferecidos pela empresa. Arquivo de fornecedores Lista de fornecedores de materiais e serviços para a empresa. Arquivo de pedido Disponibiliza informações sobre todos os pedidos em aberto. Arquivo de lista de materiais Possibilita a visibilidade das combinações dos materiais existentes para a formação de determinados produtos. Arquivo de ordem de compra Apresenta as ordens de compras enviadas para os fornecedores. Arquivos deestoque Permite a visibilidade real do estoque e a previsão futura do mesmo, de acordo com as programações de compra ou produção. Arquivo histórico Fornece informações sobre todos os pedidos e ordens de compras da empresa. Sistema de Informação na Cadeia de Suprimentos O sistema de informação na cadeia de suprimento tem papel fundamental, pois o mesmo quando bem desenhado e alinhado a operação permite ganhos significativos na operação logística. Fonte: Tabela desenvolvida pelo autor. Dessa forma se faz necessário o desenvolvimento de um planejamento e uma coordenação os quais serão à base deste sistema. Abaixo serão listados os componentes específicos que auxiliam no processo de planejamento e coordenação das atividades ligadas a cadeia de suprimento: » Gerenciamento de vendas e operações. » Restrições da capacidade logística e industrial. » Requisitos operacionais. » Requisitos de manufatura (gargalos, capacidade produtiva, etc.). » Requisitos de compras. Operações Sistêmicas É importante que a organização tenha a preocupação com o tratamento das informações processas pela organização, uma vez que essas serão o historio da organização. E também permitirão maior interação entre clientes e fornecedores, possibilitando a identificação de falhas operacionais, as quais poderão ser solucionadas em temo hábil. O conjunto de módulos necessários ao atendimento do cliente e à coordenação de pedidos de compra são: » Processamento de pedidos. » Alocação dos pedidos. » Sistema de armazenagem. » Sistema de gerenciamento de transporte (embarque/desembarque). » Gerenciamento de compras. É importante lembrar que a integração dos módulos listados acima, torna-se essenciais para maximizar as funcionalidades dos softwares, e obtenção de melhores resultados operacionais. Porém outro fator irá contribuir para esse resulta, que é a qualificação da mão de obra, pois o colaborador treinado conseguirá efetivamente explorar o máximo dos recursos disponíveis. Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-FRF85J2OHm8/TcPvd2y_lDI/ AAAAAAAAAjc/sWlJWiAHbgo/s1600/Msc-sig.jpg SCM - Supply Chain Management 32 O ESTOQUE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS Caro aluno (a), Nesta aula iremos analisar as interferências do estoque na cadeia de suprimento, onde poderá ser observada a importância do estoque no atendimento da demanda. E também que um estoque bem gerenciado possibilita a redução das incertezas de atendimento da demanda de um determinado período. Boa aula! O sucesso de uma cadeia de suprimento também irá depender de uma ótima gestão de estoque, pois as atividades aqui desenvolvidas são de extrema importância para manter a continuidade da produção. As atividades desenvolvidas em um estoque, as quais podem garantir o sucesso ou o fracasso de uma organização são: » Gerenciamento dos recursos materiais. » Agilidade no processo de movimentação de materiais. » Eficiente controle dos materiais custodiados. » Garantir o nível de serviço desejado. » Realização de inventários. » Integridade física dos materiais custodiados. » Entre outras. O Gestor de operações logísticas deve desenvolver uma política de estoque alinhada aos interesses da organização visando o aproveitamento máximo dos recursos disponíveis, na execução das atividades auxiliadoras a cadeia de suprimentos. Uma vez que o custo de manutenção de estoque pode comprometer a rentabilidade da empresa. Os custos de manutenção de estoques são: Fonte: Elaborado pelo autor. SCM - Supply Chain Management 33 O planejamento do estoque também é um fator determinante para o pronto atendimento das necessidades da cadeia de suprimentos, pois quando bem estruturado permitira o maior controle dos fluxos de entradas e saídas de materiais evitando possíveis falta de recursos materiais necessários a produção. Ao realizar a atividade de planejamento o gestor de estoque deve ter em mente as seguintes perguntas: » Quando pedir? » Quanto pedir? O primeiro questionamento refere-se ao período de quando será feito novas solicitações de abastecimento de estoque, o qual terá como base a demanda por determinado produto. Já o segundo questionamento está relacionado a quantidade que deverá ser adquirida para atender as necessidades produtivas, sendo esta orientada pelo lote econômico de compra. Não podemos esquecer-nos da importância da política de estoque, a qual é implementada pelo gerenciamento do estoque. Podendo ser de puxar ou empurrar, no primeiro caso a demanda do consumidor é que puxa o produto pelo canal de distribuição, no segundo caso a produção vai ocorrer com base numa previsão de demanda empurrando assim, o processo ao longo da cadeia de suprimentos. Para execução da atividade de controle de estoque poderá ser implantado dois tipos de sistemas: 1. Sistema de revisão contínua: ocorrer à revisão intermitente do estoque para determinar a necessidade de reabastecimento. Para tanto se faz necessário o rastreamento de todas as SKUs. Fórmula: ROP = D x T + SS Onde: ROP = Ponto de reposição em unidades. D = Média da demanda diária em unidades. T = Duração média do ciclo de atividades em dias. SS = Estoque de Segurança ou “pulmão” em unidades. 2. Sistema de revisão período: ocorre em um intervalo regular de tempo, a revisão de um item de estoque. Ex. uma vez por semana, ou uma vez por mês. Fórmula: ROP = D.(T + P/2) + SS Onde: ROP = Ponto de reposição. D = Média da demanda diária. T = Duração média do ciclo de atividades. P = Período da Revisão em dias. SS = Estoque de Segurança ou “pulmão” em unidades. Classificação ABC do Estoque Para melhor adequação dos materiais estocados de acordo com a demanda por determinados itens, se faz necessário a classificação do produto na classe ABC. Essa classificação pode ser realizada com base numa série de medidas, tais como: vendas, contribuição no lucro, valor do estoque, taxa de uso e natureza do item. Exemplo de curva ABC (Vendas): Tabela elaborada pelo autor. SCM - Supply Chain Management 34 A análise ABC consiste na verificação em um determinado espaço de tempo, que pode ser de 6 meses, do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos item do estoque, para que esses possam ser classificado de acordo com o grau de importância de cada produto em estoque. De acordo com MARTINS at. (2007), os itens podem ser classificados levando em consideração os seguintes percentuais: O itens A são os mais representativos, e estão entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B variam de 10% a 45%, e os itens C representam o restante. Poderá ser observado que poucos itens, 10% a 20% pertencem a classe A, enquanto uma grande quantidade são da classe C, em torno de 50%, e algo entre 30% a 40% são da classe B. Segmentação do Estoque Para melhor gerenciamento do estoque é preciso definir uma estratégia de estoque para cada grupo de produto ou segmento de marcado. Essas estratégias devem contemplar todas as características operacionais para atendimento de cada necessidade da empresa. O segredo para o estabelecimento de estratégias eficazes é entender as características de cada produto ou segmento, levando em consideração que cada um apresenta um grau de importância em relação ao cumprimento da missão da empresa. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Caro aluno (a). Em nossa última aula, serão apresentados os canais de distribuição física de produtos, a qual irá possibilitar maior entendimento da dinâmica de oferta de produtos ao consumidor final. Boa aula! Introdução A logística de suprimento (Inbound logistics) compreende o processo de abastecer a manufatura com matéria prima e componentes. Nas atividades de varejo, o segmento da logística que desloca o produto acabado desde a manufatura até o consumidor final recebe o nome de logística de distribuição (Outbound logistics). As atividades logísticasrealizadas na distribuição física de produtos são executadas através do gerenciamento dos seguintes recursos: depósitos; veículos, estoques, equipamentos de carga e descarga, etc. O canal de distribuição compreende um conglomerado de empresas independentes interligadas, desenvolvendo processos para tonar o produto ou serviço disponível para o uso ou consumo. Dentro da cadeia de suprimentos os canais de distribuição buscam alcançar os seguintes objetivos: » Disponibilizar os produtos de forma rápida nos estabelecimentos varejistas, em conformidade com cada segmento de mercado. » Possibilitar a maximização das vendas dos produtos. » Estimular a cooperação entre os envolvidos na cadeia de suprimento. » Alcançar o nível de serviço desejado pelos parceiros da cadeia de suprimento. » Estabelecer um fluxo de comunicação rápido e eficaz entre os envolvidos. » Criar situação que possibilite a redução de custo constante. Tipos de Canais de Distribuição A indústria pode escolher um dos três canais de distribuição existentes para que seus produtos cheguem até o ponto de venda ao alcance do consumidor. Esses canais são classificados em: canal vertical; canal híbrido e canal múltiplo. Canal Vertical No canal vertical ocorrer à transferência de responsabilidades ao longo da cadeia de suprimento, seguindo um fluxo único de deslocamento e concentração de responsabilidade em cada etapa da distribuição. SCM - Supply Chain Management 35 A indústria produz e concentra sua produção no atacado, este acaba exercendo a função de pulmão, que por sua vez vai abastecer o varejo, que irá ofertar o produto ao consumidor final. Mas podemos encontrar na estrutura vertical, outras configurações de distribuição física, conforme figura abaixo: Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Os canais de distribuição atualmente são desenvolvidos de acordo com a percepção dos fabricantes em relação às necessidades do consumidor final. Assim a indústria poderá escolher o canal que melhor se adaptar as exigências de mercado. Canal Híbrido Neste modelo de canal de distribuição ocorre em qualquer fase do canal a divisão de tarefas entre os envolvidos na cadeia de suprimentos. Sendo que cada envolvido assume a responsabilidade apenas das atividades que a ele foi delegada. E o conjunto dessas atividades desenvolvidas pelos participantes do canal visa alcançar a satisfação do consumidor final. O beneficio percebido no canal híbrido é o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas, devido ao know-how de quem está executando determinada atividade. Mas está estrutura trás consigo o problema da compensação financeira aos elementos da cadeia de suprimentos que realizam novas funções. Manufatura Atacadista Varejo Consumidor Manufatura Varejo Consumidor Manufatura Setor de vendas do fabricante Consumidor Fonte: Adaptado do livro “Logística gerenciamento da cadeia de suprimentos”, NOVAES 2007, pg. 129. Fonte: “Logística gerenciamento da cadeia de suprimentos”, NOVAES 2007, pg. 132. Nesta estrutura também pode ocorrer a duplicidade de atuação de alguns elementos da cadeia de suprimentos. Exemplo o distribuidor que também presta serviços de distribuição física para outra indústria, o que pode em alguns momentos perder o foco na prestação de serviço. Figura: Conflitos de atuação em canais híbridos. Canal Múltiplo A indústria também tem a possibilidade de utilizar mais de um canal de distribuição, assim poderá atender as necessidades dos mais variados consumidores. Nessa estrutura o cliente mais experiente poderá realizar pesquisas de mercado nos canais disponíveis e adquirir o produto onde ele encontrar as melhores condições de acordo com os critérios estabelecidos por ele. A estrutura deste canal possibilita melhores condições globais de competitividade da cadeia, mas não é isento de problemas. Onde o consumidor pode ir até o estabelecimento varejista obter informações mais detalhadas do produto, mas realizar a compra de fato em lojas que oferece o produto num preço mais baixo. Ex. Venda por telefone ou internet. Mas o comerciante da loja física ainda tem a vantagem de saber quem de fato é seu cliente, e assim poderá oferecer serviços diferencias, os quais são mais difíceis de serem percebidos no ambiente virtual. Tendo a oportunidade de conquistar a fidelização de seu cliente. Indústria A (híbrido) (vertical) Indústria B Distribuidor Consumidor SCM - Supply Chain Management 36 Outro problema identificado no canal múltiplo é que pode ocorrer a penetração de um elemento dos canais interferirem no outro. Ex. produtos que são ofertados pelo atacadista que também vendo no varejo, enquanto que o varejista oferta somente no varejo, este acaba perdendo vendas para o atacadista que consegue ofertar o produtos num preço bem menor que o seu. Figura: Conflitos de atuação em canais múltiplos Propriedades dos Canais Os canais de distribuição apresentam duas propriedades distintas as quais estão relacionadas à extensão e amplitude dos canais. Um canal de distribuição pode apresentar uma série de níveis compatíveis com a escolha dos elementos envolvidos na cadeia de suprimentos. Essa variação de nível é classificada como extensão. Já a amplitude compreende a largura do canal, ou seja, o número de empresa que atuam na distribuição física de determinado produto. Essa pode ainda ser dividia em: a) Distribuição exclusiva: envolvendo apenas um canal, amplitude unitária. b) Distribuição seletiva: envolvimento de mais de um canal, porém com atuação controlada. c) Distribuição intensiva: envolvimento de mais de um canal, com atuação aberta. Uma tendência na distribuição física de produto é o encurtamento dos canais de distribuição, impulsionada pelo avanço da tecnologia, criando possibilidades de ofertar os produtos diretamente do fabricante para o consumidor final, através do ambiente virtual. Indústria ? Varejista “B” (Produto P2) Atacadista “A” (Produtos P1 e P2) Grande consumidor (P1 e P2) Pequeno consumidor (P2) BIBLIOGRAFIA BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e o Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 3ª Ed.. São Paulo: Saraiva 2009. BOWERSOX, Donald J, et al. Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística. 2ª ed., Rio de Janeiro: Campus, 2009. BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2009. FIGUEIREDO, Kleber Fossati, FLEURY, Paulo Fernando, WANKE, Peter (Org.). Logística e Gerenciamento da cadeia de suprimento; planejamento do fluxo de produtos e recursos. São Paulo: Atlas, 2009. CHOPRA, Sunil, MEINDL, Peter, Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos 9ª reimpressão, São Paulo: Pearson, 2010. FLEURY, Paulo Fernando, WANKE, Peter, FIGUEIREDO, Kleber Fossati. Logística Emoresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2009. NOVAES, Antonio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. NOVAES, Antonio Galvão. Logística aplicada: suprimentos e distribuição física. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.